universidade federal da bahia instituto de geociÊncias ... · monografia apresentada ao curso de...
TRANSCRIPT
![Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/1.jpg)
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
INSTITUTO DE GEOCIEcircNCIAS
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
PEDRO GOES BORGES
ESTUDO HIDROQUIacuteMICO DAS AacuteGUAS SUBTERRAcircNEAS DO MUNICIacutePIO DE
CATU-BAHIA
SALVADOR
2015
PEDRO GOES BORGES
ESTUDO HIDROQUIacuteMICO DAS AacuteGUAS SUBTERRAcircNEAS DO MUNICIacutePIO DE
CATU-BAHIA
Monografia apresentada ao Curso de Geologia
da Universidade Federal da Bahia ndash UFBA
como requisito parcial para obtenccedilatildeo do tiacutetulo
de Bacharel em Geologia
Orientador Prof Dr Seacutergio Augusto de
Morais Nascimento
SALVADOR
2015
PEDRO GOES BORGES
ESTUDO HIDROQUIacuteMICO DAS AacuteGUAS SUBTERRAcircNEAS DO MUNICIacutePIO DE
CATU-BAHIA
Monografia apresentada agrave Universidade
Federal da Bahia ndash UFBA como requisito
parcial para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel em
Geologia
Aprovada em ____________
BANCA EXAMINADORA
Prof Dr Seacutergio Augusto de Morais Nascimento (Orientador) __________________________
Universidade Federal da Bahia ndash UFBA
Prof MSc Hailton Mello da Silva ________________________________________________
Universidade Federal da Bahia - UFBA
Prof Dr Cristovaldo Bispo dos Santos_____________________________________________
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia ndash CERBUniversidade da Federal
da Bahia - UFBA
AGRADECIMENTOS
Mais um ciclo se encerrando E para superar todas as dificuldades da graduaccedilatildeo tive
pessoas preciosas caminhando comigo Mas acima de tudo agradeccedilo a Deus por me dar
sauacutede e por ter colocado esta ciecircncia maravilhosa que escolhi estudar e amar no meu
caminho Agradeccedilo aos meus pais por todo o amor e dedicaccedilatildeo para me ensinar os valores do
amor amizade respeito e eacutetica Agrave minha irmatilde Mariana pelo amor e amizade que supera
distacircncias Aos meus avoacutes Manoel e Dinah pelo imenso amor incondicional e pela sabedoria
exemplar que soacute aqueles que vivem intensamente superando as dificuldades podem ensinar
A Desireacutee por seu amor apoio contribuiccedilatildeo para a realizaccedilatildeo deste trabalho aleacutem do
companheirismo compreensatildeo e por sempre acreditar no meu sucesso A meu orientador
Seacutergio pela dedicaccedilatildeo e enorme paciecircncia na orientaccedilatildeo deste TFG Ao professor
Cristovaldo por ter me recebido de boa vontade na CERB para que eu pudesse obter os dados
que tornaram a realizaccedilatildeo desta monografia possiacutevel Ao professor Hailton pelas criacuteticas
construtivas e sugestotildees Aos meus amigos de infacircncia do ISBA especialmente a Bruce
Rodrigo Tales Raul e Ian meus irmatildeos desta vida fundamentais para a minha formaccedilatildeo
pessoal A todos os meus amigos da faculdade que tornaram os dias de aprendizagem mais
prazerosos em especial a Preto e Richard natildeo soacute pela amizade mas pelo incentivo nos
momentos de fraqueza E a todas as pessoas que deram o exemplo de forccedila e garra me
mostrando que a vida eacute uma luta diaacuteria e que este eacute soacute mais um passo agrave frente desta longa
caminhada
RESUMO
O objetivo geral deste trabalho consiste em realizar um estudo qualitativo das aacuteguas
subterracircneas captadas por meio de poccedilos tubulares no municiacutepio de Catu Para avaliar a
qualidade destas aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram cloreto fluoreto ferro soacutedio soacutelidos
totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas
subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama triangular de Piper (1944) Os resultados obtidos
mostraram que as aacuteguas estudadas classificam-se predominantemente cloretadas soacutedicas
dispondo de baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada
para a irrigaccedilatildeo Com relaccedilatildeo a qualidade das aacuteguas para o consumo humano de forma geral
a maioria das aacuteguas analisadas estatildeo de acordo com os limites estabelecidos na legislaccedilatildeo Os
resultados mostraram que do ponto de vista qualitativo as aacuteguas subterracircneas de Catu
possuem boas caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas podendo ser utilizadas para os mais diversos
fins ressalva apenas para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas que de maneira
geral possuem baixa qualidade
Palavras-chave Hidrogeoquiacutemica Aacutegua subterracircnea Catu Qualidade Classificaccedilatildeo
ABSTRACT
The general aim of this study is to conduct a qualitative study of groundwater captured
through tubular wells in the Catu municipality To avaluate the quality of these waters it was
used the Ordinance number 2914 of December 2011 of the Ministry of Health The
parameters used were Chloride fluoride iron sodium total dissolved solids sulfate
turbidity hardness and nitrate To determine the classification of groundwater in the area it
was used the triangular diagram of Piper (1944) The results showed that the waters studied
are classified as predominantly chlorinated sodic having low sodium content and low to
medium risk of salinity and can be used for irrigation Regarding the quality of water for
human consumption in general most of the water samples are in accordance with the limits
set out in the legislation The results showed from the qualitative point of view that the
groundwater of Catu have good physical and chemical characteristics and can be used for
various purposes exception only for the production of beer drinks and fruit juice which
generally have low quality
Keywords Hydrogeochemistry Groundwater Catu municipality Quality Classification
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 ndash Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu-BA16
Figura 02 ndash Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 199020
Figura 03 ndash Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas ndash
BA20
Figura 04 ndash Classes de solo municiacutepio de Catu21
Figura 05 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu23
Figura 06 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu24
Figura 07 ndash Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu25
Figura 08 ndash Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu34
Figura 09 ndash Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade38
Figura 10 ndash Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas39
Figura 11 ndash Concentraccedilatildeo de Cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu43
Figura 12 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu44
Figura 13 ndash Valores de Condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu45
Figura 14 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu45
Figura 15 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)46
Figura 16 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)47
Figura 17 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)48
Figura 18 ndash Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu49
Figura 19 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu50
Figura 20 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)51
Figura 21 ndash Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu52
Figura 22 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu53
Figura 23 ndash Concentraccedilatildeo de Sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu54
Figura 24 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu54
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu55
Figura 26 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu56
Figura 27 ndash Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu57
Figura 28 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu57
Figura 29 ndash Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas60
Figura 30 ndash Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de
Catu62
Figura 31 ndash Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o
USSL64
Figura 32 ndash Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura
(USSL)65
Figura 33 ndash Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestria66
LISTA DE QUADROS
Quadro 01 ndash Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos37
Quadro 02 ndash Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades40
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 ndash Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 201017
Tabela 02 ndash Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 201218
Tabela 03 ndash Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade
econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 201018
Tabela 04 ndash Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia19
Tabela 05 ndash Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados33
Tabela 06 ndash Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson58
Tabela 07 ndash Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)61
Tabela 08 ndash Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu63
Tabela 09 ndash Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory64
Tabela 10 ndash Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo
industrial67
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
BA ndash BAHIA
CERB ndash Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia
CNRH ndash Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos
CONAMA ndash Conselho Nacional do Meio Ambiente
CPRM ndash Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais
FUNCEME ndash Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia e Recursos Hiacutedricos
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano municipal
INMET ndash Instituto Nacional de Meteorologia
PERH ndash Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos
PIB ndash Produto Interno Bruto
SEI ndash Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia
SIAGAS - Sistema de Informaccedilotildees de Aacuteguas Subterracircneas
STD ndash Solidos Totais Dissolvidos
USSL ndash United State Salinity Laboratory
UTM ndash Universal Transversa de Mercator
VMP ndash Valor Maacuteximo Permissiacutevel
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO14
2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO16
21 Localizaccedilatildeo e acesso16
22 Aspectos socioeconocircmicos17
23 Clima e aspectos fisiograacuteficos19
231 Clima19
232 Solos21
233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra22
234 Geomorfologia23
235 Hidrografia24
236 Geologia local25
2361 Grupo Ilhas26
2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo26
2363 Formaccedilatildeo Marizal28
2364 Grupo Barreiras28
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos29
237 Hidrogeologia local29
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras29
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal30
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo30
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas31
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos32
2392 Potenciometria33
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA35
31 Aacutegua subterracircnea35
32 Aquiacutefero37
33 Qualidade da aacutegua39
4 METODOLOGIA40
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas40
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios41
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua41
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees42
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA43
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos43
511 Cloreto43
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)44
513 Ferro Total49
514 Nitrato52
515 Sulfato53
516 Bicarbonato55
517 Fluoreto56
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea58
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica59
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo
da salinidade59
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano62
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo64
534 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para fabricaccedilatildeo de cerveja bebida e suco de
frutas65
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS68
REFEREcircNCIAS
14
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas tem crescido de forma significativa nos uacuteltimos
tempos A exploraccedilatildeo crescente deste recurso eacute explicada por diversos fatores dentre os
quais geralmente apresentam qualidade superior agraves aacuteguas superficiais Vaacuterias cidades
brasileiras abastecem-se de aacutegua subterracircnea de forma exclusiva ou complementar As aacuteguas
subterracircneas distribuem-se nos diferentes aquiacuteferos que satildeo reservatoacuterios responsaacuteveis pelo
armazenamento da maior parte da aacutegua doce - no estado liacutequido da Terra
A exploraccedilatildeo da aacutegua subterracircnea estaacute condicionada a fatores quantitativos (intimamente
ligada agrave condutividade hidraacuteulica e ao coeficiente de armazenamento dos terrenos)
qualitativos (influenciada pela composiccedilatildeo das rochas e condiccedilotildees climaacuteticas e de renovaccedilatildeo
das aacuteguas) e econocircmicos (depende da profundidade do aquiacutefero e das condiccedilotildees de
bombeamento) (LEAL 1999) De acordo com Santos (2000 p 81) ldquoa disponibilidade dos
recursos hiacutedricos subterracircneos para determinados tipos de uso depende fundamentalmente da
qualidade fiacutesico-quiacutemica bioloacutegica e radioloacutegicardquo Neste contexto as anaacutelises de qualidade
das aacuteguas satildeo de suma importacircncia uma vez que concentraccedilotildees anocircmalas de determinados
componentes podem oferecer riscos agrave sauacutede humana inviabilizando a sua utilizaccedilatildeo
A aacuterea escolhida para o desenvolvimento desta pesquisa corresponde ao periacutemetro do
municiacutepio de Catu localizado no Estado da Bahia Este assim como muitos outros municiacutepios
brasileiros utiliza as aacuteguas subterracircneas captadas por meio de poccedilos para abastecer escolas
propriedades rurais hospitais dentre outros estabelecimentos As aacuteguas subterracircneas
distribuem-se nos diferentes sistemas aquiacuteferos presentes no municiacutepio distintos por suas
caracteriacutesticas hidrogeoloacutegicas como por exemplo composiccedilatildeo litoloacutegica e forma de
circulaccedilatildeo da aacutegua as quais se refletem na sua produtividade
O objetivo geral deste trabalho consiste em realizar um estudo qualitativo das aacuteguas
subterracircneas captadas por meio de poccedilos nesse municiacutepio Quanto aos objetivos especiacuteficos
podem-se citar os seguintes
Classificar as aacuteguas subterracircneas da regiatildeo com base nos paracircmetros quiacutemicos (caacutelcio
magneacutesio soacutedio potaacutessio sulfato bicarbonato e cloreto) das amostras
Avaliar a qualidade (potabilidade) das aacuteguas subterracircneas comparando os valores dos
dados fiacutesico-quiacutemicos das mesmas com os valores maacuteximos permissiacuteveis (VMP) de
cada componente definidos pela portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil
2011)
Estabelecer as relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas ndash faacutecies hidroquiacutemicas
15
Classificar as aacuteguas subterracircneas levando em consideraccedilatildeo os iacutendices de salinidade
definidos pela Resoluccedilatildeo Nordm 357 de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA 2005)
Avaliar a qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo para a fabricaccedilatildeo de cerveja bebidas e
suco de frutas
Analisar as relaccedilotildees existentes entre os diversos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das aacuteguas
subterracircneas por meio da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
Estabelecer um sumaacuterio estatiacutestico com os valores analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas
Visando atingir os objetivos foi adotado um procedimento metodoloacutegico dividido em 4
etapas i) levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas ii) coleta anaacutelise e
tratamento de dados secundaacuterios iii) classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da
aacutegua iv) anaacutelises e interpretaccedilotildees As etapas metodoloacutegicas estatildeo detalhadas no quarto
capiacutetulo
Por uacuteltimo segue a apresentaccedilatildeo desta monografia que se encontra dividida em cinco
capiacutetulos O primeiro trata da introduccedilatildeo ora apresentada No segundo capiacutetulo eacute feito uma
caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo nos seus aspectos ambientais histoacuterico e econocircmico O
terceiro capiacutetulo apresenta uma breve discussatildeo conceitual dos termos utilizados nesta
pesquisa a saber aacuteguas subterracircneas aquiacuteferos e qualidade da aacutegua O quarto capiacutetulo refere-
se agrave metodologia adotada com a descriccedilatildeo das atividades e teacutecnicas utilizadas em cada etapa
realizada Os resultados da pesquisa satildeo apresentados analisados e discutidos no capiacutetulo
cinco atendendo aos objetivos expostos neste capiacutetulo introdutoacuterio Por uacuteltimo apresentam-
se as consideraccedilotildees finais da pesquisa
16
2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO
21 LOCALIZACcedilAtildeO E ACESSO
A aacuterea de estudo situa-se na porccedilatildeo Leste do Estado da Bahia e abrange os limites
territoriais do municiacutepio de Catu O municiacutepio possui uma aacuterea de 416216 kmsup2 e uma
populaccedilatildeo total de 51077 habitantes (IBGE 2010) Catu localiza-se entre as coordenadas
geograacuteficas 12deg10rsquo0rdquo e 12deg30rsquo0rdquo de latitude sul e 38deg15rsquo0rdquo e 38deg35rsquo0rdquo de longitude oeste e
limita-se com os municiacutepios de Araccedilaacutes e Pojuca a leste Satildeo Sebastiatildeo do Passeacute ao sul
Teodoro Sampaio e Terra Nova a oeste e Alagoinhas ao norte (Figura 01)
O principal acesso a cidade de Catu que dista 82 Km ao norte da capital baiana eacute
efetuado pelas rodovias federais BR-324 e BR-110 (no Km 354)
Figura 01 - Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu ndash BA
17
22 ASPECTOS SOCIOECONOcircMICOS
O municiacutepio foi criado pela Lei provincial ndeg 1058 de 26 de junho de 1868 com a
denominaccedilatildeo de Santana do Catu com territoacuterio desmembrado da entatildeo denominada Vila de
Satildeo Francisco ocorrendo sua instalaccedilatildeo em 6 de marccedilo de 1877 Em 23 de junho de 1931 o
nome Santana de Catu foi simplificado pelo Decreto estadual nuacutemero 7455 e ratificado pelo
de nuacutemero 7479 em 8 de julho do mesmo ano Em 30 de marccedilo de 1938 foi elevado agrave
categoria de Cidade Desde o Decreto estadual ndeg 11089 de 30 de novembro de 1938 que o
municiacutepio eacute formado por trecircs distritos Catu (sede) Bela Flor e Siacutetio Novo (INSTITUTO DE
URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL 1974)
Catu possui uma populaccedilatildeo de 51077 habitantes destes 42755 residem na zona
urbana e 8322 na zona rural (Tabela 01) A populaccedilatildeo catuense eacute composta por 26261
mulheres e 24816 homens
Tabela 01 - Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2010
Municiacutepio
Populaccedilatildeo Aacuterea
(km2)
Densidade
Demograacutefica
(habkm2) Urbana Rural Homens Mulheres Total
Catu
42755
8322
24816
26261
51077
416216
12272
Fonte IBGE 2010
Nos uacuteltimos dez anos o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de
Catu passou de baixo para meacutedio Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil
em 2000 o municiacutepio apresentava IDHM igual a 0536 Jaacute em 2010 o nuacutemero chegou a
0677 (17ordf posiccedilatildeo no ranking da Bahia) (ATLAS BRASIL 2013)
O Produto Interno Bruto (PIB) municipal eacute de 474888 mil reais (46ordf posiccedilatildeo no
ranking da Bahia) (IBGE 2012) O PIB per capita eacute superior agrave meacutedia do Estado da Bahia
(777507) alcanccedilando 917943 mil reais (IBGE 2012) O setor de serviccedilos eacute responsaacutevel por
pouco mais da metade do total do valor adicionado municipal (56) Jaacute a induacutestria responde
por 41 e a agropecuaacuteria representa 3 (Tabela 02)
18
Tabela 02 - Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2012
ANO
Valor Adicionado
Agropecuaacuteria Induacutestria Serviccedilos
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
2012 12159 3 179628 41 245942 56
Fonte IBGE 2012
Em 2010 o setor de atividade econocircmica extrativa mineral destacou-se como o setor
com o maior nuacutemero de pessoas ocupadas no mercado formal de trabalho (1837) (Tabela 03)
Em segundo lugar estaacute o setor de serviccedilos responsaacutevel por 2393 dos viacutenculos
empregatiacutecios
Tabela 03 - Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade
econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 2010
Setor de atividade Quantidade de pessoas
Extrativa Mineral 1837
Induacutestria de transformaccedilatildeo 537
Serviccedilos induacutestrias de atividade puacuteblica 100
Construccedilatildeo Civil 216
Comeacutercio 1573
Serviccedilos 1796
Administraccedilatildeo Puacuteblica 1388
Agropecuaacuteria extrativa vegetal caccedila pesca 57
Fonte SEI 2012
De acordo com os dados de produccedilatildeo agriacutecola referente ao ano de 2013 publicados
pelo IBGE o principal produto cultivado em Catu eacute a mandioca (quantidade produzida 6000
toneladas) (IBGE 2014) Tambeacutem satildeo produzidos no municiacutepio os seguintes produtos
laranja milho feijatildeo coco-da-baiacutea banana e o amendoim Na pecuaacuteria sobressaem-se os
rebanhos bovinos (20817 cabeccedilas) e tambeacutem a criaccedilatildeo de galinaacuteceos (galinhas galos
frangas frangos e pintos) (77247 cabeccedilas) (IBGE 2014)
19
23 CLIMA E ASPECTOS FISIOGRAacuteFICOS
231 Clima
O clima atuante no municiacutepio tendo como base os dados da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de
Alagoinhas - a mais proacutexima de Catu eacute do tipo Uacutemido a Subuacutemido com iacutendice hiacutedrico de
20 a 0 excedente hiacutedrico entre 50 mm a 300 mm e com chuvas concentradas no periacuteodo
de outono-inverno (SEI 1998) A temperatura meacutedia anual eacute de 239 degC (SEI 2012)
A precipitaccedilatildeo anual (P) no periacuteodo foi de 1233 mmano com excedente hiacutedrico
(EXC) de 152 mmano verificado entre maio e agosto A evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETP)
foi da ordem de 1246 mmano (Tabela 04 e Figura 02) A deficiecircncia de aacutegua no solo eacute maior
no mecircs de janeiro (Figura 03)
Tabela 04 - Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia
Mecircs T
(ordmC)
P
(mm) ETP
ARM
(mm)
ETR
(mm)
DEF
(mm)
EXC
(mm)
Jan 256 62 134 13 75 59 0
Fev 246 74 109 9 78 31 0
Mar 257 118 133 8 119 14 0
Abr 249 152 112 47 112 0 0
Maio 236 175 95 100 95 0 27
Jun 227 143 80 100 80 0 63
Jul 210 117 65 100 65 0 52
Ago 217 82 73 100 73 0 9
Set 226 60 83 80 80 2 0
Out 242 63 109 50 93 17 0
Nov 248 87 118 37 100 18 0
Dez 254 100 135 26 111 24 0
Totais 2868 1233 1246 669 1081 165 152
Meacutedias 239 103 104 56 90 14 13 Nota Meacutedias Climatoloacutegicas de 1961 a 1990 T = Temperatura P = Precipitaccedilatildeo ETP = Evapotranspiraccedilatildeo
Potencial ETR = Evapotranspiraccedilatildeo Real DEF = Deacutefcit EXC = Excedente Hiacutedrico
Fonte EMBRAPA 2015
20
Figura 02 - Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 1990
Fonte EMBRAPA 2015
Figura 03 - Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas -
BA
Fonte EMBRAPA 2015
21
232 Solos
De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-
BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico
Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas
destes satildeo descritos a seguir
Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu
Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais
extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e
dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da
parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo
necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem
22
Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave
ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito
intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com
perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser
distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a
agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo
possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na
porccedilatildeo sul do municiacutepio
Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei
iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um
horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas
proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de
drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena
ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca
233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra
A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu
permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea
destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que
a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos
hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo
O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas
com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas
formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de
Catu (Figura 04)
Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes
supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais
podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas
de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o
municiacutepio (Figura 05)
23
A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das
principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande
parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas
O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de
uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas
machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)
Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu
234 Geomorfologia
O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de
dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais
caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir
24
Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas
desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante
convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da
tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees
geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos
formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100
metros
Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees
sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos
Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu
235 Hidrografia
O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo
Norte (SEI 2012)
25
Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)
Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado
pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de
reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos
superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados
236 Geologia local
A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que
engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos
mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
(Figura 07)
Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu
26
2361 Grupo Ilhas
As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena
expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do
Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em
ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua
maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi
subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe
A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem
selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza
esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a
Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos
arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim
(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute
caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo
Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do
Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem
caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de
petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a
Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a
meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al
1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro
sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e
Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos
e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador
A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de
granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se
como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e
sotopondo-se de forma concordante agrave mesma
2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute
A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos
por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute
27
constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de
Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al
1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros
Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes
O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e
siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo
subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e
apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que
variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de
cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos
de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma
seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com
a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das
caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas
O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a
maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos
agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos
e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato
inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos
apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com
o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-
esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados
(VIANA et al 1971)
O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo
amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL
1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com
estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O
contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares
discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e
holocecircnicos
28
2363 Formaccedilatildeo Marizal
As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte
e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)
A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados
(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos
apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-
avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e
cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos
e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de
maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo
cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de
granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos
ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de
gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos
A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a
um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte
isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)
Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos
municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica
2364 Grupo Barreiras
O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e
marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a
partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)
De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido
em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea
do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura
07)
No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma
antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas
(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia
29
sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado
relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)
A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e
siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo
consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS
BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)
A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos
de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute
caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo
superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos
conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando
tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A
porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas
camadas de siltitos
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em
duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e
aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)
237 Hidrogeologia local
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras
De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito
reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas
subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um
sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da
variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que
abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por
um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por
sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que
30
predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE
1999)
O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais
provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo
Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas
laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de
chuvas
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal
O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de
aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa
predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo
basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em
condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)
Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia
angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da
aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a
sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e
surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo
A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo
vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as
estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras
nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo
O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo
baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas
predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras
que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees
em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em
31
discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar
contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)
O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos
caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE
1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas
de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre
predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo
mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo
nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se
encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras
Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo
duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos
e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local
o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base
ou seja os rios e riachos da regiatildeo
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas
O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas
possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu
(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de
600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia
do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees
facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea
de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a
mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o
armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)
O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado
possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical
profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)
32
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos
A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do
SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi
possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi
possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH
estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do
desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia
aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos
Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros
observados
Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade
mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O
niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu
355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo
surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada
uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana
de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo
TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo
miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)
Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu
apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com
maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana
de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3
respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de
1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21
poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente
a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor
maacuteximo (Tabela 05)
33
Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados
Coluna1 PROF
(m)
NE
(m)
ND
(m)
Vazatildeo TB
(msup3h)
STD
(mgl)
Dureza
(mgl CaCO3)
CE
(microScm)
PH
-
Turbidez
(NTU)
Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93
Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43
Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29
Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214
Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590
Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38
Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01
Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000
Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250
Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
2381 Potenciometria
O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos
referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do
fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga
O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa
(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas
regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais
cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam
como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)
34
Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu
35
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA
A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem
sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem
como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de
energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num
elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como
aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em
6 de maio de 1968
Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as
atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega
principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos
galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os
oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos
animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e
transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as
plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os
dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais
(CONSELHO DA EUROPA 1968)
A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de
aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca
de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das
aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os
aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da
aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no
planeta (HIRATA 2000)
O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua
doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta
aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas
cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao
crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo
descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)
Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos
devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como
36
citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra
encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas
subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em
todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas
em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades
supridas pelo manancial subterracircneordquo
Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra
preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou
as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a
duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na
manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas
subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que
constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud
ABAS 2015)
Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva
ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades
rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)
Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave
aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor
influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de
uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem
melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes
poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e
outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)
De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61
da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que
6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos
profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY
MATOS 2002)
37
32 AQUIacuteFERO
Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo
n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo
hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras
ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)
Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros
quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros
(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)
Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso
fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos
citados (Quadro 01)
Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos
Tipo Principais caracteriacutesticas
Poroso
Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos
inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos
poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo
variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre
acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos
permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua
flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de
pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)
Fissural
Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a
circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao
movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute
relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo
permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui
onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas
a direccedilotildees preferenciais
Caacuterstico
Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua
ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram
da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos
com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
38
Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas
hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo
submetidos
O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado
superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa
permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele
constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas
impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior
que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero
livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil
devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)
39
Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
33 QUALIDADE DA AacuteGUA
A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume
(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das
aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos
aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima
composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da
contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo
a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos
efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os
elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua
classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos
para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)
Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso
ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A
Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle
e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art
5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de
potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/2.jpg)
PEDRO GOES BORGES
ESTUDO HIDROQUIacuteMICO DAS AacuteGUAS SUBTERRAcircNEAS DO MUNICIacutePIO DE
CATU-BAHIA
Monografia apresentada ao Curso de Geologia
da Universidade Federal da Bahia ndash UFBA
como requisito parcial para obtenccedilatildeo do tiacutetulo
de Bacharel em Geologia
Orientador Prof Dr Seacutergio Augusto de
Morais Nascimento
SALVADOR
2015
PEDRO GOES BORGES
ESTUDO HIDROQUIacuteMICO DAS AacuteGUAS SUBTERRAcircNEAS DO MUNICIacutePIO DE
CATU-BAHIA
Monografia apresentada agrave Universidade
Federal da Bahia ndash UFBA como requisito
parcial para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel em
Geologia
Aprovada em ____________
BANCA EXAMINADORA
Prof Dr Seacutergio Augusto de Morais Nascimento (Orientador) __________________________
Universidade Federal da Bahia ndash UFBA
Prof MSc Hailton Mello da Silva ________________________________________________
Universidade Federal da Bahia - UFBA
Prof Dr Cristovaldo Bispo dos Santos_____________________________________________
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia ndash CERBUniversidade da Federal
da Bahia - UFBA
AGRADECIMENTOS
Mais um ciclo se encerrando E para superar todas as dificuldades da graduaccedilatildeo tive
pessoas preciosas caminhando comigo Mas acima de tudo agradeccedilo a Deus por me dar
sauacutede e por ter colocado esta ciecircncia maravilhosa que escolhi estudar e amar no meu
caminho Agradeccedilo aos meus pais por todo o amor e dedicaccedilatildeo para me ensinar os valores do
amor amizade respeito e eacutetica Agrave minha irmatilde Mariana pelo amor e amizade que supera
distacircncias Aos meus avoacutes Manoel e Dinah pelo imenso amor incondicional e pela sabedoria
exemplar que soacute aqueles que vivem intensamente superando as dificuldades podem ensinar
A Desireacutee por seu amor apoio contribuiccedilatildeo para a realizaccedilatildeo deste trabalho aleacutem do
companheirismo compreensatildeo e por sempre acreditar no meu sucesso A meu orientador
Seacutergio pela dedicaccedilatildeo e enorme paciecircncia na orientaccedilatildeo deste TFG Ao professor
Cristovaldo por ter me recebido de boa vontade na CERB para que eu pudesse obter os dados
que tornaram a realizaccedilatildeo desta monografia possiacutevel Ao professor Hailton pelas criacuteticas
construtivas e sugestotildees Aos meus amigos de infacircncia do ISBA especialmente a Bruce
Rodrigo Tales Raul e Ian meus irmatildeos desta vida fundamentais para a minha formaccedilatildeo
pessoal A todos os meus amigos da faculdade que tornaram os dias de aprendizagem mais
prazerosos em especial a Preto e Richard natildeo soacute pela amizade mas pelo incentivo nos
momentos de fraqueza E a todas as pessoas que deram o exemplo de forccedila e garra me
mostrando que a vida eacute uma luta diaacuteria e que este eacute soacute mais um passo agrave frente desta longa
caminhada
RESUMO
O objetivo geral deste trabalho consiste em realizar um estudo qualitativo das aacuteguas
subterracircneas captadas por meio de poccedilos tubulares no municiacutepio de Catu Para avaliar a
qualidade destas aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram cloreto fluoreto ferro soacutedio soacutelidos
totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas
subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama triangular de Piper (1944) Os resultados obtidos
mostraram que as aacuteguas estudadas classificam-se predominantemente cloretadas soacutedicas
dispondo de baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada
para a irrigaccedilatildeo Com relaccedilatildeo a qualidade das aacuteguas para o consumo humano de forma geral
a maioria das aacuteguas analisadas estatildeo de acordo com os limites estabelecidos na legislaccedilatildeo Os
resultados mostraram que do ponto de vista qualitativo as aacuteguas subterracircneas de Catu
possuem boas caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas podendo ser utilizadas para os mais diversos
fins ressalva apenas para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas que de maneira
geral possuem baixa qualidade
Palavras-chave Hidrogeoquiacutemica Aacutegua subterracircnea Catu Qualidade Classificaccedilatildeo
ABSTRACT
The general aim of this study is to conduct a qualitative study of groundwater captured
through tubular wells in the Catu municipality To avaluate the quality of these waters it was
used the Ordinance number 2914 of December 2011 of the Ministry of Health The
parameters used were Chloride fluoride iron sodium total dissolved solids sulfate
turbidity hardness and nitrate To determine the classification of groundwater in the area it
was used the triangular diagram of Piper (1944) The results showed that the waters studied
are classified as predominantly chlorinated sodic having low sodium content and low to
medium risk of salinity and can be used for irrigation Regarding the quality of water for
human consumption in general most of the water samples are in accordance with the limits
set out in the legislation The results showed from the qualitative point of view that the
groundwater of Catu have good physical and chemical characteristics and can be used for
various purposes exception only for the production of beer drinks and fruit juice which
generally have low quality
Keywords Hydrogeochemistry Groundwater Catu municipality Quality Classification
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 ndash Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu-BA16
Figura 02 ndash Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 199020
Figura 03 ndash Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas ndash
BA20
Figura 04 ndash Classes de solo municiacutepio de Catu21
Figura 05 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu23
Figura 06 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu24
Figura 07 ndash Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu25
Figura 08 ndash Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu34
Figura 09 ndash Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade38
Figura 10 ndash Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas39
Figura 11 ndash Concentraccedilatildeo de Cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu43
Figura 12 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu44
Figura 13 ndash Valores de Condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu45
Figura 14 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu45
Figura 15 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)46
Figura 16 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)47
Figura 17 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)48
Figura 18 ndash Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu49
Figura 19 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu50
Figura 20 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)51
Figura 21 ndash Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu52
Figura 22 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu53
Figura 23 ndash Concentraccedilatildeo de Sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu54
Figura 24 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu54
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu55
Figura 26 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu56
Figura 27 ndash Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu57
Figura 28 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu57
Figura 29 ndash Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas60
Figura 30 ndash Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de
Catu62
Figura 31 ndash Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o
USSL64
Figura 32 ndash Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura
(USSL)65
Figura 33 ndash Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestria66
LISTA DE QUADROS
Quadro 01 ndash Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos37
Quadro 02 ndash Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades40
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 ndash Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 201017
Tabela 02 ndash Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 201218
Tabela 03 ndash Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade
econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 201018
Tabela 04 ndash Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia19
Tabela 05 ndash Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados33
Tabela 06 ndash Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson58
Tabela 07 ndash Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)61
Tabela 08 ndash Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu63
Tabela 09 ndash Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory64
Tabela 10 ndash Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo
industrial67
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
BA ndash BAHIA
CERB ndash Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia
CNRH ndash Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos
CONAMA ndash Conselho Nacional do Meio Ambiente
CPRM ndash Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais
FUNCEME ndash Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia e Recursos Hiacutedricos
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano municipal
INMET ndash Instituto Nacional de Meteorologia
PERH ndash Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos
PIB ndash Produto Interno Bruto
SEI ndash Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia
SIAGAS - Sistema de Informaccedilotildees de Aacuteguas Subterracircneas
STD ndash Solidos Totais Dissolvidos
USSL ndash United State Salinity Laboratory
UTM ndash Universal Transversa de Mercator
VMP ndash Valor Maacuteximo Permissiacutevel
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO14
2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO16
21 Localizaccedilatildeo e acesso16
22 Aspectos socioeconocircmicos17
23 Clima e aspectos fisiograacuteficos19
231 Clima19
232 Solos21
233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra22
234 Geomorfologia23
235 Hidrografia24
236 Geologia local25
2361 Grupo Ilhas26
2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo26
2363 Formaccedilatildeo Marizal28
2364 Grupo Barreiras28
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos29
237 Hidrogeologia local29
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras29
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal30
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo30
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas31
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos32
2392 Potenciometria33
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA35
31 Aacutegua subterracircnea35
32 Aquiacutefero37
33 Qualidade da aacutegua39
4 METODOLOGIA40
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas40
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios41
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua41
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees42
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA43
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos43
511 Cloreto43
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)44
513 Ferro Total49
514 Nitrato52
515 Sulfato53
516 Bicarbonato55
517 Fluoreto56
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea58
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica59
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo
da salinidade59
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano62
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo64
534 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para fabricaccedilatildeo de cerveja bebida e suco de
frutas65
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS68
REFEREcircNCIAS
14
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas tem crescido de forma significativa nos uacuteltimos
tempos A exploraccedilatildeo crescente deste recurso eacute explicada por diversos fatores dentre os
quais geralmente apresentam qualidade superior agraves aacuteguas superficiais Vaacuterias cidades
brasileiras abastecem-se de aacutegua subterracircnea de forma exclusiva ou complementar As aacuteguas
subterracircneas distribuem-se nos diferentes aquiacuteferos que satildeo reservatoacuterios responsaacuteveis pelo
armazenamento da maior parte da aacutegua doce - no estado liacutequido da Terra
A exploraccedilatildeo da aacutegua subterracircnea estaacute condicionada a fatores quantitativos (intimamente
ligada agrave condutividade hidraacuteulica e ao coeficiente de armazenamento dos terrenos)
qualitativos (influenciada pela composiccedilatildeo das rochas e condiccedilotildees climaacuteticas e de renovaccedilatildeo
das aacuteguas) e econocircmicos (depende da profundidade do aquiacutefero e das condiccedilotildees de
bombeamento) (LEAL 1999) De acordo com Santos (2000 p 81) ldquoa disponibilidade dos
recursos hiacutedricos subterracircneos para determinados tipos de uso depende fundamentalmente da
qualidade fiacutesico-quiacutemica bioloacutegica e radioloacutegicardquo Neste contexto as anaacutelises de qualidade
das aacuteguas satildeo de suma importacircncia uma vez que concentraccedilotildees anocircmalas de determinados
componentes podem oferecer riscos agrave sauacutede humana inviabilizando a sua utilizaccedilatildeo
A aacuterea escolhida para o desenvolvimento desta pesquisa corresponde ao periacutemetro do
municiacutepio de Catu localizado no Estado da Bahia Este assim como muitos outros municiacutepios
brasileiros utiliza as aacuteguas subterracircneas captadas por meio de poccedilos para abastecer escolas
propriedades rurais hospitais dentre outros estabelecimentos As aacuteguas subterracircneas
distribuem-se nos diferentes sistemas aquiacuteferos presentes no municiacutepio distintos por suas
caracteriacutesticas hidrogeoloacutegicas como por exemplo composiccedilatildeo litoloacutegica e forma de
circulaccedilatildeo da aacutegua as quais se refletem na sua produtividade
O objetivo geral deste trabalho consiste em realizar um estudo qualitativo das aacuteguas
subterracircneas captadas por meio de poccedilos nesse municiacutepio Quanto aos objetivos especiacuteficos
podem-se citar os seguintes
Classificar as aacuteguas subterracircneas da regiatildeo com base nos paracircmetros quiacutemicos (caacutelcio
magneacutesio soacutedio potaacutessio sulfato bicarbonato e cloreto) das amostras
Avaliar a qualidade (potabilidade) das aacuteguas subterracircneas comparando os valores dos
dados fiacutesico-quiacutemicos das mesmas com os valores maacuteximos permissiacuteveis (VMP) de
cada componente definidos pela portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil
2011)
Estabelecer as relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas ndash faacutecies hidroquiacutemicas
15
Classificar as aacuteguas subterracircneas levando em consideraccedilatildeo os iacutendices de salinidade
definidos pela Resoluccedilatildeo Nordm 357 de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA 2005)
Avaliar a qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo para a fabricaccedilatildeo de cerveja bebidas e
suco de frutas
Analisar as relaccedilotildees existentes entre os diversos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das aacuteguas
subterracircneas por meio da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
Estabelecer um sumaacuterio estatiacutestico com os valores analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas
Visando atingir os objetivos foi adotado um procedimento metodoloacutegico dividido em 4
etapas i) levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas ii) coleta anaacutelise e
tratamento de dados secundaacuterios iii) classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da
aacutegua iv) anaacutelises e interpretaccedilotildees As etapas metodoloacutegicas estatildeo detalhadas no quarto
capiacutetulo
Por uacuteltimo segue a apresentaccedilatildeo desta monografia que se encontra dividida em cinco
capiacutetulos O primeiro trata da introduccedilatildeo ora apresentada No segundo capiacutetulo eacute feito uma
caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo nos seus aspectos ambientais histoacuterico e econocircmico O
terceiro capiacutetulo apresenta uma breve discussatildeo conceitual dos termos utilizados nesta
pesquisa a saber aacuteguas subterracircneas aquiacuteferos e qualidade da aacutegua O quarto capiacutetulo refere-
se agrave metodologia adotada com a descriccedilatildeo das atividades e teacutecnicas utilizadas em cada etapa
realizada Os resultados da pesquisa satildeo apresentados analisados e discutidos no capiacutetulo
cinco atendendo aos objetivos expostos neste capiacutetulo introdutoacuterio Por uacuteltimo apresentam-
se as consideraccedilotildees finais da pesquisa
16
2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO
21 LOCALIZACcedilAtildeO E ACESSO
A aacuterea de estudo situa-se na porccedilatildeo Leste do Estado da Bahia e abrange os limites
territoriais do municiacutepio de Catu O municiacutepio possui uma aacuterea de 416216 kmsup2 e uma
populaccedilatildeo total de 51077 habitantes (IBGE 2010) Catu localiza-se entre as coordenadas
geograacuteficas 12deg10rsquo0rdquo e 12deg30rsquo0rdquo de latitude sul e 38deg15rsquo0rdquo e 38deg35rsquo0rdquo de longitude oeste e
limita-se com os municiacutepios de Araccedilaacutes e Pojuca a leste Satildeo Sebastiatildeo do Passeacute ao sul
Teodoro Sampaio e Terra Nova a oeste e Alagoinhas ao norte (Figura 01)
O principal acesso a cidade de Catu que dista 82 Km ao norte da capital baiana eacute
efetuado pelas rodovias federais BR-324 e BR-110 (no Km 354)
Figura 01 - Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu ndash BA
17
22 ASPECTOS SOCIOECONOcircMICOS
O municiacutepio foi criado pela Lei provincial ndeg 1058 de 26 de junho de 1868 com a
denominaccedilatildeo de Santana do Catu com territoacuterio desmembrado da entatildeo denominada Vila de
Satildeo Francisco ocorrendo sua instalaccedilatildeo em 6 de marccedilo de 1877 Em 23 de junho de 1931 o
nome Santana de Catu foi simplificado pelo Decreto estadual nuacutemero 7455 e ratificado pelo
de nuacutemero 7479 em 8 de julho do mesmo ano Em 30 de marccedilo de 1938 foi elevado agrave
categoria de Cidade Desde o Decreto estadual ndeg 11089 de 30 de novembro de 1938 que o
municiacutepio eacute formado por trecircs distritos Catu (sede) Bela Flor e Siacutetio Novo (INSTITUTO DE
URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL 1974)
Catu possui uma populaccedilatildeo de 51077 habitantes destes 42755 residem na zona
urbana e 8322 na zona rural (Tabela 01) A populaccedilatildeo catuense eacute composta por 26261
mulheres e 24816 homens
Tabela 01 - Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2010
Municiacutepio
Populaccedilatildeo Aacuterea
(km2)
Densidade
Demograacutefica
(habkm2) Urbana Rural Homens Mulheres Total
Catu
42755
8322
24816
26261
51077
416216
12272
Fonte IBGE 2010
Nos uacuteltimos dez anos o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de
Catu passou de baixo para meacutedio Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil
em 2000 o municiacutepio apresentava IDHM igual a 0536 Jaacute em 2010 o nuacutemero chegou a
0677 (17ordf posiccedilatildeo no ranking da Bahia) (ATLAS BRASIL 2013)
O Produto Interno Bruto (PIB) municipal eacute de 474888 mil reais (46ordf posiccedilatildeo no
ranking da Bahia) (IBGE 2012) O PIB per capita eacute superior agrave meacutedia do Estado da Bahia
(777507) alcanccedilando 917943 mil reais (IBGE 2012) O setor de serviccedilos eacute responsaacutevel por
pouco mais da metade do total do valor adicionado municipal (56) Jaacute a induacutestria responde
por 41 e a agropecuaacuteria representa 3 (Tabela 02)
18
Tabela 02 - Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2012
ANO
Valor Adicionado
Agropecuaacuteria Induacutestria Serviccedilos
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
2012 12159 3 179628 41 245942 56
Fonte IBGE 2012
Em 2010 o setor de atividade econocircmica extrativa mineral destacou-se como o setor
com o maior nuacutemero de pessoas ocupadas no mercado formal de trabalho (1837) (Tabela 03)
Em segundo lugar estaacute o setor de serviccedilos responsaacutevel por 2393 dos viacutenculos
empregatiacutecios
Tabela 03 - Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade
econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 2010
Setor de atividade Quantidade de pessoas
Extrativa Mineral 1837
Induacutestria de transformaccedilatildeo 537
Serviccedilos induacutestrias de atividade puacuteblica 100
Construccedilatildeo Civil 216
Comeacutercio 1573
Serviccedilos 1796
Administraccedilatildeo Puacuteblica 1388
Agropecuaacuteria extrativa vegetal caccedila pesca 57
Fonte SEI 2012
De acordo com os dados de produccedilatildeo agriacutecola referente ao ano de 2013 publicados
pelo IBGE o principal produto cultivado em Catu eacute a mandioca (quantidade produzida 6000
toneladas) (IBGE 2014) Tambeacutem satildeo produzidos no municiacutepio os seguintes produtos
laranja milho feijatildeo coco-da-baiacutea banana e o amendoim Na pecuaacuteria sobressaem-se os
rebanhos bovinos (20817 cabeccedilas) e tambeacutem a criaccedilatildeo de galinaacuteceos (galinhas galos
frangas frangos e pintos) (77247 cabeccedilas) (IBGE 2014)
19
23 CLIMA E ASPECTOS FISIOGRAacuteFICOS
231 Clima
O clima atuante no municiacutepio tendo como base os dados da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de
Alagoinhas - a mais proacutexima de Catu eacute do tipo Uacutemido a Subuacutemido com iacutendice hiacutedrico de
20 a 0 excedente hiacutedrico entre 50 mm a 300 mm e com chuvas concentradas no periacuteodo
de outono-inverno (SEI 1998) A temperatura meacutedia anual eacute de 239 degC (SEI 2012)
A precipitaccedilatildeo anual (P) no periacuteodo foi de 1233 mmano com excedente hiacutedrico
(EXC) de 152 mmano verificado entre maio e agosto A evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETP)
foi da ordem de 1246 mmano (Tabela 04 e Figura 02) A deficiecircncia de aacutegua no solo eacute maior
no mecircs de janeiro (Figura 03)
Tabela 04 - Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia
Mecircs T
(ordmC)
P
(mm) ETP
ARM
(mm)
ETR
(mm)
DEF
(mm)
EXC
(mm)
Jan 256 62 134 13 75 59 0
Fev 246 74 109 9 78 31 0
Mar 257 118 133 8 119 14 0
Abr 249 152 112 47 112 0 0
Maio 236 175 95 100 95 0 27
Jun 227 143 80 100 80 0 63
Jul 210 117 65 100 65 0 52
Ago 217 82 73 100 73 0 9
Set 226 60 83 80 80 2 0
Out 242 63 109 50 93 17 0
Nov 248 87 118 37 100 18 0
Dez 254 100 135 26 111 24 0
Totais 2868 1233 1246 669 1081 165 152
Meacutedias 239 103 104 56 90 14 13 Nota Meacutedias Climatoloacutegicas de 1961 a 1990 T = Temperatura P = Precipitaccedilatildeo ETP = Evapotranspiraccedilatildeo
Potencial ETR = Evapotranspiraccedilatildeo Real DEF = Deacutefcit EXC = Excedente Hiacutedrico
Fonte EMBRAPA 2015
20
Figura 02 - Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 1990
Fonte EMBRAPA 2015
Figura 03 - Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas -
BA
Fonte EMBRAPA 2015
21
232 Solos
De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-
BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico
Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas
destes satildeo descritos a seguir
Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu
Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais
extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e
dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da
parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo
necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem
22
Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave
ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito
intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com
perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser
distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a
agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo
possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na
porccedilatildeo sul do municiacutepio
Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei
iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um
horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas
proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de
drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena
ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca
233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra
A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu
permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea
destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que
a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos
hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo
O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas
com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas
formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de
Catu (Figura 04)
Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes
supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais
podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas
de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o
municiacutepio (Figura 05)
23
A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das
principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande
parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas
O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de
uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas
machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)
Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu
234 Geomorfologia
O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de
dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais
caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir
24
Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas
desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante
convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da
tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees
geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos
formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100
metros
Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees
sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos
Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu
235 Hidrografia
O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo
Norte (SEI 2012)
25
Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)
Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado
pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de
reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos
superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados
236 Geologia local
A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que
engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos
mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
(Figura 07)
Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu
26
2361 Grupo Ilhas
As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena
expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do
Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em
ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua
maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi
subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe
A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem
selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza
esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a
Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos
arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim
(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute
caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo
Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do
Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem
caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de
petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a
Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a
meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al
1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro
sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e
Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos
e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador
A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de
granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se
como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e
sotopondo-se de forma concordante agrave mesma
2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute
A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos
por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute
27
constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de
Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al
1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros
Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes
O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e
siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo
subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e
apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que
variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de
cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos
de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma
seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com
a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das
caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas
O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a
maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos
agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos
e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato
inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos
apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com
o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-
esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados
(VIANA et al 1971)
O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo
amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL
1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com
estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O
contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares
discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e
holocecircnicos
28
2363 Formaccedilatildeo Marizal
As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte
e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)
A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados
(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos
apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-
avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e
cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos
e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de
maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo
cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de
granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos
ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de
gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos
A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a
um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte
isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)
Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos
municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica
2364 Grupo Barreiras
O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e
marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a
partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)
De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido
em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea
do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura
07)
No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma
antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas
(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia
29
sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado
relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)
A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e
siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo
consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS
BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)
A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos
de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute
caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo
superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos
conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando
tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A
porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas
camadas de siltitos
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em
duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e
aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)
237 Hidrogeologia local
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras
De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito
reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas
subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um
sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da
variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que
abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por
um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por
sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que
30
predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE
1999)
O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais
provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo
Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas
laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de
chuvas
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal
O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de
aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa
predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo
basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em
condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)
Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia
angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da
aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a
sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e
surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo
A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo
vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as
estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras
nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo
O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo
baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas
predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras
que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees
em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em
31
discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar
contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)
O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos
caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE
1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas
de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre
predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo
mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo
nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se
encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras
Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo
duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos
e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local
o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base
ou seja os rios e riachos da regiatildeo
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas
O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas
possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu
(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de
600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia
do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees
facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea
de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a
mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o
armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)
O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado
possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical
profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)
32
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos
A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do
SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi
possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi
possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH
estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do
desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia
aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos
Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros
observados
Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade
mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O
niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu
355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo
surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada
uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana
de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo
TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo
miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)
Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu
apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com
maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana
de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3
respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de
1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21
poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente
a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor
maacuteximo (Tabela 05)
33
Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados
Coluna1 PROF
(m)
NE
(m)
ND
(m)
Vazatildeo TB
(msup3h)
STD
(mgl)
Dureza
(mgl CaCO3)
CE
(microScm)
PH
-
Turbidez
(NTU)
Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93
Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43
Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29
Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214
Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590
Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38
Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01
Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000
Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250
Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
2381 Potenciometria
O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos
referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do
fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga
O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa
(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas
regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais
cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam
como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)
34
Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu
35
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA
A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem
sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem
como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de
energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num
elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como
aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em
6 de maio de 1968
Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as
atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega
principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos
galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os
oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos
animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e
transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as
plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os
dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais
(CONSELHO DA EUROPA 1968)
A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de
aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca
de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das
aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os
aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da
aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no
planeta (HIRATA 2000)
O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua
doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta
aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas
cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao
crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo
descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)
Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos
devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como
36
citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra
encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas
subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em
todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas
em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades
supridas pelo manancial subterracircneordquo
Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra
preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou
as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a
duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na
manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas
subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que
constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud
ABAS 2015)
Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva
ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades
rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)
Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave
aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor
influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de
uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem
melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes
poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e
outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)
De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61
da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que
6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos
profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY
MATOS 2002)
37
32 AQUIacuteFERO
Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo
n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo
hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras
ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)
Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros
quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros
(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)
Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso
fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos
citados (Quadro 01)
Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos
Tipo Principais caracteriacutesticas
Poroso
Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos
inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos
poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo
variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre
acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos
permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua
flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de
pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)
Fissural
Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a
circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao
movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute
relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo
permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui
onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas
a direccedilotildees preferenciais
Caacuterstico
Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua
ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram
da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos
com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
38
Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas
hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo
submetidos
O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado
superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa
permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele
constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas
impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior
que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero
livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil
devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)
39
Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
33 QUALIDADE DA AacuteGUA
A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume
(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das
aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos
aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima
composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da
contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo
a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos
efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os
elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua
classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos
para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)
Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso
ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A
Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle
e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art
5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de
potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/3.jpg)
PEDRO GOES BORGES
ESTUDO HIDROQUIacuteMICO DAS AacuteGUAS SUBTERRAcircNEAS DO MUNICIacutePIO DE
CATU-BAHIA
Monografia apresentada agrave Universidade
Federal da Bahia ndash UFBA como requisito
parcial para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel em
Geologia
Aprovada em ____________
BANCA EXAMINADORA
Prof Dr Seacutergio Augusto de Morais Nascimento (Orientador) __________________________
Universidade Federal da Bahia ndash UFBA
Prof MSc Hailton Mello da Silva ________________________________________________
Universidade Federal da Bahia - UFBA
Prof Dr Cristovaldo Bispo dos Santos_____________________________________________
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia ndash CERBUniversidade da Federal
da Bahia - UFBA
AGRADECIMENTOS
Mais um ciclo se encerrando E para superar todas as dificuldades da graduaccedilatildeo tive
pessoas preciosas caminhando comigo Mas acima de tudo agradeccedilo a Deus por me dar
sauacutede e por ter colocado esta ciecircncia maravilhosa que escolhi estudar e amar no meu
caminho Agradeccedilo aos meus pais por todo o amor e dedicaccedilatildeo para me ensinar os valores do
amor amizade respeito e eacutetica Agrave minha irmatilde Mariana pelo amor e amizade que supera
distacircncias Aos meus avoacutes Manoel e Dinah pelo imenso amor incondicional e pela sabedoria
exemplar que soacute aqueles que vivem intensamente superando as dificuldades podem ensinar
A Desireacutee por seu amor apoio contribuiccedilatildeo para a realizaccedilatildeo deste trabalho aleacutem do
companheirismo compreensatildeo e por sempre acreditar no meu sucesso A meu orientador
Seacutergio pela dedicaccedilatildeo e enorme paciecircncia na orientaccedilatildeo deste TFG Ao professor
Cristovaldo por ter me recebido de boa vontade na CERB para que eu pudesse obter os dados
que tornaram a realizaccedilatildeo desta monografia possiacutevel Ao professor Hailton pelas criacuteticas
construtivas e sugestotildees Aos meus amigos de infacircncia do ISBA especialmente a Bruce
Rodrigo Tales Raul e Ian meus irmatildeos desta vida fundamentais para a minha formaccedilatildeo
pessoal A todos os meus amigos da faculdade que tornaram os dias de aprendizagem mais
prazerosos em especial a Preto e Richard natildeo soacute pela amizade mas pelo incentivo nos
momentos de fraqueza E a todas as pessoas que deram o exemplo de forccedila e garra me
mostrando que a vida eacute uma luta diaacuteria e que este eacute soacute mais um passo agrave frente desta longa
caminhada
RESUMO
O objetivo geral deste trabalho consiste em realizar um estudo qualitativo das aacuteguas
subterracircneas captadas por meio de poccedilos tubulares no municiacutepio de Catu Para avaliar a
qualidade destas aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram cloreto fluoreto ferro soacutedio soacutelidos
totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas
subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama triangular de Piper (1944) Os resultados obtidos
mostraram que as aacuteguas estudadas classificam-se predominantemente cloretadas soacutedicas
dispondo de baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada
para a irrigaccedilatildeo Com relaccedilatildeo a qualidade das aacuteguas para o consumo humano de forma geral
a maioria das aacuteguas analisadas estatildeo de acordo com os limites estabelecidos na legislaccedilatildeo Os
resultados mostraram que do ponto de vista qualitativo as aacuteguas subterracircneas de Catu
possuem boas caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas podendo ser utilizadas para os mais diversos
fins ressalva apenas para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas que de maneira
geral possuem baixa qualidade
Palavras-chave Hidrogeoquiacutemica Aacutegua subterracircnea Catu Qualidade Classificaccedilatildeo
ABSTRACT
The general aim of this study is to conduct a qualitative study of groundwater captured
through tubular wells in the Catu municipality To avaluate the quality of these waters it was
used the Ordinance number 2914 of December 2011 of the Ministry of Health The
parameters used were Chloride fluoride iron sodium total dissolved solids sulfate
turbidity hardness and nitrate To determine the classification of groundwater in the area it
was used the triangular diagram of Piper (1944) The results showed that the waters studied
are classified as predominantly chlorinated sodic having low sodium content and low to
medium risk of salinity and can be used for irrigation Regarding the quality of water for
human consumption in general most of the water samples are in accordance with the limits
set out in the legislation The results showed from the qualitative point of view that the
groundwater of Catu have good physical and chemical characteristics and can be used for
various purposes exception only for the production of beer drinks and fruit juice which
generally have low quality
Keywords Hydrogeochemistry Groundwater Catu municipality Quality Classification
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 ndash Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu-BA16
Figura 02 ndash Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 199020
Figura 03 ndash Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas ndash
BA20
Figura 04 ndash Classes de solo municiacutepio de Catu21
Figura 05 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu23
Figura 06 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu24
Figura 07 ndash Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu25
Figura 08 ndash Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu34
Figura 09 ndash Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade38
Figura 10 ndash Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas39
Figura 11 ndash Concentraccedilatildeo de Cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu43
Figura 12 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu44
Figura 13 ndash Valores de Condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu45
Figura 14 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu45
Figura 15 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)46
Figura 16 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)47
Figura 17 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)48
Figura 18 ndash Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu49
Figura 19 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu50
Figura 20 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)51
Figura 21 ndash Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu52
Figura 22 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu53
Figura 23 ndash Concentraccedilatildeo de Sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu54
Figura 24 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu54
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu55
Figura 26 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu56
Figura 27 ndash Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu57
Figura 28 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu57
Figura 29 ndash Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas60
Figura 30 ndash Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de
Catu62
Figura 31 ndash Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o
USSL64
Figura 32 ndash Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura
(USSL)65
Figura 33 ndash Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestria66
LISTA DE QUADROS
Quadro 01 ndash Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos37
Quadro 02 ndash Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades40
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 ndash Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 201017
Tabela 02 ndash Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 201218
Tabela 03 ndash Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade
econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 201018
Tabela 04 ndash Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia19
Tabela 05 ndash Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados33
Tabela 06 ndash Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson58
Tabela 07 ndash Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)61
Tabela 08 ndash Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu63
Tabela 09 ndash Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory64
Tabela 10 ndash Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo
industrial67
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
BA ndash BAHIA
CERB ndash Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia
CNRH ndash Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos
CONAMA ndash Conselho Nacional do Meio Ambiente
CPRM ndash Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais
FUNCEME ndash Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia e Recursos Hiacutedricos
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano municipal
INMET ndash Instituto Nacional de Meteorologia
PERH ndash Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos
PIB ndash Produto Interno Bruto
SEI ndash Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia
SIAGAS - Sistema de Informaccedilotildees de Aacuteguas Subterracircneas
STD ndash Solidos Totais Dissolvidos
USSL ndash United State Salinity Laboratory
UTM ndash Universal Transversa de Mercator
VMP ndash Valor Maacuteximo Permissiacutevel
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO14
2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO16
21 Localizaccedilatildeo e acesso16
22 Aspectos socioeconocircmicos17
23 Clima e aspectos fisiograacuteficos19
231 Clima19
232 Solos21
233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra22
234 Geomorfologia23
235 Hidrografia24
236 Geologia local25
2361 Grupo Ilhas26
2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo26
2363 Formaccedilatildeo Marizal28
2364 Grupo Barreiras28
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos29
237 Hidrogeologia local29
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras29
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal30
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo30
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas31
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos32
2392 Potenciometria33
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA35
31 Aacutegua subterracircnea35
32 Aquiacutefero37
33 Qualidade da aacutegua39
4 METODOLOGIA40
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas40
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios41
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua41
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees42
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA43
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos43
511 Cloreto43
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)44
513 Ferro Total49
514 Nitrato52
515 Sulfato53
516 Bicarbonato55
517 Fluoreto56
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea58
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica59
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo
da salinidade59
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano62
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo64
534 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para fabricaccedilatildeo de cerveja bebida e suco de
frutas65
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS68
REFEREcircNCIAS
14
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas tem crescido de forma significativa nos uacuteltimos
tempos A exploraccedilatildeo crescente deste recurso eacute explicada por diversos fatores dentre os
quais geralmente apresentam qualidade superior agraves aacuteguas superficiais Vaacuterias cidades
brasileiras abastecem-se de aacutegua subterracircnea de forma exclusiva ou complementar As aacuteguas
subterracircneas distribuem-se nos diferentes aquiacuteferos que satildeo reservatoacuterios responsaacuteveis pelo
armazenamento da maior parte da aacutegua doce - no estado liacutequido da Terra
A exploraccedilatildeo da aacutegua subterracircnea estaacute condicionada a fatores quantitativos (intimamente
ligada agrave condutividade hidraacuteulica e ao coeficiente de armazenamento dos terrenos)
qualitativos (influenciada pela composiccedilatildeo das rochas e condiccedilotildees climaacuteticas e de renovaccedilatildeo
das aacuteguas) e econocircmicos (depende da profundidade do aquiacutefero e das condiccedilotildees de
bombeamento) (LEAL 1999) De acordo com Santos (2000 p 81) ldquoa disponibilidade dos
recursos hiacutedricos subterracircneos para determinados tipos de uso depende fundamentalmente da
qualidade fiacutesico-quiacutemica bioloacutegica e radioloacutegicardquo Neste contexto as anaacutelises de qualidade
das aacuteguas satildeo de suma importacircncia uma vez que concentraccedilotildees anocircmalas de determinados
componentes podem oferecer riscos agrave sauacutede humana inviabilizando a sua utilizaccedilatildeo
A aacuterea escolhida para o desenvolvimento desta pesquisa corresponde ao periacutemetro do
municiacutepio de Catu localizado no Estado da Bahia Este assim como muitos outros municiacutepios
brasileiros utiliza as aacuteguas subterracircneas captadas por meio de poccedilos para abastecer escolas
propriedades rurais hospitais dentre outros estabelecimentos As aacuteguas subterracircneas
distribuem-se nos diferentes sistemas aquiacuteferos presentes no municiacutepio distintos por suas
caracteriacutesticas hidrogeoloacutegicas como por exemplo composiccedilatildeo litoloacutegica e forma de
circulaccedilatildeo da aacutegua as quais se refletem na sua produtividade
O objetivo geral deste trabalho consiste em realizar um estudo qualitativo das aacuteguas
subterracircneas captadas por meio de poccedilos nesse municiacutepio Quanto aos objetivos especiacuteficos
podem-se citar os seguintes
Classificar as aacuteguas subterracircneas da regiatildeo com base nos paracircmetros quiacutemicos (caacutelcio
magneacutesio soacutedio potaacutessio sulfato bicarbonato e cloreto) das amostras
Avaliar a qualidade (potabilidade) das aacuteguas subterracircneas comparando os valores dos
dados fiacutesico-quiacutemicos das mesmas com os valores maacuteximos permissiacuteveis (VMP) de
cada componente definidos pela portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil
2011)
Estabelecer as relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas ndash faacutecies hidroquiacutemicas
15
Classificar as aacuteguas subterracircneas levando em consideraccedilatildeo os iacutendices de salinidade
definidos pela Resoluccedilatildeo Nordm 357 de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA 2005)
Avaliar a qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo para a fabricaccedilatildeo de cerveja bebidas e
suco de frutas
Analisar as relaccedilotildees existentes entre os diversos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das aacuteguas
subterracircneas por meio da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
Estabelecer um sumaacuterio estatiacutestico com os valores analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas
Visando atingir os objetivos foi adotado um procedimento metodoloacutegico dividido em 4
etapas i) levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas ii) coleta anaacutelise e
tratamento de dados secundaacuterios iii) classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da
aacutegua iv) anaacutelises e interpretaccedilotildees As etapas metodoloacutegicas estatildeo detalhadas no quarto
capiacutetulo
Por uacuteltimo segue a apresentaccedilatildeo desta monografia que se encontra dividida em cinco
capiacutetulos O primeiro trata da introduccedilatildeo ora apresentada No segundo capiacutetulo eacute feito uma
caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo nos seus aspectos ambientais histoacuterico e econocircmico O
terceiro capiacutetulo apresenta uma breve discussatildeo conceitual dos termos utilizados nesta
pesquisa a saber aacuteguas subterracircneas aquiacuteferos e qualidade da aacutegua O quarto capiacutetulo refere-
se agrave metodologia adotada com a descriccedilatildeo das atividades e teacutecnicas utilizadas em cada etapa
realizada Os resultados da pesquisa satildeo apresentados analisados e discutidos no capiacutetulo
cinco atendendo aos objetivos expostos neste capiacutetulo introdutoacuterio Por uacuteltimo apresentam-
se as consideraccedilotildees finais da pesquisa
16
2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO
21 LOCALIZACcedilAtildeO E ACESSO
A aacuterea de estudo situa-se na porccedilatildeo Leste do Estado da Bahia e abrange os limites
territoriais do municiacutepio de Catu O municiacutepio possui uma aacuterea de 416216 kmsup2 e uma
populaccedilatildeo total de 51077 habitantes (IBGE 2010) Catu localiza-se entre as coordenadas
geograacuteficas 12deg10rsquo0rdquo e 12deg30rsquo0rdquo de latitude sul e 38deg15rsquo0rdquo e 38deg35rsquo0rdquo de longitude oeste e
limita-se com os municiacutepios de Araccedilaacutes e Pojuca a leste Satildeo Sebastiatildeo do Passeacute ao sul
Teodoro Sampaio e Terra Nova a oeste e Alagoinhas ao norte (Figura 01)
O principal acesso a cidade de Catu que dista 82 Km ao norte da capital baiana eacute
efetuado pelas rodovias federais BR-324 e BR-110 (no Km 354)
Figura 01 - Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu ndash BA
17
22 ASPECTOS SOCIOECONOcircMICOS
O municiacutepio foi criado pela Lei provincial ndeg 1058 de 26 de junho de 1868 com a
denominaccedilatildeo de Santana do Catu com territoacuterio desmembrado da entatildeo denominada Vila de
Satildeo Francisco ocorrendo sua instalaccedilatildeo em 6 de marccedilo de 1877 Em 23 de junho de 1931 o
nome Santana de Catu foi simplificado pelo Decreto estadual nuacutemero 7455 e ratificado pelo
de nuacutemero 7479 em 8 de julho do mesmo ano Em 30 de marccedilo de 1938 foi elevado agrave
categoria de Cidade Desde o Decreto estadual ndeg 11089 de 30 de novembro de 1938 que o
municiacutepio eacute formado por trecircs distritos Catu (sede) Bela Flor e Siacutetio Novo (INSTITUTO DE
URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL 1974)
Catu possui uma populaccedilatildeo de 51077 habitantes destes 42755 residem na zona
urbana e 8322 na zona rural (Tabela 01) A populaccedilatildeo catuense eacute composta por 26261
mulheres e 24816 homens
Tabela 01 - Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2010
Municiacutepio
Populaccedilatildeo Aacuterea
(km2)
Densidade
Demograacutefica
(habkm2) Urbana Rural Homens Mulheres Total
Catu
42755
8322
24816
26261
51077
416216
12272
Fonte IBGE 2010
Nos uacuteltimos dez anos o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de
Catu passou de baixo para meacutedio Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil
em 2000 o municiacutepio apresentava IDHM igual a 0536 Jaacute em 2010 o nuacutemero chegou a
0677 (17ordf posiccedilatildeo no ranking da Bahia) (ATLAS BRASIL 2013)
O Produto Interno Bruto (PIB) municipal eacute de 474888 mil reais (46ordf posiccedilatildeo no
ranking da Bahia) (IBGE 2012) O PIB per capita eacute superior agrave meacutedia do Estado da Bahia
(777507) alcanccedilando 917943 mil reais (IBGE 2012) O setor de serviccedilos eacute responsaacutevel por
pouco mais da metade do total do valor adicionado municipal (56) Jaacute a induacutestria responde
por 41 e a agropecuaacuteria representa 3 (Tabela 02)
18
Tabela 02 - Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2012
ANO
Valor Adicionado
Agropecuaacuteria Induacutestria Serviccedilos
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
2012 12159 3 179628 41 245942 56
Fonte IBGE 2012
Em 2010 o setor de atividade econocircmica extrativa mineral destacou-se como o setor
com o maior nuacutemero de pessoas ocupadas no mercado formal de trabalho (1837) (Tabela 03)
Em segundo lugar estaacute o setor de serviccedilos responsaacutevel por 2393 dos viacutenculos
empregatiacutecios
Tabela 03 - Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade
econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 2010
Setor de atividade Quantidade de pessoas
Extrativa Mineral 1837
Induacutestria de transformaccedilatildeo 537
Serviccedilos induacutestrias de atividade puacuteblica 100
Construccedilatildeo Civil 216
Comeacutercio 1573
Serviccedilos 1796
Administraccedilatildeo Puacuteblica 1388
Agropecuaacuteria extrativa vegetal caccedila pesca 57
Fonte SEI 2012
De acordo com os dados de produccedilatildeo agriacutecola referente ao ano de 2013 publicados
pelo IBGE o principal produto cultivado em Catu eacute a mandioca (quantidade produzida 6000
toneladas) (IBGE 2014) Tambeacutem satildeo produzidos no municiacutepio os seguintes produtos
laranja milho feijatildeo coco-da-baiacutea banana e o amendoim Na pecuaacuteria sobressaem-se os
rebanhos bovinos (20817 cabeccedilas) e tambeacutem a criaccedilatildeo de galinaacuteceos (galinhas galos
frangas frangos e pintos) (77247 cabeccedilas) (IBGE 2014)
19
23 CLIMA E ASPECTOS FISIOGRAacuteFICOS
231 Clima
O clima atuante no municiacutepio tendo como base os dados da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de
Alagoinhas - a mais proacutexima de Catu eacute do tipo Uacutemido a Subuacutemido com iacutendice hiacutedrico de
20 a 0 excedente hiacutedrico entre 50 mm a 300 mm e com chuvas concentradas no periacuteodo
de outono-inverno (SEI 1998) A temperatura meacutedia anual eacute de 239 degC (SEI 2012)
A precipitaccedilatildeo anual (P) no periacuteodo foi de 1233 mmano com excedente hiacutedrico
(EXC) de 152 mmano verificado entre maio e agosto A evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETP)
foi da ordem de 1246 mmano (Tabela 04 e Figura 02) A deficiecircncia de aacutegua no solo eacute maior
no mecircs de janeiro (Figura 03)
Tabela 04 - Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia
Mecircs T
(ordmC)
P
(mm) ETP
ARM
(mm)
ETR
(mm)
DEF
(mm)
EXC
(mm)
Jan 256 62 134 13 75 59 0
Fev 246 74 109 9 78 31 0
Mar 257 118 133 8 119 14 0
Abr 249 152 112 47 112 0 0
Maio 236 175 95 100 95 0 27
Jun 227 143 80 100 80 0 63
Jul 210 117 65 100 65 0 52
Ago 217 82 73 100 73 0 9
Set 226 60 83 80 80 2 0
Out 242 63 109 50 93 17 0
Nov 248 87 118 37 100 18 0
Dez 254 100 135 26 111 24 0
Totais 2868 1233 1246 669 1081 165 152
Meacutedias 239 103 104 56 90 14 13 Nota Meacutedias Climatoloacutegicas de 1961 a 1990 T = Temperatura P = Precipitaccedilatildeo ETP = Evapotranspiraccedilatildeo
Potencial ETR = Evapotranspiraccedilatildeo Real DEF = Deacutefcit EXC = Excedente Hiacutedrico
Fonte EMBRAPA 2015
20
Figura 02 - Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 1990
Fonte EMBRAPA 2015
Figura 03 - Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas -
BA
Fonte EMBRAPA 2015
21
232 Solos
De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-
BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico
Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas
destes satildeo descritos a seguir
Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu
Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais
extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e
dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da
parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo
necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem
22
Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave
ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito
intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com
perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser
distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a
agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo
possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na
porccedilatildeo sul do municiacutepio
Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei
iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um
horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas
proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de
drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena
ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca
233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra
A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu
permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea
destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que
a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos
hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo
O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas
com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas
formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de
Catu (Figura 04)
Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes
supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais
podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas
de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o
municiacutepio (Figura 05)
23
A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das
principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande
parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas
O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de
uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas
machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)
Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu
234 Geomorfologia
O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de
dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais
caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir
24
Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas
desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante
convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da
tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees
geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos
formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100
metros
Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees
sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos
Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu
235 Hidrografia
O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo
Norte (SEI 2012)
25
Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)
Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado
pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de
reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos
superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados
236 Geologia local
A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que
engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos
mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
(Figura 07)
Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu
26
2361 Grupo Ilhas
As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena
expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do
Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em
ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua
maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi
subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe
A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem
selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza
esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a
Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos
arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim
(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute
caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo
Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do
Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem
caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de
petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a
Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a
meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al
1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro
sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e
Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos
e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador
A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de
granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se
como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e
sotopondo-se de forma concordante agrave mesma
2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute
A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos
por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute
27
constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de
Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al
1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros
Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes
O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e
siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo
subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e
apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que
variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de
cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos
de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma
seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com
a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das
caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas
O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a
maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos
agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos
e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato
inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos
apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com
o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-
esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados
(VIANA et al 1971)
O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo
amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL
1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com
estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O
contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares
discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e
holocecircnicos
28
2363 Formaccedilatildeo Marizal
As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte
e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)
A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados
(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos
apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-
avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e
cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos
e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de
maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo
cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de
granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos
ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de
gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos
A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a
um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte
isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)
Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos
municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica
2364 Grupo Barreiras
O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e
marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a
partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)
De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido
em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea
do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura
07)
No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma
antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas
(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia
29
sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado
relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)
A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e
siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo
consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS
BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)
A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos
de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute
caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo
superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos
conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando
tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A
porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas
camadas de siltitos
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em
duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e
aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)
237 Hidrogeologia local
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras
De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito
reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas
subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um
sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da
variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que
abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por
um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por
sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que
30
predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE
1999)
O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais
provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo
Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas
laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de
chuvas
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal
O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de
aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa
predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo
basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em
condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)
Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia
angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da
aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a
sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e
surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo
A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo
vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as
estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras
nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo
O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo
baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas
predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras
que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees
em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em
31
discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar
contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)
O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos
caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE
1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas
de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre
predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo
mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo
nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se
encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras
Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo
duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos
e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local
o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base
ou seja os rios e riachos da regiatildeo
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas
O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas
possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu
(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de
600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia
do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees
facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea
de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a
mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o
armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)
O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado
possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical
profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)
32
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos
A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do
SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi
possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi
possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH
estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do
desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia
aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos
Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros
observados
Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade
mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O
niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu
355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo
surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada
uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana
de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo
TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo
miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)
Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu
apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com
maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana
de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3
respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de
1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21
poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente
a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor
maacuteximo (Tabela 05)
33
Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados
Coluna1 PROF
(m)
NE
(m)
ND
(m)
Vazatildeo TB
(msup3h)
STD
(mgl)
Dureza
(mgl CaCO3)
CE
(microScm)
PH
-
Turbidez
(NTU)
Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93
Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43
Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29
Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214
Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590
Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38
Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01
Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000
Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250
Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
2381 Potenciometria
O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos
referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do
fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga
O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa
(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas
regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais
cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam
como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)
34
Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu
35
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA
A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem
sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem
como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de
energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num
elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como
aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em
6 de maio de 1968
Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as
atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega
principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos
galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os
oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos
animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e
transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as
plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os
dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais
(CONSELHO DA EUROPA 1968)
A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de
aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca
de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das
aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os
aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da
aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no
planeta (HIRATA 2000)
O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua
doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta
aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas
cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao
crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo
descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)
Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos
devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como
36
citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra
encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas
subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em
todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas
em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades
supridas pelo manancial subterracircneordquo
Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra
preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou
as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a
duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na
manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas
subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que
constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud
ABAS 2015)
Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva
ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades
rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)
Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave
aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor
influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de
uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem
melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes
poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e
outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)
De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61
da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que
6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos
profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY
MATOS 2002)
37
32 AQUIacuteFERO
Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo
n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo
hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras
ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)
Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros
quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros
(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)
Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso
fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos
citados (Quadro 01)
Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos
Tipo Principais caracteriacutesticas
Poroso
Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos
inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos
poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo
variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre
acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos
permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua
flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de
pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)
Fissural
Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a
circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao
movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute
relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo
permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui
onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas
a direccedilotildees preferenciais
Caacuterstico
Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua
ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram
da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos
com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
38
Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas
hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo
submetidos
O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado
superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa
permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele
constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas
impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior
que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero
livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil
devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)
39
Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
33 QUALIDADE DA AacuteGUA
A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume
(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das
aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos
aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima
composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da
contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo
a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos
efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os
elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua
classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos
para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)
Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso
ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A
Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle
e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art
5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de
potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/4.jpg)
AGRADECIMENTOS
Mais um ciclo se encerrando E para superar todas as dificuldades da graduaccedilatildeo tive
pessoas preciosas caminhando comigo Mas acima de tudo agradeccedilo a Deus por me dar
sauacutede e por ter colocado esta ciecircncia maravilhosa que escolhi estudar e amar no meu
caminho Agradeccedilo aos meus pais por todo o amor e dedicaccedilatildeo para me ensinar os valores do
amor amizade respeito e eacutetica Agrave minha irmatilde Mariana pelo amor e amizade que supera
distacircncias Aos meus avoacutes Manoel e Dinah pelo imenso amor incondicional e pela sabedoria
exemplar que soacute aqueles que vivem intensamente superando as dificuldades podem ensinar
A Desireacutee por seu amor apoio contribuiccedilatildeo para a realizaccedilatildeo deste trabalho aleacutem do
companheirismo compreensatildeo e por sempre acreditar no meu sucesso A meu orientador
Seacutergio pela dedicaccedilatildeo e enorme paciecircncia na orientaccedilatildeo deste TFG Ao professor
Cristovaldo por ter me recebido de boa vontade na CERB para que eu pudesse obter os dados
que tornaram a realizaccedilatildeo desta monografia possiacutevel Ao professor Hailton pelas criacuteticas
construtivas e sugestotildees Aos meus amigos de infacircncia do ISBA especialmente a Bruce
Rodrigo Tales Raul e Ian meus irmatildeos desta vida fundamentais para a minha formaccedilatildeo
pessoal A todos os meus amigos da faculdade que tornaram os dias de aprendizagem mais
prazerosos em especial a Preto e Richard natildeo soacute pela amizade mas pelo incentivo nos
momentos de fraqueza E a todas as pessoas que deram o exemplo de forccedila e garra me
mostrando que a vida eacute uma luta diaacuteria e que este eacute soacute mais um passo agrave frente desta longa
caminhada
RESUMO
O objetivo geral deste trabalho consiste em realizar um estudo qualitativo das aacuteguas
subterracircneas captadas por meio de poccedilos tubulares no municiacutepio de Catu Para avaliar a
qualidade destas aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram cloreto fluoreto ferro soacutedio soacutelidos
totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas
subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama triangular de Piper (1944) Os resultados obtidos
mostraram que as aacuteguas estudadas classificam-se predominantemente cloretadas soacutedicas
dispondo de baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada
para a irrigaccedilatildeo Com relaccedilatildeo a qualidade das aacuteguas para o consumo humano de forma geral
a maioria das aacuteguas analisadas estatildeo de acordo com os limites estabelecidos na legislaccedilatildeo Os
resultados mostraram que do ponto de vista qualitativo as aacuteguas subterracircneas de Catu
possuem boas caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas podendo ser utilizadas para os mais diversos
fins ressalva apenas para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas que de maneira
geral possuem baixa qualidade
Palavras-chave Hidrogeoquiacutemica Aacutegua subterracircnea Catu Qualidade Classificaccedilatildeo
ABSTRACT
The general aim of this study is to conduct a qualitative study of groundwater captured
through tubular wells in the Catu municipality To avaluate the quality of these waters it was
used the Ordinance number 2914 of December 2011 of the Ministry of Health The
parameters used were Chloride fluoride iron sodium total dissolved solids sulfate
turbidity hardness and nitrate To determine the classification of groundwater in the area it
was used the triangular diagram of Piper (1944) The results showed that the waters studied
are classified as predominantly chlorinated sodic having low sodium content and low to
medium risk of salinity and can be used for irrigation Regarding the quality of water for
human consumption in general most of the water samples are in accordance with the limits
set out in the legislation The results showed from the qualitative point of view that the
groundwater of Catu have good physical and chemical characteristics and can be used for
various purposes exception only for the production of beer drinks and fruit juice which
generally have low quality
Keywords Hydrogeochemistry Groundwater Catu municipality Quality Classification
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 ndash Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu-BA16
Figura 02 ndash Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 199020
Figura 03 ndash Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas ndash
BA20
Figura 04 ndash Classes de solo municiacutepio de Catu21
Figura 05 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu23
Figura 06 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu24
Figura 07 ndash Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu25
Figura 08 ndash Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu34
Figura 09 ndash Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade38
Figura 10 ndash Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas39
Figura 11 ndash Concentraccedilatildeo de Cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu43
Figura 12 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu44
Figura 13 ndash Valores de Condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu45
Figura 14 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu45
Figura 15 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)46
Figura 16 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)47
Figura 17 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)48
Figura 18 ndash Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu49
Figura 19 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu50
Figura 20 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)51
Figura 21 ndash Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu52
Figura 22 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu53
Figura 23 ndash Concentraccedilatildeo de Sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu54
Figura 24 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu54
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu55
Figura 26 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu56
Figura 27 ndash Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu57
Figura 28 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu57
Figura 29 ndash Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas60
Figura 30 ndash Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de
Catu62
Figura 31 ndash Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o
USSL64
Figura 32 ndash Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura
(USSL)65
Figura 33 ndash Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestria66
LISTA DE QUADROS
Quadro 01 ndash Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos37
Quadro 02 ndash Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades40
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 ndash Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 201017
Tabela 02 ndash Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 201218
Tabela 03 ndash Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade
econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 201018
Tabela 04 ndash Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia19
Tabela 05 ndash Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados33
Tabela 06 ndash Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson58
Tabela 07 ndash Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)61
Tabela 08 ndash Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu63
Tabela 09 ndash Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory64
Tabela 10 ndash Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo
industrial67
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
BA ndash BAHIA
CERB ndash Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia
CNRH ndash Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos
CONAMA ndash Conselho Nacional do Meio Ambiente
CPRM ndash Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais
FUNCEME ndash Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia e Recursos Hiacutedricos
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano municipal
INMET ndash Instituto Nacional de Meteorologia
PERH ndash Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos
PIB ndash Produto Interno Bruto
SEI ndash Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia
SIAGAS - Sistema de Informaccedilotildees de Aacuteguas Subterracircneas
STD ndash Solidos Totais Dissolvidos
USSL ndash United State Salinity Laboratory
UTM ndash Universal Transversa de Mercator
VMP ndash Valor Maacuteximo Permissiacutevel
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO14
2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO16
21 Localizaccedilatildeo e acesso16
22 Aspectos socioeconocircmicos17
23 Clima e aspectos fisiograacuteficos19
231 Clima19
232 Solos21
233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra22
234 Geomorfologia23
235 Hidrografia24
236 Geologia local25
2361 Grupo Ilhas26
2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo26
2363 Formaccedilatildeo Marizal28
2364 Grupo Barreiras28
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos29
237 Hidrogeologia local29
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras29
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal30
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo30
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas31
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos32
2392 Potenciometria33
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA35
31 Aacutegua subterracircnea35
32 Aquiacutefero37
33 Qualidade da aacutegua39
4 METODOLOGIA40
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas40
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios41
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua41
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees42
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA43
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos43
511 Cloreto43
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)44
513 Ferro Total49
514 Nitrato52
515 Sulfato53
516 Bicarbonato55
517 Fluoreto56
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea58
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica59
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo
da salinidade59
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano62
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo64
534 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para fabricaccedilatildeo de cerveja bebida e suco de
frutas65
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS68
REFEREcircNCIAS
14
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas tem crescido de forma significativa nos uacuteltimos
tempos A exploraccedilatildeo crescente deste recurso eacute explicada por diversos fatores dentre os
quais geralmente apresentam qualidade superior agraves aacuteguas superficiais Vaacuterias cidades
brasileiras abastecem-se de aacutegua subterracircnea de forma exclusiva ou complementar As aacuteguas
subterracircneas distribuem-se nos diferentes aquiacuteferos que satildeo reservatoacuterios responsaacuteveis pelo
armazenamento da maior parte da aacutegua doce - no estado liacutequido da Terra
A exploraccedilatildeo da aacutegua subterracircnea estaacute condicionada a fatores quantitativos (intimamente
ligada agrave condutividade hidraacuteulica e ao coeficiente de armazenamento dos terrenos)
qualitativos (influenciada pela composiccedilatildeo das rochas e condiccedilotildees climaacuteticas e de renovaccedilatildeo
das aacuteguas) e econocircmicos (depende da profundidade do aquiacutefero e das condiccedilotildees de
bombeamento) (LEAL 1999) De acordo com Santos (2000 p 81) ldquoa disponibilidade dos
recursos hiacutedricos subterracircneos para determinados tipos de uso depende fundamentalmente da
qualidade fiacutesico-quiacutemica bioloacutegica e radioloacutegicardquo Neste contexto as anaacutelises de qualidade
das aacuteguas satildeo de suma importacircncia uma vez que concentraccedilotildees anocircmalas de determinados
componentes podem oferecer riscos agrave sauacutede humana inviabilizando a sua utilizaccedilatildeo
A aacuterea escolhida para o desenvolvimento desta pesquisa corresponde ao periacutemetro do
municiacutepio de Catu localizado no Estado da Bahia Este assim como muitos outros municiacutepios
brasileiros utiliza as aacuteguas subterracircneas captadas por meio de poccedilos para abastecer escolas
propriedades rurais hospitais dentre outros estabelecimentos As aacuteguas subterracircneas
distribuem-se nos diferentes sistemas aquiacuteferos presentes no municiacutepio distintos por suas
caracteriacutesticas hidrogeoloacutegicas como por exemplo composiccedilatildeo litoloacutegica e forma de
circulaccedilatildeo da aacutegua as quais se refletem na sua produtividade
O objetivo geral deste trabalho consiste em realizar um estudo qualitativo das aacuteguas
subterracircneas captadas por meio de poccedilos nesse municiacutepio Quanto aos objetivos especiacuteficos
podem-se citar os seguintes
Classificar as aacuteguas subterracircneas da regiatildeo com base nos paracircmetros quiacutemicos (caacutelcio
magneacutesio soacutedio potaacutessio sulfato bicarbonato e cloreto) das amostras
Avaliar a qualidade (potabilidade) das aacuteguas subterracircneas comparando os valores dos
dados fiacutesico-quiacutemicos das mesmas com os valores maacuteximos permissiacuteveis (VMP) de
cada componente definidos pela portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil
2011)
Estabelecer as relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas ndash faacutecies hidroquiacutemicas
15
Classificar as aacuteguas subterracircneas levando em consideraccedilatildeo os iacutendices de salinidade
definidos pela Resoluccedilatildeo Nordm 357 de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA 2005)
Avaliar a qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo para a fabricaccedilatildeo de cerveja bebidas e
suco de frutas
Analisar as relaccedilotildees existentes entre os diversos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das aacuteguas
subterracircneas por meio da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
Estabelecer um sumaacuterio estatiacutestico com os valores analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas
Visando atingir os objetivos foi adotado um procedimento metodoloacutegico dividido em 4
etapas i) levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas ii) coleta anaacutelise e
tratamento de dados secundaacuterios iii) classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da
aacutegua iv) anaacutelises e interpretaccedilotildees As etapas metodoloacutegicas estatildeo detalhadas no quarto
capiacutetulo
Por uacuteltimo segue a apresentaccedilatildeo desta monografia que se encontra dividida em cinco
capiacutetulos O primeiro trata da introduccedilatildeo ora apresentada No segundo capiacutetulo eacute feito uma
caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo nos seus aspectos ambientais histoacuterico e econocircmico O
terceiro capiacutetulo apresenta uma breve discussatildeo conceitual dos termos utilizados nesta
pesquisa a saber aacuteguas subterracircneas aquiacuteferos e qualidade da aacutegua O quarto capiacutetulo refere-
se agrave metodologia adotada com a descriccedilatildeo das atividades e teacutecnicas utilizadas em cada etapa
realizada Os resultados da pesquisa satildeo apresentados analisados e discutidos no capiacutetulo
cinco atendendo aos objetivos expostos neste capiacutetulo introdutoacuterio Por uacuteltimo apresentam-
se as consideraccedilotildees finais da pesquisa
16
2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO
21 LOCALIZACcedilAtildeO E ACESSO
A aacuterea de estudo situa-se na porccedilatildeo Leste do Estado da Bahia e abrange os limites
territoriais do municiacutepio de Catu O municiacutepio possui uma aacuterea de 416216 kmsup2 e uma
populaccedilatildeo total de 51077 habitantes (IBGE 2010) Catu localiza-se entre as coordenadas
geograacuteficas 12deg10rsquo0rdquo e 12deg30rsquo0rdquo de latitude sul e 38deg15rsquo0rdquo e 38deg35rsquo0rdquo de longitude oeste e
limita-se com os municiacutepios de Araccedilaacutes e Pojuca a leste Satildeo Sebastiatildeo do Passeacute ao sul
Teodoro Sampaio e Terra Nova a oeste e Alagoinhas ao norte (Figura 01)
O principal acesso a cidade de Catu que dista 82 Km ao norte da capital baiana eacute
efetuado pelas rodovias federais BR-324 e BR-110 (no Km 354)
Figura 01 - Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu ndash BA
17
22 ASPECTOS SOCIOECONOcircMICOS
O municiacutepio foi criado pela Lei provincial ndeg 1058 de 26 de junho de 1868 com a
denominaccedilatildeo de Santana do Catu com territoacuterio desmembrado da entatildeo denominada Vila de
Satildeo Francisco ocorrendo sua instalaccedilatildeo em 6 de marccedilo de 1877 Em 23 de junho de 1931 o
nome Santana de Catu foi simplificado pelo Decreto estadual nuacutemero 7455 e ratificado pelo
de nuacutemero 7479 em 8 de julho do mesmo ano Em 30 de marccedilo de 1938 foi elevado agrave
categoria de Cidade Desde o Decreto estadual ndeg 11089 de 30 de novembro de 1938 que o
municiacutepio eacute formado por trecircs distritos Catu (sede) Bela Flor e Siacutetio Novo (INSTITUTO DE
URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL 1974)
Catu possui uma populaccedilatildeo de 51077 habitantes destes 42755 residem na zona
urbana e 8322 na zona rural (Tabela 01) A populaccedilatildeo catuense eacute composta por 26261
mulheres e 24816 homens
Tabela 01 - Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2010
Municiacutepio
Populaccedilatildeo Aacuterea
(km2)
Densidade
Demograacutefica
(habkm2) Urbana Rural Homens Mulheres Total
Catu
42755
8322
24816
26261
51077
416216
12272
Fonte IBGE 2010
Nos uacuteltimos dez anos o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de
Catu passou de baixo para meacutedio Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil
em 2000 o municiacutepio apresentava IDHM igual a 0536 Jaacute em 2010 o nuacutemero chegou a
0677 (17ordf posiccedilatildeo no ranking da Bahia) (ATLAS BRASIL 2013)
O Produto Interno Bruto (PIB) municipal eacute de 474888 mil reais (46ordf posiccedilatildeo no
ranking da Bahia) (IBGE 2012) O PIB per capita eacute superior agrave meacutedia do Estado da Bahia
(777507) alcanccedilando 917943 mil reais (IBGE 2012) O setor de serviccedilos eacute responsaacutevel por
pouco mais da metade do total do valor adicionado municipal (56) Jaacute a induacutestria responde
por 41 e a agropecuaacuteria representa 3 (Tabela 02)
18
Tabela 02 - Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2012
ANO
Valor Adicionado
Agropecuaacuteria Induacutestria Serviccedilos
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
2012 12159 3 179628 41 245942 56
Fonte IBGE 2012
Em 2010 o setor de atividade econocircmica extrativa mineral destacou-se como o setor
com o maior nuacutemero de pessoas ocupadas no mercado formal de trabalho (1837) (Tabela 03)
Em segundo lugar estaacute o setor de serviccedilos responsaacutevel por 2393 dos viacutenculos
empregatiacutecios
Tabela 03 - Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade
econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 2010
Setor de atividade Quantidade de pessoas
Extrativa Mineral 1837
Induacutestria de transformaccedilatildeo 537
Serviccedilos induacutestrias de atividade puacuteblica 100
Construccedilatildeo Civil 216
Comeacutercio 1573
Serviccedilos 1796
Administraccedilatildeo Puacuteblica 1388
Agropecuaacuteria extrativa vegetal caccedila pesca 57
Fonte SEI 2012
De acordo com os dados de produccedilatildeo agriacutecola referente ao ano de 2013 publicados
pelo IBGE o principal produto cultivado em Catu eacute a mandioca (quantidade produzida 6000
toneladas) (IBGE 2014) Tambeacutem satildeo produzidos no municiacutepio os seguintes produtos
laranja milho feijatildeo coco-da-baiacutea banana e o amendoim Na pecuaacuteria sobressaem-se os
rebanhos bovinos (20817 cabeccedilas) e tambeacutem a criaccedilatildeo de galinaacuteceos (galinhas galos
frangas frangos e pintos) (77247 cabeccedilas) (IBGE 2014)
19
23 CLIMA E ASPECTOS FISIOGRAacuteFICOS
231 Clima
O clima atuante no municiacutepio tendo como base os dados da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de
Alagoinhas - a mais proacutexima de Catu eacute do tipo Uacutemido a Subuacutemido com iacutendice hiacutedrico de
20 a 0 excedente hiacutedrico entre 50 mm a 300 mm e com chuvas concentradas no periacuteodo
de outono-inverno (SEI 1998) A temperatura meacutedia anual eacute de 239 degC (SEI 2012)
A precipitaccedilatildeo anual (P) no periacuteodo foi de 1233 mmano com excedente hiacutedrico
(EXC) de 152 mmano verificado entre maio e agosto A evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETP)
foi da ordem de 1246 mmano (Tabela 04 e Figura 02) A deficiecircncia de aacutegua no solo eacute maior
no mecircs de janeiro (Figura 03)
Tabela 04 - Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia
Mecircs T
(ordmC)
P
(mm) ETP
ARM
(mm)
ETR
(mm)
DEF
(mm)
EXC
(mm)
Jan 256 62 134 13 75 59 0
Fev 246 74 109 9 78 31 0
Mar 257 118 133 8 119 14 0
Abr 249 152 112 47 112 0 0
Maio 236 175 95 100 95 0 27
Jun 227 143 80 100 80 0 63
Jul 210 117 65 100 65 0 52
Ago 217 82 73 100 73 0 9
Set 226 60 83 80 80 2 0
Out 242 63 109 50 93 17 0
Nov 248 87 118 37 100 18 0
Dez 254 100 135 26 111 24 0
Totais 2868 1233 1246 669 1081 165 152
Meacutedias 239 103 104 56 90 14 13 Nota Meacutedias Climatoloacutegicas de 1961 a 1990 T = Temperatura P = Precipitaccedilatildeo ETP = Evapotranspiraccedilatildeo
Potencial ETR = Evapotranspiraccedilatildeo Real DEF = Deacutefcit EXC = Excedente Hiacutedrico
Fonte EMBRAPA 2015
20
Figura 02 - Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 1990
Fonte EMBRAPA 2015
Figura 03 - Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas -
BA
Fonte EMBRAPA 2015
21
232 Solos
De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-
BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico
Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas
destes satildeo descritos a seguir
Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu
Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais
extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e
dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da
parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo
necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem
22
Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave
ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito
intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com
perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser
distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a
agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo
possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na
porccedilatildeo sul do municiacutepio
Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei
iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um
horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas
proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de
drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena
ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca
233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra
A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu
permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea
destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que
a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos
hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo
O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas
com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas
formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de
Catu (Figura 04)
Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes
supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais
podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas
de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o
municiacutepio (Figura 05)
23
A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das
principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande
parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas
O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de
uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas
machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)
Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu
234 Geomorfologia
O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de
dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais
caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir
24
Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas
desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante
convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da
tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees
geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos
formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100
metros
Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees
sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos
Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu
235 Hidrografia
O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo
Norte (SEI 2012)
25
Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)
Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado
pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de
reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos
superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados
236 Geologia local
A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que
engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos
mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
(Figura 07)
Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu
26
2361 Grupo Ilhas
As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena
expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do
Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em
ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua
maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi
subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe
A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem
selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza
esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a
Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos
arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim
(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute
caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo
Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do
Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem
caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de
petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a
Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a
meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al
1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro
sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e
Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos
e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador
A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de
granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se
como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e
sotopondo-se de forma concordante agrave mesma
2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute
A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos
por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute
27
constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de
Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al
1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros
Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes
O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e
siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo
subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e
apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que
variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de
cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos
de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma
seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com
a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das
caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas
O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a
maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos
agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos
e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato
inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos
apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com
o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-
esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados
(VIANA et al 1971)
O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo
amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL
1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com
estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O
contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares
discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e
holocecircnicos
28
2363 Formaccedilatildeo Marizal
As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte
e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)
A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados
(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos
apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-
avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e
cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos
e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de
maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo
cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de
granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos
ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de
gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos
A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a
um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte
isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)
Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos
municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica
2364 Grupo Barreiras
O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e
marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a
partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)
De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido
em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea
do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura
07)
No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma
antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas
(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia
29
sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado
relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)
A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e
siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo
consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS
BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)
A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos
de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute
caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo
superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos
conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando
tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A
porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas
camadas de siltitos
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em
duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e
aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)
237 Hidrogeologia local
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras
De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito
reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas
subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um
sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da
variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que
abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por
um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por
sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que
30
predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE
1999)
O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais
provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo
Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas
laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de
chuvas
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal
O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de
aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa
predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo
basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em
condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)
Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia
angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da
aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a
sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e
surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo
A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo
vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as
estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras
nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo
O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo
baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas
predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras
que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees
em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em
31
discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar
contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)
O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos
caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE
1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas
de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre
predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo
mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo
nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se
encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras
Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo
duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos
e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local
o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base
ou seja os rios e riachos da regiatildeo
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas
O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas
possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu
(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de
600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia
do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees
facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea
de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a
mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o
armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)
O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado
possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical
profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)
32
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos
A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do
SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi
possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi
possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH
estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do
desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia
aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos
Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros
observados
Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade
mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O
niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu
355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo
surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada
uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana
de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo
TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo
miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)
Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu
apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com
maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana
de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3
respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de
1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21
poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente
a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor
maacuteximo (Tabela 05)
33
Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados
Coluna1 PROF
(m)
NE
(m)
ND
(m)
Vazatildeo TB
(msup3h)
STD
(mgl)
Dureza
(mgl CaCO3)
CE
(microScm)
PH
-
Turbidez
(NTU)
Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93
Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43
Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29
Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214
Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590
Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38
Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01
Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000
Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250
Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
2381 Potenciometria
O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos
referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do
fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga
O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa
(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas
regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais
cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam
como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)
34
Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu
35
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA
A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem
sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem
como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de
energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num
elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como
aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em
6 de maio de 1968
Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as
atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega
principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos
galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os
oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos
animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e
transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as
plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os
dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais
(CONSELHO DA EUROPA 1968)
A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de
aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca
de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das
aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os
aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da
aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no
planeta (HIRATA 2000)
O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua
doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta
aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas
cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao
crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo
descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)
Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos
devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como
36
citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra
encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas
subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em
todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas
em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades
supridas pelo manancial subterracircneordquo
Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra
preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou
as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a
duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na
manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas
subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que
constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud
ABAS 2015)
Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva
ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades
rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)
Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave
aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor
influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de
uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem
melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes
poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e
outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)
De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61
da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que
6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos
profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY
MATOS 2002)
37
32 AQUIacuteFERO
Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo
n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo
hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras
ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)
Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros
quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros
(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)
Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso
fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos
citados (Quadro 01)
Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos
Tipo Principais caracteriacutesticas
Poroso
Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos
inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos
poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo
variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre
acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos
permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua
flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de
pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)
Fissural
Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a
circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao
movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute
relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo
permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui
onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas
a direccedilotildees preferenciais
Caacuterstico
Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua
ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram
da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos
com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
38
Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas
hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo
submetidos
O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado
superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa
permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele
constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas
impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior
que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero
livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil
devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)
39
Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
33 QUALIDADE DA AacuteGUA
A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume
(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das
aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos
aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima
composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da
contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo
a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos
efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os
elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua
classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos
para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)
Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso
ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A
Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle
e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art
5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de
potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/5.jpg)
RESUMO
O objetivo geral deste trabalho consiste em realizar um estudo qualitativo das aacuteguas
subterracircneas captadas por meio de poccedilos tubulares no municiacutepio de Catu Para avaliar a
qualidade destas aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram cloreto fluoreto ferro soacutedio soacutelidos
totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas
subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama triangular de Piper (1944) Os resultados obtidos
mostraram que as aacuteguas estudadas classificam-se predominantemente cloretadas soacutedicas
dispondo de baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada
para a irrigaccedilatildeo Com relaccedilatildeo a qualidade das aacuteguas para o consumo humano de forma geral
a maioria das aacuteguas analisadas estatildeo de acordo com os limites estabelecidos na legislaccedilatildeo Os
resultados mostraram que do ponto de vista qualitativo as aacuteguas subterracircneas de Catu
possuem boas caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas podendo ser utilizadas para os mais diversos
fins ressalva apenas para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas que de maneira
geral possuem baixa qualidade
Palavras-chave Hidrogeoquiacutemica Aacutegua subterracircnea Catu Qualidade Classificaccedilatildeo
ABSTRACT
The general aim of this study is to conduct a qualitative study of groundwater captured
through tubular wells in the Catu municipality To avaluate the quality of these waters it was
used the Ordinance number 2914 of December 2011 of the Ministry of Health The
parameters used were Chloride fluoride iron sodium total dissolved solids sulfate
turbidity hardness and nitrate To determine the classification of groundwater in the area it
was used the triangular diagram of Piper (1944) The results showed that the waters studied
are classified as predominantly chlorinated sodic having low sodium content and low to
medium risk of salinity and can be used for irrigation Regarding the quality of water for
human consumption in general most of the water samples are in accordance with the limits
set out in the legislation The results showed from the qualitative point of view that the
groundwater of Catu have good physical and chemical characteristics and can be used for
various purposes exception only for the production of beer drinks and fruit juice which
generally have low quality
Keywords Hydrogeochemistry Groundwater Catu municipality Quality Classification
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 ndash Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu-BA16
Figura 02 ndash Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 199020
Figura 03 ndash Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas ndash
BA20
Figura 04 ndash Classes de solo municiacutepio de Catu21
Figura 05 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu23
Figura 06 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu24
Figura 07 ndash Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu25
Figura 08 ndash Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu34
Figura 09 ndash Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade38
Figura 10 ndash Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas39
Figura 11 ndash Concentraccedilatildeo de Cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu43
Figura 12 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu44
Figura 13 ndash Valores de Condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu45
Figura 14 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu45
Figura 15 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)46
Figura 16 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)47
Figura 17 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)48
Figura 18 ndash Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu49
Figura 19 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu50
Figura 20 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)51
Figura 21 ndash Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu52
Figura 22 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu53
Figura 23 ndash Concentraccedilatildeo de Sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu54
Figura 24 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu54
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu55
Figura 26 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu56
Figura 27 ndash Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu57
Figura 28 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu57
Figura 29 ndash Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas60
Figura 30 ndash Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de
Catu62
Figura 31 ndash Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o
USSL64
Figura 32 ndash Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura
(USSL)65
Figura 33 ndash Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestria66
LISTA DE QUADROS
Quadro 01 ndash Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos37
Quadro 02 ndash Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades40
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 ndash Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 201017
Tabela 02 ndash Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 201218
Tabela 03 ndash Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade
econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 201018
Tabela 04 ndash Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia19
Tabela 05 ndash Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados33
Tabela 06 ndash Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson58
Tabela 07 ndash Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)61
Tabela 08 ndash Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu63
Tabela 09 ndash Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory64
Tabela 10 ndash Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo
industrial67
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
BA ndash BAHIA
CERB ndash Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia
CNRH ndash Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos
CONAMA ndash Conselho Nacional do Meio Ambiente
CPRM ndash Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais
FUNCEME ndash Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia e Recursos Hiacutedricos
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano municipal
INMET ndash Instituto Nacional de Meteorologia
PERH ndash Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos
PIB ndash Produto Interno Bruto
SEI ndash Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia
SIAGAS - Sistema de Informaccedilotildees de Aacuteguas Subterracircneas
STD ndash Solidos Totais Dissolvidos
USSL ndash United State Salinity Laboratory
UTM ndash Universal Transversa de Mercator
VMP ndash Valor Maacuteximo Permissiacutevel
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO14
2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO16
21 Localizaccedilatildeo e acesso16
22 Aspectos socioeconocircmicos17
23 Clima e aspectos fisiograacuteficos19
231 Clima19
232 Solos21
233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra22
234 Geomorfologia23
235 Hidrografia24
236 Geologia local25
2361 Grupo Ilhas26
2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo26
2363 Formaccedilatildeo Marizal28
2364 Grupo Barreiras28
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos29
237 Hidrogeologia local29
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras29
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal30
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo30
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas31
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos32
2392 Potenciometria33
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA35
31 Aacutegua subterracircnea35
32 Aquiacutefero37
33 Qualidade da aacutegua39
4 METODOLOGIA40
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas40
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios41
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua41
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees42
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA43
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos43
511 Cloreto43
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)44
513 Ferro Total49
514 Nitrato52
515 Sulfato53
516 Bicarbonato55
517 Fluoreto56
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea58
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica59
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo
da salinidade59
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano62
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo64
534 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para fabricaccedilatildeo de cerveja bebida e suco de
frutas65
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS68
REFEREcircNCIAS
14
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas tem crescido de forma significativa nos uacuteltimos
tempos A exploraccedilatildeo crescente deste recurso eacute explicada por diversos fatores dentre os
quais geralmente apresentam qualidade superior agraves aacuteguas superficiais Vaacuterias cidades
brasileiras abastecem-se de aacutegua subterracircnea de forma exclusiva ou complementar As aacuteguas
subterracircneas distribuem-se nos diferentes aquiacuteferos que satildeo reservatoacuterios responsaacuteveis pelo
armazenamento da maior parte da aacutegua doce - no estado liacutequido da Terra
A exploraccedilatildeo da aacutegua subterracircnea estaacute condicionada a fatores quantitativos (intimamente
ligada agrave condutividade hidraacuteulica e ao coeficiente de armazenamento dos terrenos)
qualitativos (influenciada pela composiccedilatildeo das rochas e condiccedilotildees climaacuteticas e de renovaccedilatildeo
das aacuteguas) e econocircmicos (depende da profundidade do aquiacutefero e das condiccedilotildees de
bombeamento) (LEAL 1999) De acordo com Santos (2000 p 81) ldquoa disponibilidade dos
recursos hiacutedricos subterracircneos para determinados tipos de uso depende fundamentalmente da
qualidade fiacutesico-quiacutemica bioloacutegica e radioloacutegicardquo Neste contexto as anaacutelises de qualidade
das aacuteguas satildeo de suma importacircncia uma vez que concentraccedilotildees anocircmalas de determinados
componentes podem oferecer riscos agrave sauacutede humana inviabilizando a sua utilizaccedilatildeo
A aacuterea escolhida para o desenvolvimento desta pesquisa corresponde ao periacutemetro do
municiacutepio de Catu localizado no Estado da Bahia Este assim como muitos outros municiacutepios
brasileiros utiliza as aacuteguas subterracircneas captadas por meio de poccedilos para abastecer escolas
propriedades rurais hospitais dentre outros estabelecimentos As aacuteguas subterracircneas
distribuem-se nos diferentes sistemas aquiacuteferos presentes no municiacutepio distintos por suas
caracteriacutesticas hidrogeoloacutegicas como por exemplo composiccedilatildeo litoloacutegica e forma de
circulaccedilatildeo da aacutegua as quais se refletem na sua produtividade
O objetivo geral deste trabalho consiste em realizar um estudo qualitativo das aacuteguas
subterracircneas captadas por meio de poccedilos nesse municiacutepio Quanto aos objetivos especiacuteficos
podem-se citar os seguintes
Classificar as aacuteguas subterracircneas da regiatildeo com base nos paracircmetros quiacutemicos (caacutelcio
magneacutesio soacutedio potaacutessio sulfato bicarbonato e cloreto) das amostras
Avaliar a qualidade (potabilidade) das aacuteguas subterracircneas comparando os valores dos
dados fiacutesico-quiacutemicos das mesmas com os valores maacuteximos permissiacuteveis (VMP) de
cada componente definidos pela portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil
2011)
Estabelecer as relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas ndash faacutecies hidroquiacutemicas
15
Classificar as aacuteguas subterracircneas levando em consideraccedilatildeo os iacutendices de salinidade
definidos pela Resoluccedilatildeo Nordm 357 de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA 2005)
Avaliar a qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo para a fabricaccedilatildeo de cerveja bebidas e
suco de frutas
Analisar as relaccedilotildees existentes entre os diversos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das aacuteguas
subterracircneas por meio da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
Estabelecer um sumaacuterio estatiacutestico com os valores analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas
Visando atingir os objetivos foi adotado um procedimento metodoloacutegico dividido em 4
etapas i) levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas ii) coleta anaacutelise e
tratamento de dados secundaacuterios iii) classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da
aacutegua iv) anaacutelises e interpretaccedilotildees As etapas metodoloacutegicas estatildeo detalhadas no quarto
capiacutetulo
Por uacuteltimo segue a apresentaccedilatildeo desta monografia que se encontra dividida em cinco
capiacutetulos O primeiro trata da introduccedilatildeo ora apresentada No segundo capiacutetulo eacute feito uma
caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo nos seus aspectos ambientais histoacuterico e econocircmico O
terceiro capiacutetulo apresenta uma breve discussatildeo conceitual dos termos utilizados nesta
pesquisa a saber aacuteguas subterracircneas aquiacuteferos e qualidade da aacutegua O quarto capiacutetulo refere-
se agrave metodologia adotada com a descriccedilatildeo das atividades e teacutecnicas utilizadas em cada etapa
realizada Os resultados da pesquisa satildeo apresentados analisados e discutidos no capiacutetulo
cinco atendendo aos objetivos expostos neste capiacutetulo introdutoacuterio Por uacuteltimo apresentam-
se as consideraccedilotildees finais da pesquisa
16
2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO
21 LOCALIZACcedilAtildeO E ACESSO
A aacuterea de estudo situa-se na porccedilatildeo Leste do Estado da Bahia e abrange os limites
territoriais do municiacutepio de Catu O municiacutepio possui uma aacuterea de 416216 kmsup2 e uma
populaccedilatildeo total de 51077 habitantes (IBGE 2010) Catu localiza-se entre as coordenadas
geograacuteficas 12deg10rsquo0rdquo e 12deg30rsquo0rdquo de latitude sul e 38deg15rsquo0rdquo e 38deg35rsquo0rdquo de longitude oeste e
limita-se com os municiacutepios de Araccedilaacutes e Pojuca a leste Satildeo Sebastiatildeo do Passeacute ao sul
Teodoro Sampaio e Terra Nova a oeste e Alagoinhas ao norte (Figura 01)
O principal acesso a cidade de Catu que dista 82 Km ao norte da capital baiana eacute
efetuado pelas rodovias federais BR-324 e BR-110 (no Km 354)
Figura 01 - Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu ndash BA
17
22 ASPECTOS SOCIOECONOcircMICOS
O municiacutepio foi criado pela Lei provincial ndeg 1058 de 26 de junho de 1868 com a
denominaccedilatildeo de Santana do Catu com territoacuterio desmembrado da entatildeo denominada Vila de
Satildeo Francisco ocorrendo sua instalaccedilatildeo em 6 de marccedilo de 1877 Em 23 de junho de 1931 o
nome Santana de Catu foi simplificado pelo Decreto estadual nuacutemero 7455 e ratificado pelo
de nuacutemero 7479 em 8 de julho do mesmo ano Em 30 de marccedilo de 1938 foi elevado agrave
categoria de Cidade Desde o Decreto estadual ndeg 11089 de 30 de novembro de 1938 que o
municiacutepio eacute formado por trecircs distritos Catu (sede) Bela Flor e Siacutetio Novo (INSTITUTO DE
URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL 1974)
Catu possui uma populaccedilatildeo de 51077 habitantes destes 42755 residem na zona
urbana e 8322 na zona rural (Tabela 01) A populaccedilatildeo catuense eacute composta por 26261
mulheres e 24816 homens
Tabela 01 - Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2010
Municiacutepio
Populaccedilatildeo Aacuterea
(km2)
Densidade
Demograacutefica
(habkm2) Urbana Rural Homens Mulheres Total
Catu
42755
8322
24816
26261
51077
416216
12272
Fonte IBGE 2010
Nos uacuteltimos dez anos o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de
Catu passou de baixo para meacutedio Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil
em 2000 o municiacutepio apresentava IDHM igual a 0536 Jaacute em 2010 o nuacutemero chegou a
0677 (17ordf posiccedilatildeo no ranking da Bahia) (ATLAS BRASIL 2013)
O Produto Interno Bruto (PIB) municipal eacute de 474888 mil reais (46ordf posiccedilatildeo no
ranking da Bahia) (IBGE 2012) O PIB per capita eacute superior agrave meacutedia do Estado da Bahia
(777507) alcanccedilando 917943 mil reais (IBGE 2012) O setor de serviccedilos eacute responsaacutevel por
pouco mais da metade do total do valor adicionado municipal (56) Jaacute a induacutestria responde
por 41 e a agropecuaacuteria representa 3 (Tabela 02)
18
Tabela 02 - Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2012
ANO
Valor Adicionado
Agropecuaacuteria Induacutestria Serviccedilos
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
2012 12159 3 179628 41 245942 56
Fonte IBGE 2012
Em 2010 o setor de atividade econocircmica extrativa mineral destacou-se como o setor
com o maior nuacutemero de pessoas ocupadas no mercado formal de trabalho (1837) (Tabela 03)
Em segundo lugar estaacute o setor de serviccedilos responsaacutevel por 2393 dos viacutenculos
empregatiacutecios
Tabela 03 - Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade
econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 2010
Setor de atividade Quantidade de pessoas
Extrativa Mineral 1837
Induacutestria de transformaccedilatildeo 537
Serviccedilos induacutestrias de atividade puacuteblica 100
Construccedilatildeo Civil 216
Comeacutercio 1573
Serviccedilos 1796
Administraccedilatildeo Puacuteblica 1388
Agropecuaacuteria extrativa vegetal caccedila pesca 57
Fonte SEI 2012
De acordo com os dados de produccedilatildeo agriacutecola referente ao ano de 2013 publicados
pelo IBGE o principal produto cultivado em Catu eacute a mandioca (quantidade produzida 6000
toneladas) (IBGE 2014) Tambeacutem satildeo produzidos no municiacutepio os seguintes produtos
laranja milho feijatildeo coco-da-baiacutea banana e o amendoim Na pecuaacuteria sobressaem-se os
rebanhos bovinos (20817 cabeccedilas) e tambeacutem a criaccedilatildeo de galinaacuteceos (galinhas galos
frangas frangos e pintos) (77247 cabeccedilas) (IBGE 2014)
19
23 CLIMA E ASPECTOS FISIOGRAacuteFICOS
231 Clima
O clima atuante no municiacutepio tendo como base os dados da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de
Alagoinhas - a mais proacutexima de Catu eacute do tipo Uacutemido a Subuacutemido com iacutendice hiacutedrico de
20 a 0 excedente hiacutedrico entre 50 mm a 300 mm e com chuvas concentradas no periacuteodo
de outono-inverno (SEI 1998) A temperatura meacutedia anual eacute de 239 degC (SEI 2012)
A precipitaccedilatildeo anual (P) no periacuteodo foi de 1233 mmano com excedente hiacutedrico
(EXC) de 152 mmano verificado entre maio e agosto A evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETP)
foi da ordem de 1246 mmano (Tabela 04 e Figura 02) A deficiecircncia de aacutegua no solo eacute maior
no mecircs de janeiro (Figura 03)
Tabela 04 - Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia
Mecircs T
(ordmC)
P
(mm) ETP
ARM
(mm)
ETR
(mm)
DEF
(mm)
EXC
(mm)
Jan 256 62 134 13 75 59 0
Fev 246 74 109 9 78 31 0
Mar 257 118 133 8 119 14 0
Abr 249 152 112 47 112 0 0
Maio 236 175 95 100 95 0 27
Jun 227 143 80 100 80 0 63
Jul 210 117 65 100 65 0 52
Ago 217 82 73 100 73 0 9
Set 226 60 83 80 80 2 0
Out 242 63 109 50 93 17 0
Nov 248 87 118 37 100 18 0
Dez 254 100 135 26 111 24 0
Totais 2868 1233 1246 669 1081 165 152
Meacutedias 239 103 104 56 90 14 13 Nota Meacutedias Climatoloacutegicas de 1961 a 1990 T = Temperatura P = Precipitaccedilatildeo ETP = Evapotranspiraccedilatildeo
Potencial ETR = Evapotranspiraccedilatildeo Real DEF = Deacutefcit EXC = Excedente Hiacutedrico
Fonte EMBRAPA 2015
20
Figura 02 - Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 1990
Fonte EMBRAPA 2015
Figura 03 - Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas -
BA
Fonte EMBRAPA 2015
21
232 Solos
De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-
BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico
Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas
destes satildeo descritos a seguir
Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu
Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais
extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e
dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da
parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo
necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem
22
Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave
ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito
intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com
perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser
distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a
agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo
possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na
porccedilatildeo sul do municiacutepio
Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei
iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um
horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas
proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de
drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena
ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca
233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra
A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu
permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea
destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que
a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos
hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo
O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas
com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas
formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de
Catu (Figura 04)
Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes
supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais
podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas
de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o
municiacutepio (Figura 05)
23
A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das
principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande
parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas
O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de
uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas
machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)
Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu
234 Geomorfologia
O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de
dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais
caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir
24
Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas
desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante
convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da
tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees
geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos
formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100
metros
Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees
sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos
Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu
235 Hidrografia
O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo
Norte (SEI 2012)
25
Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)
Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado
pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de
reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos
superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados
236 Geologia local
A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que
engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos
mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
(Figura 07)
Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu
26
2361 Grupo Ilhas
As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena
expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do
Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em
ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua
maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi
subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe
A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem
selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza
esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a
Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos
arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim
(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute
caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo
Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do
Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem
caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de
petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a
Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a
meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al
1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro
sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e
Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos
e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador
A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de
granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se
como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e
sotopondo-se de forma concordante agrave mesma
2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute
A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos
por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute
27
constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de
Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al
1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros
Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes
O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e
siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo
subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e
apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que
variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de
cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos
de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma
seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com
a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das
caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas
O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a
maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos
agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos
e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato
inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos
apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com
o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-
esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados
(VIANA et al 1971)
O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo
amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL
1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com
estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O
contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares
discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e
holocecircnicos
28
2363 Formaccedilatildeo Marizal
As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte
e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)
A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados
(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos
apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-
avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e
cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos
e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de
maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo
cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de
granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos
ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de
gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos
A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a
um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte
isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)
Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos
municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica
2364 Grupo Barreiras
O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e
marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a
partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)
De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido
em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea
do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura
07)
No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma
antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas
(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia
29
sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado
relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)
A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e
siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo
consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS
BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)
A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos
de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute
caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo
superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos
conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando
tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A
porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas
camadas de siltitos
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em
duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e
aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)
237 Hidrogeologia local
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras
De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito
reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas
subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um
sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da
variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que
abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por
um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por
sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que
30
predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE
1999)
O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais
provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo
Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas
laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de
chuvas
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal
O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de
aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa
predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo
basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em
condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)
Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia
angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da
aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a
sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e
surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo
A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo
vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as
estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras
nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo
O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo
baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas
predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras
que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees
em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em
31
discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar
contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)
O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos
caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE
1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas
de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre
predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo
mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo
nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se
encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras
Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo
duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos
e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local
o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base
ou seja os rios e riachos da regiatildeo
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas
O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas
possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu
(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de
600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia
do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees
facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea
de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a
mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o
armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)
O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado
possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical
profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)
32
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos
A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do
SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi
possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi
possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH
estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do
desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia
aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos
Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros
observados
Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade
mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O
niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu
355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo
surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada
uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana
de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo
TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo
miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)
Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu
apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com
maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana
de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3
respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de
1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21
poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente
a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor
maacuteximo (Tabela 05)
33
Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados
Coluna1 PROF
(m)
NE
(m)
ND
(m)
Vazatildeo TB
(msup3h)
STD
(mgl)
Dureza
(mgl CaCO3)
CE
(microScm)
PH
-
Turbidez
(NTU)
Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93
Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43
Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29
Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214
Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590
Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38
Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01
Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000
Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250
Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
2381 Potenciometria
O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos
referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do
fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga
O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa
(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas
regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais
cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam
como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)
34
Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu
35
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA
A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem
sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem
como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de
energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num
elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como
aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em
6 de maio de 1968
Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as
atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega
principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos
galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os
oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos
animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e
transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as
plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os
dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais
(CONSELHO DA EUROPA 1968)
A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de
aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca
de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das
aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os
aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da
aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no
planeta (HIRATA 2000)
O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua
doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta
aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas
cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao
crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo
descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)
Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos
devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como
36
citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra
encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas
subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em
todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas
em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades
supridas pelo manancial subterracircneordquo
Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra
preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou
as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a
duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na
manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas
subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que
constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud
ABAS 2015)
Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva
ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades
rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)
Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave
aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor
influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de
uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem
melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes
poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e
outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)
De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61
da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que
6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos
profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY
MATOS 2002)
37
32 AQUIacuteFERO
Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo
n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo
hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras
ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)
Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros
quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros
(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)
Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso
fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos
citados (Quadro 01)
Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos
Tipo Principais caracteriacutesticas
Poroso
Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos
inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos
poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo
variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre
acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos
permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua
flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de
pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)
Fissural
Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a
circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao
movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute
relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo
permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui
onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas
a direccedilotildees preferenciais
Caacuterstico
Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua
ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram
da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos
com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
38
Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas
hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo
submetidos
O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado
superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa
permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele
constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas
impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior
que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero
livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil
devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)
39
Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
33 QUALIDADE DA AacuteGUA
A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume
(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das
aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos
aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima
composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da
contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo
a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos
efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os
elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua
classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos
para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)
Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso
ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A
Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle
e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art
5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de
potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/6.jpg)
ABSTRACT
The general aim of this study is to conduct a qualitative study of groundwater captured
through tubular wells in the Catu municipality To avaluate the quality of these waters it was
used the Ordinance number 2914 of December 2011 of the Ministry of Health The
parameters used were Chloride fluoride iron sodium total dissolved solids sulfate
turbidity hardness and nitrate To determine the classification of groundwater in the area it
was used the triangular diagram of Piper (1944) The results showed that the waters studied
are classified as predominantly chlorinated sodic having low sodium content and low to
medium risk of salinity and can be used for irrigation Regarding the quality of water for
human consumption in general most of the water samples are in accordance with the limits
set out in the legislation The results showed from the qualitative point of view that the
groundwater of Catu have good physical and chemical characteristics and can be used for
various purposes exception only for the production of beer drinks and fruit juice which
generally have low quality
Keywords Hydrogeochemistry Groundwater Catu municipality Quality Classification
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 ndash Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu-BA16
Figura 02 ndash Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 199020
Figura 03 ndash Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas ndash
BA20
Figura 04 ndash Classes de solo municiacutepio de Catu21
Figura 05 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu23
Figura 06 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu24
Figura 07 ndash Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu25
Figura 08 ndash Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu34
Figura 09 ndash Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade38
Figura 10 ndash Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas39
Figura 11 ndash Concentraccedilatildeo de Cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu43
Figura 12 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu44
Figura 13 ndash Valores de Condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu45
Figura 14 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu45
Figura 15 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)46
Figura 16 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)47
Figura 17 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)48
Figura 18 ndash Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu49
Figura 19 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu50
Figura 20 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)51
Figura 21 ndash Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu52
Figura 22 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu53
Figura 23 ndash Concentraccedilatildeo de Sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu54
Figura 24 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu54
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu55
Figura 26 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu56
Figura 27 ndash Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu57
Figura 28 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu57
Figura 29 ndash Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas60
Figura 30 ndash Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de
Catu62
Figura 31 ndash Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o
USSL64
Figura 32 ndash Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura
(USSL)65
Figura 33 ndash Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestria66
LISTA DE QUADROS
Quadro 01 ndash Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos37
Quadro 02 ndash Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades40
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 ndash Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 201017
Tabela 02 ndash Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 201218
Tabela 03 ndash Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade
econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 201018
Tabela 04 ndash Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia19
Tabela 05 ndash Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados33
Tabela 06 ndash Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson58
Tabela 07 ndash Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)61
Tabela 08 ndash Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu63
Tabela 09 ndash Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory64
Tabela 10 ndash Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo
industrial67
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
BA ndash BAHIA
CERB ndash Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia
CNRH ndash Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos
CONAMA ndash Conselho Nacional do Meio Ambiente
CPRM ndash Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais
FUNCEME ndash Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia e Recursos Hiacutedricos
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano municipal
INMET ndash Instituto Nacional de Meteorologia
PERH ndash Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos
PIB ndash Produto Interno Bruto
SEI ndash Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia
SIAGAS - Sistema de Informaccedilotildees de Aacuteguas Subterracircneas
STD ndash Solidos Totais Dissolvidos
USSL ndash United State Salinity Laboratory
UTM ndash Universal Transversa de Mercator
VMP ndash Valor Maacuteximo Permissiacutevel
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO14
2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO16
21 Localizaccedilatildeo e acesso16
22 Aspectos socioeconocircmicos17
23 Clima e aspectos fisiograacuteficos19
231 Clima19
232 Solos21
233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra22
234 Geomorfologia23
235 Hidrografia24
236 Geologia local25
2361 Grupo Ilhas26
2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo26
2363 Formaccedilatildeo Marizal28
2364 Grupo Barreiras28
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos29
237 Hidrogeologia local29
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras29
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal30
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo30
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas31
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos32
2392 Potenciometria33
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA35
31 Aacutegua subterracircnea35
32 Aquiacutefero37
33 Qualidade da aacutegua39
4 METODOLOGIA40
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas40
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios41
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua41
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees42
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA43
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos43
511 Cloreto43
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)44
513 Ferro Total49
514 Nitrato52
515 Sulfato53
516 Bicarbonato55
517 Fluoreto56
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea58
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica59
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo
da salinidade59
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano62
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo64
534 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para fabricaccedilatildeo de cerveja bebida e suco de
frutas65
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS68
REFEREcircNCIAS
14
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas tem crescido de forma significativa nos uacuteltimos
tempos A exploraccedilatildeo crescente deste recurso eacute explicada por diversos fatores dentre os
quais geralmente apresentam qualidade superior agraves aacuteguas superficiais Vaacuterias cidades
brasileiras abastecem-se de aacutegua subterracircnea de forma exclusiva ou complementar As aacuteguas
subterracircneas distribuem-se nos diferentes aquiacuteferos que satildeo reservatoacuterios responsaacuteveis pelo
armazenamento da maior parte da aacutegua doce - no estado liacutequido da Terra
A exploraccedilatildeo da aacutegua subterracircnea estaacute condicionada a fatores quantitativos (intimamente
ligada agrave condutividade hidraacuteulica e ao coeficiente de armazenamento dos terrenos)
qualitativos (influenciada pela composiccedilatildeo das rochas e condiccedilotildees climaacuteticas e de renovaccedilatildeo
das aacuteguas) e econocircmicos (depende da profundidade do aquiacutefero e das condiccedilotildees de
bombeamento) (LEAL 1999) De acordo com Santos (2000 p 81) ldquoa disponibilidade dos
recursos hiacutedricos subterracircneos para determinados tipos de uso depende fundamentalmente da
qualidade fiacutesico-quiacutemica bioloacutegica e radioloacutegicardquo Neste contexto as anaacutelises de qualidade
das aacuteguas satildeo de suma importacircncia uma vez que concentraccedilotildees anocircmalas de determinados
componentes podem oferecer riscos agrave sauacutede humana inviabilizando a sua utilizaccedilatildeo
A aacuterea escolhida para o desenvolvimento desta pesquisa corresponde ao periacutemetro do
municiacutepio de Catu localizado no Estado da Bahia Este assim como muitos outros municiacutepios
brasileiros utiliza as aacuteguas subterracircneas captadas por meio de poccedilos para abastecer escolas
propriedades rurais hospitais dentre outros estabelecimentos As aacuteguas subterracircneas
distribuem-se nos diferentes sistemas aquiacuteferos presentes no municiacutepio distintos por suas
caracteriacutesticas hidrogeoloacutegicas como por exemplo composiccedilatildeo litoloacutegica e forma de
circulaccedilatildeo da aacutegua as quais se refletem na sua produtividade
O objetivo geral deste trabalho consiste em realizar um estudo qualitativo das aacuteguas
subterracircneas captadas por meio de poccedilos nesse municiacutepio Quanto aos objetivos especiacuteficos
podem-se citar os seguintes
Classificar as aacuteguas subterracircneas da regiatildeo com base nos paracircmetros quiacutemicos (caacutelcio
magneacutesio soacutedio potaacutessio sulfato bicarbonato e cloreto) das amostras
Avaliar a qualidade (potabilidade) das aacuteguas subterracircneas comparando os valores dos
dados fiacutesico-quiacutemicos das mesmas com os valores maacuteximos permissiacuteveis (VMP) de
cada componente definidos pela portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil
2011)
Estabelecer as relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas ndash faacutecies hidroquiacutemicas
15
Classificar as aacuteguas subterracircneas levando em consideraccedilatildeo os iacutendices de salinidade
definidos pela Resoluccedilatildeo Nordm 357 de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA 2005)
Avaliar a qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo para a fabricaccedilatildeo de cerveja bebidas e
suco de frutas
Analisar as relaccedilotildees existentes entre os diversos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das aacuteguas
subterracircneas por meio da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
Estabelecer um sumaacuterio estatiacutestico com os valores analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas
Visando atingir os objetivos foi adotado um procedimento metodoloacutegico dividido em 4
etapas i) levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas ii) coleta anaacutelise e
tratamento de dados secundaacuterios iii) classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da
aacutegua iv) anaacutelises e interpretaccedilotildees As etapas metodoloacutegicas estatildeo detalhadas no quarto
capiacutetulo
Por uacuteltimo segue a apresentaccedilatildeo desta monografia que se encontra dividida em cinco
capiacutetulos O primeiro trata da introduccedilatildeo ora apresentada No segundo capiacutetulo eacute feito uma
caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo nos seus aspectos ambientais histoacuterico e econocircmico O
terceiro capiacutetulo apresenta uma breve discussatildeo conceitual dos termos utilizados nesta
pesquisa a saber aacuteguas subterracircneas aquiacuteferos e qualidade da aacutegua O quarto capiacutetulo refere-
se agrave metodologia adotada com a descriccedilatildeo das atividades e teacutecnicas utilizadas em cada etapa
realizada Os resultados da pesquisa satildeo apresentados analisados e discutidos no capiacutetulo
cinco atendendo aos objetivos expostos neste capiacutetulo introdutoacuterio Por uacuteltimo apresentam-
se as consideraccedilotildees finais da pesquisa
16
2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO
21 LOCALIZACcedilAtildeO E ACESSO
A aacuterea de estudo situa-se na porccedilatildeo Leste do Estado da Bahia e abrange os limites
territoriais do municiacutepio de Catu O municiacutepio possui uma aacuterea de 416216 kmsup2 e uma
populaccedilatildeo total de 51077 habitantes (IBGE 2010) Catu localiza-se entre as coordenadas
geograacuteficas 12deg10rsquo0rdquo e 12deg30rsquo0rdquo de latitude sul e 38deg15rsquo0rdquo e 38deg35rsquo0rdquo de longitude oeste e
limita-se com os municiacutepios de Araccedilaacutes e Pojuca a leste Satildeo Sebastiatildeo do Passeacute ao sul
Teodoro Sampaio e Terra Nova a oeste e Alagoinhas ao norte (Figura 01)
O principal acesso a cidade de Catu que dista 82 Km ao norte da capital baiana eacute
efetuado pelas rodovias federais BR-324 e BR-110 (no Km 354)
Figura 01 - Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu ndash BA
17
22 ASPECTOS SOCIOECONOcircMICOS
O municiacutepio foi criado pela Lei provincial ndeg 1058 de 26 de junho de 1868 com a
denominaccedilatildeo de Santana do Catu com territoacuterio desmembrado da entatildeo denominada Vila de
Satildeo Francisco ocorrendo sua instalaccedilatildeo em 6 de marccedilo de 1877 Em 23 de junho de 1931 o
nome Santana de Catu foi simplificado pelo Decreto estadual nuacutemero 7455 e ratificado pelo
de nuacutemero 7479 em 8 de julho do mesmo ano Em 30 de marccedilo de 1938 foi elevado agrave
categoria de Cidade Desde o Decreto estadual ndeg 11089 de 30 de novembro de 1938 que o
municiacutepio eacute formado por trecircs distritos Catu (sede) Bela Flor e Siacutetio Novo (INSTITUTO DE
URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL 1974)
Catu possui uma populaccedilatildeo de 51077 habitantes destes 42755 residem na zona
urbana e 8322 na zona rural (Tabela 01) A populaccedilatildeo catuense eacute composta por 26261
mulheres e 24816 homens
Tabela 01 - Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2010
Municiacutepio
Populaccedilatildeo Aacuterea
(km2)
Densidade
Demograacutefica
(habkm2) Urbana Rural Homens Mulheres Total
Catu
42755
8322
24816
26261
51077
416216
12272
Fonte IBGE 2010
Nos uacuteltimos dez anos o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de
Catu passou de baixo para meacutedio Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil
em 2000 o municiacutepio apresentava IDHM igual a 0536 Jaacute em 2010 o nuacutemero chegou a
0677 (17ordf posiccedilatildeo no ranking da Bahia) (ATLAS BRASIL 2013)
O Produto Interno Bruto (PIB) municipal eacute de 474888 mil reais (46ordf posiccedilatildeo no
ranking da Bahia) (IBGE 2012) O PIB per capita eacute superior agrave meacutedia do Estado da Bahia
(777507) alcanccedilando 917943 mil reais (IBGE 2012) O setor de serviccedilos eacute responsaacutevel por
pouco mais da metade do total do valor adicionado municipal (56) Jaacute a induacutestria responde
por 41 e a agropecuaacuteria representa 3 (Tabela 02)
18
Tabela 02 - Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2012
ANO
Valor Adicionado
Agropecuaacuteria Induacutestria Serviccedilos
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
2012 12159 3 179628 41 245942 56
Fonte IBGE 2012
Em 2010 o setor de atividade econocircmica extrativa mineral destacou-se como o setor
com o maior nuacutemero de pessoas ocupadas no mercado formal de trabalho (1837) (Tabela 03)
Em segundo lugar estaacute o setor de serviccedilos responsaacutevel por 2393 dos viacutenculos
empregatiacutecios
Tabela 03 - Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade
econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 2010
Setor de atividade Quantidade de pessoas
Extrativa Mineral 1837
Induacutestria de transformaccedilatildeo 537
Serviccedilos induacutestrias de atividade puacuteblica 100
Construccedilatildeo Civil 216
Comeacutercio 1573
Serviccedilos 1796
Administraccedilatildeo Puacuteblica 1388
Agropecuaacuteria extrativa vegetal caccedila pesca 57
Fonte SEI 2012
De acordo com os dados de produccedilatildeo agriacutecola referente ao ano de 2013 publicados
pelo IBGE o principal produto cultivado em Catu eacute a mandioca (quantidade produzida 6000
toneladas) (IBGE 2014) Tambeacutem satildeo produzidos no municiacutepio os seguintes produtos
laranja milho feijatildeo coco-da-baiacutea banana e o amendoim Na pecuaacuteria sobressaem-se os
rebanhos bovinos (20817 cabeccedilas) e tambeacutem a criaccedilatildeo de galinaacuteceos (galinhas galos
frangas frangos e pintos) (77247 cabeccedilas) (IBGE 2014)
19
23 CLIMA E ASPECTOS FISIOGRAacuteFICOS
231 Clima
O clima atuante no municiacutepio tendo como base os dados da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de
Alagoinhas - a mais proacutexima de Catu eacute do tipo Uacutemido a Subuacutemido com iacutendice hiacutedrico de
20 a 0 excedente hiacutedrico entre 50 mm a 300 mm e com chuvas concentradas no periacuteodo
de outono-inverno (SEI 1998) A temperatura meacutedia anual eacute de 239 degC (SEI 2012)
A precipitaccedilatildeo anual (P) no periacuteodo foi de 1233 mmano com excedente hiacutedrico
(EXC) de 152 mmano verificado entre maio e agosto A evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETP)
foi da ordem de 1246 mmano (Tabela 04 e Figura 02) A deficiecircncia de aacutegua no solo eacute maior
no mecircs de janeiro (Figura 03)
Tabela 04 - Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia
Mecircs T
(ordmC)
P
(mm) ETP
ARM
(mm)
ETR
(mm)
DEF
(mm)
EXC
(mm)
Jan 256 62 134 13 75 59 0
Fev 246 74 109 9 78 31 0
Mar 257 118 133 8 119 14 0
Abr 249 152 112 47 112 0 0
Maio 236 175 95 100 95 0 27
Jun 227 143 80 100 80 0 63
Jul 210 117 65 100 65 0 52
Ago 217 82 73 100 73 0 9
Set 226 60 83 80 80 2 0
Out 242 63 109 50 93 17 0
Nov 248 87 118 37 100 18 0
Dez 254 100 135 26 111 24 0
Totais 2868 1233 1246 669 1081 165 152
Meacutedias 239 103 104 56 90 14 13 Nota Meacutedias Climatoloacutegicas de 1961 a 1990 T = Temperatura P = Precipitaccedilatildeo ETP = Evapotranspiraccedilatildeo
Potencial ETR = Evapotranspiraccedilatildeo Real DEF = Deacutefcit EXC = Excedente Hiacutedrico
Fonte EMBRAPA 2015
20
Figura 02 - Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 1990
Fonte EMBRAPA 2015
Figura 03 - Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas -
BA
Fonte EMBRAPA 2015
21
232 Solos
De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-
BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico
Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas
destes satildeo descritos a seguir
Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu
Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais
extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e
dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da
parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo
necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem
22
Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave
ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito
intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com
perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser
distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a
agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo
possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na
porccedilatildeo sul do municiacutepio
Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei
iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um
horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas
proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de
drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena
ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca
233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra
A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu
permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea
destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que
a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos
hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo
O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas
com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas
formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de
Catu (Figura 04)
Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes
supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais
podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas
de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o
municiacutepio (Figura 05)
23
A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das
principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande
parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas
O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de
uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas
machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)
Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu
234 Geomorfologia
O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de
dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais
caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir
24
Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas
desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante
convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da
tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees
geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos
formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100
metros
Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees
sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos
Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu
235 Hidrografia
O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo
Norte (SEI 2012)
25
Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)
Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado
pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de
reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos
superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados
236 Geologia local
A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que
engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos
mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
(Figura 07)
Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu
26
2361 Grupo Ilhas
As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena
expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do
Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em
ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua
maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi
subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe
A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem
selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza
esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a
Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos
arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim
(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute
caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo
Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do
Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem
caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de
petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a
Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a
meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al
1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro
sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e
Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos
e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador
A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de
granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se
como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e
sotopondo-se de forma concordante agrave mesma
2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute
A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos
por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute
27
constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de
Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al
1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros
Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes
O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e
siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo
subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e
apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que
variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de
cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos
de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma
seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com
a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das
caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas
O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a
maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos
agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos
e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato
inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos
apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com
o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-
esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados
(VIANA et al 1971)
O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo
amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL
1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com
estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O
contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares
discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e
holocecircnicos
28
2363 Formaccedilatildeo Marizal
As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte
e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)
A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados
(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos
apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-
avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e
cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos
e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de
maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo
cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de
granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos
ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de
gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos
A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a
um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte
isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)
Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos
municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica
2364 Grupo Barreiras
O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e
marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a
partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)
De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido
em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea
do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura
07)
No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma
antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas
(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia
29
sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado
relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)
A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e
siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo
consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS
BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)
A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos
de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute
caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo
superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos
conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando
tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A
porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas
camadas de siltitos
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em
duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e
aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)
237 Hidrogeologia local
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras
De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito
reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas
subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um
sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da
variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que
abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por
um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por
sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que
30
predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE
1999)
O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais
provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo
Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas
laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de
chuvas
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal
O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de
aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa
predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo
basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em
condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)
Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia
angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da
aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a
sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e
surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo
A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo
vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as
estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras
nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo
O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo
baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas
predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras
que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees
em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em
31
discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar
contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)
O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos
caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE
1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas
de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre
predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo
mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo
nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se
encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras
Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo
duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos
e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local
o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base
ou seja os rios e riachos da regiatildeo
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas
O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas
possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu
(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de
600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia
do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees
facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea
de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a
mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o
armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)
O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado
possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical
profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)
32
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos
A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do
SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi
possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi
possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH
estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do
desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia
aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos
Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros
observados
Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade
mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O
niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu
355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo
surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada
uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana
de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo
TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo
miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)
Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu
apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com
maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana
de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3
respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de
1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21
poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente
a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor
maacuteximo (Tabela 05)
33
Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados
Coluna1 PROF
(m)
NE
(m)
ND
(m)
Vazatildeo TB
(msup3h)
STD
(mgl)
Dureza
(mgl CaCO3)
CE
(microScm)
PH
-
Turbidez
(NTU)
Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93
Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43
Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29
Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214
Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590
Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38
Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01
Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000
Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250
Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
2381 Potenciometria
O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos
referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do
fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga
O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa
(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas
regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais
cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam
como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)
34
Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu
35
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA
A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem
sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem
como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de
energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num
elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como
aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em
6 de maio de 1968
Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as
atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega
principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos
galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os
oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos
animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e
transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as
plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os
dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais
(CONSELHO DA EUROPA 1968)
A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de
aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca
de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das
aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os
aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da
aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no
planeta (HIRATA 2000)
O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua
doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta
aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas
cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao
crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo
descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)
Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos
devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como
36
citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra
encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas
subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em
todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas
em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades
supridas pelo manancial subterracircneordquo
Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra
preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou
as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a
duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na
manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas
subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que
constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud
ABAS 2015)
Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva
ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades
rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)
Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave
aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor
influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de
uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem
melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes
poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e
outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)
De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61
da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que
6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos
profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY
MATOS 2002)
37
32 AQUIacuteFERO
Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo
n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo
hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras
ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)
Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros
quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros
(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)
Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso
fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos
citados (Quadro 01)
Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos
Tipo Principais caracteriacutesticas
Poroso
Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos
inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos
poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo
variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre
acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos
permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua
flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de
pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)
Fissural
Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a
circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao
movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute
relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo
permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui
onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas
a direccedilotildees preferenciais
Caacuterstico
Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua
ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram
da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos
com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
38
Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas
hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo
submetidos
O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado
superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa
permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele
constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas
impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior
que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero
livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil
devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)
39
Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
33 QUALIDADE DA AacuteGUA
A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume
(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das
aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos
aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima
composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da
contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo
a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos
efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os
elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua
classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos
para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)
Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso
ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A
Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle
e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art
5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de
potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/7.jpg)
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 ndash Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu-BA16
Figura 02 ndash Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 199020
Figura 03 ndash Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas ndash
BA20
Figura 04 ndash Classes de solo municiacutepio de Catu21
Figura 05 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu23
Figura 06 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu24
Figura 07 ndash Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu25
Figura 08 ndash Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu34
Figura 09 ndash Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade38
Figura 10 ndash Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas39
Figura 11 ndash Concentraccedilatildeo de Cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu43
Figura 12 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu44
Figura 13 ndash Valores de Condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu45
Figura 14 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu45
Figura 15 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)46
Figura 16 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)47
Figura 17 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)48
Figura 18 ndash Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu49
Figura 19 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu50
Figura 20 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)51
Figura 21 ndash Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu52
Figura 22 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu53
Figura 23 ndash Concentraccedilatildeo de Sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu54
Figura 24 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu54
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu55
Figura 26 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu56
Figura 27 ndash Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu57
Figura 28 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu57
Figura 29 ndash Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas60
Figura 30 ndash Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de
Catu62
Figura 31 ndash Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o
USSL64
Figura 32 ndash Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura
(USSL)65
Figura 33 ndash Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestria66
LISTA DE QUADROS
Quadro 01 ndash Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos37
Quadro 02 ndash Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades40
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 ndash Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 201017
Tabela 02 ndash Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 201218
Tabela 03 ndash Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade
econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 201018
Tabela 04 ndash Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia19
Tabela 05 ndash Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados33
Tabela 06 ndash Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson58
Tabela 07 ndash Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)61
Tabela 08 ndash Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu63
Tabela 09 ndash Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory64
Tabela 10 ndash Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo
industrial67
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
BA ndash BAHIA
CERB ndash Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia
CNRH ndash Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos
CONAMA ndash Conselho Nacional do Meio Ambiente
CPRM ndash Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais
FUNCEME ndash Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia e Recursos Hiacutedricos
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano municipal
INMET ndash Instituto Nacional de Meteorologia
PERH ndash Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos
PIB ndash Produto Interno Bruto
SEI ndash Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia
SIAGAS - Sistema de Informaccedilotildees de Aacuteguas Subterracircneas
STD ndash Solidos Totais Dissolvidos
USSL ndash United State Salinity Laboratory
UTM ndash Universal Transversa de Mercator
VMP ndash Valor Maacuteximo Permissiacutevel
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO14
2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO16
21 Localizaccedilatildeo e acesso16
22 Aspectos socioeconocircmicos17
23 Clima e aspectos fisiograacuteficos19
231 Clima19
232 Solos21
233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra22
234 Geomorfologia23
235 Hidrografia24
236 Geologia local25
2361 Grupo Ilhas26
2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo26
2363 Formaccedilatildeo Marizal28
2364 Grupo Barreiras28
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos29
237 Hidrogeologia local29
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras29
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal30
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo30
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas31
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos32
2392 Potenciometria33
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA35
31 Aacutegua subterracircnea35
32 Aquiacutefero37
33 Qualidade da aacutegua39
4 METODOLOGIA40
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas40
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios41
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua41
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees42
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA43
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos43
511 Cloreto43
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)44
513 Ferro Total49
514 Nitrato52
515 Sulfato53
516 Bicarbonato55
517 Fluoreto56
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea58
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica59
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo
da salinidade59
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano62
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo64
534 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para fabricaccedilatildeo de cerveja bebida e suco de
frutas65
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS68
REFEREcircNCIAS
14
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas tem crescido de forma significativa nos uacuteltimos
tempos A exploraccedilatildeo crescente deste recurso eacute explicada por diversos fatores dentre os
quais geralmente apresentam qualidade superior agraves aacuteguas superficiais Vaacuterias cidades
brasileiras abastecem-se de aacutegua subterracircnea de forma exclusiva ou complementar As aacuteguas
subterracircneas distribuem-se nos diferentes aquiacuteferos que satildeo reservatoacuterios responsaacuteveis pelo
armazenamento da maior parte da aacutegua doce - no estado liacutequido da Terra
A exploraccedilatildeo da aacutegua subterracircnea estaacute condicionada a fatores quantitativos (intimamente
ligada agrave condutividade hidraacuteulica e ao coeficiente de armazenamento dos terrenos)
qualitativos (influenciada pela composiccedilatildeo das rochas e condiccedilotildees climaacuteticas e de renovaccedilatildeo
das aacuteguas) e econocircmicos (depende da profundidade do aquiacutefero e das condiccedilotildees de
bombeamento) (LEAL 1999) De acordo com Santos (2000 p 81) ldquoa disponibilidade dos
recursos hiacutedricos subterracircneos para determinados tipos de uso depende fundamentalmente da
qualidade fiacutesico-quiacutemica bioloacutegica e radioloacutegicardquo Neste contexto as anaacutelises de qualidade
das aacuteguas satildeo de suma importacircncia uma vez que concentraccedilotildees anocircmalas de determinados
componentes podem oferecer riscos agrave sauacutede humana inviabilizando a sua utilizaccedilatildeo
A aacuterea escolhida para o desenvolvimento desta pesquisa corresponde ao periacutemetro do
municiacutepio de Catu localizado no Estado da Bahia Este assim como muitos outros municiacutepios
brasileiros utiliza as aacuteguas subterracircneas captadas por meio de poccedilos para abastecer escolas
propriedades rurais hospitais dentre outros estabelecimentos As aacuteguas subterracircneas
distribuem-se nos diferentes sistemas aquiacuteferos presentes no municiacutepio distintos por suas
caracteriacutesticas hidrogeoloacutegicas como por exemplo composiccedilatildeo litoloacutegica e forma de
circulaccedilatildeo da aacutegua as quais se refletem na sua produtividade
O objetivo geral deste trabalho consiste em realizar um estudo qualitativo das aacuteguas
subterracircneas captadas por meio de poccedilos nesse municiacutepio Quanto aos objetivos especiacuteficos
podem-se citar os seguintes
Classificar as aacuteguas subterracircneas da regiatildeo com base nos paracircmetros quiacutemicos (caacutelcio
magneacutesio soacutedio potaacutessio sulfato bicarbonato e cloreto) das amostras
Avaliar a qualidade (potabilidade) das aacuteguas subterracircneas comparando os valores dos
dados fiacutesico-quiacutemicos das mesmas com os valores maacuteximos permissiacuteveis (VMP) de
cada componente definidos pela portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil
2011)
Estabelecer as relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas ndash faacutecies hidroquiacutemicas
15
Classificar as aacuteguas subterracircneas levando em consideraccedilatildeo os iacutendices de salinidade
definidos pela Resoluccedilatildeo Nordm 357 de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA 2005)
Avaliar a qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo para a fabricaccedilatildeo de cerveja bebidas e
suco de frutas
Analisar as relaccedilotildees existentes entre os diversos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das aacuteguas
subterracircneas por meio da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
Estabelecer um sumaacuterio estatiacutestico com os valores analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas
Visando atingir os objetivos foi adotado um procedimento metodoloacutegico dividido em 4
etapas i) levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas ii) coleta anaacutelise e
tratamento de dados secundaacuterios iii) classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da
aacutegua iv) anaacutelises e interpretaccedilotildees As etapas metodoloacutegicas estatildeo detalhadas no quarto
capiacutetulo
Por uacuteltimo segue a apresentaccedilatildeo desta monografia que se encontra dividida em cinco
capiacutetulos O primeiro trata da introduccedilatildeo ora apresentada No segundo capiacutetulo eacute feito uma
caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo nos seus aspectos ambientais histoacuterico e econocircmico O
terceiro capiacutetulo apresenta uma breve discussatildeo conceitual dos termos utilizados nesta
pesquisa a saber aacuteguas subterracircneas aquiacuteferos e qualidade da aacutegua O quarto capiacutetulo refere-
se agrave metodologia adotada com a descriccedilatildeo das atividades e teacutecnicas utilizadas em cada etapa
realizada Os resultados da pesquisa satildeo apresentados analisados e discutidos no capiacutetulo
cinco atendendo aos objetivos expostos neste capiacutetulo introdutoacuterio Por uacuteltimo apresentam-
se as consideraccedilotildees finais da pesquisa
16
2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO
21 LOCALIZACcedilAtildeO E ACESSO
A aacuterea de estudo situa-se na porccedilatildeo Leste do Estado da Bahia e abrange os limites
territoriais do municiacutepio de Catu O municiacutepio possui uma aacuterea de 416216 kmsup2 e uma
populaccedilatildeo total de 51077 habitantes (IBGE 2010) Catu localiza-se entre as coordenadas
geograacuteficas 12deg10rsquo0rdquo e 12deg30rsquo0rdquo de latitude sul e 38deg15rsquo0rdquo e 38deg35rsquo0rdquo de longitude oeste e
limita-se com os municiacutepios de Araccedilaacutes e Pojuca a leste Satildeo Sebastiatildeo do Passeacute ao sul
Teodoro Sampaio e Terra Nova a oeste e Alagoinhas ao norte (Figura 01)
O principal acesso a cidade de Catu que dista 82 Km ao norte da capital baiana eacute
efetuado pelas rodovias federais BR-324 e BR-110 (no Km 354)
Figura 01 - Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu ndash BA
17
22 ASPECTOS SOCIOECONOcircMICOS
O municiacutepio foi criado pela Lei provincial ndeg 1058 de 26 de junho de 1868 com a
denominaccedilatildeo de Santana do Catu com territoacuterio desmembrado da entatildeo denominada Vila de
Satildeo Francisco ocorrendo sua instalaccedilatildeo em 6 de marccedilo de 1877 Em 23 de junho de 1931 o
nome Santana de Catu foi simplificado pelo Decreto estadual nuacutemero 7455 e ratificado pelo
de nuacutemero 7479 em 8 de julho do mesmo ano Em 30 de marccedilo de 1938 foi elevado agrave
categoria de Cidade Desde o Decreto estadual ndeg 11089 de 30 de novembro de 1938 que o
municiacutepio eacute formado por trecircs distritos Catu (sede) Bela Flor e Siacutetio Novo (INSTITUTO DE
URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL 1974)
Catu possui uma populaccedilatildeo de 51077 habitantes destes 42755 residem na zona
urbana e 8322 na zona rural (Tabela 01) A populaccedilatildeo catuense eacute composta por 26261
mulheres e 24816 homens
Tabela 01 - Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2010
Municiacutepio
Populaccedilatildeo Aacuterea
(km2)
Densidade
Demograacutefica
(habkm2) Urbana Rural Homens Mulheres Total
Catu
42755
8322
24816
26261
51077
416216
12272
Fonte IBGE 2010
Nos uacuteltimos dez anos o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de
Catu passou de baixo para meacutedio Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil
em 2000 o municiacutepio apresentava IDHM igual a 0536 Jaacute em 2010 o nuacutemero chegou a
0677 (17ordf posiccedilatildeo no ranking da Bahia) (ATLAS BRASIL 2013)
O Produto Interno Bruto (PIB) municipal eacute de 474888 mil reais (46ordf posiccedilatildeo no
ranking da Bahia) (IBGE 2012) O PIB per capita eacute superior agrave meacutedia do Estado da Bahia
(777507) alcanccedilando 917943 mil reais (IBGE 2012) O setor de serviccedilos eacute responsaacutevel por
pouco mais da metade do total do valor adicionado municipal (56) Jaacute a induacutestria responde
por 41 e a agropecuaacuteria representa 3 (Tabela 02)
18
Tabela 02 - Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2012
ANO
Valor Adicionado
Agropecuaacuteria Induacutestria Serviccedilos
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
2012 12159 3 179628 41 245942 56
Fonte IBGE 2012
Em 2010 o setor de atividade econocircmica extrativa mineral destacou-se como o setor
com o maior nuacutemero de pessoas ocupadas no mercado formal de trabalho (1837) (Tabela 03)
Em segundo lugar estaacute o setor de serviccedilos responsaacutevel por 2393 dos viacutenculos
empregatiacutecios
Tabela 03 - Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade
econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 2010
Setor de atividade Quantidade de pessoas
Extrativa Mineral 1837
Induacutestria de transformaccedilatildeo 537
Serviccedilos induacutestrias de atividade puacuteblica 100
Construccedilatildeo Civil 216
Comeacutercio 1573
Serviccedilos 1796
Administraccedilatildeo Puacuteblica 1388
Agropecuaacuteria extrativa vegetal caccedila pesca 57
Fonte SEI 2012
De acordo com os dados de produccedilatildeo agriacutecola referente ao ano de 2013 publicados
pelo IBGE o principal produto cultivado em Catu eacute a mandioca (quantidade produzida 6000
toneladas) (IBGE 2014) Tambeacutem satildeo produzidos no municiacutepio os seguintes produtos
laranja milho feijatildeo coco-da-baiacutea banana e o amendoim Na pecuaacuteria sobressaem-se os
rebanhos bovinos (20817 cabeccedilas) e tambeacutem a criaccedilatildeo de galinaacuteceos (galinhas galos
frangas frangos e pintos) (77247 cabeccedilas) (IBGE 2014)
19
23 CLIMA E ASPECTOS FISIOGRAacuteFICOS
231 Clima
O clima atuante no municiacutepio tendo como base os dados da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de
Alagoinhas - a mais proacutexima de Catu eacute do tipo Uacutemido a Subuacutemido com iacutendice hiacutedrico de
20 a 0 excedente hiacutedrico entre 50 mm a 300 mm e com chuvas concentradas no periacuteodo
de outono-inverno (SEI 1998) A temperatura meacutedia anual eacute de 239 degC (SEI 2012)
A precipitaccedilatildeo anual (P) no periacuteodo foi de 1233 mmano com excedente hiacutedrico
(EXC) de 152 mmano verificado entre maio e agosto A evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETP)
foi da ordem de 1246 mmano (Tabela 04 e Figura 02) A deficiecircncia de aacutegua no solo eacute maior
no mecircs de janeiro (Figura 03)
Tabela 04 - Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia
Mecircs T
(ordmC)
P
(mm) ETP
ARM
(mm)
ETR
(mm)
DEF
(mm)
EXC
(mm)
Jan 256 62 134 13 75 59 0
Fev 246 74 109 9 78 31 0
Mar 257 118 133 8 119 14 0
Abr 249 152 112 47 112 0 0
Maio 236 175 95 100 95 0 27
Jun 227 143 80 100 80 0 63
Jul 210 117 65 100 65 0 52
Ago 217 82 73 100 73 0 9
Set 226 60 83 80 80 2 0
Out 242 63 109 50 93 17 0
Nov 248 87 118 37 100 18 0
Dez 254 100 135 26 111 24 0
Totais 2868 1233 1246 669 1081 165 152
Meacutedias 239 103 104 56 90 14 13 Nota Meacutedias Climatoloacutegicas de 1961 a 1990 T = Temperatura P = Precipitaccedilatildeo ETP = Evapotranspiraccedilatildeo
Potencial ETR = Evapotranspiraccedilatildeo Real DEF = Deacutefcit EXC = Excedente Hiacutedrico
Fonte EMBRAPA 2015
20
Figura 02 - Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 1990
Fonte EMBRAPA 2015
Figura 03 - Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas -
BA
Fonte EMBRAPA 2015
21
232 Solos
De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-
BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico
Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas
destes satildeo descritos a seguir
Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu
Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais
extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e
dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da
parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo
necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem
22
Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave
ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito
intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com
perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser
distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a
agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo
possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na
porccedilatildeo sul do municiacutepio
Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei
iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um
horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas
proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de
drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena
ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca
233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra
A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu
permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea
destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que
a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos
hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo
O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas
com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas
formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de
Catu (Figura 04)
Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes
supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais
podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas
de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o
municiacutepio (Figura 05)
23
A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das
principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande
parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas
O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de
uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas
machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)
Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu
234 Geomorfologia
O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de
dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais
caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir
24
Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas
desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante
convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da
tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees
geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos
formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100
metros
Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees
sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos
Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu
235 Hidrografia
O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo
Norte (SEI 2012)
25
Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)
Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado
pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de
reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos
superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados
236 Geologia local
A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que
engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos
mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
(Figura 07)
Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu
26
2361 Grupo Ilhas
As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena
expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do
Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em
ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua
maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi
subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe
A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem
selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza
esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a
Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos
arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim
(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute
caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo
Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do
Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem
caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de
petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a
Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a
meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al
1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro
sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e
Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos
e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador
A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de
granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se
como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e
sotopondo-se de forma concordante agrave mesma
2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute
A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos
por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute
27
constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de
Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al
1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros
Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes
O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e
siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo
subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e
apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que
variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de
cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos
de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma
seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com
a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das
caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas
O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a
maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos
agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos
e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato
inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos
apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com
o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-
esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados
(VIANA et al 1971)
O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo
amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL
1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com
estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O
contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares
discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e
holocecircnicos
28
2363 Formaccedilatildeo Marizal
As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte
e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)
A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados
(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos
apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-
avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e
cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos
e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de
maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo
cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de
granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos
ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de
gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos
A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a
um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte
isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)
Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos
municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica
2364 Grupo Barreiras
O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e
marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a
partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)
De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido
em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea
do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura
07)
No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma
antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas
(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia
29
sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado
relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)
A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e
siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo
consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS
BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)
A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos
de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute
caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo
superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos
conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando
tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A
porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas
camadas de siltitos
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em
duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e
aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)
237 Hidrogeologia local
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras
De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito
reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas
subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um
sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da
variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que
abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por
um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por
sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que
30
predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE
1999)
O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais
provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo
Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas
laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de
chuvas
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal
O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de
aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa
predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo
basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em
condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)
Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia
angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da
aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a
sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e
surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo
A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo
vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as
estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras
nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo
O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo
baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas
predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras
que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees
em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em
31
discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar
contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)
O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos
caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE
1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas
de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre
predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo
mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo
nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se
encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras
Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo
duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos
e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local
o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base
ou seja os rios e riachos da regiatildeo
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas
O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas
possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu
(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de
600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia
do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees
facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea
de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a
mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o
armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)
O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado
possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical
profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)
32
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos
A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do
SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi
possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi
possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH
estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do
desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia
aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos
Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros
observados
Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade
mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O
niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu
355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo
surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada
uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana
de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo
TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo
miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)
Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu
apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com
maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana
de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3
respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de
1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21
poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente
a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor
maacuteximo (Tabela 05)
33
Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados
Coluna1 PROF
(m)
NE
(m)
ND
(m)
Vazatildeo TB
(msup3h)
STD
(mgl)
Dureza
(mgl CaCO3)
CE
(microScm)
PH
-
Turbidez
(NTU)
Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93
Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43
Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29
Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214
Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590
Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38
Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01
Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000
Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250
Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
2381 Potenciometria
O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos
referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do
fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga
O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa
(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas
regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais
cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam
como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)
34
Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu
35
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA
A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem
sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem
como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de
energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num
elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como
aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em
6 de maio de 1968
Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as
atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega
principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos
galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os
oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos
animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e
transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as
plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os
dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais
(CONSELHO DA EUROPA 1968)
A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de
aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca
de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das
aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os
aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da
aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no
planeta (HIRATA 2000)
O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua
doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta
aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas
cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao
crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo
descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)
Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos
devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como
36
citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra
encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas
subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em
todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas
em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades
supridas pelo manancial subterracircneordquo
Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra
preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou
as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a
duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na
manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas
subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que
constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud
ABAS 2015)
Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva
ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades
rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)
Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave
aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor
influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de
uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem
melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes
poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e
outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)
De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61
da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que
6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos
profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY
MATOS 2002)
37
32 AQUIacuteFERO
Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo
n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo
hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras
ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)
Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros
quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros
(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)
Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso
fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos
citados (Quadro 01)
Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos
Tipo Principais caracteriacutesticas
Poroso
Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos
inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos
poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo
variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre
acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos
permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua
flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de
pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)
Fissural
Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a
circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao
movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute
relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo
permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui
onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas
a direccedilotildees preferenciais
Caacuterstico
Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua
ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram
da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos
com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
38
Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas
hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo
submetidos
O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado
superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa
permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele
constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas
impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior
que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero
livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil
devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)
39
Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
33 QUALIDADE DA AacuteGUA
A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume
(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das
aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos
aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima
composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da
contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo
a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos
efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os
elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua
classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos
para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)
Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso
ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A
Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle
e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art
5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de
potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/8.jpg)
Figura 24 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu54
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu55
Figura 26 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu56
Figura 27 ndash Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu57
Figura 28 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu57
Figura 29 ndash Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas60
Figura 30 ndash Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de
Catu62
Figura 31 ndash Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o
USSL64
Figura 32 ndash Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura
(USSL)65
Figura 33 ndash Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestria66
LISTA DE QUADROS
Quadro 01 ndash Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos37
Quadro 02 ndash Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades40
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 ndash Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 201017
Tabela 02 ndash Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 201218
Tabela 03 ndash Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade
econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 201018
Tabela 04 ndash Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia19
Tabela 05 ndash Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados33
Tabela 06 ndash Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson58
Tabela 07 ndash Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)61
Tabela 08 ndash Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu63
Tabela 09 ndash Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory64
Tabela 10 ndash Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo
industrial67
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
BA ndash BAHIA
CERB ndash Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia
CNRH ndash Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos
CONAMA ndash Conselho Nacional do Meio Ambiente
CPRM ndash Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais
FUNCEME ndash Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia e Recursos Hiacutedricos
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano municipal
INMET ndash Instituto Nacional de Meteorologia
PERH ndash Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos
PIB ndash Produto Interno Bruto
SEI ndash Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia
SIAGAS - Sistema de Informaccedilotildees de Aacuteguas Subterracircneas
STD ndash Solidos Totais Dissolvidos
USSL ndash United State Salinity Laboratory
UTM ndash Universal Transversa de Mercator
VMP ndash Valor Maacuteximo Permissiacutevel
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO14
2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO16
21 Localizaccedilatildeo e acesso16
22 Aspectos socioeconocircmicos17
23 Clima e aspectos fisiograacuteficos19
231 Clima19
232 Solos21
233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra22
234 Geomorfologia23
235 Hidrografia24
236 Geologia local25
2361 Grupo Ilhas26
2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo26
2363 Formaccedilatildeo Marizal28
2364 Grupo Barreiras28
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos29
237 Hidrogeologia local29
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras29
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal30
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo30
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas31
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos32
2392 Potenciometria33
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA35
31 Aacutegua subterracircnea35
32 Aquiacutefero37
33 Qualidade da aacutegua39
4 METODOLOGIA40
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas40
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios41
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua41
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees42
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA43
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos43
511 Cloreto43
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)44
513 Ferro Total49
514 Nitrato52
515 Sulfato53
516 Bicarbonato55
517 Fluoreto56
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea58
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica59
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo
da salinidade59
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano62
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo64
534 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para fabricaccedilatildeo de cerveja bebida e suco de
frutas65
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS68
REFEREcircNCIAS
14
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas tem crescido de forma significativa nos uacuteltimos
tempos A exploraccedilatildeo crescente deste recurso eacute explicada por diversos fatores dentre os
quais geralmente apresentam qualidade superior agraves aacuteguas superficiais Vaacuterias cidades
brasileiras abastecem-se de aacutegua subterracircnea de forma exclusiva ou complementar As aacuteguas
subterracircneas distribuem-se nos diferentes aquiacuteferos que satildeo reservatoacuterios responsaacuteveis pelo
armazenamento da maior parte da aacutegua doce - no estado liacutequido da Terra
A exploraccedilatildeo da aacutegua subterracircnea estaacute condicionada a fatores quantitativos (intimamente
ligada agrave condutividade hidraacuteulica e ao coeficiente de armazenamento dos terrenos)
qualitativos (influenciada pela composiccedilatildeo das rochas e condiccedilotildees climaacuteticas e de renovaccedilatildeo
das aacuteguas) e econocircmicos (depende da profundidade do aquiacutefero e das condiccedilotildees de
bombeamento) (LEAL 1999) De acordo com Santos (2000 p 81) ldquoa disponibilidade dos
recursos hiacutedricos subterracircneos para determinados tipos de uso depende fundamentalmente da
qualidade fiacutesico-quiacutemica bioloacutegica e radioloacutegicardquo Neste contexto as anaacutelises de qualidade
das aacuteguas satildeo de suma importacircncia uma vez que concentraccedilotildees anocircmalas de determinados
componentes podem oferecer riscos agrave sauacutede humana inviabilizando a sua utilizaccedilatildeo
A aacuterea escolhida para o desenvolvimento desta pesquisa corresponde ao periacutemetro do
municiacutepio de Catu localizado no Estado da Bahia Este assim como muitos outros municiacutepios
brasileiros utiliza as aacuteguas subterracircneas captadas por meio de poccedilos para abastecer escolas
propriedades rurais hospitais dentre outros estabelecimentos As aacuteguas subterracircneas
distribuem-se nos diferentes sistemas aquiacuteferos presentes no municiacutepio distintos por suas
caracteriacutesticas hidrogeoloacutegicas como por exemplo composiccedilatildeo litoloacutegica e forma de
circulaccedilatildeo da aacutegua as quais se refletem na sua produtividade
O objetivo geral deste trabalho consiste em realizar um estudo qualitativo das aacuteguas
subterracircneas captadas por meio de poccedilos nesse municiacutepio Quanto aos objetivos especiacuteficos
podem-se citar os seguintes
Classificar as aacuteguas subterracircneas da regiatildeo com base nos paracircmetros quiacutemicos (caacutelcio
magneacutesio soacutedio potaacutessio sulfato bicarbonato e cloreto) das amostras
Avaliar a qualidade (potabilidade) das aacuteguas subterracircneas comparando os valores dos
dados fiacutesico-quiacutemicos das mesmas com os valores maacuteximos permissiacuteveis (VMP) de
cada componente definidos pela portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil
2011)
Estabelecer as relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas ndash faacutecies hidroquiacutemicas
15
Classificar as aacuteguas subterracircneas levando em consideraccedilatildeo os iacutendices de salinidade
definidos pela Resoluccedilatildeo Nordm 357 de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA 2005)
Avaliar a qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo para a fabricaccedilatildeo de cerveja bebidas e
suco de frutas
Analisar as relaccedilotildees existentes entre os diversos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das aacuteguas
subterracircneas por meio da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
Estabelecer um sumaacuterio estatiacutestico com os valores analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas
Visando atingir os objetivos foi adotado um procedimento metodoloacutegico dividido em 4
etapas i) levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas ii) coleta anaacutelise e
tratamento de dados secundaacuterios iii) classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da
aacutegua iv) anaacutelises e interpretaccedilotildees As etapas metodoloacutegicas estatildeo detalhadas no quarto
capiacutetulo
Por uacuteltimo segue a apresentaccedilatildeo desta monografia que se encontra dividida em cinco
capiacutetulos O primeiro trata da introduccedilatildeo ora apresentada No segundo capiacutetulo eacute feito uma
caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo nos seus aspectos ambientais histoacuterico e econocircmico O
terceiro capiacutetulo apresenta uma breve discussatildeo conceitual dos termos utilizados nesta
pesquisa a saber aacuteguas subterracircneas aquiacuteferos e qualidade da aacutegua O quarto capiacutetulo refere-
se agrave metodologia adotada com a descriccedilatildeo das atividades e teacutecnicas utilizadas em cada etapa
realizada Os resultados da pesquisa satildeo apresentados analisados e discutidos no capiacutetulo
cinco atendendo aos objetivos expostos neste capiacutetulo introdutoacuterio Por uacuteltimo apresentam-
se as consideraccedilotildees finais da pesquisa
16
2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO
21 LOCALIZACcedilAtildeO E ACESSO
A aacuterea de estudo situa-se na porccedilatildeo Leste do Estado da Bahia e abrange os limites
territoriais do municiacutepio de Catu O municiacutepio possui uma aacuterea de 416216 kmsup2 e uma
populaccedilatildeo total de 51077 habitantes (IBGE 2010) Catu localiza-se entre as coordenadas
geograacuteficas 12deg10rsquo0rdquo e 12deg30rsquo0rdquo de latitude sul e 38deg15rsquo0rdquo e 38deg35rsquo0rdquo de longitude oeste e
limita-se com os municiacutepios de Araccedilaacutes e Pojuca a leste Satildeo Sebastiatildeo do Passeacute ao sul
Teodoro Sampaio e Terra Nova a oeste e Alagoinhas ao norte (Figura 01)
O principal acesso a cidade de Catu que dista 82 Km ao norte da capital baiana eacute
efetuado pelas rodovias federais BR-324 e BR-110 (no Km 354)
Figura 01 - Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu ndash BA
17
22 ASPECTOS SOCIOECONOcircMICOS
O municiacutepio foi criado pela Lei provincial ndeg 1058 de 26 de junho de 1868 com a
denominaccedilatildeo de Santana do Catu com territoacuterio desmembrado da entatildeo denominada Vila de
Satildeo Francisco ocorrendo sua instalaccedilatildeo em 6 de marccedilo de 1877 Em 23 de junho de 1931 o
nome Santana de Catu foi simplificado pelo Decreto estadual nuacutemero 7455 e ratificado pelo
de nuacutemero 7479 em 8 de julho do mesmo ano Em 30 de marccedilo de 1938 foi elevado agrave
categoria de Cidade Desde o Decreto estadual ndeg 11089 de 30 de novembro de 1938 que o
municiacutepio eacute formado por trecircs distritos Catu (sede) Bela Flor e Siacutetio Novo (INSTITUTO DE
URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL 1974)
Catu possui uma populaccedilatildeo de 51077 habitantes destes 42755 residem na zona
urbana e 8322 na zona rural (Tabela 01) A populaccedilatildeo catuense eacute composta por 26261
mulheres e 24816 homens
Tabela 01 - Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2010
Municiacutepio
Populaccedilatildeo Aacuterea
(km2)
Densidade
Demograacutefica
(habkm2) Urbana Rural Homens Mulheres Total
Catu
42755
8322
24816
26261
51077
416216
12272
Fonte IBGE 2010
Nos uacuteltimos dez anos o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de
Catu passou de baixo para meacutedio Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil
em 2000 o municiacutepio apresentava IDHM igual a 0536 Jaacute em 2010 o nuacutemero chegou a
0677 (17ordf posiccedilatildeo no ranking da Bahia) (ATLAS BRASIL 2013)
O Produto Interno Bruto (PIB) municipal eacute de 474888 mil reais (46ordf posiccedilatildeo no
ranking da Bahia) (IBGE 2012) O PIB per capita eacute superior agrave meacutedia do Estado da Bahia
(777507) alcanccedilando 917943 mil reais (IBGE 2012) O setor de serviccedilos eacute responsaacutevel por
pouco mais da metade do total do valor adicionado municipal (56) Jaacute a induacutestria responde
por 41 e a agropecuaacuteria representa 3 (Tabela 02)
18
Tabela 02 - Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2012
ANO
Valor Adicionado
Agropecuaacuteria Induacutestria Serviccedilos
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
2012 12159 3 179628 41 245942 56
Fonte IBGE 2012
Em 2010 o setor de atividade econocircmica extrativa mineral destacou-se como o setor
com o maior nuacutemero de pessoas ocupadas no mercado formal de trabalho (1837) (Tabela 03)
Em segundo lugar estaacute o setor de serviccedilos responsaacutevel por 2393 dos viacutenculos
empregatiacutecios
Tabela 03 - Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade
econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 2010
Setor de atividade Quantidade de pessoas
Extrativa Mineral 1837
Induacutestria de transformaccedilatildeo 537
Serviccedilos induacutestrias de atividade puacuteblica 100
Construccedilatildeo Civil 216
Comeacutercio 1573
Serviccedilos 1796
Administraccedilatildeo Puacuteblica 1388
Agropecuaacuteria extrativa vegetal caccedila pesca 57
Fonte SEI 2012
De acordo com os dados de produccedilatildeo agriacutecola referente ao ano de 2013 publicados
pelo IBGE o principal produto cultivado em Catu eacute a mandioca (quantidade produzida 6000
toneladas) (IBGE 2014) Tambeacutem satildeo produzidos no municiacutepio os seguintes produtos
laranja milho feijatildeo coco-da-baiacutea banana e o amendoim Na pecuaacuteria sobressaem-se os
rebanhos bovinos (20817 cabeccedilas) e tambeacutem a criaccedilatildeo de galinaacuteceos (galinhas galos
frangas frangos e pintos) (77247 cabeccedilas) (IBGE 2014)
19
23 CLIMA E ASPECTOS FISIOGRAacuteFICOS
231 Clima
O clima atuante no municiacutepio tendo como base os dados da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de
Alagoinhas - a mais proacutexima de Catu eacute do tipo Uacutemido a Subuacutemido com iacutendice hiacutedrico de
20 a 0 excedente hiacutedrico entre 50 mm a 300 mm e com chuvas concentradas no periacuteodo
de outono-inverno (SEI 1998) A temperatura meacutedia anual eacute de 239 degC (SEI 2012)
A precipitaccedilatildeo anual (P) no periacuteodo foi de 1233 mmano com excedente hiacutedrico
(EXC) de 152 mmano verificado entre maio e agosto A evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETP)
foi da ordem de 1246 mmano (Tabela 04 e Figura 02) A deficiecircncia de aacutegua no solo eacute maior
no mecircs de janeiro (Figura 03)
Tabela 04 - Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia
Mecircs T
(ordmC)
P
(mm) ETP
ARM
(mm)
ETR
(mm)
DEF
(mm)
EXC
(mm)
Jan 256 62 134 13 75 59 0
Fev 246 74 109 9 78 31 0
Mar 257 118 133 8 119 14 0
Abr 249 152 112 47 112 0 0
Maio 236 175 95 100 95 0 27
Jun 227 143 80 100 80 0 63
Jul 210 117 65 100 65 0 52
Ago 217 82 73 100 73 0 9
Set 226 60 83 80 80 2 0
Out 242 63 109 50 93 17 0
Nov 248 87 118 37 100 18 0
Dez 254 100 135 26 111 24 0
Totais 2868 1233 1246 669 1081 165 152
Meacutedias 239 103 104 56 90 14 13 Nota Meacutedias Climatoloacutegicas de 1961 a 1990 T = Temperatura P = Precipitaccedilatildeo ETP = Evapotranspiraccedilatildeo
Potencial ETR = Evapotranspiraccedilatildeo Real DEF = Deacutefcit EXC = Excedente Hiacutedrico
Fonte EMBRAPA 2015
20
Figura 02 - Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 1990
Fonte EMBRAPA 2015
Figura 03 - Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas -
BA
Fonte EMBRAPA 2015
21
232 Solos
De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-
BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico
Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas
destes satildeo descritos a seguir
Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu
Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais
extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e
dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da
parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo
necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem
22
Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave
ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito
intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com
perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser
distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a
agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo
possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na
porccedilatildeo sul do municiacutepio
Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei
iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um
horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas
proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de
drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena
ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca
233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra
A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu
permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea
destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que
a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos
hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo
O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas
com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas
formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de
Catu (Figura 04)
Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes
supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais
podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas
de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o
municiacutepio (Figura 05)
23
A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das
principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande
parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas
O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de
uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas
machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)
Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu
234 Geomorfologia
O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de
dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais
caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir
24
Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas
desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante
convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da
tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees
geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos
formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100
metros
Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees
sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos
Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu
235 Hidrografia
O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo
Norte (SEI 2012)
25
Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)
Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado
pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de
reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos
superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados
236 Geologia local
A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que
engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos
mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
(Figura 07)
Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu
26
2361 Grupo Ilhas
As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena
expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do
Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em
ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua
maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi
subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe
A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem
selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza
esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a
Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos
arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim
(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute
caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo
Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do
Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem
caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de
petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a
Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a
meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al
1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro
sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e
Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos
e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador
A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de
granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se
como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e
sotopondo-se de forma concordante agrave mesma
2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute
A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos
por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute
27
constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de
Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al
1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros
Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes
O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e
siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo
subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e
apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que
variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de
cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos
de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma
seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com
a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das
caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas
O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a
maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos
agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos
e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato
inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos
apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com
o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-
esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados
(VIANA et al 1971)
O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo
amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL
1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com
estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O
contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares
discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e
holocecircnicos
28
2363 Formaccedilatildeo Marizal
As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte
e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)
A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados
(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos
apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-
avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e
cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos
e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de
maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo
cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de
granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos
ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de
gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos
A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a
um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte
isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)
Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos
municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica
2364 Grupo Barreiras
O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e
marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a
partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)
De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido
em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea
do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura
07)
No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma
antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas
(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia
29
sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado
relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)
A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e
siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo
consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS
BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)
A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos
de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute
caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo
superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos
conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando
tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A
porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas
camadas de siltitos
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em
duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e
aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)
237 Hidrogeologia local
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras
De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito
reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas
subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um
sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da
variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que
abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por
um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por
sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que
30
predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE
1999)
O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais
provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo
Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas
laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de
chuvas
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal
O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de
aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa
predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo
basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em
condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)
Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia
angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da
aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a
sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e
surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo
A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo
vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as
estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras
nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo
O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo
baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas
predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras
que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees
em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em
31
discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar
contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)
O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos
caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE
1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas
de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre
predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo
mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo
nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se
encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras
Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo
duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos
e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local
o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base
ou seja os rios e riachos da regiatildeo
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas
O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas
possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu
(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de
600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia
do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees
facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea
de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a
mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o
armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)
O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado
possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical
profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)
32
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos
A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do
SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi
possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi
possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH
estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do
desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia
aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos
Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros
observados
Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade
mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O
niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu
355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo
surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada
uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana
de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo
TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo
miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)
Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu
apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com
maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana
de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3
respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de
1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21
poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente
a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor
maacuteximo (Tabela 05)
33
Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados
Coluna1 PROF
(m)
NE
(m)
ND
(m)
Vazatildeo TB
(msup3h)
STD
(mgl)
Dureza
(mgl CaCO3)
CE
(microScm)
PH
-
Turbidez
(NTU)
Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93
Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43
Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29
Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214
Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590
Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38
Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01
Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000
Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250
Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
2381 Potenciometria
O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos
referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do
fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga
O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa
(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas
regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais
cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam
como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)
34
Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu
35
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA
A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem
sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem
como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de
energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num
elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como
aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em
6 de maio de 1968
Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as
atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega
principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos
galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os
oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos
animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e
transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as
plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os
dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais
(CONSELHO DA EUROPA 1968)
A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de
aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca
de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das
aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os
aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da
aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no
planeta (HIRATA 2000)
O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua
doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta
aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas
cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao
crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo
descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)
Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos
devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como
36
citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra
encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas
subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em
todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas
em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades
supridas pelo manancial subterracircneordquo
Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra
preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou
as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a
duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na
manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas
subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que
constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud
ABAS 2015)
Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva
ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades
rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)
Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave
aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor
influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de
uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem
melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes
poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e
outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)
De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61
da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que
6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos
profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY
MATOS 2002)
37
32 AQUIacuteFERO
Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo
n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo
hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras
ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)
Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros
quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros
(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)
Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso
fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos
citados (Quadro 01)
Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos
Tipo Principais caracteriacutesticas
Poroso
Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos
inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos
poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo
variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre
acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos
permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua
flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de
pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)
Fissural
Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a
circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao
movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute
relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo
permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui
onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas
a direccedilotildees preferenciais
Caacuterstico
Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua
ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram
da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos
com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
38
Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas
hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo
submetidos
O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado
superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa
permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele
constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas
impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior
que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero
livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil
devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)
39
Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
33 QUALIDADE DA AacuteGUA
A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume
(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das
aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos
aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima
composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da
contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo
a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos
efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os
elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua
classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos
para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)
Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso
ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A
Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle
e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art
5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de
potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/9.jpg)
LISTA DE QUADROS
Quadro 01 ndash Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos37
Quadro 02 ndash Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades40
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 ndash Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 201017
Tabela 02 ndash Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 201218
Tabela 03 ndash Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade
econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 201018
Tabela 04 ndash Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia19
Tabela 05 ndash Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados33
Tabela 06 ndash Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson58
Tabela 07 ndash Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)61
Tabela 08 ndash Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu63
Tabela 09 ndash Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory64
Tabela 10 ndash Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo
industrial67
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
BA ndash BAHIA
CERB ndash Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia
CNRH ndash Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos
CONAMA ndash Conselho Nacional do Meio Ambiente
CPRM ndash Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais
FUNCEME ndash Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia e Recursos Hiacutedricos
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano municipal
INMET ndash Instituto Nacional de Meteorologia
PERH ndash Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos
PIB ndash Produto Interno Bruto
SEI ndash Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia
SIAGAS - Sistema de Informaccedilotildees de Aacuteguas Subterracircneas
STD ndash Solidos Totais Dissolvidos
USSL ndash United State Salinity Laboratory
UTM ndash Universal Transversa de Mercator
VMP ndash Valor Maacuteximo Permissiacutevel
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO14
2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO16
21 Localizaccedilatildeo e acesso16
22 Aspectos socioeconocircmicos17
23 Clima e aspectos fisiograacuteficos19
231 Clima19
232 Solos21
233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra22
234 Geomorfologia23
235 Hidrografia24
236 Geologia local25
2361 Grupo Ilhas26
2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo26
2363 Formaccedilatildeo Marizal28
2364 Grupo Barreiras28
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos29
237 Hidrogeologia local29
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras29
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal30
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo30
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas31
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos32
2392 Potenciometria33
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA35
31 Aacutegua subterracircnea35
32 Aquiacutefero37
33 Qualidade da aacutegua39
4 METODOLOGIA40
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas40
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios41
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua41
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees42
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA43
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos43
511 Cloreto43
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)44
513 Ferro Total49
514 Nitrato52
515 Sulfato53
516 Bicarbonato55
517 Fluoreto56
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea58
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica59
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo
da salinidade59
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano62
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo64
534 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para fabricaccedilatildeo de cerveja bebida e suco de
frutas65
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS68
REFEREcircNCIAS
14
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas tem crescido de forma significativa nos uacuteltimos
tempos A exploraccedilatildeo crescente deste recurso eacute explicada por diversos fatores dentre os
quais geralmente apresentam qualidade superior agraves aacuteguas superficiais Vaacuterias cidades
brasileiras abastecem-se de aacutegua subterracircnea de forma exclusiva ou complementar As aacuteguas
subterracircneas distribuem-se nos diferentes aquiacuteferos que satildeo reservatoacuterios responsaacuteveis pelo
armazenamento da maior parte da aacutegua doce - no estado liacutequido da Terra
A exploraccedilatildeo da aacutegua subterracircnea estaacute condicionada a fatores quantitativos (intimamente
ligada agrave condutividade hidraacuteulica e ao coeficiente de armazenamento dos terrenos)
qualitativos (influenciada pela composiccedilatildeo das rochas e condiccedilotildees climaacuteticas e de renovaccedilatildeo
das aacuteguas) e econocircmicos (depende da profundidade do aquiacutefero e das condiccedilotildees de
bombeamento) (LEAL 1999) De acordo com Santos (2000 p 81) ldquoa disponibilidade dos
recursos hiacutedricos subterracircneos para determinados tipos de uso depende fundamentalmente da
qualidade fiacutesico-quiacutemica bioloacutegica e radioloacutegicardquo Neste contexto as anaacutelises de qualidade
das aacuteguas satildeo de suma importacircncia uma vez que concentraccedilotildees anocircmalas de determinados
componentes podem oferecer riscos agrave sauacutede humana inviabilizando a sua utilizaccedilatildeo
A aacuterea escolhida para o desenvolvimento desta pesquisa corresponde ao periacutemetro do
municiacutepio de Catu localizado no Estado da Bahia Este assim como muitos outros municiacutepios
brasileiros utiliza as aacuteguas subterracircneas captadas por meio de poccedilos para abastecer escolas
propriedades rurais hospitais dentre outros estabelecimentos As aacuteguas subterracircneas
distribuem-se nos diferentes sistemas aquiacuteferos presentes no municiacutepio distintos por suas
caracteriacutesticas hidrogeoloacutegicas como por exemplo composiccedilatildeo litoloacutegica e forma de
circulaccedilatildeo da aacutegua as quais se refletem na sua produtividade
O objetivo geral deste trabalho consiste em realizar um estudo qualitativo das aacuteguas
subterracircneas captadas por meio de poccedilos nesse municiacutepio Quanto aos objetivos especiacuteficos
podem-se citar os seguintes
Classificar as aacuteguas subterracircneas da regiatildeo com base nos paracircmetros quiacutemicos (caacutelcio
magneacutesio soacutedio potaacutessio sulfato bicarbonato e cloreto) das amostras
Avaliar a qualidade (potabilidade) das aacuteguas subterracircneas comparando os valores dos
dados fiacutesico-quiacutemicos das mesmas com os valores maacuteximos permissiacuteveis (VMP) de
cada componente definidos pela portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil
2011)
Estabelecer as relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas ndash faacutecies hidroquiacutemicas
15
Classificar as aacuteguas subterracircneas levando em consideraccedilatildeo os iacutendices de salinidade
definidos pela Resoluccedilatildeo Nordm 357 de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA 2005)
Avaliar a qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo para a fabricaccedilatildeo de cerveja bebidas e
suco de frutas
Analisar as relaccedilotildees existentes entre os diversos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das aacuteguas
subterracircneas por meio da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
Estabelecer um sumaacuterio estatiacutestico com os valores analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas
Visando atingir os objetivos foi adotado um procedimento metodoloacutegico dividido em 4
etapas i) levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas ii) coleta anaacutelise e
tratamento de dados secundaacuterios iii) classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da
aacutegua iv) anaacutelises e interpretaccedilotildees As etapas metodoloacutegicas estatildeo detalhadas no quarto
capiacutetulo
Por uacuteltimo segue a apresentaccedilatildeo desta monografia que se encontra dividida em cinco
capiacutetulos O primeiro trata da introduccedilatildeo ora apresentada No segundo capiacutetulo eacute feito uma
caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo nos seus aspectos ambientais histoacuterico e econocircmico O
terceiro capiacutetulo apresenta uma breve discussatildeo conceitual dos termos utilizados nesta
pesquisa a saber aacuteguas subterracircneas aquiacuteferos e qualidade da aacutegua O quarto capiacutetulo refere-
se agrave metodologia adotada com a descriccedilatildeo das atividades e teacutecnicas utilizadas em cada etapa
realizada Os resultados da pesquisa satildeo apresentados analisados e discutidos no capiacutetulo
cinco atendendo aos objetivos expostos neste capiacutetulo introdutoacuterio Por uacuteltimo apresentam-
se as consideraccedilotildees finais da pesquisa
16
2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO
21 LOCALIZACcedilAtildeO E ACESSO
A aacuterea de estudo situa-se na porccedilatildeo Leste do Estado da Bahia e abrange os limites
territoriais do municiacutepio de Catu O municiacutepio possui uma aacuterea de 416216 kmsup2 e uma
populaccedilatildeo total de 51077 habitantes (IBGE 2010) Catu localiza-se entre as coordenadas
geograacuteficas 12deg10rsquo0rdquo e 12deg30rsquo0rdquo de latitude sul e 38deg15rsquo0rdquo e 38deg35rsquo0rdquo de longitude oeste e
limita-se com os municiacutepios de Araccedilaacutes e Pojuca a leste Satildeo Sebastiatildeo do Passeacute ao sul
Teodoro Sampaio e Terra Nova a oeste e Alagoinhas ao norte (Figura 01)
O principal acesso a cidade de Catu que dista 82 Km ao norte da capital baiana eacute
efetuado pelas rodovias federais BR-324 e BR-110 (no Km 354)
Figura 01 - Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu ndash BA
17
22 ASPECTOS SOCIOECONOcircMICOS
O municiacutepio foi criado pela Lei provincial ndeg 1058 de 26 de junho de 1868 com a
denominaccedilatildeo de Santana do Catu com territoacuterio desmembrado da entatildeo denominada Vila de
Satildeo Francisco ocorrendo sua instalaccedilatildeo em 6 de marccedilo de 1877 Em 23 de junho de 1931 o
nome Santana de Catu foi simplificado pelo Decreto estadual nuacutemero 7455 e ratificado pelo
de nuacutemero 7479 em 8 de julho do mesmo ano Em 30 de marccedilo de 1938 foi elevado agrave
categoria de Cidade Desde o Decreto estadual ndeg 11089 de 30 de novembro de 1938 que o
municiacutepio eacute formado por trecircs distritos Catu (sede) Bela Flor e Siacutetio Novo (INSTITUTO DE
URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL 1974)
Catu possui uma populaccedilatildeo de 51077 habitantes destes 42755 residem na zona
urbana e 8322 na zona rural (Tabela 01) A populaccedilatildeo catuense eacute composta por 26261
mulheres e 24816 homens
Tabela 01 - Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2010
Municiacutepio
Populaccedilatildeo Aacuterea
(km2)
Densidade
Demograacutefica
(habkm2) Urbana Rural Homens Mulheres Total
Catu
42755
8322
24816
26261
51077
416216
12272
Fonte IBGE 2010
Nos uacuteltimos dez anos o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de
Catu passou de baixo para meacutedio Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil
em 2000 o municiacutepio apresentava IDHM igual a 0536 Jaacute em 2010 o nuacutemero chegou a
0677 (17ordf posiccedilatildeo no ranking da Bahia) (ATLAS BRASIL 2013)
O Produto Interno Bruto (PIB) municipal eacute de 474888 mil reais (46ordf posiccedilatildeo no
ranking da Bahia) (IBGE 2012) O PIB per capita eacute superior agrave meacutedia do Estado da Bahia
(777507) alcanccedilando 917943 mil reais (IBGE 2012) O setor de serviccedilos eacute responsaacutevel por
pouco mais da metade do total do valor adicionado municipal (56) Jaacute a induacutestria responde
por 41 e a agropecuaacuteria representa 3 (Tabela 02)
18
Tabela 02 - Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2012
ANO
Valor Adicionado
Agropecuaacuteria Induacutestria Serviccedilos
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
2012 12159 3 179628 41 245942 56
Fonte IBGE 2012
Em 2010 o setor de atividade econocircmica extrativa mineral destacou-se como o setor
com o maior nuacutemero de pessoas ocupadas no mercado formal de trabalho (1837) (Tabela 03)
Em segundo lugar estaacute o setor de serviccedilos responsaacutevel por 2393 dos viacutenculos
empregatiacutecios
Tabela 03 - Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade
econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 2010
Setor de atividade Quantidade de pessoas
Extrativa Mineral 1837
Induacutestria de transformaccedilatildeo 537
Serviccedilos induacutestrias de atividade puacuteblica 100
Construccedilatildeo Civil 216
Comeacutercio 1573
Serviccedilos 1796
Administraccedilatildeo Puacuteblica 1388
Agropecuaacuteria extrativa vegetal caccedila pesca 57
Fonte SEI 2012
De acordo com os dados de produccedilatildeo agriacutecola referente ao ano de 2013 publicados
pelo IBGE o principal produto cultivado em Catu eacute a mandioca (quantidade produzida 6000
toneladas) (IBGE 2014) Tambeacutem satildeo produzidos no municiacutepio os seguintes produtos
laranja milho feijatildeo coco-da-baiacutea banana e o amendoim Na pecuaacuteria sobressaem-se os
rebanhos bovinos (20817 cabeccedilas) e tambeacutem a criaccedilatildeo de galinaacuteceos (galinhas galos
frangas frangos e pintos) (77247 cabeccedilas) (IBGE 2014)
19
23 CLIMA E ASPECTOS FISIOGRAacuteFICOS
231 Clima
O clima atuante no municiacutepio tendo como base os dados da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de
Alagoinhas - a mais proacutexima de Catu eacute do tipo Uacutemido a Subuacutemido com iacutendice hiacutedrico de
20 a 0 excedente hiacutedrico entre 50 mm a 300 mm e com chuvas concentradas no periacuteodo
de outono-inverno (SEI 1998) A temperatura meacutedia anual eacute de 239 degC (SEI 2012)
A precipitaccedilatildeo anual (P) no periacuteodo foi de 1233 mmano com excedente hiacutedrico
(EXC) de 152 mmano verificado entre maio e agosto A evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETP)
foi da ordem de 1246 mmano (Tabela 04 e Figura 02) A deficiecircncia de aacutegua no solo eacute maior
no mecircs de janeiro (Figura 03)
Tabela 04 - Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia
Mecircs T
(ordmC)
P
(mm) ETP
ARM
(mm)
ETR
(mm)
DEF
(mm)
EXC
(mm)
Jan 256 62 134 13 75 59 0
Fev 246 74 109 9 78 31 0
Mar 257 118 133 8 119 14 0
Abr 249 152 112 47 112 0 0
Maio 236 175 95 100 95 0 27
Jun 227 143 80 100 80 0 63
Jul 210 117 65 100 65 0 52
Ago 217 82 73 100 73 0 9
Set 226 60 83 80 80 2 0
Out 242 63 109 50 93 17 0
Nov 248 87 118 37 100 18 0
Dez 254 100 135 26 111 24 0
Totais 2868 1233 1246 669 1081 165 152
Meacutedias 239 103 104 56 90 14 13 Nota Meacutedias Climatoloacutegicas de 1961 a 1990 T = Temperatura P = Precipitaccedilatildeo ETP = Evapotranspiraccedilatildeo
Potencial ETR = Evapotranspiraccedilatildeo Real DEF = Deacutefcit EXC = Excedente Hiacutedrico
Fonte EMBRAPA 2015
20
Figura 02 - Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 1990
Fonte EMBRAPA 2015
Figura 03 - Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas -
BA
Fonte EMBRAPA 2015
21
232 Solos
De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-
BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico
Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas
destes satildeo descritos a seguir
Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu
Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais
extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e
dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da
parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo
necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem
22
Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave
ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito
intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com
perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser
distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a
agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo
possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na
porccedilatildeo sul do municiacutepio
Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei
iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um
horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas
proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de
drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena
ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca
233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra
A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu
permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea
destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que
a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos
hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo
O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas
com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas
formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de
Catu (Figura 04)
Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes
supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais
podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas
de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o
municiacutepio (Figura 05)
23
A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das
principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande
parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas
O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de
uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas
machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)
Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu
234 Geomorfologia
O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de
dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais
caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir
24
Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas
desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante
convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da
tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees
geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos
formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100
metros
Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees
sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos
Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu
235 Hidrografia
O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo
Norte (SEI 2012)
25
Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)
Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado
pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de
reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos
superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados
236 Geologia local
A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que
engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos
mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
(Figura 07)
Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu
26
2361 Grupo Ilhas
As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena
expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do
Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em
ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua
maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi
subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe
A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem
selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza
esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a
Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos
arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim
(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute
caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo
Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do
Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem
caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de
petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a
Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a
meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al
1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro
sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e
Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos
e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador
A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de
granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se
como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e
sotopondo-se de forma concordante agrave mesma
2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute
A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos
por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute
27
constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de
Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al
1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros
Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes
O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e
siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo
subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e
apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que
variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de
cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos
de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma
seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com
a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das
caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas
O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a
maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos
agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos
e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato
inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos
apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com
o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-
esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados
(VIANA et al 1971)
O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo
amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL
1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com
estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O
contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares
discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e
holocecircnicos
28
2363 Formaccedilatildeo Marizal
As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte
e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)
A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados
(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos
apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-
avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e
cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos
e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de
maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo
cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de
granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos
ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de
gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos
A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a
um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte
isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)
Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos
municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica
2364 Grupo Barreiras
O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e
marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a
partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)
De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido
em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea
do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura
07)
No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma
antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas
(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia
29
sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado
relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)
A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e
siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo
consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS
BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)
A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos
de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute
caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo
superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos
conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando
tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A
porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas
camadas de siltitos
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em
duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e
aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)
237 Hidrogeologia local
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras
De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito
reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas
subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um
sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da
variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que
abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por
um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por
sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que
30
predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE
1999)
O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais
provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo
Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas
laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de
chuvas
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal
O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de
aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa
predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo
basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em
condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)
Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia
angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da
aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a
sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e
surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo
A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo
vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as
estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras
nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo
O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo
baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas
predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras
que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees
em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em
31
discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar
contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)
O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos
caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE
1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas
de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre
predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo
mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo
nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se
encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras
Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo
duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos
e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local
o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base
ou seja os rios e riachos da regiatildeo
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas
O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas
possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu
(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de
600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia
do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees
facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea
de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a
mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o
armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)
O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado
possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical
profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)
32
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos
A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do
SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi
possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi
possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH
estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do
desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia
aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos
Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros
observados
Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade
mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O
niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu
355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo
surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada
uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana
de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo
TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo
miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)
Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu
apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com
maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana
de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3
respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de
1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21
poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente
a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor
maacuteximo (Tabela 05)
33
Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados
Coluna1 PROF
(m)
NE
(m)
ND
(m)
Vazatildeo TB
(msup3h)
STD
(mgl)
Dureza
(mgl CaCO3)
CE
(microScm)
PH
-
Turbidez
(NTU)
Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93
Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43
Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29
Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214
Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590
Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38
Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01
Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000
Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250
Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
2381 Potenciometria
O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos
referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do
fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga
O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa
(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas
regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais
cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam
como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)
34
Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu
35
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA
A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem
sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem
como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de
energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num
elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como
aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em
6 de maio de 1968
Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as
atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega
principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos
galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os
oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos
animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e
transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as
plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os
dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais
(CONSELHO DA EUROPA 1968)
A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de
aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca
de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das
aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os
aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da
aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no
planeta (HIRATA 2000)
O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua
doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta
aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas
cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao
crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo
descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)
Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos
devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como
36
citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra
encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas
subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em
todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas
em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades
supridas pelo manancial subterracircneordquo
Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra
preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou
as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a
duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na
manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas
subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que
constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud
ABAS 2015)
Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva
ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades
rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)
Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave
aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor
influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de
uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem
melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes
poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e
outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)
De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61
da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que
6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos
profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY
MATOS 2002)
37
32 AQUIacuteFERO
Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo
n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo
hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras
ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)
Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros
quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros
(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)
Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso
fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos
citados (Quadro 01)
Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos
Tipo Principais caracteriacutesticas
Poroso
Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos
inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos
poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo
variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre
acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos
permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua
flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de
pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)
Fissural
Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a
circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao
movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute
relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo
permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui
onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas
a direccedilotildees preferenciais
Caacuterstico
Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua
ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram
da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos
com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
38
Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas
hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo
submetidos
O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado
superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa
permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele
constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas
impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior
que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero
livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil
devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)
39
Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
33 QUALIDADE DA AacuteGUA
A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume
(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das
aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos
aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima
composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da
contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo
a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos
efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os
elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua
classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos
para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)
Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso
ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A
Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle
e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art
5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de
potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/10.jpg)
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
BA ndash BAHIA
CERB ndash Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia
CNRH ndash Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos
CONAMA ndash Conselho Nacional do Meio Ambiente
CPRM ndash Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais
FUNCEME ndash Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia e Recursos Hiacutedricos
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano municipal
INMET ndash Instituto Nacional de Meteorologia
PERH ndash Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos
PIB ndash Produto Interno Bruto
SEI ndash Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia
SIAGAS - Sistema de Informaccedilotildees de Aacuteguas Subterracircneas
STD ndash Solidos Totais Dissolvidos
USSL ndash United State Salinity Laboratory
UTM ndash Universal Transversa de Mercator
VMP ndash Valor Maacuteximo Permissiacutevel
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO14
2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO16
21 Localizaccedilatildeo e acesso16
22 Aspectos socioeconocircmicos17
23 Clima e aspectos fisiograacuteficos19
231 Clima19
232 Solos21
233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra22
234 Geomorfologia23
235 Hidrografia24
236 Geologia local25
2361 Grupo Ilhas26
2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo26
2363 Formaccedilatildeo Marizal28
2364 Grupo Barreiras28
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos29
237 Hidrogeologia local29
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras29
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal30
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo30
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas31
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos32
2392 Potenciometria33
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA35
31 Aacutegua subterracircnea35
32 Aquiacutefero37
33 Qualidade da aacutegua39
4 METODOLOGIA40
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas40
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios41
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua41
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees42
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA43
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos43
511 Cloreto43
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)44
513 Ferro Total49
514 Nitrato52
515 Sulfato53
516 Bicarbonato55
517 Fluoreto56
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea58
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica59
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo
da salinidade59
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano62
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo64
534 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para fabricaccedilatildeo de cerveja bebida e suco de
frutas65
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS68
REFEREcircNCIAS
14
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas tem crescido de forma significativa nos uacuteltimos
tempos A exploraccedilatildeo crescente deste recurso eacute explicada por diversos fatores dentre os
quais geralmente apresentam qualidade superior agraves aacuteguas superficiais Vaacuterias cidades
brasileiras abastecem-se de aacutegua subterracircnea de forma exclusiva ou complementar As aacuteguas
subterracircneas distribuem-se nos diferentes aquiacuteferos que satildeo reservatoacuterios responsaacuteveis pelo
armazenamento da maior parte da aacutegua doce - no estado liacutequido da Terra
A exploraccedilatildeo da aacutegua subterracircnea estaacute condicionada a fatores quantitativos (intimamente
ligada agrave condutividade hidraacuteulica e ao coeficiente de armazenamento dos terrenos)
qualitativos (influenciada pela composiccedilatildeo das rochas e condiccedilotildees climaacuteticas e de renovaccedilatildeo
das aacuteguas) e econocircmicos (depende da profundidade do aquiacutefero e das condiccedilotildees de
bombeamento) (LEAL 1999) De acordo com Santos (2000 p 81) ldquoa disponibilidade dos
recursos hiacutedricos subterracircneos para determinados tipos de uso depende fundamentalmente da
qualidade fiacutesico-quiacutemica bioloacutegica e radioloacutegicardquo Neste contexto as anaacutelises de qualidade
das aacuteguas satildeo de suma importacircncia uma vez que concentraccedilotildees anocircmalas de determinados
componentes podem oferecer riscos agrave sauacutede humana inviabilizando a sua utilizaccedilatildeo
A aacuterea escolhida para o desenvolvimento desta pesquisa corresponde ao periacutemetro do
municiacutepio de Catu localizado no Estado da Bahia Este assim como muitos outros municiacutepios
brasileiros utiliza as aacuteguas subterracircneas captadas por meio de poccedilos para abastecer escolas
propriedades rurais hospitais dentre outros estabelecimentos As aacuteguas subterracircneas
distribuem-se nos diferentes sistemas aquiacuteferos presentes no municiacutepio distintos por suas
caracteriacutesticas hidrogeoloacutegicas como por exemplo composiccedilatildeo litoloacutegica e forma de
circulaccedilatildeo da aacutegua as quais se refletem na sua produtividade
O objetivo geral deste trabalho consiste em realizar um estudo qualitativo das aacuteguas
subterracircneas captadas por meio de poccedilos nesse municiacutepio Quanto aos objetivos especiacuteficos
podem-se citar os seguintes
Classificar as aacuteguas subterracircneas da regiatildeo com base nos paracircmetros quiacutemicos (caacutelcio
magneacutesio soacutedio potaacutessio sulfato bicarbonato e cloreto) das amostras
Avaliar a qualidade (potabilidade) das aacuteguas subterracircneas comparando os valores dos
dados fiacutesico-quiacutemicos das mesmas com os valores maacuteximos permissiacuteveis (VMP) de
cada componente definidos pela portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil
2011)
Estabelecer as relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas ndash faacutecies hidroquiacutemicas
15
Classificar as aacuteguas subterracircneas levando em consideraccedilatildeo os iacutendices de salinidade
definidos pela Resoluccedilatildeo Nordm 357 de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA 2005)
Avaliar a qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo para a fabricaccedilatildeo de cerveja bebidas e
suco de frutas
Analisar as relaccedilotildees existentes entre os diversos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das aacuteguas
subterracircneas por meio da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
Estabelecer um sumaacuterio estatiacutestico com os valores analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas
Visando atingir os objetivos foi adotado um procedimento metodoloacutegico dividido em 4
etapas i) levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas ii) coleta anaacutelise e
tratamento de dados secundaacuterios iii) classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da
aacutegua iv) anaacutelises e interpretaccedilotildees As etapas metodoloacutegicas estatildeo detalhadas no quarto
capiacutetulo
Por uacuteltimo segue a apresentaccedilatildeo desta monografia que se encontra dividida em cinco
capiacutetulos O primeiro trata da introduccedilatildeo ora apresentada No segundo capiacutetulo eacute feito uma
caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo nos seus aspectos ambientais histoacuterico e econocircmico O
terceiro capiacutetulo apresenta uma breve discussatildeo conceitual dos termos utilizados nesta
pesquisa a saber aacuteguas subterracircneas aquiacuteferos e qualidade da aacutegua O quarto capiacutetulo refere-
se agrave metodologia adotada com a descriccedilatildeo das atividades e teacutecnicas utilizadas em cada etapa
realizada Os resultados da pesquisa satildeo apresentados analisados e discutidos no capiacutetulo
cinco atendendo aos objetivos expostos neste capiacutetulo introdutoacuterio Por uacuteltimo apresentam-
se as consideraccedilotildees finais da pesquisa
16
2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO
21 LOCALIZACcedilAtildeO E ACESSO
A aacuterea de estudo situa-se na porccedilatildeo Leste do Estado da Bahia e abrange os limites
territoriais do municiacutepio de Catu O municiacutepio possui uma aacuterea de 416216 kmsup2 e uma
populaccedilatildeo total de 51077 habitantes (IBGE 2010) Catu localiza-se entre as coordenadas
geograacuteficas 12deg10rsquo0rdquo e 12deg30rsquo0rdquo de latitude sul e 38deg15rsquo0rdquo e 38deg35rsquo0rdquo de longitude oeste e
limita-se com os municiacutepios de Araccedilaacutes e Pojuca a leste Satildeo Sebastiatildeo do Passeacute ao sul
Teodoro Sampaio e Terra Nova a oeste e Alagoinhas ao norte (Figura 01)
O principal acesso a cidade de Catu que dista 82 Km ao norte da capital baiana eacute
efetuado pelas rodovias federais BR-324 e BR-110 (no Km 354)
Figura 01 - Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu ndash BA
17
22 ASPECTOS SOCIOECONOcircMICOS
O municiacutepio foi criado pela Lei provincial ndeg 1058 de 26 de junho de 1868 com a
denominaccedilatildeo de Santana do Catu com territoacuterio desmembrado da entatildeo denominada Vila de
Satildeo Francisco ocorrendo sua instalaccedilatildeo em 6 de marccedilo de 1877 Em 23 de junho de 1931 o
nome Santana de Catu foi simplificado pelo Decreto estadual nuacutemero 7455 e ratificado pelo
de nuacutemero 7479 em 8 de julho do mesmo ano Em 30 de marccedilo de 1938 foi elevado agrave
categoria de Cidade Desde o Decreto estadual ndeg 11089 de 30 de novembro de 1938 que o
municiacutepio eacute formado por trecircs distritos Catu (sede) Bela Flor e Siacutetio Novo (INSTITUTO DE
URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL 1974)
Catu possui uma populaccedilatildeo de 51077 habitantes destes 42755 residem na zona
urbana e 8322 na zona rural (Tabela 01) A populaccedilatildeo catuense eacute composta por 26261
mulheres e 24816 homens
Tabela 01 - Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2010
Municiacutepio
Populaccedilatildeo Aacuterea
(km2)
Densidade
Demograacutefica
(habkm2) Urbana Rural Homens Mulheres Total
Catu
42755
8322
24816
26261
51077
416216
12272
Fonte IBGE 2010
Nos uacuteltimos dez anos o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de
Catu passou de baixo para meacutedio Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil
em 2000 o municiacutepio apresentava IDHM igual a 0536 Jaacute em 2010 o nuacutemero chegou a
0677 (17ordf posiccedilatildeo no ranking da Bahia) (ATLAS BRASIL 2013)
O Produto Interno Bruto (PIB) municipal eacute de 474888 mil reais (46ordf posiccedilatildeo no
ranking da Bahia) (IBGE 2012) O PIB per capita eacute superior agrave meacutedia do Estado da Bahia
(777507) alcanccedilando 917943 mil reais (IBGE 2012) O setor de serviccedilos eacute responsaacutevel por
pouco mais da metade do total do valor adicionado municipal (56) Jaacute a induacutestria responde
por 41 e a agropecuaacuteria representa 3 (Tabela 02)
18
Tabela 02 - Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2012
ANO
Valor Adicionado
Agropecuaacuteria Induacutestria Serviccedilos
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
2012 12159 3 179628 41 245942 56
Fonte IBGE 2012
Em 2010 o setor de atividade econocircmica extrativa mineral destacou-se como o setor
com o maior nuacutemero de pessoas ocupadas no mercado formal de trabalho (1837) (Tabela 03)
Em segundo lugar estaacute o setor de serviccedilos responsaacutevel por 2393 dos viacutenculos
empregatiacutecios
Tabela 03 - Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade
econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 2010
Setor de atividade Quantidade de pessoas
Extrativa Mineral 1837
Induacutestria de transformaccedilatildeo 537
Serviccedilos induacutestrias de atividade puacuteblica 100
Construccedilatildeo Civil 216
Comeacutercio 1573
Serviccedilos 1796
Administraccedilatildeo Puacuteblica 1388
Agropecuaacuteria extrativa vegetal caccedila pesca 57
Fonte SEI 2012
De acordo com os dados de produccedilatildeo agriacutecola referente ao ano de 2013 publicados
pelo IBGE o principal produto cultivado em Catu eacute a mandioca (quantidade produzida 6000
toneladas) (IBGE 2014) Tambeacutem satildeo produzidos no municiacutepio os seguintes produtos
laranja milho feijatildeo coco-da-baiacutea banana e o amendoim Na pecuaacuteria sobressaem-se os
rebanhos bovinos (20817 cabeccedilas) e tambeacutem a criaccedilatildeo de galinaacuteceos (galinhas galos
frangas frangos e pintos) (77247 cabeccedilas) (IBGE 2014)
19
23 CLIMA E ASPECTOS FISIOGRAacuteFICOS
231 Clima
O clima atuante no municiacutepio tendo como base os dados da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de
Alagoinhas - a mais proacutexima de Catu eacute do tipo Uacutemido a Subuacutemido com iacutendice hiacutedrico de
20 a 0 excedente hiacutedrico entre 50 mm a 300 mm e com chuvas concentradas no periacuteodo
de outono-inverno (SEI 1998) A temperatura meacutedia anual eacute de 239 degC (SEI 2012)
A precipitaccedilatildeo anual (P) no periacuteodo foi de 1233 mmano com excedente hiacutedrico
(EXC) de 152 mmano verificado entre maio e agosto A evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETP)
foi da ordem de 1246 mmano (Tabela 04 e Figura 02) A deficiecircncia de aacutegua no solo eacute maior
no mecircs de janeiro (Figura 03)
Tabela 04 - Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia
Mecircs T
(ordmC)
P
(mm) ETP
ARM
(mm)
ETR
(mm)
DEF
(mm)
EXC
(mm)
Jan 256 62 134 13 75 59 0
Fev 246 74 109 9 78 31 0
Mar 257 118 133 8 119 14 0
Abr 249 152 112 47 112 0 0
Maio 236 175 95 100 95 0 27
Jun 227 143 80 100 80 0 63
Jul 210 117 65 100 65 0 52
Ago 217 82 73 100 73 0 9
Set 226 60 83 80 80 2 0
Out 242 63 109 50 93 17 0
Nov 248 87 118 37 100 18 0
Dez 254 100 135 26 111 24 0
Totais 2868 1233 1246 669 1081 165 152
Meacutedias 239 103 104 56 90 14 13 Nota Meacutedias Climatoloacutegicas de 1961 a 1990 T = Temperatura P = Precipitaccedilatildeo ETP = Evapotranspiraccedilatildeo
Potencial ETR = Evapotranspiraccedilatildeo Real DEF = Deacutefcit EXC = Excedente Hiacutedrico
Fonte EMBRAPA 2015
20
Figura 02 - Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 1990
Fonte EMBRAPA 2015
Figura 03 - Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas -
BA
Fonte EMBRAPA 2015
21
232 Solos
De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-
BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico
Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas
destes satildeo descritos a seguir
Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu
Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais
extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e
dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da
parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo
necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem
22
Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave
ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito
intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com
perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser
distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a
agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo
possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na
porccedilatildeo sul do municiacutepio
Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei
iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um
horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas
proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de
drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena
ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca
233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra
A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu
permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea
destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que
a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos
hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo
O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas
com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas
formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de
Catu (Figura 04)
Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes
supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais
podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas
de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o
municiacutepio (Figura 05)
23
A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das
principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande
parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas
O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de
uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas
machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)
Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu
234 Geomorfologia
O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de
dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais
caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir
24
Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas
desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante
convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da
tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees
geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos
formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100
metros
Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees
sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos
Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu
235 Hidrografia
O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo
Norte (SEI 2012)
25
Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)
Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado
pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de
reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos
superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados
236 Geologia local
A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que
engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos
mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
(Figura 07)
Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu
26
2361 Grupo Ilhas
As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena
expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do
Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em
ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua
maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi
subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe
A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem
selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza
esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a
Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos
arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim
(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute
caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo
Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do
Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem
caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de
petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a
Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a
meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al
1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro
sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e
Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos
e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador
A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de
granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se
como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e
sotopondo-se de forma concordante agrave mesma
2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute
A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos
por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute
27
constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de
Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al
1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros
Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes
O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e
siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo
subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e
apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que
variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de
cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos
de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma
seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com
a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das
caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas
O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a
maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos
agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos
e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato
inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos
apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com
o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-
esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados
(VIANA et al 1971)
O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo
amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL
1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com
estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O
contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares
discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e
holocecircnicos
28
2363 Formaccedilatildeo Marizal
As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte
e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)
A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados
(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos
apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-
avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e
cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos
e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de
maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo
cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de
granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos
ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de
gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos
A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a
um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte
isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)
Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos
municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica
2364 Grupo Barreiras
O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e
marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a
partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)
De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido
em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea
do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura
07)
No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma
antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas
(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia
29
sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado
relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)
A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e
siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo
consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS
BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)
A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos
de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute
caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo
superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos
conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando
tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A
porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas
camadas de siltitos
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em
duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e
aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)
237 Hidrogeologia local
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras
De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito
reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas
subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um
sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da
variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que
abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por
um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por
sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que
30
predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE
1999)
O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais
provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo
Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas
laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de
chuvas
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal
O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de
aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa
predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo
basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em
condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)
Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia
angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da
aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a
sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e
surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo
A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo
vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as
estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras
nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo
O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo
baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas
predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras
que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees
em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em
31
discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar
contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)
O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos
caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE
1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas
de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre
predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo
mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo
nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se
encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras
Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo
duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos
e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local
o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base
ou seja os rios e riachos da regiatildeo
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas
O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas
possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu
(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de
600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia
do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees
facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea
de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a
mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o
armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)
O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado
possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical
profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)
32
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos
A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do
SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi
possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi
possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH
estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do
desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia
aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos
Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros
observados
Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade
mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O
niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu
355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo
surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada
uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana
de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo
TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo
miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)
Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu
apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com
maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana
de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3
respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de
1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21
poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente
a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor
maacuteximo (Tabela 05)
33
Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados
Coluna1 PROF
(m)
NE
(m)
ND
(m)
Vazatildeo TB
(msup3h)
STD
(mgl)
Dureza
(mgl CaCO3)
CE
(microScm)
PH
-
Turbidez
(NTU)
Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93
Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43
Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29
Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214
Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590
Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38
Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01
Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000
Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250
Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
2381 Potenciometria
O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos
referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do
fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga
O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa
(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas
regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais
cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam
como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)
34
Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu
35
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA
A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem
sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem
como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de
energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num
elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como
aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em
6 de maio de 1968
Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as
atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega
principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos
galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os
oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos
animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e
transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as
plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os
dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais
(CONSELHO DA EUROPA 1968)
A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de
aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca
de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das
aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os
aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da
aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no
planeta (HIRATA 2000)
O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua
doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta
aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas
cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao
crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo
descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)
Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos
devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como
36
citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra
encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas
subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em
todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas
em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades
supridas pelo manancial subterracircneordquo
Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra
preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou
as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a
duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na
manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas
subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que
constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud
ABAS 2015)
Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva
ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades
rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)
Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave
aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor
influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de
uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem
melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes
poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e
outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)
De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61
da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que
6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos
profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY
MATOS 2002)
37
32 AQUIacuteFERO
Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo
n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo
hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras
ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)
Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros
quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros
(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)
Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso
fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos
citados (Quadro 01)
Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos
Tipo Principais caracteriacutesticas
Poroso
Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos
inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos
poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo
variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre
acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos
permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua
flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de
pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)
Fissural
Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a
circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao
movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute
relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo
permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui
onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas
a direccedilotildees preferenciais
Caacuterstico
Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua
ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram
da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos
com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
38
Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas
hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo
submetidos
O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado
superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa
permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele
constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas
impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior
que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero
livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil
devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)
39
Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
33 QUALIDADE DA AacuteGUA
A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume
(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das
aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos
aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima
composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da
contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo
a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos
efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os
elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua
classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos
para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)
Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso
ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A
Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle
e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art
5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de
potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/11.jpg)
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO14
2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO16
21 Localizaccedilatildeo e acesso16
22 Aspectos socioeconocircmicos17
23 Clima e aspectos fisiograacuteficos19
231 Clima19
232 Solos21
233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra22
234 Geomorfologia23
235 Hidrografia24
236 Geologia local25
2361 Grupo Ilhas26
2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo26
2363 Formaccedilatildeo Marizal28
2364 Grupo Barreiras28
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos29
237 Hidrogeologia local29
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras29
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal30
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo30
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas31
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos32
2392 Potenciometria33
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA35
31 Aacutegua subterracircnea35
32 Aquiacutefero37
33 Qualidade da aacutegua39
4 METODOLOGIA40
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas40
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios41
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua41
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees42
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA43
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos43
511 Cloreto43
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)44
513 Ferro Total49
514 Nitrato52
515 Sulfato53
516 Bicarbonato55
517 Fluoreto56
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea58
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica59
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo
da salinidade59
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano62
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo64
534 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para fabricaccedilatildeo de cerveja bebida e suco de
frutas65
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS68
REFEREcircNCIAS
14
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas tem crescido de forma significativa nos uacuteltimos
tempos A exploraccedilatildeo crescente deste recurso eacute explicada por diversos fatores dentre os
quais geralmente apresentam qualidade superior agraves aacuteguas superficiais Vaacuterias cidades
brasileiras abastecem-se de aacutegua subterracircnea de forma exclusiva ou complementar As aacuteguas
subterracircneas distribuem-se nos diferentes aquiacuteferos que satildeo reservatoacuterios responsaacuteveis pelo
armazenamento da maior parte da aacutegua doce - no estado liacutequido da Terra
A exploraccedilatildeo da aacutegua subterracircnea estaacute condicionada a fatores quantitativos (intimamente
ligada agrave condutividade hidraacuteulica e ao coeficiente de armazenamento dos terrenos)
qualitativos (influenciada pela composiccedilatildeo das rochas e condiccedilotildees climaacuteticas e de renovaccedilatildeo
das aacuteguas) e econocircmicos (depende da profundidade do aquiacutefero e das condiccedilotildees de
bombeamento) (LEAL 1999) De acordo com Santos (2000 p 81) ldquoa disponibilidade dos
recursos hiacutedricos subterracircneos para determinados tipos de uso depende fundamentalmente da
qualidade fiacutesico-quiacutemica bioloacutegica e radioloacutegicardquo Neste contexto as anaacutelises de qualidade
das aacuteguas satildeo de suma importacircncia uma vez que concentraccedilotildees anocircmalas de determinados
componentes podem oferecer riscos agrave sauacutede humana inviabilizando a sua utilizaccedilatildeo
A aacuterea escolhida para o desenvolvimento desta pesquisa corresponde ao periacutemetro do
municiacutepio de Catu localizado no Estado da Bahia Este assim como muitos outros municiacutepios
brasileiros utiliza as aacuteguas subterracircneas captadas por meio de poccedilos para abastecer escolas
propriedades rurais hospitais dentre outros estabelecimentos As aacuteguas subterracircneas
distribuem-se nos diferentes sistemas aquiacuteferos presentes no municiacutepio distintos por suas
caracteriacutesticas hidrogeoloacutegicas como por exemplo composiccedilatildeo litoloacutegica e forma de
circulaccedilatildeo da aacutegua as quais se refletem na sua produtividade
O objetivo geral deste trabalho consiste em realizar um estudo qualitativo das aacuteguas
subterracircneas captadas por meio de poccedilos nesse municiacutepio Quanto aos objetivos especiacuteficos
podem-se citar os seguintes
Classificar as aacuteguas subterracircneas da regiatildeo com base nos paracircmetros quiacutemicos (caacutelcio
magneacutesio soacutedio potaacutessio sulfato bicarbonato e cloreto) das amostras
Avaliar a qualidade (potabilidade) das aacuteguas subterracircneas comparando os valores dos
dados fiacutesico-quiacutemicos das mesmas com os valores maacuteximos permissiacuteveis (VMP) de
cada componente definidos pela portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil
2011)
Estabelecer as relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas ndash faacutecies hidroquiacutemicas
15
Classificar as aacuteguas subterracircneas levando em consideraccedilatildeo os iacutendices de salinidade
definidos pela Resoluccedilatildeo Nordm 357 de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA 2005)
Avaliar a qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo para a fabricaccedilatildeo de cerveja bebidas e
suco de frutas
Analisar as relaccedilotildees existentes entre os diversos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das aacuteguas
subterracircneas por meio da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
Estabelecer um sumaacuterio estatiacutestico com os valores analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas
Visando atingir os objetivos foi adotado um procedimento metodoloacutegico dividido em 4
etapas i) levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas ii) coleta anaacutelise e
tratamento de dados secundaacuterios iii) classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da
aacutegua iv) anaacutelises e interpretaccedilotildees As etapas metodoloacutegicas estatildeo detalhadas no quarto
capiacutetulo
Por uacuteltimo segue a apresentaccedilatildeo desta monografia que se encontra dividida em cinco
capiacutetulos O primeiro trata da introduccedilatildeo ora apresentada No segundo capiacutetulo eacute feito uma
caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo nos seus aspectos ambientais histoacuterico e econocircmico O
terceiro capiacutetulo apresenta uma breve discussatildeo conceitual dos termos utilizados nesta
pesquisa a saber aacuteguas subterracircneas aquiacuteferos e qualidade da aacutegua O quarto capiacutetulo refere-
se agrave metodologia adotada com a descriccedilatildeo das atividades e teacutecnicas utilizadas em cada etapa
realizada Os resultados da pesquisa satildeo apresentados analisados e discutidos no capiacutetulo
cinco atendendo aos objetivos expostos neste capiacutetulo introdutoacuterio Por uacuteltimo apresentam-
se as consideraccedilotildees finais da pesquisa
16
2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO
21 LOCALIZACcedilAtildeO E ACESSO
A aacuterea de estudo situa-se na porccedilatildeo Leste do Estado da Bahia e abrange os limites
territoriais do municiacutepio de Catu O municiacutepio possui uma aacuterea de 416216 kmsup2 e uma
populaccedilatildeo total de 51077 habitantes (IBGE 2010) Catu localiza-se entre as coordenadas
geograacuteficas 12deg10rsquo0rdquo e 12deg30rsquo0rdquo de latitude sul e 38deg15rsquo0rdquo e 38deg35rsquo0rdquo de longitude oeste e
limita-se com os municiacutepios de Araccedilaacutes e Pojuca a leste Satildeo Sebastiatildeo do Passeacute ao sul
Teodoro Sampaio e Terra Nova a oeste e Alagoinhas ao norte (Figura 01)
O principal acesso a cidade de Catu que dista 82 Km ao norte da capital baiana eacute
efetuado pelas rodovias federais BR-324 e BR-110 (no Km 354)
Figura 01 - Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu ndash BA
17
22 ASPECTOS SOCIOECONOcircMICOS
O municiacutepio foi criado pela Lei provincial ndeg 1058 de 26 de junho de 1868 com a
denominaccedilatildeo de Santana do Catu com territoacuterio desmembrado da entatildeo denominada Vila de
Satildeo Francisco ocorrendo sua instalaccedilatildeo em 6 de marccedilo de 1877 Em 23 de junho de 1931 o
nome Santana de Catu foi simplificado pelo Decreto estadual nuacutemero 7455 e ratificado pelo
de nuacutemero 7479 em 8 de julho do mesmo ano Em 30 de marccedilo de 1938 foi elevado agrave
categoria de Cidade Desde o Decreto estadual ndeg 11089 de 30 de novembro de 1938 que o
municiacutepio eacute formado por trecircs distritos Catu (sede) Bela Flor e Siacutetio Novo (INSTITUTO DE
URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL 1974)
Catu possui uma populaccedilatildeo de 51077 habitantes destes 42755 residem na zona
urbana e 8322 na zona rural (Tabela 01) A populaccedilatildeo catuense eacute composta por 26261
mulheres e 24816 homens
Tabela 01 - Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2010
Municiacutepio
Populaccedilatildeo Aacuterea
(km2)
Densidade
Demograacutefica
(habkm2) Urbana Rural Homens Mulheres Total
Catu
42755
8322
24816
26261
51077
416216
12272
Fonte IBGE 2010
Nos uacuteltimos dez anos o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de
Catu passou de baixo para meacutedio Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil
em 2000 o municiacutepio apresentava IDHM igual a 0536 Jaacute em 2010 o nuacutemero chegou a
0677 (17ordf posiccedilatildeo no ranking da Bahia) (ATLAS BRASIL 2013)
O Produto Interno Bruto (PIB) municipal eacute de 474888 mil reais (46ordf posiccedilatildeo no
ranking da Bahia) (IBGE 2012) O PIB per capita eacute superior agrave meacutedia do Estado da Bahia
(777507) alcanccedilando 917943 mil reais (IBGE 2012) O setor de serviccedilos eacute responsaacutevel por
pouco mais da metade do total do valor adicionado municipal (56) Jaacute a induacutestria responde
por 41 e a agropecuaacuteria representa 3 (Tabela 02)
18
Tabela 02 - Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2012
ANO
Valor Adicionado
Agropecuaacuteria Induacutestria Serviccedilos
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
2012 12159 3 179628 41 245942 56
Fonte IBGE 2012
Em 2010 o setor de atividade econocircmica extrativa mineral destacou-se como o setor
com o maior nuacutemero de pessoas ocupadas no mercado formal de trabalho (1837) (Tabela 03)
Em segundo lugar estaacute o setor de serviccedilos responsaacutevel por 2393 dos viacutenculos
empregatiacutecios
Tabela 03 - Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade
econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 2010
Setor de atividade Quantidade de pessoas
Extrativa Mineral 1837
Induacutestria de transformaccedilatildeo 537
Serviccedilos induacutestrias de atividade puacuteblica 100
Construccedilatildeo Civil 216
Comeacutercio 1573
Serviccedilos 1796
Administraccedilatildeo Puacuteblica 1388
Agropecuaacuteria extrativa vegetal caccedila pesca 57
Fonte SEI 2012
De acordo com os dados de produccedilatildeo agriacutecola referente ao ano de 2013 publicados
pelo IBGE o principal produto cultivado em Catu eacute a mandioca (quantidade produzida 6000
toneladas) (IBGE 2014) Tambeacutem satildeo produzidos no municiacutepio os seguintes produtos
laranja milho feijatildeo coco-da-baiacutea banana e o amendoim Na pecuaacuteria sobressaem-se os
rebanhos bovinos (20817 cabeccedilas) e tambeacutem a criaccedilatildeo de galinaacuteceos (galinhas galos
frangas frangos e pintos) (77247 cabeccedilas) (IBGE 2014)
19
23 CLIMA E ASPECTOS FISIOGRAacuteFICOS
231 Clima
O clima atuante no municiacutepio tendo como base os dados da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de
Alagoinhas - a mais proacutexima de Catu eacute do tipo Uacutemido a Subuacutemido com iacutendice hiacutedrico de
20 a 0 excedente hiacutedrico entre 50 mm a 300 mm e com chuvas concentradas no periacuteodo
de outono-inverno (SEI 1998) A temperatura meacutedia anual eacute de 239 degC (SEI 2012)
A precipitaccedilatildeo anual (P) no periacuteodo foi de 1233 mmano com excedente hiacutedrico
(EXC) de 152 mmano verificado entre maio e agosto A evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETP)
foi da ordem de 1246 mmano (Tabela 04 e Figura 02) A deficiecircncia de aacutegua no solo eacute maior
no mecircs de janeiro (Figura 03)
Tabela 04 - Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia
Mecircs T
(ordmC)
P
(mm) ETP
ARM
(mm)
ETR
(mm)
DEF
(mm)
EXC
(mm)
Jan 256 62 134 13 75 59 0
Fev 246 74 109 9 78 31 0
Mar 257 118 133 8 119 14 0
Abr 249 152 112 47 112 0 0
Maio 236 175 95 100 95 0 27
Jun 227 143 80 100 80 0 63
Jul 210 117 65 100 65 0 52
Ago 217 82 73 100 73 0 9
Set 226 60 83 80 80 2 0
Out 242 63 109 50 93 17 0
Nov 248 87 118 37 100 18 0
Dez 254 100 135 26 111 24 0
Totais 2868 1233 1246 669 1081 165 152
Meacutedias 239 103 104 56 90 14 13 Nota Meacutedias Climatoloacutegicas de 1961 a 1990 T = Temperatura P = Precipitaccedilatildeo ETP = Evapotranspiraccedilatildeo
Potencial ETR = Evapotranspiraccedilatildeo Real DEF = Deacutefcit EXC = Excedente Hiacutedrico
Fonte EMBRAPA 2015
20
Figura 02 - Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 1990
Fonte EMBRAPA 2015
Figura 03 - Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas -
BA
Fonte EMBRAPA 2015
21
232 Solos
De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-
BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico
Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas
destes satildeo descritos a seguir
Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu
Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais
extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e
dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da
parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo
necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem
22
Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave
ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito
intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com
perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser
distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a
agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo
possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na
porccedilatildeo sul do municiacutepio
Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei
iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um
horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas
proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de
drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena
ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca
233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra
A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu
permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea
destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que
a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos
hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo
O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas
com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas
formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de
Catu (Figura 04)
Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes
supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais
podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas
de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o
municiacutepio (Figura 05)
23
A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das
principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande
parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas
O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de
uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas
machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)
Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu
234 Geomorfologia
O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de
dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais
caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir
24
Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas
desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante
convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da
tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees
geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos
formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100
metros
Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees
sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos
Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu
235 Hidrografia
O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo
Norte (SEI 2012)
25
Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)
Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado
pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de
reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos
superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados
236 Geologia local
A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que
engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos
mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
(Figura 07)
Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu
26
2361 Grupo Ilhas
As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena
expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do
Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em
ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua
maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi
subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe
A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem
selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza
esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a
Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos
arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim
(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute
caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo
Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do
Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem
caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de
petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a
Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a
meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al
1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro
sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e
Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos
e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador
A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de
granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se
como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e
sotopondo-se de forma concordante agrave mesma
2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute
A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos
por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute
27
constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de
Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al
1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros
Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes
O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e
siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo
subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e
apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que
variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de
cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos
de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma
seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com
a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das
caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas
O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a
maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos
agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos
e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato
inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos
apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com
o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-
esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados
(VIANA et al 1971)
O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo
amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL
1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com
estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O
contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares
discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e
holocecircnicos
28
2363 Formaccedilatildeo Marizal
As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte
e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)
A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados
(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos
apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-
avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e
cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos
e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de
maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo
cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de
granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos
ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de
gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos
A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a
um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte
isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)
Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos
municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica
2364 Grupo Barreiras
O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e
marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a
partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)
De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido
em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea
do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura
07)
No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma
antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas
(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia
29
sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado
relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)
A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e
siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo
consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS
BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)
A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos
de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute
caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo
superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos
conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando
tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A
porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas
camadas de siltitos
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em
duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e
aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)
237 Hidrogeologia local
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras
De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito
reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas
subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um
sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da
variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que
abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por
um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por
sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que
30
predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE
1999)
O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais
provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo
Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas
laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de
chuvas
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal
O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de
aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa
predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo
basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em
condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)
Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia
angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da
aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a
sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e
surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo
A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo
vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as
estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras
nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo
O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo
baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas
predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras
que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees
em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em
31
discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar
contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)
O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos
caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE
1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas
de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre
predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo
mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo
nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se
encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras
Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo
duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos
e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local
o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base
ou seja os rios e riachos da regiatildeo
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas
O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas
possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu
(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de
600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia
do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees
facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea
de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a
mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o
armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)
O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado
possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical
profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)
32
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos
A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do
SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi
possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi
possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH
estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do
desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia
aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos
Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros
observados
Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade
mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O
niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu
355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo
surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada
uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana
de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo
TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo
miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)
Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu
apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com
maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana
de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3
respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de
1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21
poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente
a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor
maacuteximo (Tabela 05)
33
Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados
Coluna1 PROF
(m)
NE
(m)
ND
(m)
Vazatildeo TB
(msup3h)
STD
(mgl)
Dureza
(mgl CaCO3)
CE
(microScm)
PH
-
Turbidez
(NTU)
Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93
Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43
Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29
Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214
Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590
Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38
Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01
Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000
Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250
Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
2381 Potenciometria
O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos
referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do
fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga
O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa
(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas
regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais
cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam
como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)
34
Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu
35
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA
A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem
sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem
como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de
energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num
elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como
aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em
6 de maio de 1968
Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as
atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega
principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos
galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os
oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos
animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e
transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as
plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os
dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais
(CONSELHO DA EUROPA 1968)
A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de
aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca
de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das
aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os
aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da
aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no
planeta (HIRATA 2000)
O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua
doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta
aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas
cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao
crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo
descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)
Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos
devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como
36
citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra
encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas
subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em
todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas
em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades
supridas pelo manancial subterracircneordquo
Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra
preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou
as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a
duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na
manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas
subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que
constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud
ABAS 2015)
Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva
ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades
rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)
Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave
aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor
influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de
uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem
melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes
poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e
outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)
De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61
da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que
6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos
profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY
MATOS 2002)
37
32 AQUIacuteFERO
Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo
n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo
hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras
ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)
Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros
quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros
(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)
Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso
fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos
citados (Quadro 01)
Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos
Tipo Principais caracteriacutesticas
Poroso
Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos
inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos
poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo
variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre
acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos
permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua
flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de
pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)
Fissural
Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a
circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao
movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute
relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo
permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui
onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas
a direccedilotildees preferenciais
Caacuterstico
Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua
ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram
da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos
com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
38
Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas
hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo
submetidos
O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado
superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa
permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele
constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas
impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior
que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero
livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil
devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)
39
Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
33 QUALIDADE DA AacuteGUA
A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume
(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das
aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos
aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima
composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da
contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo
a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos
efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os
elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua
classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos
para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)
Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso
ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A
Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle
e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art
5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de
potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/12.jpg)
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios41
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua41
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees42
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA43
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos43
511 Cloreto43
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)44
513 Ferro Total49
514 Nitrato52
515 Sulfato53
516 Bicarbonato55
517 Fluoreto56
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea58
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica59
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo
da salinidade59
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano62
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo64
534 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para fabricaccedilatildeo de cerveja bebida e suco de
frutas65
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS68
REFEREcircNCIAS
14
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas tem crescido de forma significativa nos uacuteltimos
tempos A exploraccedilatildeo crescente deste recurso eacute explicada por diversos fatores dentre os
quais geralmente apresentam qualidade superior agraves aacuteguas superficiais Vaacuterias cidades
brasileiras abastecem-se de aacutegua subterracircnea de forma exclusiva ou complementar As aacuteguas
subterracircneas distribuem-se nos diferentes aquiacuteferos que satildeo reservatoacuterios responsaacuteveis pelo
armazenamento da maior parte da aacutegua doce - no estado liacutequido da Terra
A exploraccedilatildeo da aacutegua subterracircnea estaacute condicionada a fatores quantitativos (intimamente
ligada agrave condutividade hidraacuteulica e ao coeficiente de armazenamento dos terrenos)
qualitativos (influenciada pela composiccedilatildeo das rochas e condiccedilotildees climaacuteticas e de renovaccedilatildeo
das aacuteguas) e econocircmicos (depende da profundidade do aquiacutefero e das condiccedilotildees de
bombeamento) (LEAL 1999) De acordo com Santos (2000 p 81) ldquoa disponibilidade dos
recursos hiacutedricos subterracircneos para determinados tipos de uso depende fundamentalmente da
qualidade fiacutesico-quiacutemica bioloacutegica e radioloacutegicardquo Neste contexto as anaacutelises de qualidade
das aacuteguas satildeo de suma importacircncia uma vez que concentraccedilotildees anocircmalas de determinados
componentes podem oferecer riscos agrave sauacutede humana inviabilizando a sua utilizaccedilatildeo
A aacuterea escolhida para o desenvolvimento desta pesquisa corresponde ao periacutemetro do
municiacutepio de Catu localizado no Estado da Bahia Este assim como muitos outros municiacutepios
brasileiros utiliza as aacuteguas subterracircneas captadas por meio de poccedilos para abastecer escolas
propriedades rurais hospitais dentre outros estabelecimentos As aacuteguas subterracircneas
distribuem-se nos diferentes sistemas aquiacuteferos presentes no municiacutepio distintos por suas
caracteriacutesticas hidrogeoloacutegicas como por exemplo composiccedilatildeo litoloacutegica e forma de
circulaccedilatildeo da aacutegua as quais se refletem na sua produtividade
O objetivo geral deste trabalho consiste em realizar um estudo qualitativo das aacuteguas
subterracircneas captadas por meio de poccedilos nesse municiacutepio Quanto aos objetivos especiacuteficos
podem-se citar os seguintes
Classificar as aacuteguas subterracircneas da regiatildeo com base nos paracircmetros quiacutemicos (caacutelcio
magneacutesio soacutedio potaacutessio sulfato bicarbonato e cloreto) das amostras
Avaliar a qualidade (potabilidade) das aacuteguas subterracircneas comparando os valores dos
dados fiacutesico-quiacutemicos das mesmas com os valores maacuteximos permissiacuteveis (VMP) de
cada componente definidos pela portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil
2011)
Estabelecer as relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas ndash faacutecies hidroquiacutemicas
15
Classificar as aacuteguas subterracircneas levando em consideraccedilatildeo os iacutendices de salinidade
definidos pela Resoluccedilatildeo Nordm 357 de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA 2005)
Avaliar a qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo para a fabricaccedilatildeo de cerveja bebidas e
suco de frutas
Analisar as relaccedilotildees existentes entre os diversos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das aacuteguas
subterracircneas por meio da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
Estabelecer um sumaacuterio estatiacutestico com os valores analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas
Visando atingir os objetivos foi adotado um procedimento metodoloacutegico dividido em 4
etapas i) levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas ii) coleta anaacutelise e
tratamento de dados secundaacuterios iii) classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da
aacutegua iv) anaacutelises e interpretaccedilotildees As etapas metodoloacutegicas estatildeo detalhadas no quarto
capiacutetulo
Por uacuteltimo segue a apresentaccedilatildeo desta monografia que se encontra dividida em cinco
capiacutetulos O primeiro trata da introduccedilatildeo ora apresentada No segundo capiacutetulo eacute feito uma
caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo nos seus aspectos ambientais histoacuterico e econocircmico O
terceiro capiacutetulo apresenta uma breve discussatildeo conceitual dos termos utilizados nesta
pesquisa a saber aacuteguas subterracircneas aquiacuteferos e qualidade da aacutegua O quarto capiacutetulo refere-
se agrave metodologia adotada com a descriccedilatildeo das atividades e teacutecnicas utilizadas em cada etapa
realizada Os resultados da pesquisa satildeo apresentados analisados e discutidos no capiacutetulo
cinco atendendo aos objetivos expostos neste capiacutetulo introdutoacuterio Por uacuteltimo apresentam-
se as consideraccedilotildees finais da pesquisa
16
2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO
21 LOCALIZACcedilAtildeO E ACESSO
A aacuterea de estudo situa-se na porccedilatildeo Leste do Estado da Bahia e abrange os limites
territoriais do municiacutepio de Catu O municiacutepio possui uma aacuterea de 416216 kmsup2 e uma
populaccedilatildeo total de 51077 habitantes (IBGE 2010) Catu localiza-se entre as coordenadas
geograacuteficas 12deg10rsquo0rdquo e 12deg30rsquo0rdquo de latitude sul e 38deg15rsquo0rdquo e 38deg35rsquo0rdquo de longitude oeste e
limita-se com os municiacutepios de Araccedilaacutes e Pojuca a leste Satildeo Sebastiatildeo do Passeacute ao sul
Teodoro Sampaio e Terra Nova a oeste e Alagoinhas ao norte (Figura 01)
O principal acesso a cidade de Catu que dista 82 Km ao norte da capital baiana eacute
efetuado pelas rodovias federais BR-324 e BR-110 (no Km 354)
Figura 01 - Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu ndash BA
17
22 ASPECTOS SOCIOECONOcircMICOS
O municiacutepio foi criado pela Lei provincial ndeg 1058 de 26 de junho de 1868 com a
denominaccedilatildeo de Santana do Catu com territoacuterio desmembrado da entatildeo denominada Vila de
Satildeo Francisco ocorrendo sua instalaccedilatildeo em 6 de marccedilo de 1877 Em 23 de junho de 1931 o
nome Santana de Catu foi simplificado pelo Decreto estadual nuacutemero 7455 e ratificado pelo
de nuacutemero 7479 em 8 de julho do mesmo ano Em 30 de marccedilo de 1938 foi elevado agrave
categoria de Cidade Desde o Decreto estadual ndeg 11089 de 30 de novembro de 1938 que o
municiacutepio eacute formado por trecircs distritos Catu (sede) Bela Flor e Siacutetio Novo (INSTITUTO DE
URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL 1974)
Catu possui uma populaccedilatildeo de 51077 habitantes destes 42755 residem na zona
urbana e 8322 na zona rural (Tabela 01) A populaccedilatildeo catuense eacute composta por 26261
mulheres e 24816 homens
Tabela 01 - Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2010
Municiacutepio
Populaccedilatildeo Aacuterea
(km2)
Densidade
Demograacutefica
(habkm2) Urbana Rural Homens Mulheres Total
Catu
42755
8322
24816
26261
51077
416216
12272
Fonte IBGE 2010
Nos uacuteltimos dez anos o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de
Catu passou de baixo para meacutedio Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil
em 2000 o municiacutepio apresentava IDHM igual a 0536 Jaacute em 2010 o nuacutemero chegou a
0677 (17ordf posiccedilatildeo no ranking da Bahia) (ATLAS BRASIL 2013)
O Produto Interno Bruto (PIB) municipal eacute de 474888 mil reais (46ordf posiccedilatildeo no
ranking da Bahia) (IBGE 2012) O PIB per capita eacute superior agrave meacutedia do Estado da Bahia
(777507) alcanccedilando 917943 mil reais (IBGE 2012) O setor de serviccedilos eacute responsaacutevel por
pouco mais da metade do total do valor adicionado municipal (56) Jaacute a induacutestria responde
por 41 e a agropecuaacuteria representa 3 (Tabela 02)
18
Tabela 02 - Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2012
ANO
Valor Adicionado
Agropecuaacuteria Induacutestria Serviccedilos
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
2012 12159 3 179628 41 245942 56
Fonte IBGE 2012
Em 2010 o setor de atividade econocircmica extrativa mineral destacou-se como o setor
com o maior nuacutemero de pessoas ocupadas no mercado formal de trabalho (1837) (Tabela 03)
Em segundo lugar estaacute o setor de serviccedilos responsaacutevel por 2393 dos viacutenculos
empregatiacutecios
Tabela 03 - Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade
econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 2010
Setor de atividade Quantidade de pessoas
Extrativa Mineral 1837
Induacutestria de transformaccedilatildeo 537
Serviccedilos induacutestrias de atividade puacuteblica 100
Construccedilatildeo Civil 216
Comeacutercio 1573
Serviccedilos 1796
Administraccedilatildeo Puacuteblica 1388
Agropecuaacuteria extrativa vegetal caccedila pesca 57
Fonte SEI 2012
De acordo com os dados de produccedilatildeo agriacutecola referente ao ano de 2013 publicados
pelo IBGE o principal produto cultivado em Catu eacute a mandioca (quantidade produzida 6000
toneladas) (IBGE 2014) Tambeacutem satildeo produzidos no municiacutepio os seguintes produtos
laranja milho feijatildeo coco-da-baiacutea banana e o amendoim Na pecuaacuteria sobressaem-se os
rebanhos bovinos (20817 cabeccedilas) e tambeacutem a criaccedilatildeo de galinaacuteceos (galinhas galos
frangas frangos e pintos) (77247 cabeccedilas) (IBGE 2014)
19
23 CLIMA E ASPECTOS FISIOGRAacuteFICOS
231 Clima
O clima atuante no municiacutepio tendo como base os dados da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de
Alagoinhas - a mais proacutexima de Catu eacute do tipo Uacutemido a Subuacutemido com iacutendice hiacutedrico de
20 a 0 excedente hiacutedrico entre 50 mm a 300 mm e com chuvas concentradas no periacuteodo
de outono-inverno (SEI 1998) A temperatura meacutedia anual eacute de 239 degC (SEI 2012)
A precipitaccedilatildeo anual (P) no periacuteodo foi de 1233 mmano com excedente hiacutedrico
(EXC) de 152 mmano verificado entre maio e agosto A evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETP)
foi da ordem de 1246 mmano (Tabela 04 e Figura 02) A deficiecircncia de aacutegua no solo eacute maior
no mecircs de janeiro (Figura 03)
Tabela 04 - Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia
Mecircs T
(ordmC)
P
(mm) ETP
ARM
(mm)
ETR
(mm)
DEF
(mm)
EXC
(mm)
Jan 256 62 134 13 75 59 0
Fev 246 74 109 9 78 31 0
Mar 257 118 133 8 119 14 0
Abr 249 152 112 47 112 0 0
Maio 236 175 95 100 95 0 27
Jun 227 143 80 100 80 0 63
Jul 210 117 65 100 65 0 52
Ago 217 82 73 100 73 0 9
Set 226 60 83 80 80 2 0
Out 242 63 109 50 93 17 0
Nov 248 87 118 37 100 18 0
Dez 254 100 135 26 111 24 0
Totais 2868 1233 1246 669 1081 165 152
Meacutedias 239 103 104 56 90 14 13 Nota Meacutedias Climatoloacutegicas de 1961 a 1990 T = Temperatura P = Precipitaccedilatildeo ETP = Evapotranspiraccedilatildeo
Potencial ETR = Evapotranspiraccedilatildeo Real DEF = Deacutefcit EXC = Excedente Hiacutedrico
Fonte EMBRAPA 2015
20
Figura 02 - Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 1990
Fonte EMBRAPA 2015
Figura 03 - Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas -
BA
Fonte EMBRAPA 2015
21
232 Solos
De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-
BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico
Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas
destes satildeo descritos a seguir
Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu
Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais
extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e
dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da
parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo
necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem
22
Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave
ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito
intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com
perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser
distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a
agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo
possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na
porccedilatildeo sul do municiacutepio
Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei
iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um
horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas
proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de
drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena
ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca
233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra
A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu
permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea
destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que
a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos
hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo
O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas
com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas
formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de
Catu (Figura 04)
Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes
supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais
podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas
de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o
municiacutepio (Figura 05)
23
A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das
principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande
parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas
O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de
uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas
machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)
Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu
234 Geomorfologia
O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de
dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais
caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir
24
Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas
desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante
convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da
tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees
geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos
formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100
metros
Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees
sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos
Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu
235 Hidrografia
O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo
Norte (SEI 2012)
25
Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)
Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado
pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de
reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos
superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados
236 Geologia local
A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que
engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos
mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
(Figura 07)
Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu
26
2361 Grupo Ilhas
As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena
expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do
Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em
ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua
maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi
subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe
A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem
selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza
esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a
Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos
arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim
(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute
caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo
Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do
Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem
caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de
petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a
Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a
meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al
1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro
sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e
Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos
e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador
A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de
granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se
como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e
sotopondo-se de forma concordante agrave mesma
2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute
A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos
por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute
27
constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de
Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al
1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros
Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes
O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e
siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo
subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e
apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que
variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de
cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos
de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma
seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com
a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das
caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas
O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a
maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos
agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos
e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato
inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos
apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com
o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-
esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados
(VIANA et al 1971)
O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo
amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL
1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com
estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O
contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares
discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e
holocecircnicos
28
2363 Formaccedilatildeo Marizal
As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte
e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)
A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados
(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos
apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-
avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e
cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos
e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de
maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo
cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de
granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos
ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de
gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos
A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a
um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte
isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)
Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos
municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica
2364 Grupo Barreiras
O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e
marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a
partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)
De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido
em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea
do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura
07)
No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma
antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas
(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia
29
sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado
relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)
A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e
siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo
consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS
BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)
A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos
de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute
caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo
superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos
conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando
tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A
porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas
camadas de siltitos
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em
duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e
aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)
237 Hidrogeologia local
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras
De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito
reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas
subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um
sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da
variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que
abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por
um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por
sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que
30
predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE
1999)
O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais
provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo
Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas
laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de
chuvas
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal
O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de
aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa
predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo
basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em
condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)
Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia
angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da
aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a
sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e
surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo
A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo
vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as
estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras
nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo
O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo
baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas
predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras
que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees
em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em
31
discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar
contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)
O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos
caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE
1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas
de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre
predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo
mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo
nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se
encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras
Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo
duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos
e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local
o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base
ou seja os rios e riachos da regiatildeo
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas
O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas
possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu
(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de
600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia
do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees
facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea
de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a
mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o
armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)
O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado
possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical
profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)
32
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos
A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do
SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi
possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi
possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH
estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do
desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia
aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos
Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros
observados
Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade
mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O
niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu
355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo
surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada
uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana
de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo
TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo
miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)
Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu
apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com
maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana
de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3
respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de
1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21
poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente
a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor
maacuteximo (Tabela 05)
33
Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados
Coluna1 PROF
(m)
NE
(m)
ND
(m)
Vazatildeo TB
(msup3h)
STD
(mgl)
Dureza
(mgl CaCO3)
CE
(microScm)
PH
-
Turbidez
(NTU)
Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93
Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43
Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29
Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214
Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590
Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38
Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01
Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000
Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250
Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
2381 Potenciometria
O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos
referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do
fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga
O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa
(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas
regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais
cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam
como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)
34
Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu
35
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA
A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem
sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem
como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de
energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num
elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como
aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em
6 de maio de 1968
Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as
atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega
principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos
galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os
oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos
animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e
transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as
plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os
dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais
(CONSELHO DA EUROPA 1968)
A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de
aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca
de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das
aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os
aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da
aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no
planeta (HIRATA 2000)
O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua
doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta
aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas
cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao
crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo
descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)
Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos
devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como
36
citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra
encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas
subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em
todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas
em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades
supridas pelo manancial subterracircneordquo
Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra
preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou
as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a
duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na
manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas
subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que
constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud
ABAS 2015)
Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva
ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades
rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)
Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave
aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor
influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de
uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem
melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes
poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e
outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)
De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61
da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que
6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos
profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY
MATOS 2002)
37
32 AQUIacuteFERO
Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo
n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo
hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras
ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)
Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros
quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros
(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)
Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso
fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos
citados (Quadro 01)
Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos
Tipo Principais caracteriacutesticas
Poroso
Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos
inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos
poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo
variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre
acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos
permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua
flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de
pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)
Fissural
Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a
circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao
movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute
relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo
permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui
onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas
a direccedilotildees preferenciais
Caacuterstico
Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua
ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram
da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos
com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
38
Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas
hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo
submetidos
O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado
superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa
permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele
constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas
impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior
que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero
livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil
devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)
39
Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
33 QUALIDADE DA AacuteGUA
A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume
(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das
aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos
aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima
composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da
contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo
a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos
efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os
elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua
classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos
para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)
Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso
ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A
Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle
e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art
5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de
potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/13.jpg)
14
1 INTRODUCcedilAtildeO
A utilizaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas tem crescido de forma significativa nos uacuteltimos
tempos A exploraccedilatildeo crescente deste recurso eacute explicada por diversos fatores dentre os
quais geralmente apresentam qualidade superior agraves aacuteguas superficiais Vaacuterias cidades
brasileiras abastecem-se de aacutegua subterracircnea de forma exclusiva ou complementar As aacuteguas
subterracircneas distribuem-se nos diferentes aquiacuteferos que satildeo reservatoacuterios responsaacuteveis pelo
armazenamento da maior parte da aacutegua doce - no estado liacutequido da Terra
A exploraccedilatildeo da aacutegua subterracircnea estaacute condicionada a fatores quantitativos (intimamente
ligada agrave condutividade hidraacuteulica e ao coeficiente de armazenamento dos terrenos)
qualitativos (influenciada pela composiccedilatildeo das rochas e condiccedilotildees climaacuteticas e de renovaccedilatildeo
das aacuteguas) e econocircmicos (depende da profundidade do aquiacutefero e das condiccedilotildees de
bombeamento) (LEAL 1999) De acordo com Santos (2000 p 81) ldquoa disponibilidade dos
recursos hiacutedricos subterracircneos para determinados tipos de uso depende fundamentalmente da
qualidade fiacutesico-quiacutemica bioloacutegica e radioloacutegicardquo Neste contexto as anaacutelises de qualidade
das aacuteguas satildeo de suma importacircncia uma vez que concentraccedilotildees anocircmalas de determinados
componentes podem oferecer riscos agrave sauacutede humana inviabilizando a sua utilizaccedilatildeo
A aacuterea escolhida para o desenvolvimento desta pesquisa corresponde ao periacutemetro do
municiacutepio de Catu localizado no Estado da Bahia Este assim como muitos outros municiacutepios
brasileiros utiliza as aacuteguas subterracircneas captadas por meio de poccedilos para abastecer escolas
propriedades rurais hospitais dentre outros estabelecimentos As aacuteguas subterracircneas
distribuem-se nos diferentes sistemas aquiacuteferos presentes no municiacutepio distintos por suas
caracteriacutesticas hidrogeoloacutegicas como por exemplo composiccedilatildeo litoloacutegica e forma de
circulaccedilatildeo da aacutegua as quais se refletem na sua produtividade
O objetivo geral deste trabalho consiste em realizar um estudo qualitativo das aacuteguas
subterracircneas captadas por meio de poccedilos nesse municiacutepio Quanto aos objetivos especiacuteficos
podem-se citar os seguintes
Classificar as aacuteguas subterracircneas da regiatildeo com base nos paracircmetros quiacutemicos (caacutelcio
magneacutesio soacutedio potaacutessio sulfato bicarbonato e cloreto) das amostras
Avaliar a qualidade (potabilidade) das aacuteguas subterracircneas comparando os valores dos
dados fiacutesico-quiacutemicos das mesmas com os valores maacuteximos permissiacuteveis (VMP) de
cada componente definidos pela portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil
2011)
Estabelecer as relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas ndash faacutecies hidroquiacutemicas
15
Classificar as aacuteguas subterracircneas levando em consideraccedilatildeo os iacutendices de salinidade
definidos pela Resoluccedilatildeo Nordm 357 de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA 2005)
Avaliar a qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo para a fabricaccedilatildeo de cerveja bebidas e
suco de frutas
Analisar as relaccedilotildees existentes entre os diversos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das aacuteguas
subterracircneas por meio da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
Estabelecer um sumaacuterio estatiacutestico com os valores analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas
Visando atingir os objetivos foi adotado um procedimento metodoloacutegico dividido em 4
etapas i) levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas ii) coleta anaacutelise e
tratamento de dados secundaacuterios iii) classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da
aacutegua iv) anaacutelises e interpretaccedilotildees As etapas metodoloacutegicas estatildeo detalhadas no quarto
capiacutetulo
Por uacuteltimo segue a apresentaccedilatildeo desta monografia que se encontra dividida em cinco
capiacutetulos O primeiro trata da introduccedilatildeo ora apresentada No segundo capiacutetulo eacute feito uma
caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo nos seus aspectos ambientais histoacuterico e econocircmico O
terceiro capiacutetulo apresenta uma breve discussatildeo conceitual dos termos utilizados nesta
pesquisa a saber aacuteguas subterracircneas aquiacuteferos e qualidade da aacutegua O quarto capiacutetulo refere-
se agrave metodologia adotada com a descriccedilatildeo das atividades e teacutecnicas utilizadas em cada etapa
realizada Os resultados da pesquisa satildeo apresentados analisados e discutidos no capiacutetulo
cinco atendendo aos objetivos expostos neste capiacutetulo introdutoacuterio Por uacuteltimo apresentam-
se as consideraccedilotildees finais da pesquisa
16
2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO
21 LOCALIZACcedilAtildeO E ACESSO
A aacuterea de estudo situa-se na porccedilatildeo Leste do Estado da Bahia e abrange os limites
territoriais do municiacutepio de Catu O municiacutepio possui uma aacuterea de 416216 kmsup2 e uma
populaccedilatildeo total de 51077 habitantes (IBGE 2010) Catu localiza-se entre as coordenadas
geograacuteficas 12deg10rsquo0rdquo e 12deg30rsquo0rdquo de latitude sul e 38deg15rsquo0rdquo e 38deg35rsquo0rdquo de longitude oeste e
limita-se com os municiacutepios de Araccedilaacutes e Pojuca a leste Satildeo Sebastiatildeo do Passeacute ao sul
Teodoro Sampaio e Terra Nova a oeste e Alagoinhas ao norte (Figura 01)
O principal acesso a cidade de Catu que dista 82 Km ao norte da capital baiana eacute
efetuado pelas rodovias federais BR-324 e BR-110 (no Km 354)
Figura 01 - Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu ndash BA
17
22 ASPECTOS SOCIOECONOcircMICOS
O municiacutepio foi criado pela Lei provincial ndeg 1058 de 26 de junho de 1868 com a
denominaccedilatildeo de Santana do Catu com territoacuterio desmembrado da entatildeo denominada Vila de
Satildeo Francisco ocorrendo sua instalaccedilatildeo em 6 de marccedilo de 1877 Em 23 de junho de 1931 o
nome Santana de Catu foi simplificado pelo Decreto estadual nuacutemero 7455 e ratificado pelo
de nuacutemero 7479 em 8 de julho do mesmo ano Em 30 de marccedilo de 1938 foi elevado agrave
categoria de Cidade Desde o Decreto estadual ndeg 11089 de 30 de novembro de 1938 que o
municiacutepio eacute formado por trecircs distritos Catu (sede) Bela Flor e Siacutetio Novo (INSTITUTO DE
URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL 1974)
Catu possui uma populaccedilatildeo de 51077 habitantes destes 42755 residem na zona
urbana e 8322 na zona rural (Tabela 01) A populaccedilatildeo catuense eacute composta por 26261
mulheres e 24816 homens
Tabela 01 - Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2010
Municiacutepio
Populaccedilatildeo Aacuterea
(km2)
Densidade
Demograacutefica
(habkm2) Urbana Rural Homens Mulheres Total
Catu
42755
8322
24816
26261
51077
416216
12272
Fonte IBGE 2010
Nos uacuteltimos dez anos o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de
Catu passou de baixo para meacutedio Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil
em 2000 o municiacutepio apresentava IDHM igual a 0536 Jaacute em 2010 o nuacutemero chegou a
0677 (17ordf posiccedilatildeo no ranking da Bahia) (ATLAS BRASIL 2013)
O Produto Interno Bruto (PIB) municipal eacute de 474888 mil reais (46ordf posiccedilatildeo no
ranking da Bahia) (IBGE 2012) O PIB per capita eacute superior agrave meacutedia do Estado da Bahia
(777507) alcanccedilando 917943 mil reais (IBGE 2012) O setor de serviccedilos eacute responsaacutevel por
pouco mais da metade do total do valor adicionado municipal (56) Jaacute a induacutestria responde
por 41 e a agropecuaacuteria representa 3 (Tabela 02)
18
Tabela 02 - Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2012
ANO
Valor Adicionado
Agropecuaacuteria Induacutestria Serviccedilos
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
2012 12159 3 179628 41 245942 56
Fonte IBGE 2012
Em 2010 o setor de atividade econocircmica extrativa mineral destacou-se como o setor
com o maior nuacutemero de pessoas ocupadas no mercado formal de trabalho (1837) (Tabela 03)
Em segundo lugar estaacute o setor de serviccedilos responsaacutevel por 2393 dos viacutenculos
empregatiacutecios
Tabela 03 - Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade
econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 2010
Setor de atividade Quantidade de pessoas
Extrativa Mineral 1837
Induacutestria de transformaccedilatildeo 537
Serviccedilos induacutestrias de atividade puacuteblica 100
Construccedilatildeo Civil 216
Comeacutercio 1573
Serviccedilos 1796
Administraccedilatildeo Puacuteblica 1388
Agropecuaacuteria extrativa vegetal caccedila pesca 57
Fonte SEI 2012
De acordo com os dados de produccedilatildeo agriacutecola referente ao ano de 2013 publicados
pelo IBGE o principal produto cultivado em Catu eacute a mandioca (quantidade produzida 6000
toneladas) (IBGE 2014) Tambeacutem satildeo produzidos no municiacutepio os seguintes produtos
laranja milho feijatildeo coco-da-baiacutea banana e o amendoim Na pecuaacuteria sobressaem-se os
rebanhos bovinos (20817 cabeccedilas) e tambeacutem a criaccedilatildeo de galinaacuteceos (galinhas galos
frangas frangos e pintos) (77247 cabeccedilas) (IBGE 2014)
19
23 CLIMA E ASPECTOS FISIOGRAacuteFICOS
231 Clima
O clima atuante no municiacutepio tendo como base os dados da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de
Alagoinhas - a mais proacutexima de Catu eacute do tipo Uacutemido a Subuacutemido com iacutendice hiacutedrico de
20 a 0 excedente hiacutedrico entre 50 mm a 300 mm e com chuvas concentradas no periacuteodo
de outono-inverno (SEI 1998) A temperatura meacutedia anual eacute de 239 degC (SEI 2012)
A precipitaccedilatildeo anual (P) no periacuteodo foi de 1233 mmano com excedente hiacutedrico
(EXC) de 152 mmano verificado entre maio e agosto A evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETP)
foi da ordem de 1246 mmano (Tabela 04 e Figura 02) A deficiecircncia de aacutegua no solo eacute maior
no mecircs de janeiro (Figura 03)
Tabela 04 - Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia
Mecircs T
(ordmC)
P
(mm) ETP
ARM
(mm)
ETR
(mm)
DEF
(mm)
EXC
(mm)
Jan 256 62 134 13 75 59 0
Fev 246 74 109 9 78 31 0
Mar 257 118 133 8 119 14 0
Abr 249 152 112 47 112 0 0
Maio 236 175 95 100 95 0 27
Jun 227 143 80 100 80 0 63
Jul 210 117 65 100 65 0 52
Ago 217 82 73 100 73 0 9
Set 226 60 83 80 80 2 0
Out 242 63 109 50 93 17 0
Nov 248 87 118 37 100 18 0
Dez 254 100 135 26 111 24 0
Totais 2868 1233 1246 669 1081 165 152
Meacutedias 239 103 104 56 90 14 13 Nota Meacutedias Climatoloacutegicas de 1961 a 1990 T = Temperatura P = Precipitaccedilatildeo ETP = Evapotranspiraccedilatildeo
Potencial ETR = Evapotranspiraccedilatildeo Real DEF = Deacutefcit EXC = Excedente Hiacutedrico
Fonte EMBRAPA 2015
20
Figura 02 - Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 1990
Fonte EMBRAPA 2015
Figura 03 - Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas -
BA
Fonte EMBRAPA 2015
21
232 Solos
De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-
BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico
Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas
destes satildeo descritos a seguir
Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu
Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais
extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e
dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da
parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo
necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem
22
Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave
ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito
intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com
perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser
distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a
agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo
possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na
porccedilatildeo sul do municiacutepio
Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei
iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um
horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas
proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de
drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena
ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca
233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra
A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu
permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea
destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que
a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos
hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo
O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas
com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas
formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de
Catu (Figura 04)
Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes
supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais
podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas
de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o
municiacutepio (Figura 05)
23
A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das
principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande
parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas
O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de
uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas
machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)
Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu
234 Geomorfologia
O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de
dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais
caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir
24
Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas
desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante
convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da
tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees
geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos
formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100
metros
Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees
sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos
Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu
235 Hidrografia
O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo
Norte (SEI 2012)
25
Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)
Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado
pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de
reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos
superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados
236 Geologia local
A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que
engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos
mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
(Figura 07)
Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu
26
2361 Grupo Ilhas
As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena
expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do
Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em
ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua
maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi
subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe
A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem
selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza
esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a
Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos
arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim
(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute
caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo
Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do
Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem
caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de
petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a
Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a
meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al
1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro
sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e
Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos
e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador
A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de
granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se
como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e
sotopondo-se de forma concordante agrave mesma
2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute
A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos
por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute
27
constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de
Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al
1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros
Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes
O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e
siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo
subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e
apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que
variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de
cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos
de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma
seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com
a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das
caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas
O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a
maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos
agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos
e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato
inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos
apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com
o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-
esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados
(VIANA et al 1971)
O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo
amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL
1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com
estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O
contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares
discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e
holocecircnicos
28
2363 Formaccedilatildeo Marizal
As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte
e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)
A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados
(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos
apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-
avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e
cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos
e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de
maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo
cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de
granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos
ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de
gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos
A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a
um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte
isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)
Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos
municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica
2364 Grupo Barreiras
O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e
marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a
partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)
De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido
em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea
do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura
07)
No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma
antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas
(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia
29
sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado
relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)
A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e
siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo
consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS
BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)
A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos
de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute
caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo
superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos
conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando
tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A
porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas
camadas de siltitos
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em
duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e
aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)
237 Hidrogeologia local
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras
De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito
reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas
subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um
sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da
variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que
abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por
um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por
sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que
30
predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE
1999)
O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais
provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo
Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas
laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de
chuvas
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal
O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de
aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa
predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo
basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em
condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)
Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia
angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da
aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a
sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e
surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo
A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo
vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as
estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras
nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo
O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo
baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas
predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras
que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees
em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em
31
discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar
contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)
O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos
caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE
1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas
de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre
predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo
mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo
nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se
encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras
Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo
duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos
e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local
o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base
ou seja os rios e riachos da regiatildeo
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas
O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas
possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu
(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de
600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia
do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees
facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea
de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a
mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o
armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)
O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado
possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical
profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)
32
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos
A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do
SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi
possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi
possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH
estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do
desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia
aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos
Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros
observados
Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade
mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O
niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu
355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo
surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada
uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana
de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo
TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo
miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)
Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu
apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com
maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana
de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3
respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de
1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21
poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente
a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor
maacuteximo (Tabela 05)
33
Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados
Coluna1 PROF
(m)
NE
(m)
ND
(m)
Vazatildeo TB
(msup3h)
STD
(mgl)
Dureza
(mgl CaCO3)
CE
(microScm)
PH
-
Turbidez
(NTU)
Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93
Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43
Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29
Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214
Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590
Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38
Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01
Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000
Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250
Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
2381 Potenciometria
O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos
referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do
fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga
O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa
(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas
regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais
cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam
como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)
34
Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu
35
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA
A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem
sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem
como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de
energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num
elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como
aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em
6 de maio de 1968
Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as
atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega
principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos
galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os
oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos
animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e
transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as
plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os
dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais
(CONSELHO DA EUROPA 1968)
A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de
aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca
de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das
aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os
aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da
aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no
planeta (HIRATA 2000)
O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua
doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta
aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas
cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao
crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo
descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)
Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos
devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como
36
citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra
encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas
subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em
todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas
em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades
supridas pelo manancial subterracircneordquo
Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra
preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou
as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a
duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na
manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas
subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que
constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud
ABAS 2015)
Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva
ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades
rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)
Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave
aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor
influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de
uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem
melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes
poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e
outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)
De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61
da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que
6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos
profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY
MATOS 2002)
37
32 AQUIacuteFERO
Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo
n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo
hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras
ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)
Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros
quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros
(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)
Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso
fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos
citados (Quadro 01)
Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos
Tipo Principais caracteriacutesticas
Poroso
Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos
inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos
poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo
variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre
acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos
permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua
flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de
pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)
Fissural
Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a
circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao
movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute
relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo
permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui
onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas
a direccedilotildees preferenciais
Caacuterstico
Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua
ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram
da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos
com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
38
Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas
hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo
submetidos
O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado
superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa
permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele
constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas
impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior
que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero
livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil
devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)
39
Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
33 QUALIDADE DA AacuteGUA
A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume
(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das
aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos
aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima
composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da
contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo
a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos
efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os
elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua
classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos
para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)
Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso
ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A
Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle
e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art
5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de
potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/14.jpg)
15
Classificar as aacuteguas subterracircneas levando em consideraccedilatildeo os iacutendices de salinidade
definidos pela Resoluccedilatildeo Nordm 357 de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA 2005)
Avaliar a qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo para a fabricaccedilatildeo de cerveja bebidas e
suco de frutas
Analisar as relaccedilotildees existentes entre os diversos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das aacuteguas
subterracircneas por meio da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
Estabelecer um sumaacuterio estatiacutestico com os valores analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas
Visando atingir os objetivos foi adotado um procedimento metodoloacutegico dividido em 4
etapas i) levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas ii) coleta anaacutelise e
tratamento de dados secundaacuterios iii) classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da
aacutegua iv) anaacutelises e interpretaccedilotildees As etapas metodoloacutegicas estatildeo detalhadas no quarto
capiacutetulo
Por uacuteltimo segue a apresentaccedilatildeo desta monografia que se encontra dividida em cinco
capiacutetulos O primeiro trata da introduccedilatildeo ora apresentada No segundo capiacutetulo eacute feito uma
caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo nos seus aspectos ambientais histoacuterico e econocircmico O
terceiro capiacutetulo apresenta uma breve discussatildeo conceitual dos termos utilizados nesta
pesquisa a saber aacuteguas subterracircneas aquiacuteferos e qualidade da aacutegua O quarto capiacutetulo refere-
se agrave metodologia adotada com a descriccedilatildeo das atividades e teacutecnicas utilizadas em cada etapa
realizada Os resultados da pesquisa satildeo apresentados analisados e discutidos no capiacutetulo
cinco atendendo aos objetivos expostos neste capiacutetulo introdutoacuterio Por uacuteltimo apresentam-
se as consideraccedilotildees finais da pesquisa
16
2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO
21 LOCALIZACcedilAtildeO E ACESSO
A aacuterea de estudo situa-se na porccedilatildeo Leste do Estado da Bahia e abrange os limites
territoriais do municiacutepio de Catu O municiacutepio possui uma aacuterea de 416216 kmsup2 e uma
populaccedilatildeo total de 51077 habitantes (IBGE 2010) Catu localiza-se entre as coordenadas
geograacuteficas 12deg10rsquo0rdquo e 12deg30rsquo0rdquo de latitude sul e 38deg15rsquo0rdquo e 38deg35rsquo0rdquo de longitude oeste e
limita-se com os municiacutepios de Araccedilaacutes e Pojuca a leste Satildeo Sebastiatildeo do Passeacute ao sul
Teodoro Sampaio e Terra Nova a oeste e Alagoinhas ao norte (Figura 01)
O principal acesso a cidade de Catu que dista 82 Km ao norte da capital baiana eacute
efetuado pelas rodovias federais BR-324 e BR-110 (no Km 354)
Figura 01 - Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu ndash BA
17
22 ASPECTOS SOCIOECONOcircMICOS
O municiacutepio foi criado pela Lei provincial ndeg 1058 de 26 de junho de 1868 com a
denominaccedilatildeo de Santana do Catu com territoacuterio desmembrado da entatildeo denominada Vila de
Satildeo Francisco ocorrendo sua instalaccedilatildeo em 6 de marccedilo de 1877 Em 23 de junho de 1931 o
nome Santana de Catu foi simplificado pelo Decreto estadual nuacutemero 7455 e ratificado pelo
de nuacutemero 7479 em 8 de julho do mesmo ano Em 30 de marccedilo de 1938 foi elevado agrave
categoria de Cidade Desde o Decreto estadual ndeg 11089 de 30 de novembro de 1938 que o
municiacutepio eacute formado por trecircs distritos Catu (sede) Bela Flor e Siacutetio Novo (INSTITUTO DE
URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL 1974)
Catu possui uma populaccedilatildeo de 51077 habitantes destes 42755 residem na zona
urbana e 8322 na zona rural (Tabela 01) A populaccedilatildeo catuense eacute composta por 26261
mulheres e 24816 homens
Tabela 01 - Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2010
Municiacutepio
Populaccedilatildeo Aacuterea
(km2)
Densidade
Demograacutefica
(habkm2) Urbana Rural Homens Mulheres Total
Catu
42755
8322
24816
26261
51077
416216
12272
Fonte IBGE 2010
Nos uacuteltimos dez anos o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de
Catu passou de baixo para meacutedio Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil
em 2000 o municiacutepio apresentava IDHM igual a 0536 Jaacute em 2010 o nuacutemero chegou a
0677 (17ordf posiccedilatildeo no ranking da Bahia) (ATLAS BRASIL 2013)
O Produto Interno Bruto (PIB) municipal eacute de 474888 mil reais (46ordf posiccedilatildeo no
ranking da Bahia) (IBGE 2012) O PIB per capita eacute superior agrave meacutedia do Estado da Bahia
(777507) alcanccedilando 917943 mil reais (IBGE 2012) O setor de serviccedilos eacute responsaacutevel por
pouco mais da metade do total do valor adicionado municipal (56) Jaacute a induacutestria responde
por 41 e a agropecuaacuteria representa 3 (Tabela 02)
18
Tabela 02 - Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2012
ANO
Valor Adicionado
Agropecuaacuteria Induacutestria Serviccedilos
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
2012 12159 3 179628 41 245942 56
Fonte IBGE 2012
Em 2010 o setor de atividade econocircmica extrativa mineral destacou-se como o setor
com o maior nuacutemero de pessoas ocupadas no mercado formal de trabalho (1837) (Tabela 03)
Em segundo lugar estaacute o setor de serviccedilos responsaacutevel por 2393 dos viacutenculos
empregatiacutecios
Tabela 03 - Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade
econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 2010
Setor de atividade Quantidade de pessoas
Extrativa Mineral 1837
Induacutestria de transformaccedilatildeo 537
Serviccedilos induacutestrias de atividade puacuteblica 100
Construccedilatildeo Civil 216
Comeacutercio 1573
Serviccedilos 1796
Administraccedilatildeo Puacuteblica 1388
Agropecuaacuteria extrativa vegetal caccedila pesca 57
Fonte SEI 2012
De acordo com os dados de produccedilatildeo agriacutecola referente ao ano de 2013 publicados
pelo IBGE o principal produto cultivado em Catu eacute a mandioca (quantidade produzida 6000
toneladas) (IBGE 2014) Tambeacutem satildeo produzidos no municiacutepio os seguintes produtos
laranja milho feijatildeo coco-da-baiacutea banana e o amendoim Na pecuaacuteria sobressaem-se os
rebanhos bovinos (20817 cabeccedilas) e tambeacutem a criaccedilatildeo de galinaacuteceos (galinhas galos
frangas frangos e pintos) (77247 cabeccedilas) (IBGE 2014)
19
23 CLIMA E ASPECTOS FISIOGRAacuteFICOS
231 Clima
O clima atuante no municiacutepio tendo como base os dados da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de
Alagoinhas - a mais proacutexima de Catu eacute do tipo Uacutemido a Subuacutemido com iacutendice hiacutedrico de
20 a 0 excedente hiacutedrico entre 50 mm a 300 mm e com chuvas concentradas no periacuteodo
de outono-inverno (SEI 1998) A temperatura meacutedia anual eacute de 239 degC (SEI 2012)
A precipitaccedilatildeo anual (P) no periacuteodo foi de 1233 mmano com excedente hiacutedrico
(EXC) de 152 mmano verificado entre maio e agosto A evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETP)
foi da ordem de 1246 mmano (Tabela 04 e Figura 02) A deficiecircncia de aacutegua no solo eacute maior
no mecircs de janeiro (Figura 03)
Tabela 04 - Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia
Mecircs T
(ordmC)
P
(mm) ETP
ARM
(mm)
ETR
(mm)
DEF
(mm)
EXC
(mm)
Jan 256 62 134 13 75 59 0
Fev 246 74 109 9 78 31 0
Mar 257 118 133 8 119 14 0
Abr 249 152 112 47 112 0 0
Maio 236 175 95 100 95 0 27
Jun 227 143 80 100 80 0 63
Jul 210 117 65 100 65 0 52
Ago 217 82 73 100 73 0 9
Set 226 60 83 80 80 2 0
Out 242 63 109 50 93 17 0
Nov 248 87 118 37 100 18 0
Dez 254 100 135 26 111 24 0
Totais 2868 1233 1246 669 1081 165 152
Meacutedias 239 103 104 56 90 14 13 Nota Meacutedias Climatoloacutegicas de 1961 a 1990 T = Temperatura P = Precipitaccedilatildeo ETP = Evapotranspiraccedilatildeo
Potencial ETR = Evapotranspiraccedilatildeo Real DEF = Deacutefcit EXC = Excedente Hiacutedrico
Fonte EMBRAPA 2015
20
Figura 02 - Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 1990
Fonte EMBRAPA 2015
Figura 03 - Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas -
BA
Fonte EMBRAPA 2015
21
232 Solos
De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-
BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico
Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas
destes satildeo descritos a seguir
Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu
Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais
extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e
dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da
parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo
necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem
22
Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave
ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito
intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com
perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser
distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a
agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo
possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na
porccedilatildeo sul do municiacutepio
Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei
iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um
horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas
proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de
drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena
ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca
233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra
A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu
permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea
destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que
a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos
hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo
O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas
com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas
formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de
Catu (Figura 04)
Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes
supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais
podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas
de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o
municiacutepio (Figura 05)
23
A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das
principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande
parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas
O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de
uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas
machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)
Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu
234 Geomorfologia
O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de
dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais
caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir
24
Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas
desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante
convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da
tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees
geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos
formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100
metros
Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees
sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos
Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu
235 Hidrografia
O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo
Norte (SEI 2012)
25
Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)
Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado
pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de
reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos
superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados
236 Geologia local
A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que
engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos
mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
(Figura 07)
Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu
26
2361 Grupo Ilhas
As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena
expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do
Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em
ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua
maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi
subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe
A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem
selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza
esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a
Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos
arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim
(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute
caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo
Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do
Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem
caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de
petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a
Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a
meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al
1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro
sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e
Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos
e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador
A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de
granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se
como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e
sotopondo-se de forma concordante agrave mesma
2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute
A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos
por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute
27
constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de
Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al
1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros
Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes
O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e
siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo
subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e
apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que
variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de
cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos
de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma
seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com
a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das
caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas
O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a
maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos
agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos
e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato
inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos
apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com
o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-
esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados
(VIANA et al 1971)
O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo
amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL
1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com
estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O
contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares
discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e
holocecircnicos
28
2363 Formaccedilatildeo Marizal
As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte
e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)
A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados
(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos
apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-
avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e
cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos
e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de
maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo
cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de
granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos
ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de
gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos
A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a
um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte
isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)
Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos
municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica
2364 Grupo Barreiras
O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e
marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a
partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)
De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido
em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea
do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura
07)
No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma
antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas
(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia
29
sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado
relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)
A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e
siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo
consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS
BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)
A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos
de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute
caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo
superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos
conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando
tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A
porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas
camadas de siltitos
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em
duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e
aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)
237 Hidrogeologia local
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras
De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito
reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas
subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um
sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da
variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que
abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por
um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por
sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que
30
predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE
1999)
O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais
provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo
Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas
laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de
chuvas
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal
O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de
aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa
predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo
basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em
condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)
Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia
angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da
aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a
sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e
surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo
A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo
vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as
estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras
nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo
O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo
baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas
predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras
que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees
em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em
31
discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar
contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)
O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos
caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE
1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas
de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre
predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo
mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo
nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se
encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras
Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo
duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos
e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local
o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base
ou seja os rios e riachos da regiatildeo
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas
O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas
possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu
(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de
600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia
do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees
facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea
de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a
mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o
armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)
O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado
possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical
profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)
32
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos
A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do
SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi
possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi
possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH
estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do
desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia
aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos
Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros
observados
Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade
mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O
niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu
355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo
surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada
uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana
de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo
TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo
miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)
Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu
apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com
maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana
de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3
respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de
1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21
poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente
a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor
maacuteximo (Tabela 05)
33
Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados
Coluna1 PROF
(m)
NE
(m)
ND
(m)
Vazatildeo TB
(msup3h)
STD
(mgl)
Dureza
(mgl CaCO3)
CE
(microScm)
PH
-
Turbidez
(NTU)
Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93
Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43
Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29
Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214
Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590
Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38
Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01
Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000
Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250
Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
2381 Potenciometria
O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos
referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do
fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga
O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa
(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas
regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais
cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam
como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)
34
Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu
35
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA
A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem
sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem
como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de
energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num
elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como
aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em
6 de maio de 1968
Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as
atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega
principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos
galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os
oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos
animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e
transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as
plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os
dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais
(CONSELHO DA EUROPA 1968)
A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de
aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca
de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das
aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os
aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da
aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no
planeta (HIRATA 2000)
O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua
doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta
aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas
cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao
crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo
descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)
Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos
devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como
36
citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra
encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas
subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em
todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas
em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades
supridas pelo manancial subterracircneordquo
Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra
preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou
as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a
duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na
manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas
subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que
constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud
ABAS 2015)
Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva
ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades
rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)
Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave
aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor
influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de
uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem
melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes
poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e
outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)
De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61
da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que
6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos
profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY
MATOS 2002)
37
32 AQUIacuteFERO
Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo
n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo
hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras
ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)
Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros
quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros
(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)
Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso
fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos
citados (Quadro 01)
Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos
Tipo Principais caracteriacutesticas
Poroso
Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos
inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos
poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo
variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre
acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos
permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua
flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de
pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)
Fissural
Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a
circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao
movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute
relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo
permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui
onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas
a direccedilotildees preferenciais
Caacuterstico
Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua
ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram
da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos
com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
38
Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas
hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo
submetidos
O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado
superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa
permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele
constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas
impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior
que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero
livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil
devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)
39
Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
33 QUALIDADE DA AacuteGUA
A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume
(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das
aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos
aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima
composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da
contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo
a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos
efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os
elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua
classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos
para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)
Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso
ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A
Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle
e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art
5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de
potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/15.jpg)
16
2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO
21 LOCALIZACcedilAtildeO E ACESSO
A aacuterea de estudo situa-se na porccedilatildeo Leste do Estado da Bahia e abrange os limites
territoriais do municiacutepio de Catu O municiacutepio possui uma aacuterea de 416216 kmsup2 e uma
populaccedilatildeo total de 51077 habitantes (IBGE 2010) Catu localiza-se entre as coordenadas
geograacuteficas 12deg10rsquo0rdquo e 12deg30rsquo0rdquo de latitude sul e 38deg15rsquo0rdquo e 38deg35rsquo0rdquo de longitude oeste e
limita-se com os municiacutepios de Araccedilaacutes e Pojuca a leste Satildeo Sebastiatildeo do Passeacute ao sul
Teodoro Sampaio e Terra Nova a oeste e Alagoinhas ao norte (Figura 01)
O principal acesso a cidade de Catu que dista 82 Km ao norte da capital baiana eacute
efetuado pelas rodovias federais BR-324 e BR-110 (no Km 354)
Figura 01 - Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu ndash BA
17
22 ASPECTOS SOCIOECONOcircMICOS
O municiacutepio foi criado pela Lei provincial ndeg 1058 de 26 de junho de 1868 com a
denominaccedilatildeo de Santana do Catu com territoacuterio desmembrado da entatildeo denominada Vila de
Satildeo Francisco ocorrendo sua instalaccedilatildeo em 6 de marccedilo de 1877 Em 23 de junho de 1931 o
nome Santana de Catu foi simplificado pelo Decreto estadual nuacutemero 7455 e ratificado pelo
de nuacutemero 7479 em 8 de julho do mesmo ano Em 30 de marccedilo de 1938 foi elevado agrave
categoria de Cidade Desde o Decreto estadual ndeg 11089 de 30 de novembro de 1938 que o
municiacutepio eacute formado por trecircs distritos Catu (sede) Bela Flor e Siacutetio Novo (INSTITUTO DE
URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL 1974)
Catu possui uma populaccedilatildeo de 51077 habitantes destes 42755 residem na zona
urbana e 8322 na zona rural (Tabela 01) A populaccedilatildeo catuense eacute composta por 26261
mulheres e 24816 homens
Tabela 01 - Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2010
Municiacutepio
Populaccedilatildeo Aacuterea
(km2)
Densidade
Demograacutefica
(habkm2) Urbana Rural Homens Mulheres Total
Catu
42755
8322
24816
26261
51077
416216
12272
Fonte IBGE 2010
Nos uacuteltimos dez anos o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de
Catu passou de baixo para meacutedio Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil
em 2000 o municiacutepio apresentava IDHM igual a 0536 Jaacute em 2010 o nuacutemero chegou a
0677 (17ordf posiccedilatildeo no ranking da Bahia) (ATLAS BRASIL 2013)
O Produto Interno Bruto (PIB) municipal eacute de 474888 mil reais (46ordf posiccedilatildeo no
ranking da Bahia) (IBGE 2012) O PIB per capita eacute superior agrave meacutedia do Estado da Bahia
(777507) alcanccedilando 917943 mil reais (IBGE 2012) O setor de serviccedilos eacute responsaacutevel por
pouco mais da metade do total do valor adicionado municipal (56) Jaacute a induacutestria responde
por 41 e a agropecuaacuteria representa 3 (Tabela 02)
18
Tabela 02 - Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2012
ANO
Valor Adicionado
Agropecuaacuteria Induacutestria Serviccedilos
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
2012 12159 3 179628 41 245942 56
Fonte IBGE 2012
Em 2010 o setor de atividade econocircmica extrativa mineral destacou-se como o setor
com o maior nuacutemero de pessoas ocupadas no mercado formal de trabalho (1837) (Tabela 03)
Em segundo lugar estaacute o setor de serviccedilos responsaacutevel por 2393 dos viacutenculos
empregatiacutecios
Tabela 03 - Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade
econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 2010
Setor de atividade Quantidade de pessoas
Extrativa Mineral 1837
Induacutestria de transformaccedilatildeo 537
Serviccedilos induacutestrias de atividade puacuteblica 100
Construccedilatildeo Civil 216
Comeacutercio 1573
Serviccedilos 1796
Administraccedilatildeo Puacuteblica 1388
Agropecuaacuteria extrativa vegetal caccedila pesca 57
Fonte SEI 2012
De acordo com os dados de produccedilatildeo agriacutecola referente ao ano de 2013 publicados
pelo IBGE o principal produto cultivado em Catu eacute a mandioca (quantidade produzida 6000
toneladas) (IBGE 2014) Tambeacutem satildeo produzidos no municiacutepio os seguintes produtos
laranja milho feijatildeo coco-da-baiacutea banana e o amendoim Na pecuaacuteria sobressaem-se os
rebanhos bovinos (20817 cabeccedilas) e tambeacutem a criaccedilatildeo de galinaacuteceos (galinhas galos
frangas frangos e pintos) (77247 cabeccedilas) (IBGE 2014)
19
23 CLIMA E ASPECTOS FISIOGRAacuteFICOS
231 Clima
O clima atuante no municiacutepio tendo como base os dados da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de
Alagoinhas - a mais proacutexima de Catu eacute do tipo Uacutemido a Subuacutemido com iacutendice hiacutedrico de
20 a 0 excedente hiacutedrico entre 50 mm a 300 mm e com chuvas concentradas no periacuteodo
de outono-inverno (SEI 1998) A temperatura meacutedia anual eacute de 239 degC (SEI 2012)
A precipitaccedilatildeo anual (P) no periacuteodo foi de 1233 mmano com excedente hiacutedrico
(EXC) de 152 mmano verificado entre maio e agosto A evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETP)
foi da ordem de 1246 mmano (Tabela 04 e Figura 02) A deficiecircncia de aacutegua no solo eacute maior
no mecircs de janeiro (Figura 03)
Tabela 04 - Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia
Mecircs T
(ordmC)
P
(mm) ETP
ARM
(mm)
ETR
(mm)
DEF
(mm)
EXC
(mm)
Jan 256 62 134 13 75 59 0
Fev 246 74 109 9 78 31 0
Mar 257 118 133 8 119 14 0
Abr 249 152 112 47 112 0 0
Maio 236 175 95 100 95 0 27
Jun 227 143 80 100 80 0 63
Jul 210 117 65 100 65 0 52
Ago 217 82 73 100 73 0 9
Set 226 60 83 80 80 2 0
Out 242 63 109 50 93 17 0
Nov 248 87 118 37 100 18 0
Dez 254 100 135 26 111 24 0
Totais 2868 1233 1246 669 1081 165 152
Meacutedias 239 103 104 56 90 14 13 Nota Meacutedias Climatoloacutegicas de 1961 a 1990 T = Temperatura P = Precipitaccedilatildeo ETP = Evapotranspiraccedilatildeo
Potencial ETR = Evapotranspiraccedilatildeo Real DEF = Deacutefcit EXC = Excedente Hiacutedrico
Fonte EMBRAPA 2015
20
Figura 02 - Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 1990
Fonte EMBRAPA 2015
Figura 03 - Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas -
BA
Fonte EMBRAPA 2015
21
232 Solos
De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-
BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico
Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas
destes satildeo descritos a seguir
Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu
Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais
extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e
dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da
parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo
necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem
22
Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave
ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito
intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com
perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser
distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a
agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo
possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na
porccedilatildeo sul do municiacutepio
Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei
iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um
horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas
proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de
drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena
ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca
233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra
A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu
permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea
destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que
a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos
hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo
O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas
com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas
formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de
Catu (Figura 04)
Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes
supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais
podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas
de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o
municiacutepio (Figura 05)
23
A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das
principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande
parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas
O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de
uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas
machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)
Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu
234 Geomorfologia
O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de
dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais
caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir
24
Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas
desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante
convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da
tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees
geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos
formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100
metros
Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees
sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos
Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu
235 Hidrografia
O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo
Norte (SEI 2012)
25
Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)
Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado
pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de
reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos
superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados
236 Geologia local
A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que
engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos
mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
(Figura 07)
Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu
26
2361 Grupo Ilhas
As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena
expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do
Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em
ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua
maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi
subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe
A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem
selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza
esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a
Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos
arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim
(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute
caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo
Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do
Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem
caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de
petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a
Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a
meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al
1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro
sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e
Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos
e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador
A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de
granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se
como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e
sotopondo-se de forma concordante agrave mesma
2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute
A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos
por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute
27
constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de
Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al
1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros
Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes
O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e
siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo
subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e
apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que
variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de
cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos
de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma
seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com
a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das
caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas
O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a
maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos
agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos
e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato
inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos
apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com
o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-
esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados
(VIANA et al 1971)
O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo
amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL
1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com
estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O
contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares
discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e
holocecircnicos
28
2363 Formaccedilatildeo Marizal
As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte
e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)
A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados
(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos
apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-
avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e
cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos
e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de
maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo
cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de
granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos
ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de
gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos
A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a
um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte
isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)
Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos
municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica
2364 Grupo Barreiras
O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e
marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a
partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)
De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido
em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea
do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura
07)
No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma
antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas
(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia
29
sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado
relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)
A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e
siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo
consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS
BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)
A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos
de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute
caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo
superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos
conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando
tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A
porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas
camadas de siltitos
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em
duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e
aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)
237 Hidrogeologia local
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras
De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito
reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas
subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um
sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da
variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que
abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por
um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por
sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que
30
predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE
1999)
O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais
provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo
Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas
laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de
chuvas
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal
O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de
aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa
predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo
basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em
condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)
Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia
angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da
aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a
sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e
surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo
A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo
vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as
estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras
nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo
O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo
baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas
predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras
que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees
em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em
31
discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar
contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)
O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos
caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE
1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas
de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre
predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo
mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo
nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se
encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras
Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo
duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos
e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local
o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base
ou seja os rios e riachos da regiatildeo
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas
O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas
possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu
(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de
600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia
do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees
facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea
de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a
mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o
armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)
O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado
possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical
profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)
32
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos
A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do
SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi
possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi
possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH
estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do
desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia
aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos
Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros
observados
Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade
mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O
niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu
355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo
surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada
uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana
de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo
TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo
miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)
Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu
apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com
maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana
de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3
respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de
1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21
poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente
a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor
maacuteximo (Tabela 05)
33
Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados
Coluna1 PROF
(m)
NE
(m)
ND
(m)
Vazatildeo TB
(msup3h)
STD
(mgl)
Dureza
(mgl CaCO3)
CE
(microScm)
PH
-
Turbidez
(NTU)
Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93
Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43
Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29
Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214
Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590
Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38
Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01
Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000
Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250
Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
2381 Potenciometria
O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos
referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do
fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga
O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa
(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas
regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais
cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam
como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)
34
Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu
35
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA
A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem
sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem
como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de
energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num
elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como
aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em
6 de maio de 1968
Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as
atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega
principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos
galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os
oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos
animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e
transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as
plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os
dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais
(CONSELHO DA EUROPA 1968)
A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de
aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca
de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das
aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os
aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da
aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no
planeta (HIRATA 2000)
O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua
doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta
aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas
cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao
crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo
descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)
Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos
devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como
36
citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra
encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas
subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em
todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas
em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades
supridas pelo manancial subterracircneordquo
Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra
preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou
as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a
duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na
manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas
subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que
constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud
ABAS 2015)
Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva
ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades
rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)
Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave
aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor
influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de
uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem
melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes
poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e
outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)
De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61
da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que
6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos
profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY
MATOS 2002)
37
32 AQUIacuteFERO
Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo
n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo
hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras
ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)
Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros
quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros
(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)
Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso
fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos
citados (Quadro 01)
Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos
Tipo Principais caracteriacutesticas
Poroso
Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos
inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos
poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo
variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre
acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos
permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua
flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de
pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)
Fissural
Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a
circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao
movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute
relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo
permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui
onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas
a direccedilotildees preferenciais
Caacuterstico
Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua
ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram
da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos
com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
38
Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas
hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo
submetidos
O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado
superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa
permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele
constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas
impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior
que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero
livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil
devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)
39
Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
33 QUALIDADE DA AacuteGUA
A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume
(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das
aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos
aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima
composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da
contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo
a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos
efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os
elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua
classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos
para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)
Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso
ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A
Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle
e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art
5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de
potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/16.jpg)
17
22 ASPECTOS SOCIOECONOcircMICOS
O municiacutepio foi criado pela Lei provincial ndeg 1058 de 26 de junho de 1868 com a
denominaccedilatildeo de Santana do Catu com territoacuterio desmembrado da entatildeo denominada Vila de
Satildeo Francisco ocorrendo sua instalaccedilatildeo em 6 de marccedilo de 1877 Em 23 de junho de 1931 o
nome Santana de Catu foi simplificado pelo Decreto estadual nuacutemero 7455 e ratificado pelo
de nuacutemero 7479 em 8 de julho do mesmo ano Em 30 de marccedilo de 1938 foi elevado agrave
categoria de Cidade Desde o Decreto estadual ndeg 11089 de 30 de novembro de 1938 que o
municiacutepio eacute formado por trecircs distritos Catu (sede) Bela Flor e Siacutetio Novo (INSTITUTO DE
URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL 1974)
Catu possui uma populaccedilatildeo de 51077 habitantes destes 42755 residem na zona
urbana e 8322 na zona rural (Tabela 01) A populaccedilatildeo catuense eacute composta por 26261
mulheres e 24816 homens
Tabela 01 - Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2010
Municiacutepio
Populaccedilatildeo Aacuterea
(km2)
Densidade
Demograacutefica
(habkm2) Urbana Rural Homens Mulheres Total
Catu
42755
8322
24816
26261
51077
416216
12272
Fonte IBGE 2010
Nos uacuteltimos dez anos o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de
Catu passou de baixo para meacutedio Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil
em 2000 o municiacutepio apresentava IDHM igual a 0536 Jaacute em 2010 o nuacutemero chegou a
0677 (17ordf posiccedilatildeo no ranking da Bahia) (ATLAS BRASIL 2013)
O Produto Interno Bruto (PIB) municipal eacute de 474888 mil reais (46ordf posiccedilatildeo no
ranking da Bahia) (IBGE 2012) O PIB per capita eacute superior agrave meacutedia do Estado da Bahia
(777507) alcanccedilando 917943 mil reais (IBGE 2012) O setor de serviccedilos eacute responsaacutevel por
pouco mais da metade do total do valor adicionado municipal (56) Jaacute a induacutestria responde
por 41 e a agropecuaacuteria representa 3 (Tabela 02)
18
Tabela 02 - Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2012
ANO
Valor Adicionado
Agropecuaacuteria Induacutestria Serviccedilos
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
2012 12159 3 179628 41 245942 56
Fonte IBGE 2012
Em 2010 o setor de atividade econocircmica extrativa mineral destacou-se como o setor
com o maior nuacutemero de pessoas ocupadas no mercado formal de trabalho (1837) (Tabela 03)
Em segundo lugar estaacute o setor de serviccedilos responsaacutevel por 2393 dos viacutenculos
empregatiacutecios
Tabela 03 - Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade
econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 2010
Setor de atividade Quantidade de pessoas
Extrativa Mineral 1837
Induacutestria de transformaccedilatildeo 537
Serviccedilos induacutestrias de atividade puacuteblica 100
Construccedilatildeo Civil 216
Comeacutercio 1573
Serviccedilos 1796
Administraccedilatildeo Puacuteblica 1388
Agropecuaacuteria extrativa vegetal caccedila pesca 57
Fonte SEI 2012
De acordo com os dados de produccedilatildeo agriacutecola referente ao ano de 2013 publicados
pelo IBGE o principal produto cultivado em Catu eacute a mandioca (quantidade produzida 6000
toneladas) (IBGE 2014) Tambeacutem satildeo produzidos no municiacutepio os seguintes produtos
laranja milho feijatildeo coco-da-baiacutea banana e o amendoim Na pecuaacuteria sobressaem-se os
rebanhos bovinos (20817 cabeccedilas) e tambeacutem a criaccedilatildeo de galinaacuteceos (galinhas galos
frangas frangos e pintos) (77247 cabeccedilas) (IBGE 2014)
19
23 CLIMA E ASPECTOS FISIOGRAacuteFICOS
231 Clima
O clima atuante no municiacutepio tendo como base os dados da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de
Alagoinhas - a mais proacutexima de Catu eacute do tipo Uacutemido a Subuacutemido com iacutendice hiacutedrico de
20 a 0 excedente hiacutedrico entre 50 mm a 300 mm e com chuvas concentradas no periacuteodo
de outono-inverno (SEI 1998) A temperatura meacutedia anual eacute de 239 degC (SEI 2012)
A precipitaccedilatildeo anual (P) no periacuteodo foi de 1233 mmano com excedente hiacutedrico
(EXC) de 152 mmano verificado entre maio e agosto A evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETP)
foi da ordem de 1246 mmano (Tabela 04 e Figura 02) A deficiecircncia de aacutegua no solo eacute maior
no mecircs de janeiro (Figura 03)
Tabela 04 - Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia
Mecircs T
(ordmC)
P
(mm) ETP
ARM
(mm)
ETR
(mm)
DEF
(mm)
EXC
(mm)
Jan 256 62 134 13 75 59 0
Fev 246 74 109 9 78 31 0
Mar 257 118 133 8 119 14 0
Abr 249 152 112 47 112 0 0
Maio 236 175 95 100 95 0 27
Jun 227 143 80 100 80 0 63
Jul 210 117 65 100 65 0 52
Ago 217 82 73 100 73 0 9
Set 226 60 83 80 80 2 0
Out 242 63 109 50 93 17 0
Nov 248 87 118 37 100 18 0
Dez 254 100 135 26 111 24 0
Totais 2868 1233 1246 669 1081 165 152
Meacutedias 239 103 104 56 90 14 13 Nota Meacutedias Climatoloacutegicas de 1961 a 1990 T = Temperatura P = Precipitaccedilatildeo ETP = Evapotranspiraccedilatildeo
Potencial ETR = Evapotranspiraccedilatildeo Real DEF = Deacutefcit EXC = Excedente Hiacutedrico
Fonte EMBRAPA 2015
20
Figura 02 - Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 1990
Fonte EMBRAPA 2015
Figura 03 - Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas -
BA
Fonte EMBRAPA 2015
21
232 Solos
De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-
BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico
Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas
destes satildeo descritos a seguir
Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu
Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais
extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e
dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da
parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo
necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem
22
Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave
ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito
intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com
perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser
distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a
agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo
possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na
porccedilatildeo sul do municiacutepio
Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei
iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um
horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas
proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de
drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena
ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca
233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra
A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu
permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea
destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que
a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos
hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo
O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas
com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas
formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de
Catu (Figura 04)
Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes
supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais
podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas
de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o
municiacutepio (Figura 05)
23
A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das
principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande
parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas
O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de
uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas
machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)
Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu
234 Geomorfologia
O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de
dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais
caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir
24
Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas
desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante
convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da
tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees
geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos
formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100
metros
Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees
sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos
Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu
235 Hidrografia
O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo
Norte (SEI 2012)
25
Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)
Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado
pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de
reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos
superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados
236 Geologia local
A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que
engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos
mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
(Figura 07)
Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu
26
2361 Grupo Ilhas
As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena
expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do
Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em
ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua
maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi
subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe
A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem
selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza
esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a
Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos
arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim
(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute
caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo
Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do
Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem
caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de
petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a
Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a
meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al
1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro
sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e
Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos
e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador
A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de
granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se
como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e
sotopondo-se de forma concordante agrave mesma
2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute
A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos
por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute
27
constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de
Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al
1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros
Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes
O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e
siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo
subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e
apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que
variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de
cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos
de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma
seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com
a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das
caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas
O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a
maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos
agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos
e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato
inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos
apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com
o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-
esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados
(VIANA et al 1971)
O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo
amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL
1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com
estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O
contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares
discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e
holocecircnicos
28
2363 Formaccedilatildeo Marizal
As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte
e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)
A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados
(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos
apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-
avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e
cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos
e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de
maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo
cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de
granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos
ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de
gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos
A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a
um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte
isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)
Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos
municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica
2364 Grupo Barreiras
O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e
marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a
partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)
De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido
em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea
do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura
07)
No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma
antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas
(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia
29
sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado
relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)
A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e
siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo
consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS
BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)
A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos
de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute
caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo
superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos
conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando
tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A
porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas
camadas de siltitos
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em
duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e
aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)
237 Hidrogeologia local
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras
De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito
reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas
subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um
sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da
variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que
abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por
um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por
sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que
30
predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE
1999)
O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais
provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo
Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas
laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de
chuvas
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal
O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de
aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa
predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo
basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em
condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)
Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia
angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da
aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a
sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e
surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo
A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo
vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as
estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras
nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo
O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo
baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas
predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras
que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees
em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em
31
discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar
contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)
O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos
caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE
1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas
de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre
predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo
mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo
nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se
encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras
Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo
duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos
e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local
o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base
ou seja os rios e riachos da regiatildeo
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas
O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas
possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu
(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de
600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia
do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees
facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea
de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a
mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o
armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)
O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado
possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical
profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)
32
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos
A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do
SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi
possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi
possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH
estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do
desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia
aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos
Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros
observados
Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade
mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O
niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu
355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo
surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada
uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana
de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo
TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo
miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)
Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu
apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com
maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana
de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3
respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de
1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21
poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente
a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor
maacuteximo (Tabela 05)
33
Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados
Coluna1 PROF
(m)
NE
(m)
ND
(m)
Vazatildeo TB
(msup3h)
STD
(mgl)
Dureza
(mgl CaCO3)
CE
(microScm)
PH
-
Turbidez
(NTU)
Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93
Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43
Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29
Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214
Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590
Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38
Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01
Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000
Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250
Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
2381 Potenciometria
O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos
referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do
fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga
O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa
(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas
regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais
cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam
como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)
34
Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu
35
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA
A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem
sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem
como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de
energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num
elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como
aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em
6 de maio de 1968
Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as
atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega
principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos
galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os
oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos
animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e
transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as
plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os
dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais
(CONSELHO DA EUROPA 1968)
A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de
aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca
de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das
aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os
aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da
aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no
planeta (HIRATA 2000)
O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua
doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta
aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas
cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao
crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo
descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)
Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos
devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como
36
citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra
encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas
subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em
todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas
em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades
supridas pelo manancial subterracircneordquo
Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra
preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou
as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a
duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na
manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas
subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que
constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud
ABAS 2015)
Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva
ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades
rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)
Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave
aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor
influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de
uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem
melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes
poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e
outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)
De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61
da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que
6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos
profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY
MATOS 2002)
37
32 AQUIacuteFERO
Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo
n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo
hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras
ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)
Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros
quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros
(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)
Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso
fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos
citados (Quadro 01)
Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos
Tipo Principais caracteriacutesticas
Poroso
Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos
inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos
poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo
variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre
acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos
permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua
flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de
pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)
Fissural
Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a
circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao
movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute
relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo
permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui
onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas
a direccedilotildees preferenciais
Caacuterstico
Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua
ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram
da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos
com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
38
Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas
hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo
submetidos
O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado
superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa
permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele
constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas
impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior
que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero
livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil
devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)
39
Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
33 QUALIDADE DA AacuteGUA
A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume
(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das
aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos
aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima
composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da
contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo
a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos
efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os
elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua
classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos
para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)
Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso
ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A
Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle
e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art
5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de
potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/17.jpg)
18
Tabela 02 - Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2012
ANO
Valor Adicionado
Agropecuaacuteria Induacutestria Serviccedilos
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
Absoluto
(R$ mil)
Relativo
()
2012 12159 3 179628 41 245942 56
Fonte IBGE 2012
Em 2010 o setor de atividade econocircmica extrativa mineral destacou-se como o setor
com o maior nuacutemero de pessoas ocupadas no mercado formal de trabalho (1837) (Tabela 03)
Em segundo lugar estaacute o setor de serviccedilos responsaacutevel por 2393 dos viacutenculos
empregatiacutecios
Tabela 03 - Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade
econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 2010
Setor de atividade Quantidade de pessoas
Extrativa Mineral 1837
Induacutestria de transformaccedilatildeo 537
Serviccedilos induacutestrias de atividade puacuteblica 100
Construccedilatildeo Civil 216
Comeacutercio 1573
Serviccedilos 1796
Administraccedilatildeo Puacuteblica 1388
Agropecuaacuteria extrativa vegetal caccedila pesca 57
Fonte SEI 2012
De acordo com os dados de produccedilatildeo agriacutecola referente ao ano de 2013 publicados
pelo IBGE o principal produto cultivado em Catu eacute a mandioca (quantidade produzida 6000
toneladas) (IBGE 2014) Tambeacutem satildeo produzidos no municiacutepio os seguintes produtos
laranja milho feijatildeo coco-da-baiacutea banana e o amendoim Na pecuaacuteria sobressaem-se os
rebanhos bovinos (20817 cabeccedilas) e tambeacutem a criaccedilatildeo de galinaacuteceos (galinhas galos
frangas frangos e pintos) (77247 cabeccedilas) (IBGE 2014)
19
23 CLIMA E ASPECTOS FISIOGRAacuteFICOS
231 Clima
O clima atuante no municiacutepio tendo como base os dados da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de
Alagoinhas - a mais proacutexima de Catu eacute do tipo Uacutemido a Subuacutemido com iacutendice hiacutedrico de
20 a 0 excedente hiacutedrico entre 50 mm a 300 mm e com chuvas concentradas no periacuteodo
de outono-inverno (SEI 1998) A temperatura meacutedia anual eacute de 239 degC (SEI 2012)
A precipitaccedilatildeo anual (P) no periacuteodo foi de 1233 mmano com excedente hiacutedrico
(EXC) de 152 mmano verificado entre maio e agosto A evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETP)
foi da ordem de 1246 mmano (Tabela 04 e Figura 02) A deficiecircncia de aacutegua no solo eacute maior
no mecircs de janeiro (Figura 03)
Tabela 04 - Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia
Mecircs T
(ordmC)
P
(mm) ETP
ARM
(mm)
ETR
(mm)
DEF
(mm)
EXC
(mm)
Jan 256 62 134 13 75 59 0
Fev 246 74 109 9 78 31 0
Mar 257 118 133 8 119 14 0
Abr 249 152 112 47 112 0 0
Maio 236 175 95 100 95 0 27
Jun 227 143 80 100 80 0 63
Jul 210 117 65 100 65 0 52
Ago 217 82 73 100 73 0 9
Set 226 60 83 80 80 2 0
Out 242 63 109 50 93 17 0
Nov 248 87 118 37 100 18 0
Dez 254 100 135 26 111 24 0
Totais 2868 1233 1246 669 1081 165 152
Meacutedias 239 103 104 56 90 14 13 Nota Meacutedias Climatoloacutegicas de 1961 a 1990 T = Temperatura P = Precipitaccedilatildeo ETP = Evapotranspiraccedilatildeo
Potencial ETR = Evapotranspiraccedilatildeo Real DEF = Deacutefcit EXC = Excedente Hiacutedrico
Fonte EMBRAPA 2015
20
Figura 02 - Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 1990
Fonte EMBRAPA 2015
Figura 03 - Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas -
BA
Fonte EMBRAPA 2015
21
232 Solos
De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-
BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico
Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas
destes satildeo descritos a seguir
Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu
Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais
extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e
dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da
parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo
necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem
22
Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave
ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito
intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com
perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser
distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a
agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo
possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na
porccedilatildeo sul do municiacutepio
Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei
iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um
horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas
proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de
drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena
ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca
233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra
A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu
permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea
destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que
a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos
hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo
O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas
com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas
formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de
Catu (Figura 04)
Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes
supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais
podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas
de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o
municiacutepio (Figura 05)
23
A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das
principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande
parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas
O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de
uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas
machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)
Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu
234 Geomorfologia
O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de
dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais
caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir
24
Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas
desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante
convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da
tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees
geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos
formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100
metros
Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees
sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos
Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu
235 Hidrografia
O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo
Norte (SEI 2012)
25
Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)
Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado
pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de
reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos
superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados
236 Geologia local
A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que
engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos
mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
(Figura 07)
Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu
26
2361 Grupo Ilhas
As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena
expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do
Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em
ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua
maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi
subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe
A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem
selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza
esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a
Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos
arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim
(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute
caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo
Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do
Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem
caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de
petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a
Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a
meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al
1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro
sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e
Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos
e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador
A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de
granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se
como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e
sotopondo-se de forma concordante agrave mesma
2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute
A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos
por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute
27
constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de
Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al
1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros
Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes
O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e
siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo
subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e
apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que
variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de
cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos
de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma
seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com
a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das
caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas
O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a
maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos
agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos
e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato
inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos
apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com
o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-
esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados
(VIANA et al 1971)
O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo
amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL
1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com
estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O
contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares
discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e
holocecircnicos
28
2363 Formaccedilatildeo Marizal
As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte
e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)
A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados
(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos
apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-
avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e
cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos
e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de
maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo
cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de
granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos
ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de
gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos
A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a
um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte
isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)
Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos
municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica
2364 Grupo Barreiras
O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e
marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a
partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)
De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido
em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea
do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura
07)
No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma
antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas
(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia
29
sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado
relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)
A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e
siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo
consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS
BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)
A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos
de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute
caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo
superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos
conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando
tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A
porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas
camadas de siltitos
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em
duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e
aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)
237 Hidrogeologia local
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras
De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito
reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas
subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um
sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da
variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que
abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por
um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por
sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que
30
predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE
1999)
O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais
provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo
Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas
laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de
chuvas
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal
O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de
aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa
predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo
basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em
condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)
Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia
angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da
aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a
sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e
surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo
A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo
vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as
estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras
nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo
O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo
baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas
predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras
que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees
em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em
31
discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar
contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)
O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos
caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE
1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas
de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre
predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo
mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo
nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se
encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras
Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo
duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos
e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local
o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base
ou seja os rios e riachos da regiatildeo
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas
O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas
possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu
(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de
600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia
do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees
facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea
de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a
mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o
armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)
O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado
possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical
profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)
32
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos
A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do
SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi
possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi
possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH
estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do
desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia
aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos
Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros
observados
Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade
mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O
niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu
355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo
surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada
uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana
de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo
TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo
miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)
Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu
apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com
maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana
de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3
respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de
1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21
poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente
a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor
maacuteximo (Tabela 05)
33
Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados
Coluna1 PROF
(m)
NE
(m)
ND
(m)
Vazatildeo TB
(msup3h)
STD
(mgl)
Dureza
(mgl CaCO3)
CE
(microScm)
PH
-
Turbidez
(NTU)
Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93
Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43
Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29
Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214
Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590
Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38
Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01
Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000
Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250
Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
2381 Potenciometria
O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos
referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do
fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga
O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa
(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas
regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais
cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam
como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)
34
Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu
35
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA
A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem
sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem
como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de
energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num
elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como
aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em
6 de maio de 1968
Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as
atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega
principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos
galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os
oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos
animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e
transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as
plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os
dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais
(CONSELHO DA EUROPA 1968)
A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de
aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca
de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das
aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os
aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da
aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no
planeta (HIRATA 2000)
O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua
doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta
aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas
cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao
crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo
descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)
Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos
devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como
36
citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra
encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas
subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em
todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas
em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades
supridas pelo manancial subterracircneordquo
Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra
preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou
as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a
duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na
manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas
subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que
constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud
ABAS 2015)
Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva
ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades
rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)
Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave
aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor
influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de
uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem
melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes
poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e
outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)
De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61
da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que
6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos
profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY
MATOS 2002)
37
32 AQUIacuteFERO
Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo
n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo
hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras
ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)
Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros
quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros
(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)
Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso
fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos
citados (Quadro 01)
Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos
Tipo Principais caracteriacutesticas
Poroso
Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos
inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos
poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo
variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre
acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos
permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua
flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de
pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)
Fissural
Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a
circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao
movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute
relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo
permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui
onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas
a direccedilotildees preferenciais
Caacuterstico
Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua
ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram
da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos
com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
38
Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas
hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo
submetidos
O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado
superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa
permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele
constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas
impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior
que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero
livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil
devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)
39
Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
33 QUALIDADE DA AacuteGUA
A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume
(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das
aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos
aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima
composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da
contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo
a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos
efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os
elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua
classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos
para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)
Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso
ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A
Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle
e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art
5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de
potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/18.jpg)
19
23 CLIMA E ASPECTOS FISIOGRAacuteFICOS
231 Clima
O clima atuante no municiacutepio tendo como base os dados da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de
Alagoinhas - a mais proacutexima de Catu eacute do tipo Uacutemido a Subuacutemido com iacutendice hiacutedrico de
20 a 0 excedente hiacutedrico entre 50 mm a 300 mm e com chuvas concentradas no periacuteodo
de outono-inverno (SEI 1998) A temperatura meacutedia anual eacute de 239 degC (SEI 2012)
A precipitaccedilatildeo anual (P) no periacuteodo foi de 1233 mmano com excedente hiacutedrico
(EXC) de 152 mmano verificado entre maio e agosto A evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETP)
foi da ordem de 1246 mmano (Tabela 04 e Figura 02) A deficiecircncia de aacutegua no solo eacute maior
no mecircs de janeiro (Figura 03)
Tabela 04 - Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia
Mecircs T
(ordmC)
P
(mm) ETP
ARM
(mm)
ETR
(mm)
DEF
(mm)
EXC
(mm)
Jan 256 62 134 13 75 59 0
Fev 246 74 109 9 78 31 0
Mar 257 118 133 8 119 14 0
Abr 249 152 112 47 112 0 0
Maio 236 175 95 100 95 0 27
Jun 227 143 80 100 80 0 63
Jul 210 117 65 100 65 0 52
Ago 217 82 73 100 73 0 9
Set 226 60 83 80 80 2 0
Out 242 63 109 50 93 17 0
Nov 248 87 118 37 100 18 0
Dez 254 100 135 26 111 24 0
Totais 2868 1233 1246 669 1081 165 152
Meacutedias 239 103 104 56 90 14 13 Nota Meacutedias Climatoloacutegicas de 1961 a 1990 T = Temperatura P = Precipitaccedilatildeo ETP = Evapotranspiraccedilatildeo
Potencial ETR = Evapotranspiraccedilatildeo Real DEF = Deacutefcit EXC = Excedente Hiacutedrico
Fonte EMBRAPA 2015
20
Figura 02 - Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 1990
Fonte EMBRAPA 2015
Figura 03 - Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas -
BA
Fonte EMBRAPA 2015
21
232 Solos
De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-
BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico
Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas
destes satildeo descritos a seguir
Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu
Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais
extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e
dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da
parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo
necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem
22
Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave
ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito
intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com
perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser
distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a
agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo
possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na
porccedilatildeo sul do municiacutepio
Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei
iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um
horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas
proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de
drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena
ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca
233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra
A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu
permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea
destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que
a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos
hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo
O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas
com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas
formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de
Catu (Figura 04)
Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes
supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais
podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas
de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o
municiacutepio (Figura 05)
23
A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das
principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande
parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas
O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de
uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas
machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)
Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu
234 Geomorfologia
O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de
dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais
caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir
24
Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas
desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante
convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da
tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees
geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos
formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100
metros
Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees
sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos
Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu
235 Hidrografia
O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo
Norte (SEI 2012)
25
Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)
Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado
pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de
reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos
superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados
236 Geologia local
A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que
engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos
mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
(Figura 07)
Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu
26
2361 Grupo Ilhas
As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena
expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do
Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em
ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua
maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi
subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe
A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem
selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza
esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a
Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos
arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim
(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute
caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo
Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do
Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem
caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de
petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a
Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a
meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al
1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro
sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e
Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos
e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador
A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de
granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se
como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e
sotopondo-se de forma concordante agrave mesma
2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute
A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos
por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute
27
constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de
Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al
1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros
Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes
O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e
siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo
subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e
apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que
variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de
cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos
de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma
seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com
a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das
caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas
O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a
maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos
agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos
e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato
inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos
apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com
o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-
esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados
(VIANA et al 1971)
O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo
amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL
1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com
estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O
contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares
discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e
holocecircnicos
28
2363 Formaccedilatildeo Marizal
As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte
e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)
A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados
(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos
apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-
avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e
cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos
e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de
maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo
cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de
granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos
ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de
gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos
A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a
um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte
isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)
Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos
municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica
2364 Grupo Barreiras
O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e
marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a
partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)
De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido
em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea
do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura
07)
No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma
antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas
(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia
29
sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado
relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)
A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e
siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo
consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS
BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)
A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos
de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute
caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo
superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos
conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando
tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A
porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas
camadas de siltitos
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em
duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e
aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)
237 Hidrogeologia local
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras
De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito
reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas
subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um
sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da
variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que
abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por
um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por
sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que
30
predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE
1999)
O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais
provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo
Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas
laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de
chuvas
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal
O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de
aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa
predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo
basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em
condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)
Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia
angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da
aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a
sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e
surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo
A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo
vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as
estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras
nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo
O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo
baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas
predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras
que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees
em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em
31
discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar
contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)
O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos
caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE
1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas
de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre
predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo
mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo
nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se
encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras
Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo
duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos
e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local
o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base
ou seja os rios e riachos da regiatildeo
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas
O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas
possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu
(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de
600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia
do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees
facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea
de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a
mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o
armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)
O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado
possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical
profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)
32
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos
A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do
SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi
possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi
possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH
estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do
desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia
aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos
Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros
observados
Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade
mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O
niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu
355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo
surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada
uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana
de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo
TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo
miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)
Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu
apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com
maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana
de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3
respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de
1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21
poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente
a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor
maacuteximo (Tabela 05)
33
Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados
Coluna1 PROF
(m)
NE
(m)
ND
(m)
Vazatildeo TB
(msup3h)
STD
(mgl)
Dureza
(mgl CaCO3)
CE
(microScm)
PH
-
Turbidez
(NTU)
Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93
Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43
Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29
Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214
Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590
Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38
Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01
Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000
Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250
Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
2381 Potenciometria
O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos
referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do
fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga
O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa
(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas
regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais
cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam
como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)
34
Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu
35
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA
A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem
sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem
como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de
energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num
elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como
aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em
6 de maio de 1968
Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as
atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega
principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos
galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os
oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos
animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e
transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as
plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os
dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais
(CONSELHO DA EUROPA 1968)
A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de
aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca
de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das
aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os
aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da
aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no
planeta (HIRATA 2000)
O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua
doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta
aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas
cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao
crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo
descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)
Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos
devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como
36
citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra
encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas
subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em
todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas
em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades
supridas pelo manancial subterracircneordquo
Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra
preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou
as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a
duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na
manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas
subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que
constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud
ABAS 2015)
Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva
ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades
rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)
Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave
aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor
influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de
uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem
melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes
poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e
outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)
De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61
da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que
6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos
profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY
MATOS 2002)
37
32 AQUIacuteFERO
Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo
n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo
hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras
ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)
Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros
quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros
(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)
Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso
fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos
citados (Quadro 01)
Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos
Tipo Principais caracteriacutesticas
Poroso
Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos
inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos
poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo
variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre
acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos
permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua
flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de
pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)
Fissural
Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a
circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao
movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute
relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo
permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui
onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas
a direccedilotildees preferenciais
Caacuterstico
Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua
ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram
da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos
com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
38
Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas
hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo
submetidos
O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado
superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa
permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele
constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas
impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior
que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero
livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil
devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)
39
Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
33 QUALIDADE DA AacuteGUA
A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume
(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das
aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos
aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima
composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da
contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo
a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos
efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os
elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua
classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos
para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)
Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso
ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A
Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle
e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art
5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de
potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/19.jpg)
20
Figura 02 - Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 1990
Fonte EMBRAPA 2015
Figura 03 - Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas -
BA
Fonte EMBRAPA 2015
21
232 Solos
De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-
BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico
Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas
destes satildeo descritos a seguir
Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu
Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais
extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e
dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da
parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo
necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem
22
Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave
ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito
intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com
perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser
distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a
agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo
possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na
porccedilatildeo sul do municiacutepio
Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei
iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um
horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas
proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de
drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena
ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca
233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra
A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu
permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea
destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que
a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos
hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo
O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas
com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas
formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de
Catu (Figura 04)
Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes
supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais
podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas
de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o
municiacutepio (Figura 05)
23
A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das
principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande
parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas
O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de
uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas
machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)
Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu
234 Geomorfologia
O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de
dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais
caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir
24
Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas
desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante
convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da
tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees
geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos
formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100
metros
Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees
sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos
Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu
235 Hidrografia
O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo
Norte (SEI 2012)
25
Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)
Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado
pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de
reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos
superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados
236 Geologia local
A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que
engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos
mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
(Figura 07)
Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu
26
2361 Grupo Ilhas
As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena
expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do
Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em
ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua
maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi
subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe
A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem
selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza
esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a
Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos
arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim
(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute
caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo
Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do
Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem
caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de
petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a
Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a
meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al
1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro
sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e
Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos
e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador
A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de
granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se
como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e
sotopondo-se de forma concordante agrave mesma
2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute
A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos
por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute
27
constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de
Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al
1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros
Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes
O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e
siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo
subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e
apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que
variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de
cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos
de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma
seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com
a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das
caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas
O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a
maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos
agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos
e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato
inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos
apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com
o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-
esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados
(VIANA et al 1971)
O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo
amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL
1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com
estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O
contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares
discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e
holocecircnicos
28
2363 Formaccedilatildeo Marizal
As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte
e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)
A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados
(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos
apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-
avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e
cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos
e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de
maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo
cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de
granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos
ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de
gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos
A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a
um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte
isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)
Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos
municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica
2364 Grupo Barreiras
O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e
marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a
partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)
De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido
em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea
do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura
07)
No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma
antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas
(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia
29
sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado
relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)
A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e
siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo
consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS
BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)
A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos
de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute
caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo
superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos
conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando
tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A
porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas
camadas de siltitos
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em
duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e
aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)
237 Hidrogeologia local
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras
De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito
reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas
subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um
sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da
variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que
abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por
um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por
sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que
30
predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE
1999)
O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais
provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo
Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas
laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de
chuvas
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal
O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de
aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa
predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo
basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em
condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)
Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia
angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da
aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a
sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e
surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo
A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo
vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as
estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras
nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo
O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo
baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas
predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras
que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees
em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em
31
discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar
contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)
O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos
caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE
1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas
de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre
predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo
mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo
nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se
encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras
Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo
duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos
e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local
o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base
ou seja os rios e riachos da regiatildeo
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas
O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas
possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu
(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de
600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia
do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees
facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea
de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a
mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o
armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)
O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado
possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical
profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)
32
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos
A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do
SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi
possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi
possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH
estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do
desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia
aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos
Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros
observados
Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade
mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O
niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu
355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo
surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada
uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana
de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo
TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo
miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)
Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu
apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com
maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana
de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3
respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de
1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21
poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente
a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor
maacuteximo (Tabela 05)
33
Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados
Coluna1 PROF
(m)
NE
(m)
ND
(m)
Vazatildeo TB
(msup3h)
STD
(mgl)
Dureza
(mgl CaCO3)
CE
(microScm)
PH
-
Turbidez
(NTU)
Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93
Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43
Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29
Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214
Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590
Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38
Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01
Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000
Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250
Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
2381 Potenciometria
O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos
referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do
fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga
O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa
(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas
regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais
cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam
como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)
34
Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu
35
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA
A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem
sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem
como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de
energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num
elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como
aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em
6 de maio de 1968
Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as
atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega
principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos
galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os
oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos
animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e
transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as
plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os
dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais
(CONSELHO DA EUROPA 1968)
A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de
aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca
de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das
aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os
aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da
aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no
planeta (HIRATA 2000)
O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua
doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta
aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas
cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao
crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo
descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)
Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos
devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como
36
citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra
encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas
subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em
todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas
em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades
supridas pelo manancial subterracircneordquo
Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra
preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou
as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a
duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na
manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas
subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que
constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud
ABAS 2015)
Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva
ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades
rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)
Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave
aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor
influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de
uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem
melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes
poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e
outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)
De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61
da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que
6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos
profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY
MATOS 2002)
37
32 AQUIacuteFERO
Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo
n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo
hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras
ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)
Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros
quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros
(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)
Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso
fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos
citados (Quadro 01)
Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos
Tipo Principais caracteriacutesticas
Poroso
Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos
inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos
poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo
variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre
acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos
permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua
flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de
pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)
Fissural
Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a
circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao
movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute
relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo
permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui
onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas
a direccedilotildees preferenciais
Caacuterstico
Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua
ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram
da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos
com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
38
Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas
hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo
submetidos
O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado
superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa
permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele
constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas
impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior
que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero
livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil
devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)
39
Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
33 QUALIDADE DA AacuteGUA
A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume
(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das
aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos
aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima
composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da
contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo
a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos
efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os
elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua
classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos
para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)
Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso
ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A
Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle
e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art
5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de
potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/20.jpg)
21
232 Solos
De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-
BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico
Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas
destes satildeo descritos a seguir
Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu
Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais
extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e
dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da
parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo
necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem
22
Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave
ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito
intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com
perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser
distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a
agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo
possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na
porccedilatildeo sul do municiacutepio
Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei
iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um
horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas
proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de
drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena
ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca
233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra
A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu
permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea
destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que
a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos
hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo
O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas
com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas
formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de
Catu (Figura 04)
Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes
supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais
podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas
de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o
municiacutepio (Figura 05)
23
A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das
principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande
parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas
O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de
uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas
machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)
Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu
234 Geomorfologia
O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de
dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais
caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir
24
Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas
desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante
convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da
tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees
geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos
formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100
metros
Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees
sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos
Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu
235 Hidrografia
O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo
Norte (SEI 2012)
25
Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)
Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado
pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de
reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos
superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados
236 Geologia local
A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que
engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos
mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
(Figura 07)
Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu
26
2361 Grupo Ilhas
As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena
expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do
Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em
ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua
maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi
subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe
A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem
selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza
esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a
Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos
arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim
(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute
caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo
Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do
Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem
caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de
petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a
Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a
meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al
1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro
sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e
Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos
e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador
A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de
granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se
como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e
sotopondo-se de forma concordante agrave mesma
2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute
A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos
por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute
27
constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de
Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al
1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros
Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes
O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e
siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo
subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e
apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que
variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de
cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos
de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma
seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com
a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das
caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas
O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a
maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos
agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos
e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato
inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos
apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com
o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-
esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados
(VIANA et al 1971)
O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo
amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL
1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com
estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O
contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares
discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e
holocecircnicos
28
2363 Formaccedilatildeo Marizal
As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte
e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)
A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados
(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos
apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-
avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e
cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos
e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de
maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo
cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de
granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos
ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de
gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos
A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a
um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte
isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)
Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos
municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica
2364 Grupo Barreiras
O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e
marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a
partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)
De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido
em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea
do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura
07)
No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma
antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas
(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia
29
sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado
relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)
A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e
siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo
consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS
BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)
A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos
de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute
caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo
superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos
conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando
tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A
porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas
camadas de siltitos
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em
duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e
aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)
237 Hidrogeologia local
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras
De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito
reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas
subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um
sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da
variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que
abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por
um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por
sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que
30
predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE
1999)
O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais
provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo
Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas
laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de
chuvas
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal
O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de
aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa
predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo
basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em
condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)
Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia
angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da
aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a
sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e
surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo
A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo
vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as
estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras
nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo
O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo
baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas
predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras
que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees
em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em
31
discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar
contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)
O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos
caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE
1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas
de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre
predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo
mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo
nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se
encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras
Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo
duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos
e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local
o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base
ou seja os rios e riachos da regiatildeo
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas
O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas
possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu
(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de
600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia
do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees
facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea
de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a
mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o
armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)
O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado
possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical
profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)
32
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos
A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do
SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi
possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi
possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH
estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do
desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia
aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos
Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros
observados
Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade
mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O
niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu
355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo
surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada
uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana
de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo
TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo
miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)
Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu
apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com
maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana
de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3
respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de
1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21
poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente
a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor
maacuteximo (Tabela 05)
33
Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados
Coluna1 PROF
(m)
NE
(m)
ND
(m)
Vazatildeo TB
(msup3h)
STD
(mgl)
Dureza
(mgl CaCO3)
CE
(microScm)
PH
-
Turbidez
(NTU)
Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93
Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43
Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29
Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214
Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590
Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38
Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01
Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000
Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250
Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
2381 Potenciometria
O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos
referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do
fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga
O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa
(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas
regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais
cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam
como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)
34
Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu
35
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA
A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem
sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem
como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de
energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num
elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como
aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em
6 de maio de 1968
Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as
atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega
principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos
galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os
oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos
animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e
transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as
plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os
dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais
(CONSELHO DA EUROPA 1968)
A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de
aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca
de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das
aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os
aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da
aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no
planeta (HIRATA 2000)
O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua
doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta
aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas
cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao
crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo
descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)
Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos
devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como
36
citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra
encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas
subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em
todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas
em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades
supridas pelo manancial subterracircneordquo
Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra
preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou
as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a
duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na
manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas
subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que
constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud
ABAS 2015)
Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva
ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades
rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)
Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave
aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor
influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de
uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem
melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes
poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e
outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)
De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61
da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que
6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos
profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY
MATOS 2002)
37
32 AQUIacuteFERO
Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo
n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo
hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras
ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)
Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros
quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros
(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)
Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso
fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos
citados (Quadro 01)
Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos
Tipo Principais caracteriacutesticas
Poroso
Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos
inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos
poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo
variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre
acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos
permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua
flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de
pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)
Fissural
Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a
circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao
movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute
relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo
permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui
onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas
a direccedilotildees preferenciais
Caacuterstico
Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua
ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram
da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos
com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
38
Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas
hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo
submetidos
O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado
superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa
permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele
constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas
impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior
que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero
livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil
devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)
39
Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
33 QUALIDADE DA AacuteGUA
A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume
(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das
aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos
aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima
composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da
contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo
a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos
efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os
elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua
classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos
para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)
Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso
ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A
Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle
e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art
5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de
potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/21.jpg)
22
Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave
ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito
intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com
perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser
distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a
agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo
possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na
porccedilatildeo sul do municiacutepio
Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei
iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um
horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas
proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de
drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena
ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca
233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra
A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu
permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea
destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que
a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos
hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo
O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas
com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas
formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de
Catu (Figura 04)
Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes
supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais
podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas
de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o
municiacutepio (Figura 05)
23
A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das
principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande
parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas
O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de
uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas
machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)
Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu
234 Geomorfologia
O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de
dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais
caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir
24
Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas
desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante
convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da
tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees
geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos
formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100
metros
Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees
sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos
Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu
235 Hidrografia
O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo
Norte (SEI 2012)
25
Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)
Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado
pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de
reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos
superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados
236 Geologia local
A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que
engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos
mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
(Figura 07)
Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu
26
2361 Grupo Ilhas
As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena
expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do
Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em
ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua
maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi
subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe
A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem
selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza
esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a
Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos
arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim
(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute
caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo
Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do
Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem
caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de
petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a
Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a
meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al
1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro
sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e
Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos
e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador
A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de
granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se
como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e
sotopondo-se de forma concordante agrave mesma
2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute
A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos
por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute
27
constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de
Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al
1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros
Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes
O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e
siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo
subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e
apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que
variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de
cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos
de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma
seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com
a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das
caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas
O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a
maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos
agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos
e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato
inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos
apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com
o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-
esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados
(VIANA et al 1971)
O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo
amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL
1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com
estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O
contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares
discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e
holocecircnicos
28
2363 Formaccedilatildeo Marizal
As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte
e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)
A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados
(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos
apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-
avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e
cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos
e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de
maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo
cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de
granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos
ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de
gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos
A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a
um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte
isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)
Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos
municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica
2364 Grupo Barreiras
O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e
marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a
partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)
De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido
em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea
do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura
07)
No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma
antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas
(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia
29
sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado
relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)
A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e
siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo
consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS
BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)
A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos
de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute
caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo
superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos
conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando
tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A
porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas
camadas de siltitos
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em
duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e
aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)
237 Hidrogeologia local
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras
De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito
reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas
subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um
sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da
variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que
abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por
um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por
sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que
30
predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE
1999)
O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais
provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo
Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas
laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de
chuvas
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal
O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de
aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa
predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo
basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em
condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)
Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia
angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da
aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a
sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e
surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo
A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo
vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as
estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras
nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo
O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo
baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas
predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras
que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees
em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em
31
discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar
contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)
O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos
caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE
1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas
de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre
predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo
mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo
nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se
encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras
Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo
duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos
e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local
o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base
ou seja os rios e riachos da regiatildeo
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas
O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas
possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu
(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de
600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia
do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees
facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea
de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a
mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o
armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)
O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado
possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical
profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)
32
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos
A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do
SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi
possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi
possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH
estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do
desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia
aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos
Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros
observados
Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade
mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O
niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu
355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo
surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada
uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana
de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo
TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo
miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)
Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu
apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com
maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana
de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3
respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de
1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21
poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente
a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor
maacuteximo (Tabela 05)
33
Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados
Coluna1 PROF
(m)
NE
(m)
ND
(m)
Vazatildeo TB
(msup3h)
STD
(mgl)
Dureza
(mgl CaCO3)
CE
(microScm)
PH
-
Turbidez
(NTU)
Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93
Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43
Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29
Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214
Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590
Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38
Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01
Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000
Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250
Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
2381 Potenciometria
O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos
referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do
fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga
O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa
(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas
regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais
cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam
como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)
34
Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu
35
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA
A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem
sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem
como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de
energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num
elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como
aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em
6 de maio de 1968
Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as
atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega
principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos
galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os
oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos
animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e
transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as
plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os
dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais
(CONSELHO DA EUROPA 1968)
A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de
aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca
de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das
aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os
aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da
aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no
planeta (HIRATA 2000)
O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua
doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta
aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas
cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao
crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo
descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)
Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos
devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como
36
citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra
encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas
subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em
todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas
em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades
supridas pelo manancial subterracircneordquo
Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra
preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou
as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a
duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na
manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas
subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que
constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud
ABAS 2015)
Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva
ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades
rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)
Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave
aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor
influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de
uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem
melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes
poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e
outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)
De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61
da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que
6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos
profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY
MATOS 2002)
37
32 AQUIacuteFERO
Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo
n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo
hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras
ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)
Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros
quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros
(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)
Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso
fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos
citados (Quadro 01)
Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos
Tipo Principais caracteriacutesticas
Poroso
Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos
inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos
poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo
variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre
acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos
permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua
flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de
pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)
Fissural
Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a
circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao
movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute
relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo
permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui
onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas
a direccedilotildees preferenciais
Caacuterstico
Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua
ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram
da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos
com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
38
Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas
hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo
submetidos
O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado
superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa
permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele
constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas
impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior
que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero
livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil
devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)
39
Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
33 QUALIDADE DA AacuteGUA
A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume
(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das
aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos
aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima
composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da
contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo
a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos
efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os
elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua
classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos
para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)
Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso
ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A
Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle
e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art
5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de
potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/22.jpg)
23
A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das
principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande
parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas
O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de
uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas
machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)
Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu
234 Geomorfologia
O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de
dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais
caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir
24
Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas
desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante
convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da
tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees
geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos
formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100
metros
Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees
sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos
Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu
235 Hidrografia
O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo
Norte (SEI 2012)
25
Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)
Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado
pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de
reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos
superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados
236 Geologia local
A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que
engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos
mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
(Figura 07)
Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu
26
2361 Grupo Ilhas
As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena
expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do
Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em
ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua
maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi
subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe
A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem
selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza
esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a
Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos
arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim
(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute
caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo
Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do
Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem
caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de
petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a
Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a
meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al
1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro
sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e
Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos
e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador
A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de
granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se
como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e
sotopondo-se de forma concordante agrave mesma
2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute
A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos
por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute
27
constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de
Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al
1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros
Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes
O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e
siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo
subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e
apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que
variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de
cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos
de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma
seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com
a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das
caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas
O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a
maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos
agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos
e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato
inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos
apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com
o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-
esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados
(VIANA et al 1971)
O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo
amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL
1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com
estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O
contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares
discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e
holocecircnicos
28
2363 Formaccedilatildeo Marizal
As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte
e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)
A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados
(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos
apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-
avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e
cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos
e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de
maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo
cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de
granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos
ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de
gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos
A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a
um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte
isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)
Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos
municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica
2364 Grupo Barreiras
O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e
marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a
partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)
De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido
em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea
do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura
07)
No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma
antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas
(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia
29
sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado
relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)
A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e
siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo
consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS
BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)
A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos
de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute
caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo
superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos
conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando
tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A
porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas
camadas de siltitos
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em
duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e
aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)
237 Hidrogeologia local
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras
De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito
reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas
subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um
sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da
variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que
abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por
um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por
sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que
30
predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE
1999)
O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais
provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo
Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas
laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de
chuvas
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal
O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de
aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa
predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo
basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em
condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)
Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia
angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da
aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a
sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e
surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo
A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo
vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as
estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras
nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo
O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo
baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas
predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras
que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees
em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em
31
discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar
contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)
O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos
caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE
1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas
de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre
predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo
mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo
nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se
encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras
Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo
duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos
e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local
o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base
ou seja os rios e riachos da regiatildeo
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas
O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas
possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu
(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de
600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia
do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees
facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea
de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a
mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o
armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)
O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado
possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical
profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)
32
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos
A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do
SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi
possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi
possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH
estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do
desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia
aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos
Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros
observados
Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade
mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O
niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu
355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo
surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada
uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana
de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo
TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo
miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)
Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu
apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com
maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana
de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3
respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de
1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21
poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente
a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor
maacuteximo (Tabela 05)
33
Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados
Coluna1 PROF
(m)
NE
(m)
ND
(m)
Vazatildeo TB
(msup3h)
STD
(mgl)
Dureza
(mgl CaCO3)
CE
(microScm)
PH
-
Turbidez
(NTU)
Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93
Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43
Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29
Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214
Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590
Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38
Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01
Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000
Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250
Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
2381 Potenciometria
O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos
referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do
fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga
O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa
(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas
regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais
cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam
como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)
34
Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu
35
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA
A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem
sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem
como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de
energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num
elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como
aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em
6 de maio de 1968
Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as
atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega
principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos
galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os
oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos
animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e
transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as
plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os
dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais
(CONSELHO DA EUROPA 1968)
A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de
aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca
de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das
aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os
aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da
aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no
planeta (HIRATA 2000)
O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua
doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta
aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas
cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao
crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo
descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)
Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos
devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como
36
citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra
encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas
subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em
todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas
em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades
supridas pelo manancial subterracircneordquo
Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra
preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou
as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a
duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na
manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas
subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que
constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud
ABAS 2015)
Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva
ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades
rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)
Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave
aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor
influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de
uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem
melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes
poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e
outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)
De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61
da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que
6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos
profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY
MATOS 2002)
37
32 AQUIacuteFERO
Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo
n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo
hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras
ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)
Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros
quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros
(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)
Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso
fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos
citados (Quadro 01)
Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos
Tipo Principais caracteriacutesticas
Poroso
Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos
inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos
poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo
variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre
acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos
permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua
flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de
pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)
Fissural
Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a
circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao
movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute
relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo
permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui
onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas
a direccedilotildees preferenciais
Caacuterstico
Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua
ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram
da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos
com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
38
Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas
hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo
submetidos
O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado
superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa
permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele
constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas
impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior
que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero
livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil
devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)
39
Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
33 QUALIDADE DA AacuteGUA
A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume
(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das
aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos
aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima
composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da
contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo
a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos
efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os
elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua
classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos
para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)
Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso
ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A
Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle
e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art
5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de
potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/23.jpg)
24
Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas
desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante
convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da
tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees
geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos
formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100
metros
Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees
sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos
Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu
235 Hidrografia
O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo
Norte (SEI 2012)
25
Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)
Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado
pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de
reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos
superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados
236 Geologia local
A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que
engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos
mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
(Figura 07)
Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu
26
2361 Grupo Ilhas
As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena
expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do
Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em
ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua
maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi
subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe
A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem
selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza
esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a
Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos
arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim
(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute
caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo
Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do
Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem
caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de
petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a
Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a
meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al
1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro
sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e
Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos
e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador
A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de
granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se
como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e
sotopondo-se de forma concordante agrave mesma
2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute
A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos
por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute
27
constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de
Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al
1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros
Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes
O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e
siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo
subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e
apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que
variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de
cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos
de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma
seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com
a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das
caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas
O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a
maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos
agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos
e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato
inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos
apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com
o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-
esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados
(VIANA et al 1971)
O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo
amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL
1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com
estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O
contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares
discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e
holocecircnicos
28
2363 Formaccedilatildeo Marizal
As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte
e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)
A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados
(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos
apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-
avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e
cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos
e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de
maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo
cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de
granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos
ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de
gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos
A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a
um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte
isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)
Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos
municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica
2364 Grupo Barreiras
O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e
marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a
partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)
De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido
em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea
do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura
07)
No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma
antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas
(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia
29
sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado
relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)
A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e
siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo
consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS
BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)
A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos
de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute
caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo
superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos
conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando
tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A
porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas
camadas de siltitos
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em
duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e
aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)
237 Hidrogeologia local
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras
De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito
reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas
subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um
sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da
variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que
abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por
um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por
sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que
30
predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE
1999)
O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais
provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo
Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas
laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de
chuvas
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal
O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de
aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa
predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo
basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em
condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)
Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia
angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da
aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a
sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e
surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo
A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo
vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as
estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras
nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo
O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo
baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas
predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras
que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees
em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em
31
discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar
contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)
O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos
caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE
1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas
de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre
predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo
mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo
nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se
encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras
Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo
duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos
e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local
o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base
ou seja os rios e riachos da regiatildeo
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas
O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas
possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu
(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de
600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia
do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees
facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea
de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a
mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o
armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)
O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado
possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical
profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)
32
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos
A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do
SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi
possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi
possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH
estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do
desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia
aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos
Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros
observados
Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade
mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O
niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu
355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo
surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada
uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana
de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo
TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo
miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)
Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu
apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com
maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana
de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3
respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de
1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21
poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente
a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor
maacuteximo (Tabela 05)
33
Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados
Coluna1 PROF
(m)
NE
(m)
ND
(m)
Vazatildeo TB
(msup3h)
STD
(mgl)
Dureza
(mgl CaCO3)
CE
(microScm)
PH
-
Turbidez
(NTU)
Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93
Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43
Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29
Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214
Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590
Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38
Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01
Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000
Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250
Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
2381 Potenciometria
O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos
referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do
fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga
O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa
(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas
regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais
cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam
como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)
34
Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu
35
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA
A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem
sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem
como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de
energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num
elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como
aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em
6 de maio de 1968
Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as
atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega
principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos
galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os
oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos
animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e
transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as
plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os
dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais
(CONSELHO DA EUROPA 1968)
A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de
aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca
de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das
aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os
aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da
aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no
planeta (HIRATA 2000)
O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua
doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta
aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas
cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao
crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo
descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)
Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos
devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como
36
citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra
encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas
subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em
todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas
em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades
supridas pelo manancial subterracircneordquo
Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra
preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou
as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a
duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na
manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas
subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que
constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud
ABAS 2015)
Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva
ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades
rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)
Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave
aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor
influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de
uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem
melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes
poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e
outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)
De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61
da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que
6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos
profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY
MATOS 2002)
37
32 AQUIacuteFERO
Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo
n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo
hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras
ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)
Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros
quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros
(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)
Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso
fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos
citados (Quadro 01)
Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos
Tipo Principais caracteriacutesticas
Poroso
Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos
inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos
poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo
variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre
acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos
permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua
flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de
pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)
Fissural
Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a
circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao
movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute
relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo
permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui
onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas
a direccedilotildees preferenciais
Caacuterstico
Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua
ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram
da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos
com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
38
Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas
hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo
submetidos
O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado
superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa
permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele
constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas
impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior
que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero
livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil
devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)
39
Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
33 QUALIDADE DA AacuteGUA
A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume
(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das
aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos
aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima
composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da
contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo
a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos
efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os
elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua
classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos
para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)
Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso
ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A
Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle
e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art
5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de
potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/24.jpg)
25
Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)
Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado
pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de
reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos
superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados
236 Geologia local
A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que
engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos
mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
(Figura 07)
Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu
26
2361 Grupo Ilhas
As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena
expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do
Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em
ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua
maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi
subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe
A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem
selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza
esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a
Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos
arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim
(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute
caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo
Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do
Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem
caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de
petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a
Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a
meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al
1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro
sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e
Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos
e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador
A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de
granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se
como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e
sotopondo-se de forma concordante agrave mesma
2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute
A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos
por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute
27
constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de
Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al
1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros
Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes
O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e
siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo
subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e
apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que
variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de
cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos
de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma
seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com
a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das
caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas
O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a
maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos
agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos
e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato
inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos
apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com
o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-
esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados
(VIANA et al 1971)
O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo
amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL
1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com
estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O
contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares
discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e
holocecircnicos
28
2363 Formaccedilatildeo Marizal
As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte
e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)
A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados
(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos
apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-
avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e
cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos
e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de
maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo
cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de
granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos
ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de
gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos
A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a
um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte
isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)
Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos
municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica
2364 Grupo Barreiras
O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e
marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a
partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)
De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido
em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea
do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura
07)
No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma
antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas
(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia
29
sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado
relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)
A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e
siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo
consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS
BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)
A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos
de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute
caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo
superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos
conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando
tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A
porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas
camadas de siltitos
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em
duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e
aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)
237 Hidrogeologia local
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras
De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito
reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas
subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um
sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da
variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que
abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por
um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por
sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que
30
predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE
1999)
O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais
provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo
Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas
laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de
chuvas
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal
O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de
aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa
predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo
basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em
condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)
Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia
angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da
aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a
sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e
surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo
A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo
vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as
estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras
nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo
O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo
baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas
predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras
que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees
em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em
31
discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar
contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)
O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos
caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE
1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas
de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre
predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo
mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo
nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se
encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras
Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo
duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos
e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local
o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base
ou seja os rios e riachos da regiatildeo
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas
O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas
possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu
(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de
600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia
do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees
facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea
de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a
mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o
armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)
O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado
possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical
profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)
32
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos
A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do
SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi
possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi
possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH
estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do
desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia
aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos
Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros
observados
Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade
mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O
niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu
355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo
surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada
uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana
de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo
TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo
miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)
Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu
apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com
maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana
de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3
respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de
1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21
poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente
a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor
maacuteximo (Tabela 05)
33
Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados
Coluna1 PROF
(m)
NE
(m)
ND
(m)
Vazatildeo TB
(msup3h)
STD
(mgl)
Dureza
(mgl CaCO3)
CE
(microScm)
PH
-
Turbidez
(NTU)
Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93
Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43
Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29
Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214
Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590
Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38
Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01
Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000
Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250
Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
2381 Potenciometria
O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos
referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do
fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga
O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa
(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas
regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais
cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam
como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)
34
Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu
35
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA
A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem
sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem
como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de
energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num
elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como
aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em
6 de maio de 1968
Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as
atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega
principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos
galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os
oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos
animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e
transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as
plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os
dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais
(CONSELHO DA EUROPA 1968)
A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de
aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca
de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das
aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os
aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da
aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no
planeta (HIRATA 2000)
O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua
doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta
aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas
cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao
crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo
descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)
Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos
devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como
36
citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra
encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas
subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em
todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas
em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades
supridas pelo manancial subterracircneordquo
Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra
preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou
as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a
duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na
manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas
subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que
constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud
ABAS 2015)
Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva
ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades
rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)
Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave
aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor
influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de
uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem
melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes
poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e
outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)
De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61
da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que
6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos
profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY
MATOS 2002)
37
32 AQUIacuteFERO
Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo
n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo
hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras
ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)
Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros
quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros
(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)
Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso
fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos
citados (Quadro 01)
Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos
Tipo Principais caracteriacutesticas
Poroso
Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos
inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos
poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo
variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre
acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos
permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua
flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de
pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)
Fissural
Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a
circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao
movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute
relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo
permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui
onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas
a direccedilotildees preferenciais
Caacuterstico
Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua
ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram
da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos
com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
38
Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas
hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo
submetidos
O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado
superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa
permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele
constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas
impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior
que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero
livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil
devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)
39
Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
33 QUALIDADE DA AacuteGUA
A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume
(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das
aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos
aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima
composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da
contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo
a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos
efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os
elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua
classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos
para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)
Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso
ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A
Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle
e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art
5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de
potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/25.jpg)
26
2361 Grupo Ilhas
As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena
expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do
Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em
ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua
maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi
subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe
A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem
selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza
esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a
Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos
arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim
(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute
caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo
Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do
Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem
caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de
petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a
Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a
meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al
1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro
sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e
Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos
e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador
A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de
granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se
como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e
sotopondo-se de forma concordante agrave mesma
2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute
A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos
por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute
27
constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de
Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al
1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros
Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes
O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e
siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo
subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e
apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que
variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de
cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos
de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma
seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com
a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das
caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas
O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a
maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos
agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos
e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato
inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos
apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com
o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-
esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados
(VIANA et al 1971)
O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo
amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL
1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com
estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O
contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares
discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e
holocecircnicos
28
2363 Formaccedilatildeo Marizal
As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte
e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)
A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados
(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos
apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-
avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e
cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos
e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de
maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo
cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de
granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos
ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de
gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos
A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a
um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte
isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)
Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos
municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica
2364 Grupo Barreiras
O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e
marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a
partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)
De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido
em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea
do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura
07)
No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma
antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas
(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia
29
sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado
relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)
A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e
siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo
consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS
BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)
A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos
de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute
caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo
superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos
conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando
tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A
porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas
camadas de siltitos
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em
duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e
aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)
237 Hidrogeologia local
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras
De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito
reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas
subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um
sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da
variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que
abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por
um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por
sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que
30
predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE
1999)
O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais
provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo
Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas
laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de
chuvas
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal
O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de
aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa
predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo
basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em
condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)
Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia
angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da
aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a
sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e
surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo
A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo
vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as
estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras
nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo
O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo
baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas
predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras
que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees
em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em
31
discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar
contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)
O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos
caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE
1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas
de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre
predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo
mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo
nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se
encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras
Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo
duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos
e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local
o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base
ou seja os rios e riachos da regiatildeo
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas
O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas
possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu
(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de
600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia
do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees
facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea
de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a
mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o
armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)
O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado
possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical
profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)
32
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos
A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do
SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi
possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi
possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH
estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do
desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia
aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos
Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros
observados
Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade
mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O
niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu
355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo
surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada
uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana
de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo
TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo
miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)
Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu
apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com
maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana
de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3
respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de
1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21
poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente
a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor
maacuteximo (Tabela 05)
33
Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados
Coluna1 PROF
(m)
NE
(m)
ND
(m)
Vazatildeo TB
(msup3h)
STD
(mgl)
Dureza
(mgl CaCO3)
CE
(microScm)
PH
-
Turbidez
(NTU)
Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93
Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43
Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29
Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214
Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590
Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38
Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01
Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000
Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250
Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
2381 Potenciometria
O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos
referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do
fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga
O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa
(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas
regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais
cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam
como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)
34
Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu
35
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA
A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem
sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem
como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de
energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num
elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como
aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em
6 de maio de 1968
Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as
atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega
principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos
galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os
oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos
animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e
transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as
plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os
dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais
(CONSELHO DA EUROPA 1968)
A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de
aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca
de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das
aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os
aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da
aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no
planeta (HIRATA 2000)
O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua
doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta
aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas
cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao
crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo
descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)
Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos
devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como
36
citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra
encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas
subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em
todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas
em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades
supridas pelo manancial subterracircneordquo
Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra
preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou
as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a
duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na
manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas
subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que
constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud
ABAS 2015)
Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva
ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades
rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)
Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave
aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor
influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de
uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem
melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes
poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e
outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)
De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61
da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que
6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos
profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY
MATOS 2002)
37
32 AQUIacuteFERO
Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo
n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo
hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras
ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)
Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros
quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros
(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)
Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso
fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos
citados (Quadro 01)
Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos
Tipo Principais caracteriacutesticas
Poroso
Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos
inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos
poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo
variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre
acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos
permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua
flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de
pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)
Fissural
Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a
circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao
movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute
relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo
permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui
onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas
a direccedilotildees preferenciais
Caacuterstico
Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua
ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram
da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos
com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
38
Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas
hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo
submetidos
O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado
superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa
permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele
constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas
impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior
que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero
livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil
devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)
39
Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
33 QUALIDADE DA AacuteGUA
A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume
(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das
aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos
aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima
composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da
contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo
a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos
efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os
elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua
classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos
para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)
Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso
ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A
Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle
e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art
5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de
potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/26.jpg)
27
constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de
Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al
1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros
Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes
O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e
siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo
subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e
apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que
variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de
cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos
de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma
seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com
a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das
caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas
O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a
maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos
agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos
e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato
inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos
apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com
o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-
esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados
(VIANA et al 1971)
O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo
amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL
1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com
estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O
contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares
discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e
holocecircnicos
28
2363 Formaccedilatildeo Marizal
As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte
e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)
A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados
(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos
apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-
avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e
cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos
e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de
maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo
cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de
granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos
ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de
gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos
A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a
um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte
isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)
Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos
municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica
2364 Grupo Barreiras
O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e
marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a
partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)
De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido
em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea
do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura
07)
No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma
antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas
(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia
29
sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado
relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)
A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e
siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo
consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS
BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)
A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos
de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute
caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo
superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos
conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando
tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A
porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas
camadas de siltitos
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em
duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e
aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)
237 Hidrogeologia local
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras
De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito
reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas
subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um
sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da
variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que
abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por
um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por
sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que
30
predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE
1999)
O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais
provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo
Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas
laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de
chuvas
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal
O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de
aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa
predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo
basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em
condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)
Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia
angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da
aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a
sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e
surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo
A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo
vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as
estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras
nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo
O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo
baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas
predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras
que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees
em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em
31
discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar
contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)
O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos
caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE
1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas
de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre
predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo
mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo
nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se
encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras
Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo
duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos
e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local
o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base
ou seja os rios e riachos da regiatildeo
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas
O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas
possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu
(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de
600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia
do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees
facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea
de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a
mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o
armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)
O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado
possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical
profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)
32
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos
A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do
SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi
possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi
possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH
estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do
desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia
aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos
Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros
observados
Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade
mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O
niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu
355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo
surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada
uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana
de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo
TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo
miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)
Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu
apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com
maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana
de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3
respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de
1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21
poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente
a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor
maacuteximo (Tabela 05)
33
Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados
Coluna1 PROF
(m)
NE
(m)
ND
(m)
Vazatildeo TB
(msup3h)
STD
(mgl)
Dureza
(mgl CaCO3)
CE
(microScm)
PH
-
Turbidez
(NTU)
Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93
Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43
Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29
Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214
Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590
Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38
Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01
Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000
Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250
Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
2381 Potenciometria
O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos
referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do
fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga
O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa
(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas
regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais
cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam
como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)
34
Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu
35
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA
A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem
sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem
como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de
energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num
elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como
aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em
6 de maio de 1968
Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as
atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega
principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos
galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os
oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos
animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e
transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as
plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os
dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais
(CONSELHO DA EUROPA 1968)
A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de
aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca
de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das
aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os
aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da
aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no
planeta (HIRATA 2000)
O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua
doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta
aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas
cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao
crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo
descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)
Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos
devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como
36
citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra
encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas
subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em
todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas
em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades
supridas pelo manancial subterracircneordquo
Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra
preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou
as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a
duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na
manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas
subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que
constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud
ABAS 2015)
Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva
ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades
rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)
Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave
aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor
influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de
uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem
melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes
poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e
outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)
De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61
da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que
6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos
profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY
MATOS 2002)
37
32 AQUIacuteFERO
Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo
n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo
hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras
ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)
Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros
quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros
(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)
Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso
fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos
citados (Quadro 01)
Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos
Tipo Principais caracteriacutesticas
Poroso
Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos
inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos
poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo
variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre
acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos
permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua
flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de
pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)
Fissural
Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a
circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao
movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute
relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo
permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui
onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas
a direccedilotildees preferenciais
Caacuterstico
Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua
ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram
da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos
com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
38
Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas
hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo
submetidos
O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado
superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa
permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele
constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas
impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior
que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero
livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil
devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)
39
Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
33 QUALIDADE DA AacuteGUA
A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume
(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das
aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos
aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima
composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da
contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo
a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos
efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os
elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua
classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos
para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)
Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso
ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A
Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle
e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art
5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de
potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/27.jpg)
28
2363 Formaccedilatildeo Marizal
As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte
e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)
A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados
(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos
apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-
avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e
cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos
e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de
maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo
cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de
granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos
ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de
gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos
A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a
um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte
isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)
Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos
municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica
2364 Grupo Barreiras
O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e
marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a
partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)
De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido
em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea
do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura
07)
No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma
antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas
(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia
29
sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado
relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)
A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e
siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo
consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS
BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)
A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos
de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute
caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo
superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos
conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando
tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A
porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas
camadas de siltitos
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em
duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e
aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)
237 Hidrogeologia local
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras
De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito
reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas
subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um
sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da
variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que
abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por
um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por
sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que
30
predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE
1999)
O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais
provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo
Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas
laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de
chuvas
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal
O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de
aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa
predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo
basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em
condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)
Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia
angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da
aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a
sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e
surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo
A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo
vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as
estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras
nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo
O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo
baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas
predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras
que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees
em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em
31
discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar
contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)
O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos
caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE
1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas
de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre
predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo
mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo
nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se
encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras
Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo
duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos
e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local
o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base
ou seja os rios e riachos da regiatildeo
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas
O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas
possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu
(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de
600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia
do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees
facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea
de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a
mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o
armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)
O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado
possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical
profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)
32
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos
A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do
SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi
possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi
possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH
estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do
desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia
aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos
Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros
observados
Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade
mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O
niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu
355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo
surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada
uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana
de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo
TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo
miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)
Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu
apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com
maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana
de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3
respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de
1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21
poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente
a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor
maacuteximo (Tabela 05)
33
Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados
Coluna1 PROF
(m)
NE
(m)
ND
(m)
Vazatildeo TB
(msup3h)
STD
(mgl)
Dureza
(mgl CaCO3)
CE
(microScm)
PH
-
Turbidez
(NTU)
Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93
Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43
Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29
Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214
Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590
Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38
Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01
Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000
Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250
Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
2381 Potenciometria
O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos
referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do
fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga
O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa
(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas
regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais
cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam
como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)
34
Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu
35
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA
A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem
sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem
como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de
energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num
elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como
aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em
6 de maio de 1968
Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as
atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega
principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos
galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os
oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos
animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e
transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as
plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os
dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais
(CONSELHO DA EUROPA 1968)
A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de
aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca
de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das
aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os
aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da
aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no
planeta (HIRATA 2000)
O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua
doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta
aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas
cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao
crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo
descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)
Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos
devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como
36
citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra
encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas
subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em
todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas
em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades
supridas pelo manancial subterracircneordquo
Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra
preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou
as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a
duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na
manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas
subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que
constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud
ABAS 2015)
Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva
ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades
rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)
Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave
aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor
influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de
uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem
melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes
poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e
outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)
De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61
da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que
6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos
profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY
MATOS 2002)
37
32 AQUIacuteFERO
Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo
n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo
hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras
ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)
Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros
quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros
(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)
Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso
fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos
citados (Quadro 01)
Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos
Tipo Principais caracteriacutesticas
Poroso
Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos
inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos
poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo
variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre
acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos
permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua
flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de
pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)
Fissural
Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a
circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao
movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute
relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo
permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui
onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas
a direccedilotildees preferenciais
Caacuterstico
Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua
ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram
da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos
com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
38
Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas
hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo
submetidos
O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado
superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa
permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele
constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas
impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior
que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero
livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil
devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)
39
Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
33 QUALIDADE DA AacuteGUA
A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume
(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das
aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos
aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima
composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da
contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo
a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos
efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os
elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua
classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos
para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)
Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso
ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A
Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle
e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art
5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de
potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/28.jpg)
29
sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado
relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)
A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e
siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo
consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS
BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)
A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos
de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute
caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo
superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos
conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando
tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A
porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas
camadas de siltitos
2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos
Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em
duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e
aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)
237 Hidrogeologia local
2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras
De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito
reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas
subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um
sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da
variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que
abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por
um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por
sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que
30
predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE
1999)
O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais
provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo
Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas
laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de
chuvas
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal
O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de
aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa
predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo
basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em
condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)
Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia
angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da
aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a
sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e
surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo
A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo
vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as
estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras
nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo
O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo
baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas
predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras
que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees
em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em
31
discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar
contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)
O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos
caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE
1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas
de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre
predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo
mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo
nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se
encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras
Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo
duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos
e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local
o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base
ou seja os rios e riachos da regiatildeo
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas
O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas
possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu
(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de
600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia
do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees
facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea
de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a
mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o
armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)
O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado
possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical
profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)
32
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos
A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do
SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi
possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi
possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH
estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do
desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia
aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos
Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros
observados
Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade
mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O
niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu
355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo
surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada
uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana
de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo
TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo
miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)
Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu
apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com
maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana
de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3
respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de
1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21
poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente
a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor
maacuteximo (Tabela 05)
33
Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados
Coluna1 PROF
(m)
NE
(m)
ND
(m)
Vazatildeo TB
(msup3h)
STD
(mgl)
Dureza
(mgl CaCO3)
CE
(microScm)
PH
-
Turbidez
(NTU)
Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93
Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43
Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29
Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214
Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590
Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38
Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01
Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000
Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250
Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
2381 Potenciometria
O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos
referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do
fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga
O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa
(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas
regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais
cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam
como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)
34
Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu
35
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA
A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem
sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem
como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de
energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num
elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como
aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em
6 de maio de 1968
Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as
atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega
principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos
galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os
oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos
animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e
transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as
plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os
dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais
(CONSELHO DA EUROPA 1968)
A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de
aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca
de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das
aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os
aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da
aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no
planeta (HIRATA 2000)
O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua
doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta
aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas
cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao
crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo
descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)
Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos
devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como
36
citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra
encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas
subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em
todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas
em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades
supridas pelo manancial subterracircneordquo
Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra
preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou
as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a
duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na
manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas
subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que
constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud
ABAS 2015)
Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva
ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades
rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)
Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave
aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor
influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de
uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem
melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes
poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e
outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)
De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61
da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que
6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos
profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY
MATOS 2002)
37
32 AQUIacuteFERO
Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo
n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo
hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras
ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)
Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros
quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros
(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)
Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso
fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos
citados (Quadro 01)
Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos
Tipo Principais caracteriacutesticas
Poroso
Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos
inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos
poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo
variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre
acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos
permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua
flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de
pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)
Fissural
Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a
circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao
movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute
relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo
permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui
onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas
a direccedilotildees preferenciais
Caacuterstico
Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua
ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram
da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos
com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
38
Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas
hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo
submetidos
O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado
superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa
permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele
constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas
impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior
que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero
livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil
devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)
39
Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
33 QUALIDADE DA AacuteGUA
A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume
(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das
aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos
aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima
composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da
contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo
a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos
efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os
elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua
classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos
para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)
Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso
ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A
Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle
e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art
5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de
potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/29.jpg)
30
predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE
1999)
O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais
provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo
Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas
laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de
chuvas
2372 Sistema Aquiacutefero Marizal
O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de
aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa
predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo
basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em
condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)
Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia
angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da
aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a
sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e
surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo
A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo
vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as
estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras
nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)
2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo
O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo
baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas
predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras
que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees
em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo
Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em
31
discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar
contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)
O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos
caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE
1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas
de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre
predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo
mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo
nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se
encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras
Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo
duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos
e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local
o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base
ou seja os rios e riachos da regiatildeo
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas
O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas
possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu
(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de
600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia
do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees
facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea
de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a
mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o
armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)
O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado
possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical
profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)
32
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos
A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do
SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi
possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi
possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH
estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do
desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia
aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos
Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros
observados
Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade
mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O
niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu
355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo
surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada
uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana
de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo
TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo
miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)
Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu
apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com
maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana
de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3
respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de
1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21
poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente
a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor
maacuteximo (Tabela 05)
33
Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados
Coluna1 PROF
(m)
NE
(m)
ND
(m)
Vazatildeo TB
(msup3h)
STD
(mgl)
Dureza
(mgl CaCO3)
CE
(microScm)
PH
-
Turbidez
(NTU)
Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93
Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43
Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29
Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214
Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590
Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38
Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01
Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000
Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250
Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
2381 Potenciometria
O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos
referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do
fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga
O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa
(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas
regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais
cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam
como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)
34
Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu
35
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA
A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem
sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem
como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de
energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num
elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como
aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em
6 de maio de 1968
Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as
atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega
principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos
galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os
oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos
animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e
transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as
plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os
dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais
(CONSELHO DA EUROPA 1968)
A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de
aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca
de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das
aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os
aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da
aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no
planeta (HIRATA 2000)
O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua
doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta
aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas
cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao
crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo
descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)
Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos
devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como
36
citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra
encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas
subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em
todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas
em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades
supridas pelo manancial subterracircneordquo
Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra
preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou
as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a
duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na
manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas
subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que
constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud
ABAS 2015)
Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva
ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades
rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)
Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave
aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor
influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de
uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem
melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes
poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e
outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)
De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61
da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que
6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos
profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY
MATOS 2002)
37
32 AQUIacuteFERO
Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo
n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo
hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras
ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)
Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros
quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros
(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)
Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso
fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos
citados (Quadro 01)
Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos
Tipo Principais caracteriacutesticas
Poroso
Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos
inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos
poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo
variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre
acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos
permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua
flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de
pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)
Fissural
Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a
circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao
movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute
relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo
permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui
onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas
a direccedilotildees preferenciais
Caacuterstico
Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua
ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram
da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos
com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
38
Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas
hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo
submetidos
O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado
superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa
permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele
constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas
impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior
que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero
livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil
devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)
39
Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
33 QUALIDADE DA AacuteGUA
A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume
(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das
aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos
aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima
composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da
contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo
a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos
efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os
elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua
classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos
para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)
Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso
ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A
Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle
e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art
5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de
potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/30.jpg)
31
discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar
contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)
O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos
caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE
1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas
de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre
predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo
mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo
nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se
encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras
Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo
duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos
e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local
o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base
ou seja os rios e riachos da regiatildeo
2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas
O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas
possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu
(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de
600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia
do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees
facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea
de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a
mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o
armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)
O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado
possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical
profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)
32
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos
A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do
SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi
possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi
possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH
estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do
desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia
aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos
Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros
observados
Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade
mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O
niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu
355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo
surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada
uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana
de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo
TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo
miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)
Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu
apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com
maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana
de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3
respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de
1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21
poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente
a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor
maacuteximo (Tabela 05)
33
Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados
Coluna1 PROF
(m)
NE
(m)
ND
(m)
Vazatildeo TB
(msup3h)
STD
(mgl)
Dureza
(mgl CaCO3)
CE
(microScm)
PH
-
Turbidez
(NTU)
Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93
Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43
Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29
Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214
Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590
Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38
Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01
Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000
Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250
Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
2381 Potenciometria
O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos
referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do
fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga
O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa
(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas
regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais
cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam
como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)
34
Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu
35
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA
A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem
sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem
como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de
energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num
elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como
aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em
6 de maio de 1968
Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as
atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega
principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos
galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os
oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos
animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e
transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as
plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os
dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais
(CONSELHO DA EUROPA 1968)
A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de
aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca
de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das
aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os
aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da
aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no
planeta (HIRATA 2000)
O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua
doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta
aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas
cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao
crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo
descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)
Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos
devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como
36
citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra
encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas
subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em
todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas
em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades
supridas pelo manancial subterracircneordquo
Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra
preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou
as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a
duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na
manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas
subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que
constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud
ABAS 2015)
Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva
ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades
rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)
Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave
aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor
influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de
uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem
melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes
poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e
outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)
De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61
da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que
6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos
profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY
MATOS 2002)
37
32 AQUIacuteFERO
Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo
n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo
hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras
ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)
Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros
quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros
(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)
Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso
fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos
citados (Quadro 01)
Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos
Tipo Principais caracteriacutesticas
Poroso
Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos
inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos
poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo
variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre
acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos
permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua
flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de
pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)
Fissural
Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a
circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao
movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute
relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo
permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui
onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas
a direccedilotildees preferenciais
Caacuterstico
Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua
ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram
da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos
com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
38
Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas
hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo
submetidos
O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado
superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa
permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele
constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas
impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior
que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero
livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil
devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)
39
Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
33 QUALIDADE DA AacuteGUA
A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume
(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das
aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos
aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima
composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da
contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo
a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos
efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os
elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua
classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos
para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)
Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso
ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A
Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle
e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art
5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de
potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/31.jpg)
32
238 Aspectos hidrogeoloacutegicos
A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do
SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi
possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi
possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH
estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do
desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia
aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos
Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros
observados
Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade
mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O
niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu
355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo
surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada
uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana
de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo
TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo
miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)
Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu
apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com
maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana
de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3
respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de
1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21
poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente
a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor
maacuteximo (Tabela 05)
33
Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados
Coluna1 PROF
(m)
NE
(m)
ND
(m)
Vazatildeo TB
(msup3h)
STD
(mgl)
Dureza
(mgl CaCO3)
CE
(microScm)
PH
-
Turbidez
(NTU)
Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93
Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43
Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29
Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214
Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590
Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38
Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01
Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000
Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250
Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
2381 Potenciometria
O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos
referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do
fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga
O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa
(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas
regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais
cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam
como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)
34
Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu
35
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA
A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem
sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem
como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de
energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num
elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como
aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em
6 de maio de 1968
Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as
atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega
principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos
galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os
oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos
animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e
transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as
plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os
dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais
(CONSELHO DA EUROPA 1968)
A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de
aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca
de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das
aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os
aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da
aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no
planeta (HIRATA 2000)
O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua
doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta
aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas
cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao
crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo
descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)
Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos
devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como
36
citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra
encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas
subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em
todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas
em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades
supridas pelo manancial subterracircneordquo
Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra
preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou
as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a
duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na
manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas
subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que
constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud
ABAS 2015)
Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva
ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades
rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)
Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave
aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor
influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de
uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem
melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes
poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e
outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)
De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61
da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que
6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos
profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY
MATOS 2002)
37
32 AQUIacuteFERO
Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo
n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo
hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras
ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)
Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros
quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros
(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)
Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso
fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos
citados (Quadro 01)
Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos
Tipo Principais caracteriacutesticas
Poroso
Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos
inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos
poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo
variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre
acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos
permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua
flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de
pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)
Fissural
Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a
circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao
movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute
relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo
permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui
onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas
a direccedilotildees preferenciais
Caacuterstico
Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua
ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram
da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos
com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
38
Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas
hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo
submetidos
O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado
superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa
permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele
constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas
impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior
que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero
livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil
devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)
39
Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
33 QUALIDADE DA AacuteGUA
A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume
(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das
aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos
aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima
composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da
contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo
a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos
efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os
elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua
classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos
para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)
Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso
ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A
Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle
e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art
5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de
potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/32.jpg)
33
Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados
Coluna1 PROF
(m)
NE
(m)
ND
(m)
Vazatildeo TB
(msup3h)
STD
(mgl)
Dureza
(mgl CaCO3)
CE
(microScm)
PH
-
Turbidez
(NTU)
Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93
Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43
Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29
Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214
Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590
Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38
Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01
Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000
Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250
Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
2381 Potenciometria
O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos
referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do
fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga
O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa
(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas
regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais
cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam
como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)
34
Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu
35
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA
A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem
sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem
como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de
energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num
elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como
aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em
6 de maio de 1968
Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as
atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega
principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos
galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os
oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos
animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e
transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as
plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os
dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais
(CONSELHO DA EUROPA 1968)
A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de
aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca
de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das
aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os
aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da
aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no
planeta (HIRATA 2000)
O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua
doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta
aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas
cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao
crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo
descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)
Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos
devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como
36
citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra
encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas
subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em
todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas
em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades
supridas pelo manancial subterracircneordquo
Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra
preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou
as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a
duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na
manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas
subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que
constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud
ABAS 2015)
Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva
ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades
rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)
Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave
aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor
influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de
uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem
melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes
poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e
outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)
De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61
da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que
6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos
profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY
MATOS 2002)
37
32 AQUIacuteFERO
Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo
n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo
hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras
ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)
Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros
quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros
(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)
Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso
fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos
citados (Quadro 01)
Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos
Tipo Principais caracteriacutesticas
Poroso
Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos
inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos
poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo
variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre
acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos
permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua
flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de
pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)
Fissural
Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a
circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao
movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute
relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo
permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui
onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas
a direccedilotildees preferenciais
Caacuterstico
Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua
ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram
da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos
com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
38
Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas
hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo
submetidos
O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado
superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa
permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele
constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas
impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior
que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero
livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil
devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)
39
Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
33 QUALIDADE DA AacuteGUA
A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume
(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das
aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos
aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima
composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da
contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo
a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos
efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os
elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua
classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos
para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)
Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso
ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A
Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle
e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art
5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de
potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/33.jpg)
34
Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu
35
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA
A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem
sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem
como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de
energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num
elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como
aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em
6 de maio de 1968
Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as
atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega
principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos
galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os
oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos
animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e
transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as
plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os
dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais
(CONSELHO DA EUROPA 1968)
A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de
aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca
de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das
aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os
aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da
aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no
planeta (HIRATA 2000)
O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua
doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta
aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas
cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao
crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo
descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)
Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos
devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como
36
citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra
encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas
subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em
todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas
em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades
supridas pelo manancial subterracircneordquo
Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra
preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou
as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a
duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na
manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas
subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que
constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud
ABAS 2015)
Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva
ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades
rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)
Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave
aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor
influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de
uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem
melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes
poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e
outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)
De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61
da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que
6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos
profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY
MATOS 2002)
37
32 AQUIacuteFERO
Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo
n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo
hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras
ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)
Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros
quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros
(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)
Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso
fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos
citados (Quadro 01)
Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos
Tipo Principais caracteriacutesticas
Poroso
Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos
inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos
poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo
variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre
acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos
permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua
flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de
pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)
Fissural
Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a
circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao
movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute
relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo
permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui
onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas
a direccedilotildees preferenciais
Caacuterstico
Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua
ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram
da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos
com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
38
Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas
hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo
submetidos
O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado
superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa
permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele
constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas
impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior
que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero
livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil
devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)
39
Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
33 QUALIDADE DA AacuteGUA
A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume
(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das
aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos
aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima
composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da
contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo
a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos
efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os
elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua
classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos
para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)
Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso
ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A
Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle
e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art
5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de
potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/34.jpg)
35
3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA
A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem
sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem
como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de
energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num
elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como
aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em
6 de maio de 1968
Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as
atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega
principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos
galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os
oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos
animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e
transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as
plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os
dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais
(CONSELHO DA EUROPA 1968)
A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de
aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca
de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das
aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os
aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da
aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no
planeta (HIRATA 2000)
O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua
doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta
aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas
cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao
crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo
descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)
Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos
devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como
36
citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra
encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas
subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em
todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas
em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades
supridas pelo manancial subterracircneordquo
Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra
preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou
as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a
duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na
manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas
subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que
constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud
ABAS 2015)
Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva
ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades
rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)
Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave
aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor
influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de
uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem
melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes
poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e
outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)
De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61
da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que
6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos
profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY
MATOS 2002)
37
32 AQUIacuteFERO
Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo
n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo
hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras
ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)
Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros
quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros
(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)
Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso
fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos
citados (Quadro 01)
Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos
Tipo Principais caracteriacutesticas
Poroso
Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos
inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos
poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo
variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre
acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos
permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua
flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de
pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)
Fissural
Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a
circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao
movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute
relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo
permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui
onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas
a direccedilotildees preferenciais
Caacuterstico
Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua
ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram
da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos
com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
38
Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas
hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo
submetidos
O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado
superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa
permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele
constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas
impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior
que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero
livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil
devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)
39
Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
33 QUALIDADE DA AacuteGUA
A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume
(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das
aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos
aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima
composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da
contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo
a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos
efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os
elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua
classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos
para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)
Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso
ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A
Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle
e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art
5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de
potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/35.jpg)
36
citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra
encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas
subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em
todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas
em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades
supridas pelo manancial subterracircneordquo
Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra
preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou
as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a
duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na
manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas
subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que
constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud
ABAS 2015)
Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva
ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades
rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)
Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave
aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor
influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de
uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem
melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes
poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e
outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)
De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61
da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que
6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos
profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY
MATOS 2002)
37
32 AQUIacuteFERO
Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo
n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo
hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras
ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)
Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros
quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros
(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)
Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso
fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos
citados (Quadro 01)
Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos
Tipo Principais caracteriacutesticas
Poroso
Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos
inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos
poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo
variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre
acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos
permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua
flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de
pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)
Fissural
Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a
circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao
movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute
relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo
permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui
onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas
a direccedilotildees preferenciais
Caacuterstico
Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua
ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram
da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos
com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
38
Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas
hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo
submetidos
O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado
superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa
permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele
constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas
impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior
que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero
livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil
devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)
39
Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
33 QUALIDADE DA AacuteGUA
A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume
(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das
aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos
aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima
composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da
contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo
a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos
efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os
elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua
classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos
para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)
Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso
ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A
Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle
e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art
5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de
potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/36.jpg)
37
32 AQUIacuteFERO
Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo
n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo
hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras
ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)
Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros
quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros
(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)
Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso
fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos
citados (Quadro 01)
Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos
Tipo Principais caracteriacutesticas
Poroso
Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos
inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos
poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo
variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre
acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos
permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua
flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de
pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)
Fissural
Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a
circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao
movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute
relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo
permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui
onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas
a direccedilotildees preferenciais
Caacuterstico
Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua
ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram
da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos
com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
38
Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas
hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo
submetidos
O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado
superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa
permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele
constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas
impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior
que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero
livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil
devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)
39
Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
33 QUALIDADE DA AacuteGUA
A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume
(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das
aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos
aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima
composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da
contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo
a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos
efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os
elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua
classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos
para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)
Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso
ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A
Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle
e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art
5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de
potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/37.jpg)
38
Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas
hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo
submetidos
O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado
superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa
permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele
constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas
impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior
que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero
livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil
devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)
39
Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
33 QUALIDADE DA AacuteGUA
A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume
(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das
aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos
aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima
composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da
contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo
a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos
efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os
elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua
classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos
para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)
Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso
ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A
Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle
e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art
5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de
potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/38.jpg)
39
Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas
Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015
33 QUALIDADE DA AacuteGUA
A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume
(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das
aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos
aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima
composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da
contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo
a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos
efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os
elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua
classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos
para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)
Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso
ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A
Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle
e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art
5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de
potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/39.jpg)
40
4 METODOLOGIA
Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da
pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a
seguir e detalhados nos proacuteximos itens
Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades
1 Levantamento e anaacutelise
criacutetica de referecircncias
bibliograacuteficas
2 Coleta e
tratamento de
dados secundaacuterios
3 Classificaccedilatildeo hidro-
quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da
qualidade da aacutegua
4 Anaacutelises e
interpretaccedilotildees
Fundamentaccedilatildeo teoacuterica
(Revisatildeo bibliograacutefica)
Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de
estudo
Dados do
SIAGAS
(CPRM)
Dados da
CERB
Diagrama triangular de
Piper (1944) Portaria nordm
29142011 do Ministeacuterio
da Sauacutede Diagrama de
Lemoine (1974) e criteacuterios
de qualidade propostos por
Mathess (1982) Szikszay
(1993) e Driscoll (1986)
Corresponde
ao capiacutetulo
cinco desta
pesquisa
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas
Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi
imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio
de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios
especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio
analoacutegico e digital
As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo
foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou
cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)
do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al
(1971) e Caixeta et al (1994)
Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que
tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/40.jpg)
41
42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios
Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram
obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de
responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da
Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)
O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo
Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos
permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e
geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1
Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do
mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel
fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees
referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude
longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo
perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel
bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre
outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela
CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade
coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato
acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas
pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu
As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as
informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas
43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua
Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de
diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K
CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e
utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff
(1951) e de Schoeller (1955)
1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/41.jpg)
42
Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama
triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado
pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que
continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama
Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de
2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)
ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)
nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo
da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram
utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll
1986 (SANTOS 2000)
Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi
possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa
potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101
Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-
quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados
no ArcGis 101
44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees
A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os
produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/42.jpg)
43
5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA
51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos
Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos
analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato
bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir
511 Cloreto
Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732
mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)
Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/43.jpg)
44
Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu
512 Condutividade Eleacutetrica (CE)
A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de
todos os pontos eacute de 2011 μScm
Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo
permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores
que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA
2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica
de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se
portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente
O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea
de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e
na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores
de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas
existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras
15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais
favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/44.jpg)
45
noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo
Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados
No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas
desses perfis geoloacutegicos
Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/45.jpg)
46
Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso amarronzado
Arenito cz esbranq finopouco argiloso
Arenito fino bastante argiloso
Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso
Arenito amarelado gran fina
Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-
med pres argila
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/46.jpg)
47
Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)
Fonte SIAGAS 2015
Solo arenoso
Argila arenosa avermelhada
Arenito argiloso amarelado
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho cz interc c finas lentes de arenito
Folhelho cinza esverdeado
Folhelho interc com finas lentes de arenito
Arenito intercalado com finas lentes de folhelho
Folhelho marrom
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/47.jpg)
48
Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)
Fonte SIAGAS 2015
Solo areno-argiloso escuro
Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina
Arenito amarelado fragmentado gran media a fina
Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado
Arenito fino bem selecionado cz-esbranq
Folhelho cz avermelhado
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/48.jpg)
49
513 Ferro Total
O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL
(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL
para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103
mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037
mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-
05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano
Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com
maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal
No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo
vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar
anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes
(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva
decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa
manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/49.jpg)
50
As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao
contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a
lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros
por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas
presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos
Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu
Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)
a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como
exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que
enriquecem essas aacuteguas em ferro
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/50.jpg)
51
Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)
Fonte SIAGAS 2015
Areia acinzentada argilosa
Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media
Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/51.jpg)
52
514 Nitrato
As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo
associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores
acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela
atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)
Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44
mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL
para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio
especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura
22)
Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/52.jpg)
53
Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu
515 Sulfato
Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio
de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL
A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL
para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os
maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas
concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada
e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/53.jpg)
54
Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/54.jpg)
55
516 Bicarbonato
Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam
valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156
mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)
Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos
permissiacuteveis para o bicarbonato
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que
as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos
poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)
A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local
(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se
elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos
Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/55.jpg)
56
Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu
517 Fluoreto
Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores
miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e
041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL
O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries
dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem
causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas
razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL
para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas
as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado
Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as
maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/56.jpg)
57
Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/57.jpg)
58
52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea
Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das
aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi
confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010
O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de
relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o
valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das
variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo
linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta
a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre
as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer
variaacuteveis
Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete
(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O
valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95
Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as
variaacuteveis estudadas
Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson
STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na
STD 1
Cl 10 1
Dureza 10 10 1
NO3 -04 -04 -04 1
HCO3 06 02 08 -06 1
Ca 08 06 07 -02 06 1
CE 07 05 05 -02 04 08 1
Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1
F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1
Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1
Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1
SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1
Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1
K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1
Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1
Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/58.jpg)
59
A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade
eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo
com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e
com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem
a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma
associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com
os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito
anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por
causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se
agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas
associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo
53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica
531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da
salinidade
Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)
poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de
anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB
Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME
2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular
de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees
iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)
A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas
em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667
dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas
evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas
evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/59.jpg)
60
Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das
aacuteguas subterracircneas
1 6
5
4 9
3
8 2 7
1
6 5 3
8
4
2 7
9
3 9
4 1
8 6
7
5
2
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/60.jpg)
61
As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo
rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees
catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos
poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)
Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa
(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo
aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem
rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel
identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir
Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)
Elaboraccedilatildeo BORGES 2015
Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais
presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os
componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da
aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce
salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a
quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357
do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas
aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)
salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e
salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)
A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela
multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)
pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de
Faacutecies
hidroquiacutemicas
Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares
1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667
rNagtCagtMg 1 1112
2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222
rNagtCagtMg 1 111
3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111
Total 9 100 100
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/61.jpg)
62
multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade
intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC
As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce
(Figura 30)
Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano
Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos
tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados
os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto
ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de
referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do
Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)
Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria
supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados
12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado
pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do
padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores
acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos
(74) turbidez (185) e dureza (37)
Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade
segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/62.jpg)
63
Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu
Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3
VMP
pela Portaria 291411
250
mgL
15
mgL
03
mgL
200
mgL
1000
mgL
250
mgL
50
uT
500
mgL
10
mgL
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -
3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235
3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290
02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169
03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -
3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029
04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625
05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115
3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248
06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -
3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05
07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319
08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -
09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220
10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -
11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440
12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210
13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -
14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100
15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239
16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340
17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308
18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -
3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -
19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -
20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030
21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411
do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza
Fonte CERB 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I
respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza
Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)
caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como
aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1
poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este
paracircmetro
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/63.jpg)
64
A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes
iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da
Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo
533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo
Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de
Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo
de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a
percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo
a expressatildeo a seguir (Figura 31)
Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL
A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)
indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de
soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de
soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo
risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)
Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory
Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos
C1-S1
04
4444
Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se
desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na
maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar
niacuteveis perigosos de soacutedio
C2-S1
03
3333
Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia
moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos
casos sem a necessidade de controle da salinidade
C0-S1
02
2222
Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada
para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca
probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio
Total 09 100
Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/64.jpg)
65
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e
baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e
solos
Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)
534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas
Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender
do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da
qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a
fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade
propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha
da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do
Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas
jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo
9 6
4 5 1 8
2
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/65.jpg)
66
Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias
Fonte SANTOS 2000
De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a
produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)
apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros
analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos
(Tabela 10)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/66.jpg)
67
Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom
para
Cervejaria
Bom para
bebidas e
sucos de
frutas
Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30
Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -
Nordm dos poccedilos
nos mapas
Nordm dos poccedilos
CERB
01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400
3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X
3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X
02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600
03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070
3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -
04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489
05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384
3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871
06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -
3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338
07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X
08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315
09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X
10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X
11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X
12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X
13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290
14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363
15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X
16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X
17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X
18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -
3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763
19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230
20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910
21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400
Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de
frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015
Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/67.jpg)
68
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de
acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede
Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os
padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados
nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-
04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As
elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves
composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram
encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos
e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso
A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza
predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas
subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo
rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo
rHCO3gtrClgtrSO4
Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral
que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo
ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4
6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre
argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais
minerais
Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas
subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade
Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o
desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante
do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos
inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da
qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas
Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos
sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios
naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando
assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/68.jpg)
REFEREcircNCIAS
ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em
lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015
ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca
e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel
emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt
Acesso em 14 de jan de 2015
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do
Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord
Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il
(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)
ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos
municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em
lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014
BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha
SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)
__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de
12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da
qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da
Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em
lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em
12 de dez de 2014
CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da
PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p
CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001
Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-
CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/69.jpg)
COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15
p394 1923
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de
2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e
daacute outras providecircncias Disponiacutevel em
lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de
2014
__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e
secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de
orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito
Santo Disponiacutevel em
lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU
C387C383O20CONAMA20029-199420-
20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3
81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015
CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em
lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-
C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015
CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas
Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas
- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p
EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em
lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em
06 jun 2015
FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e
Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash
UFPE 2ordf Ed 2000
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/70.jpg)
FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um
meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993
GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de
Janeiro Bertrand Brasil 1997
HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD
T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p
IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog
raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014
__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014
__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em
lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b
ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014
__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24
Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p
INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo
Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs
LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O
Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees
Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 71: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/71.jpg)
LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for
International Development] 1965 67 p
MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa
Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p
NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A
Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como
componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de
Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas
Subterracircneas - livro de resumos 2006
NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e
evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash
Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt
httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014
PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade
Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p
PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am
Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944
PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra
Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p
REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B
TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed
Satildeo Paulo Escrituras 2006
SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees
FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed
2000
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM
![Page 72: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção](https://reader033.vdocuments.net/reader033/viewer/2022041423/5e20d8047a7b8125ee0f8bf6/html5/thumbnails/72.jpg)
SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole
V 10 230-244 1955
SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste
Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1
416 p ISSN 1519-4124
__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em
lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso
em 06 de set 2014
SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -
BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio
Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999
STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal
Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951
VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da
PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p
VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the
northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais
da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001
ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica
Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS
SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM