universidade federal da bahia instituto de geociÊncias ... · monografia apresentada ao curso de...

73
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA PEDRO GOES BORGES ESTUDO HIDROQUÍMICO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS DO MUNICÍPIO DE CATU-BAHIA SALVADOR 2015

Upload: others

Post on 04-Nov-2019

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

INSTITUTO DE GEOCIEcircNCIAS

DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA

PEDRO GOES BORGES

ESTUDO HIDROQUIacuteMICO DAS AacuteGUAS SUBTERRAcircNEAS DO MUNICIacutePIO DE

CATU-BAHIA

SALVADOR

2015

PEDRO GOES BORGES

ESTUDO HIDROQUIacuteMICO DAS AacuteGUAS SUBTERRAcircNEAS DO MUNICIacutePIO DE

CATU-BAHIA

Monografia apresentada ao Curso de Geologia

da Universidade Federal da Bahia ndash UFBA

como requisito parcial para obtenccedilatildeo do tiacutetulo

de Bacharel em Geologia

Orientador Prof Dr Seacutergio Augusto de

Morais Nascimento

SALVADOR

2015

PEDRO GOES BORGES

ESTUDO HIDROQUIacuteMICO DAS AacuteGUAS SUBTERRAcircNEAS DO MUNICIacutePIO DE

CATU-BAHIA

Monografia apresentada agrave Universidade

Federal da Bahia ndash UFBA como requisito

parcial para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel em

Geologia

Aprovada em ____________

BANCA EXAMINADORA

Prof Dr Seacutergio Augusto de Morais Nascimento (Orientador) __________________________

Universidade Federal da Bahia ndash UFBA

Prof MSc Hailton Mello da Silva ________________________________________________

Universidade Federal da Bahia - UFBA

Prof Dr Cristovaldo Bispo dos Santos_____________________________________________

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia ndash CERBUniversidade da Federal

da Bahia - UFBA

AGRADECIMENTOS

Mais um ciclo se encerrando E para superar todas as dificuldades da graduaccedilatildeo tive

pessoas preciosas caminhando comigo Mas acima de tudo agradeccedilo a Deus por me dar

sauacutede e por ter colocado esta ciecircncia maravilhosa que escolhi estudar e amar no meu

caminho Agradeccedilo aos meus pais por todo o amor e dedicaccedilatildeo para me ensinar os valores do

amor amizade respeito e eacutetica Agrave minha irmatilde Mariana pelo amor e amizade que supera

distacircncias Aos meus avoacutes Manoel e Dinah pelo imenso amor incondicional e pela sabedoria

exemplar que soacute aqueles que vivem intensamente superando as dificuldades podem ensinar

A Desireacutee por seu amor apoio contribuiccedilatildeo para a realizaccedilatildeo deste trabalho aleacutem do

companheirismo compreensatildeo e por sempre acreditar no meu sucesso A meu orientador

Seacutergio pela dedicaccedilatildeo e enorme paciecircncia na orientaccedilatildeo deste TFG Ao professor

Cristovaldo por ter me recebido de boa vontade na CERB para que eu pudesse obter os dados

que tornaram a realizaccedilatildeo desta monografia possiacutevel Ao professor Hailton pelas criacuteticas

construtivas e sugestotildees Aos meus amigos de infacircncia do ISBA especialmente a Bruce

Rodrigo Tales Raul e Ian meus irmatildeos desta vida fundamentais para a minha formaccedilatildeo

pessoal A todos os meus amigos da faculdade que tornaram os dias de aprendizagem mais

prazerosos em especial a Preto e Richard natildeo soacute pela amizade mas pelo incentivo nos

momentos de fraqueza E a todas as pessoas que deram o exemplo de forccedila e garra me

mostrando que a vida eacute uma luta diaacuteria e que este eacute soacute mais um passo agrave frente desta longa

caminhada

RESUMO

O objetivo geral deste trabalho consiste em realizar um estudo qualitativo das aacuteguas

subterracircneas captadas por meio de poccedilos tubulares no municiacutepio de Catu Para avaliar a

qualidade destas aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram cloreto fluoreto ferro soacutedio soacutelidos

totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas

subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama triangular de Piper (1944) Os resultados obtidos

mostraram que as aacuteguas estudadas classificam-se predominantemente cloretadas soacutedicas

dispondo de baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada

para a irrigaccedilatildeo Com relaccedilatildeo a qualidade das aacuteguas para o consumo humano de forma geral

a maioria das aacuteguas analisadas estatildeo de acordo com os limites estabelecidos na legislaccedilatildeo Os

resultados mostraram que do ponto de vista qualitativo as aacuteguas subterracircneas de Catu

possuem boas caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas podendo ser utilizadas para os mais diversos

fins ressalva apenas para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas que de maneira

geral possuem baixa qualidade

Palavras-chave Hidrogeoquiacutemica Aacutegua subterracircnea Catu Qualidade Classificaccedilatildeo

ABSTRACT

The general aim of this study is to conduct a qualitative study of groundwater captured

through tubular wells in the Catu municipality To avaluate the quality of these waters it was

used the Ordinance number 2914 of December 2011 of the Ministry of Health The

parameters used were Chloride fluoride iron sodium total dissolved solids sulfate

turbidity hardness and nitrate To determine the classification of groundwater in the area it

was used the triangular diagram of Piper (1944) The results showed that the waters studied

are classified as predominantly chlorinated sodic having low sodium content and low to

medium risk of salinity and can be used for irrigation Regarding the quality of water for

human consumption in general most of the water samples are in accordance with the limits

set out in the legislation The results showed from the qualitative point of view that the

groundwater of Catu have good physical and chemical characteristics and can be used for

various purposes exception only for the production of beer drinks and fruit juice which

generally have low quality

Keywords Hydrogeochemistry Groundwater Catu municipality Quality Classification

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 ndash Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu-BA16

Figura 02 ndash Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 199020

Figura 03 ndash Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas ndash

BA20

Figura 04 ndash Classes de solo municiacutepio de Catu21

Figura 05 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu23

Figura 06 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu24

Figura 07 ndash Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu25

Figura 08 ndash Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu34

Figura 09 ndash Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade38

Figura 10 ndash Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas39

Figura 11 ndash Concentraccedilatildeo de Cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu43

Figura 12 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu44

Figura 13 ndash Valores de Condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu45

Figura 14 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu45

Figura 15 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)46

Figura 16 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)47

Figura 17 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)48

Figura 18 ndash Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu49

Figura 19 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu50

Figura 20 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)51

Figura 21 ndash Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu52

Figura 22 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu53

Figura 23 ndash Concentraccedilatildeo de Sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu54

Figura 24 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu54

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu55

Figura 26 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu56

Figura 27 ndash Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu57

Figura 28 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu57

Figura 29 ndash Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas60

Figura 30 ndash Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de

Catu62

Figura 31 ndash Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o

USSL64

Figura 32 ndash Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura

(USSL)65

Figura 33 ndash Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestria66

LISTA DE QUADROS

Quadro 01 ndash Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos37

Quadro 02 ndash Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades40

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 ndash Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 201017

Tabela 02 ndash Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 201218

Tabela 03 ndash Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade

econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 201018

Tabela 04 ndash Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia19

Tabela 05 ndash Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados33

Tabela 06 ndash Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson58

Tabela 07 ndash Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)61

Tabela 08 ndash Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu63

Tabela 09 ndash Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory64

Tabela 10 ndash Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo

industrial67

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BA ndash BAHIA

CERB ndash Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia

CNRH ndash Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos

CONAMA ndash Conselho Nacional do Meio Ambiente

CPRM ndash Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais

FUNCEME ndash Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia e Recursos Hiacutedricos

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano municipal

INMET ndash Instituto Nacional de Meteorologia

PERH ndash Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos

PIB ndash Produto Interno Bruto

SEI ndash Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia

SIAGAS - Sistema de Informaccedilotildees de Aacuteguas Subterracircneas

STD ndash Solidos Totais Dissolvidos

USSL ndash United State Salinity Laboratory

UTM ndash Universal Transversa de Mercator

VMP ndash Valor Maacuteximo Permissiacutevel

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO14

2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO16

21 Localizaccedilatildeo e acesso16

22 Aspectos socioeconocircmicos17

23 Clima e aspectos fisiograacuteficos19

231 Clima19

232 Solos21

233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra22

234 Geomorfologia23

235 Hidrografia24

236 Geologia local25

2361 Grupo Ilhas26

2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo26

2363 Formaccedilatildeo Marizal28

2364 Grupo Barreiras28

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos29

237 Hidrogeologia local29

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras29

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal30

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo30

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas31

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos32

2392 Potenciometria33

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA35

31 Aacutegua subterracircnea35

32 Aquiacutefero37

33 Qualidade da aacutegua39

4 METODOLOGIA40

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas40

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios41

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua41

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees42

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA43

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos43

511 Cloreto43

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)44

513 Ferro Total49

514 Nitrato52

515 Sulfato53

516 Bicarbonato55

517 Fluoreto56

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea58

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica59

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo

da salinidade59

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano62

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo64

534 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para fabricaccedilatildeo de cerveja bebida e suco de

frutas65

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS68

REFEREcircNCIAS

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas tem crescido de forma significativa nos uacuteltimos

tempos A exploraccedilatildeo crescente deste recurso eacute explicada por diversos fatores dentre os

quais geralmente apresentam qualidade superior agraves aacuteguas superficiais Vaacuterias cidades

brasileiras abastecem-se de aacutegua subterracircnea de forma exclusiva ou complementar As aacuteguas

subterracircneas distribuem-se nos diferentes aquiacuteferos que satildeo reservatoacuterios responsaacuteveis pelo

armazenamento da maior parte da aacutegua doce - no estado liacutequido da Terra

A exploraccedilatildeo da aacutegua subterracircnea estaacute condicionada a fatores quantitativos (intimamente

ligada agrave condutividade hidraacuteulica e ao coeficiente de armazenamento dos terrenos)

qualitativos (influenciada pela composiccedilatildeo das rochas e condiccedilotildees climaacuteticas e de renovaccedilatildeo

das aacuteguas) e econocircmicos (depende da profundidade do aquiacutefero e das condiccedilotildees de

bombeamento) (LEAL 1999) De acordo com Santos (2000 p 81) ldquoa disponibilidade dos

recursos hiacutedricos subterracircneos para determinados tipos de uso depende fundamentalmente da

qualidade fiacutesico-quiacutemica bioloacutegica e radioloacutegicardquo Neste contexto as anaacutelises de qualidade

das aacuteguas satildeo de suma importacircncia uma vez que concentraccedilotildees anocircmalas de determinados

componentes podem oferecer riscos agrave sauacutede humana inviabilizando a sua utilizaccedilatildeo

A aacuterea escolhida para o desenvolvimento desta pesquisa corresponde ao periacutemetro do

municiacutepio de Catu localizado no Estado da Bahia Este assim como muitos outros municiacutepios

brasileiros utiliza as aacuteguas subterracircneas captadas por meio de poccedilos para abastecer escolas

propriedades rurais hospitais dentre outros estabelecimentos As aacuteguas subterracircneas

distribuem-se nos diferentes sistemas aquiacuteferos presentes no municiacutepio distintos por suas

caracteriacutesticas hidrogeoloacutegicas como por exemplo composiccedilatildeo litoloacutegica e forma de

circulaccedilatildeo da aacutegua as quais se refletem na sua produtividade

O objetivo geral deste trabalho consiste em realizar um estudo qualitativo das aacuteguas

subterracircneas captadas por meio de poccedilos nesse municiacutepio Quanto aos objetivos especiacuteficos

podem-se citar os seguintes

Classificar as aacuteguas subterracircneas da regiatildeo com base nos paracircmetros quiacutemicos (caacutelcio

magneacutesio soacutedio potaacutessio sulfato bicarbonato e cloreto) das amostras

Avaliar a qualidade (potabilidade) das aacuteguas subterracircneas comparando os valores dos

dados fiacutesico-quiacutemicos das mesmas com os valores maacuteximos permissiacuteveis (VMP) de

cada componente definidos pela portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil

2011)

Estabelecer as relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas ndash faacutecies hidroquiacutemicas

15

Classificar as aacuteguas subterracircneas levando em consideraccedilatildeo os iacutendices de salinidade

definidos pela Resoluccedilatildeo Nordm 357 de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente

(CONAMA 2005)

Avaliar a qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo para a fabricaccedilatildeo de cerveja bebidas e

suco de frutas

Analisar as relaccedilotildees existentes entre os diversos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das aacuteguas

subterracircneas por meio da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

Estabelecer um sumaacuterio estatiacutestico com os valores analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas

Visando atingir os objetivos foi adotado um procedimento metodoloacutegico dividido em 4

etapas i) levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas ii) coleta anaacutelise e

tratamento de dados secundaacuterios iii) classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da

aacutegua iv) anaacutelises e interpretaccedilotildees As etapas metodoloacutegicas estatildeo detalhadas no quarto

capiacutetulo

Por uacuteltimo segue a apresentaccedilatildeo desta monografia que se encontra dividida em cinco

capiacutetulos O primeiro trata da introduccedilatildeo ora apresentada No segundo capiacutetulo eacute feito uma

caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo nos seus aspectos ambientais histoacuterico e econocircmico O

terceiro capiacutetulo apresenta uma breve discussatildeo conceitual dos termos utilizados nesta

pesquisa a saber aacuteguas subterracircneas aquiacuteferos e qualidade da aacutegua O quarto capiacutetulo refere-

se agrave metodologia adotada com a descriccedilatildeo das atividades e teacutecnicas utilizadas em cada etapa

realizada Os resultados da pesquisa satildeo apresentados analisados e discutidos no capiacutetulo

cinco atendendo aos objetivos expostos neste capiacutetulo introdutoacuterio Por uacuteltimo apresentam-

se as consideraccedilotildees finais da pesquisa

16

2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO

21 LOCALIZACcedilAtildeO E ACESSO

A aacuterea de estudo situa-se na porccedilatildeo Leste do Estado da Bahia e abrange os limites

territoriais do municiacutepio de Catu O municiacutepio possui uma aacuterea de 416216 kmsup2 e uma

populaccedilatildeo total de 51077 habitantes (IBGE 2010) Catu localiza-se entre as coordenadas

geograacuteficas 12deg10rsquo0rdquo e 12deg30rsquo0rdquo de latitude sul e 38deg15rsquo0rdquo e 38deg35rsquo0rdquo de longitude oeste e

limita-se com os municiacutepios de Araccedilaacutes e Pojuca a leste Satildeo Sebastiatildeo do Passeacute ao sul

Teodoro Sampaio e Terra Nova a oeste e Alagoinhas ao norte (Figura 01)

O principal acesso a cidade de Catu que dista 82 Km ao norte da capital baiana eacute

efetuado pelas rodovias federais BR-324 e BR-110 (no Km 354)

Figura 01 - Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu ndash BA

17

22 ASPECTOS SOCIOECONOcircMICOS

O municiacutepio foi criado pela Lei provincial ndeg 1058 de 26 de junho de 1868 com a

denominaccedilatildeo de Santana do Catu com territoacuterio desmembrado da entatildeo denominada Vila de

Satildeo Francisco ocorrendo sua instalaccedilatildeo em 6 de marccedilo de 1877 Em 23 de junho de 1931 o

nome Santana de Catu foi simplificado pelo Decreto estadual nuacutemero 7455 e ratificado pelo

de nuacutemero 7479 em 8 de julho do mesmo ano Em 30 de marccedilo de 1938 foi elevado agrave

categoria de Cidade Desde o Decreto estadual ndeg 11089 de 30 de novembro de 1938 que o

municiacutepio eacute formado por trecircs distritos Catu (sede) Bela Flor e Siacutetio Novo (INSTITUTO DE

URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL 1974)

Catu possui uma populaccedilatildeo de 51077 habitantes destes 42755 residem na zona

urbana e 8322 na zona rural (Tabela 01) A populaccedilatildeo catuense eacute composta por 26261

mulheres e 24816 homens

Tabela 01 - Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2010

Municiacutepio

Populaccedilatildeo Aacuterea

(km2)

Densidade

Demograacutefica

(habkm2) Urbana Rural Homens Mulheres Total

Catu

42755

8322

24816

26261

51077

416216

12272

Fonte IBGE 2010

Nos uacuteltimos dez anos o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de

Catu passou de baixo para meacutedio Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil

em 2000 o municiacutepio apresentava IDHM igual a 0536 Jaacute em 2010 o nuacutemero chegou a

0677 (17ordf posiccedilatildeo no ranking da Bahia) (ATLAS BRASIL 2013)

O Produto Interno Bruto (PIB) municipal eacute de 474888 mil reais (46ordf posiccedilatildeo no

ranking da Bahia) (IBGE 2012) O PIB per capita eacute superior agrave meacutedia do Estado da Bahia

(777507) alcanccedilando 917943 mil reais (IBGE 2012) O setor de serviccedilos eacute responsaacutevel por

pouco mais da metade do total do valor adicionado municipal (56) Jaacute a induacutestria responde

por 41 e a agropecuaacuteria representa 3 (Tabela 02)

18

Tabela 02 - Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2012

ANO

Valor Adicionado

Agropecuaacuteria Induacutestria Serviccedilos

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

2012 12159 3 179628 41 245942 56

Fonte IBGE 2012

Em 2010 o setor de atividade econocircmica extrativa mineral destacou-se como o setor

com o maior nuacutemero de pessoas ocupadas no mercado formal de trabalho (1837) (Tabela 03)

Em segundo lugar estaacute o setor de serviccedilos responsaacutevel por 2393 dos viacutenculos

empregatiacutecios

Tabela 03 - Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade

econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 2010

Setor de atividade Quantidade de pessoas

Extrativa Mineral 1837

Induacutestria de transformaccedilatildeo 537

Serviccedilos induacutestrias de atividade puacuteblica 100

Construccedilatildeo Civil 216

Comeacutercio 1573

Serviccedilos 1796

Administraccedilatildeo Puacuteblica 1388

Agropecuaacuteria extrativa vegetal caccedila pesca 57

Fonte SEI 2012

De acordo com os dados de produccedilatildeo agriacutecola referente ao ano de 2013 publicados

pelo IBGE o principal produto cultivado em Catu eacute a mandioca (quantidade produzida 6000

toneladas) (IBGE 2014) Tambeacutem satildeo produzidos no municiacutepio os seguintes produtos

laranja milho feijatildeo coco-da-baiacutea banana e o amendoim Na pecuaacuteria sobressaem-se os

rebanhos bovinos (20817 cabeccedilas) e tambeacutem a criaccedilatildeo de galinaacuteceos (galinhas galos

frangas frangos e pintos) (77247 cabeccedilas) (IBGE 2014)

19

23 CLIMA E ASPECTOS FISIOGRAacuteFICOS

231 Clima

O clima atuante no municiacutepio tendo como base os dados da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de

Alagoinhas - a mais proacutexima de Catu eacute do tipo Uacutemido a Subuacutemido com iacutendice hiacutedrico de

20 a 0 excedente hiacutedrico entre 50 mm a 300 mm e com chuvas concentradas no periacuteodo

de outono-inverno (SEI 1998) A temperatura meacutedia anual eacute de 239 degC (SEI 2012)

A precipitaccedilatildeo anual (P) no periacuteodo foi de 1233 mmano com excedente hiacutedrico

(EXC) de 152 mmano verificado entre maio e agosto A evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETP)

foi da ordem de 1246 mmano (Tabela 04 e Figura 02) A deficiecircncia de aacutegua no solo eacute maior

no mecircs de janeiro (Figura 03)

Tabela 04 - Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia

Mecircs T

(ordmC)

P

(mm) ETP

ARM

(mm)

ETR

(mm)

DEF

(mm)

EXC

(mm)

Jan 256 62 134 13 75 59 0

Fev 246 74 109 9 78 31 0

Mar 257 118 133 8 119 14 0

Abr 249 152 112 47 112 0 0

Maio 236 175 95 100 95 0 27

Jun 227 143 80 100 80 0 63

Jul 210 117 65 100 65 0 52

Ago 217 82 73 100 73 0 9

Set 226 60 83 80 80 2 0

Out 242 63 109 50 93 17 0

Nov 248 87 118 37 100 18 0

Dez 254 100 135 26 111 24 0

Totais 2868 1233 1246 669 1081 165 152

Meacutedias 239 103 104 56 90 14 13 Nota Meacutedias Climatoloacutegicas de 1961 a 1990 T = Temperatura P = Precipitaccedilatildeo ETP = Evapotranspiraccedilatildeo

Potencial ETR = Evapotranspiraccedilatildeo Real DEF = Deacutefcit EXC = Excedente Hiacutedrico

Fonte EMBRAPA 2015

20

Figura 02 - Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 1990

Fonte EMBRAPA 2015

Figura 03 - Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas -

BA

Fonte EMBRAPA 2015

21

232 Solos

De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-

BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico

Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas

destes satildeo descritos a seguir

Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu

Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais

extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e

dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da

parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo

necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem

22

Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave

ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito

intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com

perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser

distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a

agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo

possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na

porccedilatildeo sul do municiacutepio

Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei

iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um

horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas

proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de

drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena

ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca

233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra

A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu

permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea

destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que

a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos

hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo

O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas

com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas

formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de

Catu (Figura 04)

Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes

supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais

podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas

de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o

municiacutepio (Figura 05)

23

A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das

principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande

parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas

O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de

uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas

machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)

Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu

234 Geomorfologia

O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de

dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais

caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir

24

Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas

desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante

convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da

tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees

geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos

formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100

metros

Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees

sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos

Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu

235 Hidrografia

O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo

Norte (SEI 2012)

25

Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)

Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado

pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de

reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos

superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados

236 Geologia local

A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que

engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos

mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

(Figura 07)

Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu

26

2361 Grupo Ilhas

As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena

expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do

Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em

ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua

maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi

subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe

A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem

selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza

esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a

Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos

arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim

(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute

caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo

Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do

Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem

caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de

petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a

Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a

meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al

1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro

sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e

Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos

e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador

A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de

granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se

como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e

sotopondo-se de forma concordante agrave mesma

2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute

A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos

por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute

27

constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de

Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al

1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros

Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes

O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e

siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo

subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e

apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que

variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de

cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos

de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma

seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com

a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das

caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas

O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a

maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos

agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos

e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato

inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos

apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com

o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-

esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados

(VIANA et al 1971)

O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo

amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL

1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com

estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O

contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares

discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e

holocecircnicos

28

2363 Formaccedilatildeo Marizal

As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte

e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)

A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados

(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos

apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-

avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e

cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos

e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de

maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo

cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de

granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos

ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de

gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos

A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a

um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte

isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)

Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos

municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica

2364 Grupo Barreiras

O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e

marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a

partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)

De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido

em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea

do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura

07)

No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma

antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas

(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia

29

sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado

relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)

A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e

siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo

consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS

BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)

A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos

de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute

caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo

superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos

conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando

tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A

porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas

camadas de siltitos

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em

duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e

aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)

237 Hidrogeologia local

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras

De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito

reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas

subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um

sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da

variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que

abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por

um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por

sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que

30

predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE

1999)

O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais

provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo

Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas

laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de

chuvas

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal

O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de

aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa

predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo

basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em

condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)

Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia

angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da

aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a

sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e

surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo

A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo

vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as

estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras

nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo

O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo

baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas

predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras

que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees

em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em

31

discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar

contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)

O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos

caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE

1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas

de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre

predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo

mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo

nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se

encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras

Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo

duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos

e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local

o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base

ou seja os rios e riachos da regiatildeo

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas

O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas

possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu

(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de

600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia

do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees

facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea

de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a

mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o

armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)

O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado

possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical

profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)

32

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos

A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do

SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi

possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH

estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do

desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia

aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos

Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros

observados

Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade

mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O

niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu

355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo

surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada

uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana

de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo

TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo

miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)

Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu

apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com

maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana

de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3

respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de

1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21

poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente

a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor

maacuteximo (Tabela 05)

33

Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados

Coluna1 PROF

(m)

NE

(m)

ND

(m)

Vazatildeo TB

(msup3h)

STD

(mgl)

Dureza

(mgl CaCO3)

CE

(microScm)

PH

-

Turbidez

(NTU)

Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93

Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43

Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29

Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214

Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590

Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38

Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01

Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000

Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250

Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

2381 Potenciometria

O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos

referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do

fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga

O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa

(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas

regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais

cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam

como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)

34

Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu

35

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA

A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem

sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem

como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de

energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num

elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como

aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em

6 de maio de 1968

Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as

atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega

principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos

galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os

oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos

animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e

transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as

plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os

dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais

(CONSELHO DA EUROPA 1968)

A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de

aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca

de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das

aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os

aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da

aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no

planeta (HIRATA 2000)

O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua

doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta

aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas

cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao

crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo

descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)

Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos

devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como

36

citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra

encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas

subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em

todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas

em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades

supridas pelo manancial subterracircneordquo

Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra

preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou

as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a

duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na

manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas

subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que

constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud

ABAS 2015)

Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva

ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades

rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)

Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave

aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor

influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de

uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem

melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes

poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e

outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)

De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61

da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que

6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos

profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY

MATOS 2002)

37

32 AQUIacuteFERO

Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo

n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo

hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras

ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)

Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros

quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros

(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)

Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso

fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos

citados (Quadro 01)

Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos

Tipo Principais caracteriacutesticas

Poroso

Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos

inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos

poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo

variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre

acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos

permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua

flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de

pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)

Fissural

Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a

circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao

movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute

relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo

permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui

onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas

a direccedilotildees preferenciais

Caacuterstico

Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua

ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram

da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos

com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

38

Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas

hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo

submetidos

O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado

superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa

permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele

constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas

impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior

que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero

livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil

devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)

39

Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

33 QUALIDADE DA AacuteGUA

A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume

(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das

aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos

aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima

composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da

contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo

a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos

efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os

elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua

classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos

para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)

Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso

ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A

Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle

e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art

5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

PEDRO GOES BORGES

ESTUDO HIDROQUIacuteMICO DAS AacuteGUAS SUBTERRAcircNEAS DO MUNICIacutePIO DE

CATU-BAHIA

Monografia apresentada ao Curso de Geologia

da Universidade Federal da Bahia ndash UFBA

como requisito parcial para obtenccedilatildeo do tiacutetulo

de Bacharel em Geologia

Orientador Prof Dr Seacutergio Augusto de

Morais Nascimento

SALVADOR

2015

PEDRO GOES BORGES

ESTUDO HIDROQUIacuteMICO DAS AacuteGUAS SUBTERRAcircNEAS DO MUNICIacutePIO DE

CATU-BAHIA

Monografia apresentada agrave Universidade

Federal da Bahia ndash UFBA como requisito

parcial para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel em

Geologia

Aprovada em ____________

BANCA EXAMINADORA

Prof Dr Seacutergio Augusto de Morais Nascimento (Orientador) __________________________

Universidade Federal da Bahia ndash UFBA

Prof MSc Hailton Mello da Silva ________________________________________________

Universidade Federal da Bahia - UFBA

Prof Dr Cristovaldo Bispo dos Santos_____________________________________________

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia ndash CERBUniversidade da Federal

da Bahia - UFBA

AGRADECIMENTOS

Mais um ciclo se encerrando E para superar todas as dificuldades da graduaccedilatildeo tive

pessoas preciosas caminhando comigo Mas acima de tudo agradeccedilo a Deus por me dar

sauacutede e por ter colocado esta ciecircncia maravilhosa que escolhi estudar e amar no meu

caminho Agradeccedilo aos meus pais por todo o amor e dedicaccedilatildeo para me ensinar os valores do

amor amizade respeito e eacutetica Agrave minha irmatilde Mariana pelo amor e amizade que supera

distacircncias Aos meus avoacutes Manoel e Dinah pelo imenso amor incondicional e pela sabedoria

exemplar que soacute aqueles que vivem intensamente superando as dificuldades podem ensinar

A Desireacutee por seu amor apoio contribuiccedilatildeo para a realizaccedilatildeo deste trabalho aleacutem do

companheirismo compreensatildeo e por sempre acreditar no meu sucesso A meu orientador

Seacutergio pela dedicaccedilatildeo e enorme paciecircncia na orientaccedilatildeo deste TFG Ao professor

Cristovaldo por ter me recebido de boa vontade na CERB para que eu pudesse obter os dados

que tornaram a realizaccedilatildeo desta monografia possiacutevel Ao professor Hailton pelas criacuteticas

construtivas e sugestotildees Aos meus amigos de infacircncia do ISBA especialmente a Bruce

Rodrigo Tales Raul e Ian meus irmatildeos desta vida fundamentais para a minha formaccedilatildeo

pessoal A todos os meus amigos da faculdade que tornaram os dias de aprendizagem mais

prazerosos em especial a Preto e Richard natildeo soacute pela amizade mas pelo incentivo nos

momentos de fraqueza E a todas as pessoas que deram o exemplo de forccedila e garra me

mostrando que a vida eacute uma luta diaacuteria e que este eacute soacute mais um passo agrave frente desta longa

caminhada

RESUMO

O objetivo geral deste trabalho consiste em realizar um estudo qualitativo das aacuteguas

subterracircneas captadas por meio de poccedilos tubulares no municiacutepio de Catu Para avaliar a

qualidade destas aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram cloreto fluoreto ferro soacutedio soacutelidos

totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas

subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama triangular de Piper (1944) Os resultados obtidos

mostraram que as aacuteguas estudadas classificam-se predominantemente cloretadas soacutedicas

dispondo de baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada

para a irrigaccedilatildeo Com relaccedilatildeo a qualidade das aacuteguas para o consumo humano de forma geral

a maioria das aacuteguas analisadas estatildeo de acordo com os limites estabelecidos na legislaccedilatildeo Os

resultados mostraram que do ponto de vista qualitativo as aacuteguas subterracircneas de Catu

possuem boas caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas podendo ser utilizadas para os mais diversos

fins ressalva apenas para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas que de maneira

geral possuem baixa qualidade

Palavras-chave Hidrogeoquiacutemica Aacutegua subterracircnea Catu Qualidade Classificaccedilatildeo

ABSTRACT

The general aim of this study is to conduct a qualitative study of groundwater captured

through tubular wells in the Catu municipality To avaluate the quality of these waters it was

used the Ordinance number 2914 of December 2011 of the Ministry of Health The

parameters used were Chloride fluoride iron sodium total dissolved solids sulfate

turbidity hardness and nitrate To determine the classification of groundwater in the area it

was used the triangular diagram of Piper (1944) The results showed that the waters studied

are classified as predominantly chlorinated sodic having low sodium content and low to

medium risk of salinity and can be used for irrigation Regarding the quality of water for

human consumption in general most of the water samples are in accordance with the limits

set out in the legislation The results showed from the qualitative point of view that the

groundwater of Catu have good physical and chemical characteristics and can be used for

various purposes exception only for the production of beer drinks and fruit juice which

generally have low quality

Keywords Hydrogeochemistry Groundwater Catu municipality Quality Classification

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 ndash Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu-BA16

Figura 02 ndash Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 199020

Figura 03 ndash Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas ndash

BA20

Figura 04 ndash Classes de solo municiacutepio de Catu21

Figura 05 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu23

Figura 06 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu24

Figura 07 ndash Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu25

Figura 08 ndash Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu34

Figura 09 ndash Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade38

Figura 10 ndash Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas39

Figura 11 ndash Concentraccedilatildeo de Cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu43

Figura 12 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu44

Figura 13 ndash Valores de Condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu45

Figura 14 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu45

Figura 15 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)46

Figura 16 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)47

Figura 17 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)48

Figura 18 ndash Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu49

Figura 19 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu50

Figura 20 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)51

Figura 21 ndash Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu52

Figura 22 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu53

Figura 23 ndash Concentraccedilatildeo de Sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu54

Figura 24 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu54

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu55

Figura 26 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu56

Figura 27 ndash Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu57

Figura 28 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu57

Figura 29 ndash Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas60

Figura 30 ndash Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de

Catu62

Figura 31 ndash Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o

USSL64

Figura 32 ndash Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura

(USSL)65

Figura 33 ndash Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestria66

LISTA DE QUADROS

Quadro 01 ndash Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos37

Quadro 02 ndash Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades40

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 ndash Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 201017

Tabela 02 ndash Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 201218

Tabela 03 ndash Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade

econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 201018

Tabela 04 ndash Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia19

Tabela 05 ndash Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados33

Tabela 06 ndash Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson58

Tabela 07 ndash Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)61

Tabela 08 ndash Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu63

Tabela 09 ndash Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory64

Tabela 10 ndash Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo

industrial67

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BA ndash BAHIA

CERB ndash Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia

CNRH ndash Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos

CONAMA ndash Conselho Nacional do Meio Ambiente

CPRM ndash Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais

FUNCEME ndash Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia e Recursos Hiacutedricos

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano municipal

INMET ndash Instituto Nacional de Meteorologia

PERH ndash Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos

PIB ndash Produto Interno Bruto

SEI ndash Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia

SIAGAS - Sistema de Informaccedilotildees de Aacuteguas Subterracircneas

STD ndash Solidos Totais Dissolvidos

USSL ndash United State Salinity Laboratory

UTM ndash Universal Transversa de Mercator

VMP ndash Valor Maacuteximo Permissiacutevel

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO14

2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO16

21 Localizaccedilatildeo e acesso16

22 Aspectos socioeconocircmicos17

23 Clima e aspectos fisiograacuteficos19

231 Clima19

232 Solos21

233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra22

234 Geomorfologia23

235 Hidrografia24

236 Geologia local25

2361 Grupo Ilhas26

2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo26

2363 Formaccedilatildeo Marizal28

2364 Grupo Barreiras28

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos29

237 Hidrogeologia local29

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras29

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal30

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo30

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas31

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos32

2392 Potenciometria33

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA35

31 Aacutegua subterracircnea35

32 Aquiacutefero37

33 Qualidade da aacutegua39

4 METODOLOGIA40

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas40

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios41

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua41

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees42

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA43

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos43

511 Cloreto43

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)44

513 Ferro Total49

514 Nitrato52

515 Sulfato53

516 Bicarbonato55

517 Fluoreto56

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea58

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica59

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo

da salinidade59

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano62

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo64

534 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para fabricaccedilatildeo de cerveja bebida e suco de

frutas65

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS68

REFEREcircNCIAS

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas tem crescido de forma significativa nos uacuteltimos

tempos A exploraccedilatildeo crescente deste recurso eacute explicada por diversos fatores dentre os

quais geralmente apresentam qualidade superior agraves aacuteguas superficiais Vaacuterias cidades

brasileiras abastecem-se de aacutegua subterracircnea de forma exclusiva ou complementar As aacuteguas

subterracircneas distribuem-se nos diferentes aquiacuteferos que satildeo reservatoacuterios responsaacuteveis pelo

armazenamento da maior parte da aacutegua doce - no estado liacutequido da Terra

A exploraccedilatildeo da aacutegua subterracircnea estaacute condicionada a fatores quantitativos (intimamente

ligada agrave condutividade hidraacuteulica e ao coeficiente de armazenamento dos terrenos)

qualitativos (influenciada pela composiccedilatildeo das rochas e condiccedilotildees climaacuteticas e de renovaccedilatildeo

das aacuteguas) e econocircmicos (depende da profundidade do aquiacutefero e das condiccedilotildees de

bombeamento) (LEAL 1999) De acordo com Santos (2000 p 81) ldquoa disponibilidade dos

recursos hiacutedricos subterracircneos para determinados tipos de uso depende fundamentalmente da

qualidade fiacutesico-quiacutemica bioloacutegica e radioloacutegicardquo Neste contexto as anaacutelises de qualidade

das aacuteguas satildeo de suma importacircncia uma vez que concentraccedilotildees anocircmalas de determinados

componentes podem oferecer riscos agrave sauacutede humana inviabilizando a sua utilizaccedilatildeo

A aacuterea escolhida para o desenvolvimento desta pesquisa corresponde ao periacutemetro do

municiacutepio de Catu localizado no Estado da Bahia Este assim como muitos outros municiacutepios

brasileiros utiliza as aacuteguas subterracircneas captadas por meio de poccedilos para abastecer escolas

propriedades rurais hospitais dentre outros estabelecimentos As aacuteguas subterracircneas

distribuem-se nos diferentes sistemas aquiacuteferos presentes no municiacutepio distintos por suas

caracteriacutesticas hidrogeoloacutegicas como por exemplo composiccedilatildeo litoloacutegica e forma de

circulaccedilatildeo da aacutegua as quais se refletem na sua produtividade

O objetivo geral deste trabalho consiste em realizar um estudo qualitativo das aacuteguas

subterracircneas captadas por meio de poccedilos nesse municiacutepio Quanto aos objetivos especiacuteficos

podem-se citar os seguintes

Classificar as aacuteguas subterracircneas da regiatildeo com base nos paracircmetros quiacutemicos (caacutelcio

magneacutesio soacutedio potaacutessio sulfato bicarbonato e cloreto) das amostras

Avaliar a qualidade (potabilidade) das aacuteguas subterracircneas comparando os valores dos

dados fiacutesico-quiacutemicos das mesmas com os valores maacuteximos permissiacuteveis (VMP) de

cada componente definidos pela portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil

2011)

Estabelecer as relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas ndash faacutecies hidroquiacutemicas

15

Classificar as aacuteguas subterracircneas levando em consideraccedilatildeo os iacutendices de salinidade

definidos pela Resoluccedilatildeo Nordm 357 de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente

(CONAMA 2005)

Avaliar a qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo para a fabricaccedilatildeo de cerveja bebidas e

suco de frutas

Analisar as relaccedilotildees existentes entre os diversos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das aacuteguas

subterracircneas por meio da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

Estabelecer um sumaacuterio estatiacutestico com os valores analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas

Visando atingir os objetivos foi adotado um procedimento metodoloacutegico dividido em 4

etapas i) levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas ii) coleta anaacutelise e

tratamento de dados secundaacuterios iii) classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da

aacutegua iv) anaacutelises e interpretaccedilotildees As etapas metodoloacutegicas estatildeo detalhadas no quarto

capiacutetulo

Por uacuteltimo segue a apresentaccedilatildeo desta monografia que se encontra dividida em cinco

capiacutetulos O primeiro trata da introduccedilatildeo ora apresentada No segundo capiacutetulo eacute feito uma

caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo nos seus aspectos ambientais histoacuterico e econocircmico O

terceiro capiacutetulo apresenta uma breve discussatildeo conceitual dos termos utilizados nesta

pesquisa a saber aacuteguas subterracircneas aquiacuteferos e qualidade da aacutegua O quarto capiacutetulo refere-

se agrave metodologia adotada com a descriccedilatildeo das atividades e teacutecnicas utilizadas em cada etapa

realizada Os resultados da pesquisa satildeo apresentados analisados e discutidos no capiacutetulo

cinco atendendo aos objetivos expostos neste capiacutetulo introdutoacuterio Por uacuteltimo apresentam-

se as consideraccedilotildees finais da pesquisa

16

2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO

21 LOCALIZACcedilAtildeO E ACESSO

A aacuterea de estudo situa-se na porccedilatildeo Leste do Estado da Bahia e abrange os limites

territoriais do municiacutepio de Catu O municiacutepio possui uma aacuterea de 416216 kmsup2 e uma

populaccedilatildeo total de 51077 habitantes (IBGE 2010) Catu localiza-se entre as coordenadas

geograacuteficas 12deg10rsquo0rdquo e 12deg30rsquo0rdquo de latitude sul e 38deg15rsquo0rdquo e 38deg35rsquo0rdquo de longitude oeste e

limita-se com os municiacutepios de Araccedilaacutes e Pojuca a leste Satildeo Sebastiatildeo do Passeacute ao sul

Teodoro Sampaio e Terra Nova a oeste e Alagoinhas ao norte (Figura 01)

O principal acesso a cidade de Catu que dista 82 Km ao norte da capital baiana eacute

efetuado pelas rodovias federais BR-324 e BR-110 (no Km 354)

Figura 01 - Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu ndash BA

17

22 ASPECTOS SOCIOECONOcircMICOS

O municiacutepio foi criado pela Lei provincial ndeg 1058 de 26 de junho de 1868 com a

denominaccedilatildeo de Santana do Catu com territoacuterio desmembrado da entatildeo denominada Vila de

Satildeo Francisco ocorrendo sua instalaccedilatildeo em 6 de marccedilo de 1877 Em 23 de junho de 1931 o

nome Santana de Catu foi simplificado pelo Decreto estadual nuacutemero 7455 e ratificado pelo

de nuacutemero 7479 em 8 de julho do mesmo ano Em 30 de marccedilo de 1938 foi elevado agrave

categoria de Cidade Desde o Decreto estadual ndeg 11089 de 30 de novembro de 1938 que o

municiacutepio eacute formado por trecircs distritos Catu (sede) Bela Flor e Siacutetio Novo (INSTITUTO DE

URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL 1974)

Catu possui uma populaccedilatildeo de 51077 habitantes destes 42755 residem na zona

urbana e 8322 na zona rural (Tabela 01) A populaccedilatildeo catuense eacute composta por 26261

mulheres e 24816 homens

Tabela 01 - Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2010

Municiacutepio

Populaccedilatildeo Aacuterea

(km2)

Densidade

Demograacutefica

(habkm2) Urbana Rural Homens Mulheres Total

Catu

42755

8322

24816

26261

51077

416216

12272

Fonte IBGE 2010

Nos uacuteltimos dez anos o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de

Catu passou de baixo para meacutedio Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil

em 2000 o municiacutepio apresentava IDHM igual a 0536 Jaacute em 2010 o nuacutemero chegou a

0677 (17ordf posiccedilatildeo no ranking da Bahia) (ATLAS BRASIL 2013)

O Produto Interno Bruto (PIB) municipal eacute de 474888 mil reais (46ordf posiccedilatildeo no

ranking da Bahia) (IBGE 2012) O PIB per capita eacute superior agrave meacutedia do Estado da Bahia

(777507) alcanccedilando 917943 mil reais (IBGE 2012) O setor de serviccedilos eacute responsaacutevel por

pouco mais da metade do total do valor adicionado municipal (56) Jaacute a induacutestria responde

por 41 e a agropecuaacuteria representa 3 (Tabela 02)

18

Tabela 02 - Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2012

ANO

Valor Adicionado

Agropecuaacuteria Induacutestria Serviccedilos

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

2012 12159 3 179628 41 245942 56

Fonte IBGE 2012

Em 2010 o setor de atividade econocircmica extrativa mineral destacou-se como o setor

com o maior nuacutemero de pessoas ocupadas no mercado formal de trabalho (1837) (Tabela 03)

Em segundo lugar estaacute o setor de serviccedilos responsaacutevel por 2393 dos viacutenculos

empregatiacutecios

Tabela 03 - Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade

econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 2010

Setor de atividade Quantidade de pessoas

Extrativa Mineral 1837

Induacutestria de transformaccedilatildeo 537

Serviccedilos induacutestrias de atividade puacuteblica 100

Construccedilatildeo Civil 216

Comeacutercio 1573

Serviccedilos 1796

Administraccedilatildeo Puacuteblica 1388

Agropecuaacuteria extrativa vegetal caccedila pesca 57

Fonte SEI 2012

De acordo com os dados de produccedilatildeo agriacutecola referente ao ano de 2013 publicados

pelo IBGE o principal produto cultivado em Catu eacute a mandioca (quantidade produzida 6000

toneladas) (IBGE 2014) Tambeacutem satildeo produzidos no municiacutepio os seguintes produtos

laranja milho feijatildeo coco-da-baiacutea banana e o amendoim Na pecuaacuteria sobressaem-se os

rebanhos bovinos (20817 cabeccedilas) e tambeacutem a criaccedilatildeo de galinaacuteceos (galinhas galos

frangas frangos e pintos) (77247 cabeccedilas) (IBGE 2014)

19

23 CLIMA E ASPECTOS FISIOGRAacuteFICOS

231 Clima

O clima atuante no municiacutepio tendo como base os dados da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de

Alagoinhas - a mais proacutexima de Catu eacute do tipo Uacutemido a Subuacutemido com iacutendice hiacutedrico de

20 a 0 excedente hiacutedrico entre 50 mm a 300 mm e com chuvas concentradas no periacuteodo

de outono-inverno (SEI 1998) A temperatura meacutedia anual eacute de 239 degC (SEI 2012)

A precipitaccedilatildeo anual (P) no periacuteodo foi de 1233 mmano com excedente hiacutedrico

(EXC) de 152 mmano verificado entre maio e agosto A evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETP)

foi da ordem de 1246 mmano (Tabela 04 e Figura 02) A deficiecircncia de aacutegua no solo eacute maior

no mecircs de janeiro (Figura 03)

Tabela 04 - Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia

Mecircs T

(ordmC)

P

(mm) ETP

ARM

(mm)

ETR

(mm)

DEF

(mm)

EXC

(mm)

Jan 256 62 134 13 75 59 0

Fev 246 74 109 9 78 31 0

Mar 257 118 133 8 119 14 0

Abr 249 152 112 47 112 0 0

Maio 236 175 95 100 95 0 27

Jun 227 143 80 100 80 0 63

Jul 210 117 65 100 65 0 52

Ago 217 82 73 100 73 0 9

Set 226 60 83 80 80 2 0

Out 242 63 109 50 93 17 0

Nov 248 87 118 37 100 18 0

Dez 254 100 135 26 111 24 0

Totais 2868 1233 1246 669 1081 165 152

Meacutedias 239 103 104 56 90 14 13 Nota Meacutedias Climatoloacutegicas de 1961 a 1990 T = Temperatura P = Precipitaccedilatildeo ETP = Evapotranspiraccedilatildeo

Potencial ETR = Evapotranspiraccedilatildeo Real DEF = Deacutefcit EXC = Excedente Hiacutedrico

Fonte EMBRAPA 2015

20

Figura 02 - Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 1990

Fonte EMBRAPA 2015

Figura 03 - Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas -

BA

Fonte EMBRAPA 2015

21

232 Solos

De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-

BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico

Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas

destes satildeo descritos a seguir

Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu

Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais

extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e

dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da

parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo

necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem

22

Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave

ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito

intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com

perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser

distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a

agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo

possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na

porccedilatildeo sul do municiacutepio

Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei

iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um

horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas

proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de

drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena

ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca

233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra

A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu

permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea

destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que

a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos

hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo

O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas

com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas

formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de

Catu (Figura 04)

Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes

supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais

podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas

de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o

municiacutepio (Figura 05)

23

A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das

principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande

parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas

O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de

uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas

machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)

Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu

234 Geomorfologia

O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de

dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais

caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir

24

Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas

desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante

convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da

tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees

geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos

formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100

metros

Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees

sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos

Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu

235 Hidrografia

O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo

Norte (SEI 2012)

25

Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)

Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado

pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de

reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos

superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados

236 Geologia local

A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que

engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos

mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

(Figura 07)

Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu

26

2361 Grupo Ilhas

As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena

expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do

Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em

ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua

maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi

subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe

A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem

selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza

esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a

Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos

arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim

(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute

caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo

Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do

Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem

caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de

petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a

Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a

meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al

1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro

sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e

Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos

e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador

A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de

granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se

como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e

sotopondo-se de forma concordante agrave mesma

2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute

A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos

por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute

27

constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de

Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al

1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros

Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes

O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e

siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo

subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e

apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que

variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de

cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos

de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma

seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com

a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das

caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas

O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a

maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos

agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos

e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato

inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos

apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com

o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-

esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados

(VIANA et al 1971)

O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo

amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL

1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com

estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O

contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares

discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e

holocecircnicos

28

2363 Formaccedilatildeo Marizal

As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte

e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)

A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados

(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos

apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-

avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e

cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos

e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de

maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo

cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de

granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos

ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de

gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos

A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a

um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte

isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)

Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos

municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica

2364 Grupo Barreiras

O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e

marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a

partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)

De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido

em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea

do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura

07)

No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma

antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas

(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia

29

sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado

relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)

A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e

siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo

consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS

BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)

A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos

de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute

caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo

superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos

conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando

tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A

porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas

camadas de siltitos

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em

duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e

aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)

237 Hidrogeologia local

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras

De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito

reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas

subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um

sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da

variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que

abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por

um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por

sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que

30

predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE

1999)

O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais

provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo

Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas

laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de

chuvas

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal

O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de

aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa

predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo

basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em

condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)

Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia

angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da

aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a

sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e

surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo

A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo

vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as

estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras

nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo

O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo

baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas

predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras

que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees

em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em

31

discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar

contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)

O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos

caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE

1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas

de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre

predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo

mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo

nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se

encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras

Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo

duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos

e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local

o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base

ou seja os rios e riachos da regiatildeo

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas

O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas

possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu

(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de

600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia

do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees

facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea

de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a

mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o

armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)

O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado

possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical

profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)

32

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos

A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do

SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi

possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH

estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do

desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia

aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos

Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros

observados

Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade

mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O

niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu

355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo

surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada

uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana

de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo

TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo

miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)

Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu

apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com

maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana

de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3

respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de

1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21

poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente

a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor

maacuteximo (Tabela 05)

33

Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados

Coluna1 PROF

(m)

NE

(m)

ND

(m)

Vazatildeo TB

(msup3h)

STD

(mgl)

Dureza

(mgl CaCO3)

CE

(microScm)

PH

-

Turbidez

(NTU)

Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93

Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43

Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29

Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214

Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590

Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38

Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01

Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000

Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250

Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

2381 Potenciometria

O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos

referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do

fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga

O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa

(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas

regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais

cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam

como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)

34

Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu

35

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA

A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem

sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem

como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de

energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num

elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como

aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em

6 de maio de 1968

Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as

atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega

principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos

galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os

oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos

animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e

transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as

plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os

dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais

(CONSELHO DA EUROPA 1968)

A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de

aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca

de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das

aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os

aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da

aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no

planeta (HIRATA 2000)

O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua

doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta

aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas

cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao

crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo

descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)

Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos

devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como

36

citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra

encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas

subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em

todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas

em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades

supridas pelo manancial subterracircneordquo

Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra

preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou

as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a

duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na

manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas

subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que

constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud

ABAS 2015)

Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva

ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades

rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)

Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave

aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor

influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de

uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem

melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes

poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e

outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)

De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61

da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que

6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos

profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY

MATOS 2002)

37

32 AQUIacuteFERO

Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo

n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo

hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras

ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)

Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros

quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros

(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)

Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso

fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos

citados (Quadro 01)

Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos

Tipo Principais caracteriacutesticas

Poroso

Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos

inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos

poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo

variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre

acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos

permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua

flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de

pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)

Fissural

Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a

circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao

movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute

relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo

permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui

onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas

a direccedilotildees preferenciais

Caacuterstico

Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua

ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram

da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos

com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

38

Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas

hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo

submetidos

O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado

superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa

permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele

constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas

impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior

que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero

livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil

devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)

39

Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

33 QUALIDADE DA AacuteGUA

A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume

(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das

aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos

aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima

composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da

contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo

a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos

efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os

elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua

classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos

para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)

Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso

ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A

Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle

e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art

5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

PEDRO GOES BORGES

ESTUDO HIDROQUIacuteMICO DAS AacuteGUAS SUBTERRAcircNEAS DO MUNICIacutePIO DE

CATU-BAHIA

Monografia apresentada agrave Universidade

Federal da Bahia ndash UFBA como requisito

parcial para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel em

Geologia

Aprovada em ____________

BANCA EXAMINADORA

Prof Dr Seacutergio Augusto de Morais Nascimento (Orientador) __________________________

Universidade Federal da Bahia ndash UFBA

Prof MSc Hailton Mello da Silva ________________________________________________

Universidade Federal da Bahia - UFBA

Prof Dr Cristovaldo Bispo dos Santos_____________________________________________

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia ndash CERBUniversidade da Federal

da Bahia - UFBA

AGRADECIMENTOS

Mais um ciclo se encerrando E para superar todas as dificuldades da graduaccedilatildeo tive

pessoas preciosas caminhando comigo Mas acima de tudo agradeccedilo a Deus por me dar

sauacutede e por ter colocado esta ciecircncia maravilhosa que escolhi estudar e amar no meu

caminho Agradeccedilo aos meus pais por todo o amor e dedicaccedilatildeo para me ensinar os valores do

amor amizade respeito e eacutetica Agrave minha irmatilde Mariana pelo amor e amizade que supera

distacircncias Aos meus avoacutes Manoel e Dinah pelo imenso amor incondicional e pela sabedoria

exemplar que soacute aqueles que vivem intensamente superando as dificuldades podem ensinar

A Desireacutee por seu amor apoio contribuiccedilatildeo para a realizaccedilatildeo deste trabalho aleacutem do

companheirismo compreensatildeo e por sempre acreditar no meu sucesso A meu orientador

Seacutergio pela dedicaccedilatildeo e enorme paciecircncia na orientaccedilatildeo deste TFG Ao professor

Cristovaldo por ter me recebido de boa vontade na CERB para que eu pudesse obter os dados

que tornaram a realizaccedilatildeo desta monografia possiacutevel Ao professor Hailton pelas criacuteticas

construtivas e sugestotildees Aos meus amigos de infacircncia do ISBA especialmente a Bruce

Rodrigo Tales Raul e Ian meus irmatildeos desta vida fundamentais para a minha formaccedilatildeo

pessoal A todos os meus amigos da faculdade que tornaram os dias de aprendizagem mais

prazerosos em especial a Preto e Richard natildeo soacute pela amizade mas pelo incentivo nos

momentos de fraqueza E a todas as pessoas que deram o exemplo de forccedila e garra me

mostrando que a vida eacute uma luta diaacuteria e que este eacute soacute mais um passo agrave frente desta longa

caminhada

RESUMO

O objetivo geral deste trabalho consiste em realizar um estudo qualitativo das aacuteguas

subterracircneas captadas por meio de poccedilos tubulares no municiacutepio de Catu Para avaliar a

qualidade destas aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram cloreto fluoreto ferro soacutedio soacutelidos

totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas

subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama triangular de Piper (1944) Os resultados obtidos

mostraram que as aacuteguas estudadas classificam-se predominantemente cloretadas soacutedicas

dispondo de baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada

para a irrigaccedilatildeo Com relaccedilatildeo a qualidade das aacuteguas para o consumo humano de forma geral

a maioria das aacuteguas analisadas estatildeo de acordo com os limites estabelecidos na legislaccedilatildeo Os

resultados mostraram que do ponto de vista qualitativo as aacuteguas subterracircneas de Catu

possuem boas caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas podendo ser utilizadas para os mais diversos

fins ressalva apenas para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas que de maneira

geral possuem baixa qualidade

Palavras-chave Hidrogeoquiacutemica Aacutegua subterracircnea Catu Qualidade Classificaccedilatildeo

ABSTRACT

The general aim of this study is to conduct a qualitative study of groundwater captured

through tubular wells in the Catu municipality To avaluate the quality of these waters it was

used the Ordinance number 2914 of December 2011 of the Ministry of Health The

parameters used were Chloride fluoride iron sodium total dissolved solids sulfate

turbidity hardness and nitrate To determine the classification of groundwater in the area it

was used the triangular diagram of Piper (1944) The results showed that the waters studied

are classified as predominantly chlorinated sodic having low sodium content and low to

medium risk of salinity and can be used for irrigation Regarding the quality of water for

human consumption in general most of the water samples are in accordance with the limits

set out in the legislation The results showed from the qualitative point of view that the

groundwater of Catu have good physical and chemical characteristics and can be used for

various purposes exception only for the production of beer drinks and fruit juice which

generally have low quality

Keywords Hydrogeochemistry Groundwater Catu municipality Quality Classification

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 ndash Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu-BA16

Figura 02 ndash Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 199020

Figura 03 ndash Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas ndash

BA20

Figura 04 ndash Classes de solo municiacutepio de Catu21

Figura 05 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu23

Figura 06 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu24

Figura 07 ndash Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu25

Figura 08 ndash Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu34

Figura 09 ndash Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade38

Figura 10 ndash Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas39

Figura 11 ndash Concentraccedilatildeo de Cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu43

Figura 12 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu44

Figura 13 ndash Valores de Condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu45

Figura 14 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu45

Figura 15 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)46

Figura 16 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)47

Figura 17 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)48

Figura 18 ndash Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu49

Figura 19 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu50

Figura 20 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)51

Figura 21 ndash Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu52

Figura 22 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu53

Figura 23 ndash Concentraccedilatildeo de Sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu54

Figura 24 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu54

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu55

Figura 26 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu56

Figura 27 ndash Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu57

Figura 28 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu57

Figura 29 ndash Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas60

Figura 30 ndash Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de

Catu62

Figura 31 ndash Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o

USSL64

Figura 32 ndash Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura

(USSL)65

Figura 33 ndash Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestria66

LISTA DE QUADROS

Quadro 01 ndash Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos37

Quadro 02 ndash Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades40

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 ndash Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 201017

Tabela 02 ndash Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 201218

Tabela 03 ndash Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade

econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 201018

Tabela 04 ndash Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia19

Tabela 05 ndash Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados33

Tabela 06 ndash Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson58

Tabela 07 ndash Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)61

Tabela 08 ndash Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu63

Tabela 09 ndash Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory64

Tabela 10 ndash Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo

industrial67

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BA ndash BAHIA

CERB ndash Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia

CNRH ndash Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos

CONAMA ndash Conselho Nacional do Meio Ambiente

CPRM ndash Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais

FUNCEME ndash Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia e Recursos Hiacutedricos

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano municipal

INMET ndash Instituto Nacional de Meteorologia

PERH ndash Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos

PIB ndash Produto Interno Bruto

SEI ndash Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia

SIAGAS - Sistema de Informaccedilotildees de Aacuteguas Subterracircneas

STD ndash Solidos Totais Dissolvidos

USSL ndash United State Salinity Laboratory

UTM ndash Universal Transversa de Mercator

VMP ndash Valor Maacuteximo Permissiacutevel

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO14

2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO16

21 Localizaccedilatildeo e acesso16

22 Aspectos socioeconocircmicos17

23 Clima e aspectos fisiograacuteficos19

231 Clima19

232 Solos21

233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra22

234 Geomorfologia23

235 Hidrografia24

236 Geologia local25

2361 Grupo Ilhas26

2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo26

2363 Formaccedilatildeo Marizal28

2364 Grupo Barreiras28

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos29

237 Hidrogeologia local29

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras29

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal30

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo30

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas31

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos32

2392 Potenciometria33

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA35

31 Aacutegua subterracircnea35

32 Aquiacutefero37

33 Qualidade da aacutegua39

4 METODOLOGIA40

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas40

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios41

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua41

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees42

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA43

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos43

511 Cloreto43

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)44

513 Ferro Total49

514 Nitrato52

515 Sulfato53

516 Bicarbonato55

517 Fluoreto56

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea58

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica59

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo

da salinidade59

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano62

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo64

534 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para fabricaccedilatildeo de cerveja bebida e suco de

frutas65

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS68

REFEREcircNCIAS

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas tem crescido de forma significativa nos uacuteltimos

tempos A exploraccedilatildeo crescente deste recurso eacute explicada por diversos fatores dentre os

quais geralmente apresentam qualidade superior agraves aacuteguas superficiais Vaacuterias cidades

brasileiras abastecem-se de aacutegua subterracircnea de forma exclusiva ou complementar As aacuteguas

subterracircneas distribuem-se nos diferentes aquiacuteferos que satildeo reservatoacuterios responsaacuteveis pelo

armazenamento da maior parte da aacutegua doce - no estado liacutequido da Terra

A exploraccedilatildeo da aacutegua subterracircnea estaacute condicionada a fatores quantitativos (intimamente

ligada agrave condutividade hidraacuteulica e ao coeficiente de armazenamento dos terrenos)

qualitativos (influenciada pela composiccedilatildeo das rochas e condiccedilotildees climaacuteticas e de renovaccedilatildeo

das aacuteguas) e econocircmicos (depende da profundidade do aquiacutefero e das condiccedilotildees de

bombeamento) (LEAL 1999) De acordo com Santos (2000 p 81) ldquoa disponibilidade dos

recursos hiacutedricos subterracircneos para determinados tipos de uso depende fundamentalmente da

qualidade fiacutesico-quiacutemica bioloacutegica e radioloacutegicardquo Neste contexto as anaacutelises de qualidade

das aacuteguas satildeo de suma importacircncia uma vez que concentraccedilotildees anocircmalas de determinados

componentes podem oferecer riscos agrave sauacutede humana inviabilizando a sua utilizaccedilatildeo

A aacuterea escolhida para o desenvolvimento desta pesquisa corresponde ao periacutemetro do

municiacutepio de Catu localizado no Estado da Bahia Este assim como muitos outros municiacutepios

brasileiros utiliza as aacuteguas subterracircneas captadas por meio de poccedilos para abastecer escolas

propriedades rurais hospitais dentre outros estabelecimentos As aacuteguas subterracircneas

distribuem-se nos diferentes sistemas aquiacuteferos presentes no municiacutepio distintos por suas

caracteriacutesticas hidrogeoloacutegicas como por exemplo composiccedilatildeo litoloacutegica e forma de

circulaccedilatildeo da aacutegua as quais se refletem na sua produtividade

O objetivo geral deste trabalho consiste em realizar um estudo qualitativo das aacuteguas

subterracircneas captadas por meio de poccedilos nesse municiacutepio Quanto aos objetivos especiacuteficos

podem-se citar os seguintes

Classificar as aacuteguas subterracircneas da regiatildeo com base nos paracircmetros quiacutemicos (caacutelcio

magneacutesio soacutedio potaacutessio sulfato bicarbonato e cloreto) das amostras

Avaliar a qualidade (potabilidade) das aacuteguas subterracircneas comparando os valores dos

dados fiacutesico-quiacutemicos das mesmas com os valores maacuteximos permissiacuteveis (VMP) de

cada componente definidos pela portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil

2011)

Estabelecer as relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas ndash faacutecies hidroquiacutemicas

15

Classificar as aacuteguas subterracircneas levando em consideraccedilatildeo os iacutendices de salinidade

definidos pela Resoluccedilatildeo Nordm 357 de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente

(CONAMA 2005)

Avaliar a qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo para a fabricaccedilatildeo de cerveja bebidas e

suco de frutas

Analisar as relaccedilotildees existentes entre os diversos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das aacuteguas

subterracircneas por meio da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

Estabelecer um sumaacuterio estatiacutestico com os valores analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas

Visando atingir os objetivos foi adotado um procedimento metodoloacutegico dividido em 4

etapas i) levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas ii) coleta anaacutelise e

tratamento de dados secundaacuterios iii) classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da

aacutegua iv) anaacutelises e interpretaccedilotildees As etapas metodoloacutegicas estatildeo detalhadas no quarto

capiacutetulo

Por uacuteltimo segue a apresentaccedilatildeo desta monografia que se encontra dividida em cinco

capiacutetulos O primeiro trata da introduccedilatildeo ora apresentada No segundo capiacutetulo eacute feito uma

caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo nos seus aspectos ambientais histoacuterico e econocircmico O

terceiro capiacutetulo apresenta uma breve discussatildeo conceitual dos termos utilizados nesta

pesquisa a saber aacuteguas subterracircneas aquiacuteferos e qualidade da aacutegua O quarto capiacutetulo refere-

se agrave metodologia adotada com a descriccedilatildeo das atividades e teacutecnicas utilizadas em cada etapa

realizada Os resultados da pesquisa satildeo apresentados analisados e discutidos no capiacutetulo

cinco atendendo aos objetivos expostos neste capiacutetulo introdutoacuterio Por uacuteltimo apresentam-

se as consideraccedilotildees finais da pesquisa

16

2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO

21 LOCALIZACcedilAtildeO E ACESSO

A aacuterea de estudo situa-se na porccedilatildeo Leste do Estado da Bahia e abrange os limites

territoriais do municiacutepio de Catu O municiacutepio possui uma aacuterea de 416216 kmsup2 e uma

populaccedilatildeo total de 51077 habitantes (IBGE 2010) Catu localiza-se entre as coordenadas

geograacuteficas 12deg10rsquo0rdquo e 12deg30rsquo0rdquo de latitude sul e 38deg15rsquo0rdquo e 38deg35rsquo0rdquo de longitude oeste e

limita-se com os municiacutepios de Araccedilaacutes e Pojuca a leste Satildeo Sebastiatildeo do Passeacute ao sul

Teodoro Sampaio e Terra Nova a oeste e Alagoinhas ao norte (Figura 01)

O principal acesso a cidade de Catu que dista 82 Km ao norte da capital baiana eacute

efetuado pelas rodovias federais BR-324 e BR-110 (no Km 354)

Figura 01 - Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu ndash BA

17

22 ASPECTOS SOCIOECONOcircMICOS

O municiacutepio foi criado pela Lei provincial ndeg 1058 de 26 de junho de 1868 com a

denominaccedilatildeo de Santana do Catu com territoacuterio desmembrado da entatildeo denominada Vila de

Satildeo Francisco ocorrendo sua instalaccedilatildeo em 6 de marccedilo de 1877 Em 23 de junho de 1931 o

nome Santana de Catu foi simplificado pelo Decreto estadual nuacutemero 7455 e ratificado pelo

de nuacutemero 7479 em 8 de julho do mesmo ano Em 30 de marccedilo de 1938 foi elevado agrave

categoria de Cidade Desde o Decreto estadual ndeg 11089 de 30 de novembro de 1938 que o

municiacutepio eacute formado por trecircs distritos Catu (sede) Bela Flor e Siacutetio Novo (INSTITUTO DE

URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL 1974)

Catu possui uma populaccedilatildeo de 51077 habitantes destes 42755 residem na zona

urbana e 8322 na zona rural (Tabela 01) A populaccedilatildeo catuense eacute composta por 26261

mulheres e 24816 homens

Tabela 01 - Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2010

Municiacutepio

Populaccedilatildeo Aacuterea

(km2)

Densidade

Demograacutefica

(habkm2) Urbana Rural Homens Mulheres Total

Catu

42755

8322

24816

26261

51077

416216

12272

Fonte IBGE 2010

Nos uacuteltimos dez anos o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de

Catu passou de baixo para meacutedio Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil

em 2000 o municiacutepio apresentava IDHM igual a 0536 Jaacute em 2010 o nuacutemero chegou a

0677 (17ordf posiccedilatildeo no ranking da Bahia) (ATLAS BRASIL 2013)

O Produto Interno Bruto (PIB) municipal eacute de 474888 mil reais (46ordf posiccedilatildeo no

ranking da Bahia) (IBGE 2012) O PIB per capita eacute superior agrave meacutedia do Estado da Bahia

(777507) alcanccedilando 917943 mil reais (IBGE 2012) O setor de serviccedilos eacute responsaacutevel por

pouco mais da metade do total do valor adicionado municipal (56) Jaacute a induacutestria responde

por 41 e a agropecuaacuteria representa 3 (Tabela 02)

18

Tabela 02 - Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2012

ANO

Valor Adicionado

Agropecuaacuteria Induacutestria Serviccedilos

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

2012 12159 3 179628 41 245942 56

Fonte IBGE 2012

Em 2010 o setor de atividade econocircmica extrativa mineral destacou-se como o setor

com o maior nuacutemero de pessoas ocupadas no mercado formal de trabalho (1837) (Tabela 03)

Em segundo lugar estaacute o setor de serviccedilos responsaacutevel por 2393 dos viacutenculos

empregatiacutecios

Tabela 03 - Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade

econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 2010

Setor de atividade Quantidade de pessoas

Extrativa Mineral 1837

Induacutestria de transformaccedilatildeo 537

Serviccedilos induacutestrias de atividade puacuteblica 100

Construccedilatildeo Civil 216

Comeacutercio 1573

Serviccedilos 1796

Administraccedilatildeo Puacuteblica 1388

Agropecuaacuteria extrativa vegetal caccedila pesca 57

Fonte SEI 2012

De acordo com os dados de produccedilatildeo agriacutecola referente ao ano de 2013 publicados

pelo IBGE o principal produto cultivado em Catu eacute a mandioca (quantidade produzida 6000

toneladas) (IBGE 2014) Tambeacutem satildeo produzidos no municiacutepio os seguintes produtos

laranja milho feijatildeo coco-da-baiacutea banana e o amendoim Na pecuaacuteria sobressaem-se os

rebanhos bovinos (20817 cabeccedilas) e tambeacutem a criaccedilatildeo de galinaacuteceos (galinhas galos

frangas frangos e pintos) (77247 cabeccedilas) (IBGE 2014)

19

23 CLIMA E ASPECTOS FISIOGRAacuteFICOS

231 Clima

O clima atuante no municiacutepio tendo como base os dados da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de

Alagoinhas - a mais proacutexima de Catu eacute do tipo Uacutemido a Subuacutemido com iacutendice hiacutedrico de

20 a 0 excedente hiacutedrico entre 50 mm a 300 mm e com chuvas concentradas no periacuteodo

de outono-inverno (SEI 1998) A temperatura meacutedia anual eacute de 239 degC (SEI 2012)

A precipitaccedilatildeo anual (P) no periacuteodo foi de 1233 mmano com excedente hiacutedrico

(EXC) de 152 mmano verificado entre maio e agosto A evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETP)

foi da ordem de 1246 mmano (Tabela 04 e Figura 02) A deficiecircncia de aacutegua no solo eacute maior

no mecircs de janeiro (Figura 03)

Tabela 04 - Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia

Mecircs T

(ordmC)

P

(mm) ETP

ARM

(mm)

ETR

(mm)

DEF

(mm)

EXC

(mm)

Jan 256 62 134 13 75 59 0

Fev 246 74 109 9 78 31 0

Mar 257 118 133 8 119 14 0

Abr 249 152 112 47 112 0 0

Maio 236 175 95 100 95 0 27

Jun 227 143 80 100 80 0 63

Jul 210 117 65 100 65 0 52

Ago 217 82 73 100 73 0 9

Set 226 60 83 80 80 2 0

Out 242 63 109 50 93 17 0

Nov 248 87 118 37 100 18 0

Dez 254 100 135 26 111 24 0

Totais 2868 1233 1246 669 1081 165 152

Meacutedias 239 103 104 56 90 14 13 Nota Meacutedias Climatoloacutegicas de 1961 a 1990 T = Temperatura P = Precipitaccedilatildeo ETP = Evapotranspiraccedilatildeo

Potencial ETR = Evapotranspiraccedilatildeo Real DEF = Deacutefcit EXC = Excedente Hiacutedrico

Fonte EMBRAPA 2015

20

Figura 02 - Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 1990

Fonte EMBRAPA 2015

Figura 03 - Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas -

BA

Fonte EMBRAPA 2015

21

232 Solos

De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-

BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico

Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas

destes satildeo descritos a seguir

Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu

Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais

extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e

dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da

parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo

necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem

22

Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave

ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito

intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com

perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser

distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a

agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo

possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na

porccedilatildeo sul do municiacutepio

Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei

iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um

horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas

proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de

drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena

ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca

233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra

A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu

permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea

destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que

a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos

hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo

O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas

com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas

formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de

Catu (Figura 04)

Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes

supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais

podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas

de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o

municiacutepio (Figura 05)

23

A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das

principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande

parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas

O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de

uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas

machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)

Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu

234 Geomorfologia

O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de

dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais

caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir

24

Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas

desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante

convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da

tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees

geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos

formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100

metros

Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees

sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos

Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu

235 Hidrografia

O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo

Norte (SEI 2012)

25

Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)

Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado

pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de

reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos

superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados

236 Geologia local

A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que

engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos

mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

(Figura 07)

Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu

26

2361 Grupo Ilhas

As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena

expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do

Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em

ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua

maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi

subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe

A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem

selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza

esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a

Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos

arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim

(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute

caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo

Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do

Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem

caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de

petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a

Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a

meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al

1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro

sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e

Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos

e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador

A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de

granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se

como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e

sotopondo-se de forma concordante agrave mesma

2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute

A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos

por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute

27

constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de

Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al

1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros

Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes

O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e

siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo

subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e

apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que

variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de

cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos

de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma

seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com

a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das

caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas

O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a

maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos

agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos

e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato

inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos

apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com

o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-

esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados

(VIANA et al 1971)

O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo

amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL

1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com

estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O

contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares

discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e

holocecircnicos

28

2363 Formaccedilatildeo Marizal

As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte

e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)

A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados

(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos

apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-

avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e

cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos

e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de

maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo

cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de

granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos

ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de

gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos

A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a

um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte

isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)

Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos

municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica

2364 Grupo Barreiras

O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e

marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a

partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)

De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido

em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea

do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura

07)

No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma

antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas

(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia

29

sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado

relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)

A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e

siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo

consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS

BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)

A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos

de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute

caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo

superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos

conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando

tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A

porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas

camadas de siltitos

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em

duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e

aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)

237 Hidrogeologia local

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras

De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito

reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas

subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um

sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da

variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que

abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por

um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por

sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que

30

predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE

1999)

O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais

provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo

Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas

laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de

chuvas

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal

O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de

aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa

predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo

basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em

condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)

Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia

angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da

aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a

sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e

surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo

A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo

vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as

estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras

nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo

O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo

baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas

predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras

que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees

em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em

31

discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar

contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)

O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos

caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE

1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas

de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre

predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo

mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo

nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se

encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras

Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo

duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos

e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local

o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base

ou seja os rios e riachos da regiatildeo

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas

O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas

possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu

(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de

600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia

do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees

facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea

de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a

mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o

armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)

O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado

possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical

profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)

32

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos

A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do

SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi

possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH

estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do

desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia

aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos

Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros

observados

Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade

mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O

niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu

355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo

surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada

uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana

de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo

TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo

miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)

Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu

apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com

maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana

de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3

respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de

1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21

poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente

a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor

maacuteximo (Tabela 05)

33

Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados

Coluna1 PROF

(m)

NE

(m)

ND

(m)

Vazatildeo TB

(msup3h)

STD

(mgl)

Dureza

(mgl CaCO3)

CE

(microScm)

PH

-

Turbidez

(NTU)

Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93

Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43

Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29

Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214

Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590

Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38

Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01

Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000

Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250

Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

2381 Potenciometria

O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos

referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do

fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga

O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa

(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas

regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais

cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam

como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)

34

Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu

35

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA

A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem

sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem

como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de

energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num

elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como

aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em

6 de maio de 1968

Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as

atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega

principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos

galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os

oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos

animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e

transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as

plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os

dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais

(CONSELHO DA EUROPA 1968)

A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de

aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca

de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das

aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os

aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da

aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no

planeta (HIRATA 2000)

O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua

doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta

aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas

cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao

crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo

descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)

Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos

devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como

36

citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra

encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas

subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em

todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas

em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades

supridas pelo manancial subterracircneordquo

Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra

preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou

as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a

duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na

manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas

subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que

constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud

ABAS 2015)

Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva

ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades

rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)

Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave

aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor

influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de

uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem

melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes

poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e

outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)

De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61

da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que

6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos

profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY

MATOS 2002)

37

32 AQUIacuteFERO

Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo

n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo

hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras

ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)

Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros

quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros

(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)

Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso

fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos

citados (Quadro 01)

Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos

Tipo Principais caracteriacutesticas

Poroso

Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos

inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos

poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo

variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre

acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos

permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua

flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de

pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)

Fissural

Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a

circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao

movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute

relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo

permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui

onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas

a direccedilotildees preferenciais

Caacuterstico

Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua

ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram

da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos

com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

38

Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas

hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo

submetidos

O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado

superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa

permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele

constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas

impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior

que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero

livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil

devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)

39

Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

33 QUALIDADE DA AacuteGUA

A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume

(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das

aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos

aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima

composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da

contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo

a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos

efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os

elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua

classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos

para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)

Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso

ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A

Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle

e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art

5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

AGRADECIMENTOS

Mais um ciclo se encerrando E para superar todas as dificuldades da graduaccedilatildeo tive

pessoas preciosas caminhando comigo Mas acima de tudo agradeccedilo a Deus por me dar

sauacutede e por ter colocado esta ciecircncia maravilhosa que escolhi estudar e amar no meu

caminho Agradeccedilo aos meus pais por todo o amor e dedicaccedilatildeo para me ensinar os valores do

amor amizade respeito e eacutetica Agrave minha irmatilde Mariana pelo amor e amizade que supera

distacircncias Aos meus avoacutes Manoel e Dinah pelo imenso amor incondicional e pela sabedoria

exemplar que soacute aqueles que vivem intensamente superando as dificuldades podem ensinar

A Desireacutee por seu amor apoio contribuiccedilatildeo para a realizaccedilatildeo deste trabalho aleacutem do

companheirismo compreensatildeo e por sempre acreditar no meu sucesso A meu orientador

Seacutergio pela dedicaccedilatildeo e enorme paciecircncia na orientaccedilatildeo deste TFG Ao professor

Cristovaldo por ter me recebido de boa vontade na CERB para que eu pudesse obter os dados

que tornaram a realizaccedilatildeo desta monografia possiacutevel Ao professor Hailton pelas criacuteticas

construtivas e sugestotildees Aos meus amigos de infacircncia do ISBA especialmente a Bruce

Rodrigo Tales Raul e Ian meus irmatildeos desta vida fundamentais para a minha formaccedilatildeo

pessoal A todos os meus amigos da faculdade que tornaram os dias de aprendizagem mais

prazerosos em especial a Preto e Richard natildeo soacute pela amizade mas pelo incentivo nos

momentos de fraqueza E a todas as pessoas que deram o exemplo de forccedila e garra me

mostrando que a vida eacute uma luta diaacuteria e que este eacute soacute mais um passo agrave frente desta longa

caminhada

RESUMO

O objetivo geral deste trabalho consiste em realizar um estudo qualitativo das aacuteguas

subterracircneas captadas por meio de poccedilos tubulares no municiacutepio de Catu Para avaliar a

qualidade destas aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram cloreto fluoreto ferro soacutedio soacutelidos

totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas

subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama triangular de Piper (1944) Os resultados obtidos

mostraram que as aacuteguas estudadas classificam-se predominantemente cloretadas soacutedicas

dispondo de baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada

para a irrigaccedilatildeo Com relaccedilatildeo a qualidade das aacuteguas para o consumo humano de forma geral

a maioria das aacuteguas analisadas estatildeo de acordo com os limites estabelecidos na legislaccedilatildeo Os

resultados mostraram que do ponto de vista qualitativo as aacuteguas subterracircneas de Catu

possuem boas caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas podendo ser utilizadas para os mais diversos

fins ressalva apenas para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas que de maneira

geral possuem baixa qualidade

Palavras-chave Hidrogeoquiacutemica Aacutegua subterracircnea Catu Qualidade Classificaccedilatildeo

ABSTRACT

The general aim of this study is to conduct a qualitative study of groundwater captured

through tubular wells in the Catu municipality To avaluate the quality of these waters it was

used the Ordinance number 2914 of December 2011 of the Ministry of Health The

parameters used were Chloride fluoride iron sodium total dissolved solids sulfate

turbidity hardness and nitrate To determine the classification of groundwater in the area it

was used the triangular diagram of Piper (1944) The results showed that the waters studied

are classified as predominantly chlorinated sodic having low sodium content and low to

medium risk of salinity and can be used for irrigation Regarding the quality of water for

human consumption in general most of the water samples are in accordance with the limits

set out in the legislation The results showed from the qualitative point of view that the

groundwater of Catu have good physical and chemical characteristics and can be used for

various purposes exception only for the production of beer drinks and fruit juice which

generally have low quality

Keywords Hydrogeochemistry Groundwater Catu municipality Quality Classification

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 ndash Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu-BA16

Figura 02 ndash Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 199020

Figura 03 ndash Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas ndash

BA20

Figura 04 ndash Classes de solo municiacutepio de Catu21

Figura 05 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu23

Figura 06 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu24

Figura 07 ndash Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu25

Figura 08 ndash Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu34

Figura 09 ndash Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade38

Figura 10 ndash Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas39

Figura 11 ndash Concentraccedilatildeo de Cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu43

Figura 12 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu44

Figura 13 ndash Valores de Condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu45

Figura 14 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu45

Figura 15 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)46

Figura 16 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)47

Figura 17 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)48

Figura 18 ndash Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu49

Figura 19 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu50

Figura 20 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)51

Figura 21 ndash Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu52

Figura 22 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu53

Figura 23 ndash Concentraccedilatildeo de Sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu54

Figura 24 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu54

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu55

Figura 26 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu56

Figura 27 ndash Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu57

Figura 28 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu57

Figura 29 ndash Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas60

Figura 30 ndash Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de

Catu62

Figura 31 ndash Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o

USSL64

Figura 32 ndash Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura

(USSL)65

Figura 33 ndash Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestria66

LISTA DE QUADROS

Quadro 01 ndash Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos37

Quadro 02 ndash Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades40

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 ndash Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 201017

Tabela 02 ndash Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 201218

Tabela 03 ndash Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade

econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 201018

Tabela 04 ndash Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia19

Tabela 05 ndash Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados33

Tabela 06 ndash Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson58

Tabela 07 ndash Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)61

Tabela 08 ndash Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu63

Tabela 09 ndash Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory64

Tabela 10 ndash Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo

industrial67

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BA ndash BAHIA

CERB ndash Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia

CNRH ndash Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos

CONAMA ndash Conselho Nacional do Meio Ambiente

CPRM ndash Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais

FUNCEME ndash Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia e Recursos Hiacutedricos

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano municipal

INMET ndash Instituto Nacional de Meteorologia

PERH ndash Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos

PIB ndash Produto Interno Bruto

SEI ndash Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia

SIAGAS - Sistema de Informaccedilotildees de Aacuteguas Subterracircneas

STD ndash Solidos Totais Dissolvidos

USSL ndash United State Salinity Laboratory

UTM ndash Universal Transversa de Mercator

VMP ndash Valor Maacuteximo Permissiacutevel

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO14

2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO16

21 Localizaccedilatildeo e acesso16

22 Aspectos socioeconocircmicos17

23 Clima e aspectos fisiograacuteficos19

231 Clima19

232 Solos21

233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra22

234 Geomorfologia23

235 Hidrografia24

236 Geologia local25

2361 Grupo Ilhas26

2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo26

2363 Formaccedilatildeo Marizal28

2364 Grupo Barreiras28

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos29

237 Hidrogeologia local29

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras29

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal30

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo30

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas31

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos32

2392 Potenciometria33

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA35

31 Aacutegua subterracircnea35

32 Aquiacutefero37

33 Qualidade da aacutegua39

4 METODOLOGIA40

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas40

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios41

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua41

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees42

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA43

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos43

511 Cloreto43

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)44

513 Ferro Total49

514 Nitrato52

515 Sulfato53

516 Bicarbonato55

517 Fluoreto56

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea58

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica59

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo

da salinidade59

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano62

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo64

534 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para fabricaccedilatildeo de cerveja bebida e suco de

frutas65

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS68

REFEREcircNCIAS

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas tem crescido de forma significativa nos uacuteltimos

tempos A exploraccedilatildeo crescente deste recurso eacute explicada por diversos fatores dentre os

quais geralmente apresentam qualidade superior agraves aacuteguas superficiais Vaacuterias cidades

brasileiras abastecem-se de aacutegua subterracircnea de forma exclusiva ou complementar As aacuteguas

subterracircneas distribuem-se nos diferentes aquiacuteferos que satildeo reservatoacuterios responsaacuteveis pelo

armazenamento da maior parte da aacutegua doce - no estado liacutequido da Terra

A exploraccedilatildeo da aacutegua subterracircnea estaacute condicionada a fatores quantitativos (intimamente

ligada agrave condutividade hidraacuteulica e ao coeficiente de armazenamento dos terrenos)

qualitativos (influenciada pela composiccedilatildeo das rochas e condiccedilotildees climaacuteticas e de renovaccedilatildeo

das aacuteguas) e econocircmicos (depende da profundidade do aquiacutefero e das condiccedilotildees de

bombeamento) (LEAL 1999) De acordo com Santos (2000 p 81) ldquoa disponibilidade dos

recursos hiacutedricos subterracircneos para determinados tipos de uso depende fundamentalmente da

qualidade fiacutesico-quiacutemica bioloacutegica e radioloacutegicardquo Neste contexto as anaacutelises de qualidade

das aacuteguas satildeo de suma importacircncia uma vez que concentraccedilotildees anocircmalas de determinados

componentes podem oferecer riscos agrave sauacutede humana inviabilizando a sua utilizaccedilatildeo

A aacuterea escolhida para o desenvolvimento desta pesquisa corresponde ao periacutemetro do

municiacutepio de Catu localizado no Estado da Bahia Este assim como muitos outros municiacutepios

brasileiros utiliza as aacuteguas subterracircneas captadas por meio de poccedilos para abastecer escolas

propriedades rurais hospitais dentre outros estabelecimentos As aacuteguas subterracircneas

distribuem-se nos diferentes sistemas aquiacuteferos presentes no municiacutepio distintos por suas

caracteriacutesticas hidrogeoloacutegicas como por exemplo composiccedilatildeo litoloacutegica e forma de

circulaccedilatildeo da aacutegua as quais se refletem na sua produtividade

O objetivo geral deste trabalho consiste em realizar um estudo qualitativo das aacuteguas

subterracircneas captadas por meio de poccedilos nesse municiacutepio Quanto aos objetivos especiacuteficos

podem-se citar os seguintes

Classificar as aacuteguas subterracircneas da regiatildeo com base nos paracircmetros quiacutemicos (caacutelcio

magneacutesio soacutedio potaacutessio sulfato bicarbonato e cloreto) das amostras

Avaliar a qualidade (potabilidade) das aacuteguas subterracircneas comparando os valores dos

dados fiacutesico-quiacutemicos das mesmas com os valores maacuteximos permissiacuteveis (VMP) de

cada componente definidos pela portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil

2011)

Estabelecer as relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas ndash faacutecies hidroquiacutemicas

15

Classificar as aacuteguas subterracircneas levando em consideraccedilatildeo os iacutendices de salinidade

definidos pela Resoluccedilatildeo Nordm 357 de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente

(CONAMA 2005)

Avaliar a qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo para a fabricaccedilatildeo de cerveja bebidas e

suco de frutas

Analisar as relaccedilotildees existentes entre os diversos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das aacuteguas

subterracircneas por meio da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

Estabelecer um sumaacuterio estatiacutestico com os valores analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas

Visando atingir os objetivos foi adotado um procedimento metodoloacutegico dividido em 4

etapas i) levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas ii) coleta anaacutelise e

tratamento de dados secundaacuterios iii) classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da

aacutegua iv) anaacutelises e interpretaccedilotildees As etapas metodoloacutegicas estatildeo detalhadas no quarto

capiacutetulo

Por uacuteltimo segue a apresentaccedilatildeo desta monografia que se encontra dividida em cinco

capiacutetulos O primeiro trata da introduccedilatildeo ora apresentada No segundo capiacutetulo eacute feito uma

caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo nos seus aspectos ambientais histoacuterico e econocircmico O

terceiro capiacutetulo apresenta uma breve discussatildeo conceitual dos termos utilizados nesta

pesquisa a saber aacuteguas subterracircneas aquiacuteferos e qualidade da aacutegua O quarto capiacutetulo refere-

se agrave metodologia adotada com a descriccedilatildeo das atividades e teacutecnicas utilizadas em cada etapa

realizada Os resultados da pesquisa satildeo apresentados analisados e discutidos no capiacutetulo

cinco atendendo aos objetivos expostos neste capiacutetulo introdutoacuterio Por uacuteltimo apresentam-

se as consideraccedilotildees finais da pesquisa

16

2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO

21 LOCALIZACcedilAtildeO E ACESSO

A aacuterea de estudo situa-se na porccedilatildeo Leste do Estado da Bahia e abrange os limites

territoriais do municiacutepio de Catu O municiacutepio possui uma aacuterea de 416216 kmsup2 e uma

populaccedilatildeo total de 51077 habitantes (IBGE 2010) Catu localiza-se entre as coordenadas

geograacuteficas 12deg10rsquo0rdquo e 12deg30rsquo0rdquo de latitude sul e 38deg15rsquo0rdquo e 38deg35rsquo0rdquo de longitude oeste e

limita-se com os municiacutepios de Araccedilaacutes e Pojuca a leste Satildeo Sebastiatildeo do Passeacute ao sul

Teodoro Sampaio e Terra Nova a oeste e Alagoinhas ao norte (Figura 01)

O principal acesso a cidade de Catu que dista 82 Km ao norte da capital baiana eacute

efetuado pelas rodovias federais BR-324 e BR-110 (no Km 354)

Figura 01 - Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu ndash BA

17

22 ASPECTOS SOCIOECONOcircMICOS

O municiacutepio foi criado pela Lei provincial ndeg 1058 de 26 de junho de 1868 com a

denominaccedilatildeo de Santana do Catu com territoacuterio desmembrado da entatildeo denominada Vila de

Satildeo Francisco ocorrendo sua instalaccedilatildeo em 6 de marccedilo de 1877 Em 23 de junho de 1931 o

nome Santana de Catu foi simplificado pelo Decreto estadual nuacutemero 7455 e ratificado pelo

de nuacutemero 7479 em 8 de julho do mesmo ano Em 30 de marccedilo de 1938 foi elevado agrave

categoria de Cidade Desde o Decreto estadual ndeg 11089 de 30 de novembro de 1938 que o

municiacutepio eacute formado por trecircs distritos Catu (sede) Bela Flor e Siacutetio Novo (INSTITUTO DE

URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL 1974)

Catu possui uma populaccedilatildeo de 51077 habitantes destes 42755 residem na zona

urbana e 8322 na zona rural (Tabela 01) A populaccedilatildeo catuense eacute composta por 26261

mulheres e 24816 homens

Tabela 01 - Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2010

Municiacutepio

Populaccedilatildeo Aacuterea

(km2)

Densidade

Demograacutefica

(habkm2) Urbana Rural Homens Mulheres Total

Catu

42755

8322

24816

26261

51077

416216

12272

Fonte IBGE 2010

Nos uacuteltimos dez anos o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de

Catu passou de baixo para meacutedio Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil

em 2000 o municiacutepio apresentava IDHM igual a 0536 Jaacute em 2010 o nuacutemero chegou a

0677 (17ordf posiccedilatildeo no ranking da Bahia) (ATLAS BRASIL 2013)

O Produto Interno Bruto (PIB) municipal eacute de 474888 mil reais (46ordf posiccedilatildeo no

ranking da Bahia) (IBGE 2012) O PIB per capita eacute superior agrave meacutedia do Estado da Bahia

(777507) alcanccedilando 917943 mil reais (IBGE 2012) O setor de serviccedilos eacute responsaacutevel por

pouco mais da metade do total do valor adicionado municipal (56) Jaacute a induacutestria responde

por 41 e a agropecuaacuteria representa 3 (Tabela 02)

18

Tabela 02 - Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2012

ANO

Valor Adicionado

Agropecuaacuteria Induacutestria Serviccedilos

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

2012 12159 3 179628 41 245942 56

Fonte IBGE 2012

Em 2010 o setor de atividade econocircmica extrativa mineral destacou-se como o setor

com o maior nuacutemero de pessoas ocupadas no mercado formal de trabalho (1837) (Tabela 03)

Em segundo lugar estaacute o setor de serviccedilos responsaacutevel por 2393 dos viacutenculos

empregatiacutecios

Tabela 03 - Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade

econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 2010

Setor de atividade Quantidade de pessoas

Extrativa Mineral 1837

Induacutestria de transformaccedilatildeo 537

Serviccedilos induacutestrias de atividade puacuteblica 100

Construccedilatildeo Civil 216

Comeacutercio 1573

Serviccedilos 1796

Administraccedilatildeo Puacuteblica 1388

Agropecuaacuteria extrativa vegetal caccedila pesca 57

Fonte SEI 2012

De acordo com os dados de produccedilatildeo agriacutecola referente ao ano de 2013 publicados

pelo IBGE o principal produto cultivado em Catu eacute a mandioca (quantidade produzida 6000

toneladas) (IBGE 2014) Tambeacutem satildeo produzidos no municiacutepio os seguintes produtos

laranja milho feijatildeo coco-da-baiacutea banana e o amendoim Na pecuaacuteria sobressaem-se os

rebanhos bovinos (20817 cabeccedilas) e tambeacutem a criaccedilatildeo de galinaacuteceos (galinhas galos

frangas frangos e pintos) (77247 cabeccedilas) (IBGE 2014)

19

23 CLIMA E ASPECTOS FISIOGRAacuteFICOS

231 Clima

O clima atuante no municiacutepio tendo como base os dados da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de

Alagoinhas - a mais proacutexima de Catu eacute do tipo Uacutemido a Subuacutemido com iacutendice hiacutedrico de

20 a 0 excedente hiacutedrico entre 50 mm a 300 mm e com chuvas concentradas no periacuteodo

de outono-inverno (SEI 1998) A temperatura meacutedia anual eacute de 239 degC (SEI 2012)

A precipitaccedilatildeo anual (P) no periacuteodo foi de 1233 mmano com excedente hiacutedrico

(EXC) de 152 mmano verificado entre maio e agosto A evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETP)

foi da ordem de 1246 mmano (Tabela 04 e Figura 02) A deficiecircncia de aacutegua no solo eacute maior

no mecircs de janeiro (Figura 03)

Tabela 04 - Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia

Mecircs T

(ordmC)

P

(mm) ETP

ARM

(mm)

ETR

(mm)

DEF

(mm)

EXC

(mm)

Jan 256 62 134 13 75 59 0

Fev 246 74 109 9 78 31 0

Mar 257 118 133 8 119 14 0

Abr 249 152 112 47 112 0 0

Maio 236 175 95 100 95 0 27

Jun 227 143 80 100 80 0 63

Jul 210 117 65 100 65 0 52

Ago 217 82 73 100 73 0 9

Set 226 60 83 80 80 2 0

Out 242 63 109 50 93 17 0

Nov 248 87 118 37 100 18 0

Dez 254 100 135 26 111 24 0

Totais 2868 1233 1246 669 1081 165 152

Meacutedias 239 103 104 56 90 14 13 Nota Meacutedias Climatoloacutegicas de 1961 a 1990 T = Temperatura P = Precipitaccedilatildeo ETP = Evapotranspiraccedilatildeo

Potencial ETR = Evapotranspiraccedilatildeo Real DEF = Deacutefcit EXC = Excedente Hiacutedrico

Fonte EMBRAPA 2015

20

Figura 02 - Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 1990

Fonte EMBRAPA 2015

Figura 03 - Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas -

BA

Fonte EMBRAPA 2015

21

232 Solos

De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-

BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico

Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas

destes satildeo descritos a seguir

Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu

Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais

extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e

dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da

parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo

necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem

22

Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave

ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito

intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com

perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser

distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a

agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo

possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na

porccedilatildeo sul do municiacutepio

Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei

iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um

horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas

proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de

drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena

ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca

233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra

A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu

permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea

destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que

a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos

hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo

O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas

com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas

formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de

Catu (Figura 04)

Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes

supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais

podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas

de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o

municiacutepio (Figura 05)

23

A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das

principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande

parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas

O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de

uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas

machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)

Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu

234 Geomorfologia

O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de

dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais

caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir

24

Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas

desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante

convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da

tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees

geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos

formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100

metros

Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees

sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos

Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu

235 Hidrografia

O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo

Norte (SEI 2012)

25

Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)

Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado

pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de

reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos

superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados

236 Geologia local

A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que

engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos

mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

(Figura 07)

Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu

26

2361 Grupo Ilhas

As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena

expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do

Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em

ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua

maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi

subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe

A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem

selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza

esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a

Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos

arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim

(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute

caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo

Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do

Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem

caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de

petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a

Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a

meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al

1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro

sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e

Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos

e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador

A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de

granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se

como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e

sotopondo-se de forma concordante agrave mesma

2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute

A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos

por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute

27

constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de

Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al

1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros

Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes

O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e

siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo

subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e

apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que

variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de

cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos

de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma

seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com

a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das

caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas

O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a

maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos

agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos

e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato

inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos

apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com

o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-

esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados

(VIANA et al 1971)

O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo

amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL

1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com

estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O

contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares

discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e

holocecircnicos

28

2363 Formaccedilatildeo Marizal

As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte

e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)

A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados

(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos

apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-

avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e

cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos

e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de

maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo

cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de

granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos

ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de

gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos

A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a

um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte

isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)

Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos

municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica

2364 Grupo Barreiras

O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e

marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a

partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)

De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido

em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea

do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura

07)

No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma

antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas

(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia

29

sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado

relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)

A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e

siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo

consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS

BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)

A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos

de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute

caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo

superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos

conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando

tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A

porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas

camadas de siltitos

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em

duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e

aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)

237 Hidrogeologia local

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras

De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito

reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas

subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um

sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da

variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que

abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por

um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por

sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que

30

predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE

1999)

O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais

provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo

Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas

laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de

chuvas

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal

O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de

aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa

predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo

basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em

condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)

Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia

angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da

aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a

sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e

surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo

A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo

vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as

estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras

nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo

O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo

baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas

predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras

que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees

em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em

31

discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar

contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)

O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos

caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE

1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas

de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre

predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo

mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo

nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se

encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras

Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo

duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos

e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local

o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base

ou seja os rios e riachos da regiatildeo

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas

O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas

possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu

(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de

600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia

do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees

facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea

de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a

mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o

armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)

O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado

possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical

profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)

32

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos

A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do

SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi

possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH

estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do

desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia

aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos

Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros

observados

Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade

mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O

niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu

355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo

surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada

uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana

de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo

TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo

miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)

Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu

apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com

maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana

de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3

respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de

1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21

poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente

a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor

maacuteximo (Tabela 05)

33

Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados

Coluna1 PROF

(m)

NE

(m)

ND

(m)

Vazatildeo TB

(msup3h)

STD

(mgl)

Dureza

(mgl CaCO3)

CE

(microScm)

PH

-

Turbidez

(NTU)

Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93

Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43

Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29

Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214

Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590

Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38

Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01

Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000

Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250

Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

2381 Potenciometria

O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos

referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do

fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga

O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa

(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas

regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais

cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam

como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)

34

Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu

35

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA

A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem

sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem

como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de

energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num

elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como

aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em

6 de maio de 1968

Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as

atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega

principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos

galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os

oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos

animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e

transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as

plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os

dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais

(CONSELHO DA EUROPA 1968)

A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de

aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca

de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das

aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os

aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da

aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no

planeta (HIRATA 2000)

O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua

doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta

aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas

cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao

crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo

descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)

Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos

devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como

36

citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra

encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas

subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em

todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas

em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades

supridas pelo manancial subterracircneordquo

Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra

preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou

as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a

duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na

manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas

subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que

constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud

ABAS 2015)

Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva

ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades

rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)

Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave

aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor

influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de

uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem

melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes

poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e

outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)

De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61

da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que

6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos

profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY

MATOS 2002)

37

32 AQUIacuteFERO

Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo

n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo

hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras

ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)

Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros

quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros

(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)

Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso

fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos

citados (Quadro 01)

Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos

Tipo Principais caracteriacutesticas

Poroso

Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos

inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos

poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo

variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre

acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos

permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua

flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de

pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)

Fissural

Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a

circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao

movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute

relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo

permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui

onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas

a direccedilotildees preferenciais

Caacuterstico

Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua

ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram

da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos

com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

38

Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas

hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo

submetidos

O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado

superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa

permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele

constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas

impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior

que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero

livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil

devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)

39

Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

33 QUALIDADE DA AacuteGUA

A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume

(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das

aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos

aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima

composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da

contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo

a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos

efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os

elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua

classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos

para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)

Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso

ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A

Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle

e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art

5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

RESUMO

O objetivo geral deste trabalho consiste em realizar um estudo qualitativo das aacuteguas

subterracircneas captadas por meio de poccedilos tubulares no municiacutepio de Catu Para avaliar a

qualidade destas aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram cloreto fluoreto ferro soacutedio soacutelidos

totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas

subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama triangular de Piper (1944) Os resultados obtidos

mostraram que as aacuteguas estudadas classificam-se predominantemente cloretadas soacutedicas

dispondo de baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada

para a irrigaccedilatildeo Com relaccedilatildeo a qualidade das aacuteguas para o consumo humano de forma geral

a maioria das aacuteguas analisadas estatildeo de acordo com os limites estabelecidos na legislaccedilatildeo Os

resultados mostraram que do ponto de vista qualitativo as aacuteguas subterracircneas de Catu

possuem boas caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas podendo ser utilizadas para os mais diversos

fins ressalva apenas para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas que de maneira

geral possuem baixa qualidade

Palavras-chave Hidrogeoquiacutemica Aacutegua subterracircnea Catu Qualidade Classificaccedilatildeo

ABSTRACT

The general aim of this study is to conduct a qualitative study of groundwater captured

through tubular wells in the Catu municipality To avaluate the quality of these waters it was

used the Ordinance number 2914 of December 2011 of the Ministry of Health The

parameters used were Chloride fluoride iron sodium total dissolved solids sulfate

turbidity hardness and nitrate To determine the classification of groundwater in the area it

was used the triangular diagram of Piper (1944) The results showed that the waters studied

are classified as predominantly chlorinated sodic having low sodium content and low to

medium risk of salinity and can be used for irrigation Regarding the quality of water for

human consumption in general most of the water samples are in accordance with the limits

set out in the legislation The results showed from the qualitative point of view that the

groundwater of Catu have good physical and chemical characteristics and can be used for

various purposes exception only for the production of beer drinks and fruit juice which

generally have low quality

Keywords Hydrogeochemistry Groundwater Catu municipality Quality Classification

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 ndash Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu-BA16

Figura 02 ndash Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 199020

Figura 03 ndash Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas ndash

BA20

Figura 04 ndash Classes de solo municiacutepio de Catu21

Figura 05 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu23

Figura 06 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu24

Figura 07 ndash Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu25

Figura 08 ndash Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu34

Figura 09 ndash Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade38

Figura 10 ndash Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas39

Figura 11 ndash Concentraccedilatildeo de Cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu43

Figura 12 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu44

Figura 13 ndash Valores de Condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu45

Figura 14 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu45

Figura 15 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)46

Figura 16 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)47

Figura 17 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)48

Figura 18 ndash Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu49

Figura 19 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu50

Figura 20 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)51

Figura 21 ndash Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu52

Figura 22 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu53

Figura 23 ndash Concentraccedilatildeo de Sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu54

Figura 24 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu54

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu55

Figura 26 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu56

Figura 27 ndash Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu57

Figura 28 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu57

Figura 29 ndash Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas60

Figura 30 ndash Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de

Catu62

Figura 31 ndash Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o

USSL64

Figura 32 ndash Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura

(USSL)65

Figura 33 ndash Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestria66

LISTA DE QUADROS

Quadro 01 ndash Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos37

Quadro 02 ndash Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades40

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 ndash Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 201017

Tabela 02 ndash Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 201218

Tabela 03 ndash Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade

econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 201018

Tabela 04 ndash Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia19

Tabela 05 ndash Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados33

Tabela 06 ndash Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson58

Tabela 07 ndash Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)61

Tabela 08 ndash Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu63

Tabela 09 ndash Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory64

Tabela 10 ndash Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo

industrial67

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BA ndash BAHIA

CERB ndash Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia

CNRH ndash Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos

CONAMA ndash Conselho Nacional do Meio Ambiente

CPRM ndash Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais

FUNCEME ndash Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia e Recursos Hiacutedricos

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano municipal

INMET ndash Instituto Nacional de Meteorologia

PERH ndash Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos

PIB ndash Produto Interno Bruto

SEI ndash Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia

SIAGAS - Sistema de Informaccedilotildees de Aacuteguas Subterracircneas

STD ndash Solidos Totais Dissolvidos

USSL ndash United State Salinity Laboratory

UTM ndash Universal Transversa de Mercator

VMP ndash Valor Maacuteximo Permissiacutevel

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO14

2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO16

21 Localizaccedilatildeo e acesso16

22 Aspectos socioeconocircmicos17

23 Clima e aspectos fisiograacuteficos19

231 Clima19

232 Solos21

233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra22

234 Geomorfologia23

235 Hidrografia24

236 Geologia local25

2361 Grupo Ilhas26

2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo26

2363 Formaccedilatildeo Marizal28

2364 Grupo Barreiras28

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos29

237 Hidrogeologia local29

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras29

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal30

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo30

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas31

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos32

2392 Potenciometria33

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA35

31 Aacutegua subterracircnea35

32 Aquiacutefero37

33 Qualidade da aacutegua39

4 METODOLOGIA40

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas40

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios41

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua41

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees42

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA43

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos43

511 Cloreto43

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)44

513 Ferro Total49

514 Nitrato52

515 Sulfato53

516 Bicarbonato55

517 Fluoreto56

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea58

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica59

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo

da salinidade59

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano62

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo64

534 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para fabricaccedilatildeo de cerveja bebida e suco de

frutas65

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS68

REFEREcircNCIAS

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas tem crescido de forma significativa nos uacuteltimos

tempos A exploraccedilatildeo crescente deste recurso eacute explicada por diversos fatores dentre os

quais geralmente apresentam qualidade superior agraves aacuteguas superficiais Vaacuterias cidades

brasileiras abastecem-se de aacutegua subterracircnea de forma exclusiva ou complementar As aacuteguas

subterracircneas distribuem-se nos diferentes aquiacuteferos que satildeo reservatoacuterios responsaacuteveis pelo

armazenamento da maior parte da aacutegua doce - no estado liacutequido da Terra

A exploraccedilatildeo da aacutegua subterracircnea estaacute condicionada a fatores quantitativos (intimamente

ligada agrave condutividade hidraacuteulica e ao coeficiente de armazenamento dos terrenos)

qualitativos (influenciada pela composiccedilatildeo das rochas e condiccedilotildees climaacuteticas e de renovaccedilatildeo

das aacuteguas) e econocircmicos (depende da profundidade do aquiacutefero e das condiccedilotildees de

bombeamento) (LEAL 1999) De acordo com Santos (2000 p 81) ldquoa disponibilidade dos

recursos hiacutedricos subterracircneos para determinados tipos de uso depende fundamentalmente da

qualidade fiacutesico-quiacutemica bioloacutegica e radioloacutegicardquo Neste contexto as anaacutelises de qualidade

das aacuteguas satildeo de suma importacircncia uma vez que concentraccedilotildees anocircmalas de determinados

componentes podem oferecer riscos agrave sauacutede humana inviabilizando a sua utilizaccedilatildeo

A aacuterea escolhida para o desenvolvimento desta pesquisa corresponde ao periacutemetro do

municiacutepio de Catu localizado no Estado da Bahia Este assim como muitos outros municiacutepios

brasileiros utiliza as aacuteguas subterracircneas captadas por meio de poccedilos para abastecer escolas

propriedades rurais hospitais dentre outros estabelecimentos As aacuteguas subterracircneas

distribuem-se nos diferentes sistemas aquiacuteferos presentes no municiacutepio distintos por suas

caracteriacutesticas hidrogeoloacutegicas como por exemplo composiccedilatildeo litoloacutegica e forma de

circulaccedilatildeo da aacutegua as quais se refletem na sua produtividade

O objetivo geral deste trabalho consiste em realizar um estudo qualitativo das aacuteguas

subterracircneas captadas por meio de poccedilos nesse municiacutepio Quanto aos objetivos especiacuteficos

podem-se citar os seguintes

Classificar as aacuteguas subterracircneas da regiatildeo com base nos paracircmetros quiacutemicos (caacutelcio

magneacutesio soacutedio potaacutessio sulfato bicarbonato e cloreto) das amostras

Avaliar a qualidade (potabilidade) das aacuteguas subterracircneas comparando os valores dos

dados fiacutesico-quiacutemicos das mesmas com os valores maacuteximos permissiacuteveis (VMP) de

cada componente definidos pela portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil

2011)

Estabelecer as relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas ndash faacutecies hidroquiacutemicas

15

Classificar as aacuteguas subterracircneas levando em consideraccedilatildeo os iacutendices de salinidade

definidos pela Resoluccedilatildeo Nordm 357 de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente

(CONAMA 2005)

Avaliar a qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo para a fabricaccedilatildeo de cerveja bebidas e

suco de frutas

Analisar as relaccedilotildees existentes entre os diversos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das aacuteguas

subterracircneas por meio da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

Estabelecer um sumaacuterio estatiacutestico com os valores analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas

Visando atingir os objetivos foi adotado um procedimento metodoloacutegico dividido em 4

etapas i) levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas ii) coleta anaacutelise e

tratamento de dados secundaacuterios iii) classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da

aacutegua iv) anaacutelises e interpretaccedilotildees As etapas metodoloacutegicas estatildeo detalhadas no quarto

capiacutetulo

Por uacuteltimo segue a apresentaccedilatildeo desta monografia que se encontra dividida em cinco

capiacutetulos O primeiro trata da introduccedilatildeo ora apresentada No segundo capiacutetulo eacute feito uma

caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo nos seus aspectos ambientais histoacuterico e econocircmico O

terceiro capiacutetulo apresenta uma breve discussatildeo conceitual dos termos utilizados nesta

pesquisa a saber aacuteguas subterracircneas aquiacuteferos e qualidade da aacutegua O quarto capiacutetulo refere-

se agrave metodologia adotada com a descriccedilatildeo das atividades e teacutecnicas utilizadas em cada etapa

realizada Os resultados da pesquisa satildeo apresentados analisados e discutidos no capiacutetulo

cinco atendendo aos objetivos expostos neste capiacutetulo introdutoacuterio Por uacuteltimo apresentam-

se as consideraccedilotildees finais da pesquisa

16

2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO

21 LOCALIZACcedilAtildeO E ACESSO

A aacuterea de estudo situa-se na porccedilatildeo Leste do Estado da Bahia e abrange os limites

territoriais do municiacutepio de Catu O municiacutepio possui uma aacuterea de 416216 kmsup2 e uma

populaccedilatildeo total de 51077 habitantes (IBGE 2010) Catu localiza-se entre as coordenadas

geograacuteficas 12deg10rsquo0rdquo e 12deg30rsquo0rdquo de latitude sul e 38deg15rsquo0rdquo e 38deg35rsquo0rdquo de longitude oeste e

limita-se com os municiacutepios de Araccedilaacutes e Pojuca a leste Satildeo Sebastiatildeo do Passeacute ao sul

Teodoro Sampaio e Terra Nova a oeste e Alagoinhas ao norte (Figura 01)

O principal acesso a cidade de Catu que dista 82 Km ao norte da capital baiana eacute

efetuado pelas rodovias federais BR-324 e BR-110 (no Km 354)

Figura 01 - Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu ndash BA

17

22 ASPECTOS SOCIOECONOcircMICOS

O municiacutepio foi criado pela Lei provincial ndeg 1058 de 26 de junho de 1868 com a

denominaccedilatildeo de Santana do Catu com territoacuterio desmembrado da entatildeo denominada Vila de

Satildeo Francisco ocorrendo sua instalaccedilatildeo em 6 de marccedilo de 1877 Em 23 de junho de 1931 o

nome Santana de Catu foi simplificado pelo Decreto estadual nuacutemero 7455 e ratificado pelo

de nuacutemero 7479 em 8 de julho do mesmo ano Em 30 de marccedilo de 1938 foi elevado agrave

categoria de Cidade Desde o Decreto estadual ndeg 11089 de 30 de novembro de 1938 que o

municiacutepio eacute formado por trecircs distritos Catu (sede) Bela Flor e Siacutetio Novo (INSTITUTO DE

URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL 1974)

Catu possui uma populaccedilatildeo de 51077 habitantes destes 42755 residem na zona

urbana e 8322 na zona rural (Tabela 01) A populaccedilatildeo catuense eacute composta por 26261

mulheres e 24816 homens

Tabela 01 - Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2010

Municiacutepio

Populaccedilatildeo Aacuterea

(km2)

Densidade

Demograacutefica

(habkm2) Urbana Rural Homens Mulheres Total

Catu

42755

8322

24816

26261

51077

416216

12272

Fonte IBGE 2010

Nos uacuteltimos dez anos o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de

Catu passou de baixo para meacutedio Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil

em 2000 o municiacutepio apresentava IDHM igual a 0536 Jaacute em 2010 o nuacutemero chegou a

0677 (17ordf posiccedilatildeo no ranking da Bahia) (ATLAS BRASIL 2013)

O Produto Interno Bruto (PIB) municipal eacute de 474888 mil reais (46ordf posiccedilatildeo no

ranking da Bahia) (IBGE 2012) O PIB per capita eacute superior agrave meacutedia do Estado da Bahia

(777507) alcanccedilando 917943 mil reais (IBGE 2012) O setor de serviccedilos eacute responsaacutevel por

pouco mais da metade do total do valor adicionado municipal (56) Jaacute a induacutestria responde

por 41 e a agropecuaacuteria representa 3 (Tabela 02)

18

Tabela 02 - Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2012

ANO

Valor Adicionado

Agropecuaacuteria Induacutestria Serviccedilos

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

2012 12159 3 179628 41 245942 56

Fonte IBGE 2012

Em 2010 o setor de atividade econocircmica extrativa mineral destacou-se como o setor

com o maior nuacutemero de pessoas ocupadas no mercado formal de trabalho (1837) (Tabela 03)

Em segundo lugar estaacute o setor de serviccedilos responsaacutevel por 2393 dos viacutenculos

empregatiacutecios

Tabela 03 - Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade

econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 2010

Setor de atividade Quantidade de pessoas

Extrativa Mineral 1837

Induacutestria de transformaccedilatildeo 537

Serviccedilos induacutestrias de atividade puacuteblica 100

Construccedilatildeo Civil 216

Comeacutercio 1573

Serviccedilos 1796

Administraccedilatildeo Puacuteblica 1388

Agropecuaacuteria extrativa vegetal caccedila pesca 57

Fonte SEI 2012

De acordo com os dados de produccedilatildeo agriacutecola referente ao ano de 2013 publicados

pelo IBGE o principal produto cultivado em Catu eacute a mandioca (quantidade produzida 6000

toneladas) (IBGE 2014) Tambeacutem satildeo produzidos no municiacutepio os seguintes produtos

laranja milho feijatildeo coco-da-baiacutea banana e o amendoim Na pecuaacuteria sobressaem-se os

rebanhos bovinos (20817 cabeccedilas) e tambeacutem a criaccedilatildeo de galinaacuteceos (galinhas galos

frangas frangos e pintos) (77247 cabeccedilas) (IBGE 2014)

19

23 CLIMA E ASPECTOS FISIOGRAacuteFICOS

231 Clima

O clima atuante no municiacutepio tendo como base os dados da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de

Alagoinhas - a mais proacutexima de Catu eacute do tipo Uacutemido a Subuacutemido com iacutendice hiacutedrico de

20 a 0 excedente hiacutedrico entre 50 mm a 300 mm e com chuvas concentradas no periacuteodo

de outono-inverno (SEI 1998) A temperatura meacutedia anual eacute de 239 degC (SEI 2012)

A precipitaccedilatildeo anual (P) no periacuteodo foi de 1233 mmano com excedente hiacutedrico

(EXC) de 152 mmano verificado entre maio e agosto A evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETP)

foi da ordem de 1246 mmano (Tabela 04 e Figura 02) A deficiecircncia de aacutegua no solo eacute maior

no mecircs de janeiro (Figura 03)

Tabela 04 - Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia

Mecircs T

(ordmC)

P

(mm) ETP

ARM

(mm)

ETR

(mm)

DEF

(mm)

EXC

(mm)

Jan 256 62 134 13 75 59 0

Fev 246 74 109 9 78 31 0

Mar 257 118 133 8 119 14 0

Abr 249 152 112 47 112 0 0

Maio 236 175 95 100 95 0 27

Jun 227 143 80 100 80 0 63

Jul 210 117 65 100 65 0 52

Ago 217 82 73 100 73 0 9

Set 226 60 83 80 80 2 0

Out 242 63 109 50 93 17 0

Nov 248 87 118 37 100 18 0

Dez 254 100 135 26 111 24 0

Totais 2868 1233 1246 669 1081 165 152

Meacutedias 239 103 104 56 90 14 13 Nota Meacutedias Climatoloacutegicas de 1961 a 1990 T = Temperatura P = Precipitaccedilatildeo ETP = Evapotranspiraccedilatildeo

Potencial ETR = Evapotranspiraccedilatildeo Real DEF = Deacutefcit EXC = Excedente Hiacutedrico

Fonte EMBRAPA 2015

20

Figura 02 - Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 1990

Fonte EMBRAPA 2015

Figura 03 - Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas -

BA

Fonte EMBRAPA 2015

21

232 Solos

De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-

BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico

Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas

destes satildeo descritos a seguir

Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu

Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais

extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e

dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da

parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo

necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem

22

Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave

ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito

intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com

perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser

distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a

agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo

possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na

porccedilatildeo sul do municiacutepio

Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei

iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um

horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas

proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de

drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena

ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca

233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra

A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu

permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea

destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que

a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos

hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo

O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas

com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas

formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de

Catu (Figura 04)

Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes

supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais

podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas

de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o

municiacutepio (Figura 05)

23

A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das

principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande

parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas

O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de

uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas

machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)

Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu

234 Geomorfologia

O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de

dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais

caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir

24

Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas

desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante

convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da

tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees

geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos

formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100

metros

Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees

sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos

Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu

235 Hidrografia

O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo

Norte (SEI 2012)

25

Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)

Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado

pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de

reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos

superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados

236 Geologia local

A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que

engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos

mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

(Figura 07)

Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu

26

2361 Grupo Ilhas

As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena

expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do

Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em

ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua

maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi

subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe

A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem

selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza

esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a

Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos

arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim

(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute

caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo

Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do

Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem

caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de

petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a

Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a

meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al

1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro

sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e

Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos

e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador

A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de

granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se

como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e

sotopondo-se de forma concordante agrave mesma

2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute

A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos

por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute

27

constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de

Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al

1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros

Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes

O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e

siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo

subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e

apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que

variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de

cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos

de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma

seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com

a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das

caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas

O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a

maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos

agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos

e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato

inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos

apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com

o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-

esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados

(VIANA et al 1971)

O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo

amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL

1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com

estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O

contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares

discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e

holocecircnicos

28

2363 Formaccedilatildeo Marizal

As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte

e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)

A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados

(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos

apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-

avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e

cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos

e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de

maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo

cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de

granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos

ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de

gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos

A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a

um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte

isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)

Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos

municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica

2364 Grupo Barreiras

O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e

marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a

partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)

De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido

em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea

do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura

07)

No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma

antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas

(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia

29

sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado

relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)

A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e

siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo

consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS

BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)

A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos

de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute

caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo

superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos

conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando

tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A

porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas

camadas de siltitos

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em

duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e

aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)

237 Hidrogeologia local

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras

De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito

reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas

subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um

sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da

variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que

abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por

um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por

sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que

30

predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE

1999)

O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais

provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo

Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas

laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de

chuvas

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal

O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de

aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa

predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo

basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em

condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)

Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia

angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da

aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a

sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e

surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo

A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo

vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as

estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras

nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo

O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo

baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas

predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras

que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees

em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em

31

discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar

contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)

O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos

caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE

1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas

de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre

predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo

mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo

nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se

encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras

Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo

duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos

e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local

o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base

ou seja os rios e riachos da regiatildeo

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas

O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas

possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu

(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de

600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia

do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees

facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea

de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a

mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o

armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)

O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado

possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical

profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)

32

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos

A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do

SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi

possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH

estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do

desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia

aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos

Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros

observados

Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade

mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O

niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu

355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo

surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada

uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana

de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo

TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo

miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)

Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu

apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com

maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana

de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3

respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de

1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21

poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente

a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor

maacuteximo (Tabela 05)

33

Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados

Coluna1 PROF

(m)

NE

(m)

ND

(m)

Vazatildeo TB

(msup3h)

STD

(mgl)

Dureza

(mgl CaCO3)

CE

(microScm)

PH

-

Turbidez

(NTU)

Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93

Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43

Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29

Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214

Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590

Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38

Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01

Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000

Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250

Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

2381 Potenciometria

O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos

referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do

fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga

O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa

(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas

regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais

cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam

como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)

34

Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu

35

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA

A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem

sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem

como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de

energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num

elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como

aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em

6 de maio de 1968

Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as

atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega

principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos

galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os

oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos

animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e

transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as

plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os

dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais

(CONSELHO DA EUROPA 1968)

A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de

aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca

de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das

aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os

aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da

aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no

planeta (HIRATA 2000)

O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua

doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta

aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas

cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao

crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo

descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)

Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos

devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como

36

citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra

encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas

subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em

todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas

em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades

supridas pelo manancial subterracircneordquo

Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra

preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou

as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a

duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na

manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas

subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que

constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud

ABAS 2015)

Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva

ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades

rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)

Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave

aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor

influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de

uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem

melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes

poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e

outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)

De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61

da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que

6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos

profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY

MATOS 2002)

37

32 AQUIacuteFERO

Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo

n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo

hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras

ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)

Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros

quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros

(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)

Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso

fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos

citados (Quadro 01)

Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos

Tipo Principais caracteriacutesticas

Poroso

Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos

inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos

poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo

variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre

acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos

permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua

flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de

pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)

Fissural

Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a

circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao

movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute

relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo

permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui

onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas

a direccedilotildees preferenciais

Caacuterstico

Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua

ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram

da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos

com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

38

Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas

hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo

submetidos

O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado

superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa

permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele

constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas

impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior

que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero

livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil

devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)

39

Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

33 QUALIDADE DA AacuteGUA

A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume

(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das

aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos

aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima

composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da

contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo

a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos

efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os

elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua

classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos

para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)

Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso

ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A

Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle

e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art

5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

ABSTRACT

The general aim of this study is to conduct a qualitative study of groundwater captured

through tubular wells in the Catu municipality To avaluate the quality of these waters it was

used the Ordinance number 2914 of December 2011 of the Ministry of Health The

parameters used were Chloride fluoride iron sodium total dissolved solids sulfate

turbidity hardness and nitrate To determine the classification of groundwater in the area it

was used the triangular diagram of Piper (1944) The results showed that the waters studied

are classified as predominantly chlorinated sodic having low sodium content and low to

medium risk of salinity and can be used for irrigation Regarding the quality of water for

human consumption in general most of the water samples are in accordance with the limits

set out in the legislation The results showed from the qualitative point of view that the

groundwater of Catu have good physical and chemical characteristics and can be used for

various purposes exception only for the production of beer drinks and fruit juice which

generally have low quality

Keywords Hydrogeochemistry Groundwater Catu municipality Quality Classification

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 ndash Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu-BA16

Figura 02 ndash Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 199020

Figura 03 ndash Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas ndash

BA20

Figura 04 ndash Classes de solo municiacutepio de Catu21

Figura 05 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu23

Figura 06 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu24

Figura 07 ndash Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu25

Figura 08 ndash Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu34

Figura 09 ndash Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade38

Figura 10 ndash Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas39

Figura 11 ndash Concentraccedilatildeo de Cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu43

Figura 12 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu44

Figura 13 ndash Valores de Condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu45

Figura 14 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu45

Figura 15 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)46

Figura 16 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)47

Figura 17 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)48

Figura 18 ndash Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu49

Figura 19 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu50

Figura 20 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)51

Figura 21 ndash Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu52

Figura 22 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu53

Figura 23 ndash Concentraccedilatildeo de Sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu54

Figura 24 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu54

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu55

Figura 26 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu56

Figura 27 ndash Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu57

Figura 28 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu57

Figura 29 ndash Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas60

Figura 30 ndash Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de

Catu62

Figura 31 ndash Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o

USSL64

Figura 32 ndash Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura

(USSL)65

Figura 33 ndash Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestria66

LISTA DE QUADROS

Quadro 01 ndash Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos37

Quadro 02 ndash Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades40

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 ndash Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 201017

Tabela 02 ndash Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 201218

Tabela 03 ndash Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade

econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 201018

Tabela 04 ndash Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia19

Tabela 05 ndash Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados33

Tabela 06 ndash Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson58

Tabela 07 ndash Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)61

Tabela 08 ndash Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu63

Tabela 09 ndash Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory64

Tabela 10 ndash Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo

industrial67

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BA ndash BAHIA

CERB ndash Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia

CNRH ndash Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos

CONAMA ndash Conselho Nacional do Meio Ambiente

CPRM ndash Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais

FUNCEME ndash Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia e Recursos Hiacutedricos

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano municipal

INMET ndash Instituto Nacional de Meteorologia

PERH ndash Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos

PIB ndash Produto Interno Bruto

SEI ndash Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia

SIAGAS - Sistema de Informaccedilotildees de Aacuteguas Subterracircneas

STD ndash Solidos Totais Dissolvidos

USSL ndash United State Salinity Laboratory

UTM ndash Universal Transversa de Mercator

VMP ndash Valor Maacuteximo Permissiacutevel

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO14

2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO16

21 Localizaccedilatildeo e acesso16

22 Aspectos socioeconocircmicos17

23 Clima e aspectos fisiograacuteficos19

231 Clima19

232 Solos21

233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra22

234 Geomorfologia23

235 Hidrografia24

236 Geologia local25

2361 Grupo Ilhas26

2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo26

2363 Formaccedilatildeo Marizal28

2364 Grupo Barreiras28

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos29

237 Hidrogeologia local29

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras29

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal30

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo30

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas31

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos32

2392 Potenciometria33

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA35

31 Aacutegua subterracircnea35

32 Aquiacutefero37

33 Qualidade da aacutegua39

4 METODOLOGIA40

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas40

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios41

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua41

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees42

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA43

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos43

511 Cloreto43

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)44

513 Ferro Total49

514 Nitrato52

515 Sulfato53

516 Bicarbonato55

517 Fluoreto56

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea58

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica59

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo

da salinidade59

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano62

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo64

534 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para fabricaccedilatildeo de cerveja bebida e suco de

frutas65

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS68

REFEREcircNCIAS

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas tem crescido de forma significativa nos uacuteltimos

tempos A exploraccedilatildeo crescente deste recurso eacute explicada por diversos fatores dentre os

quais geralmente apresentam qualidade superior agraves aacuteguas superficiais Vaacuterias cidades

brasileiras abastecem-se de aacutegua subterracircnea de forma exclusiva ou complementar As aacuteguas

subterracircneas distribuem-se nos diferentes aquiacuteferos que satildeo reservatoacuterios responsaacuteveis pelo

armazenamento da maior parte da aacutegua doce - no estado liacutequido da Terra

A exploraccedilatildeo da aacutegua subterracircnea estaacute condicionada a fatores quantitativos (intimamente

ligada agrave condutividade hidraacuteulica e ao coeficiente de armazenamento dos terrenos)

qualitativos (influenciada pela composiccedilatildeo das rochas e condiccedilotildees climaacuteticas e de renovaccedilatildeo

das aacuteguas) e econocircmicos (depende da profundidade do aquiacutefero e das condiccedilotildees de

bombeamento) (LEAL 1999) De acordo com Santos (2000 p 81) ldquoa disponibilidade dos

recursos hiacutedricos subterracircneos para determinados tipos de uso depende fundamentalmente da

qualidade fiacutesico-quiacutemica bioloacutegica e radioloacutegicardquo Neste contexto as anaacutelises de qualidade

das aacuteguas satildeo de suma importacircncia uma vez que concentraccedilotildees anocircmalas de determinados

componentes podem oferecer riscos agrave sauacutede humana inviabilizando a sua utilizaccedilatildeo

A aacuterea escolhida para o desenvolvimento desta pesquisa corresponde ao periacutemetro do

municiacutepio de Catu localizado no Estado da Bahia Este assim como muitos outros municiacutepios

brasileiros utiliza as aacuteguas subterracircneas captadas por meio de poccedilos para abastecer escolas

propriedades rurais hospitais dentre outros estabelecimentos As aacuteguas subterracircneas

distribuem-se nos diferentes sistemas aquiacuteferos presentes no municiacutepio distintos por suas

caracteriacutesticas hidrogeoloacutegicas como por exemplo composiccedilatildeo litoloacutegica e forma de

circulaccedilatildeo da aacutegua as quais se refletem na sua produtividade

O objetivo geral deste trabalho consiste em realizar um estudo qualitativo das aacuteguas

subterracircneas captadas por meio de poccedilos nesse municiacutepio Quanto aos objetivos especiacuteficos

podem-se citar os seguintes

Classificar as aacuteguas subterracircneas da regiatildeo com base nos paracircmetros quiacutemicos (caacutelcio

magneacutesio soacutedio potaacutessio sulfato bicarbonato e cloreto) das amostras

Avaliar a qualidade (potabilidade) das aacuteguas subterracircneas comparando os valores dos

dados fiacutesico-quiacutemicos das mesmas com os valores maacuteximos permissiacuteveis (VMP) de

cada componente definidos pela portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil

2011)

Estabelecer as relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas ndash faacutecies hidroquiacutemicas

15

Classificar as aacuteguas subterracircneas levando em consideraccedilatildeo os iacutendices de salinidade

definidos pela Resoluccedilatildeo Nordm 357 de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente

(CONAMA 2005)

Avaliar a qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo para a fabricaccedilatildeo de cerveja bebidas e

suco de frutas

Analisar as relaccedilotildees existentes entre os diversos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das aacuteguas

subterracircneas por meio da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

Estabelecer um sumaacuterio estatiacutestico com os valores analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas

Visando atingir os objetivos foi adotado um procedimento metodoloacutegico dividido em 4

etapas i) levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas ii) coleta anaacutelise e

tratamento de dados secundaacuterios iii) classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da

aacutegua iv) anaacutelises e interpretaccedilotildees As etapas metodoloacutegicas estatildeo detalhadas no quarto

capiacutetulo

Por uacuteltimo segue a apresentaccedilatildeo desta monografia que se encontra dividida em cinco

capiacutetulos O primeiro trata da introduccedilatildeo ora apresentada No segundo capiacutetulo eacute feito uma

caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo nos seus aspectos ambientais histoacuterico e econocircmico O

terceiro capiacutetulo apresenta uma breve discussatildeo conceitual dos termos utilizados nesta

pesquisa a saber aacuteguas subterracircneas aquiacuteferos e qualidade da aacutegua O quarto capiacutetulo refere-

se agrave metodologia adotada com a descriccedilatildeo das atividades e teacutecnicas utilizadas em cada etapa

realizada Os resultados da pesquisa satildeo apresentados analisados e discutidos no capiacutetulo

cinco atendendo aos objetivos expostos neste capiacutetulo introdutoacuterio Por uacuteltimo apresentam-

se as consideraccedilotildees finais da pesquisa

16

2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO

21 LOCALIZACcedilAtildeO E ACESSO

A aacuterea de estudo situa-se na porccedilatildeo Leste do Estado da Bahia e abrange os limites

territoriais do municiacutepio de Catu O municiacutepio possui uma aacuterea de 416216 kmsup2 e uma

populaccedilatildeo total de 51077 habitantes (IBGE 2010) Catu localiza-se entre as coordenadas

geograacuteficas 12deg10rsquo0rdquo e 12deg30rsquo0rdquo de latitude sul e 38deg15rsquo0rdquo e 38deg35rsquo0rdquo de longitude oeste e

limita-se com os municiacutepios de Araccedilaacutes e Pojuca a leste Satildeo Sebastiatildeo do Passeacute ao sul

Teodoro Sampaio e Terra Nova a oeste e Alagoinhas ao norte (Figura 01)

O principal acesso a cidade de Catu que dista 82 Km ao norte da capital baiana eacute

efetuado pelas rodovias federais BR-324 e BR-110 (no Km 354)

Figura 01 - Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu ndash BA

17

22 ASPECTOS SOCIOECONOcircMICOS

O municiacutepio foi criado pela Lei provincial ndeg 1058 de 26 de junho de 1868 com a

denominaccedilatildeo de Santana do Catu com territoacuterio desmembrado da entatildeo denominada Vila de

Satildeo Francisco ocorrendo sua instalaccedilatildeo em 6 de marccedilo de 1877 Em 23 de junho de 1931 o

nome Santana de Catu foi simplificado pelo Decreto estadual nuacutemero 7455 e ratificado pelo

de nuacutemero 7479 em 8 de julho do mesmo ano Em 30 de marccedilo de 1938 foi elevado agrave

categoria de Cidade Desde o Decreto estadual ndeg 11089 de 30 de novembro de 1938 que o

municiacutepio eacute formado por trecircs distritos Catu (sede) Bela Flor e Siacutetio Novo (INSTITUTO DE

URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL 1974)

Catu possui uma populaccedilatildeo de 51077 habitantes destes 42755 residem na zona

urbana e 8322 na zona rural (Tabela 01) A populaccedilatildeo catuense eacute composta por 26261

mulheres e 24816 homens

Tabela 01 - Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2010

Municiacutepio

Populaccedilatildeo Aacuterea

(km2)

Densidade

Demograacutefica

(habkm2) Urbana Rural Homens Mulheres Total

Catu

42755

8322

24816

26261

51077

416216

12272

Fonte IBGE 2010

Nos uacuteltimos dez anos o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de

Catu passou de baixo para meacutedio Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil

em 2000 o municiacutepio apresentava IDHM igual a 0536 Jaacute em 2010 o nuacutemero chegou a

0677 (17ordf posiccedilatildeo no ranking da Bahia) (ATLAS BRASIL 2013)

O Produto Interno Bruto (PIB) municipal eacute de 474888 mil reais (46ordf posiccedilatildeo no

ranking da Bahia) (IBGE 2012) O PIB per capita eacute superior agrave meacutedia do Estado da Bahia

(777507) alcanccedilando 917943 mil reais (IBGE 2012) O setor de serviccedilos eacute responsaacutevel por

pouco mais da metade do total do valor adicionado municipal (56) Jaacute a induacutestria responde

por 41 e a agropecuaacuteria representa 3 (Tabela 02)

18

Tabela 02 - Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2012

ANO

Valor Adicionado

Agropecuaacuteria Induacutestria Serviccedilos

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

2012 12159 3 179628 41 245942 56

Fonte IBGE 2012

Em 2010 o setor de atividade econocircmica extrativa mineral destacou-se como o setor

com o maior nuacutemero de pessoas ocupadas no mercado formal de trabalho (1837) (Tabela 03)

Em segundo lugar estaacute o setor de serviccedilos responsaacutevel por 2393 dos viacutenculos

empregatiacutecios

Tabela 03 - Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade

econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 2010

Setor de atividade Quantidade de pessoas

Extrativa Mineral 1837

Induacutestria de transformaccedilatildeo 537

Serviccedilos induacutestrias de atividade puacuteblica 100

Construccedilatildeo Civil 216

Comeacutercio 1573

Serviccedilos 1796

Administraccedilatildeo Puacuteblica 1388

Agropecuaacuteria extrativa vegetal caccedila pesca 57

Fonte SEI 2012

De acordo com os dados de produccedilatildeo agriacutecola referente ao ano de 2013 publicados

pelo IBGE o principal produto cultivado em Catu eacute a mandioca (quantidade produzida 6000

toneladas) (IBGE 2014) Tambeacutem satildeo produzidos no municiacutepio os seguintes produtos

laranja milho feijatildeo coco-da-baiacutea banana e o amendoim Na pecuaacuteria sobressaem-se os

rebanhos bovinos (20817 cabeccedilas) e tambeacutem a criaccedilatildeo de galinaacuteceos (galinhas galos

frangas frangos e pintos) (77247 cabeccedilas) (IBGE 2014)

19

23 CLIMA E ASPECTOS FISIOGRAacuteFICOS

231 Clima

O clima atuante no municiacutepio tendo como base os dados da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de

Alagoinhas - a mais proacutexima de Catu eacute do tipo Uacutemido a Subuacutemido com iacutendice hiacutedrico de

20 a 0 excedente hiacutedrico entre 50 mm a 300 mm e com chuvas concentradas no periacuteodo

de outono-inverno (SEI 1998) A temperatura meacutedia anual eacute de 239 degC (SEI 2012)

A precipitaccedilatildeo anual (P) no periacuteodo foi de 1233 mmano com excedente hiacutedrico

(EXC) de 152 mmano verificado entre maio e agosto A evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETP)

foi da ordem de 1246 mmano (Tabela 04 e Figura 02) A deficiecircncia de aacutegua no solo eacute maior

no mecircs de janeiro (Figura 03)

Tabela 04 - Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia

Mecircs T

(ordmC)

P

(mm) ETP

ARM

(mm)

ETR

(mm)

DEF

(mm)

EXC

(mm)

Jan 256 62 134 13 75 59 0

Fev 246 74 109 9 78 31 0

Mar 257 118 133 8 119 14 0

Abr 249 152 112 47 112 0 0

Maio 236 175 95 100 95 0 27

Jun 227 143 80 100 80 0 63

Jul 210 117 65 100 65 0 52

Ago 217 82 73 100 73 0 9

Set 226 60 83 80 80 2 0

Out 242 63 109 50 93 17 0

Nov 248 87 118 37 100 18 0

Dez 254 100 135 26 111 24 0

Totais 2868 1233 1246 669 1081 165 152

Meacutedias 239 103 104 56 90 14 13 Nota Meacutedias Climatoloacutegicas de 1961 a 1990 T = Temperatura P = Precipitaccedilatildeo ETP = Evapotranspiraccedilatildeo

Potencial ETR = Evapotranspiraccedilatildeo Real DEF = Deacutefcit EXC = Excedente Hiacutedrico

Fonte EMBRAPA 2015

20

Figura 02 - Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 1990

Fonte EMBRAPA 2015

Figura 03 - Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas -

BA

Fonte EMBRAPA 2015

21

232 Solos

De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-

BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico

Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas

destes satildeo descritos a seguir

Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu

Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais

extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e

dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da

parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo

necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem

22

Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave

ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito

intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com

perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser

distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a

agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo

possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na

porccedilatildeo sul do municiacutepio

Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei

iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um

horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas

proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de

drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena

ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca

233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra

A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu

permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea

destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que

a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos

hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo

O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas

com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas

formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de

Catu (Figura 04)

Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes

supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais

podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas

de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o

municiacutepio (Figura 05)

23

A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das

principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande

parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas

O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de

uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas

machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)

Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu

234 Geomorfologia

O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de

dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais

caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir

24

Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas

desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante

convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da

tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees

geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos

formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100

metros

Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees

sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos

Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu

235 Hidrografia

O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo

Norte (SEI 2012)

25

Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)

Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado

pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de

reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos

superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados

236 Geologia local

A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que

engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos

mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

(Figura 07)

Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu

26

2361 Grupo Ilhas

As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena

expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do

Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em

ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua

maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi

subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe

A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem

selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza

esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a

Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos

arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim

(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute

caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo

Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do

Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem

caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de

petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a

Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a

meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al

1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro

sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e

Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos

e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador

A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de

granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se

como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e

sotopondo-se de forma concordante agrave mesma

2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute

A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos

por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute

27

constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de

Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al

1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros

Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes

O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e

siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo

subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e

apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que

variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de

cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos

de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma

seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com

a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das

caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas

O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a

maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos

agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos

e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato

inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos

apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com

o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-

esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados

(VIANA et al 1971)

O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo

amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL

1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com

estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O

contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares

discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e

holocecircnicos

28

2363 Formaccedilatildeo Marizal

As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte

e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)

A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados

(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos

apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-

avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e

cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos

e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de

maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo

cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de

granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos

ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de

gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos

A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a

um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte

isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)

Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos

municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica

2364 Grupo Barreiras

O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e

marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a

partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)

De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido

em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea

do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura

07)

No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma

antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas

(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia

29

sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado

relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)

A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e

siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo

consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS

BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)

A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos

de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute

caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo

superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos

conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando

tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A

porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas

camadas de siltitos

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em

duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e

aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)

237 Hidrogeologia local

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras

De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito

reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas

subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um

sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da

variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que

abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por

um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por

sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que

30

predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE

1999)

O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais

provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo

Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas

laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de

chuvas

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal

O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de

aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa

predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo

basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em

condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)

Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia

angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da

aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a

sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e

surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo

A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo

vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as

estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras

nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo

O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo

baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas

predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras

que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees

em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em

31

discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar

contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)

O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos

caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE

1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas

de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre

predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo

mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo

nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se

encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras

Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo

duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos

e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local

o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base

ou seja os rios e riachos da regiatildeo

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas

O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas

possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu

(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de

600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia

do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees

facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea

de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a

mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o

armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)

O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado

possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical

profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)

32

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos

A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do

SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi

possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH

estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do

desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia

aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos

Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros

observados

Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade

mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O

niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu

355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo

surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada

uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana

de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo

TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo

miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)

Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu

apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com

maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana

de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3

respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de

1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21

poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente

a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor

maacuteximo (Tabela 05)

33

Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados

Coluna1 PROF

(m)

NE

(m)

ND

(m)

Vazatildeo TB

(msup3h)

STD

(mgl)

Dureza

(mgl CaCO3)

CE

(microScm)

PH

-

Turbidez

(NTU)

Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93

Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43

Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29

Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214

Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590

Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38

Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01

Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000

Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250

Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

2381 Potenciometria

O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos

referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do

fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga

O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa

(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas

regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais

cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam

como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)

34

Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu

35

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA

A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem

sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem

como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de

energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num

elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como

aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em

6 de maio de 1968

Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as

atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega

principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos

galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os

oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos

animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e

transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as

plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os

dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais

(CONSELHO DA EUROPA 1968)

A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de

aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca

de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das

aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os

aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da

aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no

planeta (HIRATA 2000)

O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua

doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta

aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas

cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao

crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo

descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)

Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos

devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como

36

citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra

encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas

subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em

todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas

em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades

supridas pelo manancial subterracircneordquo

Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra

preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou

as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a

duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na

manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas

subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que

constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud

ABAS 2015)

Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva

ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades

rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)

Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave

aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor

influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de

uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem

melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes

poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e

outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)

De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61

da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que

6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos

profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY

MATOS 2002)

37

32 AQUIacuteFERO

Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo

n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo

hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras

ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)

Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros

quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros

(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)

Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso

fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos

citados (Quadro 01)

Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos

Tipo Principais caracteriacutesticas

Poroso

Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos

inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos

poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo

variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre

acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos

permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua

flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de

pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)

Fissural

Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a

circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao

movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute

relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo

permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui

onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas

a direccedilotildees preferenciais

Caacuterstico

Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua

ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram

da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos

com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

38

Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas

hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo

submetidos

O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado

superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa

permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele

constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas

impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior

que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero

livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil

devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)

39

Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

33 QUALIDADE DA AacuteGUA

A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume

(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das

aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos

aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima

composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da

contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo

a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos

efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os

elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua

classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos

para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)

Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso

ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A

Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle

e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art

5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 ndash Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu-BA16

Figura 02 ndash Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 199020

Figura 03 ndash Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas ndash

BA20

Figura 04 ndash Classes de solo municiacutepio de Catu21

Figura 05 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu23

Figura 06 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu24

Figura 07 ndash Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu25

Figura 08 ndash Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu34

Figura 09 ndash Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade38

Figura 10 ndash Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas39

Figura 11 ndash Concentraccedilatildeo de Cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu43

Figura 12 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu44

Figura 13 ndash Valores de Condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu45

Figura 14 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu45

Figura 15 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)46

Figura 16 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)47

Figura 17 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)48

Figura 18 ndash Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu49

Figura 19 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu50

Figura 20 ndash Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)51

Figura 21 ndash Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu52

Figura 22 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu53

Figura 23 ndash Concentraccedilatildeo de Sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu54

Figura 24 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu54

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu55

Figura 26 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu56

Figura 27 ndash Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu57

Figura 28 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu57

Figura 29 ndash Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas60

Figura 30 ndash Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de

Catu62

Figura 31 ndash Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o

USSL64

Figura 32 ndash Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura

(USSL)65

Figura 33 ndash Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestria66

LISTA DE QUADROS

Quadro 01 ndash Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos37

Quadro 02 ndash Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades40

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 ndash Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 201017

Tabela 02 ndash Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 201218

Tabela 03 ndash Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade

econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 201018

Tabela 04 ndash Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia19

Tabela 05 ndash Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados33

Tabela 06 ndash Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson58

Tabela 07 ndash Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)61

Tabela 08 ndash Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu63

Tabela 09 ndash Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory64

Tabela 10 ndash Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo

industrial67

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BA ndash BAHIA

CERB ndash Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia

CNRH ndash Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos

CONAMA ndash Conselho Nacional do Meio Ambiente

CPRM ndash Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais

FUNCEME ndash Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia e Recursos Hiacutedricos

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano municipal

INMET ndash Instituto Nacional de Meteorologia

PERH ndash Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos

PIB ndash Produto Interno Bruto

SEI ndash Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia

SIAGAS - Sistema de Informaccedilotildees de Aacuteguas Subterracircneas

STD ndash Solidos Totais Dissolvidos

USSL ndash United State Salinity Laboratory

UTM ndash Universal Transversa de Mercator

VMP ndash Valor Maacuteximo Permissiacutevel

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO14

2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO16

21 Localizaccedilatildeo e acesso16

22 Aspectos socioeconocircmicos17

23 Clima e aspectos fisiograacuteficos19

231 Clima19

232 Solos21

233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra22

234 Geomorfologia23

235 Hidrografia24

236 Geologia local25

2361 Grupo Ilhas26

2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo26

2363 Formaccedilatildeo Marizal28

2364 Grupo Barreiras28

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos29

237 Hidrogeologia local29

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras29

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal30

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo30

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas31

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos32

2392 Potenciometria33

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA35

31 Aacutegua subterracircnea35

32 Aquiacutefero37

33 Qualidade da aacutegua39

4 METODOLOGIA40

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas40

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios41

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua41

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees42

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA43

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos43

511 Cloreto43

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)44

513 Ferro Total49

514 Nitrato52

515 Sulfato53

516 Bicarbonato55

517 Fluoreto56

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea58

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica59

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo

da salinidade59

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano62

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo64

534 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para fabricaccedilatildeo de cerveja bebida e suco de

frutas65

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS68

REFEREcircNCIAS

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas tem crescido de forma significativa nos uacuteltimos

tempos A exploraccedilatildeo crescente deste recurso eacute explicada por diversos fatores dentre os

quais geralmente apresentam qualidade superior agraves aacuteguas superficiais Vaacuterias cidades

brasileiras abastecem-se de aacutegua subterracircnea de forma exclusiva ou complementar As aacuteguas

subterracircneas distribuem-se nos diferentes aquiacuteferos que satildeo reservatoacuterios responsaacuteveis pelo

armazenamento da maior parte da aacutegua doce - no estado liacutequido da Terra

A exploraccedilatildeo da aacutegua subterracircnea estaacute condicionada a fatores quantitativos (intimamente

ligada agrave condutividade hidraacuteulica e ao coeficiente de armazenamento dos terrenos)

qualitativos (influenciada pela composiccedilatildeo das rochas e condiccedilotildees climaacuteticas e de renovaccedilatildeo

das aacuteguas) e econocircmicos (depende da profundidade do aquiacutefero e das condiccedilotildees de

bombeamento) (LEAL 1999) De acordo com Santos (2000 p 81) ldquoa disponibilidade dos

recursos hiacutedricos subterracircneos para determinados tipos de uso depende fundamentalmente da

qualidade fiacutesico-quiacutemica bioloacutegica e radioloacutegicardquo Neste contexto as anaacutelises de qualidade

das aacuteguas satildeo de suma importacircncia uma vez que concentraccedilotildees anocircmalas de determinados

componentes podem oferecer riscos agrave sauacutede humana inviabilizando a sua utilizaccedilatildeo

A aacuterea escolhida para o desenvolvimento desta pesquisa corresponde ao periacutemetro do

municiacutepio de Catu localizado no Estado da Bahia Este assim como muitos outros municiacutepios

brasileiros utiliza as aacuteguas subterracircneas captadas por meio de poccedilos para abastecer escolas

propriedades rurais hospitais dentre outros estabelecimentos As aacuteguas subterracircneas

distribuem-se nos diferentes sistemas aquiacuteferos presentes no municiacutepio distintos por suas

caracteriacutesticas hidrogeoloacutegicas como por exemplo composiccedilatildeo litoloacutegica e forma de

circulaccedilatildeo da aacutegua as quais se refletem na sua produtividade

O objetivo geral deste trabalho consiste em realizar um estudo qualitativo das aacuteguas

subterracircneas captadas por meio de poccedilos nesse municiacutepio Quanto aos objetivos especiacuteficos

podem-se citar os seguintes

Classificar as aacuteguas subterracircneas da regiatildeo com base nos paracircmetros quiacutemicos (caacutelcio

magneacutesio soacutedio potaacutessio sulfato bicarbonato e cloreto) das amostras

Avaliar a qualidade (potabilidade) das aacuteguas subterracircneas comparando os valores dos

dados fiacutesico-quiacutemicos das mesmas com os valores maacuteximos permissiacuteveis (VMP) de

cada componente definidos pela portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil

2011)

Estabelecer as relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas ndash faacutecies hidroquiacutemicas

15

Classificar as aacuteguas subterracircneas levando em consideraccedilatildeo os iacutendices de salinidade

definidos pela Resoluccedilatildeo Nordm 357 de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente

(CONAMA 2005)

Avaliar a qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo para a fabricaccedilatildeo de cerveja bebidas e

suco de frutas

Analisar as relaccedilotildees existentes entre os diversos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das aacuteguas

subterracircneas por meio da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

Estabelecer um sumaacuterio estatiacutestico com os valores analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas

Visando atingir os objetivos foi adotado um procedimento metodoloacutegico dividido em 4

etapas i) levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas ii) coleta anaacutelise e

tratamento de dados secundaacuterios iii) classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da

aacutegua iv) anaacutelises e interpretaccedilotildees As etapas metodoloacutegicas estatildeo detalhadas no quarto

capiacutetulo

Por uacuteltimo segue a apresentaccedilatildeo desta monografia que se encontra dividida em cinco

capiacutetulos O primeiro trata da introduccedilatildeo ora apresentada No segundo capiacutetulo eacute feito uma

caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo nos seus aspectos ambientais histoacuterico e econocircmico O

terceiro capiacutetulo apresenta uma breve discussatildeo conceitual dos termos utilizados nesta

pesquisa a saber aacuteguas subterracircneas aquiacuteferos e qualidade da aacutegua O quarto capiacutetulo refere-

se agrave metodologia adotada com a descriccedilatildeo das atividades e teacutecnicas utilizadas em cada etapa

realizada Os resultados da pesquisa satildeo apresentados analisados e discutidos no capiacutetulo

cinco atendendo aos objetivos expostos neste capiacutetulo introdutoacuterio Por uacuteltimo apresentam-

se as consideraccedilotildees finais da pesquisa

16

2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO

21 LOCALIZACcedilAtildeO E ACESSO

A aacuterea de estudo situa-se na porccedilatildeo Leste do Estado da Bahia e abrange os limites

territoriais do municiacutepio de Catu O municiacutepio possui uma aacuterea de 416216 kmsup2 e uma

populaccedilatildeo total de 51077 habitantes (IBGE 2010) Catu localiza-se entre as coordenadas

geograacuteficas 12deg10rsquo0rdquo e 12deg30rsquo0rdquo de latitude sul e 38deg15rsquo0rdquo e 38deg35rsquo0rdquo de longitude oeste e

limita-se com os municiacutepios de Araccedilaacutes e Pojuca a leste Satildeo Sebastiatildeo do Passeacute ao sul

Teodoro Sampaio e Terra Nova a oeste e Alagoinhas ao norte (Figura 01)

O principal acesso a cidade de Catu que dista 82 Km ao norte da capital baiana eacute

efetuado pelas rodovias federais BR-324 e BR-110 (no Km 354)

Figura 01 - Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu ndash BA

17

22 ASPECTOS SOCIOECONOcircMICOS

O municiacutepio foi criado pela Lei provincial ndeg 1058 de 26 de junho de 1868 com a

denominaccedilatildeo de Santana do Catu com territoacuterio desmembrado da entatildeo denominada Vila de

Satildeo Francisco ocorrendo sua instalaccedilatildeo em 6 de marccedilo de 1877 Em 23 de junho de 1931 o

nome Santana de Catu foi simplificado pelo Decreto estadual nuacutemero 7455 e ratificado pelo

de nuacutemero 7479 em 8 de julho do mesmo ano Em 30 de marccedilo de 1938 foi elevado agrave

categoria de Cidade Desde o Decreto estadual ndeg 11089 de 30 de novembro de 1938 que o

municiacutepio eacute formado por trecircs distritos Catu (sede) Bela Flor e Siacutetio Novo (INSTITUTO DE

URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL 1974)

Catu possui uma populaccedilatildeo de 51077 habitantes destes 42755 residem na zona

urbana e 8322 na zona rural (Tabela 01) A populaccedilatildeo catuense eacute composta por 26261

mulheres e 24816 homens

Tabela 01 - Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2010

Municiacutepio

Populaccedilatildeo Aacuterea

(km2)

Densidade

Demograacutefica

(habkm2) Urbana Rural Homens Mulheres Total

Catu

42755

8322

24816

26261

51077

416216

12272

Fonte IBGE 2010

Nos uacuteltimos dez anos o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de

Catu passou de baixo para meacutedio Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil

em 2000 o municiacutepio apresentava IDHM igual a 0536 Jaacute em 2010 o nuacutemero chegou a

0677 (17ordf posiccedilatildeo no ranking da Bahia) (ATLAS BRASIL 2013)

O Produto Interno Bruto (PIB) municipal eacute de 474888 mil reais (46ordf posiccedilatildeo no

ranking da Bahia) (IBGE 2012) O PIB per capita eacute superior agrave meacutedia do Estado da Bahia

(777507) alcanccedilando 917943 mil reais (IBGE 2012) O setor de serviccedilos eacute responsaacutevel por

pouco mais da metade do total do valor adicionado municipal (56) Jaacute a induacutestria responde

por 41 e a agropecuaacuteria representa 3 (Tabela 02)

18

Tabela 02 - Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2012

ANO

Valor Adicionado

Agropecuaacuteria Induacutestria Serviccedilos

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

2012 12159 3 179628 41 245942 56

Fonte IBGE 2012

Em 2010 o setor de atividade econocircmica extrativa mineral destacou-se como o setor

com o maior nuacutemero de pessoas ocupadas no mercado formal de trabalho (1837) (Tabela 03)

Em segundo lugar estaacute o setor de serviccedilos responsaacutevel por 2393 dos viacutenculos

empregatiacutecios

Tabela 03 - Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade

econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 2010

Setor de atividade Quantidade de pessoas

Extrativa Mineral 1837

Induacutestria de transformaccedilatildeo 537

Serviccedilos induacutestrias de atividade puacuteblica 100

Construccedilatildeo Civil 216

Comeacutercio 1573

Serviccedilos 1796

Administraccedilatildeo Puacuteblica 1388

Agropecuaacuteria extrativa vegetal caccedila pesca 57

Fonte SEI 2012

De acordo com os dados de produccedilatildeo agriacutecola referente ao ano de 2013 publicados

pelo IBGE o principal produto cultivado em Catu eacute a mandioca (quantidade produzida 6000

toneladas) (IBGE 2014) Tambeacutem satildeo produzidos no municiacutepio os seguintes produtos

laranja milho feijatildeo coco-da-baiacutea banana e o amendoim Na pecuaacuteria sobressaem-se os

rebanhos bovinos (20817 cabeccedilas) e tambeacutem a criaccedilatildeo de galinaacuteceos (galinhas galos

frangas frangos e pintos) (77247 cabeccedilas) (IBGE 2014)

19

23 CLIMA E ASPECTOS FISIOGRAacuteFICOS

231 Clima

O clima atuante no municiacutepio tendo como base os dados da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de

Alagoinhas - a mais proacutexima de Catu eacute do tipo Uacutemido a Subuacutemido com iacutendice hiacutedrico de

20 a 0 excedente hiacutedrico entre 50 mm a 300 mm e com chuvas concentradas no periacuteodo

de outono-inverno (SEI 1998) A temperatura meacutedia anual eacute de 239 degC (SEI 2012)

A precipitaccedilatildeo anual (P) no periacuteodo foi de 1233 mmano com excedente hiacutedrico

(EXC) de 152 mmano verificado entre maio e agosto A evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETP)

foi da ordem de 1246 mmano (Tabela 04 e Figura 02) A deficiecircncia de aacutegua no solo eacute maior

no mecircs de janeiro (Figura 03)

Tabela 04 - Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia

Mecircs T

(ordmC)

P

(mm) ETP

ARM

(mm)

ETR

(mm)

DEF

(mm)

EXC

(mm)

Jan 256 62 134 13 75 59 0

Fev 246 74 109 9 78 31 0

Mar 257 118 133 8 119 14 0

Abr 249 152 112 47 112 0 0

Maio 236 175 95 100 95 0 27

Jun 227 143 80 100 80 0 63

Jul 210 117 65 100 65 0 52

Ago 217 82 73 100 73 0 9

Set 226 60 83 80 80 2 0

Out 242 63 109 50 93 17 0

Nov 248 87 118 37 100 18 0

Dez 254 100 135 26 111 24 0

Totais 2868 1233 1246 669 1081 165 152

Meacutedias 239 103 104 56 90 14 13 Nota Meacutedias Climatoloacutegicas de 1961 a 1990 T = Temperatura P = Precipitaccedilatildeo ETP = Evapotranspiraccedilatildeo

Potencial ETR = Evapotranspiraccedilatildeo Real DEF = Deacutefcit EXC = Excedente Hiacutedrico

Fonte EMBRAPA 2015

20

Figura 02 - Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 1990

Fonte EMBRAPA 2015

Figura 03 - Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas -

BA

Fonte EMBRAPA 2015

21

232 Solos

De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-

BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico

Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas

destes satildeo descritos a seguir

Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu

Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais

extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e

dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da

parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo

necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem

22

Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave

ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito

intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com

perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser

distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a

agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo

possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na

porccedilatildeo sul do municiacutepio

Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei

iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um

horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas

proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de

drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena

ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca

233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra

A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu

permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea

destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que

a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos

hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo

O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas

com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas

formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de

Catu (Figura 04)

Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes

supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais

podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas

de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o

municiacutepio (Figura 05)

23

A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das

principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande

parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas

O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de

uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas

machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)

Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu

234 Geomorfologia

O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de

dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais

caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir

24

Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas

desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante

convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da

tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees

geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos

formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100

metros

Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees

sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos

Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu

235 Hidrografia

O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo

Norte (SEI 2012)

25

Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)

Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado

pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de

reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos

superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados

236 Geologia local

A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que

engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos

mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

(Figura 07)

Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu

26

2361 Grupo Ilhas

As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena

expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do

Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em

ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua

maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi

subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe

A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem

selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza

esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a

Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos

arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim

(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute

caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo

Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do

Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem

caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de

petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a

Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a

meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al

1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro

sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e

Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos

e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador

A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de

granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se

como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e

sotopondo-se de forma concordante agrave mesma

2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute

A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos

por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute

27

constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de

Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al

1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros

Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes

O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e

siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo

subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e

apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que

variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de

cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos

de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma

seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com

a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das

caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas

O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a

maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos

agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos

e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato

inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos

apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com

o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-

esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados

(VIANA et al 1971)

O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo

amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL

1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com

estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O

contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares

discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e

holocecircnicos

28

2363 Formaccedilatildeo Marizal

As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte

e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)

A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados

(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos

apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-

avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e

cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos

e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de

maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo

cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de

granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos

ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de

gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos

A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a

um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte

isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)

Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos

municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica

2364 Grupo Barreiras

O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e

marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a

partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)

De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido

em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea

do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura

07)

No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma

antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas

(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia

29

sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado

relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)

A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e

siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo

consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS

BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)

A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos

de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute

caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo

superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos

conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando

tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A

porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas

camadas de siltitos

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em

duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e

aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)

237 Hidrogeologia local

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras

De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito

reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas

subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um

sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da

variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que

abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por

um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por

sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que

30

predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE

1999)

O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais

provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo

Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas

laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de

chuvas

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal

O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de

aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa

predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo

basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em

condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)

Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia

angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da

aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a

sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e

surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo

A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo

vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as

estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras

nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo

O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo

baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas

predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras

que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees

em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em

31

discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar

contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)

O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos

caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE

1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas

de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre

predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo

mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo

nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se

encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras

Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo

duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos

e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local

o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base

ou seja os rios e riachos da regiatildeo

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas

O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas

possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu

(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de

600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia

do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees

facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea

de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a

mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o

armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)

O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado

possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical

profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)

32

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos

A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do

SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi

possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH

estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do

desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia

aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos

Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros

observados

Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade

mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O

niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu

355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo

surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada

uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana

de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo

TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo

miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)

Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu

apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com

maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana

de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3

respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de

1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21

poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente

a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor

maacuteximo (Tabela 05)

33

Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados

Coluna1 PROF

(m)

NE

(m)

ND

(m)

Vazatildeo TB

(msup3h)

STD

(mgl)

Dureza

(mgl CaCO3)

CE

(microScm)

PH

-

Turbidez

(NTU)

Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93

Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43

Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29

Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214

Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590

Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38

Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01

Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000

Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250

Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

2381 Potenciometria

O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos

referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do

fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga

O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa

(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas

regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais

cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam

como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)

34

Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu

35

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA

A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem

sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem

como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de

energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num

elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como

aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em

6 de maio de 1968

Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as

atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega

principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos

galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os

oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos

animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e

transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as

plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os

dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais

(CONSELHO DA EUROPA 1968)

A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de

aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca

de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das

aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os

aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da

aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no

planeta (HIRATA 2000)

O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua

doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta

aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas

cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao

crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo

descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)

Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos

devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como

36

citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra

encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas

subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em

todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas

em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades

supridas pelo manancial subterracircneordquo

Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra

preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou

as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a

duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na

manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas

subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que

constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud

ABAS 2015)

Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva

ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades

rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)

Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave

aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor

influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de

uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem

melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes

poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e

outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)

De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61

da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que

6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos

profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY

MATOS 2002)

37

32 AQUIacuteFERO

Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo

n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo

hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras

ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)

Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros

quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros

(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)

Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso

fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos

citados (Quadro 01)

Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos

Tipo Principais caracteriacutesticas

Poroso

Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos

inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos

poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo

variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre

acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos

permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua

flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de

pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)

Fissural

Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a

circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao

movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute

relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo

permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui

onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas

a direccedilotildees preferenciais

Caacuterstico

Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua

ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram

da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos

com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

38

Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas

hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo

submetidos

O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado

superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa

permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele

constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas

impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior

que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero

livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil

devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)

39

Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

33 QUALIDADE DA AacuteGUA

A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume

(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das

aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos

aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima

composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da

contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo

a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos

efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os

elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua

classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos

para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)

Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso

ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A

Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle

e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art

5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

Figura 24 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu54

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu55

Figura 26 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu56

Figura 27 ndash Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu57

Figura 28 ndash Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu57

Figura 29 ndash Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas60

Figura 30 ndash Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de

Catu62

Figura 31 ndash Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o

USSL64

Figura 32 ndash Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura

(USSL)65

Figura 33 ndash Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestria66

LISTA DE QUADROS

Quadro 01 ndash Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos37

Quadro 02 ndash Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades40

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 ndash Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 201017

Tabela 02 ndash Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 201218

Tabela 03 ndash Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade

econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 201018

Tabela 04 ndash Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia19

Tabela 05 ndash Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados33

Tabela 06 ndash Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson58

Tabela 07 ndash Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)61

Tabela 08 ndash Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu63

Tabela 09 ndash Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory64

Tabela 10 ndash Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo

industrial67

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BA ndash BAHIA

CERB ndash Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia

CNRH ndash Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos

CONAMA ndash Conselho Nacional do Meio Ambiente

CPRM ndash Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais

FUNCEME ndash Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia e Recursos Hiacutedricos

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano municipal

INMET ndash Instituto Nacional de Meteorologia

PERH ndash Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos

PIB ndash Produto Interno Bruto

SEI ndash Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia

SIAGAS - Sistema de Informaccedilotildees de Aacuteguas Subterracircneas

STD ndash Solidos Totais Dissolvidos

USSL ndash United State Salinity Laboratory

UTM ndash Universal Transversa de Mercator

VMP ndash Valor Maacuteximo Permissiacutevel

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO14

2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO16

21 Localizaccedilatildeo e acesso16

22 Aspectos socioeconocircmicos17

23 Clima e aspectos fisiograacuteficos19

231 Clima19

232 Solos21

233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra22

234 Geomorfologia23

235 Hidrografia24

236 Geologia local25

2361 Grupo Ilhas26

2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo26

2363 Formaccedilatildeo Marizal28

2364 Grupo Barreiras28

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos29

237 Hidrogeologia local29

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras29

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal30

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo30

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas31

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos32

2392 Potenciometria33

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA35

31 Aacutegua subterracircnea35

32 Aquiacutefero37

33 Qualidade da aacutegua39

4 METODOLOGIA40

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas40

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios41

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua41

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees42

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA43

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos43

511 Cloreto43

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)44

513 Ferro Total49

514 Nitrato52

515 Sulfato53

516 Bicarbonato55

517 Fluoreto56

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea58

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica59

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo

da salinidade59

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano62

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo64

534 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para fabricaccedilatildeo de cerveja bebida e suco de

frutas65

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS68

REFEREcircNCIAS

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas tem crescido de forma significativa nos uacuteltimos

tempos A exploraccedilatildeo crescente deste recurso eacute explicada por diversos fatores dentre os

quais geralmente apresentam qualidade superior agraves aacuteguas superficiais Vaacuterias cidades

brasileiras abastecem-se de aacutegua subterracircnea de forma exclusiva ou complementar As aacuteguas

subterracircneas distribuem-se nos diferentes aquiacuteferos que satildeo reservatoacuterios responsaacuteveis pelo

armazenamento da maior parte da aacutegua doce - no estado liacutequido da Terra

A exploraccedilatildeo da aacutegua subterracircnea estaacute condicionada a fatores quantitativos (intimamente

ligada agrave condutividade hidraacuteulica e ao coeficiente de armazenamento dos terrenos)

qualitativos (influenciada pela composiccedilatildeo das rochas e condiccedilotildees climaacuteticas e de renovaccedilatildeo

das aacuteguas) e econocircmicos (depende da profundidade do aquiacutefero e das condiccedilotildees de

bombeamento) (LEAL 1999) De acordo com Santos (2000 p 81) ldquoa disponibilidade dos

recursos hiacutedricos subterracircneos para determinados tipos de uso depende fundamentalmente da

qualidade fiacutesico-quiacutemica bioloacutegica e radioloacutegicardquo Neste contexto as anaacutelises de qualidade

das aacuteguas satildeo de suma importacircncia uma vez que concentraccedilotildees anocircmalas de determinados

componentes podem oferecer riscos agrave sauacutede humana inviabilizando a sua utilizaccedilatildeo

A aacuterea escolhida para o desenvolvimento desta pesquisa corresponde ao periacutemetro do

municiacutepio de Catu localizado no Estado da Bahia Este assim como muitos outros municiacutepios

brasileiros utiliza as aacuteguas subterracircneas captadas por meio de poccedilos para abastecer escolas

propriedades rurais hospitais dentre outros estabelecimentos As aacuteguas subterracircneas

distribuem-se nos diferentes sistemas aquiacuteferos presentes no municiacutepio distintos por suas

caracteriacutesticas hidrogeoloacutegicas como por exemplo composiccedilatildeo litoloacutegica e forma de

circulaccedilatildeo da aacutegua as quais se refletem na sua produtividade

O objetivo geral deste trabalho consiste em realizar um estudo qualitativo das aacuteguas

subterracircneas captadas por meio de poccedilos nesse municiacutepio Quanto aos objetivos especiacuteficos

podem-se citar os seguintes

Classificar as aacuteguas subterracircneas da regiatildeo com base nos paracircmetros quiacutemicos (caacutelcio

magneacutesio soacutedio potaacutessio sulfato bicarbonato e cloreto) das amostras

Avaliar a qualidade (potabilidade) das aacuteguas subterracircneas comparando os valores dos

dados fiacutesico-quiacutemicos das mesmas com os valores maacuteximos permissiacuteveis (VMP) de

cada componente definidos pela portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil

2011)

Estabelecer as relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas ndash faacutecies hidroquiacutemicas

15

Classificar as aacuteguas subterracircneas levando em consideraccedilatildeo os iacutendices de salinidade

definidos pela Resoluccedilatildeo Nordm 357 de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente

(CONAMA 2005)

Avaliar a qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo para a fabricaccedilatildeo de cerveja bebidas e

suco de frutas

Analisar as relaccedilotildees existentes entre os diversos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das aacuteguas

subterracircneas por meio da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

Estabelecer um sumaacuterio estatiacutestico com os valores analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas

Visando atingir os objetivos foi adotado um procedimento metodoloacutegico dividido em 4

etapas i) levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas ii) coleta anaacutelise e

tratamento de dados secundaacuterios iii) classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da

aacutegua iv) anaacutelises e interpretaccedilotildees As etapas metodoloacutegicas estatildeo detalhadas no quarto

capiacutetulo

Por uacuteltimo segue a apresentaccedilatildeo desta monografia que se encontra dividida em cinco

capiacutetulos O primeiro trata da introduccedilatildeo ora apresentada No segundo capiacutetulo eacute feito uma

caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo nos seus aspectos ambientais histoacuterico e econocircmico O

terceiro capiacutetulo apresenta uma breve discussatildeo conceitual dos termos utilizados nesta

pesquisa a saber aacuteguas subterracircneas aquiacuteferos e qualidade da aacutegua O quarto capiacutetulo refere-

se agrave metodologia adotada com a descriccedilatildeo das atividades e teacutecnicas utilizadas em cada etapa

realizada Os resultados da pesquisa satildeo apresentados analisados e discutidos no capiacutetulo

cinco atendendo aos objetivos expostos neste capiacutetulo introdutoacuterio Por uacuteltimo apresentam-

se as consideraccedilotildees finais da pesquisa

16

2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO

21 LOCALIZACcedilAtildeO E ACESSO

A aacuterea de estudo situa-se na porccedilatildeo Leste do Estado da Bahia e abrange os limites

territoriais do municiacutepio de Catu O municiacutepio possui uma aacuterea de 416216 kmsup2 e uma

populaccedilatildeo total de 51077 habitantes (IBGE 2010) Catu localiza-se entre as coordenadas

geograacuteficas 12deg10rsquo0rdquo e 12deg30rsquo0rdquo de latitude sul e 38deg15rsquo0rdquo e 38deg35rsquo0rdquo de longitude oeste e

limita-se com os municiacutepios de Araccedilaacutes e Pojuca a leste Satildeo Sebastiatildeo do Passeacute ao sul

Teodoro Sampaio e Terra Nova a oeste e Alagoinhas ao norte (Figura 01)

O principal acesso a cidade de Catu que dista 82 Km ao norte da capital baiana eacute

efetuado pelas rodovias federais BR-324 e BR-110 (no Km 354)

Figura 01 - Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu ndash BA

17

22 ASPECTOS SOCIOECONOcircMICOS

O municiacutepio foi criado pela Lei provincial ndeg 1058 de 26 de junho de 1868 com a

denominaccedilatildeo de Santana do Catu com territoacuterio desmembrado da entatildeo denominada Vila de

Satildeo Francisco ocorrendo sua instalaccedilatildeo em 6 de marccedilo de 1877 Em 23 de junho de 1931 o

nome Santana de Catu foi simplificado pelo Decreto estadual nuacutemero 7455 e ratificado pelo

de nuacutemero 7479 em 8 de julho do mesmo ano Em 30 de marccedilo de 1938 foi elevado agrave

categoria de Cidade Desde o Decreto estadual ndeg 11089 de 30 de novembro de 1938 que o

municiacutepio eacute formado por trecircs distritos Catu (sede) Bela Flor e Siacutetio Novo (INSTITUTO DE

URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL 1974)

Catu possui uma populaccedilatildeo de 51077 habitantes destes 42755 residem na zona

urbana e 8322 na zona rural (Tabela 01) A populaccedilatildeo catuense eacute composta por 26261

mulheres e 24816 homens

Tabela 01 - Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2010

Municiacutepio

Populaccedilatildeo Aacuterea

(km2)

Densidade

Demograacutefica

(habkm2) Urbana Rural Homens Mulheres Total

Catu

42755

8322

24816

26261

51077

416216

12272

Fonte IBGE 2010

Nos uacuteltimos dez anos o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de

Catu passou de baixo para meacutedio Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil

em 2000 o municiacutepio apresentava IDHM igual a 0536 Jaacute em 2010 o nuacutemero chegou a

0677 (17ordf posiccedilatildeo no ranking da Bahia) (ATLAS BRASIL 2013)

O Produto Interno Bruto (PIB) municipal eacute de 474888 mil reais (46ordf posiccedilatildeo no

ranking da Bahia) (IBGE 2012) O PIB per capita eacute superior agrave meacutedia do Estado da Bahia

(777507) alcanccedilando 917943 mil reais (IBGE 2012) O setor de serviccedilos eacute responsaacutevel por

pouco mais da metade do total do valor adicionado municipal (56) Jaacute a induacutestria responde

por 41 e a agropecuaacuteria representa 3 (Tabela 02)

18

Tabela 02 - Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2012

ANO

Valor Adicionado

Agropecuaacuteria Induacutestria Serviccedilos

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

2012 12159 3 179628 41 245942 56

Fonte IBGE 2012

Em 2010 o setor de atividade econocircmica extrativa mineral destacou-se como o setor

com o maior nuacutemero de pessoas ocupadas no mercado formal de trabalho (1837) (Tabela 03)

Em segundo lugar estaacute o setor de serviccedilos responsaacutevel por 2393 dos viacutenculos

empregatiacutecios

Tabela 03 - Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade

econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 2010

Setor de atividade Quantidade de pessoas

Extrativa Mineral 1837

Induacutestria de transformaccedilatildeo 537

Serviccedilos induacutestrias de atividade puacuteblica 100

Construccedilatildeo Civil 216

Comeacutercio 1573

Serviccedilos 1796

Administraccedilatildeo Puacuteblica 1388

Agropecuaacuteria extrativa vegetal caccedila pesca 57

Fonte SEI 2012

De acordo com os dados de produccedilatildeo agriacutecola referente ao ano de 2013 publicados

pelo IBGE o principal produto cultivado em Catu eacute a mandioca (quantidade produzida 6000

toneladas) (IBGE 2014) Tambeacutem satildeo produzidos no municiacutepio os seguintes produtos

laranja milho feijatildeo coco-da-baiacutea banana e o amendoim Na pecuaacuteria sobressaem-se os

rebanhos bovinos (20817 cabeccedilas) e tambeacutem a criaccedilatildeo de galinaacuteceos (galinhas galos

frangas frangos e pintos) (77247 cabeccedilas) (IBGE 2014)

19

23 CLIMA E ASPECTOS FISIOGRAacuteFICOS

231 Clima

O clima atuante no municiacutepio tendo como base os dados da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de

Alagoinhas - a mais proacutexima de Catu eacute do tipo Uacutemido a Subuacutemido com iacutendice hiacutedrico de

20 a 0 excedente hiacutedrico entre 50 mm a 300 mm e com chuvas concentradas no periacuteodo

de outono-inverno (SEI 1998) A temperatura meacutedia anual eacute de 239 degC (SEI 2012)

A precipitaccedilatildeo anual (P) no periacuteodo foi de 1233 mmano com excedente hiacutedrico

(EXC) de 152 mmano verificado entre maio e agosto A evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETP)

foi da ordem de 1246 mmano (Tabela 04 e Figura 02) A deficiecircncia de aacutegua no solo eacute maior

no mecircs de janeiro (Figura 03)

Tabela 04 - Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia

Mecircs T

(ordmC)

P

(mm) ETP

ARM

(mm)

ETR

(mm)

DEF

(mm)

EXC

(mm)

Jan 256 62 134 13 75 59 0

Fev 246 74 109 9 78 31 0

Mar 257 118 133 8 119 14 0

Abr 249 152 112 47 112 0 0

Maio 236 175 95 100 95 0 27

Jun 227 143 80 100 80 0 63

Jul 210 117 65 100 65 0 52

Ago 217 82 73 100 73 0 9

Set 226 60 83 80 80 2 0

Out 242 63 109 50 93 17 0

Nov 248 87 118 37 100 18 0

Dez 254 100 135 26 111 24 0

Totais 2868 1233 1246 669 1081 165 152

Meacutedias 239 103 104 56 90 14 13 Nota Meacutedias Climatoloacutegicas de 1961 a 1990 T = Temperatura P = Precipitaccedilatildeo ETP = Evapotranspiraccedilatildeo

Potencial ETR = Evapotranspiraccedilatildeo Real DEF = Deacutefcit EXC = Excedente Hiacutedrico

Fonte EMBRAPA 2015

20

Figura 02 - Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 1990

Fonte EMBRAPA 2015

Figura 03 - Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas -

BA

Fonte EMBRAPA 2015

21

232 Solos

De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-

BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico

Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas

destes satildeo descritos a seguir

Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu

Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais

extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e

dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da

parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo

necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem

22

Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave

ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito

intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com

perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser

distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a

agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo

possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na

porccedilatildeo sul do municiacutepio

Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei

iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um

horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas

proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de

drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena

ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca

233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra

A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu

permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea

destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que

a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos

hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo

O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas

com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas

formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de

Catu (Figura 04)

Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes

supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais

podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas

de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o

municiacutepio (Figura 05)

23

A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das

principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande

parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas

O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de

uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas

machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)

Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu

234 Geomorfologia

O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de

dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais

caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir

24

Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas

desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante

convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da

tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees

geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos

formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100

metros

Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees

sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos

Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu

235 Hidrografia

O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo

Norte (SEI 2012)

25

Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)

Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado

pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de

reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos

superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados

236 Geologia local

A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que

engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos

mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

(Figura 07)

Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu

26

2361 Grupo Ilhas

As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena

expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do

Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em

ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua

maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi

subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe

A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem

selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza

esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a

Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos

arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim

(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute

caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo

Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do

Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem

caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de

petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a

Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a

meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al

1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro

sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e

Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos

e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador

A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de

granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se

como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e

sotopondo-se de forma concordante agrave mesma

2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute

A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos

por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute

27

constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de

Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al

1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros

Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes

O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e

siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo

subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e

apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que

variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de

cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos

de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma

seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com

a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das

caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas

O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a

maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos

agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos

e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato

inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos

apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com

o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-

esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados

(VIANA et al 1971)

O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo

amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL

1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com

estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O

contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares

discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e

holocecircnicos

28

2363 Formaccedilatildeo Marizal

As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte

e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)

A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados

(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos

apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-

avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e

cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos

e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de

maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo

cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de

granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos

ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de

gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos

A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a

um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte

isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)

Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos

municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica

2364 Grupo Barreiras

O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e

marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a

partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)

De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido

em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea

do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura

07)

No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma

antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas

(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia

29

sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado

relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)

A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e

siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo

consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS

BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)

A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos

de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute

caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo

superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos

conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando

tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A

porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas

camadas de siltitos

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em

duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e

aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)

237 Hidrogeologia local

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras

De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito

reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas

subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um

sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da

variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que

abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por

um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por

sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que

30

predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE

1999)

O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais

provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo

Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas

laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de

chuvas

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal

O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de

aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa

predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo

basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em

condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)

Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia

angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da

aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a

sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e

surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo

A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo

vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as

estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras

nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo

O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo

baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas

predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras

que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees

em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em

31

discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar

contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)

O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos

caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE

1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas

de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre

predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo

mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo

nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se

encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras

Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo

duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos

e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local

o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base

ou seja os rios e riachos da regiatildeo

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas

O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas

possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu

(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de

600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia

do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees

facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea

de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a

mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o

armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)

O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado

possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical

profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)

32

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos

A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do

SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi

possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH

estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do

desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia

aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos

Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros

observados

Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade

mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O

niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu

355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo

surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada

uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana

de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo

TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo

miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)

Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu

apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com

maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana

de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3

respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de

1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21

poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente

a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor

maacuteximo (Tabela 05)

33

Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados

Coluna1 PROF

(m)

NE

(m)

ND

(m)

Vazatildeo TB

(msup3h)

STD

(mgl)

Dureza

(mgl CaCO3)

CE

(microScm)

PH

-

Turbidez

(NTU)

Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93

Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43

Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29

Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214

Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590

Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38

Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01

Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000

Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250

Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

2381 Potenciometria

O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos

referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do

fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga

O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa

(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas

regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais

cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam

como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)

34

Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu

35

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA

A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem

sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem

como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de

energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num

elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como

aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em

6 de maio de 1968

Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as

atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega

principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos

galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os

oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos

animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e

transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as

plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os

dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais

(CONSELHO DA EUROPA 1968)

A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de

aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca

de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das

aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os

aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da

aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no

planeta (HIRATA 2000)

O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua

doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta

aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas

cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao

crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo

descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)

Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos

devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como

36

citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra

encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas

subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em

todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas

em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades

supridas pelo manancial subterracircneordquo

Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra

preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou

as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a

duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na

manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas

subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que

constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud

ABAS 2015)

Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva

ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades

rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)

Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave

aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor

influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de

uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem

melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes

poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e

outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)

De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61

da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que

6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos

profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY

MATOS 2002)

37

32 AQUIacuteFERO

Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo

n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo

hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras

ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)

Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros

quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros

(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)

Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso

fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos

citados (Quadro 01)

Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos

Tipo Principais caracteriacutesticas

Poroso

Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos

inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos

poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo

variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre

acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos

permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua

flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de

pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)

Fissural

Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a

circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao

movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute

relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo

permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui

onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas

a direccedilotildees preferenciais

Caacuterstico

Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua

ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram

da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos

com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

38

Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas

hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo

submetidos

O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado

superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa

permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele

constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas

impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior

que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero

livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil

devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)

39

Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

33 QUALIDADE DA AacuteGUA

A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume

(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das

aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos

aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima

composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da

contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo

a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos

efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os

elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua

classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos

para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)

Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso

ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A

Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle

e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art

5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

LISTA DE QUADROS

Quadro 01 ndash Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos37

Quadro 02 ndash Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades40

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 ndash Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 201017

Tabela 02 ndash Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 201218

Tabela 03 ndash Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade

econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 201018

Tabela 04 ndash Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia19

Tabela 05 ndash Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados33

Tabela 06 ndash Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson58

Tabela 07 ndash Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)61

Tabela 08 ndash Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu63

Tabela 09 ndash Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory64

Tabela 10 ndash Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo

industrial67

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BA ndash BAHIA

CERB ndash Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia

CNRH ndash Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos

CONAMA ndash Conselho Nacional do Meio Ambiente

CPRM ndash Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais

FUNCEME ndash Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia e Recursos Hiacutedricos

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano municipal

INMET ndash Instituto Nacional de Meteorologia

PERH ndash Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos

PIB ndash Produto Interno Bruto

SEI ndash Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia

SIAGAS - Sistema de Informaccedilotildees de Aacuteguas Subterracircneas

STD ndash Solidos Totais Dissolvidos

USSL ndash United State Salinity Laboratory

UTM ndash Universal Transversa de Mercator

VMP ndash Valor Maacuteximo Permissiacutevel

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO14

2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO16

21 Localizaccedilatildeo e acesso16

22 Aspectos socioeconocircmicos17

23 Clima e aspectos fisiograacuteficos19

231 Clima19

232 Solos21

233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra22

234 Geomorfologia23

235 Hidrografia24

236 Geologia local25

2361 Grupo Ilhas26

2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo26

2363 Formaccedilatildeo Marizal28

2364 Grupo Barreiras28

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos29

237 Hidrogeologia local29

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras29

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal30

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo30

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas31

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos32

2392 Potenciometria33

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA35

31 Aacutegua subterracircnea35

32 Aquiacutefero37

33 Qualidade da aacutegua39

4 METODOLOGIA40

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas40

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios41

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua41

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees42

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA43

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos43

511 Cloreto43

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)44

513 Ferro Total49

514 Nitrato52

515 Sulfato53

516 Bicarbonato55

517 Fluoreto56

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea58

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica59

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo

da salinidade59

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano62

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo64

534 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para fabricaccedilatildeo de cerveja bebida e suco de

frutas65

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS68

REFEREcircNCIAS

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas tem crescido de forma significativa nos uacuteltimos

tempos A exploraccedilatildeo crescente deste recurso eacute explicada por diversos fatores dentre os

quais geralmente apresentam qualidade superior agraves aacuteguas superficiais Vaacuterias cidades

brasileiras abastecem-se de aacutegua subterracircnea de forma exclusiva ou complementar As aacuteguas

subterracircneas distribuem-se nos diferentes aquiacuteferos que satildeo reservatoacuterios responsaacuteveis pelo

armazenamento da maior parte da aacutegua doce - no estado liacutequido da Terra

A exploraccedilatildeo da aacutegua subterracircnea estaacute condicionada a fatores quantitativos (intimamente

ligada agrave condutividade hidraacuteulica e ao coeficiente de armazenamento dos terrenos)

qualitativos (influenciada pela composiccedilatildeo das rochas e condiccedilotildees climaacuteticas e de renovaccedilatildeo

das aacuteguas) e econocircmicos (depende da profundidade do aquiacutefero e das condiccedilotildees de

bombeamento) (LEAL 1999) De acordo com Santos (2000 p 81) ldquoa disponibilidade dos

recursos hiacutedricos subterracircneos para determinados tipos de uso depende fundamentalmente da

qualidade fiacutesico-quiacutemica bioloacutegica e radioloacutegicardquo Neste contexto as anaacutelises de qualidade

das aacuteguas satildeo de suma importacircncia uma vez que concentraccedilotildees anocircmalas de determinados

componentes podem oferecer riscos agrave sauacutede humana inviabilizando a sua utilizaccedilatildeo

A aacuterea escolhida para o desenvolvimento desta pesquisa corresponde ao periacutemetro do

municiacutepio de Catu localizado no Estado da Bahia Este assim como muitos outros municiacutepios

brasileiros utiliza as aacuteguas subterracircneas captadas por meio de poccedilos para abastecer escolas

propriedades rurais hospitais dentre outros estabelecimentos As aacuteguas subterracircneas

distribuem-se nos diferentes sistemas aquiacuteferos presentes no municiacutepio distintos por suas

caracteriacutesticas hidrogeoloacutegicas como por exemplo composiccedilatildeo litoloacutegica e forma de

circulaccedilatildeo da aacutegua as quais se refletem na sua produtividade

O objetivo geral deste trabalho consiste em realizar um estudo qualitativo das aacuteguas

subterracircneas captadas por meio de poccedilos nesse municiacutepio Quanto aos objetivos especiacuteficos

podem-se citar os seguintes

Classificar as aacuteguas subterracircneas da regiatildeo com base nos paracircmetros quiacutemicos (caacutelcio

magneacutesio soacutedio potaacutessio sulfato bicarbonato e cloreto) das amostras

Avaliar a qualidade (potabilidade) das aacuteguas subterracircneas comparando os valores dos

dados fiacutesico-quiacutemicos das mesmas com os valores maacuteximos permissiacuteveis (VMP) de

cada componente definidos pela portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil

2011)

Estabelecer as relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas ndash faacutecies hidroquiacutemicas

15

Classificar as aacuteguas subterracircneas levando em consideraccedilatildeo os iacutendices de salinidade

definidos pela Resoluccedilatildeo Nordm 357 de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente

(CONAMA 2005)

Avaliar a qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo para a fabricaccedilatildeo de cerveja bebidas e

suco de frutas

Analisar as relaccedilotildees existentes entre os diversos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das aacuteguas

subterracircneas por meio da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

Estabelecer um sumaacuterio estatiacutestico com os valores analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas

Visando atingir os objetivos foi adotado um procedimento metodoloacutegico dividido em 4

etapas i) levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas ii) coleta anaacutelise e

tratamento de dados secundaacuterios iii) classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da

aacutegua iv) anaacutelises e interpretaccedilotildees As etapas metodoloacutegicas estatildeo detalhadas no quarto

capiacutetulo

Por uacuteltimo segue a apresentaccedilatildeo desta monografia que se encontra dividida em cinco

capiacutetulos O primeiro trata da introduccedilatildeo ora apresentada No segundo capiacutetulo eacute feito uma

caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo nos seus aspectos ambientais histoacuterico e econocircmico O

terceiro capiacutetulo apresenta uma breve discussatildeo conceitual dos termos utilizados nesta

pesquisa a saber aacuteguas subterracircneas aquiacuteferos e qualidade da aacutegua O quarto capiacutetulo refere-

se agrave metodologia adotada com a descriccedilatildeo das atividades e teacutecnicas utilizadas em cada etapa

realizada Os resultados da pesquisa satildeo apresentados analisados e discutidos no capiacutetulo

cinco atendendo aos objetivos expostos neste capiacutetulo introdutoacuterio Por uacuteltimo apresentam-

se as consideraccedilotildees finais da pesquisa

16

2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO

21 LOCALIZACcedilAtildeO E ACESSO

A aacuterea de estudo situa-se na porccedilatildeo Leste do Estado da Bahia e abrange os limites

territoriais do municiacutepio de Catu O municiacutepio possui uma aacuterea de 416216 kmsup2 e uma

populaccedilatildeo total de 51077 habitantes (IBGE 2010) Catu localiza-se entre as coordenadas

geograacuteficas 12deg10rsquo0rdquo e 12deg30rsquo0rdquo de latitude sul e 38deg15rsquo0rdquo e 38deg35rsquo0rdquo de longitude oeste e

limita-se com os municiacutepios de Araccedilaacutes e Pojuca a leste Satildeo Sebastiatildeo do Passeacute ao sul

Teodoro Sampaio e Terra Nova a oeste e Alagoinhas ao norte (Figura 01)

O principal acesso a cidade de Catu que dista 82 Km ao norte da capital baiana eacute

efetuado pelas rodovias federais BR-324 e BR-110 (no Km 354)

Figura 01 - Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu ndash BA

17

22 ASPECTOS SOCIOECONOcircMICOS

O municiacutepio foi criado pela Lei provincial ndeg 1058 de 26 de junho de 1868 com a

denominaccedilatildeo de Santana do Catu com territoacuterio desmembrado da entatildeo denominada Vila de

Satildeo Francisco ocorrendo sua instalaccedilatildeo em 6 de marccedilo de 1877 Em 23 de junho de 1931 o

nome Santana de Catu foi simplificado pelo Decreto estadual nuacutemero 7455 e ratificado pelo

de nuacutemero 7479 em 8 de julho do mesmo ano Em 30 de marccedilo de 1938 foi elevado agrave

categoria de Cidade Desde o Decreto estadual ndeg 11089 de 30 de novembro de 1938 que o

municiacutepio eacute formado por trecircs distritos Catu (sede) Bela Flor e Siacutetio Novo (INSTITUTO DE

URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL 1974)

Catu possui uma populaccedilatildeo de 51077 habitantes destes 42755 residem na zona

urbana e 8322 na zona rural (Tabela 01) A populaccedilatildeo catuense eacute composta por 26261

mulheres e 24816 homens

Tabela 01 - Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2010

Municiacutepio

Populaccedilatildeo Aacuterea

(km2)

Densidade

Demograacutefica

(habkm2) Urbana Rural Homens Mulheres Total

Catu

42755

8322

24816

26261

51077

416216

12272

Fonte IBGE 2010

Nos uacuteltimos dez anos o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de

Catu passou de baixo para meacutedio Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil

em 2000 o municiacutepio apresentava IDHM igual a 0536 Jaacute em 2010 o nuacutemero chegou a

0677 (17ordf posiccedilatildeo no ranking da Bahia) (ATLAS BRASIL 2013)

O Produto Interno Bruto (PIB) municipal eacute de 474888 mil reais (46ordf posiccedilatildeo no

ranking da Bahia) (IBGE 2012) O PIB per capita eacute superior agrave meacutedia do Estado da Bahia

(777507) alcanccedilando 917943 mil reais (IBGE 2012) O setor de serviccedilos eacute responsaacutevel por

pouco mais da metade do total do valor adicionado municipal (56) Jaacute a induacutestria responde

por 41 e a agropecuaacuteria representa 3 (Tabela 02)

18

Tabela 02 - Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2012

ANO

Valor Adicionado

Agropecuaacuteria Induacutestria Serviccedilos

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

2012 12159 3 179628 41 245942 56

Fonte IBGE 2012

Em 2010 o setor de atividade econocircmica extrativa mineral destacou-se como o setor

com o maior nuacutemero de pessoas ocupadas no mercado formal de trabalho (1837) (Tabela 03)

Em segundo lugar estaacute o setor de serviccedilos responsaacutevel por 2393 dos viacutenculos

empregatiacutecios

Tabela 03 - Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade

econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 2010

Setor de atividade Quantidade de pessoas

Extrativa Mineral 1837

Induacutestria de transformaccedilatildeo 537

Serviccedilos induacutestrias de atividade puacuteblica 100

Construccedilatildeo Civil 216

Comeacutercio 1573

Serviccedilos 1796

Administraccedilatildeo Puacuteblica 1388

Agropecuaacuteria extrativa vegetal caccedila pesca 57

Fonte SEI 2012

De acordo com os dados de produccedilatildeo agriacutecola referente ao ano de 2013 publicados

pelo IBGE o principal produto cultivado em Catu eacute a mandioca (quantidade produzida 6000

toneladas) (IBGE 2014) Tambeacutem satildeo produzidos no municiacutepio os seguintes produtos

laranja milho feijatildeo coco-da-baiacutea banana e o amendoim Na pecuaacuteria sobressaem-se os

rebanhos bovinos (20817 cabeccedilas) e tambeacutem a criaccedilatildeo de galinaacuteceos (galinhas galos

frangas frangos e pintos) (77247 cabeccedilas) (IBGE 2014)

19

23 CLIMA E ASPECTOS FISIOGRAacuteFICOS

231 Clima

O clima atuante no municiacutepio tendo como base os dados da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de

Alagoinhas - a mais proacutexima de Catu eacute do tipo Uacutemido a Subuacutemido com iacutendice hiacutedrico de

20 a 0 excedente hiacutedrico entre 50 mm a 300 mm e com chuvas concentradas no periacuteodo

de outono-inverno (SEI 1998) A temperatura meacutedia anual eacute de 239 degC (SEI 2012)

A precipitaccedilatildeo anual (P) no periacuteodo foi de 1233 mmano com excedente hiacutedrico

(EXC) de 152 mmano verificado entre maio e agosto A evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETP)

foi da ordem de 1246 mmano (Tabela 04 e Figura 02) A deficiecircncia de aacutegua no solo eacute maior

no mecircs de janeiro (Figura 03)

Tabela 04 - Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia

Mecircs T

(ordmC)

P

(mm) ETP

ARM

(mm)

ETR

(mm)

DEF

(mm)

EXC

(mm)

Jan 256 62 134 13 75 59 0

Fev 246 74 109 9 78 31 0

Mar 257 118 133 8 119 14 0

Abr 249 152 112 47 112 0 0

Maio 236 175 95 100 95 0 27

Jun 227 143 80 100 80 0 63

Jul 210 117 65 100 65 0 52

Ago 217 82 73 100 73 0 9

Set 226 60 83 80 80 2 0

Out 242 63 109 50 93 17 0

Nov 248 87 118 37 100 18 0

Dez 254 100 135 26 111 24 0

Totais 2868 1233 1246 669 1081 165 152

Meacutedias 239 103 104 56 90 14 13 Nota Meacutedias Climatoloacutegicas de 1961 a 1990 T = Temperatura P = Precipitaccedilatildeo ETP = Evapotranspiraccedilatildeo

Potencial ETR = Evapotranspiraccedilatildeo Real DEF = Deacutefcit EXC = Excedente Hiacutedrico

Fonte EMBRAPA 2015

20

Figura 02 - Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 1990

Fonte EMBRAPA 2015

Figura 03 - Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas -

BA

Fonte EMBRAPA 2015

21

232 Solos

De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-

BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico

Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas

destes satildeo descritos a seguir

Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu

Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais

extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e

dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da

parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo

necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem

22

Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave

ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito

intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com

perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser

distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a

agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo

possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na

porccedilatildeo sul do municiacutepio

Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei

iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um

horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas

proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de

drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena

ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca

233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra

A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu

permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea

destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que

a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos

hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo

O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas

com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas

formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de

Catu (Figura 04)

Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes

supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais

podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas

de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o

municiacutepio (Figura 05)

23

A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das

principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande

parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas

O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de

uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas

machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)

Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu

234 Geomorfologia

O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de

dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais

caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir

24

Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas

desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante

convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da

tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees

geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos

formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100

metros

Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees

sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos

Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu

235 Hidrografia

O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo

Norte (SEI 2012)

25

Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)

Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado

pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de

reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos

superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados

236 Geologia local

A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que

engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos

mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

(Figura 07)

Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu

26

2361 Grupo Ilhas

As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena

expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do

Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em

ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua

maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi

subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe

A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem

selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza

esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a

Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos

arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim

(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute

caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo

Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do

Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem

caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de

petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a

Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a

meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al

1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro

sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e

Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos

e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador

A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de

granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se

como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e

sotopondo-se de forma concordante agrave mesma

2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute

A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos

por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute

27

constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de

Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al

1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros

Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes

O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e

siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo

subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e

apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que

variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de

cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos

de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma

seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com

a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das

caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas

O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a

maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos

agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos

e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato

inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos

apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com

o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-

esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados

(VIANA et al 1971)

O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo

amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL

1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com

estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O

contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares

discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e

holocecircnicos

28

2363 Formaccedilatildeo Marizal

As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte

e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)

A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados

(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos

apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-

avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e

cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos

e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de

maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo

cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de

granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos

ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de

gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos

A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a

um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte

isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)

Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos

municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica

2364 Grupo Barreiras

O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e

marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a

partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)

De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido

em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea

do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura

07)

No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma

antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas

(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia

29

sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado

relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)

A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e

siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo

consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS

BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)

A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos

de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute

caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo

superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos

conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando

tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A

porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas

camadas de siltitos

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em

duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e

aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)

237 Hidrogeologia local

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras

De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito

reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas

subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um

sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da

variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que

abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por

um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por

sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que

30

predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE

1999)

O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais

provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo

Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas

laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de

chuvas

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal

O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de

aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa

predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo

basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em

condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)

Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia

angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da

aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a

sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e

surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo

A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo

vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as

estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras

nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo

O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo

baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas

predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras

que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees

em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em

31

discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar

contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)

O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos

caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE

1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas

de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre

predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo

mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo

nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se

encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras

Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo

duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos

e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local

o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base

ou seja os rios e riachos da regiatildeo

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas

O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas

possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu

(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de

600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia

do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees

facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea

de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a

mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o

armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)

O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado

possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical

profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)

32

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos

A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do

SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi

possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH

estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do

desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia

aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos

Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros

observados

Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade

mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O

niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu

355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo

surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada

uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana

de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo

TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo

miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)

Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu

apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com

maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana

de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3

respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de

1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21

poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente

a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor

maacuteximo (Tabela 05)

33

Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados

Coluna1 PROF

(m)

NE

(m)

ND

(m)

Vazatildeo TB

(msup3h)

STD

(mgl)

Dureza

(mgl CaCO3)

CE

(microScm)

PH

-

Turbidez

(NTU)

Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93

Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43

Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29

Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214

Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590

Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38

Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01

Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000

Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250

Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

2381 Potenciometria

O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos

referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do

fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga

O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa

(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas

regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais

cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam

como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)

34

Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu

35

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA

A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem

sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem

como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de

energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num

elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como

aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em

6 de maio de 1968

Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as

atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega

principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos

galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os

oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos

animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e

transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as

plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os

dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais

(CONSELHO DA EUROPA 1968)

A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de

aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca

de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das

aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os

aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da

aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no

planeta (HIRATA 2000)

O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua

doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta

aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas

cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao

crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo

descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)

Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos

devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como

36

citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra

encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas

subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em

todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas

em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades

supridas pelo manancial subterracircneordquo

Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra

preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou

as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a

duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na

manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas

subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que

constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud

ABAS 2015)

Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva

ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades

rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)

Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave

aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor

influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de

uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem

melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes

poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e

outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)

De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61

da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que

6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos

profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY

MATOS 2002)

37

32 AQUIacuteFERO

Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo

n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo

hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras

ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)

Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros

quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros

(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)

Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso

fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos

citados (Quadro 01)

Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos

Tipo Principais caracteriacutesticas

Poroso

Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos

inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos

poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo

variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre

acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos

permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua

flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de

pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)

Fissural

Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a

circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao

movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute

relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo

permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui

onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas

a direccedilotildees preferenciais

Caacuterstico

Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua

ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram

da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos

com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

38

Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas

hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo

submetidos

O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado

superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa

permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele

constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas

impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior

que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero

livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil

devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)

39

Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

33 QUALIDADE DA AacuteGUA

A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume

(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das

aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos

aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima

composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da

contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo

a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos

efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os

elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua

classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos

para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)

Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso

ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A

Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle

e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art

5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BA ndash BAHIA

CERB ndash Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia

CNRH ndash Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos

CONAMA ndash Conselho Nacional do Meio Ambiente

CPRM ndash Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais

FUNCEME ndash Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia e Recursos Hiacutedricos

IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

IDHM ndash Iacutendice de Desenvolvimento Humano municipal

INMET ndash Instituto Nacional de Meteorologia

PERH ndash Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos

PIB ndash Produto Interno Bruto

SEI ndash Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia

SIAGAS - Sistema de Informaccedilotildees de Aacuteguas Subterracircneas

STD ndash Solidos Totais Dissolvidos

USSL ndash United State Salinity Laboratory

UTM ndash Universal Transversa de Mercator

VMP ndash Valor Maacuteximo Permissiacutevel

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO14

2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO16

21 Localizaccedilatildeo e acesso16

22 Aspectos socioeconocircmicos17

23 Clima e aspectos fisiograacuteficos19

231 Clima19

232 Solos21

233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra22

234 Geomorfologia23

235 Hidrografia24

236 Geologia local25

2361 Grupo Ilhas26

2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo26

2363 Formaccedilatildeo Marizal28

2364 Grupo Barreiras28

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos29

237 Hidrogeologia local29

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras29

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal30

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo30

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas31

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos32

2392 Potenciometria33

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA35

31 Aacutegua subterracircnea35

32 Aquiacutefero37

33 Qualidade da aacutegua39

4 METODOLOGIA40

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas40

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios41

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua41

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees42

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA43

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos43

511 Cloreto43

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)44

513 Ferro Total49

514 Nitrato52

515 Sulfato53

516 Bicarbonato55

517 Fluoreto56

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea58

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica59

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo

da salinidade59

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano62

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo64

534 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para fabricaccedilatildeo de cerveja bebida e suco de

frutas65

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS68

REFEREcircNCIAS

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas tem crescido de forma significativa nos uacuteltimos

tempos A exploraccedilatildeo crescente deste recurso eacute explicada por diversos fatores dentre os

quais geralmente apresentam qualidade superior agraves aacuteguas superficiais Vaacuterias cidades

brasileiras abastecem-se de aacutegua subterracircnea de forma exclusiva ou complementar As aacuteguas

subterracircneas distribuem-se nos diferentes aquiacuteferos que satildeo reservatoacuterios responsaacuteveis pelo

armazenamento da maior parte da aacutegua doce - no estado liacutequido da Terra

A exploraccedilatildeo da aacutegua subterracircnea estaacute condicionada a fatores quantitativos (intimamente

ligada agrave condutividade hidraacuteulica e ao coeficiente de armazenamento dos terrenos)

qualitativos (influenciada pela composiccedilatildeo das rochas e condiccedilotildees climaacuteticas e de renovaccedilatildeo

das aacuteguas) e econocircmicos (depende da profundidade do aquiacutefero e das condiccedilotildees de

bombeamento) (LEAL 1999) De acordo com Santos (2000 p 81) ldquoa disponibilidade dos

recursos hiacutedricos subterracircneos para determinados tipos de uso depende fundamentalmente da

qualidade fiacutesico-quiacutemica bioloacutegica e radioloacutegicardquo Neste contexto as anaacutelises de qualidade

das aacuteguas satildeo de suma importacircncia uma vez que concentraccedilotildees anocircmalas de determinados

componentes podem oferecer riscos agrave sauacutede humana inviabilizando a sua utilizaccedilatildeo

A aacuterea escolhida para o desenvolvimento desta pesquisa corresponde ao periacutemetro do

municiacutepio de Catu localizado no Estado da Bahia Este assim como muitos outros municiacutepios

brasileiros utiliza as aacuteguas subterracircneas captadas por meio de poccedilos para abastecer escolas

propriedades rurais hospitais dentre outros estabelecimentos As aacuteguas subterracircneas

distribuem-se nos diferentes sistemas aquiacuteferos presentes no municiacutepio distintos por suas

caracteriacutesticas hidrogeoloacutegicas como por exemplo composiccedilatildeo litoloacutegica e forma de

circulaccedilatildeo da aacutegua as quais se refletem na sua produtividade

O objetivo geral deste trabalho consiste em realizar um estudo qualitativo das aacuteguas

subterracircneas captadas por meio de poccedilos nesse municiacutepio Quanto aos objetivos especiacuteficos

podem-se citar os seguintes

Classificar as aacuteguas subterracircneas da regiatildeo com base nos paracircmetros quiacutemicos (caacutelcio

magneacutesio soacutedio potaacutessio sulfato bicarbonato e cloreto) das amostras

Avaliar a qualidade (potabilidade) das aacuteguas subterracircneas comparando os valores dos

dados fiacutesico-quiacutemicos das mesmas com os valores maacuteximos permissiacuteveis (VMP) de

cada componente definidos pela portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil

2011)

Estabelecer as relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas ndash faacutecies hidroquiacutemicas

15

Classificar as aacuteguas subterracircneas levando em consideraccedilatildeo os iacutendices de salinidade

definidos pela Resoluccedilatildeo Nordm 357 de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente

(CONAMA 2005)

Avaliar a qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo para a fabricaccedilatildeo de cerveja bebidas e

suco de frutas

Analisar as relaccedilotildees existentes entre os diversos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das aacuteguas

subterracircneas por meio da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

Estabelecer um sumaacuterio estatiacutestico com os valores analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas

Visando atingir os objetivos foi adotado um procedimento metodoloacutegico dividido em 4

etapas i) levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas ii) coleta anaacutelise e

tratamento de dados secundaacuterios iii) classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da

aacutegua iv) anaacutelises e interpretaccedilotildees As etapas metodoloacutegicas estatildeo detalhadas no quarto

capiacutetulo

Por uacuteltimo segue a apresentaccedilatildeo desta monografia que se encontra dividida em cinco

capiacutetulos O primeiro trata da introduccedilatildeo ora apresentada No segundo capiacutetulo eacute feito uma

caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo nos seus aspectos ambientais histoacuterico e econocircmico O

terceiro capiacutetulo apresenta uma breve discussatildeo conceitual dos termos utilizados nesta

pesquisa a saber aacuteguas subterracircneas aquiacuteferos e qualidade da aacutegua O quarto capiacutetulo refere-

se agrave metodologia adotada com a descriccedilatildeo das atividades e teacutecnicas utilizadas em cada etapa

realizada Os resultados da pesquisa satildeo apresentados analisados e discutidos no capiacutetulo

cinco atendendo aos objetivos expostos neste capiacutetulo introdutoacuterio Por uacuteltimo apresentam-

se as consideraccedilotildees finais da pesquisa

16

2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO

21 LOCALIZACcedilAtildeO E ACESSO

A aacuterea de estudo situa-se na porccedilatildeo Leste do Estado da Bahia e abrange os limites

territoriais do municiacutepio de Catu O municiacutepio possui uma aacuterea de 416216 kmsup2 e uma

populaccedilatildeo total de 51077 habitantes (IBGE 2010) Catu localiza-se entre as coordenadas

geograacuteficas 12deg10rsquo0rdquo e 12deg30rsquo0rdquo de latitude sul e 38deg15rsquo0rdquo e 38deg35rsquo0rdquo de longitude oeste e

limita-se com os municiacutepios de Araccedilaacutes e Pojuca a leste Satildeo Sebastiatildeo do Passeacute ao sul

Teodoro Sampaio e Terra Nova a oeste e Alagoinhas ao norte (Figura 01)

O principal acesso a cidade de Catu que dista 82 Km ao norte da capital baiana eacute

efetuado pelas rodovias federais BR-324 e BR-110 (no Km 354)

Figura 01 - Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu ndash BA

17

22 ASPECTOS SOCIOECONOcircMICOS

O municiacutepio foi criado pela Lei provincial ndeg 1058 de 26 de junho de 1868 com a

denominaccedilatildeo de Santana do Catu com territoacuterio desmembrado da entatildeo denominada Vila de

Satildeo Francisco ocorrendo sua instalaccedilatildeo em 6 de marccedilo de 1877 Em 23 de junho de 1931 o

nome Santana de Catu foi simplificado pelo Decreto estadual nuacutemero 7455 e ratificado pelo

de nuacutemero 7479 em 8 de julho do mesmo ano Em 30 de marccedilo de 1938 foi elevado agrave

categoria de Cidade Desde o Decreto estadual ndeg 11089 de 30 de novembro de 1938 que o

municiacutepio eacute formado por trecircs distritos Catu (sede) Bela Flor e Siacutetio Novo (INSTITUTO DE

URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL 1974)

Catu possui uma populaccedilatildeo de 51077 habitantes destes 42755 residem na zona

urbana e 8322 na zona rural (Tabela 01) A populaccedilatildeo catuense eacute composta por 26261

mulheres e 24816 homens

Tabela 01 - Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2010

Municiacutepio

Populaccedilatildeo Aacuterea

(km2)

Densidade

Demograacutefica

(habkm2) Urbana Rural Homens Mulheres Total

Catu

42755

8322

24816

26261

51077

416216

12272

Fonte IBGE 2010

Nos uacuteltimos dez anos o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de

Catu passou de baixo para meacutedio Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil

em 2000 o municiacutepio apresentava IDHM igual a 0536 Jaacute em 2010 o nuacutemero chegou a

0677 (17ordf posiccedilatildeo no ranking da Bahia) (ATLAS BRASIL 2013)

O Produto Interno Bruto (PIB) municipal eacute de 474888 mil reais (46ordf posiccedilatildeo no

ranking da Bahia) (IBGE 2012) O PIB per capita eacute superior agrave meacutedia do Estado da Bahia

(777507) alcanccedilando 917943 mil reais (IBGE 2012) O setor de serviccedilos eacute responsaacutevel por

pouco mais da metade do total do valor adicionado municipal (56) Jaacute a induacutestria responde

por 41 e a agropecuaacuteria representa 3 (Tabela 02)

18

Tabela 02 - Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2012

ANO

Valor Adicionado

Agropecuaacuteria Induacutestria Serviccedilos

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

2012 12159 3 179628 41 245942 56

Fonte IBGE 2012

Em 2010 o setor de atividade econocircmica extrativa mineral destacou-se como o setor

com o maior nuacutemero de pessoas ocupadas no mercado formal de trabalho (1837) (Tabela 03)

Em segundo lugar estaacute o setor de serviccedilos responsaacutevel por 2393 dos viacutenculos

empregatiacutecios

Tabela 03 - Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade

econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 2010

Setor de atividade Quantidade de pessoas

Extrativa Mineral 1837

Induacutestria de transformaccedilatildeo 537

Serviccedilos induacutestrias de atividade puacuteblica 100

Construccedilatildeo Civil 216

Comeacutercio 1573

Serviccedilos 1796

Administraccedilatildeo Puacuteblica 1388

Agropecuaacuteria extrativa vegetal caccedila pesca 57

Fonte SEI 2012

De acordo com os dados de produccedilatildeo agriacutecola referente ao ano de 2013 publicados

pelo IBGE o principal produto cultivado em Catu eacute a mandioca (quantidade produzida 6000

toneladas) (IBGE 2014) Tambeacutem satildeo produzidos no municiacutepio os seguintes produtos

laranja milho feijatildeo coco-da-baiacutea banana e o amendoim Na pecuaacuteria sobressaem-se os

rebanhos bovinos (20817 cabeccedilas) e tambeacutem a criaccedilatildeo de galinaacuteceos (galinhas galos

frangas frangos e pintos) (77247 cabeccedilas) (IBGE 2014)

19

23 CLIMA E ASPECTOS FISIOGRAacuteFICOS

231 Clima

O clima atuante no municiacutepio tendo como base os dados da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de

Alagoinhas - a mais proacutexima de Catu eacute do tipo Uacutemido a Subuacutemido com iacutendice hiacutedrico de

20 a 0 excedente hiacutedrico entre 50 mm a 300 mm e com chuvas concentradas no periacuteodo

de outono-inverno (SEI 1998) A temperatura meacutedia anual eacute de 239 degC (SEI 2012)

A precipitaccedilatildeo anual (P) no periacuteodo foi de 1233 mmano com excedente hiacutedrico

(EXC) de 152 mmano verificado entre maio e agosto A evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETP)

foi da ordem de 1246 mmano (Tabela 04 e Figura 02) A deficiecircncia de aacutegua no solo eacute maior

no mecircs de janeiro (Figura 03)

Tabela 04 - Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia

Mecircs T

(ordmC)

P

(mm) ETP

ARM

(mm)

ETR

(mm)

DEF

(mm)

EXC

(mm)

Jan 256 62 134 13 75 59 0

Fev 246 74 109 9 78 31 0

Mar 257 118 133 8 119 14 0

Abr 249 152 112 47 112 0 0

Maio 236 175 95 100 95 0 27

Jun 227 143 80 100 80 0 63

Jul 210 117 65 100 65 0 52

Ago 217 82 73 100 73 0 9

Set 226 60 83 80 80 2 0

Out 242 63 109 50 93 17 0

Nov 248 87 118 37 100 18 0

Dez 254 100 135 26 111 24 0

Totais 2868 1233 1246 669 1081 165 152

Meacutedias 239 103 104 56 90 14 13 Nota Meacutedias Climatoloacutegicas de 1961 a 1990 T = Temperatura P = Precipitaccedilatildeo ETP = Evapotranspiraccedilatildeo

Potencial ETR = Evapotranspiraccedilatildeo Real DEF = Deacutefcit EXC = Excedente Hiacutedrico

Fonte EMBRAPA 2015

20

Figura 02 - Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 1990

Fonte EMBRAPA 2015

Figura 03 - Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas -

BA

Fonte EMBRAPA 2015

21

232 Solos

De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-

BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico

Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas

destes satildeo descritos a seguir

Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu

Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais

extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e

dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da

parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo

necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem

22

Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave

ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito

intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com

perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser

distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a

agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo

possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na

porccedilatildeo sul do municiacutepio

Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei

iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um

horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas

proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de

drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena

ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca

233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra

A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu

permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea

destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que

a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos

hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo

O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas

com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas

formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de

Catu (Figura 04)

Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes

supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais

podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas

de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o

municiacutepio (Figura 05)

23

A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das

principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande

parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas

O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de

uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas

machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)

Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu

234 Geomorfologia

O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de

dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais

caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir

24

Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas

desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante

convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da

tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees

geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos

formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100

metros

Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees

sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos

Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu

235 Hidrografia

O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo

Norte (SEI 2012)

25

Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)

Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado

pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de

reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos

superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados

236 Geologia local

A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que

engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos

mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

(Figura 07)

Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu

26

2361 Grupo Ilhas

As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena

expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do

Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em

ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua

maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi

subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe

A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem

selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza

esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a

Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos

arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim

(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute

caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo

Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do

Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem

caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de

petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a

Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a

meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al

1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro

sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e

Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos

e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador

A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de

granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se

como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e

sotopondo-se de forma concordante agrave mesma

2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute

A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos

por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute

27

constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de

Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al

1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros

Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes

O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e

siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo

subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e

apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que

variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de

cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos

de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma

seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com

a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das

caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas

O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a

maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos

agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos

e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato

inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos

apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com

o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-

esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados

(VIANA et al 1971)

O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo

amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL

1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com

estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O

contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares

discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e

holocecircnicos

28

2363 Formaccedilatildeo Marizal

As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte

e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)

A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados

(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos

apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-

avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e

cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos

e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de

maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo

cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de

granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos

ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de

gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos

A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a

um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte

isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)

Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos

municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica

2364 Grupo Barreiras

O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e

marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a

partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)

De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido

em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea

do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura

07)

No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma

antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas

(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia

29

sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado

relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)

A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e

siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo

consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS

BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)

A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos

de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute

caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo

superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos

conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando

tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A

porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas

camadas de siltitos

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em

duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e

aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)

237 Hidrogeologia local

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras

De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito

reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas

subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um

sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da

variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que

abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por

um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por

sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que

30

predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE

1999)

O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais

provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo

Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas

laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de

chuvas

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal

O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de

aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa

predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo

basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em

condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)

Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia

angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da

aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a

sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e

surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo

A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo

vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as

estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras

nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo

O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo

baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas

predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras

que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees

em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em

31

discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar

contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)

O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos

caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE

1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas

de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre

predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo

mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo

nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se

encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras

Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo

duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos

e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local

o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base

ou seja os rios e riachos da regiatildeo

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas

O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas

possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu

(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de

600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia

do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees

facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea

de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a

mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o

armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)

O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado

possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical

profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)

32

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos

A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do

SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi

possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH

estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do

desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia

aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos

Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros

observados

Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade

mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O

niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu

355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo

surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada

uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana

de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo

TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo

miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)

Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu

apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com

maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana

de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3

respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de

1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21

poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente

a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor

maacuteximo (Tabela 05)

33

Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados

Coluna1 PROF

(m)

NE

(m)

ND

(m)

Vazatildeo TB

(msup3h)

STD

(mgl)

Dureza

(mgl CaCO3)

CE

(microScm)

PH

-

Turbidez

(NTU)

Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93

Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43

Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29

Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214

Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590

Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38

Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01

Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000

Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250

Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

2381 Potenciometria

O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos

referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do

fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga

O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa

(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas

regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais

cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam

como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)

34

Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu

35

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA

A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem

sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem

como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de

energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num

elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como

aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em

6 de maio de 1968

Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as

atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega

principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos

galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os

oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos

animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e

transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as

plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os

dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais

(CONSELHO DA EUROPA 1968)

A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de

aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca

de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das

aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os

aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da

aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no

planeta (HIRATA 2000)

O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua

doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta

aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas

cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao

crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo

descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)

Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos

devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como

36

citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra

encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas

subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em

todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas

em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades

supridas pelo manancial subterracircneordquo

Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra

preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou

as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a

duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na

manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas

subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que

constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud

ABAS 2015)

Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva

ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades

rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)

Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave

aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor

influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de

uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem

melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes

poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e

outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)

De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61

da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que

6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos

profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY

MATOS 2002)

37

32 AQUIacuteFERO

Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo

n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo

hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras

ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)

Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros

quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros

(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)

Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso

fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos

citados (Quadro 01)

Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos

Tipo Principais caracteriacutesticas

Poroso

Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos

inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos

poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo

variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre

acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos

permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua

flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de

pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)

Fissural

Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a

circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao

movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute

relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo

permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui

onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas

a direccedilotildees preferenciais

Caacuterstico

Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua

ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram

da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos

com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

38

Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas

hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo

submetidos

O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado

superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa

permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele

constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas

impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior

que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero

livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil

devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)

39

Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

33 QUALIDADE DA AacuteGUA

A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume

(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das

aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos

aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima

composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da

contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo

a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos

efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os

elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua

classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos

para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)

Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso

ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A

Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle

e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art

5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO14

2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO16

21 Localizaccedilatildeo e acesso16

22 Aspectos socioeconocircmicos17

23 Clima e aspectos fisiograacuteficos19

231 Clima19

232 Solos21

233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra22

234 Geomorfologia23

235 Hidrografia24

236 Geologia local25

2361 Grupo Ilhas26

2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo26

2363 Formaccedilatildeo Marizal28

2364 Grupo Barreiras28

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos29

237 Hidrogeologia local29

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras29

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal30

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo30

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas31

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos32

2392 Potenciometria33

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA35

31 Aacutegua subterracircnea35

32 Aquiacutefero37

33 Qualidade da aacutegua39

4 METODOLOGIA40

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas40

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios41

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua41

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees42

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA43

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos43

511 Cloreto43

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)44

513 Ferro Total49

514 Nitrato52

515 Sulfato53

516 Bicarbonato55

517 Fluoreto56

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea58

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica59

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo

da salinidade59

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano62

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo64

534 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para fabricaccedilatildeo de cerveja bebida e suco de

frutas65

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS68

REFEREcircNCIAS

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas tem crescido de forma significativa nos uacuteltimos

tempos A exploraccedilatildeo crescente deste recurso eacute explicada por diversos fatores dentre os

quais geralmente apresentam qualidade superior agraves aacuteguas superficiais Vaacuterias cidades

brasileiras abastecem-se de aacutegua subterracircnea de forma exclusiva ou complementar As aacuteguas

subterracircneas distribuem-se nos diferentes aquiacuteferos que satildeo reservatoacuterios responsaacuteveis pelo

armazenamento da maior parte da aacutegua doce - no estado liacutequido da Terra

A exploraccedilatildeo da aacutegua subterracircnea estaacute condicionada a fatores quantitativos (intimamente

ligada agrave condutividade hidraacuteulica e ao coeficiente de armazenamento dos terrenos)

qualitativos (influenciada pela composiccedilatildeo das rochas e condiccedilotildees climaacuteticas e de renovaccedilatildeo

das aacuteguas) e econocircmicos (depende da profundidade do aquiacutefero e das condiccedilotildees de

bombeamento) (LEAL 1999) De acordo com Santos (2000 p 81) ldquoa disponibilidade dos

recursos hiacutedricos subterracircneos para determinados tipos de uso depende fundamentalmente da

qualidade fiacutesico-quiacutemica bioloacutegica e radioloacutegicardquo Neste contexto as anaacutelises de qualidade

das aacuteguas satildeo de suma importacircncia uma vez que concentraccedilotildees anocircmalas de determinados

componentes podem oferecer riscos agrave sauacutede humana inviabilizando a sua utilizaccedilatildeo

A aacuterea escolhida para o desenvolvimento desta pesquisa corresponde ao periacutemetro do

municiacutepio de Catu localizado no Estado da Bahia Este assim como muitos outros municiacutepios

brasileiros utiliza as aacuteguas subterracircneas captadas por meio de poccedilos para abastecer escolas

propriedades rurais hospitais dentre outros estabelecimentos As aacuteguas subterracircneas

distribuem-se nos diferentes sistemas aquiacuteferos presentes no municiacutepio distintos por suas

caracteriacutesticas hidrogeoloacutegicas como por exemplo composiccedilatildeo litoloacutegica e forma de

circulaccedilatildeo da aacutegua as quais se refletem na sua produtividade

O objetivo geral deste trabalho consiste em realizar um estudo qualitativo das aacuteguas

subterracircneas captadas por meio de poccedilos nesse municiacutepio Quanto aos objetivos especiacuteficos

podem-se citar os seguintes

Classificar as aacuteguas subterracircneas da regiatildeo com base nos paracircmetros quiacutemicos (caacutelcio

magneacutesio soacutedio potaacutessio sulfato bicarbonato e cloreto) das amostras

Avaliar a qualidade (potabilidade) das aacuteguas subterracircneas comparando os valores dos

dados fiacutesico-quiacutemicos das mesmas com os valores maacuteximos permissiacuteveis (VMP) de

cada componente definidos pela portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil

2011)

Estabelecer as relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas ndash faacutecies hidroquiacutemicas

15

Classificar as aacuteguas subterracircneas levando em consideraccedilatildeo os iacutendices de salinidade

definidos pela Resoluccedilatildeo Nordm 357 de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente

(CONAMA 2005)

Avaliar a qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo para a fabricaccedilatildeo de cerveja bebidas e

suco de frutas

Analisar as relaccedilotildees existentes entre os diversos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das aacuteguas

subterracircneas por meio da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

Estabelecer um sumaacuterio estatiacutestico com os valores analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas

Visando atingir os objetivos foi adotado um procedimento metodoloacutegico dividido em 4

etapas i) levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas ii) coleta anaacutelise e

tratamento de dados secundaacuterios iii) classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da

aacutegua iv) anaacutelises e interpretaccedilotildees As etapas metodoloacutegicas estatildeo detalhadas no quarto

capiacutetulo

Por uacuteltimo segue a apresentaccedilatildeo desta monografia que se encontra dividida em cinco

capiacutetulos O primeiro trata da introduccedilatildeo ora apresentada No segundo capiacutetulo eacute feito uma

caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo nos seus aspectos ambientais histoacuterico e econocircmico O

terceiro capiacutetulo apresenta uma breve discussatildeo conceitual dos termos utilizados nesta

pesquisa a saber aacuteguas subterracircneas aquiacuteferos e qualidade da aacutegua O quarto capiacutetulo refere-

se agrave metodologia adotada com a descriccedilatildeo das atividades e teacutecnicas utilizadas em cada etapa

realizada Os resultados da pesquisa satildeo apresentados analisados e discutidos no capiacutetulo

cinco atendendo aos objetivos expostos neste capiacutetulo introdutoacuterio Por uacuteltimo apresentam-

se as consideraccedilotildees finais da pesquisa

16

2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO

21 LOCALIZACcedilAtildeO E ACESSO

A aacuterea de estudo situa-se na porccedilatildeo Leste do Estado da Bahia e abrange os limites

territoriais do municiacutepio de Catu O municiacutepio possui uma aacuterea de 416216 kmsup2 e uma

populaccedilatildeo total de 51077 habitantes (IBGE 2010) Catu localiza-se entre as coordenadas

geograacuteficas 12deg10rsquo0rdquo e 12deg30rsquo0rdquo de latitude sul e 38deg15rsquo0rdquo e 38deg35rsquo0rdquo de longitude oeste e

limita-se com os municiacutepios de Araccedilaacutes e Pojuca a leste Satildeo Sebastiatildeo do Passeacute ao sul

Teodoro Sampaio e Terra Nova a oeste e Alagoinhas ao norte (Figura 01)

O principal acesso a cidade de Catu que dista 82 Km ao norte da capital baiana eacute

efetuado pelas rodovias federais BR-324 e BR-110 (no Km 354)

Figura 01 - Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu ndash BA

17

22 ASPECTOS SOCIOECONOcircMICOS

O municiacutepio foi criado pela Lei provincial ndeg 1058 de 26 de junho de 1868 com a

denominaccedilatildeo de Santana do Catu com territoacuterio desmembrado da entatildeo denominada Vila de

Satildeo Francisco ocorrendo sua instalaccedilatildeo em 6 de marccedilo de 1877 Em 23 de junho de 1931 o

nome Santana de Catu foi simplificado pelo Decreto estadual nuacutemero 7455 e ratificado pelo

de nuacutemero 7479 em 8 de julho do mesmo ano Em 30 de marccedilo de 1938 foi elevado agrave

categoria de Cidade Desde o Decreto estadual ndeg 11089 de 30 de novembro de 1938 que o

municiacutepio eacute formado por trecircs distritos Catu (sede) Bela Flor e Siacutetio Novo (INSTITUTO DE

URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL 1974)

Catu possui uma populaccedilatildeo de 51077 habitantes destes 42755 residem na zona

urbana e 8322 na zona rural (Tabela 01) A populaccedilatildeo catuense eacute composta por 26261

mulheres e 24816 homens

Tabela 01 - Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2010

Municiacutepio

Populaccedilatildeo Aacuterea

(km2)

Densidade

Demograacutefica

(habkm2) Urbana Rural Homens Mulheres Total

Catu

42755

8322

24816

26261

51077

416216

12272

Fonte IBGE 2010

Nos uacuteltimos dez anos o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de

Catu passou de baixo para meacutedio Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil

em 2000 o municiacutepio apresentava IDHM igual a 0536 Jaacute em 2010 o nuacutemero chegou a

0677 (17ordf posiccedilatildeo no ranking da Bahia) (ATLAS BRASIL 2013)

O Produto Interno Bruto (PIB) municipal eacute de 474888 mil reais (46ordf posiccedilatildeo no

ranking da Bahia) (IBGE 2012) O PIB per capita eacute superior agrave meacutedia do Estado da Bahia

(777507) alcanccedilando 917943 mil reais (IBGE 2012) O setor de serviccedilos eacute responsaacutevel por

pouco mais da metade do total do valor adicionado municipal (56) Jaacute a induacutestria responde

por 41 e a agropecuaacuteria representa 3 (Tabela 02)

18

Tabela 02 - Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2012

ANO

Valor Adicionado

Agropecuaacuteria Induacutestria Serviccedilos

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

2012 12159 3 179628 41 245942 56

Fonte IBGE 2012

Em 2010 o setor de atividade econocircmica extrativa mineral destacou-se como o setor

com o maior nuacutemero de pessoas ocupadas no mercado formal de trabalho (1837) (Tabela 03)

Em segundo lugar estaacute o setor de serviccedilos responsaacutevel por 2393 dos viacutenculos

empregatiacutecios

Tabela 03 - Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade

econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 2010

Setor de atividade Quantidade de pessoas

Extrativa Mineral 1837

Induacutestria de transformaccedilatildeo 537

Serviccedilos induacutestrias de atividade puacuteblica 100

Construccedilatildeo Civil 216

Comeacutercio 1573

Serviccedilos 1796

Administraccedilatildeo Puacuteblica 1388

Agropecuaacuteria extrativa vegetal caccedila pesca 57

Fonte SEI 2012

De acordo com os dados de produccedilatildeo agriacutecola referente ao ano de 2013 publicados

pelo IBGE o principal produto cultivado em Catu eacute a mandioca (quantidade produzida 6000

toneladas) (IBGE 2014) Tambeacutem satildeo produzidos no municiacutepio os seguintes produtos

laranja milho feijatildeo coco-da-baiacutea banana e o amendoim Na pecuaacuteria sobressaem-se os

rebanhos bovinos (20817 cabeccedilas) e tambeacutem a criaccedilatildeo de galinaacuteceos (galinhas galos

frangas frangos e pintos) (77247 cabeccedilas) (IBGE 2014)

19

23 CLIMA E ASPECTOS FISIOGRAacuteFICOS

231 Clima

O clima atuante no municiacutepio tendo como base os dados da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de

Alagoinhas - a mais proacutexima de Catu eacute do tipo Uacutemido a Subuacutemido com iacutendice hiacutedrico de

20 a 0 excedente hiacutedrico entre 50 mm a 300 mm e com chuvas concentradas no periacuteodo

de outono-inverno (SEI 1998) A temperatura meacutedia anual eacute de 239 degC (SEI 2012)

A precipitaccedilatildeo anual (P) no periacuteodo foi de 1233 mmano com excedente hiacutedrico

(EXC) de 152 mmano verificado entre maio e agosto A evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETP)

foi da ordem de 1246 mmano (Tabela 04 e Figura 02) A deficiecircncia de aacutegua no solo eacute maior

no mecircs de janeiro (Figura 03)

Tabela 04 - Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia

Mecircs T

(ordmC)

P

(mm) ETP

ARM

(mm)

ETR

(mm)

DEF

(mm)

EXC

(mm)

Jan 256 62 134 13 75 59 0

Fev 246 74 109 9 78 31 0

Mar 257 118 133 8 119 14 0

Abr 249 152 112 47 112 0 0

Maio 236 175 95 100 95 0 27

Jun 227 143 80 100 80 0 63

Jul 210 117 65 100 65 0 52

Ago 217 82 73 100 73 0 9

Set 226 60 83 80 80 2 0

Out 242 63 109 50 93 17 0

Nov 248 87 118 37 100 18 0

Dez 254 100 135 26 111 24 0

Totais 2868 1233 1246 669 1081 165 152

Meacutedias 239 103 104 56 90 14 13 Nota Meacutedias Climatoloacutegicas de 1961 a 1990 T = Temperatura P = Precipitaccedilatildeo ETP = Evapotranspiraccedilatildeo

Potencial ETR = Evapotranspiraccedilatildeo Real DEF = Deacutefcit EXC = Excedente Hiacutedrico

Fonte EMBRAPA 2015

20

Figura 02 - Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 1990

Fonte EMBRAPA 2015

Figura 03 - Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas -

BA

Fonte EMBRAPA 2015

21

232 Solos

De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-

BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico

Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas

destes satildeo descritos a seguir

Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu

Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais

extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e

dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da

parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo

necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem

22

Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave

ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito

intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com

perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser

distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a

agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo

possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na

porccedilatildeo sul do municiacutepio

Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei

iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um

horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas

proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de

drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena

ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca

233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra

A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu

permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea

destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que

a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos

hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo

O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas

com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas

formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de

Catu (Figura 04)

Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes

supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais

podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas

de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o

municiacutepio (Figura 05)

23

A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das

principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande

parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas

O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de

uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas

machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)

Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu

234 Geomorfologia

O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de

dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais

caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir

24

Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas

desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante

convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da

tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees

geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos

formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100

metros

Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees

sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos

Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu

235 Hidrografia

O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo

Norte (SEI 2012)

25

Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)

Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado

pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de

reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos

superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados

236 Geologia local

A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que

engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos

mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

(Figura 07)

Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu

26

2361 Grupo Ilhas

As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena

expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do

Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em

ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua

maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi

subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe

A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem

selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza

esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a

Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos

arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim

(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute

caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo

Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do

Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem

caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de

petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a

Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a

meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al

1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro

sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e

Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos

e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador

A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de

granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se

como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e

sotopondo-se de forma concordante agrave mesma

2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute

A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos

por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute

27

constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de

Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al

1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros

Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes

O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e

siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo

subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e

apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que

variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de

cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos

de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma

seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com

a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das

caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas

O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a

maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos

agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos

e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato

inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos

apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com

o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-

esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados

(VIANA et al 1971)

O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo

amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL

1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com

estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O

contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares

discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e

holocecircnicos

28

2363 Formaccedilatildeo Marizal

As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte

e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)

A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados

(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos

apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-

avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e

cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos

e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de

maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo

cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de

granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos

ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de

gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos

A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a

um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte

isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)

Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos

municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica

2364 Grupo Barreiras

O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e

marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a

partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)

De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido

em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea

do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura

07)

No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma

antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas

(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia

29

sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado

relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)

A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e

siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo

consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS

BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)

A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos

de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute

caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo

superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos

conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando

tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A

porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas

camadas de siltitos

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em

duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e

aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)

237 Hidrogeologia local

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras

De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito

reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas

subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um

sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da

variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que

abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por

um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por

sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que

30

predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE

1999)

O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais

provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo

Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas

laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de

chuvas

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal

O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de

aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa

predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo

basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em

condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)

Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia

angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da

aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a

sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e

surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo

A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo

vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as

estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras

nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo

O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo

baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas

predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras

que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees

em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em

31

discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar

contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)

O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos

caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE

1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas

de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre

predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo

mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo

nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se

encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras

Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo

duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos

e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local

o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base

ou seja os rios e riachos da regiatildeo

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas

O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas

possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu

(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de

600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia

do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees

facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea

de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a

mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o

armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)

O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado

possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical

profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)

32

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos

A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do

SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi

possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH

estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do

desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia

aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos

Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros

observados

Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade

mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O

niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu

355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo

surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada

uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana

de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo

TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo

miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)

Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu

apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com

maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana

de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3

respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de

1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21

poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente

a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor

maacuteximo (Tabela 05)

33

Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados

Coluna1 PROF

(m)

NE

(m)

ND

(m)

Vazatildeo TB

(msup3h)

STD

(mgl)

Dureza

(mgl CaCO3)

CE

(microScm)

PH

-

Turbidez

(NTU)

Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93

Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43

Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29

Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214

Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590

Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38

Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01

Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000

Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250

Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

2381 Potenciometria

O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos

referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do

fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga

O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa

(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas

regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais

cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam

como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)

34

Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu

35

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA

A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem

sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem

como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de

energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num

elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como

aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em

6 de maio de 1968

Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as

atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega

principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos

galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os

oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos

animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e

transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as

plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os

dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais

(CONSELHO DA EUROPA 1968)

A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de

aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca

de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das

aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os

aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da

aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no

planeta (HIRATA 2000)

O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua

doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta

aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas

cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao

crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo

descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)

Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos

devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como

36

citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra

encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas

subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em

todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas

em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades

supridas pelo manancial subterracircneordquo

Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra

preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou

as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a

duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na

manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas

subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que

constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud

ABAS 2015)

Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva

ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades

rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)

Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave

aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor

influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de

uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem

melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes

poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e

outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)

De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61

da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que

6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos

profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY

MATOS 2002)

37

32 AQUIacuteFERO

Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo

n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo

hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras

ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)

Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros

quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros

(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)

Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso

fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos

citados (Quadro 01)

Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos

Tipo Principais caracteriacutesticas

Poroso

Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos

inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos

poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo

variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre

acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos

permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua

flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de

pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)

Fissural

Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a

circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao

movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute

relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo

permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui

onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas

a direccedilotildees preferenciais

Caacuterstico

Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua

ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram

da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos

com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

38

Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas

hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo

submetidos

O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado

superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa

permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele

constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas

impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior

que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero

livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil

devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)

39

Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

33 QUALIDADE DA AacuteGUA

A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume

(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das

aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos

aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima

composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da

contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo

a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos

efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os

elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua

classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos

para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)

Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso

ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A

Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle

e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art

5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios41

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua41

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees42

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA43

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos43

511 Cloreto43

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)44

513 Ferro Total49

514 Nitrato52

515 Sulfato53

516 Bicarbonato55

517 Fluoreto56

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea58

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica59

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo

da salinidade59

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano62

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo64

534 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para fabricaccedilatildeo de cerveja bebida e suco de

frutas65

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS68

REFEREcircNCIAS

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas tem crescido de forma significativa nos uacuteltimos

tempos A exploraccedilatildeo crescente deste recurso eacute explicada por diversos fatores dentre os

quais geralmente apresentam qualidade superior agraves aacuteguas superficiais Vaacuterias cidades

brasileiras abastecem-se de aacutegua subterracircnea de forma exclusiva ou complementar As aacuteguas

subterracircneas distribuem-se nos diferentes aquiacuteferos que satildeo reservatoacuterios responsaacuteveis pelo

armazenamento da maior parte da aacutegua doce - no estado liacutequido da Terra

A exploraccedilatildeo da aacutegua subterracircnea estaacute condicionada a fatores quantitativos (intimamente

ligada agrave condutividade hidraacuteulica e ao coeficiente de armazenamento dos terrenos)

qualitativos (influenciada pela composiccedilatildeo das rochas e condiccedilotildees climaacuteticas e de renovaccedilatildeo

das aacuteguas) e econocircmicos (depende da profundidade do aquiacutefero e das condiccedilotildees de

bombeamento) (LEAL 1999) De acordo com Santos (2000 p 81) ldquoa disponibilidade dos

recursos hiacutedricos subterracircneos para determinados tipos de uso depende fundamentalmente da

qualidade fiacutesico-quiacutemica bioloacutegica e radioloacutegicardquo Neste contexto as anaacutelises de qualidade

das aacuteguas satildeo de suma importacircncia uma vez que concentraccedilotildees anocircmalas de determinados

componentes podem oferecer riscos agrave sauacutede humana inviabilizando a sua utilizaccedilatildeo

A aacuterea escolhida para o desenvolvimento desta pesquisa corresponde ao periacutemetro do

municiacutepio de Catu localizado no Estado da Bahia Este assim como muitos outros municiacutepios

brasileiros utiliza as aacuteguas subterracircneas captadas por meio de poccedilos para abastecer escolas

propriedades rurais hospitais dentre outros estabelecimentos As aacuteguas subterracircneas

distribuem-se nos diferentes sistemas aquiacuteferos presentes no municiacutepio distintos por suas

caracteriacutesticas hidrogeoloacutegicas como por exemplo composiccedilatildeo litoloacutegica e forma de

circulaccedilatildeo da aacutegua as quais se refletem na sua produtividade

O objetivo geral deste trabalho consiste em realizar um estudo qualitativo das aacuteguas

subterracircneas captadas por meio de poccedilos nesse municiacutepio Quanto aos objetivos especiacuteficos

podem-se citar os seguintes

Classificar as aacuteguas subterracircneas da regiatildeo com base nos paracircmetros quiacutemicos (caacutelcio

magneacutesio soacutedio potaacutessio sulfato bicarbonato e cloreto) das amostras

Avaliar a qualidade (potabilidade) das aacuteguas subterracircneas comparando os valores dos

dados fiacutesico-quiacutemicos das mesmas com os valores maacuteximos permissiacuteveis (VMP) de

cada componente definidos pela portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil

2011)

Estabelecer as relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas ndash faacutecies hidroquiacutemicas

15

Classificar as aacuteguas subterracircneas levando em consideraccedilatildeo os iacutendices de salinidade

definidos pela Resoluccedilatildeo Nordm 357 de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente

(CONAMA 2005)

Avaliar a qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo para a fabricaccedilatildeo de cerveja bebidas e

suco de frutas

Analisar as relaccedilotildees existentes entre os diversos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das aacuteguas

subterracircneas por meio da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

Estabelecer um sumaacuterio estatiacutestico com os valores analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas

Visando atingir os objetivos foi adotado um procedimento metodoloacutegico dividido em 4

etapas i) levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas ii) coleta anaacutelise e

tratamento de dados secundaacuterios iii) classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da

aacutegua iv) anaacutelises e interpretaccedilotildees As etapas metodoloacutegicas estatildeo detalhadas no quarto

capiacutetulo

Por uacuteltimo segue a apresentaccedilatildeo desta monografia que se encontra dividida em cinco

capiacutetulos O primeiro trata da introduccedilatildeo ora apresentada No segundo capiacutetulo eacute feito uma

caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo nos seus aspectos ambientais histoacuterico e econocircmico O

terceiro capiacutetulo apresenta uma breve discussatildeo conceitual dos termos utilizados nesta

pesquisa a saber aacuteguas subterracircneas aquiacuteferos e qualidade da aacutegua O quarto capiacutetulo refere-

se agrave metodologia adotada com a descriccedilatildeo das atividades e teacutecnicas utilizadas em cada etapa

realizada Os resultados da pesquisa satildeo apresentados analisados e discutidos no capiacutetulo

cinco atendendo aos objetivos expostos neste capiacutetulo introdutoacuterio Por uacuteltimo apresentam-

se as consideraccedilotildees finais da pesquisa

16

2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO

21 LOCALIZACcedilAtildeO E ACESSO

A aacuterea de estudo situa-se na porccedilatildeo Leste do Estado da Bahia e abrange os limites

territoriais do municiacutepio de Catu O municiacutepio possui uma aacuterea de 416216 kmsup2 e uma

populaccedilatildeo total de 51077 habitantes (IBGE 2010) Catu localiza-se entre as coordenadas

geograacuteficas 12deg10rsquo0rdquo e 12deg30rsquo0rdquo de latitude sul e 38deg15rsquo0rdquo e 38deg35rsquo0rdquo de longitude oeste e

limita-se com os municiacutepios de Araccedilaacutes e Pojuca a leste Satildeo Sebastiatildeo do Passeacute ao sul

Teodoro Sampaio e Terra Nova a oeste e Alagoinhas ao norte (Figura 01)

O principal acesso a cidade de Catu que dista 82 Km ao norte da capital baiana eacute

efetuado pelas rodovias federais BR-324 e BR-110 (no Km 354)

Figura 01 - Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu ndash BA

17

22 ASPECTOS SOCIOECONOcircMICOS

O municiacutepio foi criado pela Lei provincial ndeg 1058 de 26 de junho de 1868 com a

denominaccedilatildeo de Santana do Catu com territoacuterio desmembrado da entatildeo denominada Vila de

Satildeo Francisco ocorrendo sua instalaccedilatildeo em 6 de marccedilo de 1877 Em 23 de junho de 1931 o

nome Santana de Catu foi simplificado pelo Decreto estadual nuacutemero 7455 e ratificado pelo

de nuacutemero 7479 em 8 de julho do mesmo ano Em 30 de marccedilo de 1938 foi elevado agrave

categoria de Cidade Desde o Decreto estadual ndeg 11089 de 30 de novembro de 1938 que o

municiacutepio eacute formado por trecircs distritos Catu (sede) Bela Flor e Siacutetio Novo (INSTITUTO DE

URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL 1974)

Catu possui uma populaccedilatildeo de 51077 habitantes destes 42755 residem na zona

urbana e 8322 na zona rural (Tabela 01) A populaccedilatildeo catuense eacute composta por 26261

mulheres e 24816 homens

Tabela 01 - Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2010

Municiacutepio

Populaccedilatildeo Aacuterea

(km2)

Densidade

Demograacutefica

(habkm2) Urbana Rural Homens Mulheres Total

Catu

42755

8322

24816

26261

51077

416216

12272

Fonte IBGE 2010

Nos uacuteltimos dez anos o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de

Catu passou de baixo para meacutedio Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil

em 2000 o municiacutepio apresentava IDHM igual a 0536 Jaacute em 2010 o nuacutemero chegou a

0677 (17ordf posiccedilatildeo no ranking da Bahia) (ATLAS BRASIL 2013)

O Produto Interno Bruto (PIB) municipal eacute de 474888 mil reais (46ordf posiccedilatildeo no

ranking da Bahia) (IBGE 2012) O PIB per capita eacute superior agrave meacutedia do Estado da Bahia

(777507) alcanccedilando 917943 mil reais (IBGE 2012) O setor de serviccedilos eacute responsaacutevel por

pouco mais da metade do total do valor adicionado municipal (56) Jaacute a induacutestria responde

por 41 e a agropecuaacuteria representa 3 (Tabela 02)

18

Tabela 02 - Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2012

ANO

Valor Adicionado

Agropecuaacuteria Induacutestria Serviccedilos

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

2012 12159 3 179628 41 245942 56

Fonte IBGE 2012

Em 2010 o setor de atividade econocircmica extrativa mineral destacou-se como o setor

com o maior nuacutemero de pessoas ocupadas no mercado formal de trabalho (1837) (Tabela 03)

Em segundo lugar estaacute o setor de serviccedilos responsaacutevel por 2393 dos viacutenculos

empregatiacutecios

Tabela 03 - Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade

econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 2010

Setor de atividade Quantidade de pessoas

Extrativa Mineral 1837

Induacutestria de transformaccedilatildeo 537

Serviccedilos induacutestrias de atividade puacuteblica 100

Construccedilatildeo Civil 216

Comeacutercio 1573

Serviccedilos 1796

Administraccedilatildeo Puacuteblica 1388

Agropecuaacuteria extrativa vegetal caccedila pesca 57

Fonte SEI 2012

De acordo com os dados de produccedilatildeo agriacutecola referente ao ano de 2013 publicados

pelo IBGE o principal produto cultivado em Catu eacute a mandioca (quantidade produzida 6000

toneladas) (IBGE 2014) Tambeacutem satildeo produzidos no municiacutepio os seguintes produtos

laranja milho feijatildeo coco-da-baiacutea banana e o amendoim Na pecuaacuteria sobressaem-se os

rebanhos bovinos (20817 cabeccedilas) e tambeacutem a criaccedilatildeo de galinaacuteceos (galinhas galos

frangas frangos e pintos) (77247 cabeccedilas) (IBGE 2014)

19

23 CLIMA E ASPECTOS FISIOGRAacuteFICOS

231 Clima

O clima atuante no municiacutepio tendo como base os dados da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de

Alagoinhas - a mais proacutexima de Catu eacute do tipo Uacutemido a Subuacutemido com iacutendice hiacutedrico de

20 a 0 excedente hiacutedrico entre 50 mm a 300 mm e com chuvas concentradas no periacuteodo

de outono-inverno (SEI 1998) A temperatura meacutedia anual eacute de 239 degC (SEI 2012)

A precipitaccedilatildeo anual (P) no periacuteodo foi de 1233 mmano com excedente hiacutedrico

(EXC) de 152 mmano verificado entre maio e agosto A evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETP)

foi da ordem de 1246 mmano (Tabela 04 e Figura 02) A deficiecircncia de aacutegua no solo eacute maior

no mecircs de janeiro (Figura 03)

Tabela 04 - Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia

Mecircs T

(ordmC)

P

(mm) ETP

ARM

(mm)

ETR

(mm)

DEF

(mm)

EXC

(mm)

Jan 256 62 134 13 75 59 0

Fev 246 74 109 9 78 31 0

Mar 257 118 133 8 119 14 0

Abr 249 152 112 47 112 0 0

Maio 236 175 95 100 95 0 27

Jun 227 143 80 100 80 0 63

Jul 210 117 65 100 65 0 52

Ago 217 82 73 100 73 0 9

Set 226 60 83 80 80 2 0

Out 242 63 109 50 93 17 0

Nov 248 87 118 37 100 18 0

Dez 254 100 135 26 111 24 0

Totais 2868 1233 1246 669 1081 165 152

Meacutedias 239 103 104 56 90 14 13 Nota Meacutedias Climatoloacutegicas de 1961 a 1990 T = Temperatura P = Precipitaccedilatildeo ETP = Evapotranspiraccedilatildeo

Potencial ETR = Evapotranspiraccedilatildeo Real DEF = Deacutefcit EXC = Excedente Hiacutedrico

Fonte EMBRAPA 2015

20

Figura 02 - Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 1990

Fonte EMBRAPA 2015

Figura 03 - Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas -

BA

Fonte EMBRAPA 2015

21

232 Solos

De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-

BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico

Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas

destes satildeo descritos a seguir

Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu

Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais

extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e

dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da

parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo

necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem

22

Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave

ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito

intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com

perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser

distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a

agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo

possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na

porccedilatildeo sul do municiacutepio

Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei

iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um

horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas

proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de

drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena

ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca

233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra

A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu

permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea

destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que

a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos

hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo

O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas

com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas

formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de

Catu (Figura 04)

Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes

supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais

podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas

de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o

municiacutepio (Figura 05)

23

A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das

principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande

parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas

O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de

uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas

machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)

Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu

234 Geomorfologia

O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de

dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais

caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir

24

Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas

desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante

convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da

tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees

geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos

formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100

metros

Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees

sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos

Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu

235 Hidrografia

O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo

Norte (SEI 2012)

25

Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)

Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado

pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de

reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos

superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados

236 Geologia local

A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que

engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos

mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

(Figura 07)

Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu

26

2361 Grupo Ilhas

As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena

expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do

Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em

ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua

maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi

subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe

A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem

selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza

esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a

Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos

arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim

(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute

caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo

Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do

Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem

caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de

petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a

Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a

meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al

1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro

sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e

Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos

e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador

A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de

granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se

como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e

sotopondo-se de forma concordante agrave mesma

2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute

A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos

por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute

27

constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de

Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al

1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros

Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes

O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e

siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo

subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e

apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que

variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de

cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos

de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma

seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com

a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das

caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas

O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a

maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos

agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos

e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato

inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos

apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com

o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-

esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados

(VIANA et al 1971)

O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo

amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL

1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com

estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O

contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares

discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e

holocecircnicos

28

2363 Formaccedilatildeo Marizal

As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte

e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)

A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados

(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos

apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-

avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e

cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos

e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de

maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo

cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de

granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos

ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de

gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos

A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a

um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte

isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)

Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos

municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica

2364 Grupo Barreiras

O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e

marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a

partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)

De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido

em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea

do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura

07)

No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma

antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas

(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia

29

sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado

relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)

A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e

siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo

consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS

BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)

A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos

de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute

caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo

superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos

conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando

tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A

porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas

camadas de siltitos

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em

duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e

aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)

237 Hidrogeologia local

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras

De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito

reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas

subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um

sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da

variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que

abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por

um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por

sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que

30

predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE

1999)

O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais

provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo

Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas

laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de

chuvas

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal

O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de

aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa

predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo

basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em

condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)

Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia

angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da

aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a

sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e

surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo

A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo

vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as

estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras

nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo

O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo

baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas

predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras

que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees

em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em

31

discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar

contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)

O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos

caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE

1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas

de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre

predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo

mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo

nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se

encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras

Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo

duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos

e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local

o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base

ou seja os rios e riachos da regiatildeo

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas

O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas

possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu

(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de

600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia

do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees

facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea

de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a

mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o

armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)

O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado

possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical

profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)

32

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos

A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do

SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi

possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH

estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do

desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia

aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos

Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros

observados

Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade

mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O

niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu

355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo

surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada

uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana

de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo

TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo

miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)

Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu

apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com

maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana

de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3

respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de

1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21

poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente

a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor

maacuteximo (Tabela 05)

33

Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados

Coluna1 PROF

(m)

NE

(m)

ND

(m)

Vazatildeo TB

(msup3h)

STD

(mgl)

Dureza

(mgl CaCO3)

CE

(microScm)

PH

-

Turbidez

(NTU)

Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93

Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43

Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29

Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214

Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590

Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38

Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01

Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000

Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250

Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

2381 Potenciometria

O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos

referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do

fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga

O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa

(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas

regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais

cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam

como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)

34

Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu

35

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA

A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem

sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem

como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de

energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num

elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como

aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em

6 de maio de 1968

Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as

atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega

principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos

galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os

oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos

animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e

transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as

plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os

dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais

(CONSELHO DA EUROPA 1968)

A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de

aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca

de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das

aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os

aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da

aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no

planeta (HIRATA 2000)

O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua

doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta

aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas

cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao

crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo

descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)

Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos

devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como

36

citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra

encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas

subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em

todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas

em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades

supridas pelo manancial subterracircneordquo

Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra

preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou

as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a

duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na

manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas

subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que

constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud

ABAS 2015)

Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva

ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades

rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)

Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave

aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor

influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de

uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem

melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes

poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e

outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)

De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61

da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que

6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos

profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY

MATOS 2002)

37

32 AQUIacuteFERO

Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo

n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo

hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras

ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)

Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros

quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros

(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)

Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso

fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos

citados (Quadro 01)

Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos

Tipo Principais caracteriacutesticas

Poroso

Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos

inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos

poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo

variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre

acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos

permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua

flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de

pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)

Fissural

Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a

circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao

movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute

relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo

permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui

onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas

a direccedilotildees preferenciais

Caacuterstico

Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua

ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram

da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos

com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

38

Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas

hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo

submetidos

O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado

superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa

permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele

constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas

impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior

que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero

livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil

devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)

39

Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

33 QUALIDADE DA AacuteGUA

A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume

(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das

aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos

aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima

composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da

contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo

a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos

efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os

elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua

classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos

para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)

Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso

ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A

Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle

e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art

5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

14

1 INTRODUCcedilAtildeO

A utilizaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas tem crescido de forma significativa nos uacuteltimos

tempos A exploraccedilatildeo crescente deste recurso eacute explicada por diversos fatores dentre os

quais geralmente apresentam qualidade superior agraves aacuteguas superficiais Vaacuterias cidades

brasileiras abastecem-se de aacutegua subterracircnea de forma exclusiva ou complementar As aacuteguas

subterracircneas distribuem-se nos diferentes aquiacuteferos que satildeo reservatoacuterios responsaacuteveis pelo

armazenamento da maior parte da aacutegua doce - no estado liacutequido da Terra

A exploraccedilatildeo da aacutegua subterracircnea estaacute condicionada a fatores quantitativos (intimamente

ligada agrave condutividade hidraacuteulica e ao coeficiente de armazenamento dos terrenos)

qualitativos (influenciada pela composiccedilatildeo das rochas e condiccedilotildees climaacuteticas e de renovaccedilatildeo

das aacuteguas) e econocircmicos (depende da profundidade do aquiacutefero e das condiccedilotildees de

bombeamento) (LEAL 1999) De acordo com Santos (2000 p 81) ldquoa disponibilidade dos

recursos hiacutedricos subterracircneos para determinados tipos de uso depende fundamentalmente da

qualidade fiacutesico-quiacutemica bioloacutegica e radioloacutegicardquo Neste contexto as anaacutelises de qualidade

das aacuteguas satildeo de suma importacircncia uma vez que concentraccedilotildees anocircmalas de determinados

componentes podem oferecer riscos agrave sauacutede humana inviabilizando a sua utilizaccedilatildeo

A aacuterea escolhida para o desenvolvimento desta pesquisa corresponde ao periacutemetro do

municiacutepio de Catu localizado no Estado da Bahia Este assim como muitos outros municiacutepios

brasileiros utiliza as aacuteguas subterracircneas captadas por meio de poccedilos para abastecer escolas

propriedades rurais hospitais dentre outros estabelecimentos As aacuteguas subterracircneas

distribuem-se nos diferentes sistemas aquiacuteferos presentes no municiacutepio distintos por suas

caracteriacutesticas hidrogeoloacutegicas como por exemplo composiccedilatildeo litoloacutegica e forma de

circulaccedilatildeo da aacutegua as quais se refletem na sua produtividade

O objetivo geral deste trabalho consiste em realizar um estudo qualitativo das aacuteguas

subterracircneas captadas por meio de poccedilos nesse municiacutepio Quanto aos objetivos especiacuteficos

podem-se citar os seguintes

Classificar as aacuteguas subterracircneas da regiatildeo com base nos paracircmetros quiacutemicos (caacutelcio

magneacutesio soacutedio potaacutessio sulfato bicarbonato e cloreto) das amostras

Avaliar a qualidade (potabilidade) das aacuteguas subterracircneas comparando os valores dos

dados fiacutesico-quiacutemicos das mesmas com os valores maacuteximos permissiacuteveis (VMP) de

cada componente definidos pela portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede (Brasil

2011)

Estabelecer as relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas ndash faacutecies hidroquiacutemicas

15

Classificar as aacuteguas subterracircneas levando em consideraccedilatildeo os iacutendices de salinidade

definidos pela Resoluccedilatildeo Nordm 357 de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente

(CONAMA 2005)

Avaliar a qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo para a fabricaccedilatildeo de cerveja bebidas e

suco de frutas

Analisar as relaccedilotildees existentes entre os diversos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das aacuteguas

subterracircneas por meio da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

Estabelecer um sumaacuterio estatiacutestico com os valores analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas

Visando atingir os objetivos foi adotado um procedimento metodoloacutegico dividido em 4

etapas i) levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas ii) coleta anaacutelise e

tratamento de dados secundaacuterios iii) classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da

aacutegua iv) anaacutelises e interpretaccedilotildees As etapas metodoloacutegicas estatildeo detalhadas no quarto

capiacutetulo

Por uacuteltimo segue a apresentaccedilatildeo desta monografia que se encontra dividida em cinco

capiacutetulos O primeiro trata da introduccedilatildeo ora apresentada No segundo capiacutetulo eacute feito uma

caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo nos seus aspectos ambientais histoacuterico e econocircmico O

terceiro capiacutetulo apresenta uma breve discussatildeo conceitual dos termos utilizados nesta

pesquisa a saber aacuteguas subterracircneas aquiacuteferos e qualidade da aacutegua O quarto capiacutetulo refere-

se agrave metodologia adotada com a descriccedilatildeo das atividades e teacutecnicas utilizadas em cada etapa

realizada Os resultados da pesquisa satildeo apresentados analisados e discutidos no capiacutetulo

cinco atendendo aos objetivos expostos neste capiacutetulo introdutoacuterio Por uacuteltimo apresentam-

se as consideraccedilotildees finais da pesquisa

16

2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO

21 LOCALIZACcedilAtildeO E ACESSO

A aacuterea de estudo situa-se na porccedilatildeo Leste do Estado da Bahia e abrange os limites

territoriais do municiacutepio de Catu O municiacutepio possui uma aacuterea de 416216 kmsup2 e uma

populaccedilatildeo total de 51077 habitantes (IBGE 2010) Catu localiza-se entre as coordenadas

geograacuteficas 12deg10rsquo0rdquo e 12deg30rsquo0rdquo de latitude sul e 38deg15rsquo0rdquo e 38deg35rsquo0rdquo de longitude oeste e

limita-se com os municiacutepios de Araccedilaacutes e Pojuca a leste Satildeo Sebastiatildeo do Passeacute ao sul

Teodoro Sampaio e Terra Nova a oeste e Alagoinhas ao norte (Figura 01)

O principal acesso a cidade de Catu que dista 82 Km ao norte da capital baiana eacute

efetuado pelas rodovias federais BR-324 e BR-110 (no Km 354)

Figura 01 - Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu ndash BA

17

22 ASPECTOS SOCIOECONOcircMICOS

O municiacutepio foi criado pela Lei provincial ndeg 1058 de 26 de junho de 1868 com a

denominaccedilatildeo de Santana do Catu com territoacuterio desmembrado da entatildeo denominada Vila de

Satildeo Francisco ocorrendo sua instalaccedilatildeo em 6 de marccedilo de 1877 Em 23 de junho de 1931 o

nome Santana de Catu foi simplificado pelo Decreto estadual nuacutemero 7455 e ratificado pelo

de nuacutemero 7479 em 8 de julho do mesmo ano Em 30 de marccedilo de 1938 foi elevado agrave

categoria de Cidade Desde o Decreto estadual ndeg 11089 de 30 de novembro de 1938 que o

municiacutepio eacute formado por trecircs distritos Catu (sede) Bela Flor e Siacutetio Novo (INSTITUTO DE

URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL 1974)

Catu possui uma populaccedilatildeo de 51077 habitantes destes 42755 residem na zona

urbana e 8322 na zona rural (Tabela 01) A populaccedilatildeo catuense eacute composta por 26261

mulheres e 24816 homens

Tabela 01 - Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2010

Municiacutepio

Populaccedilatildeo Aacuterea

(km2)

Densidade

Demograacutefica

(habkm2) Urbana Rural Homens Mulheres Total

Catu

42755

8322

24816

26261

51077

416216

12272

Fonte IBGE 2010

Nos uacuteltimos dez anos o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de

Catu passou de baixo para meacutedio Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil

em 2000 o municiacutepio apresentava IDHM igual a 0536 Jaacute em 2010 o nuacutemero chegou a

0677 (17ordf posiccedilatildeo no ranking da Bahia) (ATLAS BRASIL 2013)

O Produto Interno Bruto (PIB) municipal eacute de 474888 mil reais (46ordf posiccedilatildeo no

ranking da Bahia) (IBGE 2012) O PIB per capita eacute superior agrave meacutedia do Estado da Bahia

(777507) alcanccedilando 917943 mil reais (IBGE 2012) O setor de serviccedilos eacute responsaacutevel por

pouco mais da metade do total do valor adicionado municipal (56) Jaacute a induacutestria responde

por 41 e a agropecuaacuteria representa 3 (Tabela 02)

18

Tabela 02 - Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2012

ANO

Valor Adicionado

Agropecuaacuteria Induacutestria Serviccedilos

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

2012 12159 3 179628 41 245942 56

Fonte IBGE 2012

Em 2010 o setor de atividade econocircmica extrativa mineral destacou-se como o setor

com o maior nuacutemero de pessoas ocupadas no mercado formal de trabalho (1837) (Tabela 03)

Em segundo lugar estaacute o setor de serviccedilos responsaacutevel por 2393 dos viacutenculos

empregatiacutecios

Tabela 03 - Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade

econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 2010

Setor de atividade Quantidade de pessoas

Extrativa Mineral 1837

Induacutestria de transformaccedilatildeo 537

Serviccedilos induacutestrias de atividade puacuteblica 100

Construccedilatildeo Civil 216

Comeacutercio 1573

Serviccedilos 1796

Administraccedilatildeo Puacuteblica 1388

Agropecuaacuteria extrativa vegetal caccedila pesca 57

Fonte SEI 2012

De acordo com os dados de produccedilatildeo agriacutecola referente ao ano de 2013 publicados

pelo IBGE o principal produto cultivado em Catu eacute a mandioca (quantidade produzida 6000

toneladas) (IBGE 2014) Tambeacutem satildeo produzidos no municiacutepio os seguintes produtos

laranja milho feijatildeo coco-da-baiacutea banana e o amendoim Na pecuaacuteria sobressaem-se os

rebanhos bovinos (20817 cabeccedilas) e tambeacutem a criaccedilatildeo de galinaacuteceos (galinhas galos

frangas frangos e pintos) (77247 cabeccedilas) (IBGE 2014)

19

23 CLIMA E ASPECTOS FISIOGRAacuteFICOS

231 Clima

O clima atuante no municiacutepio tendo como base os dados da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de

Alagoinhas - a mais proacutexima de Catu eacute do tipo Uacutemido a Subuacutemido com iacutendice hiacutedrico de

20 a 0 excedente hiacutedrico entre 50 mm a 300 mm e com chuvas concentradas no periacuteodo

de outono-inverno (SEI 1998) A temperatura meacutedia anual eacute de 239 degC (SEI 2012)

A precipitaccedilatildeo anual (P) no periacuteodo foi de 1233 mmano com excedente hiacutedrico

(EXC) de 152 mmano verificado entre maio e agosto A evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETP)

foi da ordem de 1246 mmano (Tabela 04 e Figura 02) A deficiecircncia de aacutegua no solo eacute maior

no mecircs de janeiro (Figura 03)

Tabela 04 - Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia

Mecircs T

(ordmC)

P

(mm) ETP

ARM

(mm)

ETR

(mm)

DEF

(mm)

EXC

(mm)

Jan 256 62 134 13 75 59 0

Fev 246 74 109 9 78 31 0

Mar 257 118 133 8 119 14 0

Abr 249 152 112 47 112 0 0

Maio 236 175 95 100 95 0 27

Jun 227 143 80 100 80 0 63

Jul 210 117 65 100 65 0 52

Ago 217 82 73 100 73 0 9

Set 226 60 83 80 80 2 0

Out 242 63 109 50 93 17 0

Nov 248 87 118 37 100 18 0

Dez 254 100 135 26 111 24 0

Totais 2868 1233 1246 669 1081 165 152

Meacutedias 239 103 104 56 90 14 13 Nota Meacutedias Climatoloacutegicas de 1961 a 1990 T = Temperatura P = Precipitaccedilatildeo ETP = Evapotranspiraccedilatildeo

Potencial ETR = Evapotranspiraccedilatildeo Real DEF = Deacutefcit EXC = Excedente Hiacutedrico

Fonte EMBRAPA 2015

20

Figura 02 - Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 1990

Fonte EMBRAPA 2015

Figura 03 - Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas -

BA

Fonte EMBRAPA 2015

21

232 Solos

De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-

BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico

Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas

destes satildeo descritos a seguir

Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu

Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais

extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e

dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da

parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo

necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem

22

Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave

ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito

intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com

perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser

distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a

agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo

possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na

porccedilatildeo sul do municiacutepio

Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei

iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um

horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas

proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de

drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena

ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca

233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra

A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu

permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea

destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que

a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos

hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo

O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas

com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas

formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de

Catu (Figura 04)

Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes

supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais

podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas

de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o

municiacutepio (Figura 05)

23

A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das

principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande

parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas

O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de

uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas

machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)

Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu

234 Geomorfologia

O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de

dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais

caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir

24

Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas

desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante

convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da

tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees

geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos

formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100

metros

Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees

sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos

Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu

235 Hidrografia

O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo

Norte (SEI 2012)

25

Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)

Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado

pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de

reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos

superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados

236 Geologia local

A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que

engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos

mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

(Figura 07)

Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu

26

2361 Grupo Ilhas

As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena

expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do

Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em

ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua

maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi

subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe

A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem

selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza

esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a

Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos

arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim

(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute

caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo

Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do

Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem

caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de

petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a

Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a

meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al

1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro

sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e

Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos

e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador

A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de

granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se

como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e

sotopondo-se de forma concordante agrave mesma

2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute

A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos

por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute

27

constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de

Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al

1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros

Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes

O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e

siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo

subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e

apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que

variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de

cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos

de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma

seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com

a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das

caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas

O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a

maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos

agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos

e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato

inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos

apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com

o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-

esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados

(VIANA et al 1971)

O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo

amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL

1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com

estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O

contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares

discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e

holocecircnicos

28

2363 Formaccedilatildeo Marizal

As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte

e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)

A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados

(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos

apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-

avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e

cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos

e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de

maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo

cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de

granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos

ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de

gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos

A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a

um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte

isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)

Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos

municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica

2364 Grupo Barreiras

O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e

marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a

partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)

De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido

em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea

do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura

07)

No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma

antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas

(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia

29

sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado

relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)

A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e

siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo

consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS

BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)

A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos

de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute

caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo

superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos

conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando

tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A

porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas

camadas de siltitos

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em

duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e

aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)

237 Hidrogeologia local

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras

De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito

reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas

subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um

sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da

variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que

abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por

um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por

sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que

30

predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE

1999)

O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais

provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo

Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas

laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de

chuvas

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal

O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de

aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa

predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo

basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em

condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)

Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia

angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da

aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a

sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e

surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo

A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo

vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as

estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras

nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo

O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo

baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas

predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras

que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees

em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em

31

discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar

contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)

O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos

caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE

1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas

de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre

predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo

mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo

nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se

encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras

Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo

duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos

e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local

o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base

ou seja os rios e riachos da regiatildeo

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas

O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas

possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu

(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de

600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia

do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees

facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea

de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a

mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o

armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)

O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado

possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical

profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)

32

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos

A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do

SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi

possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH

estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do

desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia

aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos

Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros

observados

Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade

mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O

niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu

355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo

surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada

uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana

de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo

TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo

miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)

Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu

apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com

maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana

de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3

respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de

1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21

poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente

a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor

maacuteximo (Tabela 05)

33

Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados

Coluna1 PROF

(m)

NE

(m)

ND

(m)

Vazatildeo TB

(msup3h)

STD

(mgl)

Dureza

(mgl CaCO3)

CE

(microScm)

PH

-

Turbidez

(NTU)

Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93

Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43

Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29

Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214

Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590

Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38

Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01

Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000

Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250

Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

2381 Potenciometria

O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos

referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do

fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga

O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa

(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas

regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais

cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam

como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)

34

Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu

35

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA

A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem

sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem

como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de

energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num

elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como

aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em

6 de maio de 1968

Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as

atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega

principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos

galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os

oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos

animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e

transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as

plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os

dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais

(CONSELHO DA EUROPA 1968)

A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de

aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca

de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das

aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os

aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da

aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no

planeta (HIRATA 2000)

O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua

doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta

aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas

cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao

crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo

descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)

Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos

devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como

36

citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra

encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas

subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em

todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas

em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades

supridas pelo manancial subterracircneordquo

Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra

preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou

as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a

duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na

manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas

subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que

constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud

ABAS 2015)

Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva

ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades

rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)

Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave

aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor

influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de

uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem

melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes

poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e

outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)

De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61

da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que

6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos

profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY

MATOS 2002)

37

32 AQUIacuteFERO

Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo

n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo

hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras

ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)

Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros

quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros

(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)

Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso

fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos

citados (Quadro 01)

Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos

Tipo Principais caracteriacutesticas

Poroso

Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos

inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos

poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo

variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre

acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos

permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua

flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de

pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)

Fissural

Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a

circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao

movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute

relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo

permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui

onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas

a direccedilotildees preferenciais

Caacuterstico

Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua

ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram

da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos

com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

38

Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas

hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo

submetidos

O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado

superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa

permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele

constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas

impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior

que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero

livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil

devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)

39

Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

33 QUALIDADE DA AacuteGUA

A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume

(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das

aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos

aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima

composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da

contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo

a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos

efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os

elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua

classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos

para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)

Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso

ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A

Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle

e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art

5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

15

Classificar as aacuteguas subterracircneas levando em consideraccedilatildeo os iacutendices de salinidade

definidos pela Resoluccedilatildeo Nordm 357 de 2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente

(CONAMA 2005)

Avaliar a qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo para a fabricaccedilatildeo de cerveja bebidas e

suco de frutas

Analisar as relaccedilotildees existentes entre os diversos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das aacuteguas

subterracircneas por meio da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

Estabelecer um sumaacuterio estatiacutestico com os valores analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas

Visando atingir os objetivos foi adotado um procedimento metodoloacutegico dividido em 4

etapas i) levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas ii) coleta anaacutelise e

tratamento de dados secundaacuterios iii) classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da

aacutegua iv) anaacutelises e interpretaccedilotildees As etapas metodoloacutegicas estatildeo detalhadas no quarto

capiacutetulo

Por uacuteltimo segue a apresentaccedilatildeo desta monografia que se encontra dividida em cinco

capiacutetulos O primeiro trata da introduccedilatildeo ora apresentada No segundo capiacutetulo eacute feito uma

caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo nos seus aspectos ambientais histoacuterico e econocircmico O

terceiro capiacutetulo apresenta uma breve discussatildeo conceitual dos termos utilizados nesta

pesquisa a saber aacuteguas subterracircneas aquiacuteferos e qualidade da aacutegua O quarto capiacutetulo refere-

se agrave metodologia adotada com a descriccedilatildeo das atividades e teacutecnicas utilizadas em cada etapa

realizada Os resultados da pesquisa satildeo apresentados analisados e discutidos no capiacutetulo

cinco atendendo aos objetivos expostos neste capiacutetulo introdutoacuterio Por uacuteltimo apresentam-

se as consideraccedilotildees finais da pesquisa

16

2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO

21 LOCALIZACcedilAtildeO E ACESSO

A aacuterea de estudo situa-se na porccedilatildeo Leste do Estado da Bahia e abrange os limites

territoriais do municiacutepio de Catu O municiacutepio possui uma aacuterea de 416216 kmsup2 e uma

populaccedilatildeo total de 51077 habitantes (IBGE 2010) Catu localiza-se entre as coordenadas

geograacuteficas 12deg10rsquo0rdquo e 12deg30rsquo0rdquo de latitude sul e 38deg15rsquo0rdquo e 38deg35rsquo0rdquo de longitude oeste e

limita-se com os municiacutepios de Araccedilaacutes e Pojuca a leste Satildeo Sebastiatildeo do Passeacute ao sul

Teodoro Sampaio e Terra Nova a oeste e Alagoinhas ao norte (Figura 01)

O principal acesso a cidade de Catu que dista 82 Km ao norte da capital baiana eacute

efetuado pelas rodovias federais BR-324 e BR-110 (no Km 354)

Figura 01 - Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu ndash BA

17

22 ASPECTOS SOCIOECONOcircMICOS

O municiacutepio foi criado pela Lei provincial ndeg 1058 de 26 de junho de 1868 com a

denominaccedilatildeo de Santana do Catu com territoacuterio desmembrado da entatildeo denominada Vila de

Satildeo Francisco ocorrendo sua instalaccedilatildeo em 6 de marccedilo de 1877 Em 23 de junho de 1931 o

nome Santana de Catu foi simplificado pelo Decreto estadual nuacutemero 7455 e ratificado pelo

de nuacutemero 7479 em 8 de julho do mesmo ano Em 30 de marccedilo de 1938 foi elevado agrave

categoria de Cidade Desde o Decreto estadual ndeg 11089 de 30 de novembro de 1938 que o

municiacutepio eacute formado por trecircs distritos Catu (sede) Bela Flor e Siacutetio Novo (INSTITUTO DE

URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL 1974)

Catu possui uma populaccedilatildeo de 51077 habitantes destes 42755 residem na zona

urbana e 8322 na zona rural (Tabela 01) A populaccedilatildeo catuense eacute composta por 26261

mulheres e 24816 homens

Tabela 01 - Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2010

Municiacutepio

Populaccedilatildeo Aacuterea

(km2)

Densidade

Demograacutefica

(habkm2) Urbana Rural Homens Mulheres Total

Catu

42755

8322

24816

26261

51077

416216

12272

Fonte IBGE 2010

Nos uacuteltimos dez anos o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de

Catu passou de baixo para meacutedio Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil

em 2000 o municiacutepio apresentava IDHM igual a 0536 Jaacute em 2010 o nuacutemero chegou a

0677 (17ordf posiccedilatildeo no ranking da Bahia) (ATLAS BRASIL 2013)

O Produto Interno Bruto (PIB) municipal eacute de 474888 mil reais (46ordf posiccedilatildeo no

ranking da Bahia) (IBGE 2012) O PIB per capita eacute superior agrave meacutedia do Estado da Bahia

(777507) alcanccedilando 917943 mil reais (IBGE 2012) O setor de serviccedilos eacute responsaacutevel por

pouco mais da metade do total do valor adicionado municipal (56) Jaacute a induacutestria responde

por 41 e a agropecuaacuteria representa 3 (Tabela 02)

18

Tabela 02 - Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2012

ANO

Valor Adicionado

Agropecuaacuteria Induacutestria Serviccedilos

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

2012 12159 3 179628 41 245942 56

Fonte IBGE 2012

Em 2010 o setor de atividade econocircmica extrativa mineral destacou-se como o setor

com o maior nuacutemero de pessoas ocupadas no mercado formal de trabalho (1837) (Tabela 03)

Em segundo lugar estaacute o setor de serviccedilos responsaacutevel por 2393 dos viacutenculos

empregatiacutecios

Tabela 03 - Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade

econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 2010

Setor de atividade Quantidade de pessoas

Extrativa Mineral 1837

Induacutestria de transformaccedilatildeo 537

Serviccedilos induacutestrias de atividade puacuteblica 100

Construccedilatildeo Civil 216

Comeacutercio 1573

Serviccedilos 1796

Administraccedilatildeo Puacuteblica 1388

Agropecuaacuteria extrativa vegetal caccedila pesca 57

Fonte SEI 2012

De acordo com os dados de produccedilatildeo agriacutecola referente ao ano de 2013 publicados

pelo IBGE o principal produto cultivado em Catu eacute a mandioca (quantidade produzida 6000

toneladas) (IBGE 2014) Tambeacutem satildeo produzidos no municiacutepio os seguintes produtos

laranja milho feijatildeo coco-da-baiacutea banana e o amendoim Na pecuaacuteria sobressaem-se os

rebanhos bovinos (20817 cabeccedilas) e tambeacutem a criaccedilatildeo de galinaacuteceos (galinhas galos

frangas frangos e pintos) (77247 cabeccedilas) (IBGE 2014)

19

23 CLIMA E ASPECTOS FISIOGRAacuteFICOS

231 Clima

O clima atuante no municiacutepio tendo como base os dados da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de

Alagoinhas - a mais proacutexima de Catu eacute do tipo Uacutemido a Subuacutemido com iacutendice hiacutedrico de

20 a 0 excedente hiacutedrico entre 50 mm a 300 mm e com chuvas concentradas no periacuteodo

de outono-inverno (SEI 1998) A temperatura meacutedia anual eacute de 239 degC (SEI 2012)

A precipitaccedilatildeo anual (P) no periacuteodo foi de 1233 mmano com excedente hiacutedrico

(EXC) de 152 mmano verificado entre maio e agosto A evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETP)

foi da ordem de 1246 mmano (Tabela 04 e Figura 02) A deficiecircncia de aacutegua no solo eacute maior

no mecircs de janeiro (Figura 03)

Tabela 04 - Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia

Mecircs T

(ordmC)

P

(mm) ETP

ARM

(mm)

ETR

(mm)

DEF

(mm)

EXC

(mm)

Jan 256 62 134 13 75 59 0

Fev 246 74 109 9 78 31 0

Mar 257 118 133 8 119 14 0

Abr 249 152 112 47 112 0 0

Maio 236 175 95 100 95 0 27

Jun 227 143 80 100 80 0 63

Jul 210 117 65 100 65 0 52

Ago 217 82 73 100 73 0 9

Set 226 60 83 80 80 2 0

Out 242 63 109 50 93 17 0

Nov 248 87 118 37 100 18 0

Dez 254 100 135 26 111 24 0

Totais 2868 1233 1246 669 1081 165 152

Meacutedias 239 103 104 56 90 14 13 Nota Meacutedias Climatoloacutegicas de 1961 a 1990 T = Temperatura P = Precipitaccedilatildeo ETP = Evapotranspiraccedilatildeo

Potencial ETR = Evapotranspiraccedilatildeo Real DEF = Deacutefcit EXC = Excedente Hiacutedrico

Fonte EMBRAPA 2015

20

Figura 02 - Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 1990

Fonte EMBRAPA 2015

Figura 03 - Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas -

BA

Fonte EMBRAPA 2015

21

232 Solos

De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-

BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico

Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas

destes satildeo descritos a seguir

Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu

Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais

extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e

dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da

parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo

necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem

22

Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave

ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito

intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com

perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser

distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a

agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo

possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na

porccedilatildeo sul do municiacutepio

Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei

iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um

horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas

proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de

drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena

ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca

233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra

A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu

permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea

destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que

a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos

hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo

O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas

com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas

formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de

Catu (Figura 04)

Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes

supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais

podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas

de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o

municiacutepio (Figura 05)

23

A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das

principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande

parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas

O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de

uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas

machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)

Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu

234 Geomorfologia

O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de

dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais

caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir

24

Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas

desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante

convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da

tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees

geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos

formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100

metros

Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees

sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos

Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu

235 Hidrografia

O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo

Norte (SEI 2012)

25

Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)

Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado

pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de

reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos

superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados

236 Geologia local

A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que

engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos

mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

(Figura 07)

Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu

26

2361 Grupo Ilhas

As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena

expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do

Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em

ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua

maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi

subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe

A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem

selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza

esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a

Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos

arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim

(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute

caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo

Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do

Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem

caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de

petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a

Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a

meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al

1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro

sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e

Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos

e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador

A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de

granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se

como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e

sotopondo-se de forma concordante agrave mesma

2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute

A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos

por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute

27

constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de

Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al

1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros

Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes

O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e

siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo

subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e

apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que

variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de

cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos

de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma

seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com

a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das

caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas

O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a

maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos

agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos

e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato

inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos

apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com

o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-

esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados

(VIANA et al 1971)

O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo

amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL

1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com

estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O

contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares

discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e

holocecircnicos

28

2363 Formaccedilatildeo Marizal

As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte

e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)

A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados

(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos

apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-

avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e

cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos

e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de

maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo

cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de

granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos

ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de

gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos

A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a

um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte

isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)

Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos

municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica

2364 Grupo Barreiras

O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e

marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a

partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)

De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido

em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea

do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura

07)

No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma

antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas

(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia

29

sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado

relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)

A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e

siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo

consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS

BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)

A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos

de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute

caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo

superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos

conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando

tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A

porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas

camadas de siltitos

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em

duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e

aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)

237 Hidrogeologia local

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras

De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito

reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas

subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um

sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da

variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que

abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por

um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por

sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que

30

predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE

1999)

O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais

provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo

Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas

laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de

chuvas

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal

O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de

aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa

predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo

basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em

condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)

Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia

angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da

aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a

sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e

surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo

A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo

vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as

estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras

nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo

O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo

baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas

predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras

que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees

em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em

31

discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar

contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)

O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos

caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE

1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas

de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre

predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo

mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo

nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se

encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras

Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo

duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos

e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local

o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base

ou seja os rios e riachos da regiatildeo

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas

O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas

possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu

(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de

600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia

do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees

facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea

de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a

mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o

armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)

O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado

possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical

profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)

32

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos

A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do

SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi

possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH

estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do

desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia

aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos

Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros

observados

Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade

mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O

niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu

355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo

surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada

uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana

de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo

TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo

miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)

Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu

apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com

maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana

de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3

respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de

1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21

poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente

a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor

maacuteximo (Tabela 05)

33

Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados

Coluna1 PROF

(m)

NE

(m)

ND

(m)

Vazatildeo TB

(msup3h)

STD

(mgl)

Dureza

(mgl CaCO3)

CE

(microScm)

PH

-

Turbidez

(NTU)

Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93

Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43

Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29

Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214

Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590

Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38

Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01

Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000

Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250

Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

2381 Potenciometria

O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos

referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do

fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga

O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa

(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas

regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais

cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam

como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)

34

Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu

35

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA

A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem

sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem

como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de

energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num

elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como

aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em

6 de maio de 1968

Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as

atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega

principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos

galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os

oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos

animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e

transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as

plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os

dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais

(CONSELHO DA EUROPA 1968)

A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de

aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca

de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das

aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os

aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da

aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no

planeta (HIRATA 2000)

O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua

doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta

aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas

cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao

crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo

descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)

Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos

devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como

36

citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra

encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas

subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em

todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas

em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades

supridas pelo manancial subterracircneordquo

Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra

preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou

as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a

duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na

manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas

subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que

constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud

ABAS 2015)

Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva

ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades

rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)

Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave

aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor

influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de

uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem

melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes

poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e

outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)

De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61

da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que

6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos

profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY

MATOS 2002)

37

32 AQUIacuteFERO

Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo

n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo

hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras

ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)

Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros

quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros

(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)

Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso

fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos

citados (Quadro 01)

Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos

Tipo Principais caracteriacutesticas

Poroso

Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos

inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos

poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo

variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre

acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos

permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua

flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de

pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)

Fissural

Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a

circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao

movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute

relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo

permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui

onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas

a direccedilotildees preferenciais

Caacuterstico

Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua

ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram

da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos

com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

38

Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas

hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo

submetidos

O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado

superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa

permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele

constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas

impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior

que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero

livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil

devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)

39

Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

33 QUALIDADE DA AacuteGUA

A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume

(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das

aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos

aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima

composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da

contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo

a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos

efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os

elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua

classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos

para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)

Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso

ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A

Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle

e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art

5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

16

2 CARACTERIZACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO

21 LOCALIZACcedilAtildeO E ACESSO

A aacuterea de estudo situa-se na porccedilatildeo Leste do Estado da Bahia e abrange os limites

territoriais do municiacutepio de Catu O municiacutepio possui uma aacuterea de 416216 kmsup2 e uma

populaccedilatildeo total de 51077 habitantes (IBGE 2010) Catu localiza-se entre as coordenadas

geograacuteficas 12deg10rsquo0rdquo e 12deg30rsquo0rdquo de latitude sul e 38deg15rsquo0rdquo e 38deg35rsquo0rdquo de longitude oeste e

limita-se com os municiacutepios de Araccedilaacutes e Pojuca a leste Satildeo Sebastiatildeo do Passeacute ao sul

Teodoro Sampaio e Terra Nova a oeste e Alagoinhas ao norte (Figura 01)

O principal acesso a cidade de Catu que dista 82 Km ao norte da capital baiana eacute

efetuado pelas rodovias federais BR-324 e BR-110 (no Km 354)

Figura 01 - Localizaccedilatildeo e situaccedilatildeo da aacuterea de estudo Municiacutepio de Catu ndash BA

17

22 ASPECTOS SOCIOECONOcircMICOS

O municiacutepio foi criado pela Lei provincial ndeg 1058 de 26 de junho de 1868 com a

denominaccedilatildeo de Santana do Catu com territoacuterio desmembrado da entatildeo denominada Vila de

Satildeo Francisco ocorrendo sua instalaccedilatildeo em 6 de marccedilo de 1877 Em 23 de junho de 1931 o

nome Santana de Catu foi simplificado pelo Decreto estadual nuacutemero 7455 e ratificado pelo

de nuacutemero 7479 em 8 de julho do mesmo ano Em 30 de marccedilo de 1938 foi elevado agrave

categoria de Cidade Desde o Decreto estadual ndeg 11089 de 30 de novembro de 1938 que o

municiacutepio eacute formado por trecircs distritos Catu (sede) Bela Flor e Siacutetio Novo (INSTITUTO DE

URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL 1974)

Catu possui uma populaccedilatildeo de 51077 habitantes destes 42755 residem na zona

urbana e 8322 na zona rural (Tabela 01) A populaccedilatildeo catuense eacute composta por 26261

mulheres e 24816 homens

Tabela 01 - Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2010

Municiacutepio

Populaccedilatildeo Aacuterea

(km2)

Densidade

Demograacutefica

(habkm2) Urbana Rural Homens Mulheres Total

Catu

42755

8322

24816

26261

51077

416216

12272

Fonte IBGE 2010

Nos uacuteltimos dez anos o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de

Catu passou de baixo para meacutedio Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil

em 2000 o municiacutepio apresentava IDHM igual a 0536 Jaacute em 2010 o nuacutemero chegou a

0677 (17ordf posiccedilatildeo no ranking da Bahia) (ATLAS BRASIL 2013)

O Produto Interno Bruto (PIB) municipal eacute de 474888 mil reais (46ordf posiccedilatildeo no

ranking da Bahia) (IBGE 2012) O PIB per capita eacute superior agrave meacutedia do Estado da Bahia

(777507) alcanccedilando 917943 mil reais (IBGE 2012) O setor de serviccedilos eacute responsaacutevel por

pouco mais da metade do total do valor adicionado municipal (56) Jaacute a induacutestria responde

por 41 e a agropecuaacuteria representa 3 (Tabela 02)

18

Tabela 02 - Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2012

ANO

Valor Adicionado

Agropecuaacuteria Induacutestria Serviccedilos

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

2012 12159 3 179628 41 245942 56

Fonte IBGE 2012

Em 2010 o setor de atividade econocircmica extrativa mineral destacou-se como o setor

com o maior nuacutemero de pessoas ocupadas no mercado formal de trabalho (1837) (Tabela 03)

Em segundo lugar estaacute o setor de serviccedilos responsaacutevel por 2393 dos viacutenculos

empregatiacutecios

Tabela 03 - Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade

econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 2010

Setor de atividade Quantidade de pessoas

Extrativa Mineral 1837

Induacutestria de transformaccedilatildeo 537

Serviccedilos induacutestrias de atividade puacuteblica 100

Construccedilatildeo Civil 216

Comeacutercio 1573

Serviccedilos 1796

Administraccedilatildeo Puacuteblica 1388

Agropecuaacuteria extrativa vegetal caccedila pesca 57

Fonte SEI 2012

De acordo com os dados de produccedilatildeo agriacutecola referente ao ano de 2013 publicados

pelo IBGE o principal produto cultivado em Catu eacute a mandioca (quantidade produzida 6000

toneladas) (IBGE 2014) Tambeacutem satildeo produzidos no municiacutepio os seguintes produtos

laranja milho feijatildeo coco-da-baiacutea banana e o amendoim Na pecuaacuteria sobressaem-se os

rebanhos bovinos (20817 cabeccedilas) e tambeacutem a criaccedilatildeo de galinaacuteceos (galinhas galos

frangas frangos e pintos) (77247 cabeccedilas) (IBGE 2014)

19

23 CLIMA E ASPECTOS FISIOGRAacuteFICOS

231 Clima

O clima atuante no municiacutepio tendo como base os dados da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de

Alagoinhas - a mais proacutexima de Catu eacute do tipo Uacutemido a Subuacutemido com iacutendice hiacutedrico de

20 a 0 excedente hiacutedrico entre 50 mm a 300 mm e com chuvas concentradas no periacuteodo

de outono-inverno (SEI 1998) A temperatura meacutedia anual eacute de 239 degC (SEI 2012)

A precipitaccedilatildeo anual (P) no periacuteodo foi de 1233 mmano com excedente hiacutedrico

(EXC) de 152 mmano verificado entre maio e agosto A evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETP)

foi da ordem de 1246 mmano (Tabela 04 e Figura 02) A deficiecircncia de aacutegua no solo eacute maior

no mecircs de janeiro (Figura 03)

Tabela 04 - Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia

Mecircs T

(ordmC)

P

(mm) ETP

ARM

(mm)

ETR

(mm)

DEF

(mm)

EXC

(mm)

Jan 256 62 134 13 75 59 0

Fev 246 74 109 9 78 31 0

Mar 257 118 133 8 119 14 0

Abr 249 152 112 47 112 0 0

Maio 236 175 95 100 95 0 27

Jun 227 143 80 100 80 0 63

Jul 210 117 65 100 65 0 52

Ago 217 82 73 100 73 0 9

Set 226 60 83 80 80 2 0

Out 242 63 109 50 93 17 0

Nov 248 87 118 37 100 18 0

Dez 254 100 135 26 111 24 0

Totais 2868 1233 1246 669 1081 165 152

Meacutedias 239 103 104 56 90 14 13 Nota Meacutedias Climatoloacutegicas de 1961 a 1990 T = Temperatura P = Precipitaccedilatildeo ETP = Evapotranspiraccedilatildeo

Potencial ETR = Evapotranspiraccedilatildeo Real DEF = Deacutefcit EXC = Excedente Hiacutedrico

Fonte EMBRAPA 2015

20

Figura 02 - Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 1990

Fonte EMBRAPA 2015

Figura 03 - Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas -

BA

Fonte EMBRAPA 2015

21

232 Solos

De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-

BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico

Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas

destes satildeo descritos a seguir

Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu

Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais

extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e

dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da

parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo

necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem

22

Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave

ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito

intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com

perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser

distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a

agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo

possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na

porccedilatildeo sul do municiacutepio

Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei

iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um

horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas

proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de

drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena

ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca

233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra

A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu

permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea

destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que

a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos

hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo

O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas

com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas

formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de

Catu (Figura 04)

Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes

supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais

podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas

de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o

municiacutepio (Figura 05)

23

A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das

principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande

parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas

O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de

uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas

machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)

Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu

234 Geomorfologia

O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de

dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais

caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir

24

Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas

desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante

convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da

tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees

geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos

formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100

metros

Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees

sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos

Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu

235 Hidrografia

O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo

Norte (SEI 2012)

25

Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)

Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado

pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de

reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos

superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados

236 Geologia local

A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que

engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos

mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

(Figura 07)

Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu

26

2361 Grupo Ilhas

As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena

expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do

Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em

ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua

maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi

subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe

A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem

selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza

esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a

Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos

arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim

(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute

caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo

Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do

Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem

caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de

petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a

Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a

meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al

1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro

sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e

Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos

e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador

A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de

granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se

como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e

sotopondo-se de forma concordante agrave mesma

2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute

A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos

por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute

27

constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de

Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al

1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros

Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes

O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e

siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo

subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e

apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que

variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de

cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos

de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma

seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com

a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das

caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas

O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a

maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos

agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos

e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato

inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos

apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com

o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-

esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados

(VIANA et al 1971)

O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo

amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL

1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com

estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O

contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares

discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e

holocecircnicos

28

2363 Formaccedilatildeo Marizal

As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte

e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)

A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados

(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos

apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-

avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e

cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos

e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de

maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo

cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de

granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos

ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de

gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos

A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a

um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte

isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)

Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos

municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica

2364 Grupo Barreiras

O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e

marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a

partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)

De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido

em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea

do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura

07)

No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma

antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas

(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia

29

sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado

relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)

A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e

siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo

consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS

BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)

A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos

de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute

caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo

superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos

conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando

tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A

porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas

camadas de siltitos

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em

duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e

aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)

237 Hidrogeologia local

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras

De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito

reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas

subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um

sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da

variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que

abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por

um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por

sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que

30

predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE

1999)

O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais

provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo

Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas

laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de

chuvas

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal

O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de

aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa

predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo

basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em

condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)

Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia

angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da

aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a

sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e

surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo

A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo

vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as

estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras

nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo

O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo

baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas

predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras

que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees

em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em

31

discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar

contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)

O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos

caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE

1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas

de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre

predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo

mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo

nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se

encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras

Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo

duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos

e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local

o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base

ou seja os rios e riachos da regiatildeo

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas

O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas

possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu

(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de

600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia

do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees

facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea

de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a

mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o

armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)

O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado

possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical

profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)

32

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos

A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do

SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi

possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH

estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do

desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia

aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos

Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros

observados

Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade

mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O

niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu

355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo

surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada

uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana

de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo

TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo

miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)

Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu

apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com

maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana

de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3

respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de

1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21

poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente

a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor

maacuteximo (Tabela 05)

33

Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados

Coluna1 PROF

(m)

NE

(m)

ND

(m)

Vazatildeo TB

(msup3h)

STD

(mgl)

Dureza

(mgl CaCO3)

CE

(microScm)

PH

-

Turbidez

(NTU)

Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93

Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43

Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29

Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214

Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590

Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38

Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01

Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000

Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250

Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

2381 Potenciometria

O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos

referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do

fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga

O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa

(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas

regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais

cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam

como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)

34

Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu

35

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA

A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem

sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem

como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de

energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num

elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como

aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em

6 de maio de 1968

Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as

atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega

principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos

galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os

oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos

animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e

transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as

plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os

dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais

(CONSELHO DA EUROPA 1968)

A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de

aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca

de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das

aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os

aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da

aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no

planeta (HIRATA 2000)

O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua

doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta

aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas

cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao

crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo

descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)

Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos

devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como

36

citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra

encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas

subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em

todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas

em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades

supridas pelo manancial subterracircneordquo

Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra

preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou

as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a

duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na

manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas

subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que

constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud

ABAS 2015)

Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva

ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades

rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)

Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave

aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor

influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de

uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem

melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes

poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e

outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)

De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61

da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que

6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos

profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY

MATOS 2002)

37

32 AQUIacuteFERO

Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo

n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo

hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras

ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)

Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros

quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros

(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)

Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso

fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos

citados (Quadro 01)

Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos

Tipo Principais caracteriacutesticas

Poroso

Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos

inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos

poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo

variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre

acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos

permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua

flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de

pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)

Fissural

Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a

circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao

movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute

relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo

permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui

onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas

a direccedilotildees preferenciais

Caacuterstico

Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua

ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram

da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos

com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

38

Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas

hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo

submetidos

O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado

superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa

permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele

constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas

impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior

que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero

livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil

devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)

39

Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

33 QUALIDADE DA AacuteGUA

A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume

(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das

aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos

aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima

composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da

contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo

a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos

efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os

elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua

classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos

para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)

Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso

ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A

Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle

e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art

5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

17

22 ASPECTOS SOCIOECONOcircMICOS

O municiacutepio foi criado pela Lei provincial ndeg 1058 de 26 de junho de 1868 com a

denominaccedilatildeo de Santana do Catu com territoacuterio desmembrado da entatildeo denominada Vila de

Satildeo Francisco ocorrendo sua instalaccedilatildeo em 6 de marccedilo de 1877 Em 23 de junho de 1931 o

nome Santana de Catu foi simplificado pelo Decreto estadual nuacutemero 7455 e ratificado pelo

de nuacutemero 7479 em 8 de julho do mesmo ano Em 30 de marccedilo de 1938 foi elevado agrave

categoria de Cidade Desde o Decreto estadual ndeg 11089 de 30 de novembro de 1938 que o

municiacutepio eacute formado por trecircs distritos Catu (sede) Bela Flor e Siacutetio Novo (INSTITUTO DE

URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL 1974)

Catu possui uma populaccedilatildeo de 51077 habitantes destes 42755 residem na zona

urbana e 8322 na zona rural (Tabela 01) A populaccedilatildeo catuense eacute composta por 26261

mulheres e 24816 homens

Tabela 01 - Dados populacionais do municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2010

Municiacutepio

Populaccedilatildeo Aacuterea

(km2)

Densidade

Demograacutefica

(habkm2) Urbana Rural Homens Mulheres Total

Catu

42755

8322

24816

26261

51077

416216

12272

Fonte IBGE 2010

Nos uacuteltimos dez anos o Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de

Catu passou de baixo para meacutedio Segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil

em 2000 o municiacutepio apresentava IDHM igual a 0536 Jaacute em 2010 o nuacutemero chegou a

0677 (17ordf posiccedilatildeo no ranking da Bahia) (ATLAS BRASIL 2013)

O Produto Interno Bruto (PIB) municipal eacute de 474888 mil reais (46ordf posiccedilatildeo no

ranking da Bahia) (IBGE 2012) O PIB per capita eacute superior agrave meacutedia do Estado da Bahia

(777507) alcanccedilando 917943 mil reais (IBGE 2012) O setor de serviccedilos eacute responsaacutevel por

pouco mais da metade do total do valor adicionado municipal (56) Jaacute a induacutestria responde

por 41 e a agropecuaacuteria representa 3 (Tabela 02)

18

Tabela 02 - Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2012

ANO

Valor Adicionado

Agropecuaacuteria Induacutestria Serviccedilos

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

2012 12159 3 179628 41 245942 56

Fonte IBGE 2012

Em 2010 o setor de atividade econocircmica extrativa mineral destacou-se como o setor

com o maior nuacutemero de pessoas ocupadas no mercado formal de trabalho (1837) (Tabela 03)

Em segundo lugar estaacute o setor de serviccedilos responsaacutevel por 2393 dos viacutenculos

empregatiacutecios

Tabela 03 - Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade

econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 2010

Setor de atividade Quantidade de pessoas

Extrativa Mineral 1837

Induacutestria de transformaccedilatildeo 537

Serviccedilos induacutestrias de atividade puacuteblica 100

Construccedilatildeo Civil 216

Comeacutercio 1573

Serviccedilos 1796

Administraccedilatildeo Puacuteblica 1388

Agropecuaacuteria extrativa vegetal caccedila pesca 57

Fonte SEI 2012

De acordo com os dados de produccedilatildeo agriacutecola referente ao ano de 2013 publicados

pelo IBGE o principal produto cultivado em Catu eacute a mandioca (quantidade produzida 6000

toneladas) (IBGE 2014) Tambeacutem satildeo produzidos no municiacutepio os seguintes produtos

laranja milho feijatildeo coco-da-baiacutea banana e o amendoim Na pecuaacuteria sobressaem-se os

rebanhos bovinos (20817 cabeccedilas) e tambeacutem a criaccedilatildeo de galinaacuteceos (galinhas galos

frangas frangos e pintos) (77247 cabeccedilas) (IBGE 2014)

19

23 CLIMA E ASPECTOS FISIOGRAacuteFICOS

231 Clima

O clima atuante no municiacutepio tendo como base os dados da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de

Alagoinhas - a mais proacutexima de Catu eacute do tipo Uacutemido a Subuacutemido com iacutendice hiacutedrico de

20 a 0 excedente hiacutedrico entre 50 mm a 300 mm e com chuvas concentradas no periacuteodo

de outono-inverno (SEI 1998) A temperatura meacutedia anual eacute de 239 degC (SEI 2012)

A precipitaccedilatildeo anual (P) no periacuteodo foi de 1233 mmano com excedente hiacutedrico

(EXC) de 152 mmano verificado entre maio e agosto A evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETP)

foi da ordem de 1246 mmano (Tabela 04 e Figura 02) A deficiecircncia de aacutegua no solo eacute maior

no mecircs de janeiro (Figura 03)

Tabela 04 - Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia

Mecircs T

(ordmC)

P

(mm) ETP

ARM

(mm)

ETR

(mm)

DEF

(mm)

EXC

(mm)

Jan 256 62 134 13 75 59 0

Fev 246 74 109 9 78 31 0

Mar 257 118 133 8 119 14 0

Abr 249 152 112 47 112 0 0

Maio 236 175 95 100 95 0 27

Jun 227 143 80 100 80 0 63

Jul 210 117 65 100 65 0 52

Ago 217 82 73 100 73 0 9

Set 226 60 83 80 80 2 0

Out 242 63 109 50 93 17 0

Nov 248 87 118 37 100 18 0

Dez 254 100 135 26 111 24 0

Totais 2868 1233 1246 669 1081 165 152

Meacutedias 239 103 104 56 90 14 13 Nota Meacutedias Climatoloacutegicas de 1961 a 1990 T = Temperatura P = Precipitaccedilatildeo ETP = Evapotranspiraccedilatildeo

Potencial ETR = Evapotranspiraccedilatildeo Real DEF = Deacutefcit EXC = Excedente Hiacutedrico

Fonte EMBRAPA 2015

20

Figura 02 - Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 1990

Fonte EMBRAPA 2015

Figura 03 - Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas -

BA

Fonte EMBRAPA 2015

21

232 Solos

De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-

BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico

Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas

destes satildeo descritos a seguir

Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu

Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais

extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e

dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da

parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo

necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem

22

Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave

ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito

intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com

perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser

distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a

agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo

possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na

porccedilatildeo sul do municiacutepio

Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei

iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um

horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas

proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de

drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena

ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca

233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra

A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu

permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea

destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que

a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos

hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo

O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas

com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas

formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de

Catu (Figura 04)

Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes

supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais

podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas

de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o

municiacutepio (Figura 05)

23

A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das

principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande

parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas

O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de

uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas

machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)

Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu

234 Geomorfologia

O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de

dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais

caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir

24

Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas

desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante

convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da

tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees

geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos

formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100

metros

Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees

sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos

Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu

235 Hidrografia

O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo

Norte (SEI 2012)

25

Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)

Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado

pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de

reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos

superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados

236 Geologia local

A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que

engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos

mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

(Figura 07)

Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu

26

2361 Grupo Ilhas

As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena

expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do

Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em

ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua

maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi

subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe

A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem

selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza

esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a

Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos

arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim

(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute

caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo

Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do

Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem

caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de

petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a

Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a

meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al

1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro

sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e

Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos

e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador

A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de

granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se

como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e

sotopondo-se de forma concordante agrave mesma

2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute

A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos

por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute

27

constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de

Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al

1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros

Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes

O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e

siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo

subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e

apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que

variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de

cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos

de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma

seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com

a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das

caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas

O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a

maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos

agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos

e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato

inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos

apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com

o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-

esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados

(VIANA et al 1971)

O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo

amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL

1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com

estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O

contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares

discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e

holocecircnicos

28

2363 Formaccedilatildeo Marizal

As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte

e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)

A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados

(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos

apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-

avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e

cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos

e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de

maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo

cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de

granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos

ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de

gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos

A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a

um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte

isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)

Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos

municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica

2364 Grupo Barreiras

O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e

marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a

partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)

De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido

em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea

do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura

07)

No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma

antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas

(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia

29

sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado

relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)

A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e

siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo

consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS

BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)

A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos

de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute

caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo

superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos

conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando

tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A

porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas

camadas de siltitos

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em

duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e

aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)

237 Hidrogeologia local

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras

De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito

reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas

subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um

sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da

variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que

abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por

um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por

sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que

30

predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE

1999)

O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais

provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo

Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas

laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de

chuvas

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal

O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de

aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa

predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo

basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em

condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)

Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia

angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da

aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a

sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e

surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo

A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo

vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as

estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras

nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo

O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo

baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas

predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras

que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees

em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em

31

discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar

contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)

O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos

caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE

1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas

de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre

predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo

mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo

nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se

encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras

Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo

duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos

e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local

o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base

ou seja os rios e riachos da regiatildeo

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas

O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas

possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu

(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de

600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia

do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees

facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea

de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a

mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o

armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)

O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado

possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical

profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)

32

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos

A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do

SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi

possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH

estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do

desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia

aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos

Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros

observados

Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade

mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O

niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu

355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo

surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada

uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana

de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo

TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo

miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)

Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu

apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com

maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana

de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3

respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de

1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21

poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente

a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor

maacuteximo (Tabela 05)

33

Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados

Coluna1 PROF

(m)

NE

(m)

ND

(m)

Vazatildeo TB

(msup3h)

STD

(mgl)

Dureza

(mgl CaCO3)

CE

(microScm)

PH

-

Turbidez

(NTU)

Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93

Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43

Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29

Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214

Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590

Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38

Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01

Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000

Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250

Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

2381 Potenciometria

O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos

referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do

fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga

O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa

(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas

regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais

cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam

como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)

34

Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu

35

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA

A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem

sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem

como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de

energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num

elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como

aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em

6 de maio de 1968

Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as

atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega

principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos

galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os

oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos

animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e

transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as

plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os

dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais

(CONSELHO DA EUROPA 1968)

A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de

aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca

de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das

aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os

aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da

aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no

planeta (HIRATA 2000)

O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua

doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta

aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas

cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao

crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo

descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)

Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos

devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como

36

citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra

encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas

subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em

todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas

em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades

supridas pelo manancial subterracircneordquo

Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra

preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou

as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a

duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na

manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas

subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que

constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud

ABAS 2015)

Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva

ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades

rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)

Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave

aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor

influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de

uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem

melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes

poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e

outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)

De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61

da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que

6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos

profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY

MATOS 2002)

37

32 AQUIacuteFERO

Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo

n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo

hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras

ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)

Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros

quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros

(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)

Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso

fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos

citados (Quadro 01)

Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos

Tipo Principais caracteriacutesticas

Poroso

Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos

inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos

poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo

variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre

acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos

permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua

flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de

pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)

Fissural

Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a

circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao

movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute

relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo

permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui

onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas

a direccedilotildees preferenciais

Caacuterstico

Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua

ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram

da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos

com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

38

Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas

hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo

submetidos

O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado

superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa

permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele

constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas

impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior

que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero

livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil

devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)

39

Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

33 QUALIDADE DA AacuteGUA

A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume

(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das

aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos

aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima

composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da

contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo

a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos

efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os

elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua

classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos

para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)

Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso

ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A

Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle

e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art

5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

18

Tabela 02 - Valor adicionado no municiacutepio de Catu no Estado da Bahia - 2012

ANO

Valor Adicionado

Agropecuaacuteria Induacutestria Serviccedilos

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

Absoluto

(R$ mil)

Relativo

()

2012 12159 3 179628 41 245942 56

Fonte IBGE 2012

Em 2010 o setor de atividade econocircmica extrativa mineral destacou-se como o setor

com o maior nuacutemero de pessoas ocupadas no mercado formal de trabalho (1837) (Tabela 03)

Em segundo lugar estaacute o setor de serviccedilos responsaacutevel por 2393 dos viacutenculos

empregatiacutecios

Tabela 03 - Ocupaccedilatildeo da populaccedilatildeo no mercado formal de trabalho por setor de atividade

econocircmica no municiacutepio de Catu no estado da Bahia - 2010

Setor de atividade Quantidade de pessoas

Extrativa Mineral 1837

Induacutestria de transformaccedilatildeo 537

Serviccedilos induacutestrias de atividade puacuteblica 100

Construccedilatildeo Civil 216

Comeacutercio 1573

Serviccedilos 1796

Administraccedilatildeo Puacuteblica 1388

Agropecuaacuteria extrativa vegetal caccedila pesca 57

Fonte SEI 2012

De acordo com os dados de produccedilatildeo agriacutecola referente ao ano de 2013 publicados

pelo IBGE o principal produto cultivado em Catu eacute a mandioca (quantidade produzida 6000

toneladas) (IBGE 2014) Tambeacutem satildeo produzidos no municiacutepio os seguintes produtos

laranja milho feijatildeo coco-da-baiacutea banana e o amendoim Na pecuaacuteria sobressaem-se os

rebanhos bovinos (20817 cabeccedilas) e tambeacutem a criaccedilatildeo de galinaacuteceos (galinhas galos

frangas frangos e pintos) (77247 cabeccedilas) (IBGE 2014)

19

23 CLIMA E ASPECTOS FISIOGRAacuteFICOS

231 Clima

O clima atuante no municiacutepio tendo como base os dados da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de

Alagoinhas - a mais proacutexima de Catu eacute do tipo Uacutemido a Subuacutemido com iacutendice hiacutedrico de

20 a 0 excedente hiacutedrico entre 50 mm a 300 mm e com chuvas concentradas no periacuteodo

de outono-inverno (SEI 1998) A temperatura meacutedia anual eacute de 239 degC (SEI 2012)

A precipitaccedilatildeo anual (P) no periacuteodo foi de 1233 mmano com excedente hiacutedrico

(EXC) de 152 mmano verificado entre maio e agosto A evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETP)

foi da ordem de 1246 mmano (Tabela 04 e Figura 02) A deficiecircncia de aacutegua no solo eacute maior

no mecircs de janeiro (Figura 03)

Tabela 04 - Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia

Mecircs T

(ordmC)

P

(mm) ETP

ARM

(mm)

ETR

(mm)

DEF

(mm)

EXC

(mm)

Jan 256 62 134 13 75 59 0

Fev 246 74 109 9 78 31 0

Mar 257 118 133 8 119 14 0

Abr 249 152 112 47 112 0 0

Maio 236 175 95 100 95 0 27

Jun 227 143 80 100 80 0 63

Jul 210 117 65 100 65 0 52

Ago 217 82 73 100 73 0 9

Set 226 60 83 80 80 2 0

Out 242 63 109 50 93 17 0

Nov 248 87 118 37 100 18 0

Dez 254 100 135 26 111 24 0

Totais 2868 1233 1246 669 1081 165 152

Meacutedias 239 103 104 56 90 14 13 Nota Meacutedias Climatoloacutegicas de 1961 a 1990 T = Temperatura P = Precipitaccedilatildeo ETP = Evapotranspiraccedilatildeo

Potencial ETR = Evapotranspiraccedilatildeo Real DEF = Deacutefcit EXC = Excedente Hiacutedrico

Fonte EMBRAPA 2015

20

Figura 02 - Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 1990

Fonte EMBRAPA 2015

Figura 03 - Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas -

BA

Fonte EMBRAPA 2015

21

232 Solos

De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-

BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico

Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas

destes satildeo descritos a seguir

Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu

Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais

extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e

dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da

parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo

necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem

22

Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave

ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito

intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com

perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser

distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a

agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo

possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na

porccedilatildeo sul do municiacutepio

Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei

iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um

horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas

proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de

drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena

ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca

233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra

A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu

permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea

destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que

a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos

hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo

O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas

com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas

formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de

Catu (Figura 04)

Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes

supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais

podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas

de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o

municiacutepio (Figura 05)

23

A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das

principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande

parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas

O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de

uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas

machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)

Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu

234 Geomorfologia

O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de

dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais

caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir

24

Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas

desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante

convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da

tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees

geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos

formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100

metros

Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees

sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos

Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu

235 Hidrografia

O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo

Norte (SEI 2012)

25

Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)

Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado

pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de

reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos

superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados

236 Geologia local

A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que

engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos

mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

(Figura 07)

Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu

26

2361 Grupo Ilhas

As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena

expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do

Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em

ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua

maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi

subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe

A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem

selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza

esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a

Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos

arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim

(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute

caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo

Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do

Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem

caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de

petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a

Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a

meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al

1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro

sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e

Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos

e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador

A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de

granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se

como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e

sotopondo-se de forma concordante agrave mesma

2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute

A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos

por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute

27

constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de

Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al

1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros

Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes

O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e

siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo

subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e

apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que

variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de

cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos

de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma

seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com

a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das

caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas

O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a

maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos

agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos

e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato

inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos

apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com

o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-

esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados

(VIANA et al 1971)

O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo

amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL

1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com

estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O

contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares

discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e

holocecircnicos

28

2363 Formaccedilatildeo Marizal

As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte

e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)

A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados

(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos

apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-

avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e

cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos

e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de

maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo

cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de

granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos

ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de

gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos

A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a

um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte

isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)

Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos

municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica

2364 Grupo Barreiras

O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e

marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a

partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)

De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido

em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea

do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura

07)

No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma

antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas

(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia

29

sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado

relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)

A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e

siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo

consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS

BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)

A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos

de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute

caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo

superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos

conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando

tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A

porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas

camadas de siltitos

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em

duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e

aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)

237 Hidrogeologia local

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras

De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito

reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas

subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um

sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da

variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que

abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por

um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por

sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que

30

predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE

1999)

O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais

provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo

Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas

laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de

chuvas

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal

O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de

aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa

predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo

basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em

condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)

Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia

angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da

aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a

sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e

surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo

A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo

vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as

estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras

nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo

O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo

baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas

predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras

que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees

em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em

31

discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar

contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)

O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos

caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE

1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas

de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre

predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo

mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo

nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se

encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras

Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo

duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos

e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local

o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base

ou seja os rios e riachos da regiatildeo

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas

O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas

possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu

(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de

600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia

do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees

facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea

de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a

mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o

armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)

O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado

possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical

profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)

32

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos

A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do

SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi

possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH

estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do

desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia

aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos

Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros

observados

Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade

mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O

niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu

355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo

surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada

uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana

de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo

TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo

miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)

Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu

apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com

maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana

de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3

respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de

1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21

poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente

a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor

maacuteximo (Tabela 05)

33

Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados

Coluna1 PROF

(m)

NE

(m)

ND

(m)

Vazatildeo TB

(msup3h)

STD

(mgl)

Dureza

(mgl CaCO3)

CE

(microScm)

PH

-

Turbidez

(NTU)

Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93

Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43

Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29

Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214

Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590

Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38

Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01

Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000

Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250

Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

2381 Potenciometria

O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos

referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do

fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga

O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa

(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas

regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais

cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam

como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)

34

Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu

35

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA

A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem

sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem

como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de

energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num

elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como

aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em

6 de maio de 1968

Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as

atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega

principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos

galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os

oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos

animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e

transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as

plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os

dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais

(CONSELHO DA EUROPA 1968)

A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de

aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca

de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das

aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os

aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da

aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no

planeta (HIRATA 2000)

O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua

doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta

aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas

cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao

crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo

descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)

Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos

devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como

36

citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra

encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas

subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em

todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas

em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades

supridas pelo manancial subterracircneordquo

Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra

preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou

as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a

duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na

manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas

subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que

constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud

ABAS 2015)

Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva

ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades

rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)

Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave

aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor

influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de

uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem

melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes

poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e

outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)

De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61

da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que

6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos

profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY

MATOS 2002)

37

32 AQUIacuteFERO

Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo

n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo

hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras

ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)

Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros

quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros

(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)

Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso

fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos

citados (Quadro 01)

Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos

Tipo Principais caracteriacutesticas

Poroso

Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos

inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos

poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo

variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre

acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos

permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua

flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de

pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)

Fissural

Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a

circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao

movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute

relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo

permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui

onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas

a direccedilotildees preferenciais

Caacuterstico

Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua

ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram

da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos

com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

38

Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas

hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo

submetidos

O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado

superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa

permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele

constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas

impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior

que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero

livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil

devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)

39

Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

33 QUALIDADE DA AacuteGUA

A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume

(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das

aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos

aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima

composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da

contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo

a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos

efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os

elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua

classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos

para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)

Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso

ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A

Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle

e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art

5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

19

23 CLIMA E ASPECTOS FISIOGRAacuteFICOS

231 Clima

O clima atuante no municiacutepio tendo como base os dados da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de

Alagoinhas - a mais proacutexima de Catu eacute do tipo Uacutemido a Subuacutemido com iacutendice hiacutedrico de

20 a 0 excedente hiacutedrico entre 50 mm a 300 mm e com chuvas concentradas no periacuteodo

de outono-inverno (SEI 1998) A temperatura meacutedia anual eacute de 239 degC (SEI 2012)

A precipitaccedilatildeo anual (P) no periacuteodo foi de 1233 mmano com excedente hiacutedrico

(EXC) de 152 mmano verificado entre maio e agosto A evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETP)

foi da ordem de 1246 mmano (Tabela 04 e Figura 02) A deficiecircncia de aacutegua no solo eacute maior

no mecircs de janeiro (Figura 03)

Tabela 04 - Dados Climatoloacutegicas de Alagoinhas - Bahia

Mecircs T

(ordmC)

P

(mm) ETP

ARM

(mm)

ETR

(mm)

DEF

(mm)

EXC

(mm)

Jan 256 62 134 13 75 59 0

Fev 246 74 109 9 78 31 0

Mar 257 118 133 8 119 14 0

Abr 249 152 112 47 112 0 0

Maio 236 175 95 100 95 0 27

Jun 227 143 80 100 80 0 63

Jul 210 117 65 100 65 0 52

Ago 217 82 73 100 73 0 9

Set 226 60 83 80 80 2 0

Out 242 63 109 50 93 17 0

Nov 248 87 118 37 100 18 0

Dez 254 100 135 26 111 24 0

Totais 2868 1233 1246 669 1081 165 152

Meacutedias 239 103 104 56 90 14 13 Nota Meacutedias Climatoloacutegicas de 1961 a 1990 T = Temperatura P = Precipitaccedilatildeo ETP = Evapotranspiraccedilatildeo

Potencial ETR = Evapotranspiraccedilatildeo Real DEF = Deacutefcit EXC = Excedente Hiacutedrico

Fonte EMBRAPA 2015

20

Figura 02 - Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 1990

Fonte EMBRAPA 2015

Figura 03 - Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas -

BA

Fonte EMBRAPA 2015

21

232 Solos

De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-

BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico

Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas

destes satildeo descritos a seguir

Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu

Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais

extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e

dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da

parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo

necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem

22

Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave

ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito

intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com

perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser

distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a

agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo

possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na

porccedilatildeo sul do municiacutepio

Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei

iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um

horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas

proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de

drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena

ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca

233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra

A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu

permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea

destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que

a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos

hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo

O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas

com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas

formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de

Catu (Figura 04)

Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes

supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais

podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas

de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o

municiacutepio (Figura 05)

23

A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das

principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande

parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas

O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de

uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas

machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)

Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu

234 Geomorfologia

O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de

dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais

caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir

24

Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas

desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante

convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da

tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees

geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos

formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100

metros

Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees

sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos

Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu

235 Hidrografia

O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo

Norte (SEI 2012)

25

Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)

Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado

pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de

reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos

superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados

236 Geologia local

A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que

engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos

mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

(Figura 07)

Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu

26

2361 Grupo Ilhas

As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena

expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do

Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em

ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua

maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi

subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe

A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem

selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza

esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a

Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos

arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim

(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute

caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo

Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do

Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem

caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de

petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a

Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a

meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al

1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro

sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e

Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos

e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador

A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de

granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se

como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e

sotopondo-se de forma concordante agrave mesma

2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute

A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos

por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute

27

constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de

Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al

1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros

Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes

O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e

siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo

subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e

apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que

variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de

cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos

de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma

seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com

a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das

caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas

O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a

maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos

agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos

e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato

inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos

apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com

o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-

esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados

(VIANA et al 1971)

O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo

amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL

1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com

estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O

contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares

discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e

holocecircnicos

28

2363 Formaccedilatildeo Marizal

As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte

e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)

A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados

(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos

apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-

avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e

cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos

e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de

maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo

cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de

granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos

ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de

gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos

A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a

um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte

isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)

Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos

municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica

2364 Grupo Barreiras

O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e

marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a

partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)

De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido

em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea

do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura

07)

No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma

antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas

(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia

29

sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado

relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)

A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e

siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo

consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS

BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)

A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos

de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute

caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo

superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos

conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando

tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A

porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas

camadas de siltitos

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em

duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e

aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)

237 Hidrogeologia local

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras

De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito

reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas

subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um

sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da

variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que

abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por

um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por

sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que

30

predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE

1999)

O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais

provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo

Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas

laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de

chuvas

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal

O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de

aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa

predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo

basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em

condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)

Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia

angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da

aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a

sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e

surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo

A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo

vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as

estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras

nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo

O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo

baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas

predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras

que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees

em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em

31

discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar

contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)

O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos

caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE

1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas

de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre

predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo

mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo

nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se

encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras

Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo

duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos

e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local

o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base

ou seja os rios e riachos da regiatildeo

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas

O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas

possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu

(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de

600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia

do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees

facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea

de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a

mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o

armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)

O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado

possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical

profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)

32

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos

A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do

SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi

possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH

estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do

desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia

aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos

Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros

observados

Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade

mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O

niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu

355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo

surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada

uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana

de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo

TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo

miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)

Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu

apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com

maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana

de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3

respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de

1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21

poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente

a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor

maacuteximo (Tabela 05)

33

Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados

Coluna1 PROF

(m)

NE

(m)

ND

(m)

Vazatildeo TB

(msup3h)

STD

(mgl)

Dureza

(mgl CaCO3)

CE

(microScm)

PH

-

Turbidez

(NTU)

Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93

Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43

Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29

Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214

Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590

Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38

Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01

Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000

Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250

Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

2381 Potenciometria

O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos

referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do

fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga

O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa

(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas

regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais

cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam

como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)

34

Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu

35

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA

A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem

sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem

como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de

energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num

elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como

aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em

6 de maio de 1968

Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as

atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega

principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos

galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os

oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos

animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e

transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as

plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os

dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais

(CONSELHO DA EUROPA 1968)

A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de

aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca

de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das

aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os

aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da

aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no

planeta (HIRATA 2000)

O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua

doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta

aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas

cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao

crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo

descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)

Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos

devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como

36

citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra

encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas

subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em

todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas

em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades

supridas pelo manancial subterracircneordquo

Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra

preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou

as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a

duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na

manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas

subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que

constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud

ABAS 2015)

Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva

ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades

rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)

Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave

aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor

influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de

uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem

melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes

poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e

outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)

De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61

da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que

6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos

profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY

MATOS 2002)

37

32 AQUIacuteFERO

Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo

n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo

hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras

ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)

Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros

quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros

(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)

Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso

fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos

citados (Quadro 01)

Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos

Tipo Principais caracteriacutesticas

Poroso

Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos

inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos

poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo

variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre

acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos

permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua

flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de

pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)

Fissural

Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a

circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao

movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute

relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo

permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui

onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas

a direccedilotildees preferenciais

Caacuterstico

Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua

ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram

da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos

com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

38

Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas

hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo

submetidos

O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado

superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa

permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele

constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas

impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior

que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero

livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil

devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)

39

Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

33 QUALIDADE DA AacuteGUA

A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume

(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das

aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos

aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima

composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da

contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo

a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos

efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os

elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua

classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos

para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)

Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso

ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A

Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle

e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art

5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

20

Figura 02 - Balanccedilo hiacutedrico normal mensal Alagoinhas ndash BA 1961 a 1990

Fonte EMBRAPA 2015

Figura 03 - Deficiecircncia excedente retirada e reposiccedilatildeo para o ano hiacutedrico de Alagoinhas -

BA

Fonte EMBRAPA 2015

21

232 Solos

De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-

BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico

Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas

destes satildeo descritos a seguir

Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu

Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais

extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e

dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da

parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo

necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem

22

Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave

ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito

intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com

perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser

distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a

agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo

possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na

porccedilatildeo sul do municiacutepio

Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei

iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um

horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas

proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de

drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena

ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca

233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra

A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu

permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea

destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que

a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos

hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo

O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas

com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas

formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de

Catu (Figura 04)

Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes

supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais

podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas

de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o

municiacutepio (Figura 05)

23

A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das

principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande

parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas

O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de

uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas

machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)

Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu

234 Geomorfologia

O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de

dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais

caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir

24

Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas

desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante

convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da

tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees

geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos

formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100

metros

Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees

sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos

Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu

235 Hidrografia

O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo

Norte (SEI 2012)

25

Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)

Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado

pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de

reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos

superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados

236 Geologia local

A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que

engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos

mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

(Figura 07)

Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu

26

2361 Grupo Ilhas

As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena

expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do

Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em

ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua

maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi

subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe

A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem

selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza

esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a

Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos

arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim

(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute

caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo

Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do

Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem

caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de

petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a

Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a

meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al

1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro

sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e

Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos

e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador

A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de

granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se

como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e

sotopondo-se de forma concordante agrave mesma

2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute

A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos

por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute

27

constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de

Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al

1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros

Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes

O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e

siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo

subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e

apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que

variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de

cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos

de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma

seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com

a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das

caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas

O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a

maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos

agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos

e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato

inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos

apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com

o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-

esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados

(VIANA et al 1971)

O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo

amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL

1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com

estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O

contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares

discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e

holocecircnicos

28

2363 Formaccedilatildeo Marizal

As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte

e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)

A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados

(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos

apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-

avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e

cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos

e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de

maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo

cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de

granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos

ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de

gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos

A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a

um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte

isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)

Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos

municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica

2364 Grupo Barreiras

O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e

marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a

partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)

De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido

em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea

do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura

07)

No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma

antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas

(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia

29

sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado

relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)

A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e

siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo

consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS

BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)

A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos

de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute

caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo

superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos

conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando

tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A

porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas

camadas de siltitos

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em

duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e

aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)

237 Hidrogeologia local

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras

De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito

reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas

subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um

sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da

variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que

abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por

um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por

sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que

30

predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE

1999)

O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais

provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo

Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas

laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de

chuvas

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal

O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de

aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa

predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo

basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em

condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)

Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia

angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da

aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a

sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e

surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo

A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo

vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as

estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras

nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo

O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo

baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas

predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras

que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees

em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em

31

discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar

contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)

O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos

caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE

1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas

de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre

predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo

mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo

nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se

encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras

Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo

duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos

e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local

o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base

ou seja os rios e riachos da regiatildeo

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas

O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas

possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu

(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de

600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia

do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees

facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea

de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a

mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o

armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)

O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado

possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical

profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)

32

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos

A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do

SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi

possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH

estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do

desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia

aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos

Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros

observados

Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade

mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O

niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu

355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo

surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada

uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana

de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo

TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo

miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)

Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu

apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com

maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana

de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3

respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de

1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21

poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente

a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor

maacuteximo (Tabela 05)

33

Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados

Coluna1 PROF

(m)

NE

(m)

ND

(m)

Vazatildeo TB

(msup3h)

STD

(mgl)

Dureza

(mgl CaCO3)

CE

(microScm)

PH

-

Turbidez

(NTU)

Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93

Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43

Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29

Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214

Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590

Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38

Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01

Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000

Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250

Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

2381 Potenciometria

O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos

referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do

fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga

O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa

(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas

regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais

cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam

como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)

34

Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu

35

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA

A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem

sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem

como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de

energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num

elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como

aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em

6 de maio de 1968

Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as

atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega

principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos

galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os

oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos

animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e

transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as

plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os

dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais

(CONSELHO DA EUROPA 1968)

A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de

aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca

de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das

aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os

aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da

aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no

planeta (HIRATA 2000)

O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua

doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta

aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas

cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao

crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo

descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)

Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos

devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como

36

citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra

encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas

subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em

todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas

em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades

supridas pelo manancial subterracircneordquo

Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra

preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou

as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a

duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na

manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas

subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que

constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud

ABAS 2015)

Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva

ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades

rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)

Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave

aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor

influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de

uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem

melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes

poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e

outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)

De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61

da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que

6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos

profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY

MATOS 2002)

37

32 AQUIacuteFERO

Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo

n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo

hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras

ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)

Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros

quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros

(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)

Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso

fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos

citados (Quadro 01)

Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos

Tipo Principais caracteriacutesticas

Poroso

Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos

inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos

poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo

variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre

acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos

permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua

flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de

pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)

Fissural

Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a

circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao

movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute

relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo

permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui

onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas

a direccedilotildees preferenciais

Caacuterstico

Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua

ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram

da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos

com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

38

Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas

hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo

submetidos

O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado

superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa

permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele

constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas

impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior

que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero

livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil

devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)

39

Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

33 QUALIDADE DA AacuteGUA

A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume

(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das

aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos

aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima

composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da

contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo

a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos

efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os

elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua

classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos

para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)

Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso

ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A

Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle

e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art

5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

21

232 Solos

De acordo com o Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia (PERH-

BA) os solos de Catu satildeo classificados como Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico

Latossolo Amarelo Distroacutefico e Gleissolo Haacuteplico (Figura 04) As principais caracteriacutesticas

destes satildeo descritos a seguir

Figura 04 - Classes de solo municiacutepio de Catu

Argissolo Vermelho-Amarelo Distroacutefico (PVAd) Constitui-se a classe de solo mais

extensa no municiacutepio de Catu ocorrem em aacutereas de relevos mais acidentados e

dissecados Satildeo solos bem evoluiacutedos argilosos apresentando mobilizaccedilatildeo de argila da

parte mais superficial A baixa fertilidade eacute a principal restriccedilatildeo deste tipo de solo

necessitando de adubaccedilatildeo e por vezes correccedilatildeo atraveacutes da calagem

22

Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave

ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito

intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com

perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser

distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a

agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo

possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na

porccedilatildeo sul do municiacutepio

Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei

iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um

horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas

proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de

drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena

ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca

233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra

A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu

permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea

destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que

a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos

hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo

O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas

com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas

formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de

Catu (Figura 04)

Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes

supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais

podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas

de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o

municiacutepio (Figura 05)

23

A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das

principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande

parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas

O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de

uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas

machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)

Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu

234 Geomorfologia

O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de

dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais

caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir

24

Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas

desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante

convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da

tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees

geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos

formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100

metros

Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees

sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos

Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu

235 Hidrografia

O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo

Norte (SEI 2012)

25

Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)

Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado

pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de

reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos

superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados

236 Geologia local

A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que

engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos

mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

(Figura 07)

Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu

26

2361 Grupo Ilhas

As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena

expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do

Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em

ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua

maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi

subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe

A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem

selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza

esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a

Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos

arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim

(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute

caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo

Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do

Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem

caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de

petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a

Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a

meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al

1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro

sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e

Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos

e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador

A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de

granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se

como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e

sotopondo-se de forma concordante agrave mesma

2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute

A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos

por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute

27

constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de

Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al

1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros

Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes

O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e

siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo

subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e

apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que

variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de

cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos

de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma

seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com

a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das

caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas

O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a

maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos

agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos

e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato

inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos

apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com

o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-

esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados

(VIANA et al 1971)

O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo

amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL

1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com

estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O

contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares

discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e

holocecircnicos

28

2363 Formaccedilatildeo Marizal

As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte

e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)

A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados

(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos

apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-

avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e

cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos

e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de

maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo

cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de

granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos

ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de

gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos

A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a

um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte

isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)

Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos

municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica

2364 Grupo Barreiras

O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e

marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a

partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)

De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido

em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea

do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura

07)

No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma

antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas

(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia

29

sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado

relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)

A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e

siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo

consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS

BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)

A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos

de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute

caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo

superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos

conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando

tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A

porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas

camadas de siltitos

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em

duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e

aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)

237 Hidrogeologia local

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras

De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito

reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas

subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um

sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da

variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que

abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por

um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por

sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que

30

predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE

1999)

O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais

provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo

Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas

laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de

chuvas

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal

O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de

aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa

predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo

basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em

condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)

Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia

angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da

aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a

sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e

surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo

A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo

vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as

estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras

nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo

O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo

baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas

predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras

que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees

em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em

31

discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar

contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)

O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos

caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE

1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas

de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre

predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo

mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo

nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se

encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras

Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo

duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos

e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local

o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base

ou seja os rios e riachos da regiatildeo

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas

O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas

possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu

(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de

600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia

do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees

facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea

de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a

mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o

armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)

O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado

possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical

profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)

32

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos

A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do

SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi

possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH

estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do

desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia

aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos

Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros

observados

Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade

mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O

niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu

355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo

surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada

uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana

de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo

TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo

miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)

Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu

apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com

maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana

de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3

respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de

1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21

poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente

a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor

maacuteximo (Tabela 05)

33

Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados

Coluna1 PROF

(m)

NE

(m)

ND

(m)

Vazatildeo TB

(msup3h)

STD

(mgl)

Dureza

(mgl CaCO3)

CE

(microScm)

PH

-

Turbidez

(NTU)

Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93

Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43

Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29

Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214

Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590

Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38

Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01

Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000

Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250

Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

2381 Potenciometria

O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos

referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do

fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga

O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa

(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas

regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais

cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam

como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)

34

Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu

35

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA

A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem

sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem

como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de

energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num

elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como

aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em

6 de maio de 1968

Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as

atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega

principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos

galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os

oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos

animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e

transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as

plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os

dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais

(CONSELHO DA EUROPA 1968)

A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de

aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca

de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das

aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os

aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da

aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no

planeta (HIRATA 2000)

O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua

doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta

aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas

cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao

crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo

descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)

Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos

devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como

36

citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra

encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas

subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em

todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas

em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades

supridas pelo manancial subterracircneordquo

Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra

preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou

as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a

duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na

manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas

subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que

constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud

ABAS 2015)

Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva

ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades

rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)

Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave

aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor

influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de

uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem

melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes

poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e

outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)

De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61

da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que

6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos

profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY

MATOS 2002)

37

32 AQUIacuteFERO

Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo

n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo

hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras

ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)

Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros

quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros

(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)

Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso

fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos

citados (Quadro 01)

Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos

Tipo Principais caracteriacutesticas

Poroso

Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos

inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos

poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo

variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre

acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos

permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua

flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de

pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)

Fissural

Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a

circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao

movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute

relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo

permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui

onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas

a direccedilotildees preferenciais

Caacuterstico

Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua

ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram

da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos

com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

38

Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas

hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo

submetidos

O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado

superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa

permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele

constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas

impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior

que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero

livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil

devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)

39

Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

33 QUALIDADE DA AacuteGUA

A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume

(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das

aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos

aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima

composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da

contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo

a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos

efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os

elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua

classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos

para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)

Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso

ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A

Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle

e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art

5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

22

Latossolo Amarelo Distroacutefico (Lad) Satildeo associados aos relevos plano suave

ondulado ou ondulado Satildeo solos em geral profundos bastante evoluiacutedos muito

intemperizados ricos em argilominerais 11 e oxiacute-hidroacutexidos de ferro e alumiacutenio com

perfil homogecircneo e horizontes pouco diferenciados Satildeo em geral aacutecidos Por ser

distroacutefico apresenta saturaccedilatildeo por bases inferior a 50 Satildeo muitos utilizados para a

agropecuaacuteria Um fator limitante eacute a baixa fertilidade desses solos Este tipo de solo

possui pouca expressatildeo na aacuterea estudada restringindo-se a uma pequena ocorrecircncia na

porccedilatildeo sul do municiacutepio

Gleissolo Haacuteplico (GXbd) Satildeo solos minerais hidromoacuterficos com horizonte glei

iniciando dentro dos primeiros 150 cm da superfiacutecie imediatamente abaixo de um

horizonte A (mineral) ou H (orgacircnico) pouco espesso Localizam-se em baixadas

proacuteximos a drenagem Raramente apresentam fertilidade alta Necessitam de

drenagem e calagem para o seu uso Este tipo de solo restringe-se a uma pequena

ocorrecircncia ao sul do municiacutepio proacuteximo ao rio Pojuca

233 Vegetaccedilatildeo e uso da terra

A distribuiccedilatildeo espacial da cobertura vegetal e do uso da terra no municiacutepio de Catu

permite identificar as seguintes classes (Figura 05) cerrado floresta secundaacuteria aacuterea

destinada agrave agricultura eou pecuaacuteria aacuterea de reflorestamento e aacuterea urbana Vale ressaltar que

a distribuiccedilatildeo das formaccedilotildees vegetais estaacute relacionada agraves caracteriacutesticas do solo dos recursos

hiacutedricos das condiccedilotildees climaacuteticas e das categorias do uso da terra desenvolvidas na regiatildeo

O cerrado eacute formado por espeacutecies subarbustivas e herbaacuteceas inclinadas tortuosas

com ramificaccedilotildees retorcidas As plantas lenhosas satildeo entremeadas por gramiacuteneas Essas

formaccedilotildees vegetais satildeo encontradas predominantemente nas porccedilotildees norte e nordeste de

Catu (Figura 04)

Vegetaccedilatildeo secundaacuteria ou em regeneraccedilatildeo eacute definida pelo Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA) como ldquoaquela resultante de processos naturais de sucessatildeo apoacutes

supressatildeo total ou parcial da vegetaccedilatildeo primaacuteria por accedilotildees antroacutepicas ou causas naturais

podendo ocorrer aacutervores remanescentes da vegetaccedilatildeo primaacuteriardquo (CONAMA 1994) As aacutereas

de florestas secundaacuterias podem ser encontradas em pequenas manchas distribuiacutedas por todo o

municiacutepio (Figura 05)

23

A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das

principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande

parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas

O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de

uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas

machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)

Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu

234 Geomorfologia

O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de

dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais

caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir

24

Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas

desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante

convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da

tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees

geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos

formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100

metros

Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees

sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos

Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu

235 Hidrografia

O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo

Norte (SEI 2012)

25

Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)

Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado

pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de

reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos

superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados

236 Geologia local

A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que

engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos

mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

(Figura 07)

Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu

26

2361 Grupo Ilhas

As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena

expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do

Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em

ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua

maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi

subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe

A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem

selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza

esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a

Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos

arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim

(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute

caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo

Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do

Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem

caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de

petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a

Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a

meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al

1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro

sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e

Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos

e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador

A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de

granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se

como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e

sotopondo-se de forma concordante agrave mesma

2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute

A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos

por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute

27

constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de

Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al

1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros

Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes

O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e

siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo

subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e

apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que

variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de

cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos

de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma

seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com

a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das

caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas

O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a

maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos

agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos

e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato

inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos

apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com

o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-

esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados

(VIANA et al 1971)

O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo

amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL

1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com

estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O

contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares

discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e

holocecircnicos

28

2363 Formaccedilatildeo Marizal

As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte

e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)

A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados

(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos

apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-

avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e

cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos

e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de

maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo

cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de

granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos

ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de

gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos

A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a

um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte

isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)

Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos

municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica

2364 Grupo Barreiras

O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e

marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a

partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)

De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido

em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea

do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura

07)

No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma

antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas

(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia

29

sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado

relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)

A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e

siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo

consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS

BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)

A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos

de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute

caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo

superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos

conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando

tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A

porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas

camadas de siltitos

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em

duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e

aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)

237 Hidrogeologia local

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras

De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito

reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas

subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um

sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da

variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que

abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por

um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por

sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que

30

predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE

1999)

O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais

provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo

Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas

laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de

chuvas

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal

O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de

aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa

predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo

basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em

condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)

Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia

angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da

aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a

sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e

surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo

A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo

vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as

estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras

nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo

O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo

baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas

predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras

que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees

em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em

31

discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar

contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)

O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos

caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE

1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas

de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre

predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo

mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo

nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se

encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras

Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo

duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos

e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local

o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base

ou seja os rios e riachos da regiatildeo

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas

O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas

possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu

(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de

600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia

do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees

facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea

de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a

mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o

armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)

O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado

possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical

profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)

32

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos

A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do

SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi

possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH

estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do

desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia

aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos

Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros

observados

Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade

mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O

niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu

355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo

surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada

uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana

de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo

TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo

miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)

Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu

apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com

maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana

de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3

respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de

1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21

poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente

a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor

maacuteximo (Tabela 05)

33

Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados

Coluna1 PROF

(m)

NE

(m)

ND

(m)

Vazatildeo TB

(msup3h)

STD

(mgl)

Dureza

(mgl CaCO3)

CE

(microScm)

PH

-

Turbidez

(NTU)

Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93

Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43

Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29

Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214

Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590

Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38

Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01

Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000

Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250

Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

2381 Potenciometria

O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos

referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do

fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga

O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa

(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas

regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais

cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam

como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)

34

Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu

35

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA

A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem

sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem

como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de

energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num

elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como

aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em

6 de maio de 1968

Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as

atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega

principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos

galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os

oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos

animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e

transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as

plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os

dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais

(CONSELHO DA EUROPA 1968)

A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de

aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca

de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das

aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os

aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da

aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no

planeta (HIRATA 2000)

O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua

doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta

aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas

cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao

crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo

descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)

Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos

devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como

36

citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra

encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas

subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em

todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas

em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades

supridas pelo manancial subterracircneordquo

Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra

preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou

as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a

duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na

manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas

subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que

constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud

ABAS 2015)

Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva

ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades

rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)

Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave

aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor

influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de

uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem

melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes

poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e

outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)

De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61

da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que

6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos

profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY

MATOS 2002)

37

32 AQUIacuteFERO

Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo

n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo

hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras

ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)

Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros

quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros

(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)

Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso

fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos

citados (Quadro 01)

Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos

Tipo Principais caracteriacutesticas

Poroso

Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos

inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos

poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo

variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre

acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos

permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua

flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de

pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)

Fissural

Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a

circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao

movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute

relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo

permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui

onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas

a direccedilotildees preferenciais

Caacuterstico

Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua

ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram

da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos

com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

38

Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas

hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo

submetidos

O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado

superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa

permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele

constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas

impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior

que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero

livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil

devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)

39

Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

33 QUALIDADE DA AacuteGUA

A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume

(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das

aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos

aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima

composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da

contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo

a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos

efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os

elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua

classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos

para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)

Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso

ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A

Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle

e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art

5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

23

A agricultura juntamente com a pecuaacuteria pode ser considerada como uma das

principais atividades causadoras da devastaccedilatildeo da vegetaccedilatildeo original da aacuterea visto que grande

parte da vegetaccedilatildeo nativa foi substituiacuteda por pastos eou culturas ciacuteclicas

O reflorestamento consiste na atividade dedicada a recompor a cobertura florestal de

uma determinada aacuterea As aacutereas de reflorestamento podem ser encontradas em pequenas

machas situadas ao norte e nordeste de Catu (Figura 05)

Figura 05 - Mapa de distribuiccedilatildeo da vegetaccedilatildeo e uso da terra no municiacutepio de Catu

234 Geomorfologia

O municiacutepio de Catu eacute marcado por duas unidades geomorfoloacutegicas i) formas de

dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos e ii) regiatildeo de acumulaccedilatildeo (Figura 06) As principais

caracteriacutesticas destas satildeo descritas a seguir

24

Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas

desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante

convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da

tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees

geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos

formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100

metros

Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees

sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos

Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu

235 Hidrografia

O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo

Norte (SEI 2012)

25

Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)

Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado

pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de

reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos

superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados

236 Geologia local

A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que

engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos

mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

(Figura 07)

Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu

26

2361 Grupo Ilhas

As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena

expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do

Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em

ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua

maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi

subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe

A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem

selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza

esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a

Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos

arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim

(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute

caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo

Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do

Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem

caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de

petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a

Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a

meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al

1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro

sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e

Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos

e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador

A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de

granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se

como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e

sotopondo-se de forma concordante agrave mesma

2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute

A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos

por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute

27

constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de

Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al

1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros

Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes

O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e

siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo

subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e

apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que

variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de

cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos

de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma

seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com

a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das

caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas

O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a

maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos

agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos

e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato

inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos

apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com

o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-

esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados

(VIANA et al 1971)

O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo

amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL

1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com

estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O

contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares

discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e

holocecircnicos

28

2363 Formaccedilatildeo Marizal

As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte

e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)

A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados

(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos

apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-

avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e

cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos

e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de

maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo

cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de

granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos

ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de

gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos

A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a

um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte

isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)

Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos

municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica

2364 Grupo Barreiras

O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e

marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a

partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)

De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido

em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea

do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura

07)

No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma

antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas

(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia

29

sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado

relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)

A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e

siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo

consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS

BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)

A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos

de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute

caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo

superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos

conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando

tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A

porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas

camadas de siltitos

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em

duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e

aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)

237 Hidrogeologia local

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras

De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito

reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas

subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um

sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da

variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que

abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por

um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por

sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que

30

predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE

1999)

O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais

provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo

Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas

laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de

chuvas

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal

O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de

aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa

predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo

basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em

condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)

Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia

angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da

aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a

sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e

surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo

A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo

vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as

estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras

nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo

O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo

baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas

predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras

que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees

em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em

31

discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar

contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)

O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos

caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE

1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas

de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre

predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo

mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo

nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se

encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras

Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo

duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos

e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local

o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base

ou seja os rios e riachos da regiatildeo

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas

O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas

possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu

(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de

600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia

do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees

facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea

de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a

mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o

armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)

O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado

possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical

profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)

32

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos

A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do

SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi

possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH

estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do

desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia

aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos

Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros

observados

Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade

mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O

niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu

355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo

surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada

uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana

de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo

TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo

miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)

Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu

apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com

maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana

de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3

respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de

1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21

poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente

a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor

maacuteximo (Tabela 05)

33

Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados

Coluna1 PROF

(m)

NE

(m)

ND

(m)

Vazatildeo TB

(msup3h)

STD

(mgl)

Dureza

(mgl CaCO3)

CE

(microScm)

PH

-

Turbidez

(NTU)

Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93

Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43

Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29

Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214

Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590

Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38

Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01

Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000

Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250

Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

2381 Potenciometria

O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos

referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do

fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga

O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa

(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas

regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais

cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam

como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)

34

Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu

35

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA

A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem

sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem

como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de

energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num

elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como

aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em

6 de maio de 1968

Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as

atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega

principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos

galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os

oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos

animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e

transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as

plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os

dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais

(CONSELHO DA EUROPA 1968)

A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de

aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca

de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das

aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os

aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da

aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no

planeta (HIRATA 2000)

O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua

doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta

aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas

cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao

crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo

descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)

Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos

devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como

36

citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra

encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas

subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em

todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas

em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades

supridas pelo manancial subterracircneordquo

Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra

preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou

as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a

duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na

manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas

subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que

constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud

ABAS 2015)

Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva

ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades

rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)

Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave

aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor

influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de

uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem

melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes

poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e

outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)

De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61

da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que

6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos

profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY

MATOS 2002)

37

32 AQUIacuteFERO

Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo

n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo

hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras

ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)

Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros

quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros

(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)

Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso

fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos

citados (Quadro 01)

Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos

Tipo Principais caracteriacutesticas

Poroso

Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos

inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos

poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo

variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre

acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos

permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua

flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de

pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)

Fissural

Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a

circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao

movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute

relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo

permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui

onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas

a direccedilotildees preferenciais

Caacuterstico

Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua

ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram

da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos

com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

38

Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas

hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo

submetidos

O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado

superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa

permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele

constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas

impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior

que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero

livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil

devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)

39

Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

33 QUALIDADE DA AacuteGUA

A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume

(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das

aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos

aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima

composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da

contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo

a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos

efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os

elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua

classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos

para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)

Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso

ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A

Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle

e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art

5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

24

Formas de dissecaccedilatildeo e aplanamentos embutidos relevo de topos aplanados bordas

desniveladas com degraus e planos embutidos agraves encostas de formas predominante

convexas dissecadas nas rochas sedimentares arenosas e argilosas Os efeitos da

tectocircnica e da litologia se refletem na compartimentaccedilatildeo do relevo Feiccedilotildees

geralmente convexas ou convexo-cocircncavas separadas por vales chatos ou agudos

formando uma drenagem dendriacutetica ou ramificada desniacuteveis da ordem de 50 - 100

metros

Regiatildeo de acumulaccedilatildeo planiacutecie resultante das accedilotildees fluviais contendo aluviotildees

sujeitas a inundaccedilotildees agraves vezes contendo terraccedilos

Figura 06 - Mapa de distribuiccedilatildeo das unidades geomorfoloacutegicas no municiacutepio de Catu

235 Hidrografia

O municiacutepio de Catu esta inserido na aacuterea das bacias hidrograacuteficas do Recocircncavo

Norte (SEI 2012)

25

Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)

Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado

pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de

reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos

superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados

236 Geologia local

A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que

engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos

mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

(Figura 07)

Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu

26

2361 Grupo Ilhas

As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena

expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do

Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em

ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua

maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi

subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe

A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem

selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza

esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a

Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos

arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim

(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute

caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo

Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do

Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem

caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de

petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a

Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a

meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al

1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro

sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e

Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos

e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador

A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de

granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se

como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e

sotopondo-se de forma concordante agrave mesma

2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute

A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos

por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute

27

constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de

Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al

1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros

Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes

O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e

siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo

subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e

apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que

variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de

cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos

de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma

seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com

a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das

caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas

O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a

maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos

agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos

e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato

inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos

apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com

o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-

esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados

(VIANA et al 1971)

O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo

amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL

1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com

estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O

contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares

discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e

holocecircnicos

28

2363 Formaccedilatildeo Marizal

As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte

e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)

A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados

(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos

apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-

avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e

cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos

e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de

maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo

cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de

granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos

ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de

gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos

A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a

um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte

isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)

Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos

municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica

2364 Grupo Barreiras

O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e

marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a

partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)

De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido

em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea

do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura

07)

No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma

antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas

(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia

29

sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado

relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)

A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e

siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo

consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS

BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)

A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos

de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute

caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo

superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos

conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando

tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A

porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas

camadas de siltitos

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em

duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e

aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)

237 Hidrogeologia local

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras

De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito

reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas

subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um

sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da

variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que

abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por

um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por

sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que

30

predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE

1999)

O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais

provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo

Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas

laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de

chuvas

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal

O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de

aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa

predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo

basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em

condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)

Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia

angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da

aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a

sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e

surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo

A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo

vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as

estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras

nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo

O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo

baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas

predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras

que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees

em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em

31

discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar

contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)

O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos

caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE

1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas

de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre

predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo

mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo

nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se

encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras

Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo

duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos

e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local

o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base

ou seja os rios e riachos da regiatildeo

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas

O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas

possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu

(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de

600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia

do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees

facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea

de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a

mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o

armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)

O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado

possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical

profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)

32

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos

A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do

SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi

possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH

estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do

desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia

aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos

Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros

observados

Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade

mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O

niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu

355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo

surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada

uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana

de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo

TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo

miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)

Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu

apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com

maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana

de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3

respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de

1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21

poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente

a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor

maacuteximo (Tabela 05)

33

Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados

Coluna1 PROF

(m)

NE

(m)

ND

(m)

Vazatildeo TB

(msup3h)

STD

(mgl)

Dureza

(mgl CaCO3)

CE

(microScm)

PH

-

Turbidez

(NTU)

Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93

Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43

Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29

Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214

Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590

Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38

Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01

Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000

Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250

Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

2381 Potenciometria

O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos

referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do

fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga

O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa

(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas

regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais

cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam

como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)

34

Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu

35

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA

A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem

sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem

como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de

energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num

elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como

aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em

6 de maio de 1968

Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as

atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega

principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos

galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os

oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos

animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e

transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as

plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os

dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais

(CONSELHO DA EUROPA 1968)

A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de

aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca

de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das

aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os

aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da

aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no

planeta (HIRATA 2000)

O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua

doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta

aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas

cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao

crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo

descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)

Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos

devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como

36

citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra

encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas

subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em

todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas

em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades

supridas pelo manancial subterracircneordquo

Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra

preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou

as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a

duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na

manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas

subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que

constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud

ABAS 2015)

Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva

ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades

rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)

Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave

aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor

influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de

uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem

melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes

poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e

outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)

De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61

da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que

6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos

profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY

MATOS 2002)

37

32 AQUIacuteFERO

Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo

n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo

hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras

ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)

Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros

quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros

(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)

Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso

fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos

citados (Quadro 01)

Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos

Tipo Principais caracteriacutesticas

Poroso

Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos

inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos

poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo

variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre

acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos

permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua

flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de

pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)

Fissural

Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a

circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao

movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute

relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo

permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui

onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas

a direccedilotildees preferenciais

Caacuterstico

Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua

ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram

da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos

com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

38

Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas

hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo

submetidos

O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado

superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa

permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele

constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas

impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior

que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero

livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil

devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)

39

Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

33 QUALIDADE DA AacuteGUA

A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume

(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das

aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos

aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima

composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da

contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo

a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos

efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os

elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua

classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos

para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)

Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso

ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A

Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle

e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art

5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

25

Os rios que correm na aacuterea territorial de Catu satildeo Catu (rio perene) Una (rio perene)

Pitanga (rio intermitente) Pojuca (rio perene) e Quiricoacute Pequeno (rio perene) (Figura 07)

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado

pelos sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de

reservatoacuterios naturais de suma importacircncia uma vez que alguns dos principais cursos

superficiais drsquoaacutegua no municiacutepio de Catu encontram-se contaminados

236 Geologia local

A aacuterea do municiacutepio de Catu apresenta uma variedade de rochas sedimentares que

engloba desde as Formaccedilotildees que compotildee a Bacia Sedimentar do Recocircncavo ateacute os sedimentos

mais recentes representados pelo Grupo Barreiras e os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

(Figura 07)

Figura 07 - Mapa geoloacutegico simplificado do municiacutepio de Catu

26

2361 Grupo Ilhas

As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena

expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do

Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em

ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua

maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi

subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe

A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem

selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza

esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a

Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos

arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim

(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute

caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo

Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do

Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem

caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de

petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a

Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a

meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al

1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro

sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e

Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos

e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador

A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de

granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se

como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e

sotopondo-se de forma concordante agrave mesma

2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute

A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos

por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute

27

constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de

Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al

1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros

Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes

O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e

siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo

subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e

apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que

variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de

cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos

de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma

seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com

a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das

caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas

O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a

maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos

agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos

e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato

inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos

apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com

o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-

esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados

(VIANA et al 1971)

O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo

amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL

1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com

estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O

contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares

discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e

holocecircnicos

28

2363 Formaccedilatildeo Marizal

As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte

e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)

A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados

(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos

apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-

avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e

cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos

e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de

maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo

cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de

granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos

ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de

gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos

A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a

um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte

isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)

Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos

municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica

2364 Grupo Barreiras

O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e

marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a

partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)

De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido

em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea

do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura

07)

No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma

antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas

(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia

29

sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado

relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)

A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e

siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo

consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS

BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)

A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos

de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute

caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo

superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos

conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando

tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A

porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas

camadas de siltitos

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em

duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e

aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)

237 Hidrogeologia local

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras

De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito

reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas

subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um

sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da

variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que

abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por

um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por

sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que

30

predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE

1999)

O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais

provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo

Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas

laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de

chuvas

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal

O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de

aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa

predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo

basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em

condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)

Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia

angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da

aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a

sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e

surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo

A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo

vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as

estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras

nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo

O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo

baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas

predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras

que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees

em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em

31

discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar

contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)

O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos

caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE

1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas

de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre

predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo

mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo

nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se

encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras

Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo

duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos

e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local

o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base

ou seja os rios e riachos da regiatildeo

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas

O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas

possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu

(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de

600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia

do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees

facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea

de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a

mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o

armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)

O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado

possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical

profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)

32

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos

A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do

SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi

possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH

estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do

desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia

aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos

Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros

observados

Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade

mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O

niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu

355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo

surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada

uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana

de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo

TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo

miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)

Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu

apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com

maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana

de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3

respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de

1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21

poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente

a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor

maacuteximo (Tabela 05)

33

Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados

Coluna1 PROF

(m)

NE

(m)

ND

(m)

Vazatildeo TB

(msup3h)

STD

(mgl)

Dureza

(mgl CaCO3)

CE

(microScm)

PH

-

Turbidez

(NTU)

Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93

Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43

Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29

Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214

Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590

Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38

Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01

Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000

Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250

Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

2381 Potenciometria

O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos

referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do

fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga

O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa

(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas

regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais

cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam

como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)

34

Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu

35

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA

A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem

sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem

como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de

energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num

elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como

aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em

6 de maio de 1968

Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as

atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega

principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos

galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os

oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos

animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e

transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as

plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os

dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais

(CONSELHO DA EUROPA 1968)

A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de

aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca

de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das

aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os

aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da

aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no

planeta (HIRATA 2000)

O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua

doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta

aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas

cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao

crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo

descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)

Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos

devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como

36

citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra

encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas

subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em

todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas

em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades

supridas pelo manancial subterracircneordquo

Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra

preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou

as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a

duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na

manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas

subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que

constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud

ABAS 2015)

Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva

ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades

rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)

Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave

aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor

influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de

uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem

melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes

poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e

outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)

De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61

da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que

6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos

profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY

MATOS 2002)

37

32 AQUIacuteFERO

Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo

n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo

hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras

ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)

Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros

quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros

(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)

Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso

fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos

citados (Quadro 01)

Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos

Tipo Principais caracteriacutesticas

Poroso

Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos

inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos

poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo

variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre

acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos

permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua

flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de

pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)

Fissural

Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a

circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao

movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute

relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo

permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui

onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas

a direccedilotildees preferenciais

Caacuterstico

Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua

ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram

da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos

com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

38

Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas

hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo

submetidos

O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado

superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa

permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele

constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas

impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior

que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero

livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil

devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)

39

Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

33 QUALIDADE DA AacuteGUA

A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume

(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das

aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos

aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima

composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da

contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo

a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos

efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os

elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua

classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos

para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)

Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso

ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A

Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle

e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art

5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

26

2361 Grupo Ilhas

As unidades litoloacutegicas do Grupo Ilhas encontram-se representadas em pequena

expressatildeo na porccedilatildeo norte da aacuterea de estudo (Figura 07) Suas idades abrangem do

Valanginiano ao Hauteriviano conforme determinaccedilotildees bioestratigraacuteficas realizadas em

ostracodes natildeo marinhos e palinomorfos (CAIXETA et al 1994) Constituem-se em sua

maior parte por relevos suaves sem grande expressatildeo topograacutefica O Grupo Ilhas foi

subdividido por Caixeta et al (1994) em trecircs Formaccedilotildees Marfim Pojuca e Taquipe

A Formaccedilatildeo Marfim eacute composta por arenitos de granulometria meacutedia a fina bem

selecionados de coloraccedilatildeo cinza-claros e intercalaccedilotildees de camadas de folhelhos cinza

esverdeados (VIANA et al 1971 apud CAIXETA et al 1994) Seu contato inferior com a

Formaccedilatildeo Candeias eacute do tipo concordante marcado por uma mudanccedila brusca de estratos

arenitos da formaccedilatildeo sotoposta para o primeiro pacote de folhelhos da Formaccedilatildeo Marfim

(VIANA et al 1971) enquanto o contato com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo sobreposta eacute

caracterizada por discordacircncia angular Segundo Viana et al (1971 p 167) ldquoA Formaccedilatildeo

Marfim interdigita-se com a Formaccedilatildeo Salvador ao longo de toda a borda leste do

Recocircncavordquo O Membro Catu que constitui essa formaccedilatildeo apresenta niacuteveis areniacuteticos bem

caracterizados de extensatildeo lateral consideraacutevel o que o coloca como excelente produtor de

petroacuteleo (BRASIL 1981) O seu topo eacute marcado por contato concordante e gradacional com a

Formaccedilatildeo Pojuca Esta uacuteltima eacute caracterizada por intercalaccedilotildees de arenitos muito finos a

meacutedios folhelhos cinza-esverdeado siltitos cinza-claro e calcaacuterios castanhos (VIANA et al

1971 apud CAIXETA et al 1994) A Formaccedilatildeo Pojuca pode ser subdividida em quatro

sequecircncias arranjadas da base para o topo da seguinte forma Araccedilaacutes Santiago Cambuqui e

Brejatildeo Assim como a Formaccedilatildeo Marfim a Formaccedilatildeo Pojuca estaacute em contato com os arenitos

e conglomerados da Formaccedilatildeo Salvador

A Formaccedilatildeo Taquipe configura-se por folhelhos cinza e arenitos maciccedilos de

granulometria muito fina (NETTO et al 1984 apud CAIXETA et al 1994) Apresenta-se

como forma de canyon sobrepondo-se em discordacircncia erosiva agrave Formaccedilatildeo Pojuca e

sotopondo-se de forma concordante agrave mesma

2362 Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ndash Grupo Massacaraacute

A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo se destaca na aacuterea de estudo com afloramentos distribuiacutedos

por todo o municiacutepio de Catu (figura 07) A topografia caracteriacutestica geralmente eacute

27

constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de

Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al

1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros

Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes

O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e

siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo

subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e

apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que

variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de

cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos

de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma

seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com

a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das

caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas

O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a

maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos

agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos

e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato

inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos

apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com

o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-

esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados

(VIANA et al 1971)

O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo

amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL

1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com

estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O

contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares

discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e

holocecircnicos

28

2363 Formaccedilatildeo Marizal

As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte

e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)

A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados

(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos

apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-

avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e

cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos

e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de

maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo

cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de

granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos

ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de

gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos

A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a

um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte

isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)

Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos

municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica

2364 Grupo Barreiras

O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e

marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a

partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)

De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido

em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea

do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura

07)

No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma

antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas

(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia

29

sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado

relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)

A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e

siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo

consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS

BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)

A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos

de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute

caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo

superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos

conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando

tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A

porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas

camadas de siltitos

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em

duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e

aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)

237 Hidrogeologia local

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras

De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito

reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas

subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um

sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da

variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que

abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por

um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por

sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que

30

predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE

1999)

O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais

provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo

Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas

laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de

chuvas

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal

O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de

aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa

predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo

basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em

condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)

Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia

angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da

aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a

sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e

surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo

A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo

vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as

estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras

nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo

O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo

baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas

predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras

que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees

em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em

31

discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar

contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)

O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos

caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE

1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas

de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre

predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo

mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo

nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se

encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras

Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo

duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos

e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local

o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base

ou seja os rios e riachos da regiatildeo

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas

O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas

possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu

(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de

600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia

do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees

facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea

de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a

mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o

armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)

O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado

possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical

profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)

32

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos

A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do

SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi

possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH

estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do

desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia

aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos

Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros

observados

Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade

mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O

niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu

355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo

surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada

uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana

de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo

TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo

miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)

Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu

apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com

maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana

de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3

respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de

1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21

poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente

a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor

maacuteximo (Tabela 05)

33

Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados

Coluna1 PROF

(m)

NE

(m)

ND

(m)

Vazatildeo TB

(msup3h)

STD

(mgl)

Dureza

(mgl CaCO3)

CE

(microScm)

PH

-

Turbidez

(NTU)

Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93

Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43

Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29

Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214

Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590

Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38

Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01

Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000

Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250

Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

2381 Potenciometria

O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos

referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do

fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga

O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa

(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas

regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais

cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam

como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)

34

Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu

35

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA

A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem

sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem

como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de

energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num

elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como

aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em

6 de maio de 1968

Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as

atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega

principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos

galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os

oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos

animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e

transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as

plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os

dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais

(CONSELHO DA EUROPA 1968)

A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de

aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca

de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das

aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os

aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da

aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no

planeta (HIRATA 2000)

O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua

doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta

aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas

cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao

crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo

descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)

Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos

devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como

36

citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra

encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas

subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em

todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas

em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades

supridas pelo manancial subterracircneordquo

Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra

preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou

as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a

duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na

manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas

subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que

constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud

ABAS 2015)

Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva

ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades

rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)

Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave

aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor

influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de

uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem

melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes

poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e

outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)

De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61

da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que

6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos

profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY

MATOS 2002)

37

32 AQUIacuteFERO

Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo

n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo

hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras

ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)

Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros

quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros

(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)

Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso

fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos

citados (Quadro 01)

Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos

Tipo Principais caracteriacutesticas

Poroso

Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos

inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos

poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo

variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre

acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos

permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua

flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de

pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)

Fissural

Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a

circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao

movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute

relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo

permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui

onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas

a direccedilotildees preferenciais

Caacuterstico

Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua

ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram

da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos

com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

38

Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas

hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo

submetidos

O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado

superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa

permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele

constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas

impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior

que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero

livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil

devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)

39

Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

33 QUALIDADE DA AacuteGUA

A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume

(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das

aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos

aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima

composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da

contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo

a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos

efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os

elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua

classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos

para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)

Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso

ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A

Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle

e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art

5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

27

constituiacuteda por serras de topos arredondados ou morrotes ondulados Dataccedilotildees atraveacutes de

Ostracodes indicam uma idade cretaacutecea inferior (Jiquiaacute) para a formaccedilatildeo (VIANA et al

1971) A Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo eacute dividida da base para o topo em trecircs membros

Paciecircncia Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes

O Membro Paciecircncia eacute constituiacutedo predominantemente por arenitos folhelhos e

siltitos Os arenitos deste membro apresentam gratildeos de granulometria fina a grossa satildeo

subarredondados e moderadamente selecionados Satildeo levemente calciacuteferos feldspaacuteticos e

apresentam noacutedulos de calcaacuterios cinza-amarelados e finas intercalaccedilotildees de argila de cores que

variam de cinza clara a vermelha clara (VIANA et al 1971) Os siltitos e folhelhos satildeo de

cores cinza clara a avermelhada e tambeacutem haacute a ocorrecircncia de noacutedulos de calcaacuterio Os corpos

de rochas sedimentares satildeo distribuiacutedos por toda a extensatildeo da formaccedilatildeo disposta por uma

seccedilatildeo de siltitos e folhelhos entre duas seccedilotildees de arenitos Este membro marca o contato com

a Formaccedilatildeo Pojuca sotoposta de forma transicional poreacutem bem distinguiacutevel por causa das

caracteriacutesticas de suas rochas e feiccedilotildees geomorfoloacutegicas

O Membro Passagem dos Teixeiras eacute composto por arenitos bem estratificados a

maciccedilos de coloraccedilatildeo que varia de rosada a cinza-amarelados ou cinza esbranquiccedilados finos

agrave meacutedios micaacuteceos e cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) aleacutem de siltitos e folhelhos vermelhos

e um folhelho verde-cobre contendo barita sob as formas laminada e cristalizada O contato

inferior com o Membro Paciecircncia eacute do tipo gradacional onde os pacotes de arenitos

apresentam camadas delgadas de argilas siacutelticas e folhelhos siacutelticos Jaacute o contato no topo com

o Membro Rio Joanes eacute marcado por uma sequecircncia arenosa com argilas siacutelticas cinza-

esverdeadas intercaladas sobrepostas por arenitos e argilitos vermelhos e cinza-esverdeados

(VIANA et al 1971)

O Membro Rio Joanes eacute predominado amplamente por arenitos de coloraccedilatildeo

amarelada a vermelha quartzosos mal selecionados e texturalmente imaturos (BRASIL

1981) Apresentam-se espessos e maciccedilos na maior parte mas podem se manifestar com

estratificaccedilotildees cruzadas e intercalaccedilotildees de argila siacutelticas folhelhos siltitos e arenitos O

contato superior do Membro Rio Joanes pode ser representado por coberturas sedimentares

discordantes da Formaccedilatildeo Marizal do Grupo Barreiras e por sedimentos pleistocecircnicos e

holocecircnicos

28

2363 Formaccedilatildeo Marizal

As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte

e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)

A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados

(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos

apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-

avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e

cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos

e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de

maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo

cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de

granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos

ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de

gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos

A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a

um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte

isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)

Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos

municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica

2364 Grupo Barreiras

O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e

marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a

partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)

De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido

em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea

do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura

07)

No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma

antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas

(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia

29

sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado

relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)

A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e

siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo

consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS

BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)

A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos

de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute

caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo

superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos

conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando

tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A

porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas

camadas de siltitos

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em

duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e

aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)

237 Hidrogeologia local

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras

De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito

reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas

subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um

sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da

variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que

abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por

um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por

sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que

30

predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE

1999)

O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais

provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo

Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas

laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de

chuvas

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal

O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de

aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa

predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo

basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em

condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)

Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia

angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da

aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a

sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e

surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo

A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo

vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as

estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras

nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo

O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo

baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas

predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras

que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees

em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em

31

discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar

contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)

O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos

caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE

1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas

de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre

predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo

mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo

nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se

encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras

Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo

duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos

e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local

o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base

ou seja os rios e riachos da regiatildeo

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas

O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas

possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu

(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de

600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia

do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees

facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea

de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a

mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o

armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)

O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado

possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical

profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)

32

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos

A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do

SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi

possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH

estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do

desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia

aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos

Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros

observados

Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade

mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O

niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu

355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo

surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada

uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana

de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo

TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo

miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)

Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu

apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com

maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana

de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3

respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de

1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21

poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente

a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor

maacuteximo (Tabela 05)

33

Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados

Coluna1 PROF

(m)

NE

(m)

ND

(m)

Vazatildeo TB

(msup3h)

STD

(mgl)

Dureza

(mgl CaCO3)

CE

(microScm)

PH

-

Turbidez

(NTU)

Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93

Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43

Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29

Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214

Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590

Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38

Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01

Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000

Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250

Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

2381 Potenciometria

O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos

referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do

fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga

O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa

(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas

regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais

cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam

como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)

34

Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu

35

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA

A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem

sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem

como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de

energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num

elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como

aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em

6 de maio de 1968

Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as

atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega

principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos

galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os

oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos

animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e

transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as

plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os

dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais

(CONSELHO DA EUROPA 1968)

A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de

aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca

de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das

aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os

aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da

aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no

planeta (HIRATA 2000)

O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua

doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta

aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas

cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao

crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo

descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)

Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos

devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como

36

citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra

encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas

subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em

todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas

em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades

supridas pelo manancial subterracircneordquo

Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra

preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou

as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a

duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na

manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas

subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que

constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud

ABAS 2015)

Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva

ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades

rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)

Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave

aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor

influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de

uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem

melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes

poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e

outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)

De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61

da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que

6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos

profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY

MATOS 2002)

37

32 AQUIacuteFERO

Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo

n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo

hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras

ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)

Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros

quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros

(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)

Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso

fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos

citados (Quadro 01)

Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos

Tipo Principais caracteriacutesticas

Poroso

Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos

inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos

poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo

variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre

acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos

permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua

flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de

pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)

Fissural

Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a

circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao

movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute

relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo

permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui

onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas

a direccedilotildees preferenciais

Caacuterstico

Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua

ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram

da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos

com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

38

Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas

hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo

submetidos

O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado

superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa

permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele

constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas

impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior

que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero

livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil

devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)

39

Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

33 QUALIDADE DA AacuteGUA

A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume

(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das

aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos

aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima

composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da

contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo

a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos

efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os

elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua

classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos

para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)

Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso

ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A

Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle

e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art

5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

28

2363 Formaccedilatildeo Marizal

As unidades litoloacutegicas da Formaccedilatildeo Marizal estatildeo localizadas na porccedilatildeo centro-norte

e menos expressivamente na porccedilatildeo nordeste do municiacutepio de Catu (figura 07)

A Formaccedilatildeo Marizal eacute composta essencialmente por arenitos (topo) e conglomerados

(base) com a presenccedila subordinada de siltitos folhelhos e raramente calcaacuterios Os arenitos

apresentam caracteriacutesticas variadas de coloraccedilatildeo cinza-esbranquiccedilada a amarelo-

avermelhados com gratildeos finos a grossos quartzosos agrave feldspaacuteticos micaacuteceos argilosos e

cauliniacuteticos (VIANA et al 1971) Os conglomerados satildeo formados por fenoclastos de seixos

e matacotildees policompostos de cores variadas levemente metamorfizados distribuiacutedos de

maneira irregular intercalados com arenitos cauliniacuteticos maciccedilos ou com estratificaccedilatildeo

cruzada (BRASIL 1981) Sua matriz eacute predominantemente areniacutetica com fenoclastos de

granulitos quartizitos e quartzo de veio arredondados e mal selecionados Os folhelhos

ocorrem com caracteriacutesticas siacutelticas pouco calciacutefero com finas e ocasionais lacircminas de

gipsita e barita enquanto os siltitos satildeo predominantemente micaacuteceos e argilosos

A Formaccedilatildeo Marizal apresenta-se em sua maior parte na porccedilatildeo E da bacia devido a

um evento erosivo preacute-terciaacuterio que atingiu a Bacia do Recocircncavo com exceccedilatildeo de uma parte

isolada na Baiacutea de Todos os Santos que recobriu 90 da Ilha de Itaparica (BRASIL 1981)

Estaacute sobreposta predominantemente em discordacircncia angular e erosiva agrave Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo entretanto afloramentos recobrindo o Grupo Ilhas podem ser encontrados nos

municiacutepios de Aramariacute Ouriccedilangas e Itaparica

2364 Grupo Barreiras

O Grupo Barreiras constitui-se por coberturas sedimentares continentais terriacutegenas e

marinhas (ARAI 2006 apud NUNES 2011) com ocorrecircncias ao longo da costa brasileira a

partir da regiatildeo nordeste do paiacutes ateacute o Estado do Rio de Janeiro (VILAS BOAS et al 2001)

De acordo com Bigarella (1975 apud Pereira et al 2001) o Grupo Barreiras eacute subdividido

em duas formaccedilotildees Guararapes na base e Riacho Morno no topo Ao longo de toda a aacuterea

do municiacutepio de Catu o Grupo Barreiras encontra-se distribuiacutedo em pequenas porccedilotildees (Figura

07)

No Estado da Bahia ocorre como tabuleiros descontiacutenuos remanescentes de uma

antiga planiacutecie costeira que repousam em discordacircncia angular sobre as rochas mais antigas

(BRASIL 1981) As caracteriacutesticas sedimentares encontradas no litoral norte da Bahia

29

sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado

relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)

A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e

siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo

consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS

BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)

A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos

de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute

caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo

superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos

conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando

tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A

porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas

camadas de siltitos

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em

duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e

aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)

237 Hidrogeologia local

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras

De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito

reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas

subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um

sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da

variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que

abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por

um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por

sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que

30

predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE

1999)

O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais

provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo

Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas

laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de

chuvas

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal

O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de

aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa

predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo

basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em

condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)

Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia

angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da

aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a

sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e

surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo

A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo

vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as

estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras

nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo

O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo

baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas

predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras

que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees

em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em

31

discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar

contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)

O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos

caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE

1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas

de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre

predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo

mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo

nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se

encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras

Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo

duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos

e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local

o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base

ou seja os rios e riachos da regiatildeo

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas

O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas

possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu

(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de

600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia

do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees

facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea

de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a

mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o

armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)

O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado

possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical

profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)

32

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos

A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do

SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi

possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH

estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do

desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia

aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos

Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros

observados

Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade

mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O

niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu

355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo

surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada

uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana

de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo

TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo

miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)

Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu

apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com

maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana

de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3

respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de

1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21

poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente

a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor

maacuteximo (Tabela 05)

33

Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados

Coluna1 PROF

(m)

NE

(m)

ND

(m)

Vazatildeo TB

(msup3h)

STD

(mgl)

Dureza

(mgl CaCO3)

CE

(microScm)

PH

-

Turbidez

(NTU)

Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93

Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43

Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29

Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214

Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590

Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38

Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01

Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000

Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250

Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

2381 Potenciometria

O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos

referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do

fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga

O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa

(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas

regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais

cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam

como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)

34

Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu

35

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA

A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem

sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem

como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de

energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num

elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como

aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em

6 de maio de 1968

Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as

atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega

principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos

galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os

oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos

animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e

transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as

plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os

dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais

(CONSELHO DA EUROPA 1968)

A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de

aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca

de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das

aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os

aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da

aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no

planeta (HIRATA 2000)

O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua

doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta

aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas

cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao

crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo

descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)

Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos

devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como

36

citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra

encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas

subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em

todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas

em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades

supridas pelo manancial subterracircneordquo

Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra

preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou

as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a

duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na

manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas

subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que

constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud

ABAS 2015)

Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva

ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades

rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)

Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave

aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor

influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de

uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem

melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes

poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e

outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)

De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61

da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que

6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos

profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY

MATOS 2002)

37

32 AQUIacuteFERO

Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo

n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo

hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras

ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)

Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros

quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros

(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)

Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso

fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos

citados (Quadro 01)

Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos

Tipo Principais caracteriacutesticas

Poroso

Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos

inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos

poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo

variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre

acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos

permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua

flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de

pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)

Fissural

Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a

circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao

movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute

relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo

permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui

onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas

a direccedilotildees preferenciais

Caacuterstico

Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua

ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram

da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos

com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

38

Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas

hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo

submetidos

O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado

superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa

permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele

constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas

impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior

que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero

livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil

devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)

39

Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

33 QUALIDADE DA AacuteGUA

A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume

(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das

aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos

aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima

composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da

contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo

a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos

efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os

elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua

classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos

para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)

Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso

ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A

Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle

e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art

5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

29

sugerem uma deposiccedilatildeo com carga de leito areno-cascalhosa em sistema fluvial entrelaccedilado

relacionado a leques aluviais submetidos a clima aacuterido a semiaacuteridos (PEREIRA et al 2001)

A sequecircncia do Grupo Barreiras tambeacutem foi caracterizada por sedimentos detriacuteticos e

siliciclaacutesticos de origem fluvial e marinha (ARAI 2006 apud NUNES 2011) ldquopouco ou natildeo

consolidados mal selecionados e com cores variegadasrdquo (VILAS BOcircAS 1996 amp VILAS

BOcircAS SAMPAIO PEREIRA 2001 apud NUNES 2011)

A seccedilatildeo basal do grupo eacute formada por conglomerados estratificados com fenoclastos

de quartzo leitoso e fragmentos de rochas metamoacuterficas arenitos e argilas Sua matriz eacute

caracterizada por gratildeos de fraccedilatildeo arenosa e composiccedilatildeo variada mal selecionada A seccedilatildeo

superior por sua vez eacute constituiacuteda por arenitos de composiccedilatildeo semelhante agrave matriz dos

conglomerados da base do grupo com coloraccedilatildeo que varia de vermelho a violeta passando

tambeacutem por branca e amarela ocorrendo sob formas de estratificaccedilotildees plano-paralelas A

porccedilatildeo de granulometria argilosa ocorre em menor frequecircncia sobre a forma de finas

camadas de siltitos

2365 Depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos

Os depoacutesitos aluvionares e de terraccedilos estatildeo presentes no municiacutepio de Catu em

duas porccedilotildees a S e SW da sede correspondendo por sedimentos quaternaacuterios eluviais e

aluviais presentes ao longo dos principais cursos drsquoagua da regiatildeo (figura 07)

237 Hidrogeologia local

2371 Sistema Aquiacutefero Barreiras

De modo geral o Sistema Aquiacutefero Barreiras se apresenta com extensotildees muito

reduzidas em decorrecircncia da intensa erosatildeo que assola o relevo regional As aacuteguas

subterracircneas armazenam-se nos estratos arenosos comportando-se geralmente como um

sistema aquiacutefero poroso livre apresentando niacuteveis confinados ocasionalmente em razatildeo da

variaccedilatildeo granulomeacutetrica dos compartimentos sedimentares que formam esse depoacutesito que

abrangem das argilas aos conglomerados Seu comportamento hidrogeoloacutegico eacute resumido por

um pacote superior cuja espessura meacutedia varia entre 15 e 25 metros composto por

sedimentos arenosos com alto teor de argila e niacutevel freaacutetico com orientaccedilatildeo que

30

predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE

1999)

O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais

provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo

Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas

laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de

chuvas

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal

O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de

aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa

predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo

basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em

condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)

Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia

angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da

aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a

sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e

surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo

A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo

vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as

estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras

nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo

O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo

baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas

predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras

que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees

em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em

31

discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar

contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)

O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos

caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE

1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas

de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre

predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo

mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo

nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se

encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras

Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo

duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos

e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local

o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base

ou seja os rios e riachos da regiatildeo

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas

O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas

possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu

(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de

600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia

do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees

facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea

de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a

mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o

armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)

O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado

possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical

profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)

32

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos

A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do

SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi

possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH

estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do

desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia

aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos

Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros

observados

Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade

mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O

niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu

355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo

surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada

uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana

de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo

TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo

miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)

Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu

apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com

maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana

de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3

respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de

1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21

poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente

a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor

maacuteximo (Tabela 05)

33

Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados

Coluna1 PROF

(m)

NE

(m)

ND

(m)

Vazatildeo TB

(msup3h)

STD

(mgl)

Dureza

(mgl CaCO3)

CE

(microScm)

PH

-

Turbidez

(NTU)

Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93

Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43

Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29

Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214

Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590

Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38

Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01

Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000

Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250

Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

2381 Potenciometria

O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos

referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do

fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga

O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa

(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas

regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais

cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam

como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)

34

Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu

35

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA

A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem

sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem

como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de

energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num

elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como

aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em

6 de maio de 1968

Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as

atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega

principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos

galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os

oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos

animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e

transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as

plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os

dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais

(CONSELHO DA EUROPA 1968)

A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de

aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca

de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das

aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os

aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da

aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no

planeta (HIRATA 2000)

O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua

doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta

aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas

cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao

crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo

descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)

Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos

devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como

36

citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra

encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas

subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em

todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas

em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades

supridas pelo manancial subterracircneordquo

Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra

preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou

as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a

duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na

manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas

subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que

constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud

ABAS 2015)

Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva

ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades

rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)

Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave

aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor

influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de

uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem

melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes

poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e

outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)

De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61

da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que

6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos

profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY

MATOS 2002)

37

32 AQUIacuteFERO

Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo

n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo

hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras

ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)

Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros

quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros

(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)

Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso

fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos

citados (Quadro 01)

Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos

Tipo Principais caracteriacutesticas

Poroso

Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos

inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos

poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo

variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre

acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos

permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua

flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de

pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)

Fissural

Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a

circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao

movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute

relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo

permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui

onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas

a direccedilotildees preferenciais

Caacuterstico

Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua

ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram

da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos

com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

38

Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas

hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo

submetidos

O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado

superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa

permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele

constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas

impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior

que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero

livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil

devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)

39

Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

33 QUALIDADE DA AacuteGUA

A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume

(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das

aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos

aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima

composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da

contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo

a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos

efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os

elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua

classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos

para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)

Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso

ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A

Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle

e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art

5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

30

predominantemente segue as condiccedilotildees topograacuteficas (ANJOS amp BASTOS 1968 apud IBGE

1999)

O sistema de recarga desse aquiacutefero eacute composto basicamente por infiltraccedilotildees verticais

provenientes da pluviometria diretamente sobre o compartimento sedimentar do Grupo

Barreiras ou indiretamente atraveacutes de sistemas de dunas e aluviotildees (IBGE 1999) As recargas

laterais por meio de lagos e rios neste aquiacutefero satildeo mais frequentes durante as estaccedilotildees de

chuvas

2372 Sistema Aquiacutefero Marizal

O sistema Aquiacutefero Marizal apresenta boas possibilidades para o armazenamento de

aacutegua uma vez que este reservatoacuterio estaacute associado natildeo somente a uma litologia arenosa

predominante no topo da formaccedilatildeo homocircnima mas principalmente conglomeraacutetica na sessatildeo

basal (NASCIMENTO et al 2006) Sua espessura meacutedia eacute de 200 metros ocorrendo em

condiccedilotildees livre e confinada (COSTA 1994 apud ANA 2007)

Na Bacia do Recocircncavo a Formaccedilatildeo Marizal se encontra repousada em discordacircncia

angular e erosiva com a Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo o que permite uma transferecircncia vertical da

aacutegua entre os aquiacuteferos De acordo com Nascimento et al (2006 p 3) ldquoquando a

sobreposiccedilatildeo ocorre sobre os folhelhos da Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo ocorrem fontes e

surgecircncias naturais que funcionam como exutoacuterios do aquiacuteferordquo

A alimentaccedilatildeo do Sistema Aquiacutefero Marizal ocorre principalmente por infiltraccedilatildeo

vertical oriunda das chuvas Acontece tambeacutem atraveacutes das redes hidrograacuteficas durante as

estaccedilotildees com maior precipitaccedilatildeo anual e por infiltraccedilotildees provenientes do aquiacutefero Barreiras

nas regiotildees onde este se encontra sobreposto (IBGE 1999)

2373 Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo

O Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo eacute considerado o melhor aquiacutefero do recocircncavo

baiano e destaca-se entre os melhores do estado da Bahia devido agraves caracteriacutesticas litoloacutegicas

predominantemente arenosas da formaccedilatildeo homocircnima aleacutem de apresentar elevadas espessuras

que variam de 100 a 3000 metros com aacutegua doce de excelente qualidade ateacute 900 m e vazotildees

em meacutedia de 200 m3h (CUNHA 1986) Como jaacute dito anteriormente a Formaccedilatildeo Satildeo

Sebastiatildeo apresenta-se sobreposta de forma concordante com o Grupo Ilhas e em

31

discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar

contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)

O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos

caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE

1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas

de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre

predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo

mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo

nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se

encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras

Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo

duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos

e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local

o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base

ou seja os rios e riachos da regiatildeo

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas

O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas

possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu

(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de

600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia

do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees

facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea

de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a

mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o

armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)

O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado

possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical

profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)

32

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos

A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do

SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi

possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH

estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do

desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia

aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos

Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros

observados

Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade

mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O

niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu

355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo

surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada

uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana

de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo

TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo

miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)

Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu

apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com

maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana

de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3

respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de

1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21

poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente

a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor

maacuteximo (Tabela 05)

33

Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados

Coluna1 PROF

(m)

NE

(m)

ND

(m)

Vazatildeo TB

(msup3h)

STD

(mgl)

Dureza

(mgl CaCO3)

CE

(microScm)

PH

-

Turbidez

(NTU)

Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93

Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43

Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29

Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214

Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590

Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38

Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01

Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000

Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250

Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

2381 Potenciometria

O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos

referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do

fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga

O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa

(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas

regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais

cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam

como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)

34

Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu

35

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA

A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem

sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem

como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de

energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num

elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como

aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em

6 de maio de 1968

Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as

atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega

principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos

galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os

oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos

animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e

transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as

plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os

dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais

(CONSELHO DA EUROPA 1968)

A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de

aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca

de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das

aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os

aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da

aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no

planeta (HIRATA 2000)

O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua

doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta

aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas

cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao

crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo

descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)

Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos

devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como

36

citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra

encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas

subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em

todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas

em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades

supridas pelo manancial subterracircneordquo

Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra

preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou

as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a

duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na

manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas

subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que

constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud

ABAS 2015)

Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva

ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades

rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)

Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave

aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor

influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de

uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem

melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes

poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e

outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)

De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61

da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que

6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos

profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY

MATOS 2002)

37

32 AQUIacuteFERO

Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo

n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo

hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras

ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)

Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros

quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros

(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)

Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso

fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos

citados (Quadro 01)

Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos

Tipo Principais caracteriacutesticas

Poroso

Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos

inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos

poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo

variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre

acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos

permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua

flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de

pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)

Fissural

Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a

circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao

movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute

relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo

permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui

onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas

a direccedilotildees preferenciais

Caacuterstico

Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua

ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram

da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos

com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

38

Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas

hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo

submetidos

O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado

superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa

permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele

constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas

impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior

que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero

livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil

devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)

39

Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

33 QUALIDADE DA AacuteGUA

A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume

(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das

aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos

aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima

composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da

contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo

a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos

efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os

elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua

classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos

para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)

Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso

ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A

Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle

e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art

5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

31

discordacircncia angular com a Formaccedilatildeo Marizal e o Grupo Barreiras aleacutem de apresentar

contato lateral com a Formaccedilatildeo Salvador (IBGE 1999)

O aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo apresenta diversos comportamentos hidrogeoloacutegicos

caracterizados por um sistema aquiacutefero livre de configuraccedilatildeo bastante complexa (IBGE

1999) e por outros de comportamento semi-confinado constituiacutedo por camadas intercaladas

de arenitos folhelhos e siltitos (NASCIMENTO et al 2006) Sua alimentaccedilatildeo ocorre

predominantemente atraveacutes das precipitaccedilotildees diretas nas camadas aflorantes da formaccedilatildeo

mas tambeacutem se daacute de forma secundaacuteria por meio de aluviotildees quando os cursos drsquoaacutegua estatildeo

nos niacuteveis mais elevados nas estaccedilotildees de chuvas anuais e por infiltraccedilotildees verticais quando se

encontra em contato com os sistemas aquiacuteferos Marizal e Barreiras

Regionalmente o fluxo da aacutegua pelo aquiacutefero desloca-se preferencialmente seguindo

duas direccedilotildees principais uma para o sul com destino para o mar da Baiacutea de Todos os Santos

e a segunda em direccedilatildeo agrave borda leste da Bacia do Recocircncavo (IBGE 1999) Em escala local

o fluxo estaacute diretamente influenciado pela topografia seguindo os principais niacuteveis de base

ou seja os rios e riachos da regiatildeo

2374 Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas

O Grupo Ilhas estaacute entre os principais aquiacuteferos do estado da Bahia apresentando boas

possibilidades geoiacutedricas nos horizontes arenosos da Formaccedilatildeo Pojuca e do Membro Catu

(IBGE 1999) Segundo Cunha (1986) este sistema aquiacutefero apresenta espessura que varia de

600 a 1500 metros com as bacias do Tucano e do Recocircncavo integradas Entretanto na bacia

do Recocircncavo o aquiacutefero estaacute restrito nas porccedilotildees norte e central e sofre intensas variaccedilotildees

facioloacutegicas o que limita as ocorrecircncias de estratos arenosos que diminuem em direccedilatildeo agrave Baiacutea

de Todos-os-Santos enquanto que as concentraccedilotildees de folhelhos e siltitos aumentam para a

mesma direccedilatildeo Devida a estas restriccedilotildees geograacuteficas e estruturais eacute comum que o

armazenamento de aacutegua sofra intensa variaccedilatildeo de local para local (IBGE 1999)

O padratildeo de recarga do Sistema Aquiacutefero Grupo Ilhas apesar de pouco estudado

possivelmente eacute mais proveitoso atraveacutes dos regimes pluviomeacutetricos e por infiltraccedilatildeo vertical

profunda por meio do Sistema Aquiacutefero Satildeo Sebastiatildeo (IBGE 1999)

32

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos

A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do

SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi

possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH

estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do

desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia

aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos

Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros

observados

Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade

mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O

niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu

355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo

surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada

uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana

de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo

TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo

miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)

Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu

apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com

maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana

de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3

respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de

1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21

poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente

a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor

maacuteximo (Tabela 05)

33

Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados

Coluna1 PROF

(m)

NE

(m)

ND

(m)

Vazatildeo TB

(msup3h)

STD

(mgl)

Dureza

(mgl CaCO3)

CE

(microScm)

PH

-

Turbidez

(NTU)

Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93

Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43

Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29

Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214

Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590

Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38

Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01

Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000

Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250

Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

2381 Potenciometria

O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos

referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do

fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga

O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa

(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas

regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais

cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam

como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)

34

Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu

35

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA

A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem

sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem

como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de

energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num

elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como

aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em

6 de maio de 1968

Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as

atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega

principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos

galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os

oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos

animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e

transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as

plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os

dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais

(CONSELHO DA EUROPA 1968)

A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de

aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca

de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das

aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os

aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da

aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no

planeta (HIRATA 2000)

O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua

doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta

aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas

cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao

crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo

descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)

Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos

devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como

36

citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra

encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas

subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em

todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas

em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades

supridas pelo manancial subterracircneordquo

Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra

preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou

as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a

duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na

manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas

subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que

constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud

ABAS 2015)

Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva

ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades

rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)

Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave

aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor

influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de

uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem

melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes

poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e

outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)

De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61

da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que

6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos

profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY

MATOS 2002)

37

32 AQUIacuteFERO

Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo

n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo

hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras

ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)

Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros

quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros

(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)

Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso

fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos

citados (Quadro 01)

Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos

Tipo Principais caracteriacutesticas

Poroso

Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos

inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos

poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo

variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre

acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos

permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua

flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de

pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)

Fissural

Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a

circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao

movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute

relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo

permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui

onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas

a direccedilotildees preferenciais

Caacuterstico

Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua

ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram

da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos

com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

38

Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas

hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo

submetidos

O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado

superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa

permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele

constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas

impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior

que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero

livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil

devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)

39

Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

33 QUALIDADE DA AacuteGUA

A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume

(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das

aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos

aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima

composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da

contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo

a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos

efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os

elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua

classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos

para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)

Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso

ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A

Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle

e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art

5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

32

238 Aspectos hidrogeoloacutegicos

A partir dos dados obtidos de 27 poccedilos tubulares pesquisados no banco de dados do

SiagasCPRM e Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB) foi

possiacutevel construir um sumaacuterio estatiacutestico por meio do software Excel 2010 Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar que os valores de assimetria para todos os paracircmetros com exceccedilatildeo do pH

estatildeo acima do valor maacuteximo permissivo (S3 le 06) Verifica-se tambeacutem que os valores do

desvio padratildeo e da variacircncia satildeo muito altos o que acarreta um erro padratildeo da meacutedia

aritmeacutetica para valores muito altos fazendo com que as meacutedias flutuem em intervalos amplos

Por estes motivos foi mais prudente assumir os valores das medianas dos paracircmetros

observados

Os poccedilos tubulares estudados no municiacutepio de Catu apresentam uma profundidade

mediana de 915 metros com maacutexima de 2222 metros e miacutenima de 25 metros (Tabela 04) O

niacutevel estaacutetico (NE) apresenta uma mediana de 89 metros onde o NE mais profundo atingiu

355 plusmn 40 metros enquanto o valor miacutenimo para este paracircmetro foi zero ou seja um poccedilo

surgente numa contagem total de 25 poccedilos Jaacute para o niacutevel dinacircmico (ND) foi observada

uma profundidade miacutenima de 170 plusmn 81 metros e maacutexima de 874 plusmn 81 metros com mediana

de 370 metros para uma contagem de 25 poccedilos A Vazatildeo do teste de bombeamento (Vazatildeo

TB) apresentou o valor de mediana de 155 m3h com valores de 44 plusmn 74 m3h para a vazatildeo

miacutenima e 66 plusmn 74 m3h de vazatildeo maacutexima para uma populaccedilatildeo de 25 poccedilos (Tabela 05)

Quanto agraves propriedades fiacutesico-quiacutemicas gerais os poccedilos do municiacutepio de Catu

apresentaram resultados de Soacutelidos Totais Dissolvidos (STD) de 1520 mgl de mediana com

maacuteximo de 2580 mgl miacutenimo de 52 mgl e somatoacuterio de 27 poccedilos A dureza tem mediana

de 360 mgl de CaCO3 com valores maacuteximos e miacutenimos de 5550 mgl e 9 mgl de CaCO3

respectivamente e contagem de 27 poccedilos A mediana da condutividade eleacutetrica eacute de

1711microScm com maacutexima de 625 microScm e miacutenima 05 microScm para uma populaccedilatildeo de 21

poccedilos O pH meacutedio de 26 poccedilos eacute de 69 com maacuteximo de 92 e miacutenimo de 52 e finalmente

a turbidez apresenta mediana de 29 NTU com 01 NTU de valor miacutenimo e 100 NTU de valor

maacuteximo (Tabela 05)

33

Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados

Coluna1 PROF

(m)

NE

(m)

ND

(m)

Vazatildeo TB

(msup3h)

STD

(mgl)

Dureza

(mgl CaCO3)

CE

(microScm)

PH

-

Turbidez

(NTU)

Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93

Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43

Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29

Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214

Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590

Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38

Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01

Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000

Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250

Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

2381 Potenciometria

O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos

referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do

fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga

O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa

(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas

regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais

cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam

como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)

34

Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu

35

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA

A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem

sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem

como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de

energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num

elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como

aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em

6 de maio de 1968

Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as

atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega

principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos

galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os

oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos

animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e

transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as

plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os

dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais

(CONSELHO DA EUROPA 1968)

A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de

aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca

de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das

aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os

aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da

aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no

planeta (HIRATA 2000)

O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua

doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta

aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas

cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao

crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo

descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)

Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos

devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como

36

citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra

encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas

subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em

todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas

em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades

supridas pelo manancial subterracircneordquo

Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra

preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou

as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a

duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na

manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas

subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que

constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud

ABAS 2015)

Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva

ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades

rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)

Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave

aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor

influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de

uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem

melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes

poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e

outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)

De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61

da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que

6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos

profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY

MATOS 2002)

37

32 AQUIacuteFERO

Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo

n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo

hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras

ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)

Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros

quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros

(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)

Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso

fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos

citados (Quadro 01)

Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos

Tipo Principais caracteriacutesticas

Poroso

Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos

inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos

poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo

variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre

acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos

permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua

flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de

pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)

Fissural

Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a

circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao

movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute

relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo

permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui

onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas

a direccedilotildees preferenciais

Caacuterstico

Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua

ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram

da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos

com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

38

Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas

hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo

submetidos

O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado

superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa

permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele

constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas

impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior

que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero

livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil

devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)

39

Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

33 QUALIDADE DA AacuteGUA

A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume

(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das

aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos

aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima

composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da

contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo

a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos

efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os

elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua

classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos

para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)

Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso

ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A

Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle

e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art

5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

33

Tabela 05 - Sumaacuterio estatiacutestico dos poccedilos estudados

Coluna1 PROF

(m)

NE

(m)

ND

(m)

Vazatildeo TB

(msup3h)

STD

(mgl)

Dureza

(mgl CaCO3)

CE

(microScm)

PH

-

Turbidez

(NTU)

Meacutedia aritmeacutetica 1042 110 407 220 3051 769 2329 69 93

Erro padratildeo 100 20 39 36 1042 218 344 02 43

Mediana 915 89 370 155 1520 360 1711 67 29

Desvio padratildeo 521 98 197 178 5413 1135 1574 11 214

Variacircncia da amostra 27158 959 3891 3178 2930291 128840 247819 12 4590

Assimetria 08 08 10 13 36 33 11 06 38

Valor miacutenimo 250 00 170 44 520 90 05 52 01

Valor maacuteximo 2222 355 874 660 25800 5550 6250 92 1000

Nuacutemero de poccedilos (n) 270 250 250 250 270 270 210 260 250

Niacutevel de confianccedila (950) 206 40 81 74 2141 449 717 04 88

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

2381 Potenciometria

O mapa potenciomeacutetrico constitui-se numa ferramenta fundamental nos estudos

referentes as aacuteguas subterracircneas Por meio deste eacute possiacutevel identificar a direccedilatildeo e o sentido do

fluxo das aacuteguas no interior dos aquiacuteferos e suas respectivas zonas de recarga e descarga

O padratildeo do fluxo das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu apresentado no mapa

(Figura 08) segue uma orientaccedilatildeo preferencial N ndash S Aacutereas de convergecircncias presentes nas

regiotildees sul e centro-leste indicam possiacuteveis zonas de descarga representada pelos principais

cursos superficiais drsquoaacutegua (Catu Una e Pojuca) que cortam o muniacutecipio e se comportam

como exutoacuterios baacutesicos da aacuterea (Figura 08)

34

Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu

35

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA

A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem

sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem

como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de

energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num

elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como

aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em

6 de maio de 1968

Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as

atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega

principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos

galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os

oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos

animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e

transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as

plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os

dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais

(CONSELHO DA EUROPA 1968)

A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de

aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca

de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das

aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os

aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da

aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no

planeta (HIRATA 2000)

O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua

doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta

aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas

cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao

crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo

descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)

Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos

devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como

36

citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra

encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas

subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em

todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas

em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades

supridas pelo manancial subterracircneordquo

Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra

preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou

as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a

duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na

manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas

subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que

constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud

ABAS 2015)

Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva

ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades

rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)

Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave

aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor

influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de

uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem

melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes

poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e

outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)

De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61

da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que

6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos

profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY

MATOS 2002)

37

32 AQUIacuteFERO

Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo

n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo

hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras

ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)

Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros

quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros

(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)

Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso

fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos

citados (Quadro 01)

Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos

Tipo Principais caracteriacutesticas

Poroso

Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos

inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos

poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo

variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre

acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos

permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua

flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de

pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)

Fissural

Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a

circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao

movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute

relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo

permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui

onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas

a direccedilotildees preferenciais

Caacuterstico

Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua

ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram

da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos

com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

38

Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas

hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo

submetidos

O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado

superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa

permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele

constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas

impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior

que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero

livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil

devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)

39

Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

33 QUALIDADE DA AacuteGUA

A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume

(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das

aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos

aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima

composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da

contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo

a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos

efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os

elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua

classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos

para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)

Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso

ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A

Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle

e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art

5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

34

Figura 08 - Mapa potenciomeacutetrico do municiacutepio de Catu

35

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA

A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem

sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem

como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de

energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num

elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como

aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em

6 de maio de 1968

Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as

atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega

principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos

galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os

oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos

animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e

transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as

plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os

dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais

(CONSELHO DA EUROPA 1968)

A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de

aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca

de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das

aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os

aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da

aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no

planeta (HIRATA 2000)

O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua

doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta

aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas

cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao

crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo

descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)

Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos

devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como

36

citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra

encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas

subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em

todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas

em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades

supridas pelo manancial subterracircneordquo

Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra

preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou

as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a

duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na

manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas

subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que

constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud

ABAS 2015)

Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva

ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades

rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)

Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave

aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor

influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de

uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem

melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes

poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e

outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)

De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61

da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que

6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos

profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY

MATOS 2002)

37

32 AQUIacuteFERO

Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo

n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo

hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras

ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)

Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros

quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros

(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)

Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso

fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos

citados (Quadro 01)

Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos

Tipo Principais caracteriacutesticas

Poroso

Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos

inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos

poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo

variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre

acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos

permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua

flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de

pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)

Fissural

Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a

circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao

movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute

relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo

permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui

onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas

a direccedilotildees preferenciais

Caacuterstico

Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua

ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram

da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos

com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

38

Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas

hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo

submetidos

O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado

superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa

permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele

constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas

impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior

que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero

livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil

devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)

39

Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

33 QUALIDADE DA AacuteGUA

A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume

(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das

aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos

aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima

composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da

contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo

a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos

efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os

elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua

classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos

para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)

Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso

ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A

Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle

e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art

5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

35

3 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

31 AacuteGUA SUBTERRAcircNEA

A aacutegua eacute um dos recursos naturais essenciais agrave vida na Terra Os humanos natildeo podem

sobreviver mais do que poucos dias sem a mesma Este recurso eacute indispensaacutevel ao homem

como bebida e como alimento para sua sauacutede e bem estar A aacutegua eacute utilizada na geraccedilatildeo de

energia na induacutestria nas atividades agriacutecolas etc Aleacutem disso a aacutegua constitui-se num

elemento representativo de valores sociais e culturais (PHILIPPI PELICIONI 2005) Como

aludido na Carta Europeia da Aacutegua proclamada pelo Conselho da Europa em Estrasburgo em

6 de maio de 1968

Natildeo haacute vida sem aacutegua A aacutegua eacute um bem precioso indispensaacutevel a todas as

atividades humanas A aacutegua cai da atmosfera sobre a terra aonde chega

principalmente sob a forma de chuva ou neve Os coacuterregos rios lagos

galerias constituem a grande estrada atraveacutes das quais a aacutegua atinge os

oceanos Durante sua viagem ela eacute contida pelo solo pela vegetaccedilatildeo pelos

animais A aacutegua retorna a atmosfera principalmente por evaporaccedilatildeo e

transpiraccedilatildeo vegetal Ela eacute para os homens e para os animais e para as

plantas um elemento de primeira necessidade Realmente a aacutegua constitui os

dois terccedilos do peso do homem e ate os nove deacutecimos do peso dos vegetais

(CONSELHO DA EUROPA 1968)

A quantidade total de aacutegua disponiacutevel na Terra eacute imensa um volume de

aproximadamente 146 bilhatildeo de quilocircmetros cuacutebicos (PRESS et al 2006) No entanto cerca

de 975 de toda aacutegua no planeta eacute salgada Menos de 25 satildeo doces Mais da metade das

aacuteguas doces encontram-se nas calotas polares (689) e o restante estatildeo distribuiacutedas entre os

aquiacuteferos (299) rios e lagos (03) e outros reservatoacuterios (09) Assim apenas 1 da

aacutegua doce pode ser aproveitado pelo homem o que representa 0007 de toda aacutegua no

planeta (HIRATA 2000)

O Brasil eacute um paiacutes que possui recursos hiacutedricos em abundacircncia dispotildee de 53 de toda aacutegua

doce do continente sul-americano e 12 do total mundial (REBOUCcedilAS 2006) Todavia esta

aacutegua eacute irregularmente distribuiacuteda no paiacutes Mesmo com esse potencial hiacutedrico algumas

cidades brasileiras passam com problemas de abastecimento que estatildeo relacionados ao

crescimento da demanda agraves extraccedilotildees desmedidas dos corpos de aacutegua e a urbanizaccedilatildeo

descontrolada - que atinge regiotildees de mananciais (REBOUCcedilAS 2006)

Pelo fato das aacuteguas superficiais serem visiacuteveis eacute comum imaginar que os rios e lagos

devem ser as maiores fontes de atendimento das necessidades do homem Na verdade como

36

citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra

encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas

subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em

todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas

em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades

supridas pelo manancial subterracircneordquo

Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra

preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou

as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a

duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na

manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas

subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que

constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud

ABAS 2015)

Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva

ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades

rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)

Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave

aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor

influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de

uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem

melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes

poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e

outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)

De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61

da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que

6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos

profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY

MATOS 2002)

37

32 AQUIacuteFERO

Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo

n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo

hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras

ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)

Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros

quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros

(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)

Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso

fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos

citados (Quadro 01)

Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos

Tipo Principais caracteriacutesticas

Poroso

Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos

inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos

poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo

variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre

acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos

permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua

flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de

pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)

Fissural

Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a

circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao

movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute

relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo

permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui

onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas

a direccedilotildees preferenciais

Caacuterstico

Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua

ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram

da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos

com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

38

Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas

hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo

submetidos

O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado

superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa

permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele

constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas

impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior

que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero

livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil

devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)

39

Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

33 QUALIDADE DA AacuteGUA

A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume

(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das

aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos

aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima

composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da

contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo

a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos

efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os

elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua

classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos

para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)

Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso

ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A

Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle

e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art

5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

36

citado anteriormente a maior parte da aacutegua doce em estado liacutequido disponiacutevel na Terra

encontra-se se no subsolo (FILHO 2000) Segundo Hirata (2000 p 427) ldquoAs aacuteguas

subterracircneas desempenham um papel fundamental no abastecimento puacuteblico e privado em

todo mundordquo Ainda de acordo com o mesmo ldquoestima-se que mais de 15 bilhatildeo de pessoas

em nuacutecleos urbanos e uma grande parcela da populaccedilatildeo rural tenham suas necessidades

supridas pelo manancial subterracircneordquo

Aacutegua subterracircnea eacute toda a aacutegua que ocorre abaixo da superfiacutecie da Terra

preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas sedimentares ou

as fraturas falhas e fissuras das rochas compactas e que sendo submetida a

duas forccedilas (de adesatildeo e de gravidade) desempenha um papel essencial na

manutenccedilatildeo da umidade do solo do fluxo dos rios lagos e brejos As aacuteguas

subterracircneas cumprem uma fase do ciclo hidroloacutegico uma vez que

constituem uma parcela da aacutegua precipitada (BORGHETTI et al 2004 apud

ABAS 2015)

Diversos municiacutepios brasileiros abastecem-se da aacutegua subterracircnea de forma exclusiva

ou complementar A aacutegua subterracircnea eacute utilizada em hospitais induacutestrias hoteacuteis propriedades

rurais escolas dentre outros estabelecimentos Conforme Guerra e Guerra (1997)

Sua utilizaccedilatildeo cresce ano apoacutes ano apresentando vantagens em relaccedilatildeo agrave

aacutegua superficial como natildeo ocupa espaccedilo em superfiacutecie sofre menor

influecircncia nas variaccedilotildees climaacuteticas eacute passiacutevel de extraccedilatildeo perto do local de

uso tem temperatura constante tem maior quantidade de reservas tem

melhor qualidade (fiacutesica quiacutemica bioloacutegica) tem proteccedilatildeo contra agentes

poluidores os poccedilos satildeo construiacutedos agrave medida que eacute necessaacuterio mais aacutegua e

outras (GUERRA GUERRA 1997 p 28)

De acordo com o Censo de 2000 (IBGE 2003 apud ABAS 2015) ldquoaproximadamente 61

da populaccedilatildeo brasileira eacute abastecida para fins domeacutesticos com aacutegua subterracircnea sendo que

6 se auto-abastece das aacuteguas de poccedilos rasos 12 de nascentes ou fontes e 43 de poccedilos

profundosrdquo Estima-se que existam no Paiacutes pelo menos 400000 poccedilos perfurados (ZOBY

MATOS 2002)

37

32 AQUIacuteFERO

Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo

n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo

hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras

ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)

Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros

quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros

(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)

Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso

fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos

citados (Quadro 01)

Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos

Tipo Principais caracteriacutesticas

Poroso

Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos

inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos

poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo

variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre

acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos

permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua

flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de

pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)

Fissural

Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a

circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao

movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute

relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo

permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui

onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas

a direccedilotildees preferenciais

Caacuterstico

Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua

ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram

da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos

com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

38

Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas

hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo

submetidos

O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado

superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa

permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele

constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas

impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior

que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero

livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil

devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)

39

Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

33 QUALIDADE DA AacuteGUA

A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume

(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das

aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos

aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima

composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da

contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo

a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos

efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os

elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua

classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos

para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)

Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso

ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A

Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle

e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art

5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

37

32 AQUIacuteFERO

Um conceito importante a se considerar eacute o de aquiacutefero De acordo com a Resoluccedilatildeo

n 152001 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos (CNRH) aquiacutefero eacute o ldquocorpo

hidrogeoloacutegico com capacidade de acumular e transmitir aacutegua atraveacutes dos seus poros fissuras

ou espaccedilos resultantes da dissoluccedilatildeo e carreamento de materiais rochososrdquo (CNRH 2001)

Um aquiacutefero pode ter extensatildeo de poucos quilocircmetros quadrados a milhares de quilocircmetros

quadrados e podem apresentar espessuras de poucos metros a centenas de metros

(REBOUCcedilAS et al 2002 apud ABAS 2015)

Os aquiacuteferos podem ser classificados quanto agrave porosidade em trecircs tipos poroso

fissural e caacuterstico (Figura 09) A seguir satildeo descritas as principais caracteriacutesticas dos tipos

citados (Quadro 01)

Quadro 01 - Principais caracteriacutesticas dos aquiacuteferos porosos fissurais e caacutersticos

Tipo Principais caracteriacutesticas

Poroso

Formado por rochas sedimentares consolidadas sedimentos

inconsolidados ou solos arenosos onde a circulaccedilatildeo da aacutegua se faz nos

poros formados entre os gratildeos de areia silte e argila de granulaccedilatildeo

variada Ocorrem em bacias sedimentares e vaacuterzeas onde ocorre

acuacutemulo de sedimentos arenosos A distribuiccedilatildeo homogecircnea dos gratildeos

permite o fluxo de fluidos em todas as direccedilotildees permitindo que a aacutegua

flua para qualquer direccedilatildeo tatildeo somente em funccedilatildeo dos diferenciais de

pressatildeo hidrostaacutetica existente (isotropia)

Fissural

Formado por rochas iacutegneas metamoacuterficas ou cristalinas e duras onde a

circulaccedilatildeo da aacutegua ocorre em fraturas fendas e falhas abertas devido ao

movimento tectocircnico e intemperismo A capacidade de acumulaccedilatildeo estaacute

relacionada agrave quantidade de fraturas suas aberturas e intercomunicaccedilatildeo

permitindo a infiltraccedilatildeo e fluxo da aacutegua Nesses aquiacuteferos a aacutegua flui

onde haacute fraturas que tendem a ter orientaccedilotildees isotroacutepicas condicionadas

a direccedilotildees preferenciais

Caacuterstico

Formado em rochas calcaacuterias ou carbonaacuteticas onde a circulaccedilatildeo da aacutegua

ocorre em fraturas e outras descontinuidades (diaacuteclases) que resultaram

da dissoluccedilatildeo do carbonato Satildeo aquiacuteferos heterogecircneos descontiacutenuos

com aacuteguas duras (pH elevado) com fluxo em canais

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

38

Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas

hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo

submetidos

O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado

superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa

permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele

constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas

impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior

que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero

livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil

devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)

39

Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

33 QUALIDADE DA AacuteGUA

A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume

(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das

aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos

aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima

composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da

contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo

a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos

efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os

elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua

classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos

para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)

Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso

ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A

Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle

e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art

5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

38

Figura 09 - Tipos de aquiacuteferos quanto agrave porosidade

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

Os aquiacuteferos tambeacutem podem ser classificados quanto as suas caracteriacutesticas

hidraacuteulicas em livres ou confinados (Figura 10) dependendo da pressatildeo a que estatildeo

submetidos

O aquiacutefero livre (tambeacutem chamado freaacutetico ou natildeo confinado) eacute limitado

superiormente pela superfiacutecie freaacutetica e inferiormente por uma camada de baixa

permeabilidade ficando submetido agrave pressatildeo atmosfeacuterica O aquiacutefero confinado eacute aquele

constituiacutedo por uma formaccedilatildeo geoloacutegica permeaacutevel confinada entre duas camadas

impermeaacuteveis ou semipermeaacuteveis Nesse caso o aquiacutefero estaacute submetido a uma pressatildeo maior

que a atmosfeacuterica devido agrave camada confinante acima dele A captaccedilatildeo de aacutegua do aquiacutefero

livre embora mais vulneraacutevel agrave contaminaccedilatildeo eacute mais frequentemente utilizada no Brasil

devido sobretudo ao baixo custo e facilidade de perfuraccedilatildeo (FOSTER 1993 SILVA 1999)

39

Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

33 QUALIDADE DA AacuteGUA

A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume

(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das

aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos

aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima

composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da

contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo

a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos

efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os

elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua

classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos

para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)

Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso

ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A

Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle

e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art

5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

39

Figura 10 - Tipos de aquiacuteferos quanto agraves caracteriacutesticas hidraacuteulicas

Fonte BORGHETTI et al 2004 apud ABAS 2015

33 QUALIDADE DA AacuteGUA

A qualidade da aacutegua subterracircnea disponiacutevel eacute tatildeo ou mais importante quanto o volume

(quantidade) disponiacutevel da mesma Os processos e fatores que influenciam na qualidade das

aacuteguas subterracircneas segundo Santos (2000) podem ser intriacutensecos agraves caracteriacutesticas dos

aquiacuteferos como tambeacutem podem estar relacionados a muitos outros fatores como clima

composiccedilatildeo da aacutegua de recarga tempo de contato aacuteguameio fiacutesico etc aleacutem da

contaminaccedilatildeo causada pelo homem Ainda de acordo com o mesmo

a qualidade da aacutegua eacute definida por sua composiccedilatildeo e pelo conhecimento dos

efeitos que podem causar seus constituintes O conjunto de todos os

elementos que a compotildee permite estabelecer padrotildees de qualidade da aacutegua

classificando-a assim de acordo com seus limites estudados e seus usos

para o consumo humano agriacutecola industrial etc (SANTOS 2000 p 81)

Assim o conceito de qualidade da aacutegua eacute relativo pois estaacute associada ao tipo de uso

ao qual a aacutegua eacute designada A aacutegua destinada ao consumo humano deve ser potaacutevel A

Portaria nordm 2914 de 12 de dezembro de 2011 que dispotildee sobre os procedimentos de controle

e vigilacircncia da qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade no Art

5 apresenta a definiccedilatildeo da aacutegua potaacutevel como sendo toda aacutegua que atenda ao padratildeo de

potabilidade estabelecido nesta Portaria e que natildeo ofereccedila riscos agrave sauacutede (BRASIL 2011)

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

40

4 METODOLOGIA

Visando facilitar o entendimento deste trabalho os procedimentos para a realizaccedilatildeo da

pesquisa foram estruturados em quatro etapas apresentados resumidamente no quadro dois a

seguir e detalhados nos proacuteximos itens

Quadro 02 - Etapas da pesquisa e suas respectivas atividades

1 Levantamento e anaacutelise

criacutetica de referecircncias

bibliograacuteficas

2 Coleta e

tratamento de

dados secundaacuterios

3 Classificaccedilatildeo hidro-

quiacutemicaAvaliaccedilatildeo da

qualidade da aacutegua

4 Anaacutelises e

interpretaccedilotildees

Fundamentaccedilatildeo teoacuterica

(Revisatildeo bibliograacutefica)

Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de

estudo

Dados do

SIAGAS

(CPRM)

Dados da

CERB

Diagrama triangular de

Piper (1944) Portaria nordm

29142011 do Ministeacuterio

da Sauacutede Diagrama de

Lemoine (1974) e criteacuterios

de qualidade propostos por

Mathess (1982) Szikszay

(1993) e Driscoll (1986)

Corresponde

ao capiacutetulo

cinco desta

pesquisa

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

41 Etapa 1 levantamento e anaacutelise criacutetica de referecircncias bibliograacuteficas

Para consolidar o referencial teoacuterico-metodoloacutegico deste trabalho cientiacutefico foi

imprescindiacutevel a consulta a diversas fontes bibliograacuteficas A seleccedilatildeo destas deu-se por meio

de palavras-chave e incluiacuteram consultas em revistas livros artigos perioacutedicos dicionaacuterios

especializados relatoacuterios de pesquisa dissertaccedilotildees teses dentre outros disponiacuteveis em meio

analoacutegico e digital

As informaccedilotildees referentes aos aspectos fiacutesicos e socioeconocircmicos da aacuterea de estudo

foram obtidas principalmente por meio de consultas a publicaccedilotildees (textuais eou

cartograacuteficas) da Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia (SEI) do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) do Projeto RADAMBRASIL (1981)

do Plano Estadual de Recursos Hiacutedricos do Estado da Bahia e dos trabalhos de Viana et al

(1971) e Caixeta et al (1994)

Aleacutem destas outras publicaccedilotildees desenvolvidos pela iniciativa publica ou privada que

tratavam da aacuterea em estudo foram aproveitadas

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

41

42 Etapa 2 coleta anaacutelise e tratamento de dados secundaacuterios

Os dados hidrogeoloacutegicos e hidroquiacutemicos dos poccedilos utilizados nesta pesquisa foram

obtidos por meio do Sistema de informaccedilotildees de Aacutegua Subterracircnea (SIAGAS) de

responsabilidade da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM) e nos Arquivos da

Companhia de Engenharia Hiacutedrica e de Saneamento da Bahia (CERB)

O SIAGAS eacute um sistema de informaccedilotildees de aacuteguas subterracircneas desenvolvido pelo

Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil (CPRM) que eacute composto por uma base de dados de poccedilos

permanentemente atualizada e de moacutedulos capazes de realizar consulta pesquisa extraccedilatildeo e

geraccedilatildeo relatoacuterios (Informaccedilatildeo disponiacutevel na homepage da CPRM)1

Apoacutes a realizaccedilatildeo da pesquisa no SIAGAS foram encontrados no banco de dados do

mesmo 32 poccedilos tubulares situados no municiacutepio de Catu Por meio do sistema foi possiacutevel

fazer um download de uma planilha (geraccedilatildeo de relatoacuterio) contendo as seguintes informaccedilotildees

referentes a cada poccedilo cadastrado nuacutemero do poccedilo data da instalaccedilatildeo cota latitude

longitude coordenada UTM situaccedilatildeo uso da aacutegua data da perfuraccedilatildeo meacutetodo de perfuraccedilatildeo

perfurador condiccedilatildeo tipo de captaccedilatildeo data da mediaccedilatildeo niacutevel da aacutegua vazatildeo niacutevel

bombeamento (SN) profundidade inicial e final tipo formaccedilatildeo cor odor sabor dentre

outras informaccedilotildees Aleacutem desta planilha extraiacuteda do SIAGAS foram disponibilizadas pela

CERB planilhas contendo as seguintes informaccedilotildees referentes a cada poccedilo localidade

coordenada UTM niacutevel estaacutetico niacutevel dinacircmico cor ferro magneacutesio ph siacutelica sulfato

acidez potaacutessio soacutedio resiacuteduo total cloreto dentre outras informaccedilotildees Foram fornecidas

pela CERB informaccedilotildees de 50 poccedilos perfurados em Catu

As planilhas foram analisadas e com o auxiacutelio do software Microsoft Excel 2010 as

informaccedilotildees pertinentes agrave pesquisa foram reorganizadas em novas planilhas

43 Etapa 3 classificaccedilatildeo hidroquiacutemicaavaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua

Tradicionalmente se faz a classificaccedilatildeo quiacutemica das aacuteguas subterracircneas por meio de

diagramas os quais descrevem a concentraccedilatildeo relativa dos iacuteons principais (Ca Mg Na K

CO3 HCO3 SO4 Cl) e secundaacuterios (Fe NO3) Dentre as propostas mais conhecidas e

utilizadas de classificaccedilatildeo destacam-se os trabalhos de Collins (1923) Piper (1944) Stiff

(1951) e de Schoeller (1955)

1 httpsiagaswebcprmgovbrlayoutapresentacaophp

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

42

Para estabelecer a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas da aacuterea foi utilizado o diagrama

triangular de Piper (1944) confeccionado por meio do programa Qualigraf 2009 elaborado

pela Fundaccedilatildeo Cearense de Meteorologia (FUNCEME) Foram selecionados nove poccedilos que

continham informaccedilotildees pertinentes para a geraccedilatildeo do diagrama

Para avaliar a qualidade das aacuteguas utilizou-se a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de

2011 do Ministeacuterio da Sauacutede Os paracircmetros utilizados foram i) cloreto ii) fluoreto iii)

ferro iv) soacutedio v) soacutelidos totais dissolvidos vi) sulfato vii) turbidez viii) dureza e ix)

nitrato Foram utilizadas nesta avaliaccedilatildeo informaccedilotildees de 27 poccedilos

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Enquanto que para a avaliaccedilatildeo

da qualidade das aacuteguas destinado a fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram

utilizados os criteacuterios de qualidade propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll

1986 (SANTOS 2000)

Com os dados da cota topograacutefica de cada poccedilo e a profundidade do niacutevel estaacutetico foi

possiacutevel executar o modelamento cartograacutefico da superfiacutecie potenciomeacutetrica O mapa

potenciomeacutetrico foi confeccionado no ArcGis versatildeo 101

Os mapas de localizaccedilatildeo da aacuterea de estudo de distribuiccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-

quiacutemicos vegetaccedilatildeo e uso da terra de geologia geomorfologia e solo foram confeccionados

no ArcGis 101

44 Etapa 4 anaacutelises e interpretaccedilotildees

A uacuteltima etapa corresponde ao capiacutetulo cinco deste trabalho Este capiacutetulo apresenta os

produtos confeccionados anaacutelises e interpretaccedilotildees

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

43

5 CARACTERIZACcedilAtildeO E CLASSIFICACcedilAtildeO HIDROQUIacuteMICA

51 Paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

Para a melhor compreensatildeo da ocorrecircncia e distribuiccedilatildeo dos paracircmetros hidroquiacutemicos

analisados foram elaborados mapas de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto nitrato

bicarbonato ferro condutividade eleacutetrica sulfato e fluoreto Estes satildeo apresentados a seguir

511 Cloreto

Os teores de cloreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 1360 mgL e 1450 mgL (respectivamente P-14 e P-15) e maacuteximos de 7732

mgL e 11250 mgL (P-06 e P-01) (Figura 11) O valor meacutedio do cloreto eacute de 4493 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o cloreto Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 11) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite estabelecido pela referida portaria

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do cloreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees sudoeste e central do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-01 (Aacutegua Grande) P-06 (Coelho) e P-08 (Gravito) (Figura 12)

Figura 11 - Concentraccedilatildeo de cloreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

44

Figura 12 - Mapa de distribuiccedilatildeo dos valores de cloreto no municiacutepio de Catu

512 Condutividade Eleacutetrica (CE)

A condutividade eleacutetrica varia de 05 μScm (P-03) a 625 μScm (P-13) O valor meacutedio de

todos os pontos eacute de 2011 μScm

Eacute importante ressaltar que a legislaccedilatildeo brasileira natildeo determina um valor maacuteximo

permitido para a Condutividade Eleacutetrica Entretanto eacute recomendada por alguns pesquisadores

que os valores sejam inferiores a 750 μScm (LOGAN 1965 MENDES amp OLIVEIRA

2004) Dito isto eacute possiacutevel verificar que os valores de concentraccedilatildeo da condutividade eleacutetrica

de todas as amostras analisadas satildeo inferiores aos recomendados (Figura 13) tratando-se

portanto de aacutegua doce como eacute verificado posteriormente

O mapa a seguir (Figura 14) representa a distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica na aacuterea

de estudo Os maiores valores da CE estatildeo concentrados na porccedilatildeo central (poccedilos 06 e 19) e

na porccedilatildeo sudoeste (poccedilo 13) do municiacutepio Uma hipoacutetese plausiacutevel para justificar os valores

de CE mais elevados nesses poccedilos eacute de que estes foram completados em profundidades rasas

existindo a grande possibilidade destas aacuteguas serem captadas no Aquiacutefero Marizal (Figuras

15 16 e 17) que em muitos locais possuem uma relaccedilatildeo com niacuteveis evaporiacuteticos os quais

favorecem a elevaccedilatildeo da salinidade dessas aacuteguas Acrescenta-se a isso a identificaccedilatildeo de

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

45

noacutedulos de calcaacuterio na Formaccedilatildeo Satildeo Sebasitatildeo (Viana et al 1971) sotoposta agrave Formaccedilatildeo

Marizal que podem ter contribuiacutedo para o aumento da CE nas aacuteguas dos poccedilos analisados

No entanto para obter conclusotildees seguras eacute necessaacuteria a anaacutelise fiacutesico-quiacutemica das rochas

desses perfis geoloacutegicos

Figura 13 - Valores de condutividade eleacutetrica nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 14 - Mapa de distribuiccedilatildeo da condutividade eleacutetrica no municiacutepio de Catu

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

46

Figura 15 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 06 (Km)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso amarronzado

Arenito cz esbranq finopouco argiloso

Arenito fino bastante argiloso

Arenito cz esbranq granfina pouco argiloso

Arenito amarelado gran fina

Arenito averm mal sel interc c peq fx de folhgran fi-

med pres argila

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

47

Figura 16 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 13 (KmKis)

Fonte SIAGAS 2015

Solo arenoso

Argila arenosa avermelhada

Arenito argiloso amarelado

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho cz interc c finas lentes de arenito

Folhelho cinza esverdeado

Folhelho interc com finas lentes de arenito

Arenito intercalado com finas lentes de folhelho

Folhelho marrom

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

48

Figura 17 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 19 (KmKss)

Fonte SIAGAS 2015

Solo areno-argiloso escuro

Arenito argiloso amarelado bem selecionado gran fina

Arenito amarelado fragmentado gran media a fina

Arenito fino cz-esbranq intercalado c folhelho cz-esverdeado

Arenito fino bem selecionado cz-esbranq

Folhelho cz avermelhado

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

49

513 Ferro Total

O ferro apresenta na aacutegua dos poccedilos analisados uma variaccedilatildeo de 001 mgL a 90 mgL

(Figura 18) com uma meacutedia de 093 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 03 mgL

para o ferro Os resultados obtidos mostram que os poccedilos de Baixa da areia (P-02) (103

mgL) Bela Flor (P-03) (037 mgL) Bom Viver (P-04) (122 mgL) Pinheiro (P-14) (037

mgL) Veadinho (P-21) (173 mgL) Aacutegua Grande (P-01) (535 mgL) e Campo Grande (P-

05) (90 mgL) apresentaram valores acima do limite estipulado para consumo humano

Figura 18 - Concentraccedilatildeo de ferro total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

A partir da leitura do mapa a seguir (Figura 19) eacute possiacutevel verificar que os poccedilos com

maiores concentraccedilotildees de ferro estatildeo situados a noroeste e a nordeste da sede municipal

No corpo humano o ferro atua na formaccedilatildeo da hemoglobina (pigmento do gloacutebulo

vermelho que transporta oxigecircnio dos pulmotildees para os tecidos) A sua deficiecircncia pode causar

anemia e seu excesso pode aumentar a incidecircncia de problemas cardiacuteacos e diabetes

(SANTOS 2000) O ferro confere agrave aacutegua um sabor amargo e coloraccedilatildeo amarela e turva

decorrente da sua precipitaccedilatildeo quando oxidado Aleacutem disso o ferro contido na aacutegua causa

manchas nas instalaccedilotildees sanitaacuterias e nas roupas

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

50

As elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar associadas ao

contato da aacutegua com as tubulaccedilotildees metaacutelicas a poluiccedilatildeo industrial ou mesmo com a

lixiviaccedilatildeo do solo Podem tambeacutem estar associados agrave corrosatildeo dos revestimentos eou filtros

por falta de manutenccedilatildeo ou mesmo estar relacionadas agraves composiccedilotildees naturais das rochas

presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos

Figura 19 - Mapa de distribuiccedilatildeo do ferro total no municiacutepio de Catu

Eacute possiacutevel verificar por meio do perfil geoloacutegico de um dos poccedilos estudados (Figura 20)

a presenccedila de arenitos avermelhados e argilas ricos em oacutexidos e hidroacutexidos de ferro como

exemplos a hematita (Fe2O3) e a goethita (FeO(OH)) que satildeo fonte de iacuteons Fe++ e Fe+++ que

enriquecem essas aacuteguas em ferro

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

51

Figura 20 - Perfil geoloacutegico do poccedilo 05 (Kss)

Fonte SIAGAS 2015

Areia acinzentada argilosa

Arenito amarelado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado argiloso granulaccedilatildeo fina a media

Arenito avermelhado granulaccedilatildeo fina a media

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

52

514 Nitrato

As pequenas concentraccedilotildees de nitrato encontradas em aacuteguas naturais geralmente estatildeo

associadas com a presenccedila da mateacuteria orgacircnica em estaacutegio avanccedilado de oxidaccedilatildeo Valores

acima do maacuteximo permitido podem ser indicativo de contaminaccedilatildeo dessas aacuteguas pela

atividade antroacutepica (esgotos fossas seacutepticas etc)

Os teores de nitrato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 03 mgL e 10 mgL (respectivamente P-20 e P-14) e maacuteximos de 34 mgL e 44

mgL (P-16 e P-11) (Figura 21) O valor meacutedio do nitrato eacute de 13 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 10 mgL

para o nitrato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 21) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se nas porccedilotildees noroeste sul e sudeste do municiacutepio

especialmente nos poccedilos P-07 (Escola Agroteacutecnica) P-11 (Matatildeo) e P-16 (Rio Una) (Figura

22)

Figura 21 - Concentraccedilatildeo de Nitrato total nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

53

Figura 22 - Mapa de distribuiccedilatildeo do nitrato no municiacutepio de Catu

515 Sulfato

Os teores de sulfato variam de 14 mgL (P-05 e P-14) a 675 mgL (P-13) O valor meacutedio

de todos os pontos estudados eacute de 897 mgL

A Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 250 mgL

para o sulfato Como eacute possiacutevel verificar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 23) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

O mapa a seguir (Figura 24) representa a distribuiccedilatildeo do sulfato na aacuterea de estudo Os

maiores valores estatildeo concentrados ao norte e sudoeste da sede municipal Estas

concentraccedilotildees podem estar associadas agrave barita (BaSO4) que se apresenta sob forma laminada

e cristalizada na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo (vide item 2362 p27)

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

54

Figura 23 - Concentraccedilatildeo de sulfato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 24 - Mapa de distribuiccedilatildeo do sulfato no municiacutepio de Catu

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

55

516 Bicarbonato

Os teores de bicarbonato identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam

valores miacutenimos de 74 mgL e 80 mgL (respectivamente P-07 e P-14) e maacuteximos de 156

mgL e 1884 mgL (P-03 e P-13) (Figura 25)

Eacute importante ressaltar que a Portaria ndeg 291411 natildeo estabelece valores maacuteximos

permissiacuteveis para o bicarbonato

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do bicarbonato no municiacutepio de Catu que

as maiores concentraccedilotildees encontram-se ao sudoeste da sede municiacutepio especialmente nos

poccedilos P-13 (Pedras) e P-03 (Bela Flor) (Figura 26)

A presenccedila de niacuteveis carbonaacuteticos na Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo descritas na geologia local

(item 2362 p27) eacute uma provaacutevel fonte que fez com que as concentraccedilotildees de bicarbonato se

elevassem ultrapassando os valores meacutedios em alguns poccedilos

Figura 25 ndash Concentraccedilatildeo do Bicarbonato nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

56

Figura 26 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Bicarbonato no municiacutepio de Catu

517 Fluoreto

Os teores de fluoreto identificados nas aacuteguas subterracircneas em analise apresentam valores

miacutenimos de 001 mgL e 002 mgL (respectivamente P-11 e P-04) e maacuteximos de 018 mgL e

041 mgL (P-20 e P-06) (Figura 27) O valor meacutedio do floureto eacute de 008 mgL

O fluacuteor eacute beneacutefico para a sauacutede humana em baixas concentraccedilotildees prevenindo caacuteries

dentaacuterias em crianccedilas em fase de crescimento Por outro lado altas concentraccedilotildees podem

causar deformaccedilotildees nos ossos e ateacute levar o homem agrave morte (SANTOS 2000) Por estas

razotildees a Portaria ndeg 291411 estabelece para as aacuteguas potaacuteveis um valor maacuteximo de 15 mgL

para o floureto Como eacute possiacutevel observar na representaccedilatildeo graacutefica a seguir (Figura 27) todas

as amostras analisadas estatildeo dentro do limite legislado

Observa-se por meio do mapa de distribuiccedilatildeo do fluoreto no municiacutepio de Catu que as

maiores concentraccedilotildees encontram-se ao norte da sede do municiacutepio (Figura 28)

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

57

Figura 27 - Concentraccedilatildeo do Fluoreto nas aacuteguas subterracircneas de Catu

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

Figura 28 - Mapa de distribuiccedilatildeo do Fluoreto no municiacutepio de Catu

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

58

52 Associaccedilatildeo dos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos na aacutegua subterracircnea

Com o propoacutesito de analisar as relaccedilotildees entre os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos das

aacuteguas subterracircneas em estudo uma matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson (Tabela 06) foi

confeccionada com o auxiacutelio do software Excel 2010

O coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson corresponde agrave medida do grau de

relaccedilatildeo linear entre duas variaacuteveis Este coeficiente varia entre os valores 1 e -1 sendo que o

valor 1 indica uma relaccedilatildeo linear perfeita e diretamente proporcional (quando uma das

variaacuteveis aumenta a outra aumenta tambeacutem) enquanto que o valor -1 indica uma relaccedilatildeo

linear perfeita poreacutem inversamente proporcional ou seja quando uma das variaacuteveis aumenta

a outra diminui Quanto mais proacuteximo estiver de 1 ou -1 mais forte eacute a associaccedilatildeo linear entre

as duas variaacuteveis O valor 0 (zero) significa que natildeo haacute relaccedilatildeo linear entre quaisquer

variaacuteveis

Para o presente estudo foram obtidos dados das aacuteguas subterracircneas de vinte e sete

(27) poccedilos para a realizaccedilatildeo dos caacutelculos do coeficiente de correlaccedilatildeo linear de Pearson O

valor criacutetico para estabelecer as relaccedilotildees foi de 038 para um niacutevel de confiabilidade de 95

Poreacutem admitiu-se o valor r ge 070 para estabelecer e definir as fortes correlaccedilotildees entre as

variaacuteveis estudadas

Tabela 06 - Dados estatiacutesticos da matriz de correlaccedilatildeo linear de Pearson

STD Cl Dureza NO3 HCO3 Ca CE Fe F Mg Ph SO4 Turbidez K Na

STD 1

Cl 10 1

Dureza 10 10 1

NO3 -04 -04 -04 1

HCO3 06 02 08 -06 1

Ca 08 06 07 -02 06 1

CE 07 05 05 -02 04 08 1

Fe 00 -01 -01 -04 -01 01 00 1

F 00 02 03 -05 00 05 05 -03 1

Mg 08 05 07 -04 06 08 08 -03 06 1

Ph 02 01 03 -02 04 06 05 02 03 05 1

SO4 06 02 05 06 06 06 08 -03 01 08 05 1

Turbidez 05 05 04 -02 -01 -03 -02 04 -03 -02 00 -04 1

K 08 09 08 -06 07 06 03 02 05 09 -02 02 02 1

Na 07 07 04 05 04 07 03 -04 -04 04 -01 07 01 03 1

Nota Os valores em vermelho indicam forte correlaccedilatildeo linear entre as variaacuteveis para r ge 07

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

59

A anaacutelise dos resultados obtidos da matriz de correlaccedilatildeo linear mostra a condutividade

eleacutetrica (CE) cujos valores apresentam relaccedilatildeo direta com a salinidade com uma forte relaccedilatildeo

com os soacutelidos totais dissolvidos (STD) (r = 07) com os caacutetions Ca (r = 08) Mg (r = 08) e

com o SO4 (r = 08) Outra correlaccedilatildeo importante observada foi a dos STD que correspondem

a todas as substacircncias orgacircnicas e inorgacircnicas dissolvidas em meio liacutequido apresentando uma

associaccedilatildeo perfeita e positiva (r = 1) com os cloretos (Cl-) e com a dureza e boa relaccedilatildeo com

os caacutetions em geral (Ca Mg K e Na) e tambeacutem com a CE (r = 07) como dito

anteriormente Isso quer dizer que as associaccedilotildees entre os respectivos paracircmetros ocorrem por

causa de estes elementos apresentarem mobilidade semelhante e portanto tendem a se

agrupar na mesma regiatildeo Poreacutem como jaacute visto anteriormente a causa maior dessas

associaccedilotildees eacute a influecircncia das litologias presentes na regiatildeo

53 Classificaccedilatildeo hidroquiacutemica

531 Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas e categorizaccedilatildeo da

salinidade

Para classificar as aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu foram selecionados 09 (nove)

poccedilos tubulares perfurados por toda a aacuterea do municiacutepio os quais continham dados de

anaacutelises quiacutemicas completas nos bancos de dados da CERB

Com os dados das anaacutelises quiacutemicas e com o auxiacutelio do software Qualigraf (FUNCEME

2009) foi possiacutevel classificar as aacuteguas subterracircneas da aacuterea utilizando o diagrama triangular

de Piper (1944) Com os dados quiacutemicos foi possiacutevel estabelecer tambeacutem as relaccedilotildees

iocircnicas caracteriacutesticas apresentadas a seguir (Tabela 07)

A interpretaccedilatildeo geral do diagrama (Figura 29) permite classificar as aacuteguas subterracircneas

em estudo como sendo predominantemente cloretadas soacutedicas numa frequecircncia de 667

dos pontos estudados e 222 em magnesianas Entre os caacutetions as aacuteguas subterracircneas

evoluem hidroquimicamente de soacutedicas para mistas Entre os acircnions as aacuteguas subterracircneas

evoluem de cloretadas para mista e finalmente para bicarbonatada

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

60

Figura 29 - Diagrama triangular de Piper (1944) com a caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das

aacuteguas subterracircneas

1 6

5

4 9

3

8 2 7

1

6 5 3

8

4

2 7

9

3 9

4 1

8 6

7

5

2

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

61

As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas subterracircneas em estudo satildeo do tipo

rClgtrHCO3gtrSO4 em 667 dos poccedilos tubulares estudados Dentro desse grupo as relaccedilotildees

catiocircnicas presentes satildeo dos tipos rNagtrMggtrCa (5558) e rNagtrCagtrMg (1112) dos

poccedilos tubulares estudados (Tabela 07)

Secundariamente as relaccedilotildees aniocircnicas caracteriacutesticas das aacuteguas subterracircneas satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 para 222 dos poccedilos com relaccedilotildees catiocircnicas dos tipos rNagtrMggtrCa

(111) e rNagtrCagtrMg (111) Por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo

aniocircnica do tipo rHCO3gtrClgtrSO4 com os caacutetions obedecendo a seguinte ordem

rNagtrMggtrCa em 111 dos poccedilos tubulares estudados Com esses dados foi possiacutevel

identificar trecircs faacutecies hidroquiacutemicas na regiatildeo expressas na tabela a seguir

Tabela 07 - Relaccedilotildees iocircnicas caracteriacutesticas (em meq L-1)

Elaboraccedilatildeo BORGES 2015

Os soacutelidos totais dissolvidos (STD) correspondem ao peso total dos constituintes minerais

presentes na aacutegua (SANTOS 2000) ou seja equivale a concentraccedilatildeo de todos os

componentes volaacuteteis e natildeo volaacuteteis dissolvidos na aacutegua A classificaccedilatildeo da salinidade da

aacutegua eacute realizada a partir destes paracircmetros se enquadrando em trecircs classes aacutegua doce

salgada ou salobra cujo fator determinante eacute a relaccedilatildeo entre os integrantes totais da aacutegua e a

quantidade de minerais presentes na mesma por unidade de volume Segundo a resoluccedilatildeo 357

do ano de 2005 do Conselho Nacional De Meio Ambiente (CONAMA) satildeo consideradas

aacuteguas doces agravequelas que apresentam salinidade igual ou inferior a 05 permil (500 mgL-1)

salobras com salinidade superior a 05permil (500 mgL-1) e inferior a 30permil (3000 mgL-1) e

salinas com salinidade igual ou superior a 30permil (3000 mgL-1)

A estimativa de STD na maioria das aacuteguas naturais eacute calculada de maneira aceitaacutevel pela

multiplicaccedilatildeo de um fator que varia entre 055 (para aacuteguas aacutecidas) e 075 (para aacuteguas salinas)

pela condutividade eleacutetrica O software Qualigraf (FUNCEME 2009) apresenta um fator de

Faacutecies

hidroquiacutemicas

Acircnions Caacutetions Poccedilos tubulares

1 rClgtHCO3gtSO4 rNagtMggtCa 5 5558 667

rNagtCagtMg 1 1112

2 rClgtSO4gtHCO3 rNagtMggtCa 1 111 222

rNagtCagtMg 1 111

3 rHCO3gtClgtSO4 rNagtMggtCa 1 111 111

Total 9 100 100

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

62

multiplicaccedilatildeo de valor 065 interpretado como satisfatoacuterio para aacutegua de salinidade

intermediaacuteria a temperatura de 18ordmC

As aacuteguas subterracircneas das 09 (nove) amostras avaliadas foram classificadas como doce

(Figura 30)

Figura 30 - Classificaccedilatildeo da salinidade das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

532 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para consumo humano

Para determinar a qualidade das aacuteguas subterracircneas foram selecionados 27 poccedilos

tubulares perfurados no municiacutepio de Catu Na tabela 08 (oito) a seguir podem ser observados

os valores maacuteximos permitidos (VMP) dos seguintes paracircmetros analisados cloreto fluoreto

ferro soacutedio soacutelidos totais dissolvidos sulfato turbidez dureza e nitrato O padratildeo de

referecircncia utilizado para enquadramento foi a Portaria nuacutemero 2914 de dezembro de 2011 do

Ministeacuterio da Sauacutede (BRASIL 2011)

Foram comparados os Valores Maacuteximos Permitidos (VMP) estabelecidos pela portaria

supracitada com os valores obtidos pelas anaacutelises da aacutegua da regiatildeo Dos 27 poccedilos avaliados

12 (4444) apresentavam pelo menos um paracircmetro com o valor acima do recomendado

pela portaria Pode-se observar que 3333 das amostras possuem valor de ferro acima do

padratildeo estipulado Aleacutem deste outros 4 (quatro) paracircmetros analisados apresentaram teores

acima do limite legislado satildeo eles cloreto (74 das 27 amostras) soacutelidos totais dissolvidos

(74) turbidez (185) e dureza (37)

Todos os outros paracircmetros analisados apresentam valores normais de potabilidade

segundo os padrotildees de qualidade utilizados natildeo contribuindo para a contaminaccedilatildeo da aacutegua

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

63

Tabela 08 - Resultados analiacuteticos das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Catu

Paracircmetro Cl F Fe Na STD SO4 Tur Dur NO3

VMP

pela Portaria 291411

250

mgL

15

mgL

03

mgL

200

mgL

1000

mgL

250

mgL

50

uT

500

mgL

10

mgL

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 1125 0 535 - 502 - 100 74 -

3_6221 2100 005 003 1200 5700 865 134 1950 235

3_5845 2350 - - - 10000 - 125 1630 290

02 2_2456 2220 - 103 1600 5800 325 271 1390 169

03 2_2111 6430 006 037 3300 264 1180 475 15900 -

3_6171 4850 023 086 1700 13700 313 491 6120 029

04 1_510 36 002 122 - 128 - 13 28 1625

05 1_800 5394 - 9 - 244 14 4 6682 115

3_3180 3748 - 28 - 116 3 85 1730 1248

06 1_1628 7732 041 002 - 224 325 25 10975 -

3_98 5800 - - - 1593 - - 2920 05

07 3_6148 2720 - 014 1900 8000 357 747 1790 319

08 1_413 735 016 012 - 152 - 34 36 -

09 2_2114 1450 - - 2000 5200 148 434 1500 220

10 1_806 18 0 001 - 94 - 2 9 -

11 2_2960 5420 0010 005 3720 16900 859 - 5170 440

12 2_2491 3600 006 - - 9200 - 073 2130 210

13 1_1673 4223 009 0 - 352 675 06 10766 -

14 - 1360 - 037 1150 6900 140 290 1300 100

15 2_2392 1460 - - 1500 5200 580 462 1990 239

16 3_6429 1490 017 - 1000 7000 224 012 1200 340

17 3_5895 5140 - 008 4000 15800 884 130 1400 308

18 1_1694 4422 016 000 - 26400 680 150 9357 -

3_97 105000 - 012 - 258000 - 5200 55500 -

19 1_1764 4153 017 0 - 210 275 19 7669 -

20 1_8777 6600 018 - 2000 20600 217 114 6870 030

21 2_2480 6530 015 173 - 21600 350 670 10800 -

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que estatildeo acima do permitido pela Portaria 291411

do Ministeacuterio da Sauacutede Tur turbidez STD soacutelidos totais dissolvidos Dur dureza

Fonte CERB 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

As aacuteguas dos poccedilos 3_98 e 3_97 nas localizaccedilotildees Escola Agroteacutecnica e Sede I

respectivamente apresentam salinidade elevada em funccedilatildeo dos valores de cloreto e dureza

Os teores de cloretos ultrapassam o VMP (580 e 1050 mgL-1 respectivamente)

caracterizando como improacuteprias para o consumo humano Satildeo tambeacutem classificadas como

aacuteguas muito duras com respectivas durezas apresentando valores maiores que 200 mgL-1

poreacutem apenas as aacuteguas do poccedilo Sede I ultrapassou o VMP para consumo humano para este

paracircmetro

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

64

A salinidade pode estar associada agrave dureza de Ca++ e Mg++ atraveacutes da associaccedilatildeo destes

iacuteons com carbonatos e bicarbonatos que podem estar presentes na composiccedilatildeo litoloacutegica da

Formaccedilatildeo Satildeo Sebastiatildeo

533 Qualidade das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo

Para realizar a avaliaccedilatildeo da qualidade da aacutegua para irrigaccedilatildeo foi utilizado o diagrama de

Lemoine (1974) do United State Salinity Laboratory (USSL) Este meacutetodo se baseia na razatildeo

de absorccedilatildeo do soacutedio (SAR) como indicador de salinizaccedilatildeo do solo ou seja indica a

percentagem de soacutedio contido na aacutegua que pode ser adsorvida pelo solo e eacute calculada segundo

a expressatildeo a seguir (Figura 31)

Figura 31 - Foacutermula para caacutelculo da razatildeo de absorccedilatildeo de soacutedio (SAR) segundo o USSL

A classificaccedilatildeo da aacutegua para irrigaccedilatildeo segundo o US Salinity Laboratory (USSL 1954)

indica que existe uma predominacircncia das classes C1-S1 (4444) que indica baixo risco de

soacutedio e baixo risco de salinidade seguido pelas classes C2-S1 (3333) com baixo risco de

soacutedio e meacutedio risco de salinidade e C0-S1 (2222) que evidencia baixo risco de soacutedio e nulo

risco de salinidade (Tabela 09 e Figura 32)

Tabela 09 - Classificaccedilatildeo segundo o U S Salinity Laboratory

Classificaccedilatildeo Nordm de amostras Usos

C1-S1

04

4444

Aacuteguas com muito pouca probabilidade que se

desenvolva salinidade Pode ser usada para irrigaccedilatildeo na

maioria dos solos com pouca probabilidade de alcanccedilar

niacuteveis perigosos de soacutedio

C2-S1

03

3333

Aacuteguas com salinidade meacutedia Plantas com toleracircncia

moderada aos sais podem ser cultivadas na maioria dos

casos sem a necessidade de controle da salinidade

C0-S1

02

2222

Aacuteguas com risco de salinidade nula Pode ser usada

para irrigaccedilatildeo na maioria dos solos com pouca

probabilidade de alcanccedilar niacuteveis perigosos de soacutedio

Total 09 100

Fonte Adaptado de ALMEIDA 2010

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

65

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixos teores de soacutedio e

baixo a meacutedio risco de salinidade podendo ser utilizada para irrigar a maioria das culturas e

solos

Figura 32 - Classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas de Catu para agricultura (USSL)

534 Qualidade da aacutegua subterracircnea para fabricaccedilatildeo de cerveja e bebidas e suco de frutas

Os padrotildees de qualidade da aacutegua para uso industrial satildeo complexos e variam a depender

do tipo de produccedilatildeo para qual a aacutegua eacute destinada (SANTOS 2000) Para a avaliaccedilatildeo da

qualidade das aacuteguas subterracircneas do municiacutepio de Catu visando sua utilizaccedilatildeo para a

fabricaccedilatildeo de cervejas bebidas e suco de frutas foram utilizados os criteacuterios de qualidade

propostos por Mathess 1982 Szikszay 1993 e Driscoll 1986 (SANTOS 2000) A escolha

da realizaccedilatildeo desta anaacutelise deu-se devido ao potencial dos aquiacuteferos da Bacia Sedimentar do

Recocircncavo de gerar abastecimento para estes tipos de empreendimentos Faacutebricas de bebidas

jaacute operam em Alagoinhas municiacutepio vizinho a Catu demostrando o potencial na regiatildeo

9 6

4 5 1 8

2

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

66

Figura 33 - Criteacuterio de qualidade da aacutegua para induacutestrias

Fonte SANTOS 2000

De maneira geral as aacuteguas subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade para a

produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas Dos 27 poccedilos analisados 9 (3333)

apresentaram conformidade com os criteacuterios estabelecidos para todos os paracircmetros

analisados Para a fabricaccedilatildeo de cerveja apenas 1 (um) poccedilo atende aos criteacuterios estabelecidos

(Tabela 10)

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

67

Tabela 10 - Avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas subterracircneas de Catu para a produccedilatildeo industrial Paracircmetro Cl F Fe pH STD SO4 Alcal Dur NO3 Ca Mg Bom

para

Cervejaria

Bom para

bebidas e

sucos de

frutas

Cervejaria 100 10 01 65 - 7 1000 - - 50-75 10 200 30

Bebidas e sucos de Frutas 250 10 02 - 850 250 128 25 - - -

Nordm dos poccedilos

nos mapas

Nordm dos poccedilos

CERB

01 1_1050 11251 0 5351 2 7 502 - 315 74 2 - - 400

3_6221 2100 005 003 6191 5700 865 398 19501 235 299 350 X

3_5845 2350 - - 5181 10000 - 320 16301 290 190 193 X

02 2_2456 2220 - 1031 2 6351 5800 325 1490 13901 169 597 1600

03 2_2111 6430 006 0371 2 7331 264 1180 15600 2 159001 2 - 1100 1070

3_6171 4850 023 0861 2 7321 13700 313 3800 6120 2 029 1700 -

04 1_510 36 002 1221 2 5811 128 - 28 281 1625 - 489

05 1_800 5394 - 91 2 831 244 14 4756 6682 2 115 4677 384

3_3180 3748 - 281 2 5821 116 3 475 17301 1248 157 57871

06 1_1628 7732 041 002 851 224 325 2243 10975 1 2 - 5188 -

3_98 58001 2 - - 15931 2 - 2920 1 2 05 - 338

07 3_6148 2720 - 014 6211 8000 357 744 17901 319 398 - X

08 1_413 735 016 012 621 152 - 16 36 1 2 - - 315

09 2_2114 1450 - - 9231 5200 148 1990 15001 220 - - X

10 1_806 18 0 001 65 94 - 13 91 - - 770 X

11 2_2960 5420 0010 005 687 16900 859 1020 5170 2 440 2000 400 X

12 2_2491 3600 006 - 5941 9200 - 1580 21301 210 480 51821 X

13 1_1673 4223 009 0 921 352 675 18844 2 107661 2 - 5634 290

14 - 1360 - 0371 2 7501 6900 140 800 13001 100 1409 363

15 2_2392 1460 - - 7101 5200 580 2020 19901 239 498 243 X

16 3_6429 1490 017 - 6281 7000 224 - 12001 340 - 315 X

17 3_5895 5140 - 008 5871 15800 884 2190 14001 308 - 3723 X

18 1_1694 4422 016 000 5501 26400 680 11073 9357 12 - 5634 -

3_97 1050001 2 - 012 7401 2580001 2 - 55500 12 - - 2763

19 1_1764 4153 017 0 831 210 275 8005 76691 2 - 4906 1230

20 1_8777 6600 018 - 6351 20600 217 3780 6870 2 030 1790 1910

21 2_2480 6530 015 1731 2 7691 21600 350 6830 108001 2 - 2950 400

Nota Os valores destacados de vermelho indicam que os paracircmetros natildeo estatildeo em conformidade com os criteacuterios estabelecidos 1 = Cervejaria e 2 = Bebidas e sucos de

frutas Fonte CERB 2015 e SIAGAS 2015

Elaboraccedilatildeo BORGES P G (2015)

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

68

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

De forma geral a maioria das aacuteguas analisadas destinadas ao consumo humano estatildeo de

acordo com os limites estabelecidos pela Portaria nordm 291411 do Ministeacuterio da Sauacutede

Dentre os elementos analisados que apresentaram valores em discordacircncia com os

padrotildees legislados o ferro destacou-se Os maiores valores de ferro total foram identificados

nos poccedilos das seguintes localidades Baixa da areia (P-02) Bela Flor (P-03) Bom Viver (P-

04) Pinheiro (P-14) Veadinho (P-21) Aacutegua Grande (P-01) e Campo Grande (P-05) As

elevadas concentraccedilotildees de ferro nos poccedilos supracitados podem estar relacionadas agraves

composiccedilotildees naturais das rochas presentes nos perfis geoloacutegicos destes poccedilos jaacute que foram

encontrados em alguns desses poccedilos arenitos avermelhados e argilas que satildeo ricos em oacutexidos

e hidroacutexidos de ferro e soluacuteveis em meio aquoso

A caracterizaccedilatildeo hidroquiacutemica das aacuteguas de Catu demonstra um caraacuteter de natureza

predominantemente cloretadas soacutedicas As relaccedilotildees aniocircnicas predominantes nas aacuteguas

subterracircneas em estudo satildeo do tipo rClgtrHCO3gtrSO4 secundariamente satildeo do tipo

rClgtrSO4gtrHCO3 e por fim em menor expressividade ocorre a relaccedilatildeo aniocircnica do tipo

rHCO3gtrClgtrSO4

Apoacutes a classificaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas para irrigaccedilatildeo observou-se de maneira geral

que as mesmas possuem baixos teores de soacutedio e baixo a meacutedio risco de salinidade podendo

ser utilizadas para irrigar a maioria das culturas e solos Eacute importante ressaltar que os poccedilos 4

6 e 9 representados no diagrama de Lemoine (1974) classificados como C2 ndash S1 estatildeo sobre

argissolos vermelho-amarelo caracterizados por possuir horizonte B argiloso que reteacutem sais

minerais

Para a produccedilatildeo de cerveja bebidas e suco de frutas de maneira geral as aacuteguas

subterracircneas de Catu possuem baixa qualidade

Os mapas temaacuteticos apresentados nesta pesquisa constituem subsiacutedios importantes para o

desenvolvimento de poliacuteticas de uso e controle da qualidade das aacuteguas subterracircneas Diante

do que foi exposto acredita-se que a presente pesquisa atingiu os objetivos propostos

inicialmente e que seus resultados possibilitaram o estabelecimento de um diagnoacutestico da

qualidade das aacuteguas subterracircneas pesquisadas

Catu apresenta elevado potencial de recursos hiacutedricos de subsuperfiacutecie representado pelos

sistemas aquiacuteferos Satildeo Sebastiatildeo Barreiras Marizal e Grupo Ilhas Trata-se de reservatoacuterios

naturais de suma importacircncia que devem ser explorados de forma sustentaacutevel visando

assegurar uma aacutegua com qualidade e quantidade para a presente e futuras geraccedilotildees

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

REFEREcircNCIAS

ABAS Aacuteguas subterracircneas o que satildeo Disponiacutevel em

lthttpwwwabasorgeducacaophpgt Acesso em 06 de set 2015

ALMEIDA O A de Qualidade da aacutegua de irrigaccedilatildeo Cruz das Almas Embrapa Mandioca

e fruticultura 2010 234 p Disponiacutevel

emlthttpainfocnptiaembrapabrdigitalbitstreamitem267831livro-qualidade-aguapdfgt

Acesso em 14 de jan de 2015

ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas Panorama do enquadramento dos corpos drsquoaacutegua do

Brasil e Panorama da qualidade das aacuteguas subterracircneas no Brasil CONEJO J G L (Coord

Geral)COSTA M P da ZOBY J L G (Coord Exe) Brasiacutelia ANA 2007 124 p il

(Caderno de Recursos Hiacutedricos 5)

ATLAS BRASIL Iacutendice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ranking dos

municiacutepios da Bahia - 2000 e 2010 2013 Disponiacutevel em

lthttpwwwatlasbrasilorgbr2013ptrankinggt Acesso em 06 set 2014

BRASIL Ministeacuterio de Minas e Energia Secretaria Geral Projeto RADAMBRASIL Folha

SD24 Salvador Rio de Janeiro 1981 v24 624p (Levantamento de Recursos Naturais 24)

__________ Ministeacuterio da Sauacutede Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede Portaria nordm 2914 de

12 de dezembro de 2011 Dispotildee sobre os procedimentos de controle e de vigilacircncia da

qualidade da aacutegua para consumo humano e seu padratildeo de potabilidade Diaacuterio Oficial da

Uniatildeo Poder Executivo Brasiacutelia DF 14 dez 2011 Disponiacutevel em

lthttpbvsmssaudegovbrbvssaudelegisgm2011prt2914_12_12_2011htmlgt Acesso em

12 de dez de 2014

CAIXETA J M et al Bacias do Recocircncavo Tucano e Jatobaacute Boletim de Geociecircncias da

PETROBRAacuteS Volume 8 n 1 Rio de Janeiro 1994 163-172 p

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos Resoluccedilatildeo nordm 15 de 11 de janeiro de 2001

Disponiacutevel em lthttpwwwceivaporgbrligislacaoResolucoes-CNRHResolucao-

CNRH2015pdfgt Acesso em 12 de dez de 2014

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

COLLINS WD Graphic Representation of Analyses Indus and Eng Chemistry V 15

p394 1923

CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente Resoluccedilatildeo nordm 357 de 17 de marccedilo de

2005 Dispotildee sobre a classificaccedilatildeo dos corpos de aacutegua e diretrizes ambientais para o seu

enquadramento bem como estabelece as condiccedilotildees e padrotildees de lanccedilamento de efluentes e

daacute outras providecircncias Disponiacutevel em

lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdfgt Acesso em 12 de dez de

2014

__________ Resoluccedilatildeo nordm 29 de 07 de dezembro de 1994 Define vegetaccedilatildeo primaacuteria e

secundaacuteria nos estaacutegios inicial meacutedio e avanccedilado de regeneraccedilatildeo da Mata Atlacircntica a fim de

orientar os procedimentos de licenciamento das atividades florestais no Estado de Espirito

Santo Disponiacutevel em

lthttpwwwidafesgovbrDownloadLegislacaoDRNREresolucoes20conamaRESOLU

C387C383O20CONAMA20029-199420-

20DEFINIC387C383O20DA20VEGETAC387C383O20PRIMC3

81RIA20E20SECUNDC381RIApdfgt Acesso em 16 de fev 2015

CONSELHO DA EUROPA Carta Europeacuteia da aacutegua 1968 Disponiacutevel em

lthttpwwwaguasdafigueiraptinterior_printphpurl=espaC3A7o-jovemdireitos-da-

C3A1guacarta-europeia-da-aguaampid=208gt Acesso em 06 jun 2015

CUNHA J E M NEGRAO F I SANTOS P R P Panorama Atual das Aacuteguas

Subterracircneas no Estado da Bahia In Anais do 4ordm Congresso Brasileiro de Aacuteguas Subterracircneas

- Associaccedilatildeo Brasileira de Aacuteguas Subterracircneas 1986 80 ndash 95 p

EMBRAPA Banco de dados climatoloacutegicos do Brasil Disponiacutevel em

lthttpwwwbdclimacnpmembrapabrresultadosbalancophpUF=ampCOD=12gt Acesso em

06 jun 2015

FILHO J M Aacutegua subterracircnea histoacuterico e importacircncia In Hidrogeologia Conceitos e

Aplicaccedilotildees FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash

UFPE 2ordf Ed 2000

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

FOSTER S Determinaccedilatildeo do risco de contaminaccedilatildeo das aacuteguas subterracircneas um

meacutetodo baseado em dados existentes Instituto Geoloacutegico Satildeo Paulo 1993

GUERRA A T GUERRA A J T Novo dicionaacuterio geoloacutegico-geomorfoloacutegico Rio de

Janeiro Bertrand Brasil 1997

HIRATA R Recursos Hiacutedricos In TEIXEIRA W TOLEDO M C M de FAIRCHILD

T R TAIOLI F (Orgs) Decifrando a Terra Satildeo Paulo Oficina de Textos 2000 568 p

IBGE Dados populacionais do municiacutepio de Catu - 2010 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=290750ampsearch=bahia|catu|infog

raficos-informacoes-completasgt Acesso em 06 set 2014

__________ Produto Interno Bruto do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Valor adicionado do municiacutepio de Catu - 2012 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 06 set 2014

__________ Produccedilatildeo agriacutecola municipal - 2013 2014 Disponiacutevel em

lthttpcidadesibgegovbrxtrastemasphplang=ampcodmun=290750ampidtema=134ampsearch=b

ahia|catu|produto-interno-bruto-dos-municipios-2012gt Acesso em 09 set 2014

__________ Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Folha SD 24

Salvador potencial dos recursos hiacutedricos Rio de Janeiro 1999 236 p

INSTITUTO DE URBANISMO E ADMINISTRACcedilAtildeO MUNICIPAL Plano de Accedilatildeo

Municipal Catu Salvador IURAM 1974 il tabs

LEAL AS As aacuteguas subterracircneas no Brasil Ocorrecircncias disponibilidades e usos O

Estado das Aacuteguas no Brasil Brasiacutelia ANEEL 1999 CD-ROM (Seacuterie Estudos e Informaccedilotildees

Hidroloacutegicas e Energeacuteticas AacuteGUA)

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 71: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

LOGAN J Interpretaccedilatildeo de anaacutelises quiacutemicas de aacutegua Recife [US Agency for

International Development] 1965 67 p

MENDES B OLIVEIRA J F S Qualidade da Aacutegua para Consumo Humano Lisboa

Lidel Ediccedilotildees Teacutecnicas Ltda 2004 626p

NASCIMENTO S A M MORAES L R S Reis M G de C SANTANA A V A

Estudo quali-quantitativo das aacuteguas subterracircneas no municiacutepio de Alagoinhas-Bahia como

componente do plano municipal de saneamento ambiental In XIV Congresso Brasileiro de

Aacuteguas Subterracircneas 2006 Curitiba Anais do XIV Congresso Brasileiro de Aacuteguas

Subterracircneas - livro de resumos 2006

NUNES FC SILVA E F da BOAS G S V Grupo Barreiras caracteriacutesticas gecircneses e

evidecircncias de neotectonismo In Boletim de Pesquisas e Desenvolvimento Volume 194 ndash

Dados eletrocircnicos ndash Rio de Janeiro Embrapa solos 2011 Disponiacutevel em lt

httpwwwcnpsembrapabrpublicacoesgt Acesso em 15 de dez 2014

PHILIPPI A J PELICIONI M C F (Ed) Educaccedilatildeo ambiental e sustentabilidade

Barueri SP Manole 2005 xviii 878 p

PIPER AM A graphic procedure in the geochemical interpretation of water analyses Am

Geophysics Union Trans V 25 914 ndash 923 1944

PRESS F GROTZINGER J SIEVER R JORDAN T H Para Entender a Terra

Traduccedilatildeo MENEGAT R 4 ed Porto Alegre Bookman 2006 656 p

REBOUCcedilAS A da Cunha Aacutegua doce no mundo e no Brasil In ________ BRAGA B

TUNDSI J G (Org) Aacuteguas doces no Brasil capital ecoloacutegico uso e conservaccedilatildeo 3 ed

Satildeo Paulo Escrituras 2006

SANTOS A C Noccedilotildees de Hidroquiacutemica In Hidrogeologia Conceitos e Aplicaccedilotildees

FEITOSA F A C FILHO J M (Coords) Fortaleza CPRM LABHID ndash UFPE 2ordf Ed

2000

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM

Page 72: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS ... · Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção

SCHOELLER H Geochemic des eaux souterraines Revue de LacuteInstitute Fanccedilais du Petrole

V 10 230-244 1955

SEI Estatiacutesticas dos Municiacutepios Baianos territoacuterio de identidade Litoral Norte e Agreste

Baiano Salvador Superintendecircncia de Estudos Econocircmicos e Sociais da Bahia 2012v4 n1

416 p ISSN 1519-4124

__________ Tipologia Climaacutetica - Segundo Thornthwaite (1998) Disponiacutevel em

lthttpwwwseibagovbrsitegeoambientaiscartogramaspdfcarto_tip_climpdfgt Acesso

em 06 de set 2014

SILVA R C A da Abrindo matildeo do direito ao consumo da aacutegua tratada Feira de Santana -

BA Monografia apresentada ao curso de especializaccedilatildeo em Direito Sanitaacuterio

Departamento de Sauacutede Universidade Estadual de Feira de Santana 1999

STIFF HA Jr The interpretation of chemical water analysis by means of patterns Journal

Petroleum Technology V 3 No 10 15 ndash 17 1951

VIANA C F et al Revisatildeo estratigraacutefica da bacia recocircncavoTucano Boletim teacutecnico da

PETROBRAacuteS Volume 14 n 3-4 Rio de Janeiro 1971 157-192 p

VILAS BOAS G S SAMPAIO F J PEREIRA A M S The Barreiras Group in the

northeastern cost os the State of Bahia Brazil depositional mechanisms and process Anais

da Academia Brasileira de Ciecircncias volume 73 n 3 Rio de Janeiro 2001

ZOBY J L G MATOS B Aacuteguas subterracircneas no Brasil e sua inserccedilatildeo na Poliacutetica

Nacional de Recursos Hiacutedricos In CONGRESSO BRASILEIRO DE AacuteGUAS

SUBTERRAcircNEAS 12 Florianoacutepolis 2002 Florianoacutepolis ABAS 2002 CD-ROM