universidade federal de alagoas curso de … · msc, carla taciane figueiredo, ufal - campus do...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
CURSO DE LICENCIATURA DE GEOGRAFIA
CAMPUS DO SERTÃO
ROSEMERE DE SOUZA VIEIRA
ENSINANDO SOBRE GEOGRAFIA E POLUIÇÃO AMBIENTAL: A
PRODUÇÃO DO LIXO NO POVOADO JARDIM CORDEIRO E NO BAIRRO
DESVIO, DELMIRO GOUVEIA – AL
Delmiro Gouveia/AL Fevereiro/2015
ROSEMERE DE SOUZA VIEIRA
ENSINANDO SOBRE GEOGRAFIA E POLUIÇÃO AMBIENTAL: A
PRODUÇÃO DO LIXO NO POVOADO JARDIM CORDEIRO E NO BAIRRO
DESVIO, DELMIRO GOUVEIA – AL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Geografia Licenciatura da Universidade Federal de Alagoas, Campus do Sertão, como requisito parcial para obtenção do grau de graduado em Geografia Licenciatura. Orientador (a): Prof. Msc. Kleber Costa da Silva.
Delmiro Gouveia/AL Fevereiro/2015
FOLHA DE APROVAÇÃO
AUTORA: Rosemere de Souza Vieira
Ensinando sobre Geografia e Poluição Ambiental: A Produção do Lixo no Povoado Jardim
Cordeiro e no Bairro Desvio, Delmiro Gouveia – AL / Trabalho de Conclusão de Curso de
graduação em Geografia Licenciatura, da Universidade Federal de Alagoas – UFAL Campus
do Sertão.
Trabalho de Conclusão de Curso submetido ao corpo docente do Curso de Geografia Licenciatura da Universidade Federal de Alagoas e aprovado em 25 de fevereiro de 2015.
___________________________________________________
(Prof. Msc, Kleber Costa da Silva, UFAL – Campus do Sertão) (Orientador)
Banca Examinadora:
___________________________________________________________
(Profa. Dra, Sara Fernandes de Souza, UFAL – Campus do Sertão) (Examinador Interno)
___________________________________________________________
(Profa. Msc, Carla Taciane Figueiredo, UFAL - Campus do Sertão) (Examinador Externo)
A Deus, a minha família e aos meus amigos,
que sempre estiveram ao meu lado nos
momentos bons e ruins e que são tudo em
minha vida.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, que é a base da minha vida. Aos meus pais José
Renato Nunes Vieira e Joselita de Souza Vieira que sempre cuidaram de mim, me deram
forças para seguir em frente e que são responsáveis pela pessoa que sou. As minhas queridas
irmãs Renalda, Rogéria e Ronilma e ao meu irmão Ricardo, que sempre estiveram ao meu
lado.
Um agradecimento especial ao Professor Msc. Kleber Costa da Silva, pela orientação
neste trabalho, pela confiança e apoio, esses necessários para a obtenção do resultado do
mesmo; ajudando-me com suas orientações desde o início da minha graduação, contribuindo
para torna-me uma futura docente; sendo além de um grande professor, um grande amigo.
Aos professores e alunos da UFAL Campus do Sertão, com quem eu convivi ao longo
da minha trajetória acadêmica na graduação em Geografia e que me ajudaram na construção
do conhecimento, e em especial as colegas e amigas Adriana Gomes da Silva, Elisiane
Barbosa de Sá, Mirian Polline Gomes de Souza e Sueleide Rodrigues dos Santos Barros, que
sempre me apoiaram.
Agradeço também à professora Elânia dos Santos Oliveira, da Escola Doutor José
Correia Filho, e ao professor Paulo César dos Santos, da Escola Noêmia Bandeira da Silva,
que disponibilizaram suas aulas, nas quais pude pôr em prática as atividades da pesquisa junto
aos alunos. Agradeço ainda aos alunos por terem me recebido e ajudado a construir esse
trabalho.
A todos os funcionários da UFAL, Campus do Sertão, que sempre me ajudaram
quando precisei, principalmente pelo carinho demonstrado em várias das etapas de trabalho.
Ao Grupo de Estudos Sociedade e Natureza, pelos vários momentos de discussões e
debates sobre temas importantes e, em especial, ao Programa de Bolsas de Iniciação à
Docência (PIBID – CAPES) do Curso de Graduação em Geografia, Campus Sertão,
Universidade Federal de Alagoas, que me possibilitou realizar pesquisas no âmbito do ensino,
contribuindo assim para minha formação docente.
Muito Obrigada!
RESUMO
Este trabalho, então intitulado “Ensinando sobre Geografia e Poluição Ambiental: A
Produção do Lixo no Povoado Jardim Cordeiro e no Bairro Desvio, Delmiro Gouveia – AL”,
pretendeu ser uma experiência de iniciação à pesquisa e ao ensino de Geografia com o foco na
problemática do lixo como motivadora para a prática da educação ambiental. O objetivo
principal foi trazermos o problema da poluição ambiental a partir e através de algumas ações
de iniciação à docência (PIBID) – reflexões sobre a importância da reciclagem – junto aos
alunos da Escola Municipal Doutor José Correia Filho, Povoado Jardim Cordeiro e da Escola
Noêmia Bandeira da Silva, Bairro Desvio, Delmiro Gouveia, Sertão de Alagoas. Ela foi
dividida em três momentos. No primeiro foram realizadas leituras sobre os conceitos de
espaço, lugar, meio ambiente, poluição ambiental, lixo e reciclagem, tendo como principais
autores Milton Santos (2006), Maria Isabel da Cunha (2008), Richard Domingues Dulley
(2004), Luiz Mário Queiroz Lima (2004), Sidney Grippi (2006) e Heloisa Sisla Cinquett
(2004). Num segundo momento, foi realizado um breve estudo sobre educação ambiental, o
problema do meio ambiente e de como ele se tornou importante para a educação escolar. E,
num terceiro momento, foram construídas, através de ações em duas escolas públicas locais,
discussões sobre os conceitos de meio ambiente, poluição ambiental, lixo e reciclagem.
Adotamos uma estratégia pedagógica baseada no jogo “STOP da Reciclagem”, além de uma
“Aula-Passeio” (Trabalho de Campo) pelo Povoado Jardim Cordeiro e pelo Bairro Desvio,
para exercício de observação de paisagem e de constatação de pontos de poluição ambiental.
Colecionaram-se produtos como “cartazes da Aula-Passeio”, feitos pelos alunos e os “Baldes
de Lixo para Coleta Seletiva” como estratégias alternativas à ação docente em Geografia. Este
trabalho figurou como relevante processo de iniciação à docência, na medida em que permitiu
o contato com aspectos teóricos e práticos do ensino em geral e da observação da realidade
empírica no contexto da Geografia. E, ainda, permitiu o contato (leitura, observação, análise,
exposição) de aspectos valiosos para uma geografia de ambas as escolas e do seu entorno. As
informações foram levadas ao conhecimento dos alunos, bem como por eles mesmos
produzidas. Nesse sentido, aliar leitura teórica com o exercício da produção do conhecimento
permitiu um tratamento pedagógico baseado no aprendizado pela experiência, o que muito
instigou a reflexão sobre as possibilidades variadas de nosso crescimento enquanto docentes.
Palavras-chave: Poluição Ambiental. Iniciação à Docência. Delmiro Gouveia.
ABSTRACT
This work, then titled "Teaching Geography and Environmental Pollution: The Waste Production in town Jardim Cordeiro and Desvio Bairro, Delmiro Gouveia - AL", intended to be an initiation experience in research and teaching of Geography with a focus on issues garbage as motivation for the practice of environmental education. The main objective was to bring the problem of environmental pollution from and through some initiation actions to teaching (PIBID) - reflections on the importance of recycling - with the students of the School Dr. José Correia Filho, Jardim Cordeiro Village and School Noêmia Bandeira da Silva, Desvio Bairro, Delmiro Gouveia, Sertão de Alagoas. It was divided into three stages. In the first readings were taken on the concepts of space, place, environment, environmental pollution, waste and recycling, the main authors Milton Santos (2006), Maria Isabel da Cunha (2008), Richard Domingues Dulley (2004), Mario Luiz Queiroz Lima (2004), Sidney Grippi (2006) and Heloisa Sisla Cinquett (2004). Secondly, a brief study on environmental education was conducted, the problem of the environment and how it has become important for school education. And a third time, were built through actions in two local public schools, discussions on the concepts of environment, environmental pollution, garbage and recycling. We have adopted a pedagogical strategy based on the game "STOP Recycling", and a "class-Ride" (Field Work) by town Jardim Cordeiro and the Desvio Bairro, to exercise observation of landscape and of environmental pollution points finding. Products are collected as "posters Class-Ride", made by the students and the "Waste buckets Selective Collection" as alternative strategies to the teaching activities in Geography. This work figured as an important process of initiation to teaching, to the extent that allowed contact with theoretical and practical aspects of teaching in general and the observation of empirical reality in the context of Geography. And also allowed contact (reading, observation, analysis, exposure) of valuable aspects to a geography of both schools and their surroundings. The information was made known to the students as well as for themselves produced. In this sense, combining theoretical reading with the exercise of knowledge production allowed a pedagogical approach based on learning by experience, which greatly prompted reflection on the varied possibilities of our growth as teachers.
Keywords: Environmental Pollution. Introduction to Teaching. Delmiro Gouveia.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Mapa 1 – Localização das Áreas de Estudo........................................................... 11
Figura 2 – Escola Municipal Dr. José Correia Filho (Povoado Jardim Cordeiro)................... 30
Figura 3 – Jogo: STOP da Reciclagem.................................................................................... 32
Figura 4 – Registro da equipe vencedora do jogo “STOP da Reciclagem”, realizado com os
alunos ....................................................................................................................................... 33
Figura 5 – Rua Ana Nery......................................................................................................... 34
Figuras 6 e 7 – Rua Ana Nery e Rua Pilar .............................................................................. 35
Figura 8 – Rua Pilar................................................................................................................. 36
Figura 9 – Cartaz da Aula-Passeio produzido pelos alunos..................................................... 37
Figura 10 – Baldes de Lixo para Coleta Seletiva confeccionados pelos alunos...................... 39
Figura 11 e 12 – Escola Noêmia Bandeira da Silva e Apresentação do slide sobre os conceitos
referentes ao trabalho............................................................................................................... 40
Figura 13 – Jogo: STOP da Reciclagem da equipe ganhadora ................................................ 42
Figura 14 – Rua Guararapes..................................................................................................... 43
Figura 15 e 16 – Rua Bela Vista e Travessa São Sebastião..................................................... 44
Figura 17 – Cartaz 1 da Aula-Passeio, produzidos pelos alunos............................................. 45
Figura 18 e 19 – Cartaz 2 da Aula-Passeio, produzidos pelos alunos e Cartaz 3 da Aula-
Passeio, produzidos pelos alunos............................................................................................. 46
Figura 20 – Baldes de Lixo para Coleta Seletiva, produzidos pelos alunos............................ 48
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10
2. POLUIÇÃO AMBIENTAL E RECICLAGEM: UM PONTO DE PARTIDA
TEÓRICO-CONCEITUAL .................................................................................................. 14
2.1. CONCEITOS FUNDAMENTAIS............................................................................. 14
2.2. A RECICLAGEM COMO UMA ALTERNATIVA PARA O FIM DO LIXO......... 19
3. EDUCAÇÃO AMBIENTAL................................................................................... 21
3.1. NOÇÃO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL............................................................... 21
4. EDUCAÇÃO AMBIENTAL E O EXERCÍCIO DA DOCÊNCIA EM
GEOGRAFIA........................................................................................................................... 29
4.1. A PROBLEMÁTICA DO LIXO E DA POLUIÇÃO AMBIENTAL COMO
MOTIVADORES PARA O EXERCÍCIO DA DOCÊNCIA EM GEOGRAFIA................... 29
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................... 51
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 53
10
1. INTRODUÇÃO
Este estudo é o resultado do conjunto de atividades do Programa de Bolsas de
Iniciação à Docência (PIBID – CAPES) do Curso de Graduação em Geografia, do Campus
Sertão, da Universidade Federal de Alagoas, realizadas desde 2012.
O tema deste estudo, “Ensinando sobre Geografia e Poluição Ambiental: A Produção
do Lixo no Povoado Jardim Cordeiro e no Bairro Desvio, Delmiro Gouveia – AL”, nasceu da
busca de reflexões acerca da importância de se trabalhar a questão ambiental no contexto da
escola pública. Pretendeu-se, no entanto, e especificamente, tratar da poluição ambiental e da
reciclagem como motivadores do debate acerca das condições ambientais locais e processo de
conhecimento da realidade por parte dos envolvidos; no caso, os alunos do 8° Ano das escolas
municipais Doutor José Correia Filho (Povoado Jd. Cordeiro, Delmiro Gouveia-AL) e
Noêmia Bandeira da Silva (Bairro Desvio, Delmiro Gouveia-AL).
O Povoado Jardim Cordeiro está situado a 38 km de distância da sede municipal de
Delmiro Gouveia – AL, localizado na zona rural (Figura 1). Nele se localiza uma única escola
pública a oferecer o ensino básico para a comunidade local, que é a Escola Municipal de
Ensino Fundamental Doutor José Correia Filho. O Bairro Desvio, por sua vez se situa às
margens da Rodovia AL-220, na zona urbana, onde também é oferecido o ensino básico para
a comunidade local, que é a Escola de Ensino Fundamental Noêmia Bandeira da Silva.
11
Figura 1: Mapa 1 – Localização das Áreas de Estudo
Fonte: Base Cartográfica, IBGE 2013. Rogéria Vieira, 2015.
Como objetivo geral, propõe-se um olhar crítico para o problema da produção do lixo
local e de realizar possíveis processos de reciclagem, no âmbito da educação ambiental, onde
também buscamos refletir sobre nossa atuação enquanto futuros docentes de Geografia. Como
objetivos específicos, buscamos construir o trabalho pautado em:
a) Realizar leitura de alguns referenciais bibliográficos sobre os conceitos de espaço,
lugar, meio ambiente, poluição ambiental, lixo e reciclagem;
b) Acentuar a aproximação ao contexto histórico relativo aos conceitos de educação
ambiental bem como à sua definição corrente;
c) Buscar ações de ensino com base na realização de uma aula expositiva dos
conceitos, de atividade lúdica através do Jogo “STOP da reciclagem”; da
realização de uma Aula-Passeio com a participação de alunos das escolas
12
envolvidas a título de observação e paisagem, e da exposição dos resultados como
culminância dos resultados encontrados, para efeito de reflexão sobre todo
processo de ensino-aprendizagem.
O estudo do problema do lixo e da poluição ambiental evidencia uma questão
importante ao ensino de Geografia: como ver a organização do espaço, o protagonismo do ser
humano na intervenção do meio e do desenvolvimento sustentável. Com base nesse sentido,
buscamos construir um trabalho que tem o intuito de mobilizar os alunos e a população do
Povoado Jardim Cordeiro e do Bairro Desvio na busca de soluções que tratem do lixo no
espaço público desses lugares. Além disso, interessa-nos refletir sobre o lixo, através de um
conjunto amplo de atividades com a participação de alunos, subsidiando nossa reflexão sobre
iniciação à docência.
O processo de condução deste trabalho foi divido em três momentos para melhor
compreensão do estudo em questão. No primeiro capítulo poderá ser constatado a leitura dos
conceitos de espaço, lugar, meio ambiente, poluição ambiental, lixo e reciclagem. Os autores
principais nessa análise foram Milton Santos (2006), Maria Isabel da Cunha (2008), Richard
Domingues Dulley (2004), Luiz Mário Queiroz Lima (2004), Sidney Grippi (2006) e Heloisa
Sisla Cinquett (2004).
No segundo capítulo trabalhamos o conceito de educação ambiental como suporte à
reflexão acerca do meio ambiente, mostrando o seu significado, como ela surgiu no mundo e
no Brasil, como as leis que fundamenta as ações em nosso país e como a educação ambiental
poderia se apresentar por meio de uma atividade pedagógica permanente em todos os níveis
de ensino.
No terceiro capítulo, por sua vez, registramos o processo de trabalho ligado ao ensino
de Geografia que realizamos junto às duas escolas envolvidas. Tais momentos se apresentam
como relatos de uma experiência conduzida com o apoio da gestão das escolas e dos docentes
de Geografia que muito somaram com as suas experiências.
Enquanto registro de atividades para fins de Trabalho de Conclusão de Curso de
Licenciatura em Geografia que pretendeu ser, este trabalho simboliza ainda um conjunto de
esforços que devem ser registrados: Primeiro, a boa vontade da gestão escolar no que tange ao
tratamento de uma temática complexa e ao conhecimento da localidade facilitada pela
13
importante contribuição dos professores e da equipe de funcionários quanto à facilitação de
todo o processo de trabalho. Em segundo lugar, ao acúmulo de reflexões que foram se
somando ao longo da graduação em Geografia no campus do Sertão, UFAL, e a preocupação
pessoal com o tema em relação à escola (ainda mais ampliado com a oportunidade de ser visto
e revisto com a participação junto ao PIBID).
Nesse sentido, consideramos que este trabalho analisa uma temática relevante para os
dias atuais. Além disso, permitiu o nosso crescimento enquanto docentes da área de
Geografia, na medida em que forneceu as bases para alguns contatos iniciais com o ambiente
da escola pública.
14
2. POLUIÇÃO AMBIENTAL E RECICLAGEM: UM PONTO DE PARTIDA
TEÓRICO-CONCEITUAL
2.1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Para esta proposta de trabalho, inicialmente foram abordados os conceitos de Espaço,
Lugar, Meio Ambiente, Poluição Ambiental, Lixo e Reciclagem em direção à compreensão da
produção de lixo no Povoado Jardim Cordeiro e no Bairro Desvio, Delmiro Gouveia – AL. A
intenção não é a de esgotar o debate teórico-conceitual, mas a de tornar as contribuições a
seguir, como direcionamento de nossas humildes reflexões a serem por ora trabalhadas como
exercício de iniciação à pesquisa e ao ensino de Geografia. Para a compreensão do que é
espaço, Milton Santos afirma: (2006, p. 24) “[...], o espaço é formado de objetos; mas não são
os objetos que determinam os objetos. É o espaço que determina os objetos: o espaço visto
como um conjunto de objetos organizados segundo uma lógica e utilizados (acionados)
segundo uma lógica [...]”.
O espaço, portanto, assume relevante papel na compreensão da realidade. Dimensão
rica que se revela formado por objetos e ações que se acumulam ao longo do tempo,
evidenciando-se como produto da relação entre sociedade e natureza. Contém ainda um
sentido, ou uma “lógica”, (re) produtora de ações que por isso mesmo dão significados as
dinâmicas sociais.
Nessa perspectiva, podemos ainda definir lugar como algo de importância para nós,
onde a ação do homem acontece, ou seja, o lugar é uma morada do homem, na qual ele
produz suas ações. Com isso, segundo Cunha (2008, p. 184), “[...]. O lugar se constitui
quando atribuímos sentido aos espaços, ou seja, reconhecemos a sua legitimidade para
localizar ações, expectativas, esperanças e possibilidades [...]”.
De modo geral, há muito tempo a relação entre o homem e o meio ambiente, seja
agradável ou não, vem gerando uma série de mudanças que são decorrentes da relação entre
natureza e sociedade, especialmente da interferência desta naquele. De tal relação, nasce a
necessidade de discussão sobre a possibilidade da poluição do meio ambiente e como tal
problemática se apresenta, para a reflexão a respeito da construção da cidadania e de um
mundo melhor.
15
Diante disso, o ambiente, segundo Dulley (2004, p. 06) “[...], seria portanto a natureza
conhecida pelo sistema social humano (composto pelo meio ambiente humano e meio
ambiente das demais espécies conhecidas)”. O ambiente é a natureza em que vive o ser
humano e as mais diversas espécies que, com o tempo, foi sendo modificada pela ação do
homem. Por isso, segundo Birnfeld, Liane et Birnfeld, Carlos (2013, p. 1708) “[...], o meio
ambiente já figura-se como elemento de fundamental importância no processo histórico-
cultural: é nele que vivemos, é a partir dele que sobrevivemos e é nele que desenvolvemos a
nossa condição humana tal qual ela se apresenta”. O meio ambiente é de suma importância
para a história e cultura do planeta, pois é o local no qual vivemos, sobrevivemos e
desenvolvemos nossas habilidades com as coisas ao nosso redor. Com isso, podemos afirmar:
[...] a preocupação com o meio ambiente deve fazer parte da vida de cada cidadão, e dos governantes. Todos devem tornar o ambiente em que vivemos um lugar prazeroso e saudável, que requer que todos nós um posicionamento relacionado no tocante a preservação do mesmo, pois é um assunto primordial para uma reflexão, pois atinge a todos nós de forma direta ou indireta [...] (JÚNIOR, 2012, p. 5).
A preocupação de como o meio ambiente atual deveria ser de cada uma das pessoas e
também dos que comandam o país, pois todos nós devemos fazer a nossa parte, a de tornar o
ambiente o melhor possível para se viver, tomando com isso todos os cuidados para sua
preservação. Afinal, as causas de poluição ambiental sempre nos atingem de alguma forma.
Nesse sentido, a poluição impõe traços específicos à organização espacial:
A poluição é considerada, juridicamente, como a inclusão de qualquer fator ao ambiente que provoque alterações de suas qualidades naturais, impondo ao vizinho condições modificadas de seu meio (BASTOS e FREITAS, 2009, p. 39 apud STROH (2009)).
A poluição é compreendida como qualquer ação feita ao ambiente, na qual ela provoca
modificações ao ambiente original, estabelecendo às pessoas péssimas condições de vida, pois
gera alterações no meio ambiente de forma negativa, causadas pela ação do homem que
poluem os rios, o ar e solo. De acordo com Lima (2004), a poluição ambiental pode ser
classificada em: poluição do solo, poluição das águas e poluição do ar.
16
Na poluição do solo, o lixo é jogado em qualquer lugar, sem nenhum cuidado,
poluindo o solo em que são modificadas suas particularidades, podendo prejudicar a vida das
pessoas. Já na poluição das águas, o lixo é despejado de qualquer jeito nos rios, onde os danos
podem ser identificados de várias maneiras pelas pessoas e que esses despejos inadequados
podem causar problemas aos seres humanos e aos seres vivos. E na poluição do ar, o lixo
pode ser considerado como gases lançados na atmosfera, praticados pelo homem nas cidades,
onde essas substâncias podem produzir substâncias tóxicas, tanto para o homem como para o
meio ambiente, prejudicando a saúde de todo o planeta (LIMA, 2004).
Em relação à poluição ambiental do solo, cabe um tratamento especial sobre a
poluição do solo em que o lixo é um dos mais graves motivadores dessas ações, pois além de
afetar o solo com seus dejetos também prejudica a saúde do homem em contato com o
mesmo. Diante disso, segundo Ribeiro; Albuquerque; Silva; Navaes et. al. Júnior (2009, p. 3)
“[...]. A poluição se constitui uma das consequências que mais tem afetado a vida da
sociedade, pela enorme quantidade de lixo produzido e jogado e nos lugares que são
lançados”. A poluição ambiental, de certa maneira, tem prejudicado a humanidade, por causa
do lixo que é produzido e jogado em qualquer lugar, sem nenhum cuidado com o mesmo, que
acaba gerando inúmeras doenças. Assim, a poluição ambiental é considerada como uma
desorganização ambiental que resulta da penetração de agentes poluidores variados, na ação
de matéria ou energia e que são sujeitos que fazem mal ao homem e às outras formas de vida.
E é exatamente nas cidades que os problemas de poluição do solo (lixo) se tornam mais grave.
O lixo urbano a cada dia tem se tornado um sério problema para a população e
principalmente para a gestão pública municipal, por causa dos acúmulos de resíduos no meio
urbano, havendo uma necessidade de um destino final adequado desses resíduos, pois, não
havendo essa ordenação dos resíduos, eles acabam sendo lançados diretamente no solo, ar e
água, acarretando com isso a poluição do meio ambiente e mínima qualidade de vida no
planeta. Por isso, para Grippi (2006, p. 91) “O lixo é um problema crônico em nossa
sociedade e muitas vezes seu mau gerenciamento acaba propiciando verdadeiras mazelas
ambientais dentro dos municípios brasileiros, além de comprometer a qualidade de vida da
população [...]”. O lixo é um problema crônico que existe há muito tempo na sociedade, em
que sua má destinação gera problemas ambientais na maioria dos municípios brasileiros,
como também prejudica a saúde da população em geral. Ela é uma questão que perpassa no
ambiente urbano e rural, ampliado pelo crescimento populacional, pela maior quantidade de
17
produção de alimentos e bens de consumo, bem como pelo crescimento das indústrias que
geram o aumento das matérias-primas em produtos acabados, ampliando com isso
quantidades cada vez maiores de resíduos dispostos inadequadamente. Assim, ainda de acordo
com Lima (2004), o lixo pode ser classificado em: residencial, comercial, industrial,
hospitalar, especial e outros.
O lixo residencial é aquele produzido nas residências e que muitas vezes são deixados
no espaço público devido à falta da assistência do poder público municipal ou de ausência de
locais específicos de tratamento junto à comunidade ou bairro. O lixo comercial é aquele que
é gerado no local de trabalho (comércio e serviços). O lixo industrial é aquele que é produzido
nas indústrias, principalmente em construções, onde as mesmas acabam sendo responsáveis
pelas inúmeras contaminações do local e pela maneira como é manuseada. O lixo hospitalar é
entendido como aquele produzido no contexto dos ambientes de assistência à saúde, de
elevado grau de periculosidade quanto ao potencial de risco de contaminação à sociedade –
exigindo-se grande cuidado por parte do poder público. E o lixo especial é aquele em que tem
elevado grau de atenção, dada seu valor específico para o tratamento da saúde pública (LIMA,
2004, p. 14/15).
Pode-se deduzir que o lixo urbano é algo que tende a acumular-se e a agravar ainda
mais o problema da poluição ambiental. Em algumas cidades brasileiras o destino final do
lixo é nos lixões e nos terrenos baldios, onde não é dado o tratamento adequado desses
resíduos, ocasionando proliferação de organismos patogênicos, tendo com isso a geração de
doenças, que tornam a gestão do lixo urbano um grande desafio para os administradores
públicos. Nesse sentido:
A decomposição do lixo a céu aberto (lixões) produz o metano – gás altamente poluente e prejudicial à saúde humana. Essas áreas também transfomam-se em criadouros de insetos e roedores, agentes transmissores de inúmeras doenças contagiosas. Esses lixões são diretamente responsáveis pela contaminação do ar, das águas e do solo (BASTOS e FREITAS, 2009, p. 70/71 apud STROH (2009)).
Com a presença de lixões municipais, outros problemas acabam se acrescentando às
questões relativas à poluição ambiental. No âmbito social, parte de uma sociedade excluída se
apresenta como dependente da coleta, a título de sobrevivência, nestes espaços. Isso eleva a
18
possibilidade de contaminação e segrega os envolvidos a um ambiente de riscos, além de
severa luta contra a miséria. Estes se envolvem no trabalho de catação de lixo, por não terem
outras estratégias de sobrevivência.
O espalhamento do lixo na cidade dificulta a coleta e o transporte do mesmo que
também atrapalha as vias públicas, trazendo riscos à saúde pública e ao meio ambiente, e que
também é ocasionado pela contaminação da água, do solo e da atmosfera em contato com
esses resíduos.
Pode-se afirmar:
Cada brasileiro gera em média 500g de lixo por dia. Estamos falando de algo em torno de 100 000 t por dia de lixo gerado em todo o país. Aliado a este problema, vem a baixa eficiência da grande maioria das prefeituras brasileiras, que operam com verdadeiros e vergonhosos lixões a céu aberto, faltando recursos e tecnologias para investimento em aterros sanitários oficiais e licenciados pelo órgão ambiental e, o que seria melhor, incrementar a coleta seletiva para propiciar a reciclagem [...] (GRIPPI, 2006, p. 5/6).
Em todo o país se gera muito lixo por dia, que é um problema que vem crescendo para
a maioria das prefeituras. Os espaços destinados aos lixões têm sido revistos e o tratamento
dos resíduos tem sido feitos com a implantação de processos alternativos, tal como a coleta
seletiva. Nesse sentido:
Para que a coleta seletiva tenha sucesso e contribua com o desenvolvimento sustentável, é preciso que a população saiba descartar corretamente seus lixos e resíduos sólidos, não precisando de recipientes com cor, mas sim de uma separação adequada [...] (NORÕES; MELO, Sales et. al. MELO, Silva, 2011, p. 12).
A coleta seletiva é uma forma de ajudar a população a ter uma vida mais saudável,
mas para isso as pessoas têm que aprender a jogar de forma certa o lixo e saber separá-lo em
baldes de lixo com a específica cor referente ao tipo de lixo, para que com isso a coleta
seletiva ocorra de forma correta. Assim pode-se minimizar os impactos ambientais causados
pelos aterros sanitários e lixões urbanos.
19
2. 2. A RECIClAGEM COMO UMA ALTERNATIVA PARA O FIM DO LIXO
Um dos métodos ligado ao tratamento do lixo, e que causa menores danos ao meio
ambiente, é a reciclagem. Esta transforma os resíduos descartados pelo homem em produtos
novos para consumo humano, tornando assim o mundo um lugar mais sustentável. Diante
disso, podemos dizer que:
Reciclagem é o resultado de uma série de atividades através das quais materiais que se tornariam lixo ou estão no lixo, são desviados, sendo coletados, separados e processados para serem usados como matéria-prima na manufatura de outros bens, feitos anteriormente apenas com matéria-prima virgem (GRIPPI, 2006, p. 35).
A reciclagem é o reaproveitamento de recursos, na qual os materiais que são
originados da produção do lixo são coletados, separados e processados para se transformarem
em materiais novos, que foi constituído do material virgem, com menor duração de tempo de
decomposição, e que não causam mal ao meio ambiente.
Nisso, soma-se o seguinte:
O advento das indústrias de reciclagem de diversificados materiais descartados do consumo engendrou a formação da categoria dos trabalhadores da catação de resíduos sólidos, cuja ampla maioria integra a condição de trabalhadores destituídos dos direitos sociais do trabalho (SANTOS e STROH, 2009, p. 118 apud STROH (2009)).
Com isso a reciclagem ficou sendo considerada como um negócio, onde ela tem uma
estrutura e planejamento igual a outros empreendimentos, pois a reciclagem é vista como uma
indústria nova que ainda está em formação, mas que tem um potencial enorme de
crescimento. Contudo, pode-se afirmar:
A reciclagem [...], é a forma de conciliar as tendências mundiais de globalização, que embute a tendência de universalização da sociedade de consumo e, por via de
20
consequência, a ampliação de geração de resíduos, com a atividade econômica do processamento de resíduos (ZULAUF, 2000, p. 97/98).
A reciclagem seria a forma de aliar as propensões mundiais de globalização, que
introduzem a vocação de universalização da sociedade de consumo em que há a reprodução
original dos resíduos, com a atividade econômica de transformação dos resíduos, que geram
menos impacto ao meio ambiente, além de serem mais baratos e úteis aos seres humanos.
Diante disso, pode-se informar:
Se hoje conseguíssemos idealmente reduzir ao mínimo o desperdício e o consumo, reutilizar e reciclar todos os resíduos possíveis, ainda restaria lixo, como o papel higiênico e objetos feitos de materiais para os quais não há tecnologia para a reciclagem (tais como couro, lâmpada, espelho, tecido, isopor, espuma e fralda descartável). Além disso, algumas tecnologias de reciclagem (como as embalagens longa-vida e as de madeira) não são acessíveis para boa parte das cidades (CINQUETTI, 2004, p. 324).
Assim, para que possamos ter uma vida melhor temos que fazer a nossa parte e não
poluir o lugar em que vivemos, utilizando formas adequadas de não jogar o lixo em lugares
inadequados, a reciclagem, por exemplo, é um método adequado de transformação do lixo em
outro mais eficaz ao homem e a natureza, procurando preservar o nosso lar como também o
meio ambiente da melhor maneira possível, só assim teremos uma vida de mais qualidade em
que se possa viver plenamente.
21
3. EDUCAÇÃO AMBIENTAL
3.1. NOÇÃO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Busca-se, neste capítulo, abordar os conceitos de educação ambiental como suporte à
compreensão do meio ambiente, da escola e do cotidiano dos alunos, que serão importantes
para o presente trabalho.
Para o entendimento do que é educação ambiental, Sandra Maria Furiam Dias afirma:
[…] a Educação Ambiental é um processo de aprendizagem permanente, baseado no respeito a todas as formas de vida, e deve estimular a formação de sociedades socialmente justas e ecologicamente equilibradas, que conservem entre si relação de interdependência e diversidade (DIAS, 2003, p. 18).
A Educação Ambiental é um processo de conhecimento que diminui o impacto da
ação humana sobre o meio ambiente, que deve ser incentivado na sociedade para que assim os
seres humanos vivam em equilíbrio constante.
Pode-se entender:
[…], a educação ambiental é definida como uma práxis educativa e social que tem por finalidade a construção de valores, conceitos, habilidades e atitudes que possibilitem o entendimento da realidade de vida e a atuação lúcida e responsável de atores sociais individuais e coletivos no ambiente [...] (LOUREIRO; AZAZIEL et. al. FRANCA, 2003, p. 15).
A educação ambiental é vista como uma base para a melhoria da educação e da
sociedade, que tem por objetivo a organização desses saberes, que possam tornar mais claras à
vida real das pessoas e que elas a partir disso compreendam a importância de ter cuidado em
suas ações tanto individuais como coletivas em relação à natureza.
22
Segundo Jacobi (2003, p. 193) “[...]. Entende-se, portanto, que a educação ambiental é
condição necessária para modificar um quadro de crescente degradação socioambiental, mas
ela ainda não é suficiente [...]”.
A educação ambiental é fundamental para que ocorra o desenvolvimento sustentável,
pois o homem tem que transformar o seu modo de agir perante a natureza buscando preserva-
la para assim usufruí-la sem prejudica-la, mas isso tem que ser uma ação de toda as pessoas
do mundo e não só de uma minoria.
Conforme Layrargues (2004), na Educação Ambiental muitos autores discutiram sobre
novas denominações que surgiram nessa área como Educação Ambiental Conservadora,
Educação Ambiental Crítica, Educação Ambiental Transformadora e Educação Ambiental
Convencional, que são de fundamental importância para os diferentes posicionamentos
políticos-pedagógicos.
A Educação Ambiental Conservadora se coloca incapaz de modificar algo real, ao
invés disso ela conserva o movimento da manifestação da realidade diante daquilo que a
domina do mundo real. Com isso pode-se dizer que:
[…], a Educação Ambiental Conservadora tende, refletindo os paradigmas da sociedade moderna, a privilegiar ou promover: o aspecto cognitivo do processo pedagógico, acreditando que transmitindo o acontecimento correto fará com que o indivíduo compreenda a problemática ambiental e que isso vá transformar seu comportamento e a sociedade; o racionalismo sobre a emoção; sobrepor a teoria à prática; o conhecimento desvinculado da realidade; a disciplinaridade frente a transversalidade; o individualismo diante da coletividade; o local descontextualizado do global; a dimensão tecnicista frente a política; dentre outros (GUIMALHÃES, 2004, p 27).
A Educação Ambiental Crítica seria a apresentação do assunto no que diz respeito às
revelações das mudanças das pessoas no que diz respeito ao meio ambiente, desenvolvida
através de projetos para além das salas de aulas de forma crítica, onde segundo Guimarães
(2004, p. 32) “[…], a Educação Ambiental Crítica se propõe a desvelar a realidade, para,
inserindo o processo educativo nela, contribuir na transformação da sociedade atual,
assumindo de forma inalienável a sua dimensão política”. Ela revela o que está acontecendo
atualmente, incluindo nisso o processo educativo.
23
A Educação Ambiental Transformadora surgiu no Brasil nos anos de 1980, para tornar
sólidas as novas práticas e teorias compostas na Educação Ambiental. Por isso, segundo
Loureiro (2004, p. 78) “[…], a Educação Ambiental transformadora procura a realização
humana em sociedade, enquanto forma de organização coletiva de nossa espécie, e não
simples “cópia” de uma natureza descolada do movimento total […]”. Ela busca tornar real a
vida dos homens com o mundo, como também em conjunto com a natureza e não viver só em
uma imitação de um meio ambiente, em que só a metade ainda é conservada.
E a Educação Ambiental Convencional surgiu no Brasil, em meados da década de
1970 através de órgãos governamentais ambientais, preocupados com ações que ajudem na
manutenção de áreas protegidas e na defesa da biodiversidade, pensando na relação entre
sociedade e natureza. Diante disso pode-se afirmar:
A dita educação ambiental convencional, está centrada no indivíduo, no alcançar a condição de ser humano integral e harmônico, pressupondo a existência de finalidades previamente estabelecidas na natureza e de relações ideias que fundamentam a pedagogia do consenso. Focaliza o ato educativo enquanto mudança de comportamentos compatíveis a um determinado padrão idealizado de relações corretas com a natureza, reproduzindo o dualismo natureza-cultura, com uma tendência a aceitar a ordem social estabelecida como condição dada, sem crítica às suas origens históricas […] (LOUREIRO, 2004, p. 80).
Segundo Ramos (1996, p. 8) “A Educação Ambiental é um fenômeno característico da
segunda metade do século XIX. Ela surgiu basicamente como uma das “estratégias” que o
homem põe em marcha para fazer frente aos problemas ambientais”. Vale ressaltar que foi no
século XVIII com a Revolução Industrial que os problemas sociais e ambientais surgiram,
mas o entendimento do que é educação ambiental surgiu na primeira metade do século XIX,
com base em estratégias do homem para resolver as dificuldades ambientais.
Conforme Dewes et Wittckind (2006), em vários anos aconteceram diversas
comissões internacionais que tiveram início nos anos 70 do século passado, mas que agora
vários encontros acontecem também em nível local, regional e nacional. Em 1965 ocorreu a
Conferência de Educação Ambiental da Universidade de Keele, em Londres, Inglaterra, com
o propósito de buscar superação dos problemas ambientais. Depois em 1972 ocorreu o Clube
de Roma, onde foi publicado um relatório sobre “Os Limites do Crescimento” que tinha o
24
desejo de comprovar o inviável crescimento industrial, como modo de impedir os impactos no
meio ambiente. Por isso pode-se afirmar:
[…]. Este documento deu início às discussões sobre desenvolvimento versus meio ambiente e, ao mesmo tempo, buscava medidas para se obter no mundo um equilíbrio global, entendendo que o meio ambiente não teria que arcar com os custos do desenvolvimento tecnológico e industrial, propondo, assim, uma política de crescimento zero (SABBGH, 2011, p. 15).
O tal documento foi responsável pelas primeiras discussões a respeito da melhoria da
natureza, pois dela se corria atrás de soluções para manter firme o planeta terra,
compreendendo que o meio ambiente por si só não pode lutar naturalmente pela melhoria das
condições mínimas de vida humana.
Nesse mesmo ano ocorreu a Primeira Conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente Humano, realizada e Estocolmo, Suécia, organizada pela ONU (Organização das
Nações Unidas), na qual foi criado o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(PNUMA), tendo sido o primeiro evento internacional a tratar da questão do meio ambiente
para buscar soluções sobre problemas ambientais. Segundo Matthes et Casteleins (2009, p.
11535) “[...], nele foi decidido que a educação é a principal ação para o desenvolvimento de
mudanças nos hábitos e comportamentos das pessoas e da sociedade”. Nessa conferência foi
resolvido que a educação é o efeito de agir, para o crescimento de alteração nos usos e atos da
humanidade.
Em 1975 ocorreu o I Seminário Internacional de Educação Ambiental, em Belgrado,
que ficou conhecido como Carta de Belgrado, sendo o primeiro documento oficial dedicado à
educação ambiental. Com isso pode-se afirmar:
[…]. O documento final desta conferência, conhecida como Carta de Belgrado, é o primeiro documento oficial dedicado integralmente à educação ambiental. Nesse documento estão incluídas análises da situação mundial, destacando-se a necessidade de buscar “a erradicação das causas básicas da pobreza, fome, do analfabetismo, da poluição, da exploração e dominação” […] (RAMOS, 1996, p. 14).
25
Em 1977 ocorreu a 1ª Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, em
Tbilisi, na Geórgia (ex-União-Soviética), que constituiu num marco importante para a
definição e evolução da educação ambiental. Segundo Henriques; Trajber; Mello; Lipai; et. al.
Chamusca (2007, p. 12) “[...]. Foi deste encontro – firmado pelo Brasil – que saíram as
definições, os objetivos, os princípios e as estratégias para a Educação Ambiental que até hoje
são adotados em todo o Brasil”. Esta conferência foi um marco para as discussões sobre
educação ambiental que no Brasil ganharam grandes repercussões, pois aos poucos essas
ideias de educação ambiental foram se espalhando em todo o país e até hoje ainda são
discutidos.
Em 1983 ocorreu a Comissão Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento,
conhecido como Comissão Brundland, na Noruega, dirigida pela Primeira Ministra da
Noruega Gro Halem Brundland e organizada pela Organização das Nações Unidas, que cria
essa comissão relacionada sobre meio ambiente e desenvolvimento. Assim:
[…]. Esta comissão passa a ter como objetivos principais: discutir as questões críticas sobre o meio ambiente, reformular propostas de abordagem e propor formas de cooperação internacional, com o propósito de orientar os países a desenvolverem ações de conscientização nas escolas, nas empresas e nos meios de comunicação […] (SMANEOTO; CENCI et. al. LIMA, 2012, p. 924).
Em 1987 ocorreu o Congresso Internacional de Educação e Formação da UNESCO-
PNUMA, em Moscou, na qual a educação ambiental não pode ser definida sem ter em vista a
realidade social, econômica e ecológica da sociedade.
Em 1992 ocorreu a Conferência Internacional sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento, no Rio de Janeiro conhecido como Rio-92, onde foi elaborada a Agenda 21
procurando garantir o acesso universal ao ensino básico. Perante isso pode-se afirmar:
Na Conferência do Rio, toma-se como ponto de partida a desigualdade que se agiganta no mundo atual, e que traz como consequência o agravamento da pobreza, das doenças, do analfabetismo e a contínua pauperização dos recursos naturais dos quais dependem o bem-estar humanos (RAMOS, 1996, p. 25).
Nessa conferência o foco principal do debate foi a desigualdade social no mundo. Em
1997 ocorreu a Conferência Internacional sobre o Meio Ambiente e Sociedade, em
26
Thessaloniki, Grécia, na qual reconheceu que depois de cinco anos do Rio-92, o
desenvolvimento da Educação Ambiental não foi suficiente para resolver o problema
ambiental, e em 2002 ocorreu o encontro referente à Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento
Sustentável, em Johanesburgo, na África do Sul, na qual ficou conhecida como Rio+10, onde
o debate foi voltado principalmente para o enfrentamento da pobreza. Segundo Cuba (2010, p.
26) “[...] Representantes dos países pobres e ricos estiveram presentes à Conferência, a fim de
discutirem sobre questões importantes para o futuro do planeta”.
No Brasil existem vários artigos, capítulos e leis voltados para a educação ambiental,
que são resultado de várias discussões internacionais de soluções para o desenvolvimento
sustentável. O primeiro processo de institucionalização da Educação Ambiental teve início em
1973, na qual foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (Sema) ligada à Presidência
da República. Uma das primeiras leis a tratar da educação ambiental foi a Lei Federal Nº
6938, de 31 de agosto de 1981 com a instituição da Política Nacional do Meio Ambiente
(PNMA), para que a educação ambiental fosse aplicada em todos os níveis de ensino. Assim,
literalmente segundo Silva (2008, p. 48) “No que diz respeito à educação ambiental, a Lei
9.6938/81, Art. 2º, inciso X, afirma que a educação ambiental deve ser ministrada a todos os
níveis de ensino, objetivando capacitá-la para a participação ativa na defesa do meio ambiente
[...]”. Essa lei foi instituída com o propósito de incorporar a educação ambiental em todos os
níveis de ensino, para que todos os alunos tenham um profundo conhecimento do assunto e
assim possam pensar sobre a defesa do meio ambiente.
A Constituição Federal do Brasil, por sua vez, foi promulgada em 05 de outubro de
1988, no inciso VI do artigo 225, na qual foi o primeiro documento a tratar do tema meio
ambiente. Segundo Sabbgh (2011, p. 23) “Estas importantes contribuições da Constituição
Federal de 1988 foram resultados dos avanços obtidos pelo movimento ambientalista e das
normas em vigor, acompanhando a discussão mundial sobre o desenvolvimento sustentável”.
Esta constituição teve bons avanços graças às discussões feitas por vários países que se
preocuparam com os problemas ambientais e foram à luta em busca da melhor maneira de
cuidar do planeta.
Em 1995 ocorreu a Câmara Técnica Temporária de Educação Ambiental no Conselho
Nacional de Meio Ambiente (Conama), com os princípios voltados para a participação,
descentralização, reconhecimento da pluralidade, diversidade cultural e a
interdisciplinaridade. Em 1996 ocorreu através do MMA, o Grupo de Trabalho de Educação
27
Ambiental, onde foi firmado um protocolo de intenções com o MEC, voltado para a
cooperação técnica e institucional em Educação Ambiental, para o desenvolvimento de ações
conjuntas.
Ainda em dezembro do mesmo ano ocorreu a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
(LDB), Lei nº 9.394/96, onde são reafirmados os princípios estabelecidos na Constituição
voltados à Educação Ambiental. Em 1997 foram aprovados pelo Conselho Nacional de
Educação, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), feitos pelo MEC como base de
orientação para os professores. Diante disso pode-se afirmar:
[…]. Os PCN se constituem em um subsídio para apoiar a escola na elaboração do seu projeto educativo, inserindo procedimentos, atitudes e valores no convívio escolar, bem como a necessidade de tratar de alguns temas sociais urgentes, de abrangência nacional, denominados como temas transversais: meio ambiente, ética, pluralidade cultural, orientação sexual, trabalho e consumo, com possibilidade de as escolas e/ou comunidades elegerem outros de importância relevante para sua realidade (HENRIQUES; TRAJBER; MELLO; LIPAI et. al. CHAMUSCA, 2007, p. 14).
Os PCN são de suma importância para a escola no que diz respeito à construção de
projetos educativos, necessários para o ensino, pois trazem diversos temas essenciais voltados
para a realidade do aluno.
E em 27 de abril de 1999 ocorreu a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA),
na qual foi aprovada a Lei nº 9. 795, composta de 04 capítulos, sendo aplicada na educação
em geral e na educação escolar. Com isso pode-se afirmar:
A lei contempla alguns parâmetros importantes, como quando determina que as atividades vinculadas à Política Nacional de Educação Ambiental devem ser desenvolvidas na educação em geral e na educação escolar, quando conceitua por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade e quando determina os princípios básicos […] (SMANEOTO; CENCI et. al. LIMA, 2012, p. 930)
Essa lei valoriza os exercícios ligados a Política Nacional de Educação Ambiental, que
tem que ser praticada na educação como todo e no ambiente escolar, pois quando essas
28
atividades são trabalhadas de forma tanto individual como coletiva se transformam em
processos que ajudam a valorizar ainda mais o meio ambiente.
Vale ressaltar ainda que:
Para que a educação ambiental seja efetivamente integrada às disciplinas do currículo, é necessário pensar a educação em seu conjunto. Isso significa uma mudança de postura que passa pelo exame da relação do homem com a natureza, o que implica examinar como os padrões culturais do cartesianismo influenciaram o ensino e como eles determinaram nosso modo de ver a natureza e a educação (RAMOS, 1996, p. 103).
Para que ela faça parte de uma disciplina curricular, tem que haver uma mudança de
atitude do homem com a natureza em relação à cultura dos cidadãos que ali surgiu e que
refletirão na educação. Diante isso pode-se afirmar:
[...], a educação ambiental, deve estar presente em todos os níveis e modalidades do processo educativo, seja ele formal ou não-formal. A Lei é bem clara: a educação não deve ser uma atividade pedagógica pontual ou esporádica dentro dos sistemas de ensino. A educação ambiental, segundo a Lei em questão, deve ser uma atividade educativa permanente e articulada com todos os níveis de ensino (SILVA, 2008, p. 49).
A educação ambiental, ainda, é um projeto político que debate a situação do homem e
da natureza e como essa relação vem provocando mudanças entre eles pelo caminho, que a
sociedade economicamente vem trilhando ao longo de sua trajetória.
Diante de tal situação, consideramos que a valorização da educação ambiental é
necessária para a formação de novos cidadãos com reflexões críticas ligadas à melhoria e à
transformação do planeta. E a escola é lugar ideal para essa ação, em prol do meio ambiente,
precisando ela de apoio da sociedade para isso ocorrer.
No capítulo seguinte, então, faremos algumas breves reflexões sobre práticas
pedagógicas, com foco em educação ambiental à luz do ensino de geografia, junto à Escola
Doutor José Correia Filho, no Povoado Jardim Cordeiro e Escola Noêmia Bandeira e Silva,
no Bairro Desvio, Delmiro Gouveia – Alagoas.
29
4. EDUCAÇÃO AMBIENTAL E O EXERCÍCIO DA DOCÊNCIA EM GEOGRAFIA
4.1. A PROBLEMÁTICA DO LIXO E DA POLUIÇÃO AMBIENTAL COMO
MOTIVADORES PARA O EXERCÍCIO DA DOCÊNCIA EM GEOGRAFIA
Ao pensarmos no exercício do ensino de Geografia, focamos na realização de
atividades que levaram em consideração a reflexão sobre os conceitos de espaço, lugar, meio
ambiente, poluição ambiental, lixo e reciclagem, bem como de ações práticas em duas escolas
públicas locais.
A aplicabilidade pedagógica desenvolveu-se em duas turmas do 8º Ano do Ensino
Fundamental II, nas Escolas Municipais de Ensino Fundamental Doutor José Correia Filho
(Povoado Jardim Cordeiro) que fica na zona rural do município e Noêmia Bandeira da Silva
(Bairro Desvio) que fica na zona urbana do município, ou seja, dentro do município, ambas
localizadas no município de Delmiro Gouveia - AL.
A proposta central foi a de elevar-se a importância de se preservar o meio ambiente em
relação à poluição ambiental e ao trato do lixo, promovendo junto aos alunos e às duas
comunidades o conhecimento crítico em relação à produção do lixo nessas localidades e à
construção de um ambiente relativamente mais saudável.
Para a obtenção de um bom resultado, as atividades foram planejadas em cinco etapas
que se complementam:
a) Aula Expositiva dos conceitos de meio ambiente, lixo e reciclagem;
b) Jogo: “STOP da Reciclagem”;
c) Aula-Passeio na escola e localidade;
d) Produção de Cartazes da Aula-Passeio; e
e) Produção de Baldes de Lixo, tais atividades realizadas em duas escolas diferentes e
em momentos diferentes para o conhecimento da produção do lixo nesses lugares.
Essas atividades ocorreram primeiramente no Povoado Jardim Cordeiro, na Escola
Municipal de Ensino Fundamental Doutor José Correia Filho – (Figura 2), numa turma do 8º
Ano. A primeira etapa foi realizada no dia (19 de março de 2013), por meio de uma aula
expositiva com os respectivos conceitos trabalhados na pesquisa, com o objetivo de mostrar
brevemente os conceitos sobre Meio Ambiente, Lixo e Reciclagem, explicando o que é cada
30
um deles, como também relacionando esses conceitos com a realidade em que vivem e a
importância desse conhecimento. Tal ação se justifica pela relevância de tratamento de
aspectos teórico-conceituais como norte ao conjunto das atividades seguintes. Necessitou-se
de referências apropriadas, à luz da iniciação à leitura de autores fundamentais como amparo
à iniciação à docência.
Figura 2: Escola Municipal Dr. José Correia Filho (Povoado Jardim Cordeiro). Autor: Kleber Costa da Silva. Mar. 2013.
Na segunda etapa, ocorrido no mesmo dia, foi realizado o Jogo “STOP da
Reciclagem”1 – Figura 3 e Figura 4, com o objetivo de compreender quais objetos devem e
1 Dinâmica disponível no Portal do Professor, esse lançado em 2008 em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia. O portal tem como objetivo contribuir no processo de formação de professores, trazendo sugestões de planos de aula, mídias, notícias gerais sobre educação, e cursos. http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=26464. Acessado em: 21 jan. 2013.
2
31
podem ser reciclados. A problematização do jogo foi os alunos através da letra do alfabeto
sorteado, identificar os tipos de lixo que podem ser reciclado e com isso preencher cada
coluna da tabela ao respectivo elemento que são: Papel, Metal, Vidro, Plástico e Orgânico da
tabela. O jogo foi copiado no quadro negro para que os alunos o fizessem no caderno para
assim começar a atividade lúdica. A dinâmica do jogo foi realizada da seguinte maneira:
foram formadas 5 equipes com um total de 5 pessoas cada, onde alunos tinham que preencher
uma tabela: Letra, Papel, Metal, Vidro, Plástico, Orgânico, Pontuação, contendo na tabela dez
colunas, valendo 5 pontos cada objeto. Cada rodada teve uma letra sorteada, sendo que cada
letra teria que ser preenchida em cada coluna referente aos tipos de lixo, ganhando o jogo a
equipe que primeiro preencher a tabela toda. No final do jogo considerou-se uma equipe
vencedora. Os alunos tiveram um pouco de dificuldade no jogo, mas com essa dinâmica eles
aprenderam mais sobre os tipos de lixo que podem ser reciclados e foram bem participativos
com relação a todo o processo. Tal ação se justifica pela maior possibilidade de criar maior
empatia entre os envolvidos e os temas abordados de modo a explorar o lúdico como
ferramenta pedagógica alternativa ao ensino da disciplina. Nesse caso podemos afirmar:
Reciclagem é o resultado de uma série de atividades através das quais materiais que se tornariam lixo ou estão no lixo, são desviados, sendo coletados, separados e processados para serem usados como matéria-prima na manufatura de outros bens, feitos anteriormente apenas com matéria-prima virgem (GRIPPI, 2006, p. 35).
O Jogo “STOP da Reciclagem” proporcionou aos alunos melhor conhecimento dos
tipos de lixo que podem ser reciclados, pois também existem tipos de lixo que não podem ser
reciclados como: madeira, borracha etc., e seus derivados, na qual eles podem ser coletados,
separados e assim transformados em novos materiais menos danosos ao meio ambiente.
33
Figura 4: Registro da equipe vencedora do jogo “STOP da Reciclagem”, realizado com os alunos. Fonte: Rosemere Vieira. Mar. 2013.
34
Na terceira etapa foi realizada uma “Aula-Passeio” – (Figuras 5 a 8), – com o objetivo
de conscientizar os alunos sobre a preservação do espaço e registrar os tipos de lixo por meio
de fotografias. A problematização da Aula-Passeio foi a dos alunos identificar no povoado e
na escola os tipos de lixo existente nesses locais e registra-los através de fotografias. Os
alunos foram levados ao exercício de observação da paisagem em geral e para a observação
específica acerca da produção do lixo no povoado e no entorno da escola envolvida.
Figura 5: Rua Ana Nery. Autor: Rosemere Vieira. Mar. 2013.
5
35
Figura 6: Rua Ana Nery. Autor: Rosemere Vieira. Mar. 2013.
Figura 7: Rua Pilar. Autor: Rosemere Vieira. Mar. 2013.
7
6
36
Figura 8: Rua Pilar. Autor: Rosemere Vieira. Mar. 2013.
Consideramos fundamental o contato com a realidade e a prática da observação de
campo. Tal ação permitiu o contato direto, sob orientação da professora titular da disciplina,
com os aspectos concretos e relativos à realidade da poluição ambiental, o que permitiu uma
averiguação do conteúdo teórico trabalhado em sala de aula. Com isso, para Grippi (2006, p.
91) “O lixo é um problema crônico em nossa sociedade e muitas vezes seu mau
gerenciamento acaba propiciando verdadeiras mazelas ambientais dentro dos municípios
brasileiros, além de comprometer a qualidade de vida da população [...]”.
O lixo identificado no povoado é um problema grave existente naquele lugar, pois sua
coleta seletiva ocorre só uma vez por semana, tendo que a população conviver com esse
problema e o tipo de lixo fotografado e registrado foi o lixo domiciliar, que ocasiona a
poluição do solo no povoado.
8
37
Na quarta etapa (18 de abril de 2013), realizou-se a exposição na escola dos cartazes
da Aula-passeio, com o objetivo de expor através de uma apresentação coletiva, os tipos de
lixo que foram encontrados no povoado e na Escola – (Figura 9). Essa exposição é o resultado
da Aula-Passeio em que os alunos divididos em equipes confeccionaram em casa os cartazes
para serem apresentados e expostos na escola, para mostras o acumulo de lixo existente no
povoado. Tal esforço da exposição foi realizado pelos alunos. A descoberta da problemática,
no primeiro momento, até a sua constatação enquanto questão relevante para ser pensada a
localidade, permitiu o retrato de diversas questões relativas ao meio ambiente, na qual seria a
importância de preservar o meio ambiente em que vivemos. Esta culminância consolidou-se
como uma rica experiência de encontro do conceito com a realidade empírica, fornecendo
subsídios mais certeiros para o tratamento pedagógico da questão ambiental.
Figura 9: Cartaz da Aula-Passeio produzido pelos alunos. Autor: Kleber Costa da Silva. Abr. 2013.
9
38
E, no quinto momento, ocorrido no mesmo dia da exposição anteriormente citada, foi
realizada também de uma exposição dos “Baldes de Lixo para a Coleta Seletiva”, com o
objetivo de conscientizar os alunos para a reciclagem do lixo – (Figura 10). A problemática
dessa exposição foi realizar uma coleta seletiva através de Baldes de Lixo do lixo produzido
na escola e conhecer uma alternativa de minimizar esse problema, na qual os baldes foram
produzidos em casa pelos próprios alunos, onde esses baldes foram recobertos de EVA com
as cores específicas de acordo com o tipo de lixo e trazidos para a escola para serem expostos,
que por final ficaram muito bons. Por isso podemos afirmar:
Para que a coleta seletiva tenha sucesso e contribua com o desenvolvimento sustentável, é preciso que a população saiba descartar corretamente seus lixos e resíduos sólidos, não precisando de recipientes com cor, mas sim de uma separação adequada [...] (NORÕES; MELO, Sales et. al. MELO, Silva, 2011, p. 12).
A coleta seletiva é uma forma de ajudar as pessoas a ter uma vida mais saudável e
esses Baldes de Lixo para a Coleta Seletiva ocorrida na escola só ajudaram os alunos a
separar o lixo de forma mais adequada em seus específicos recipientes para melhor realização
da coleta do lixo para reciclagem, na qual até hoje esses baldes de Lixo para a Coleta Seletiva
permanecem em bons estados e são utilizados por todos da escola.
39
Figura 10: Baldes de Lixo para Coleta Seletiva confeccionados pelos alunos. Autor: Kleber Costa da Silva. Abr. 2013.
Estas mesmas atividades foram repetidas no Bairro Desvio, na Escola Municipal de
Ensino Fundamental Noêmia Bandeira da Silva, também numa turma do 8º Ano, no dia 18 de
julho de 2014, onde na primeira etapa ocorreu a Aula Expositiva dos conceitos de meio
ambiente, lixo e reciclagem (Figuras 11 e 12), com o objetivo mostrar brevemente esses
conceitos para que os alunos tenham a compreensão do que é cada um e como ele age em
todo lugar. A problemática dessa atividade foi os alunos terem o conhecimento sobre o
assunto trabalhado para assim realizarem as outras atividades com mais facilidade, mas nessa
atividade os alunos foram um pouco participativos na aula.
10
40
Figura 11: Escola Noêmia Bandeira da Silva. Autor: Rosemere Vieira. Ago. 2014.
Figura 12: Apresentação do slide sobre os conceitos referentes ao trabalho. Autor: Paulo César dos Santos. Abr.
2014.
11
12
41
Na segunda etapa também ocorreu o Jogo “STOP da Reciclagem” (Figura 13), com o
objetivo de compreender quais objetos devem e podem ser reciclados. A problematização do
jogo discorre em os alunos através da letra do alfabeto sorteado, identificar os tipos de lixo
que podem ser reciclado e com isso preencher cada coluna da tabela ao respectivo elemento
que são: Papel, Metal, Vidro, Plástico e Orgânico da tabela. O jogo foi impresso e entregue a
cada equipe que no qual foram divididos em 5 equipes de 5 pessoas e que nesse caso cada
coluna referente ao tipo de lixo a ser reciclado ficou valendo 1 ponto, onde os alunos tinham
que seguir o mesmo processo adotado na escola anterior. Com isso podemos afirmar:
Reciclagem é o resultado de uma série de atividades através das quais materiais que se tornariam lixo ou estão no lixo, são desviados, sendo coletados, separados e processados para serem usados como matéria-prima na manufatura de outros bens, feitos anteriormente apenas com matéria-prima virgem (GRIPPI, 2006, p. 35).
O Jogo “STOP da Reciclagem” também proporcionou aos alunos dessa escola melhor
conhecimento dos tipos de lixo que podem ser reciclados, na qual eles podem ser coletados,
separados e assim transformados em novos materiais menos danosos ao meio ambiente.
43
Na terceira etapa, a Aula-Passeio foi planejada para o dia 15 de agosto de 2014 –
(Figuras 14 a 16), com o objetivo de demonstrar como o lixo é produzido no Bairro. A
problematização da Aula-Passeio foi a dos alunos identificar no bairro e na escola os tipos de
lixo existente nesses locais e registra-los através de fotografias. Os alunos tiveram que
localizar as ruas em que tinha o lixo por meio de fotografias e fazer anotações do nome da rua
em que foi encontrado o lixo. Por isso, para Grippi (2006, p. 91) “O lixo é um problema
crônico em nossa sociedade e muitas vezes seu mau gerenciamento acaba propiciando
verdadeiras mazelas ambientais dentro dos municípios brasileiros, além de comprometer a
qualidade de vida da população [...]”.
O lixo identificado no bairro também é um problema grave existente naquele lugar,
pois apesar de sua coleta seletiva ocorrer três vezes por semana, a população convive com
esse acumulo de lixo espalhado em cada rua desse bairro e o tipo de lixo fotografado e
registrado foi o lixo domiciliar, com isso os alunos compreenderam de como o lixo prejudica
o lugar em que se vive.
Figura 14: Rua Guararapes. Autor: Alunos da Escola. Ago. 2014.
14
44
Figura 15: Rua Bela Vista. Autor: Alunos da Escola. Ago. 2014.
Figura 16: Travessa São Sebastião. Autor: Alunos da Escola. Ago. 2014.
15
16
45
Na quarta etapa ocorreu a Confecção de Cartazes da Aula-Passeio na escola no dia 22
de agosto de 2014 – (Figuras 17 a 19), com o objetivo de expor através de cartazes quais os
tipos de lixo que foram encontrados no Bairro e na Escola. A problemática proposta foi a de
após o registro do lixo encontrado no Bairro Desvio, os alunos confeccionarem cartazes como
resultados da Aula-Passeio para serem expostos na escola e para mostrar a realidade do lixo
existente naquele lugar. A Confecção de Cartazes da Aula-Passeio foi realizada a partir da
divisão dos alunos em três equipes, na qual confeccionaram na sala de aula três cartazes com
as fotos tiradas do lugar em que foram localizados lixos nas determinadas ruas do bairro, que
depois foram expostos na escola para que os alunos de outras turmas possam ver esse trabalho
realizado e com isso os alunos compreenderam que não pode e não deve jogar o lixo no chão.
Figura 17: Cartaz 1 da Aula-Passeio, produzidos pelos alunos. Autor: Rosemere Vieira. Ago. 2014.
17
46
Figura 18: Cartaz 2 da Aula-Passeio, produzidos pelos alunos. Autor: Rosemere Vieira. Ago. 2014.
Figura 19: Cartaz 3 da Aula-Passeio, produzidos pelos alunos. Autor: Rosemere Vieira. Ago. 2014.
18
19
47
E, na quinta etapa, no dia 01 de agosto de 2014, foram pedidos que os alunos fizessem
o seguinte trabalho, confeccionar em casa os Baldes de Lixo para Coleta Seletiva – (Figura
20), com o objetivo de conscientizar os alunos para a reciclagem do lixo. A problemática
dessa atividade referente a exposição foi realizar uma coleta seletiva através de Baldes de
Lixo do lixo produzido na escola e conhecer uma alternativa de minimizar esse problema, na
qual os baldes foram produzidos em casa pelos próprios alunos. Cada equipe ficou com um
tipo de balde de lixo que são relacionados pela cor e nome da seguinte forma: Balde Azul:
Papel, Balde Verde: Vidro, Balde Amarelo: Metal, Balde Vermelho: Plástico e Balde
Marrom: Orgânico, tendo que levar os baldes já prontos 15 dias depois da data em que foi
pedido para fazer os baldes, para serem expostos na escola. Portanto podemos afirmar:
Para que a coleta seletiva tenha sucesso e contribua com o desenvolvimento sustentável, é preciso que a população saiba descartar corretamente seus lixos e resíduos sólidos, não precisando de recipientes com cor, mas sim de uma separação adequada [...] (NORÕES; MELO, Sales et. al. MELO, Silva, 2011, p. 12).
A coleta seletiva é uma forma de ajudar as pessoas a ter uma vida mais saudável e
esses Baldes de Lixo para a Coleta Seletiva ocorrida na escola só ajudou os alunos a separar o
lixo de forma mais adequado em seus específicos recipientes para melhor realização da coleta
do lixo para reciclagem e assim minimizar o lixo daquele lugar.
48
Figura 20: Baldes de Lixo para Coleta Seletiva, produzidos pelos alunos. Autor: Rosemere Vieira. Set. 2014.
Assim expostas, tais atividades realizadas junto com os alunos foram valiosas na
medida em que possibilitaram a reflexão sobre alguns aspectos principais, a saber:
a) O desenvolvimento do espírito de participação, de comunidade e de cidadania por
parte dos alunos;
b) A apropriação de conceitos fundamentais que foram meio ambiente, lixo e
reciclagem no que diz respeito às suas atuações mais conscientes em relação ao
cotidiano das localidades;
c) A aproximação dos temas debatidos em sala de aula em relação ao entorno da
escola e junto à comunidade;
d) O nosso crescimento quanto à identificação dos diferentes usos do espaço público,
especialmente no que se refere ao povoado e ao bairro considerados neste trabalho;
e) O nosso crescimento em relação à aproximação relativa a uma temática complexa
(em termos teórico-conceituais) e a uma prática de iniciação à docência (em
termos de contato com a ambiência de duas escolas públicas).
20
49
A realização deste trabalho em conjunto com o PIBID foi pautada numa pesquisa-ação
na qual envolvem um objeto de estudo que no caso foram os lugares como: Povoado Jardim
Cordeiro e Bairro Desvio localizados no município de Delmiro Gouveia que tem um
problema em comum a produção do lixo nessas localidades e com isso foi buscado soluções
que minimizem esse problema Com isso podemos afirmar:
A importância da pesquisa na formação de professores acontece no movimento que compreende os docentes como sujeitos que podem construir conhecimento sobre o ensinar na reflexão crítica sobre sua atividade, na dimensão coletiva e contextualizada institucional e historicamente [...] (PIMENTA, 2005, p. 523).
A pesquisa é importante para a formação de um professor, pois o ajuda a construir o
conhecimento, além de prepara-lo a elaborar atividades e atuar em sala de aula e a terem uma
construção coletiva de saberes tanto através de experiências na escola como a terem
experiências na vida pessoal.
Segundo Pimenta (2005, p. 526) “[...]. Os professores que vivenciam esta modalidade
de pesquisa têm a possibilidade de refletir sobre as suas próprias práticas, sua condição de
trabalhador, bem como os limites e possibilidades de seu trabalho [...]”.
Os professores que vivem desse tipo de pesquisa tem a chance de buscar e pôr em
prática atividades mais práticas em sala de aula e assim as aulas vão deixando de ser somente
teórica, melhorando sua postura profissional, como também por limites em certas atividades
não dando muita liberdade para os alunos e a sempre crescer profissionalmente. Por isso
podemos afirmar:
A escola inovadora é a escola que tem a força de se pensar a partir de si própria e de ser aquilo que mais adiante designarei por escola reflexiva. Neste tempo de descentralização, de autonomização e de responsabilidade que estamos vivendo, algumas escolas têm conseguido fazê-lo com sucesso [...] (ALARCÃO, 2001, p. 19).
Essa escola tem pensamentos próprios sobre as coisas, ou seja, não recebe influencias
de outras escolas, ela resolve os problemas internos e externos existentes na mesma, na qual
50
algumas escolas que tem utilizado esse tipo de método têm sido dirigidas com sucesso. Nesse
sentido podemos afirmar:
Uma escola assim concebida pensa-se no presente para se projetar no futuro. Não ignorando os problemas atuais, resolve-os por referência a uma visão que se direcione para a melhoria da educação praticada e para o desenvolvimento da organização. Envolvendo no processo todos os seus membros, reconhece o valor da aprendizagem que para eles daí resulta (ALARCÃO, 2001, p. 25).
Uma escola assim formada, pensa nos acontecimentos atuais para ficarem prevenidos
no futuro, pois resolve os problemas existentes na escola, para que a educação se discorra
cada vez melhor como também melhora o progresso da organização, por meio dos seus
membros e admitido como certo à qualidade da aprendizagem que reside nessa escola
reflexiva.
Nesse contexto, este foi um trabalho dedicado, de esforço e reflexão, que ocorreu
através de uma ação orientada à docência em Geografia. Tal ação carrega um forte sentido de
iniciação, o que nos leva a pensar tais atividades como primeiro passo de uma realização
profissional.
51
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A proposta inicial deste trabalho foi a de realizarmos algumas reflexões acerca da
importância de se trabalhar a questão ambiental no contexto da escola pública, principalmente
no caso da questão da poluição ambiental e da possibilidade da reciclagem como motivadora
de ações conscientes em relação à educação. Tivemos como parceiros de trabalho os alunos
do 8° Ano das escolas municipais Doutor José Correia Filho (Povoado Jd. Cordeiro, Delmiro
Gouveia-AL) e Noêmia Bandeira da Silva (Bairro Desvio, Delmiro Gouveia-AL).
Entendemos que o espaço é um conceito fundamental para a realização da
conscientização geográfica acerca dos problemas para a vida em sociedade. Os aspectos
materiais e simbólicos que definem a espacialidade indicam a organização de um mundo, seja
no âmbito geral ou dos lugares.
Do mesmo modo, compreendemos que a questão ambiental surge como relevante
questão para enxergarmos a situação atual dos lugares geográficos, principalmente na medida
em que a relação entre sociedade e natureza produz tipos específicos de impactos. E tais
impactos possibilitam a reavaliação das nossas ações enquanto seres humanos em relação ao
ambiente natural.
Um desses impactos é a poluição ambiental promovida pela produção do lixo. Este,
provindo dos excessos de nossa sociedade, impacta na organização espacial e na apresentação
da paisagem geográfica. A síntese de nossa relação com a natureza é a de uma desorganização
advinda de espaços poluídos e que merecem uma apreciação crítica urgente.
Poluição ambiental e produção do lixo, portanto, surgiram como as razões para a nossa
reflexão a respeito do ensino de Geografia. Nesse sentido, planejamos as nossas ações em 5
etapas básicas de prática pedagógica a fim de se aliar teoria e prática e de se trabalhar as
questões ambientais no contexto da escola pública.
Como finalização de análise/intervenção, preferimos colocar no centro de nossa
reflexão a reciclagem como possibilidade de pensarmos a educação ambiental como um
caminho favorável à diminuição dos problemas ambientais locais. Assim se fez na forma de
um conjunto de atividades pedagógicas baseadas na ligação entre conceitos e identificação de
problemas concretos no espaço (numa parceria rica entre comunidade, professores e alunos).
52
Quanto ao povoado e ao bairro considerados neste trabalho, notamos que a produção
do lixo faz parte da realidade das pessoas que moram lá. Existem obviamente espaços que
sofrem maiores impactos do que outros e revelam o acúmulo de lixo como uma problemática
urgente para pensarmos a respeito da vida dos que fazem o dia-a-dia a comunidade. Se
enxerga o aluno e o problema do lixo no espaço público, que compreende o caminho
percorrido no seu cotidiano como uma questão a ser encarada de frente, de forma crítica, logo
já simboliza um caminho a ser pensado e discutido no contexto da produção do conhecimento
e da educação escolar. Nessa perspectiva, pensamos que a educação ambiental é fértil para
levarmos o ensino de Geografia aos espaços da vida concreta.
Este trabalho, portanto, é como já dissemos o registro de um esforço voltado para o
espírito de participação (e indiretamente de cidadania), de apropriação de alguns conceitos
fundamentais (meio ambiente, lixo, reciclagem), de conhecimento das localidades (usos do
espaço) e da iniciação à docência. Tais aspectos foram aqui vistos como integrados numa
unidade de ensino de Geografia. Esperamos que tal esforço seja o primeiro passo para outros
trabalhos no futuro.
53
REFERÊNCIAS
ALARCÃO, Isabel (org). Escola reflexiva e nova racionalidade. – Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.
BIRNFELD, Liane Francisca Huning; BIRNFELD, Carlos André Huning. Do Amplo Conceito de Meio Ambiente ao Meio Ambiente como Direito Fundamental. RIDB, Ano 2 (2013), nº3, 1705-1717 / http: //www.idb-fdul.com/ ISSN: 2182-7567.
CINQUETTI, Heloisa Sisla. Lixo, resíduos sólidos e reciclagem: uma análise comparativa de recursos didáticos. Educar, Curitiba, n. 23, p. 307-333, 2004. Editora UFPR.
CUBA, Marcos Antonio. Educação Ambiental nas Escolas. ECCOM, v. 1, n. 2, p. 23-31, jul./ dez., 2010.
CUNHA, Maria Isabel da. Os conceitos de espaço, lugar e território nos processos analíticos da formação dos docentes universitários. Volume 12, número 3, setembro, dezembro, 2008.
CUNHA, Sandra Baptista, GUERRA, Antonio José Teixeira (org.). Avaliação e perícia ambiental. – 9ª Ed. – Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2009.
DEWES, Daniela; WITTCKIND, Ellara Valentini. Educação Ambiental para a Sustentabilidade: História, Conceitos e Caminhos. In: FÓRUM INTERNACIONAL INTEGRADO DE CIDADANIA – Educação, Cultura, Saúde e Meio Ambiente. Universidade Regional Integrado do Alto Uruguai e das Missões – Campus Santo Ângelo / RS, 26 a 29 de abril de 2006.
54
DIAS, Sandra Maria Furiam. Avaliação de Programas de Educação Ambiental Voltados para o Gerenciamento dos Resíduos Sólidos Urbanos. (Departamento de Saúde Ambiental da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo). Feira de Santana, 2003.
DULLEY, Richard Domingues. Noção de Natureza Ambiental, Meio Ambiente, Recursos Ambientais e Recursos Naturais. Agric. São Paulo, v.51, n. 2, p. 15-26, jul./dez. 2004.
GRIPPI, Sidney. Lixo: reciclagem e sua história: guia para as prefeituras brasileiras. – 2. ed. – Rio de Janeiro: Interciência, 2006.
GUEDES, Enildo Marinho. (org.). [et al.]. Padrão UFAL de normalização. – Maceió: EDUFAL, 2012. 55 p.
GUIMARÃES, Mauro. Educação Ambiental Crítica. In: LAYRARGUES, Philippe Pomier. (coord.). Identidades da educação ambiental brasileira / Ministério do Meio Ambiente. Diretoria de Educação Ambiental; – Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2004. 156 p.
HENRIQUE, Ricardo. [et. al.]. Educação Ambiental: aprendizes de sustentabilidade. CADERNOS SECAD 1. Brasília, março de 2007.
JACOBI, PEDRO. Educação Ambiental, Cidadania e Sustentabilidade. Cadernos de Pesquisa, n. 118, p. 189-205, março/ 2003.
JÚNIOR, Elenaldo Fonseca de Oliva. Os Impactos Ambientais Decorrentes da Ação Antrópica na Nascente do Rio – Riachão do Dantas/SE. Revista Eletrônica da Faculdade José Augusto Vieira. ANO V – nº07, setembro 2012 – ISSN – 1983-1285.
LAYRARGUES, Philippe Pomier. (coord.). Identidades da educação ambiental brasileira / Ministério do Meio Ambiente. Diretoria de Educação Ambiental; – Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2004. 156 p.
55
LIMA, Luiz Mário Queiroz. Lixo: Tratamento e Biorremediação. 3ª EDIÇÃO. Revista Ampliada, 2004.
LOUREIRO, Carlos Frederico B.; AZAZIEL, Marcus; FRANÇA, Nahyda. (org.). Educação ambiental e gestão participativa em unidades de conservação. Rio de Janeiro: Ibase: Ibama, 2003.
______. Educação Ambiental Transformadora. In: LAYRARGUES, Philippe Pomier. (coord.). Identidades da educação ambiental brasileira / Ministério do Meio Ambiente. Diretoria de Educação Ambiental; – Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2004. 156 p.
MACHADO, Ana Claúdia Bastian; MENTA, Ezequiel. Reciclagem: materiais alternativos em alta. Disponível em: <(http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=26464)>. Acesso em: 07 fev. 2010.
MATTHES, Priscila Maria da Maia; CASTELEINS, Vera Lúcia. A Educação Ambiental: Abrindo Espaço para a Cidadania. In: IX Congresso Nacional de Educação – EDUCERE. III Encontro Sul Brasileiro de Psicopedagogia, 26 a 29 de outubro de 2009 – PUCPR.
NORÕES, Marcos Gomes de; MELO, Francisco Vicente Sales; MELO, Sonia Rebouças da Silva. Lixo e Coleta Seletiva: Algumas Questões a Serem Lembradas. In: VIII SEGeT – Simpósio de Excelência em Gestão e tecnologia – 2011.
PIMENTA, Selma Garrido. Pesquisa-ação crítico-colaborativa: construindo seu significado a partir de experiências com a formação docente. (Universidade de São Paulo). Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 3, p. 521-539, set/dez. 2005.
RAMOS, Elisabeth Christmann. Educação Ambiental: Evolução Histórica, Implicações Teóricas e Sociais. Uma Avaliação Crítica. (Curso de Pós-Graduação em Educação na área de Concentração de Educação e Trabalho). Curitiba, 1996.
56
RIBEIRO, Joabson Araujo. [et al.]. A Reciclagem como uma Ação Econômica, Social e Ambiental: A Experiência da Associação dos Agentes de Reciclagem do Ipojuca – PE. In: 48º Congresso SOBER – Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural. Campo Grande - MG, 25 a 28 de julho de 2009.
SABBAGH, Roberta Buendia. São Paulo (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Gestão ambiental. Sabbagh, Roberta Fuendia. – São Paulo: SMA, 2011. 176p. 21 x 29,7cm (Cadernos de Educação Ambiental, 16).
SANTOS, Milton, 1926-2001. A Natureza do Espaço: Técnica e Tempo, Razão e Emoção/Milton Santos. – 4. Ed. 2. Reimpr. – São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2006. – (Coleção Milton Santos; 1).
SILVA, Aguinaldo Salomão. Educação Ambiental: Aspectos Teóricos-Conceituais, Legais e Metodológicos. Educação em Destaque. Juiz de Fora, v. 1, n. 2, p. 45-61, 2. sem. 2008.
SMANEOTO, Cecilia; CENCI, Daniel Rubens; LIMA, Jesildo Moura de. A Educação Ambiental como Direito Fundamental do Homem. SMANEOTO et al., vol. (5), nº5, p. 922 – 933, 2012. REMOA, Monografias Ambientais. ISSN: 2236-1308.
STROH, Paula Yone – organizadora. Cidade, lixo e cidadania. – Maceió: EDUFAL, 2009.
ZULAUF, Werner E. O meio ambiente e o futuro. Estudo Avançados 14 (39), 2000.