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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA DAS
RELAÇÕES PARASITO-HOSPEDEIRO
RAYLANE PEREIRA GOMES
Avaliação dos indicadores de contaminação em amostras de água
bruta superficial do Rio Meia Ponte – Goiás
Goiânia
2017
i
ii
RAYLANE PEREIRA GOMES
Avaliação dos indicadores de contaminação em amostras de água
bruta superficial do Rio Meia Ponte – Goiás
Dissertação de Mestrado apresentado ao Programa de Pós-
Graduação em Biologia das Relações Parasito-Hospedeiro da
Universidade Federal de Goiás para obtenção do Título de
Mestre
Orientadora: Profª Dra. Lilian Carla Carneiro
Co-orientador: Profª Dra. Carla A. da S. B. Braga
Profª Dra. Débora de Jesus Pires
Profº Dr. José Daniel G. Vieira
Goiânia
2017
iii
iv
Programa de Pós-Graduação em Biologia das Relações Parasito-Hospedeiro da
Universidade Federal de Goiás
BANCA EXAMINADORA DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Aluno (a): Raylane Pereira Gomes
Orientador (a): Prof.ª Dra Lilian Carla Carneiro
Co-orientador (a): Prof.ª Dra Carla Afonso da Silva Bitencourt Braga
Prof.ª Dra Débora de Jesus Pires
Prof. Dr. José Daniel Gonçalves Vieira
Membros:
1. Orientador/Presidente da Banca: Dra. Lilian Carla Carneiro
2. Membro Externo: Dr. Aroldo Vieira de Moraes Filho
3. Memória da qualificação: Dra. Maria das Graças Cabral Pereira
Data: 29/03/2017
v
“A menos que modifiquemos a nossa maneira de pensar, não seremos capazes de resolver os
problemas causados pela forma como nos acostumamos a ver o mundo”.
Albert Einstein
vi
Dedico este trabalho a minha mãe Claudia, meu pai João, meus irmãos e ao meu
namorado Marcos Jr, por todo carinho e amor.
vii
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer primeiramente a Deus, por ter-me iluminado, abençoado e
colocado pessoas tão maravilhosas, durante esta jornada.
Agradeço a minha orientadora Profª. Dr. Lilian Carla Carneiro, por ter me recebido e
orientado, pelo incentivo, pelo aprendizado, pelas conversas e pelos conselhos. Agradeço
também a todo apoio dado a mim, para que este trabalho fosse concluído e outros também,
além da instigação aos estudos e pesquisas. E pela grande amizade e por ser mais que uma
orientadora e amiga.
Agradeço ao meus co-orientadores Prof. José Daniel Gonçalves Vieirra, a Profª Carla
Afonso da Silva Bitencourt Braga e a Profª Debora de Jesus Pires, por toda a orientação, ajuda
e incentivo.
Agradeço ao professor Paulo Sérgio Scalize, por abrir as portas de seu Laboratório de
Análise de Água, na Escola de Engenharia Civil e Ambiental – UFG, para realização das
análises necessárias.
Agradeço a SANEAGO pela parceria e contribuição, em especial as funcionárias
Keyle Borges e Tereza Cristina, pela ajuda na execução das análises e disponibilidade em
ajudar sempre que possível.
Agradeço os técnicos-administrativos do Instituto de Patologia Tropical e Saúde
Pública – UFG, Alex, Aristides, Elaine, Kariny, Keili, José Clementino, Nathália, Viviane,
em especial a técnica Elaine pelo incentivo e ajuda no projeto, e aos demais aqui não citados.
Também agradeço aos técnicos-administrativos da Escola de Engenharia Civil e Ambiental –
UFG, Rogério e Nathalia, por toda a ajuda e instrução na utilização dos equipamentos.
Agradeço também a todos do Laboratório de Microbiologia Ambiental e
Biotecnologia, Ana, Ariane, Bruno, Dulce, Luann, Marcus, Neto, Renan e Thais, que me
acolheram tão bem e me ensinaram muito, agradeço pela paciência, ajuda, amizade, pelo
compartilhamento do espaço e dos equipamentos e pela ótima convivência.
Agradeço também a todos do Laboratório de Fenotipagem e Biotecnologia de Micro-
organismos, especialmente ao Pedro, Célia e Winnie pela paciência, ajuda, pelo
compartilhamento do espaço e dos equipamentos e pela ótima convivência, além das novas
amizades. Também agradeço imensamente ao Junilson por todo ajuda na execução do
trabalho, além de sua amizade.
Agradeço a todos os meus amigos, em especial aquelas que mais me incentivaram,
Thaynara, Carol, Camila, Isabela e Lorrane.
viii
Meu muito obrigado ao meu pai, minha mãe, meus irmãos Rayã e Wanderson, toda a
minha família, que eu tanto amo e tenho tanta admiração.
Ao Marcos, meu amigo, companheiro e namorado por ter me ajudado, ensinado,
aturado, incentivado, ter tido paciência, carinho e amor, comigo nesta jornada. E toda a sua
família que também considero a minha.
Sou grata e ofereço meu muito obrigado e um forte abraço a todos aqui mencionados e
aos que não mencionei também, que fazem parte da minha vida e trajetória.
ix
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................ XI
LISTA DE QUADROS ....................................................................................................... XIII
LISTA DE TABELAS ......................................................................................................... XIV
LISTA DE SÍMBOLOS, SIGLAS E ABREVIATURAS .................................................. XV
RESUMO .............................................................................................................................. XVI
ABSTRACT ....................................................................................................................... XVII
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 1
2 REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................................ 4
2.1 RIO MEIA PONTE ........................................................................................................... 4
2.2 ÁGUA E SAÚDE AMBIENTAL ..................................................................................... 5
2.3 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA REFERENTE ÀS ÁGUAS ............................................ 7
2.4 ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA DA ÁGUA ...................................................................... 9
2.5 ECOTOXICIDADE DA ÁGUA ..................................................................................... 11
2.5.1 Teste Artemia salina .................................................................................................... 13
2.5.2 Sistema teste Allium cepa ........................................................................................... 14
2.6 COMUNIDADE BACTERIANA DA ÁGUA ............................................................... 16
2.6.1 Resistência aos antimicrobianos no ambiente aquático .......................................... 18
3 OBJETIVOS .................................................................................................................... 22
3.1 OBJETIVO GERAL ....................................................................................................... 22
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................................... 22
4 MÉTODOS ....................................................................................................................... 23
4.1 LOCAL DE ESTUDO .................................................................................................... 23
4.2 COLETA E TRANSPORTE DAS AMOSTRAS ........................................................... 24
4.3 DESCRIÇÃO E CARACTERÍSTICAS DOS PONTOS DE COLETA ........................ 25
4.4 PROCEDIMENTOS ANALÍTICOS FÍSICO-QUÍMICOS DAS AMOSTRAS ............ 25
4.4.1 Temperatura ............................................................................................................... 25
4.4.2 pH ................................................................................................................................. 25
4.4.3 Turbidez ....................................................................................................................... 26
4.4.4 Condutividade ............................................................................................................. 26
4.4.5 Matéria orgânica ou oxigênio dissolvido .................................................................. 26
4.4.6 Compostos inorgânicos ............................................................................................... 27
4.5 ENSAIOS DE ECOTOXICIDADE ................................................................................ 27
x
4.5.1 Ensaio de toxicidade com Artemia salina .................................................................. 27
4.5.1.1 Obtenção dos náuplios de Artemia salina .................................................................. 27
4.5.1.2 Teste toxicológico com Artemia salina ...................................................................... 28
4.5.2 Sistema teste Allium cepa ........................................................................................... 28
4.6 ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS ............................................................................... 29
4.6.1 Técnica dos tubos múltiplos ....................................................................................... 29
4.6.2 Isolamento bacteriano ................................................................................................ 30
4.6.3 Identificação bacteriana ............................................................................................. 30
4.6.4 Teste de antibiograma ................................................................................................ 30
4.7 QUESTIONÁRIO AVALIATIVO ................................................................................. 31
4.7.1 Área do estudo e sua população ................................................................................ 31
4.7.2 Entrevista ..................................................................................................................... 31
4.7.3 Aspectos éticos ............................................................................................................. 32
4.8 ESTATÍSTICA ............................................................................................................... 32
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................. 33
5.1 DESCRIÇÃO E CARACTERÍSTICAS DOS PONTOS DE COLETA ........................ 33
5.2 ANALISE FÍSICO-QUÍMICA DA ÁGUA BRUTA ..................................................... 41
5.3 ANALISE ECOTOXICOLOGICA ................................................................................ 55
5.3.1 Teste com Artemia salina ............................................................................................ 55
5.3.2 SISTEMA TESTE COM ALLIUM CEPA ................................................................ 57
5.4 ANALISE MICROBIOLÓGICA ................................................................................... 63
5.4.1 Técnica dos tubos múltiplos ....................................................................................... 63
5.4.2 Identificação bacteriana e padrão de resistência aos antimicrobianos .................. 65
5.5 QUESTIONÁRIO AVALIATIVO DO CONHECIMENTO DA POPULAÇÃO SOBRE
A POLUIÇÃO DO RIO MEIA PONTE .................................................................................. 74
6 CONCLUSÕES ............................................................................................................... 83
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 85
APÊNDICE ........................................................................................................................... 104
APÊNDICE I – QUESTIONÁRIO ESTRUTURADO ........................................................... 104
APÊNDICE II – TCLE ........................................................................................................... 105
ANEXO .................................................................................................................................. 108
ANEXO I – PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA ................................................................ 108
xi
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Localização da Bacia do Rio Meia Ponte no Estado de Goiás ................................. 4
Figura 2 – Artemia salina. ........................................................................................................ 13
Figura 3 – Algumas aberrações cromossômicas observadas pela exposição a agentes químicos
e físicos no teste Allium cepa. .................................................................................................. 15
Figura 4 – Algumas anormalidades nucleares observadas pela exposição a agentes químicos e
físicos no teste Allium cepa. ..................................................................................................... 16
Figura 5 – Georreferenciamento dos pontos amostrais no Rio Meia Ponte – Goiás ................ 23
Figura 6 – Pontos amostrais no Rio Meia Ponte, entre as cidades de Inhumas e Aparecida de
Goiânia – Goiás. ....................................................................................................................... 24
Figura 7– Aspecto visual do ponto amostral P01, no Rio Meia Ponte – Goiás.. ..................... 35
Figura 8 – Aspecto visual do ponto amostral P02, no Rio Meia Ponte – Goiás.. .................... 36
Figura 9 – Aspecto visual do ponto amostral P03, no Rio Meia Ponte – Goiás ...................... 37
Figura 10 – Aspecto visual do ponto amostral P04, no Rio Meia Ponte – Goiás. ................... 38
Figura 11 – Aspecto visual do ponto amostral P05, no Rio Meia Ponte – Goiás.. .................. 39
Figura 12 – Aspecto visual do ponto amostral P06, no Rio Meia Ponte – Goiás. ................... 40
Figura 13 – Diferença entre período seco e chuvoso para os parâmetros físico-químicos nas
amostras de água bruta superficial do Rio Meio Ponte – Goiás. .............................................. 48
Figura 14 – Crescimento radicular do sistema teste Allium cepa para coleta 3 no período
chuvoso – fevereiro/2016, das amostras de água bruta do Rio Meia Ponte – Goiás. ............... 59
Figura 15 – Crescimento radicular do sistema teste Allium cepa para coleta 4 no período seco
– setembro/2016, das amostras de água bruta do Rio Meia Ponte – Goiás. ............................. 59
Figura 16 – Fases da mitose regular encontradas nos controles positivos.. ............................. 62
Figura 17 – Algumas alterações encontradas na contagem do Índice de Aberrações
Cromossomais e Mitóticas do Allium cepa frente ao controle e às amostras de água do Rio
Meia Ponte – Goiás.. ................................................................................................................ 63
Figura 18 – Porcentagem dos isolados bacterianos encontrados nas amostras de água bruta
superficial do Rio Meia Ponte – GO. ....................................................................................... 66
Figura 19 – Percentual da faixa etária dos entrevistados.......................................................... 75
Figura 20 – Porcentagem referente ao nível de escolaridade dos entrevistados. ..................... 75
Figura 21 – Porcentagem referente ao endereço de residência dos entrevistados. ................... 76
Figura 22 – Porcentagem das respostas sobre a importância do Rio Meia Ponte .................... 77
xii
Figura 23 – Porcentagem das respostas sobre de quem é a responsabilidade da poluição do
Rio Meia Ponte.. ....................................................................................................................... 77
Figura 24 – Porcentagem das respostas sobre o tratamento oferecido pela empresa de
saneamento do Estado de Goiás ............................................................................................... 79
Figura 25 – Porcentagem das respostas sobre um possível tratamento da água antes de
consumi-la. ............................................................................................................................... 80
xiii
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Destinação da água doce segundo critérios de classificação do CONAMA nº
357/2005. .................................................................................................................................... 7
Quadro 2 – Condições e padrões da qualidade da água doce, conforme resolução do
CONAMA nº 357/2005. ............................................................................................................. 8
Quadro 3 – Valores máximos para o padrão de potabilidade da qualidade da água para o
consumo humano, segundo Portaria do Ministério da Saúde nº 2.914/2011. ............................ 9
Quadro 4 – Localização, referência e coordenadas dos pontos amostrais no Rio Meia Ponte -
Goiás. ........................................................................................................................................ 23
xiv
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Dados referentes, o horário, data, precipitação pluviométrica, temperatura máxima
e umidade relativa do dia que foi coletado as amostras de água bruta superficial do Rio Meia
Ponte. ........................................................................................................................................ 34
Tabela 2 – Resultados dos parâmetros físico-químicos de água bruta superficial do Rio Meia
Ponte – Goiás. ........................................................................................................................... 42
Tabela 3 – Análise da concentração de compostos inorgânicos na água bruta superficial do
Rio Meia Ponte - Goiás. ........................................................................................................... 45
Tabela 4 – Matriz de correlação de Pearson entre os parâmetros físico-químicos encontrados
nas amostras de água do Rio Meia Ponte – Goiás. ................................................................... 53
Tabela 5 – Porcentagem de mortalidade de Artemia salina, após exposição à água bruta
superficial do Rio Meia Ponte – Goiás, conforme diluições das amostras de água. ................ 56
Tabela 6 – Caracterização da genotoxicidade e citotoxicidade das amostras de águas do Rio
Meia Ponte - Goiás. .................................................................................................................. 58
Tabela 7 – Resultado da contagem de coliformes termotolerantes nas amostras de água do Rio
Meia Ponte - Goiás. .................................................................................................................. 64
Tabela 8 – Identificação e resultado do teste de antibiograma dos isolados bacterianos gram
positivos de amostras de água do Rio Meia Ponte – Goiás. ..................................................... 68
Tabela 9 – Identificação e resultado do teste de antibiograma dos isolados bacterianos gram
negativo de amostras de água do Rio Meia Ponte – Goiás. ...................................................... 69
xv
LISTA DE SÍMBOLOS, SIGLAS E ABREVIATURAS
ANA – Agência Nacional de Águas
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária
BHI – Brain Heart Infusion
CLSI – Clinical & Laboratory Standards Institute
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente
CN – Controle negativo
CNC – Células não contabilizadas
CPTEC – Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos
DL50 – Dose Letal para 50% da população exposta
I – Resistência intermediária
IACN – Índice de Anomalias Cromossômicas e Nucleares
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INMET – Instituto Nacional de Meteorologia
NA – Não analisado
ND – Não Detectado
NMP – Número Mais Provável
NTU – Unidade Nefelométrica de Turbidez
p – p-value ou nível descritivo
PARH Meia Ponte – Plano de Ação de Recursos Hídricos da Unidade de Gestão Hídrica Meia
Ponte
PHR – Plano de Recursos Hídricos e do Enquadramento dos Corpos Hídricos Superficiais da
Bacia Hidrográfica do Rio Paranaíba
R – resistente
S – sensível
SANEAGO – Saneamento de Goiás
UGH – Unidades de Gestão Hídrica
UNICEF – United Nation Children’s Fund
WHO – World Health Organization
xvi
RESUMO
A degradação ambiental vem aumentando, principalmente em decorrência dos efeitos
antropogênicos advindos do aumento populacional, crescimento da indústria e agropecuária.
A poluição aquática é um problema, que prejudica a saúde, a segurança e o bem estar de toda
a biota que compartilha o mesmo ambiente. Em Goiânia e região metropolitana, o principal
corpo hídrico é o Rio Meia Ponte, que é utilizado para captação de água, eliminação de esgoto
tratado e de efluentes. Além disso, este rio é um corpo receptor de dejetos advindos da cidade
e da zona rural. No presente estudo, objetivou-se avaliar os indicadores de poluição
ambiental, associados com a qualidade da água do Rio Meia Ponte. Foram realizadas quatro
coletas em seis pontos amostrais ao longo da montante da bacia do Rio Meia Ponte,
verificando os padrões visuais de cada ponto. Observou se a existência de poluição ao realizar
análises físico-químicas, ecotoxicidade e microbiológicas, sendo esta última responsável por
detectar perfis bacterianos que possuem resistência aos antibióticos. Também foi realizada a
aplicação de um questionário na população (n= 384) de Goiânia e região, para obter o grau de
conhecimento da comunidade frente à poluição do Rio Meia Ponte. Pelos aspectos visuais dos
pontos de coleta, verificou-se um acúmulo de lixo, descarga de águas residuais e
principalmente erosão. Nos resultados físico-químicos encontraram os níveis de turbidez,
condutividade, alumínio, ferro, fósforo, manganês, cobre e lítio aumentados em comparação
com o que preconiza a legislação do CONAMA nº 357/2005, para corpos de água de classe 2.
Ao analisar os resultados físico-químicos dos períodos chuvoso e seco, sugere-se que existe
uma diferença estatística significativa entre eles. Os valores de ecotoxicidade encontrados
demonstraram grau elevado de citotoxicidade, genotoxicidade e mutagenicidade. Nos
resultados microbiológicos foram observados alta contaminação por coliformes resistentes.
Ademais, pelo questionário, foi possível verificar que a população estudada, considera o Rio
Meia Ponte, extremamente poluído, sendo capaz de provocar diversas doenças para quem
consumir a água. Portanto, conclui-se que o Rio Meia Ponte vem sofrendo constantes
degradações ambientais que causam a má qualidade de suas águas e está interferindo na
biodiversidade da região metropolitana de Goiânia. Por conseguinte, medidas de prevenção e
recuperação devem ser adotadas para a manutenção do Rio Meia Ponte.
Palavras-chaves: Análise de água; Poluição; Ecotoxicidade; Resistência; Questionário.
xvii
ABSTRACT
Environmental degradation has increased, mainly as a result of anthropogenic effects arising
from population growth, growth of industry and agriculture. Water pollution is a problem that
affect the health, safety and welfare of the whole biota, which shares the same environment.
In Goiânia City metropolitan area, the main water body is the Meia Ponte River, which is
used for the abstraction of water, disposal of treated domestic and industrial sewage. In
addition, this river receives wastewater from both the rural and the urban area. This present
study aimed to evaluate the indicators of environmental pollution, associated with the water
quality of the Meia Ponte River. Four samples were taken in six sampling points along the
basin of the Meia Ponte River, and each point was checked visually. It was observed the
existence of pollution when were performed physical-chemical analysis, ecotoxicity and
microbiological characteristics, being the last one responsible for detecting bacterial profiles
that have antibiotic resistance. It was also carried out a questionnaire (n=384) in the
population of Goiânia City metropolitan area, and thus obtaining the degree of knowledge of
the community from the pollution of the Meia Ponte River. Based on the visual aspects of the
sampling points, there was an accumulation of garbage, discharge of waste water and, mainly,
soil erosion. The physical-chemical results found the levels of turbidity, conductivity,
aluminum, iron, phosphorus, manganese, copper and lithium over the limit accepted by the
CONAMA Framework Resolution 357/2005, for bodies of water of class 2 By analyzing the
physical-chemical results of the rainy and dry season, it is suggested that there is a statistically
significant difference between them. The found values of ecotoxicity demonstrated high
degree of cytotoxicity, genotoxicity and mutagenicity. In the microbiological results were
observed high contamination by resistant fecal coliforms. In addition, by the questionnaire, it
was possible to verify that the sampled population considers the Meia Ponte River extremely
polluted, being capable of causing several diseases for those who consume its water.
Therefore, it was concluded that the Meia Ponte River has been undergoing constant
environmental degradation, thus causing the poor quality of its waters and interfering in the
biodiversity of the Goiânia City metropolitan region. Consequently, measures for the
prevention and recovery should be adopted for the maintenance of the Meia Ponte River.
Keywords: Water analysis; Pollution; Ecotoxicity; Resistance; Questionnaire.
1
1 INTRODUÇÃO
A água é essencial para a vida (Stommel et al. 2016), sendo que a sua
indisponibilidade é fator limitante para a sobrevivência na Terra. Devido ao crescimento
populacional, existe um aumento contínuo da demanda de água para o uso doméstico,
industrial, agricultura, produção de alimentos e bens de consumo, o que gera um grande custo
ambiental, ocasionado pela utilização não sustentável e à sua contaminação (Nascimento et al.
2015).
Conforme relatório da World Health Organization (WHO) e do United Nations
Children’s Fund (UNICEF), uma em cada três pessoas no mundo, o que representa
aproximadamente 2,4 bilhões de pessoas, não possui saneamento básico, ou seja, água
potável, coleta e tratamento de esgoto, manejo de resíduos sólidos, controle de pragas e
agentes patogênicos. Os números ainda indicam que 946 milhões de pessoas defecam ao ar
livre, o que contamina o solo e a água de forma cíclica, sendo que a desigualdade sócio-
econômica é a maior responsável por dados tão alarmantes (WHO 2015).
O Brasil conseguiu atingir a meta do “25 Years Progresso on Sanitation and Drinking
Water” da WHO que era reduzir pela metade, no período de 1990 a 2015, a proporção de
pessoas sem acesso sustentável ao saneamento básico e à água potável. Entretanto, a
qualidade da água, os serviços de saneamento básico e de saúde, nem sempre são os mais
adequados. No Brasil no ano de 2015 cerca de 1% da população utiliza sanitários
compartilhados, 2% defeca a céu aberto, 14% não possui condições de higiene e sanitarismo e
aproximadamente 2% da população brasileira ainda não possui fonte apropriada de água
(WHO 2015).
A qualidade da água tornou-se uma questão de saúde pública no final do século XIX e
início do século XX, devido a uma melhor compreensão da patogenia das doenças de
veiculação hídrica e uma maior preocupação com a vigilância sanitária e epidemiológica,
mediante o aumento da urbanização e poluição (Loreto 2014). Além dos patógenos
transmitidos pela água como bactérias, vírus, helmintos e protozoários, atualmente outra
contaminação preocupante é com produtos químicos e físicos, como por exemplo, fármacos e
metais pesados, os quais são altamente tóxicos e mutagênicos para o homem e para o meio
ambiente.
Os metais pesados são poluentes preocupantes, pois não se degradam no meio
ambiente onde são depositados e consequentemente acabam sendo acumulados na água, nos
sedimentos hídricos e nos animais aquáticos, podendo ser inseridos na cadeia alimentar,
2
causar bioacumulação, biomagnificação e desencadear doenças para o homem e outros
animais (Abdel-baki et al. 2011; Haribhau 2012).
A contaminação biológica em água é detectada pela quantificação de micro-
organismos indicadores estabelecidos pela lesgislação do grupo coliformes totais e
termotolerantes (Franco et al. 2015). Além desta quantificação microbilogica, a verificação de
resistência aos antimicrobianos é importante, visto que a água pode se tornar um reservatório
de micro-organismos resistentes a antibióticos (Vaz-Moreira et al. 2014). Outro controle
importante a ser feito é o da ecotoxicidade da água, que avalia o potencial de toxicidade,
citotoxicidade e genotoxicidade dos agentes contaminantes para a população e para o meio
ambiente (Tedesco & Laughinghouse 2012).
A qualidade da água de um rio pode ser aferida mediante o monitoramento de
determinados pontos ao longo de seu curso ou de seus afluentes, sendo esta qualidade
influenciada por meio de ações de contaminação ou preservação, como a litologia da bacia
hidrográfica, condições climáticas, processos naturais e ação antropogênica (Vaghefi et al.
2012). O monitoramento de bacias hidrográficas e da qualidade dos recursos hídricos se
justifica, por ser a melhor maneira de associar os processos naturais com a ação do homem e o
efeito biológico dessa interferência, além de poder verificar se a água está dentro dos
parâmetros descritos pelos órgãos de regulação para o consumo humano e de animais
(Oliveira et al. 2013; Altenburger et al. 2015). Os níveis de poluição da água, em parte, são
detectados por meio das análises físico-químicas, microbiológicas e toxicológicas, as quais
são regulamentadas como padrão de qualidade por órgãos nacionais e internacionais (Singh et
al. 2014).
Em decorrência da utilização do uso da água de superfície para o abastecimento
público, o monitoramento dos mananciais se faz necessário para se determinar o grau de
poluição e seus riscos para a saúde humana e para o meio ambiente. No cenário de Goiás, o
Rio Meia Ponte abastece a maioria da população do Estado e por ser um dos principais
afluentes do Rio Paranaíba é de suma importância o monitoramento da sua qualidade, devido
ao fato de também ser utilizado para eliminação do esgoto tratado e não tratado, descarga de
águas residuais de uso doméstico, industrial e comercial.
Existem poucos estudos acerca do monitoramento da qualidade do Rio Meia Ponte –
GO e nestes, não foi verificados dados acerca da resistência de micro-organismos a
antimicrobianos e poucos estudos tem realizado análise ecotoxicológica (Silva 2009; Pimentel
2010; Fonseca 2013; Brasil 2013). Sendo assim, o presente trabalho teve como foco verificar
3
a qualidade das águas do Rio Meia Ponte, por meio de análises físico-química, microbiológica
e ecotoxicológica, visando diagnosticar o grau de poluição, bem como avaliar o impacto
ambiental e os efeitos sobre a saúde dos seres vivos que dependem do rio.
4
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 RIO MEIA PONTE
O Rio Meia Ponte é um dos principais recursos hídricos do Estado de Goiás, com sua
nascente localizada na Serra dos Brandões, no município de Itauçu, fazendo parte da bacia
hidrográfica do Rio Paranaíba. Localizado na região centro sul do Estado (Figura 1), percorre
uma extensão de 471,6 km, ocupa o equivalente a 4% da área do Estado de Goiás e seu leito
cruza 39 municípios goianos. Nesta região, o clima apresenta-se quente e úmido, com duas
estações bem definidas – período seco no inverno e período chuvoso no verão (Calil et al.
2012; Oliveira et al. 2013; Veiga et al. 2013; Cunha & Borges 2015).
Figura 1 – Localização da Bacia do Rio Meia Ponte no Estado de Goiás. Fonte: foto gerada na plataforma QGIS
pelo autor (acessada no dia 02 de março de 2017).
5
Entre 2010 e 2013, foi criado o Plano de Recursos Hídricos e do Enquadramento dos
Corpos Hídricos Superficiais da Bacia Hidrográfica do Rio Paranaíba (PRH), que foi
desenvolvido para garantir a oferta de água, em qualidade e quantidade. Tornou-se um
instrumento da Política Nacional de Recursos Hídricos, para ações de gestão compartilhada e
uso múltiplo integrado, visando o desenvolvimento sustentável e a qualidade da bacia
hidrográfica do Rio Paranaíba (Brasil 2013).
O Rio Meia Ponte faz parte de uma das dez Unidades de Gestão Hídrica (UGH) que
compõem a PRH, sendo chamada de UGH Meia Ponte. Tendo um Plano de Ação de Recursos
Hídricos da Unidade de Gestão Hídrica Meia Ponte (PARH Meia Ponte), no qual descreve
uma análise da bacia até 2030, incluindo o uso sustentável, diretrizes, recomendações e
conclusões. De acordo com o documento da PARH Meia Ponte que tem como base a
legislação do CONAMA nº 357, de 11 de março de 2005, a classificação da Bacia do Rio
Meia Ponte está entre um rio de classe 2 e/ou classe 3 (quadro 1), dependendo dos seus pontos
(Brasil 2013).
O Rio Meia Ponte constitui um manancial responsável pela captação de água
superficial para abastecimento público e também para diluição de efluentes em diversos
municípios goianos (Azevedo 2012). O ápice da sua poluição é no município de Goiânia,
sendo relacionado com o extrativismo mineral, a agropecuária e poluição industrial/urbana, o
qual recebe grande carga poluidora que compromete a quantidade e qualidade da água
(Azevedo 2012; Brandelero et al. 2012; Brasil 2013).
2.2 ÁGUA E SAÚDE AMBIENTAL
Cerca de 71% do planeta Terra é constituído de água. Deste percentual,
aproximadamente 97,5% estão nos mares que possui água salgada e 2,5% é constituído de
água doce. Do percentual de água potável, apenas 0,3% correspondem a água de superfície
armazenada em mananciais, rios e lagos, que é geralmente utilizada para o consumo humano,
animal, industrial e agrícola (Veriato et al. 2015).
Os principais poluentes são os sólidos em suspensão, matéria orgânica biodegradável e
não biodegradável, nutrientes, organismos patogênicos, metais pesados e sólidos inorgânicos
dissolvidos. As principais causas desta poluição são fontes de esgoto, sendo este doméstico ou
industrial, crescimento urbano, agricultura, pastagem e fenômenos naturais (Nascimento et al.
2015; Pedroso et al. 2015; Duan et al. 2016). Estes poluentes podem induzir problemas como
odores ruins, depósito de iodo, proliferação de patógenos, redução da transferência de
6
oxigênio, mortalidade de peixes, crescimento excessivo de algas, toxicidade em geral,
salinidade excessiva e problemas de permeabilidade do solo, o que interfere no ambiente,
além de causar danos à saúde do homem e animais (Karim et al. 2012;Vianna et al. 2015).
As doenças decorrentes da contaminação da água ainda são algumas das principais
causas de morte no mundo, as quais estão relacionadas com pobreza, restrição econômica e
atinge principalmente as crianças (Guedes et al. 2015; Medeiros et al. 2016). Dentre os grupos
de doenças estão às infecções de transmissão feco-oral como viroses, parasitoses e
gastroenterites bacteriana (Oliveira et al. 2015; WHO 2015). Segundo dados da WHO (2014),
o número de mortes por doenças diarreicas foi de 1,5 milhões em 2012, sendo relacionados
com inadequação das condições de saneamento e higiene da água. Destas mortes, 502 mil
estavam relacionadas com a ingestão de água contaminada (WHO 2014). Outro dado
alarmante é que há suspeita de que a poluição ambiental, principalmente a poluição química
da água, esteja ligada a maior ocorrência de casos de câncer (Lu et al. 2015).
Devido à grande necessidade de água, existe uma discussão econômica, política, social
e ambiental, entre a legislação protetora dos ecossistemas fluviais e a crescente demanda para
a captação de água destinada aos diferentes usos, gerando uma discussão sobre saúde
ambiental (Barbosa et al. 2013). Portanto, saúde ambiental é mais ampla que os meros
conceitos ambientais e de doença. Ela incorpora questões de poluição ambiental, pobreza,
justiça, condições sociais/psicológicas e desenvolvimento sustentável. Destes, o conceito mais
respeitável está ligado aos fatores ambientais que afetam a saúde humana, os quais devem ser
avaliados e discutidos, para que possíveis políticas públicas sejam direcionadas para a
preservação ambiental e consequentemente, uma prevenção da saúde (Weihs & Mertens
2013).
O diálogo entre sustentabilidade e formulação de políticas públicas em saúde é
pequeno e frágil. Um grande avanço para a sociedade seria a avaliação da poluição e suas
causas, o estudo das políticas públicas, a conscientização da população e a proteção
ambiental, principalmente dos recursos hídricos, pois todos devem ser tratados como um
sistema integrado, considerando principalmente que é melhor prevenir a causa, do que
combater e tratar as doenças (Nogueira et al. 2012).
Cada país e responsável por ter sua regulamentação de padrões que a água deve ter
dependendo da sua finalidade, baseados nas características químicas, físicas e biológicas. Para
que a água de um manancial seja destinada ao consumo humano, ela deve atender a padrões
7
de qualidade antes e após o tratamento, o que garante a segurança da população consumidora
(Moura et al. 2014; Souza et al. 2014).
2.3 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA REFERENTE ÀS ÁGUAS
A legislação brasileira que estabelece os padrões, a classificação dos corpos de água e
as diretrizes ambientais para o enquadramento dos corpos hídricos é a Resolução do
CONAMA nº 357, de 11 de março de 2005. Segundo a resolução, a água doce pode ser
classificada em classe especial, classe 1, classe 2, classe 3 e classe 4.
A classe especial pode ser destinada ao consumo humano, com desinfecção; à
preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas e à preservação dos ambientes
aquáticos em unidades de conservação de proteção integral. As outras podem ser classificadas
segundo critérios físico-químicos, microbiológicos e toxicológicos, cuja destinação está
descrita no quadro 1.
Quadro 1 – Destinação da água doce segundo critérios de classificação do CONAMA nº 357/2005.
CLASSES CLASSIFICAÇÃO
1
Podem ser destinadas ao abastecimento para consumo humano após tratamento simplificado, à
proteção das comunidades aquáticas, à recreação de contato primário, tais como natação, esqui
aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA nº 274, de 2000, à irrigação de hortaliças
que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas
cruas sem remoção de película, e à proteção das comunidades aquáticas em Terras Indígenas.
2
Podem ser destinadas ao abastecimento para consumo humano após tratamento convencional, à
proteção das comunidades aquáticas, à recreação de contato primário, tais como natação, esqui
aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA nº 274, de 2000, à irrigação de hortaliças,
plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir
a ter contato direto e à aqüicultura e à atividade de pesca.
3
Podem ser destinadas ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou
avançado, à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras, à pesca amadora, à recreação
de contato secundário e à dessedentação de animais.
4 Podem ser destinadas à navegação e à harmonia paisagística.
Fonte: Brasil (2005).
As condições e os padrões de qualidade da água são estabelecidos para cada classe na
resolução do CONAMA nº357/2005, estabelece e determina limites para cada parâmetro.
Alguns destes valores e limites estão descritos no quadro 2.
8
Quadro 2 – Condições e padrões da qualidade da água doce, conforme resolução do CONAMA nº 357/2005.
PADRÕES/CONDIÇÕES CLASSE 1 CLASSE 2 CLASSE 3 CLASSE 4
Aspectos visuais
Visualmente
ausentes, materiais
flutuantes e
espumas não
naturais
Visualmente
ausentes, materiais
flutuantes e
espumas não
naturais
Visualmente
ausentes, materiais
flutuantes e
espumas não
naturais
Visualmente
ausentes,
materiais
flutuantes e
espumas não
naturais
Odor ou gosto visualmente
ausente
visualmente
ausente
visualmente
ausente não objetáveis
Toxicidade
não verificação de
efeito tóxico
crônico a
organismos
não verificação de
efeito tóxico
crônico a
organismos
não verificação de
efeito tóxico agudo
a organismos
-
Parâmetros microbiológicos
Coliformes
200 coliformes
termotolerantes em
100 mL, em 80%
ou mais, de pelo
menos 6 amostras
por ano, com
frequência
bimestral
1000 coliformes
termotolerantes em
100 mL, em 80%
ou mais, de pelo
menos 6 amostras
por ano, com
frequência
bimestral
2500 coliformes
termotolerantes em
100 mL, em 80%
ou mais, de pelo
menos 6 amostras
por ano, com
frequência
bimestral
-
Parâmetros físico-químicos
pH 6,0 - 9,0 6,0 - 9,0 6,0 - 9,0 6,0 - 9,0
Turbidez 40 NTU 100 NTU 100 NTU -
Parâmetros inorgânicos
Alumínio dissolvido 0,1 mg/L 0,1 mg/L 0,2 mg/L -
Bário total 0,7 mg/L 0,7 mg/L 1,0 mg/L -
Berílio total 0,04 mg/L 0,04 mg/L 0,1 mg/L -
Cádmio total 0,001 mg/L 0,001 mg/L 0,01 mg/L -
Chumbo total 0,01mg/L 0,01mg/L 0,033 mg/L -
Cobalto total 0,05 mg/L 0,05 mg/L 0,2 mg/L -
Cobre dissolvido 0,009 mg/L 0,009 mg/L 0,013 mg/L -
Cromo total 0,05 mg/L 0,05 mg/L 0,05 mg/L -
Ferro dissolvido 0,3 mg/L 0,3 mg/L 5,0 mg/L -
Fósforo total ambiente
lótico 0,1 mg/L 0,1 mg/L 0,15 mg/L -
Lítio total 2,5 mg/L 2,5 mg/L 2,5 mg/L -
Manganês total 0,1 mg/L 0,1 mg/L 0,5 mg/L -
Níquel total 0,025 mg/L 0,025 mg/L 0,025 mg/L -
Prata total 0,01 mg/L 0,01 mg/L 0,05 mg/L -
Urânio total 0,02 mg/L 0,02 mg/L 0,02 mg/L -
Vanádio total 0,1 mg/L 0,1 mg/L 0,1 mg/L -
Zinco total 0,18 mg/L 0,18 mg/L 5 mg/L -
Fonte: Brasil (2005).
Para os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água destinada ao
consumo humano e ao seu padrão de potabilidade, sem ocasionar risco para a saúde, aplica-se
9
a Portaria do Ministério da Saúde (MS) nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011, indicando
parâmetros avaliativos para caracterizar a potabilidade da água. Alguns dos padrões mais
importantes estão descritos no quadro 3. Esta portaria estabelece que para fornecer água
potável à população, dentro das condições e qualidades higiênicas e sanitárias adequadas,
deve-se atuar de maneira conjunta os processos envolvidos no tratamento e controle de
poluição da água (Brasil 2011; Morais et al. 2016).
Quadro 3 – Valores máximos para o padrão de potabilidade da qualidade da água para o consumo humano,
segundo Portaria do Ministério da Saúde nº 2.914/2011.
PARÂMETROS VALORES MÁXIMOS PERMITIDOS
Parâmetros microbiológicos
Coliformes totais Ausência em 100 mL
Escherichia coli Ausência em 100 mL
Odor ou gosto Intensidade 6
Parâmetros físico-químicos
pH 6,0 - 9,0
Turbidez 5 NTU
Parâmetros inorgânicos
Alumínio 0,2 mg/L
Bário 0,7 mg/L
Berílio -
Cádmio 0,005 mg/L
Chumbo 0,01 mg/L
Cobalto -
Cobre 2 mg/L
Cromo 0,05 mg/L
Ferro 0,3 mg/L
Fósforo -
Lítio -
Manganês 0,1 mg/L
Níquel 0,07 mg/L
Prata -
Urânio 0,03 mg/L
Vanádio -
Zinco 5 mg/L
- : não estabelecido segundo Portaria do Ministério da Saúde nº 2.914/2011. Fonte: Brasil (2011).
2.4 ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA DA ÁGUA
O monitoramento da qualidade da água tem por finalidade detectar riscos inerentes ao
consumo de água pela população. Os riscos surgem devido à grande variedade de produtos
químicos como metais tóxicos, fertilizantes e pesticidas lançados nos rios que são
10
potencialmente prejudiciais para a saúde (Naresh et al. 2013; Sikder et al. 2013). Para tanto,
são utilizados parâmetros físico-químicos que permitem obter os níveis de poluição das bacias
hidrográficas, o que favorece o diagnóstico e previsões futuras de conservação e preservação
(Mustapha et al. 2013; Carvalho et al. 2015).
Entre as análises físico-químicas que podem ser feitas na água, se destacam pH, cor,
turbidez, temperatura, odor, salinidade, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio
(DBO), demanda química de oxigênio (DQO), condutividade elétrica, potencial redox, sólidos
totais dissolvidos, carbono orgânico total, fósforo total e fosfatos, série nitrogenada de análise
(nitrogênio molecular, nitrogênio orgânico, nitrato, nitrito, amônio, nitrogênio total), cianeto,
cloro residual, dureza total, matéria orgânica, granulometria, contaminantes orgânicos e
inorgânicos (metais) (APHA 2012).
A natureza físico-química de um rio é relatada por meio da influência de fatores
espaciais, ambientais, climáticos, intemperismos, erosões, poluição, escoamento de áreas
urbanas e agrícolas, esgoto, efluentes industriais e domésticos, por exemplo, os elementos em
suspensão ou dissolvidos, podendo ser carregados de um local para o outro e depositados em
outros locais do trajeto do rio (Kumarasamy et al. 2014; Carvalho et al. 2015).
Dentre os poluentes químicos presentes nos ecossistemas aquáticos, os metais pesados
se destacam por possuírem uma lenta decomposição em condições naturais, potencial tóxico,
biomagneficação e bioacomulativos, podendo ser incorporados nas cadeias alimentares (Varol
2013; Tang et al. 2013). Exemplos de metais pesados são cádmio, cobre, ferro, manganês,
níquel, chumbo, urânio e zinco (Kibria et al. 2016). Os metais entram no meio ambiente de
diversas maneiras, por meio das atividades industriais e agrícolas, pela mineração, erosão
geológica e combustão de combustíveis fósseis (Leung et al. 2016; Kibria et al. 2016). Sendo
que os principais responsáveis pela poluição de metais no ambiente aquático são os
fertilizantes, adubos, fungicidas, efluentes de esgoto, escoamento urbano, águas pluviais,
poluição de fábricas de celulose e papel, refinarias, indústrias de ferro, aço e petróleo e os
escoamentos de minas (Kibria et al. 2016).
Os metais pesados geralmente são adsorvidos nos sedimentos, o que permite ao
ambiente aquático ser um potencial reservatório de poluição. Neste contexto, os sedimentos
funcionam como uma fonte difusa de imersão de poluentes nos corpos dos rios (Tang et al.
2013; Banerjee et al. 2016; Wu et al, 2016). No fluxo entre água e sedimentos, os metais
podem sofrer alterações na sua especiação, devido à dissolução, precipitação, absorção,
11
adsorção e complexação, afetando o seu comportamento e a sua biodisponibilidade na água
(Islam et al. 2015).
A biodisponibilidade dos metais pesados está relacionada com a presença de seus íons
livres e sua especiação química, fatores que os tornam responsáveis pela toxicidade elevada
(Magdaleno et al. 2014). Alguns metais pesados podem ser essenciais à saúde, mas,
dependendo da sua concentração, podem ser tóxicos, sendo responsáveis por stress oxidativo
celular, lesões neurológicas, mutações no DNA e alterações metabólicas (Caserta et al. 2013;
Leite et al. 2015). Quando os metais pesados entram no meio ambiente eles podem afetar o
ecossistema aquático, afetando toda a biodiversidade do ecossistema e eliminar ou reduzir as
espécies nativas, mas também podem afetar a saúde humana, dos que usufruem daquela
ambiente, aumentando a incidência de doenças (Saha et al. 2017; Kibria et al. 2016).
De acordo com Liu et al. (2013), a exposição crônica à metais pesados, em baixas
concentrações, pode causar muitos tipos de câncer. Outros danos à saúde relacionados ao
consumo de água contaminada com metais pesados, são a capacidade do glifosato-metálico e
de metais nefrotóxicos induzirem doença renal crônica (Jayasumana et al. 2014), doenças
neurodegenerativas e acidente vascular cerebral (Leal et al. 2012; Viles 2012; Mitra et al.
2014).
2.5 ECOTOXICIDADE DA ÁGUA
Os ecossistemas aquáticos recebem uma variedade de agentes estressores, que podem
ser orgânicos e inorgânicos, nutrientes e espécies invasoras e/ou patógenos (Kuzmanovic et
al. 2016). Os principais poluentes são pesticidas, herbicidas, metais pesados, corantes,
compostos fenólicos, nitrosaminas, produtos de cuidados pessoais, produtos farmacêuticos,
medicamentos e compostos de desregulação endócrina (Chowdhury & Balasubramanian
2014; Prado et al. 2015). Estes compostos químicos estão associados à ecotoxicologia
aquática em uma exposição de longo prazo e principalmente quando combinados, estão
associados também com os níveis de poluição (Beyer et al. 2014).
Análises físico-químicas podem verificar a presença e/ou ausência e quantificar os
elementos tóxicos, porém, não são suficientes para avaliar a qualidade real da água. As
consequências biológicas não são avaliadas diretamente, necessitando de mais ensaios para a
comprovação e verificação dos efeitos que os elementos tóxicos podem causar (Botelho et al.
2013; Singh et al. 2014).
12
Os testes de toxicidade são ferramentas desejáveis para poder avaliar a qualidade das
águas, uma vez que as análises físico-químicas tradicionais não são capazes de distinguir
entre as substâncias que podem afetar os sistemas biológicos, entretanto, as análises de
toxicidade não substituem as análises químicas tradicionais (Costa et al. 2008).
A ecotoxicologia aquática é uma ciência para ajudar nos problemas de contaminação
dos corpos d’água, sinalizando os potenciais ecotoxicológicos e seus mecanismos de ação em
organismos vivos. O controle da toxicidade de resíduos lançados no ambiente aquático é de
extrema importância para a saúde do ecossistema e do homem, sendo os ensaios
ecotoxicológicos uma prova científica das alterações ambientais (Magalhães & Ferrão Filho
2008).
De acordo com Costa et al. (2008) o objetivo da ecotoxicologia aquática é avaliar o
efeitos das substâncias tóxicas sobre organismos representativos do ecossistema aquático, de
maneira que estes efeitos podem atingir desde estruturas celulares até indivíduos, populações
e comunidades. A ecotoxicologia aquática abrange desde o transporte até o destino final dos
contaminantes no ambiente aquático, envolvendo a distribuição, transformação, precipitação,
volatilização, deposição, dissolução, ressuspenção, sedimentação e biodegradação que os
poluentes podem ter.
Os ensaios ecotoxicológicos fornecem dados sobre os efeitos tóxicos dos
contaminantes na biota aquática e possibilita assim aplicações e medidas para preservar o
ambiente dos organismos que o compartilham (Rodrigues 2016).
Para verificar a toxicidade de fontes ambientais, uma variedade de técnicas e
bioensaios pode ser realizada, o que aumenta a base científica de avaliação do risco ecológico
(Serpa et al. 2014). Os bioensaios utilizam um organismo vivo, animal ou vegetal, que seja
sensível a poluição. Quando estes indivíduos ou comunidades são expostos a alterações do
ambiente, podem reagir alterando seus processos vitais, demonstrando o tipo de resposta
diante da poluição (Silva 2008). Bioindicadores podem ser utilizados, por exemplo, para
verificar a taxa de sobrevivência dos organismos por meio de ensaios de toxicidade aguda por
microcrustáceos, Artemia salina. Também as plantas superiores podem avaliar a
contaminação ambiental, sendo a cebola, (Allium cepa L.) um bom sistema teste (Netto et al.
2013).
13
2.5.1 Teste Artemia salina
A Artemia salina é um microcrustáceo do filo Arthropoda, que possui importância
econômica, por ser utilizada na aquicultura e aquariologia, servindo de alimento na cadeia
alimentar. O seu ciclo de vida é curto e começa com a eclosão de cistos adormecidos que são
comprados em lojas especializadas. Após 24 horas em água salgada, são reidratados e
retornam ao desenvolvimento (Lu et al. 2012; Ates et al. 2013).
A. salina (Figura 2) são zooplânctons que possuem pequeno tamanho corporal, corpo
alongado, coberto por um fino e flexível exoesqueleto de quitina, se reproduz por
partenogênese e tem uma alta taxa de fecundidade. Possuem características de adaptabilidade
à ampla gama de salinidade, ambientes adversos, temperatura e diferentes fontes de nutriente,
sendo um alimentador não seletivo, sensível a substâncias tóxicas (Nostro et al. 2015;
Libralato et al. 2016).
Figura 2 – Artemia salina. Fonte: Rocha (2014).
Rotineiramente, A. salina é utilizada como um organismo teste para estudos de
toxicidade para determinar o grau de poluição de ambientes aquáticos (Mohamed et al. 2014;
Xu et al. 2015; Fels et al. 2016). Também de acordo com Libralato et al. (2016), Artemia spp.
em estágio larval, chamada de náuplios, foi utilizada para diversos testes de toxicidade para
uma vasta gama de produtos químicos como por exemplo metais pesados, compostos
químicos (permanganato de potássio, dicromato de potássio, nitrato de prata), sistemas de
liberação de drogas (nanopartículas), compostos fenólicos, oligoelementos, herbicidas,
pesticidas, inseticidas, agentes anticorrosivos, extratos de plantas, oléos, agentes anti-
deposição, produtos farmacêuticos, toxinas e matrizes ambientais.
14
A utilização de A. salina se torna adequada e viável para ensaios de toxicidade e
ecotoxicidade por ter como principais vantagens tolerância natural e características intrínsecas
da espécie. Outras vantagens são rapidez, custo-eficácia, disponibilidade dos náuplios, de
modo que no comércio podem ser comprados ovos o ano todo, fácil manipulação e
manutenção em condições laboratoriais, não necessitando de grande espaço (Lu et al. 2012;
Mohamed et al. 2014; Libralato et al. 2016).
2.5.2 Sistema teste Allium cepa
Allium cepa, mais conhecida como cebola comum, foi introduzida pela primeira vez por
Levan em 1938, sendo utilizada para avaliação de citotoxidade e genotoxicidade, tanto para
produtos químicos como para monitoramento ambiental (Tedesco & Laughinghouse 2012;
Alimba et al. 2013; Abu et al. 2015). Diversos estudos utilizam o sistema teste A. cepa para
verificação do ambiente aquático e seus poluentes (Costa et al. 2015; Düsman et al. 2014;
Khallef et al. 2015; Olorunfemi et al. 2015; Maceda et al. 2015; Udiba et al. 2015; Batista et
al. 2016; Rodrigues 2016; Hara & Marin-Moralies 2017).
O sistema teste A.cepa é um excelente modelo in vivo, dado que as raízes são colocadas
para crescer em contato direto com a substância de interesse a ser analisada, permitindo a
observação dos danos causados. Os dados obtidos podem então ser extrapolados para toda a
biodiversidade animal e vegetal (Tedesco & Laughinghouse 2012). Outras vantagens da
utilização deste sistema são baixo custo, fácil manuseio, curto prazo, ter poucos e grandes
cromossomos (2n=16), muitas células em divisão, sistema da enzima oxidase; que é crucial
para detectar pro-mutações, alta sensibilidade e uma boa correlação com outros testes
(Masood & Malik 2013; Düsman et al. 2014; Bianchi et al. 2015). Estas vantagens facilitam a
observação de mutações que alteram o ciclo celular em resultado da ação de compostos
químicos, ambientais e radioativos (Rodrigues 2016).
As alterações produzidas pelos elementos tóxicos no A. cepa permitem estimar a
citotoxidade e genotoxicidade por meio do crescimento meristemático, aberrações
cromossômicas (Figura 3) e/ou distúrbios nucleares (Figura 4) (Pohren et al. 2013;
Magdaleno et al. 2014; Khallef et al. 2015). Nos quais são avaliados por meio do aumento da
frequência dos índices de aberrações cromossômicas e nucleares, evidenciando a
mutagenicidade causada pela substância teste. O índice mitótico também é outro indicador, no
qual a proliferação celular é avaliada, mensurando o nível de citotoxicidade da substância,
quando comparado com o controle negativo (Silveira et al. 2016).
15
O índice mitótico é caracterizado pelo número total de células em divisão no ciclo
celular. O índice de aberrações cromossômicas é caracterizado por alterações cromossômicas
estruturais ou numéricas, que pode ocorrer de maneira espontânea ou por indução, devido à
exposição de algum agente causador. Outras alterações é o índice de anormalidade nuclear,
caracterizada por alterações morfológicas nos núcleos interfásicos. Por meio dos índices
citados, é possível determinar os mecanismos de ação de vários compostos genotóxicos e
mutagênicos (Anacleto et al. 2017).
Figura 3 – Algumas aberrações cromossômicas observadas pela exposição a agentes químicos e físicos no teste
Allium cepa. Descrição: (A) Metáfase normal; (A1) Metáfase com ruptura cromossômica; (A2) metáfases; (A3)
Metáfase com perda cromossômica; (A4) Célula binucleada em metáfase; (A5) Metáfase com aderência
cromossômica; (B) anáfase normal; (B1) Anáfase com ponte cromossômica; (B2) Anáfase com rupturas
cromossômicas; (B3) Anáfase com ponte e perda cromossômica; (B4) Anáfase com perda cromossômica; (B5)
Anáfase multipolar; (C) Telófase normal; (C1) Telófase com ponte cromossômica; (C2) Telófase com ponte e
perda cromossômica; (C3) Telófase com ruptura cromossômica; (C4) Telófase multipolar; (C5) Telófase
multipolar com ponte cromossômica. Fonte: Leme & Marin-Morales (2009).
16
Figura 4 – Algumas anormalidades nucleares observadas pela exposição a agentes químicos e físicos no teste
Allium cepa. Descrição: (A) Célula interfásica com broto nuclear e micronúcleos; (B) Núcleo interfásico com
botão nuclear; (C) Prófase com botão nuclear sincrônico; (D) Núcleo com ponto nuclear; (E) Núcleo lobulado
com micronúcleos; (F-H) Núcleo lobulado; (I) Núcleo interfônico interligado por ponte nuclear e micronúcleos.
Fonte: Leme & Marin-Morales (2009).
2.6 COMUNIDADE BACTERIANA DA ÁGUA
As interferências antropogênicas no ambiente de água doce têm grandes repercussões na
comunidade bacteriana no geral e nas funções desses habitat, comprometendo a qualidade da
água (Jordaan & Bezuidenhout 2016). De acordo com Korajkic et al. (2015) caracterizar a
mudança da comunidade microbiana diante de um evento de poluição, principalmente
causada por esgoto, fornece uma nova investigação da qualidade da água. Os autores
afirmam que quando cessa a “perturbação” pelo evento de poluição, a microbiota de origem
no ambiente aquático recupera-se rapidamente. Entretanto, não se sabe ao certo, como a
microbiota de origem se comporta em eventos de poluição aquática. Indicando que novos
estudos devem ser realizados, para descrever o papel da microbiota de origem e a poluição
fecal em águas naturais.
As comunidades microbianas são compostas de micro-organismos, marcadores de
qualidade ambiental, cuja presença e abundância relativa, refletem diretamente nas condições
ambientais (Cao et al. 2013). Segundo Hahn (2006), diversos estudos demonstraram que no
ambiente aquático, a comunidade bacteriana varia temporariamente e espacialmente, sendo
17
influenciada pela química e temperatura da água, predação, fornecimento de matéria
(nutrientes), intensidade da radiação ultravioleta, tamanho do habitat e fluxo de água.
Um estudo realizado por Tamames et al. (2010), abordou a taxa de distribuição
ambiental dos procariotos e ao analisar a região 16S rDNA, descreveram que o ambiente
aquático de água doce, abrigam as mais diversas linhagens bacterianas. As bactérias mais
predominantes neste ambiente foram as Proteobactéria (principalmente das classes
Alphaproteobacteria, Betaproteobacteria e Gammaproteobacteria), Actinobacteria,
Barcteroides e Firmicutes.
O ambiente de água doce é um habitat natural de grande diversidade microbiana,
contendo grande carga de origem fecal quando as águas encontram-se poluídas. Sendo um
importante veículo de disseminação de doenças, incluindo problemas gastrointestinais,
respiratórios, infecções de pele e ouvido (Loreto 2014; Vaz-Moreira et al. 2014; Koczura et
al. 2015; Narciso-da-Rocha & Manaia 2016).
A contaminação no ambiente aquático por agentes patogênicos são uma das principais
preocupações em todo o mundo, acarretando em grande morbidade e mortalidade,
necessitando controlar os poluentes e assegurar a qualidade da água. Existe muito debate
sobre os coliformes indicadores de contaminação e suas capacidades de representar a presença
potencial de bactérias patogênicas na água (Pandey et al. 2014). Os micro-organismos de
origem fecal estão presentes nos tratos intestinais de animais de sangue quente e são
excretados nas fezes (Silvaraja & Nagarajan 2014).
A identificação da origem dos agentes patogênicos é um grande desafio, no qual
ajudaria a controlar as principais fontes de poluição fecal aquática e teria impacto direto na
saúde. A contaminação patogênica em rios pode advir das pastagens, do escoamento
superficial da água da chuva, do depósito direto de material fecal por animais, da descarga de
esgotos sanitários contaminados, dos efluentes e das estações de tratamento de águas residuais
(Pandey et al. 2014); e a transmissão pode ocorrer por meio direto, como a ingestão da água e
em atividades recreativas, ou por meio indireto como a pesca e a ingestão de frutas/legumes
crus que são irrigados com água contaminada (Musyoki et al. 2013; Schreiber et al. 2015).
Os coliformes totais são representados por bactérias gram negativas, pertencentes ao
grupo das enterobactérias, que fermentam lactose, com produção de ácido e gás, em até 48
horas, a 35ºC. Já os termotolerantes possuem as mesmas características, entretanto, com
crescimento à temperatura entre 44ºC e 45ºC (Brasil 2011). Outras bactérias que também são
18
comumente utilizadas como indicação de contaminação em ambientes aquáticos são os
estreptococos, enterococos e Bacteroides (Abia et al. 2015; Korajkic et al. 2015).
O monitoramento da contaminação da água superficial por coliformes é usado para
gerenciar o tratamento de água potável e incentivar medidas de reparação, controle e
preservação (Sivaraja & Nagarajan 2014; Astrom et al. 2015).
Apesar de a legislação recomendar análise microbiológica apenas nos corpos de água,
estudos têm demonstrado que bactérias de contaminação fecal são onipresentes e capazes de
estar nos sedimentos e nas plantas aquáticas, podendo retornar aos corpos hídricos pela
turbulência natural ou interferência humana, elevando às concentrações bacteriológicas e
recontaminando a água (Staley et al. 2013; Pandey et al. 2014).
2.6.1 Resistência aos antimicrobianos no ambiente aquático
Além do grande potencial de transmissão de doenças de veiculação hídrica que os
micro-organismos podem disseminar, o nível da poluição por agentes químicos e o uso de
antibióticos trouxe o aumento da resistência de bactérias presentes no meio ambiente. Grande
atenção tem sido dada á propagação de genes de resistência a antibióticos, devido aos
problemas associados à saúde humana, principalmente complicações no tratamento de
doenças, o que vem estimulando a vigilância sobre a administração de antibióticos (Zhao et
al. 2017). O uso descontrolado de antibióticos tornou-se um sério problema ecológico,
estabelecendo assim uma ligação entre ambiente natural, pressões antropogênicas e a ameaça
à saúde pública (Manaia et al. 2016; Yidong et al. 2017).
Metais, antibióticos e compostos químicos no geral, são contaminantes que podem
selecionar a diversidade microbiana e a diversidade de resistência das bactérias presentes nos
corpos hídricos, bem como favorecer a transferência e disseminação dessas diversidades
(Marti et al. 2014; Vaz-Moreira et al. 2014; Sood et al. 2015; Narciso-da-Rocha & Manaia
2016).
Sabe-se que os metais e os genes de resistência podem estar localizados nos mesmos
elementos móveis, favorecendo a co-seleção (Laffite et al. 2016). A transferência horizontal
de genes mediada por elementos genéticos móveis, como integrons e plasmídeos, tem a
principal força para propagação (Zhao et al. 2017). Entretanto, a resistência a antibióticos
podem ocorrer de forma intrínseca, adquiridos por meio de mutações ou por adaptações ao
meio (Sharma et al. 2016). Pequenas concentrações de antibióticos no ambiente selecionam
bactérias resistentes, o que propicia a transferência para espécies clínicas e/ou bactérias
19
ambientais sensíveis a antimicrobianos, podendo a resistência ser simples ou múltipla
(Garcia-Armisen et al. 2013; Osinska et al. 2017).
Agentes antimicrobianos contaminantes favorecem a resistência a isolados clínicos e
também podem induzir resistência à bactérias não patogênicas do ecossistema, que não são
cultiváveis, podendo ocasionar um grave risco, que não se sabe ao certo as implicações e
também podem inibir espécies bacterianas nativas, que desempenham um papel-chave nos
processos bioquímicos (Roose-Amsaleg & Laverman 2016; Gómez et al. 2017; Osinska et al.
2017). No ambiente aquático, algumas linhagens bacterianas com maior adaptação ambiental,
podem ter um papel importante na disseminação destes genes de resistência (Narciso-Da-
Rocha & Manaia 2017). Porém, esse mecanismo de transferência no meio ambiente não está
esclarecido (Zhang et al. 2016).
O uso incorreto de antimicrobianos na medicina humana e veterinária pode
proporcionar um aumento das resistências bacterianas aos antimicrobianos, tendo em vista
que são fracamente absorvidos pelo organismo humano ou animal e excretados inalterados
nas fezes e urina, podendo ser eliminados em esgotos e águas residuais e posteriormente,
serem lançados nos corpos hídricos (Rusu et al. 2015; Titilawo et al. 2015). As indústrias
farmacêuticas, por exemplo, são fontes de poluição, devido ao mau gerenciamento dos
resíduos, apesar da existência de leis que regulamentam as condições e padrões de lançamento
de efluentes (Rusu et al. 2015).
Na aquicultura, a utilização de antimicrobianos tem sido difícil de avaliar, devido ao
grande tamanho e extensão desta prática e ao rápido desenvolvimento global, sendo
considerada problemática em países onde o controle é menos rigoroso ou não existe. Os
antimicrobianos estão principalmente associados aos alimentos, no qual são utilizados como
fatores de crescimento para os pescados, e consequentemente entram no ambiente aquático
com aproximadamente 80% da sua atividade intacta (Cabello et al. 2013; Xiong et al. 2015).
Na agropecuária, os antibióticos são utilizados sem controle, como fatores de crescimento
animal (Ronquillo & Hernandez 2017).
De acordo com Manaia et al. (2016), o ciclo da água para consumo urbano
compreende a coleta, transporte e tratamento de esgoto com seus efluentes descartados no
meio ambiente. Este ciclo cria definições hipotéticas da forma de transferência de resistência
aos antibióticos entre seres humanos, entre o ambiente e vice-versa. Criando oportunidades
durante a captação de água, em fontes superficiais ou subterrâneas, para o surgimento natural
de bactérias resistentes.
20
Quando se faz o tratamento da água e dos efluentes para o consumo, podem ser
eliminadas as bactérias com genes de resistência. Entretanto, durante o transporte dessa água
tratada, para abastecimento público, pode ocorrer o aumento da resistência das bactérias ali
presentes, devido à capacidade de formar biofilmes. Em um estudo de Manaia et al. (2016),
foram coletadas amostras de água dos efluentes, encontrando o maior influxo de poluentes
que são lançados no meio ambiente, propiciando uma pressão seletiva nas bactérias
resistentes.
Algumas ações podem ser providenciadas, reunindo a comunidade científica e
entidades políticas para controlar a disseminação da resistência aos antibióticos. Entre elas
estão, o estabelecimento de diretrizes para amostragem e padronização das análises para
mensurar a resistência aos antibióticos, realizar a caracterização de amostra em relação à
matéria orgânica, contaminantes e outros fatores, desenvolver estudos multifatoriais,
desenvolver epidemiologia molecular e ferramentas de bioinformática para modelagem da
avaliação da resistência a antibióticos, ter persistência, ubiquidade e estudar as vias de
disseminação (Manaia et al. 2016).
Comparando o microbioma ambiental e humano com relação a risco de transferência
da resistência aos antibióticos, definem-se níveis máximos admissíveis de bactérias resistentes
a antibióticos, essenciais em águas residuais e antes da sua descarga no meio ambiente
receptor. Desenvolvendo dessa forma, tratamento avançado de efluentes e criação de base de
dados públicos, cujos processos são de baixo custo, ambientalmente sustentáveis e
tecnicamente viáveis (Manaia et al. 2016).
A detecção de bactérias resistentes aos antimicrobianos em ambientes aquáticos pode
ser usada como um bioindicador para monitorar o grau de poluição ambiental (Al-Bahry et al.
2014), sendo então uma boa alternativa para monitorar a poluição nos dois principais
ambientes aquáticos na Região Metropolitana de Goiânia. O estudo destas bactérias pode
ajudar a compreender o seu papel como potencial reservatório e doador de resistência para
outras bactérias patogênicas, bem como avaliar o risco ecológico para a saúde ambiental
(Marti et al. 2014; Vaz-Moreira et al. 2014; Vaz-Moreira et al. 2015).
De acordo com Laffite et al. (2016), muitos estudos, têm sido realizados para
identificar e quantificar os genes de resistência em diferentes compartimentos ambientais em
todo o mundo e tentar explicar o papel dos ecossistemas aquáticos como reservatórios de
resistência aos antibióticos. A maioria destes estudos formulou recomendações e hipóteses,
incluindo sugestão de pesquisas adicionais em diferentes regiões, de acordo com a fonte de
21
água, prática de gestão de águas residuais, situação econômica e aspectos socioculturais da
população e condições climáticas, que podem alterar as relações encontradas entre resistência
e ambiente.
Quando se refere à resistência aos antimicrobianos no meio ambiente e nas áreas
urbanizadas, os rios atuam como reservatórios de bactérias multidroga resistentes, facilitando
a transmissão para animais e seres humanos (Turano et al. 2016).
22
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar o nível de poluição existente e o impacto na saúde ambiental em amostras de
água superficial do Rio Meia Ponte.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Verificar se os parâmetros físico-químicos das amostras de água superficial do Rio Meia
Ponte estão de acordo com a legislação brasileira vigente;
Avaliar a ecotoxicidade das amostras de água superficial do Rio Meia Ponte, definindo
o grau de citotoxicidade, mutagenicidade e toxicidade;
Quantificar a contaminação microbiológica, pelo grupo dos coliformes, nas amostras de
água coletadas;
Identificar as bactérias isoladas presentes nas amostras de água do Rio Meia Ponte;
Verificar a existência de resistência aos antimicrobianos testados em bactérias presentes
nas amostras de água do Rio Meia Ponte;
Examinar se existe influência dos períodos seco e chuvoso, nos indicadores de
contaminação utilizados neste estudo;
Averiguar o nível de conhecimento da população da região de Goiânia e entorno sobre
poluição aquática do Rio Meia Ponte.
23
4 MÉTODOS
4.1 LOCAL DE ESTUDO
A área deste estudo foi a montante da bacia do Rio Meia Ponte – GO, entre as cidades
de Inhumas e a divisa entre Goiânia e Aparecida de Goiânia, em seis pontos amostrais
(Quadro 4, Figura 5 e 6).
Quadro 4 – Localização, referência e coordenadas dos pontos amostrais no Rio Meia Ponte - Goiás.
Ponto Localização Ponto de referência Latitude Longitude
P01 Divisa Goiânia – Aparecida de
Goiânia – Senador canedo Setor Buenos Aires 16°47'45,6''S 49°09'45,5''O
P02 Goiânia GO – 0403 16°40'27,0''S 49°11'49,6''O
P03 Goiânia Rua um dez – Setor Urias Magalhaes 16°38'20,4''S 49°15'51,4''O
P04 Goiânia
Setor São Domingos, ETA*
Engenheiro Rodolfo José da Costa e
Silva
16°34'11,4''S 49°19'45,4''O
P05 Brazabrantes Rua José A. Machado, GO – 420 16°26'00,0''S 49°23'43,9''O
P06 Inhumas Rua Um, Município de Inhumas 16°20'19,7''S 49°29'43,5''O
*ETA: Estação de Tratamento de Água. Fonte: Próprio autor.
Figura 5 – Georreferenciamento dos pontos amostrais no Rio Meia Ponte – Goiás. Escala de 1cm = 150m
aproximadamente. Fonte: foto gerada na plataforma ArcGIS pelo autor (acessada no dia 10 de maio de 2016).
24
Figura 6 – Pontos amostrais no Rio Meia Ponte, entre as cidades de Inhumas e Aparecida de Goiânia – Goiás.
Fonte: foto gerada na plataforma ArcGIS pelo autor (acessada no dia 10 de maio de 2016).
4.2 COLETA E TRANSPORTE DAS AMOSTRAS
A coleta e preservação das amostras seguiram o Guia Nacional de coleta e preservação
de amostras: água, sedimento, comunidades aquáticas e efluentes líquidos (CETESB 2011).
Foram utilizados frascos esterilizados de vidro, destinados aos testes ecotoxicológicos e de
polietileno, para os demais testes. O volume amostral foi de aproximadamente, quatro litros
de água por ponto e a profundidade de coleta de água superficial foi aproximadamente 40 cm
da margem do rio e 20 à 30 cm de profundidade. Sendo coletadas 1 L de água bruta
superficial para testes de ecotoxicidade, 100 mL para teste microbiológico e 1,9 L para testes
25
físico-químicos, dos quais 1 L foi destinado para análise de compostos inorgânicos e 1 L para
os demais testes.
Após as coletas, os frascos foram tampados e acondicionados em caixas térmicas com
gelo e transportados ao Laboratório de Microbiologia Ambiental e Biotecnologia do Instituto
de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás, onde foram
armazenados em refrigeração a 4ºC. O tempo máximo de processamento foi de até 24 horas
para as análises microbiológicas e físico-químicas, no máximo sete dias para análises de
ecotoxicidade e até seis meses, com adição de ácido nítrico como conservante, para análise
dos compostos inorgânicos.
Foram realizadas quatro coletas, sendo duas no período chuvoso e duas no período
seco. Foi anotado o horário de coleta para cada ponto.
4.3 DESCRIÇÃO E CARACTERÍSTICAS DOS PONTOS DE COLETA
Os aspectos visuais com relação às características da água e do ambiente foram
observados e anotados no momento de cada coleta. O horário, data, precipitação
pluviométrica, temperatura máxima e umidade relativa do dia, foram aferidos de acordo com
a plataforma de dados do Instituto Nacional de Meteorologia e o Centro de Previsão de
Tempo e Estudos Climáticos.
4.4 PROCEDIMENTOS ANALÍTICOS FÍSICO-QUÍMICOS DAS AMOSTRAS
As análises físico-químicas foram realizadas no Laboratório de Análise de Água da
Escola de Engenharia Ambiental e Sanitária da Universidade Federal de Goiás e no
Laboratório Central de Água da SANEAGO/AS, no Setor de Análise de Metais.
4.4.1 Temperatura
A temperatura da água foi verificada por meio de um termômetro colocado
diretamente no curso do Rio Meia Ponte, no momento da coleta. Esperou-se dois minutos
com o aparelho mergulhado em aproximadamente 20 cm de água e anotou-se a temperatura,
em graus Celsius, em cada ponto amostral (APHA 2012).
4.4.2 pH
O pH das amostras de água coletadas foi aferido por meio de pHmetro de bancada
(microprocessado) MPA-210, em laboratório (APHA 2012).
26
4.4.3 Turbidez
A turbidez das amostras de água foi analisada por meio do aparelho turbidímetro
Ap200 – PoliControl Instrumentos Analíticos. Os resultados foram liberados em Unidades
Nefelométricas de Turbidez (NTU), que mede a transparência com base na medição da luz
difusa (90º) (APHA 2012).
4.4.4 Condutividade
A condutividade foi aferida por meio do aparelho condutivímetro microprocessado de
bancada – HMCDB-150. Os resultados foram liberados em siemens por centímetro (µS/cm)
(APHA 2012).
4.4.5 Matéria orgânica ou oxigênio dissolvido
A análise de oxigênio consumido ou matéria orgânica foi realizada pela técnica de
permanganometria em meio ácido (reação de oxidação por parte do permanganato de potássio
em meio ácido), seguindo as recomendações de Baccan et al. (1979) e APHA (2012). Foram
agitados vigorosamente 100 mL das amostras de água bruta e colocadas em um erlenmeyer.
Posteriormente, foram adicionados 3 mL de ácido sulfúrico (H2SO4) na diluição 1:3 e mais 3
mL de permanganato de potássio (KMnO4), na concentração de 0,0125 N. Em seguida, as
amostras foram aquecidas em chapa aquecedora e após 15 minutos de fervura, as amostras
foram resfriadas. Durante o aquecimento, algumas amostras apresentaram descoloramento.
Neste caso, adicionou-se mais 1mL de KMnO4 na concentração de 0,0125 N. Após o
resfriamento, adicionou-se oxalato de amônio (C2H8N2O4), na concentração de 0,0125 N. O
volume de C2H8N2O4 utilizado foi o volume total de KMnO4 acrescido anteriormente.
Imediatamente, foi realizada a titulação, em bureta, com solução de KMnO4 na concentração
de 0,0125 N. O cálculo dos resultados de oxigênio consumido ou matéria orgânica foi feito
segundo a equação abaixo:
MO = V . Fc (1)
Onde:
MO = matéria orgânica ou oxigênio consumido, unidade de medida mg/L
V = volume da solução de KMnO4 na concentração de 0,0125 N gasto na titulação (em mL).
Fc = fator de correção da solução de KMnO4
27
4.4.6 Compostos inorgânicos
Para a análise de compostos inorgânicos dissolvidos, foi realizada, primeiramente uma
filtragem, seguida de acidificação por ácido nítrico (HNO3), na proporção de 100 mL de água
para 0,8 mL de HNO3. Já para a análise de compostos inorgânicos totais, foi realizada apenas
acidificação por HNO3, na proporção de 500 ml de água pra 0,5 mL de HNO3. Estas amostras
foram digeridas pela adição do ácido citado e pré-concentradas, em manta aquecedora,
reduzindo o volume dez vezes, para maior precisão da quantificação pelo aparelho de análise.
Após as análises, os cálculos estequiométricos foram realizados.
Para a quantificação dos compostos inorgânicos utilizou-se o aparelho 710-ES
Inductivey Coupled Plasma-Optical Emission Spectrometers (ICP-OES) – VARIAN, operado
pela SANEAGO/AS, de acordo com as recomendações do fabricante (APHA 2012). Foram
quantificados os 17 compostos inorgânicos: alumínio, bário, berílio, cádmio, chumbo,
cobalto, cobre, cromo, ferro, fósforo, lítio, manganês, níquel, prata, urânio, vanádio e zinco.
4.5 ENSAIOS DE ECOTOXICIDADE
Para avaliar o potencial tóxico das amostras de água, foram utilizados dois organismos
testes, Artemia salina e Allium cepa (cebola). No qual o ensaio com A. salina foi realizado no
Laboratório de Microbiologia Ambiental e Biotecnologia da Universidade Federal de Goiás.
E o teste com A. cepa ocorreu na Universidade Estadual de Goiás (UEG), no campus
Morrinhos, no Laboratório de Biologia Celular.
4.5.1 Ensaio de toxicidade com Artemia salina
Para os ensaios de ecotoxicidade com A. salina, utilizou-se a metodologia proposta por
Meyer et al. (1982), com modificações propostas por Azevedo et al. (2004), complementada
pelas normas da CETESB L5.019 (1990) e L5.012 (1991), que trata da utilização dos testes de
toxicidade no controle de efluentes líquidos e da execução dos ensaios ecotoxicológicos
usando A. salina.
4.5.1.1 Obtenção dos náuplios de Artemia salina
Os cistos de A. salina foram adquiridos em estabelecimentos comerciais de Goiânia –
GO e colocados em uma solução salina. Esta solução foi preparada pela adição de 3,5% (m/v)
de sal marinho em 1 L de água mineral natural não sendo necessário a esterilização. Após, foi
28
colocada em um sistema de aeração e incubação em estufa a 25°C, com foto-período de 23 e
50 min de exposição à luz, com intervalos de 10 min no escuro. A este sistema foram
adicionados 30 mg de cistos, o qual foi incubado por um período de 48 horas. Após a eclosão
dos náuplios, a aeração foi cessada e o sistema mantido em repouso por 15 min. Este tempo
foi necessário para a deposição dos cistos não eclodidos e das cascas dos que eclodiram. Os
náuplios viáveis foram então recolhidos por escoamento da solução e utilizados no ensaio de
ecotoxicologia.
4.5.1.2 Teste toxicológico com Artemia salina
Para o teste de toxicidade foram utilizados 10 náuplios de A. salina em cada tubo
contendo na concentração de 100%, 50%, 25% e 12,5% das amostras de água bruta a serem
analisados. Os respectivos volumes foram completados com água destilada. Os tubos com os
inóculos foram incubados em câmera de germinação, com luminosidade constante,
temperatura de 30ºC, por 24 horas. O teste foi realizado em triplicada e após o período de
incubação, o número de náuplios mortos ou imóveis foi contabilizado para determinação da
porcentagem de mortalidade das larvas em cada concentração avaliada, segundo a equação
abaixo:
Porcentagem de Mortalidade = (no de mortos ou imóveis/ n
o total de Artemia salina) x 100 (2)
4.5.2 Sistema teste Allium cepa
Bulbos de cebola orgânica foram adquiridos no comércio local. As escamas externas
secas foram retiradas sem prejudicar a área radicular e o parênquima central da coroa de
brotamento também foi retirado, por incisão circular, para aumentar a absorção e a
uniformidade do brotamento e crescimento das raízes. Estes bulbos foram lavados em água
corrente por cerca de 20 minutos. Cuidadosamente, as raízes dos bulbos foram colocadas em
exposição com as amostras, em vasilhas de vidro cobertas, para evitar a entrada de luz, de
forma que apenas o parênquima central da coroa de brotamento ficasse em contato com as
amostras. Para cada amostra analisada, foram usados cinco bulbos de cebolas e o controle
negativo foi realizado da mesma maneira, utilizando água destilada. As raízes dos bulbos
foram colocadas em contato com as amostras por sete dias, para o crescimento. Os volumes
absorvidos das amostras de água durante o crescimento das raízes foram completados com as
29
respectivas amostras, que estavam armazenadas a 4 ºC. Este procedimento foi realizado
diariamente (Kruger 2009; Cuchiara et al. 2012).
Após o crescimento, as raízes imersas nas amostras foram medidas e em seguida
fixadas em solução de Carnoy (ácido acético e álcool etílico, na concentração de 3:1) por 12
horas. Após fixação, as raízes foram lavadas em água destilada por cinco minutos e realizada
a coloração em lâminas. Para tanto, as raízes foram coradas em corante orceína acética, na
diluição de orceína 2% e ácido acético a 45%. As pontas das raízes foram cortadas e
aquecidas por um minuto, em contado com o corante. Em seguida, as raízes foram colocadas
em lâminas, cobertas por lamínulas e uma gota do corante orceína acética foi adicionada entre
lâmina e lamínula, e posteriormente, a raíz foi esmagada por pressão suave. A observação das
lâminas foi realizada em microscópio óptico, com objetiva de 100x, procedendo à contagem
de 5.000 células, observando os índices mitóticos e as alterações cromossômicas e mitóticas
(Ribeiro et al. 2012; Dias 2014).
O cálculo do índice mitótico (IM) e do índice de aberrações cromossômicas e
nucleares (IACN) ocorreu de acordo com as equações abaixo:
IM = nº de células em mitose x 100 ÷ nº total de células observadas (3)
IACN = nº de células alteradas x 100 ÷ nº total de células observadas (4)
4.6 ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS
As análises microbiológicas foram realizadas no Laboratório de Microbiologia
Ambiental e Biotecnologia da Universidade Federal de Goiás e no Laboratório de
Fenotipagem e Biotecnologia de Micro-organismos também na Universidade Federal de
Goiás.
4.6.1 Técnica dos tubos múltiplos
Para analisar a presença de contaminação bacteriana nas amostras de água bruta de
superfície do Rio Meia Ponte, realizou-se a técnica de tubos múltiplos para determinar e
quantificar o “número mais provável” (NMP) de bactérias do grupo coliformes, conforme
APHA (2012).
As amostras de água foram homogeneizadas e alícotas de 1 mL, 100 µL e 10 µL foram
transferidas para tubos individuais, contendo 10 mL de caldo lactosado com tubo de Durhan
30
invertido, sendo que para cada amostras procedeu um serie de 5 tubos para cada volume das
alíquotas. Em seguida os tubos foram incubados a 44 ºC por 48 horas. Posteriormente, foi
verificado o crescimento bacteriano por turbidez do meio e formação de gás nos tubos de
Durhan. Das amostras que apresentaram bactérias fermentadoras, foram transferidas alíquotas
de 100 µL para tubo contendo caldo verde brilhante e 100 µL para caldo EC (Escherichia
coli), ambos com tubo de Durhan invertidos. O caldo verde brilhante foi incubado a 37 ºC por
48 horas e o caldo EC, a 44ºC por 48 horas. As amostras positivas para fermentação no caldo
verde bilhante sugere a presença de coliformes totais e no caldo EC, presença de Escherichia
coli. Os resultados obtidos foram interpretados conforme a tabela de NMP de água da APHA
(2012).
4.6.2 Isolamento bacteriano
As amostras positivas nos caldos lactosado foram semeadas em ágar nutriente, tendo
sido incubadas em aerobiose, a 37 ºC, por 24 horas. Posteriormente, as colônias foram
isoladas em ágar nutriente novamente, incubadas nas mesmas condições para obtenção de
colônias puras pelo método de esgotamento em placa. Estes isolados foram então cultivados
em caldo nutriente, armazenados em glicerol 20% e estocados em duplicatas e armazenados
em freezer a -80 ºC.
4.6.3 Identificação bacteriana
Para identificação bacteriana foi realizada a caracterização morfocolonial,
morfotintorial e testes bioquímicos para identificação em gênero/espécie. Sendo realizada de
acordo com o Manual de Microbiologia Clínica para Controle de Infecção Relacionada à
Assistência à Saúde, Módulo 6: Detecção e identificação de bactérias de importância médica
(Brasil 2013).
4.6.4 Teste de antibiograma
Para determinar o perfil de suscetibilidade aos antimicrobianos dos isolados
bacterianos, foi utilizado o teste de disco-difusão em ágar Mueller-Hinton. As amostras foram
cultivadas em ágar nutriente, com 24 horas de crescimento. Após, realizou-se a suspensão
direta das colônias em solução salina a 0,85% e ajustou-se a turbidez à escala 0,5 de
McFarland. Um swab foi então mergulhado na suspensão bacteriana e o inóculo foi semeado
uniformemente, em placa de Petri, contento ágar Mueller-Hinton. Em seguida, um conjunto
31
de discos de antimicrobianos foi distribuído sobre a superfície do ágar, de forma equidistante.
As placas foram incubadas em estufa a 35ºC, por 24 horas e posteriormente, foi realizada a
leitura medindo-se os halos de inibição. Os discos de antimicrobianos foram escolhidos de
acordo com a disponibilidade dos mesmos e de acordo com o gênero bacteriano. O
procedimento ocorreu de acordo com o Standardization of Sensitivity Tests Antimicrobials by
Disk-diffunsion: Norm Approved (Wilder et al. 2005) e a interpretação dos resultados e os
antimicrobianos utilizados foi de acordo com o Performance Standards for Antimicrobial
Susceptibility Testing (CLSI 2016).
4.7 QUESTIONÁRIO AVALIATIVO
Foi realizada uma pesquisa do tipo descritivo quantitativa na forma de questionário
estruturado de pesquisa de opinião (Apêndice I), para avaliar o conhecimento da população
sobre poluição aquática do Rio Meia Ponte.
4.7.1 Área do estudo e sua População
A área do estudo consistiu nas cidades da Região Metropolitana de Goiânia,
principalmente nas cidades de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Brazabrantes, Inhumas e
Senador Canedo.
A população deste estudo foi calculada com base na soma das populações estimada
destas cidades para 2015, da área do estudo, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE). O cálculo da amostragem significativa para um intervalo de confiança de
95% foi estimado no EPI INFO em aplicar com base numa população homogênea e foi
estabelecida a aplicação de 385 questionários. Sendo o estudo delimitado para população
maior ou igual há 18 anos.
4.7.2 Entrevista
As entrevistas ocorreram em centros de convivência, como praças, centros comerciais
e entre ribeirinhos do Rio Meia Ponte. Também ocorreram entrevistas em locais próximos as
indústrias que utilizam o Rio Meia Ponte de forma direta ou indireta, seja pra captação,
descarte de resíduos ou possíveis poluidores.
Foi realizada a abordagem das pessoas, inicialmente realizou-se o esclarecimento da
pesquisa e em seguida, foi perguntado se elas concordavam em participar da pesquisa.
Posteriormente, foi aplicado o questionário de forma oral e informal. Não foi utilizado nem
32
um tipo de filmagem, fotografia ou gravação. Outras formas de entrevista ocorreram
utilizando a prática da amostragem em bola de neve, no qual cadeias de referência foram
adotadas por indicação de possíveis entrevistados que possui contato direto com o Rio Meio
Ponte e estas foram aplicadas o questionário estruturado.
4.7.3 Aspectos éticos
O projeto foi submetido ao comitê de ética e pesquisa (CEP) – da UFG, seguindo os
preceitos descritos na resolução nº 466/2012 – Conselho Nacional de Saúde e aprovado, sobe
o parecer número 1.713.835 (Anexo I). Foi direcionado o TCLE (Termo de Consentimento
Livre Esclarecido- apêndice II), para todos os entrevistados.
4.8 ESTATÍSTICA
Foi utilizado o programa STATISTICA versão 7.0, software EPI INFO versão 7.0 e
Microsoft Excel 2010 para análise estatística dos resultados. Sendo adotado o intervalo de
confiança de 95% com p-value < 0,05.
Para análise dos resultados físico-químicos foram utilizados estatística descritiva,
correlação de Pearson, Krustal-Wallis Test e gráficos. Para realizar a estatística dos dados do
teste Artemia salina, utilizou-se porcentagem da taxa de mortalidade. Os dados obtidos do
sistema teste Allium cepa, foram processados e analisados por meio de estatística descritiva,
gráficos, Turkey test e Kruskal-Wallis test. Já para os resultados microbiológicos, foi utilizada
a frequência e porcentagem, além da criação de gráficos. Para as análises dos questionários,
foi utilizado o software EPI INFO versão 7.0, no qual todas as respostas foram digitalizadas e
uma análise de frequência relativa foi realizada e os gráficos foram gerados.
33
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
. O estudo abrangeu aproximadamente 121 km de extensão do Rio Meia Ponte,
passando pelos municípios de Senador Canedo, Aparecida de Goiânia, Goiânia, Santo
Antonio de Goiás, Goianira, Brazabrantes e Inhumas – Goiás. Ao longo desta extensão, foram
delimitados seis pontos amostrais na montante da Bacia do Rio Meia Ponte.
Ao longo do trabalho, foi possível observar que a utilização dos recursos hídricos do
Rio Meia Ponte é intensa, com diversas finalidades como abastecimento público, geração de
energia, pecuária, piscicultura, irrigação e extrativismo, sendo importante para a economia do
Estado de Goiás. Este rio vem recebendo grande carga de poluição devido ao crescimento
populacional e urbano, desenvolvimento industrial e agropecuário, o que resulta em grande
desequilíbrio e prejudica a vida aquática, ambiente e população. Segundo Barbosa & De
Fátima Oliveira (2015) o crescimento da capital, Goiânia, vem poluindo o Rio Meia Ponte e
com isso, a população goiana corre o risco de perder seu patrimônio ambiental e também uma
fonte de sobrevivência.
Com base no propósito do uso da água do Rio Meia Ponte, adotou-se como referência
a classificação de corpos de água doce, classe 2, do CONAMA nº357/2005. Assim como já
classificado por Carvalho & Siqueira (2011) e Fagundes (2016). Sendo destinada ao
abastecimento público com tratamento convencional, manutenção da vida aquática, recreação
com contato primário, irrigação e atividade de pesca.
5.1 DESCRIÇÃO E CARACTERÍSTICAS DOS PONTOS DE COLETA
Os parâmetros de data, hora, precipitação pluviométrica, temperatura máxima e
umidade relativa estão demonstrados na tabela 1. Estes parâmetros foram descritos para
demonstrar como se encontrava o ambiente de coleta das amostras de água superficiais do Rio
Meia Ponte.
34
Tabela 1 – Dados referentes, o horário, data, precipitação pluviométrica, temperatura máxima e umidade relativa
do dia que foi coletado as amostras de água bruta superficial do Rio Meia Ponte.
Coletas Horário da coleta Data da coleta
Precipitação pluviométrica
(mm) Umidade
relativa no dia
da coleta (%) Dia anterior Dia da coleta
Coleta 1 – período
seco
P01 as 07:10h
22/08/2015 00 00 31,25
P02 as 08:50h
P03 as 09:50h
P04 as 11:00h
P05 as 12:30h
P06 as 13:40h
Coleta 2 – período
chuvoso
P01 as 07:30h
02/12/2015 40-50 00 62
P02 as 08:20h
P03 as 09:00h
P04 as 09:40h
P05 as 10:10h
P06 as 11:00h
Coleta 3 – período
chuvoso
P01 as 09:15h
17/02/2016 20-30 00 62,25
P02 as 10:30h
P03 as 11:05h
P04 as 12:45h
P05 as 13:40h
P06 as 14:20h
Coleta 4 – período
seco
P01 as 08:30h
05/09/2016 00 00 32,5
P02 as 09:10h
P03 as 10:00h
P04 as 10:45h
P05 as 12:20h
P06 as 13:40h
Fonte: do próprio autor e do INMET e CPTEC.
O Estado de Goiás apresenta duas estações climáticas bem definidas, chuvosa
(outubro-abril) e seca (maio-setembro) (Goiás, 2016). Foram realizadas duas coletas para cada
período climático do Estado de Goiás com o intuito de ter uma amostragem dos parâmetros
analisados. Além de que os dados de precipitação pluviométrica e umidade relativa
comprovam as características de cada período seco e chuvoso. Nos dias das coletas e
respectivos dias anteriores dos períodos de seca, coleta 1 e 4 houve um período de estiagem, e
nas coletas 3 e 4 do período chuvoso, sempre precedeu no dia anterior das coletas realizadas
uma chuva, demonstrada pela precipitação. No dado fornecido de unidade relativa também se
observa que no período seco a umidade estava baixa e no período chuvoso esta umidade
aumentou 95,67%, demonstrando assim características de cada período de coleta.
No momento da coleta, foi realizada uma visualização panorâmica dos pontos
amostrais, sendo possível verificar as possíveis fontes de poluição antropogênica e destruição
do meio ambiente.
35
No ponto P01, localizado no Setor Buenos Aires, na divisa do município de Goiânia,
Senador Canedo e Aparecida de Goiânia, observou-se nos arredores uma fazenda,
acampamentos, indústrias da construção civil, animais, erosão e canalização para escoamento
de água da chuva. Visualmente, o aspecto da água apresentou-se diferente entre as quatro
coletas realizadas, onde na primeira (coleta período seco – agosto/2015) foi observado que a
água estava límpida, mas com presença de espuma, na segunda e terceira (coleta período
chuvoso – dezembro/2015 e fevereiro/2016), apresentava-se turva e com espuma e na quarta
(coleta período seco – setembro/2016) barrenta e acinzentada demonstrando alguma
contaminação diferente na água (Figura 7).
Figura 7– Aspecto visual do ponto amostral P01, no Rio Meia Ponte – Goiás. Coleta 1, 2, 3 e 4 respectivamente.
Setas demonstrando os pontos a serem chamados a atenção como erosão, aspecto visual da água, ausência de
mata ciliar. Fonte: Próprio autor.
O ponto P02 localizava-se em um bairro de Goiânia, Jardim Califórnia, nas
proximidades foi possível observar ausência de mata ciliar. Visualmente a água na coleta 1
(período seco – agosto/2015) apresentava-se parada, devido ao pouco fluxo, pois a
amostragem foi realizada no período de seca. Também foi possível detectar a presença de
36
resíduos sólidos flutuantes e cheiro ruim. Na coleta 2 (período chuvoso – dezembro/2015), a
água do rio já possuía maior fluxo, mas encontrava-se turva. Na coleta 3 (coleta período
chuvoso – ferevereiro/2016), foi possível observar a presença de espuma e bastante turbidez
da água. Já na coleta 4 (período seco – setembro/2016) o fluxo de água estava pouco, com
aspecto turvo e esverdeado e o local estava com cheiro ruim (Figura 8).
Figura 8 – Aspecto visual do ponto amostral P02, no Rio Meia Ponte – Goiás. Coleta 1, 2, 3 e 4,
respectivamente. Setas demonstrando os pontos a serem chamados a atenção como erosão, aspecto visual da
água, ausência de mata ciliar e urbanização. Fonte: Próprio autor.
No ponto P03, localizado no Setor Urias Magalhães em Goiânia, foi possível
visualizar ductos de liberação de água residual da SANEAGO, ausência de mata ciliar e
moradias próximas ao leito do rio. Na coleta 1 (período seco – agosto/2015), visualmente a
água estava levemente turva, com cheiro ruim e haviam pessoas recolhendo areia do rio. Na
coleta 2 (período chuvoso – dezembro/2015), a água estava turva e com grande quantidade de
lixo próximo ao leito. Na coleta 3 (coleta período chuvoso – ferevereiro/2016), a deposição de
lixo próximo ao rio continuava e foi observada também, grande quantidade de lixo e fezes
37
flutuando no corpo do rio. Já na coleta 4 (período seco – setembro/2016) , a água estava com
aspecto esverdeado e foi observado pessoas recolhendo areia do leito do rio, causando assim
degradação ambiental (Figura 9).
Figura 9 – Aspecto visual do ponto amostral P03, no Rio Meia Ponte – Goiás. Coleta 1, 2, 3 e 4,
respectivamente. Setas demonstrando os pontos a serem chamados a atenção como erosão, aspecto visual da
água, ausência de mata siliar e urbanização. Fonte: Próprio autor.
O ponto P04 refere-se ao local de captação de água para abastecimento público da
cidade de Goiânia. Na coleta 1 (período seco – agosto/2015), a água estava mais límpida em
comparação com os outros pontos e observou-se grupos de pessoas praticando atividades
recreativas. Na coleta 2 (período chuvoso – dezembro/2015), a água já se encontrava turva e
com presença de pescadores nas margens do rio. Na coleta 3 (coleta período chuvoso –
ferevereiro/2016), a água estava turva, com presença de espuma e novamente, com pescadores
às margens do rio. Já na coleta 4 (período seco – setembro/2016), observou-se que a água
estava límpida, com espuma e a quantidade de água tinha diminuído em relação as outras
coletas (Figura 10).
38
Figura 10 – Aspecto visual do ponto amostral P04, no Rio Meia Ponte – Goiás. Coleta 1, 2, 3 e 4,
respectivamente. Setas demonstrando os pontos a serem chamados a atenção como captação de água pela
SANEAGO para abastecimento público, aspecto visual da água, pescador e lixo. Fonte: Próprio autor.
No ponto P05, localizado aproximadamente a 1 km do município de Brazabrantes, foi
observado encanamento de captação de água para abastecimento de uma fazenda nas
proximidades, bem como escoamento de água oriunda da mesma. Foi observada também,
presença de animais, plantação de arroz e pastagem. Na coleta 1 (período seco – agosto/2015),
a água encontrava-se turva, tendo sido observado pessoas praticando atividades recreativas à
beira do rio. Nas coletas 2 (período chuvoso – dezembro/2015) e 3 (coleta período chuvoso –
ferevereiro/2016), a água continuava turva, sendo que na última ainda foi observada a
presença de pescadores. Já na coleta 4 (período seco – setembro/2016), foi observado que a
água estava límpida mas com um grau esverdeado e também possui um grau de erosão
(Figura 11).
39
Figura 11 – Aspecto visual do ponto amostral P05, no Rio Meia Ponte – Goiás. Coleta 1, 2, 3 e 4,
respectivamente. Setas demonstrando os pontos a serem chamados a atenção como aspecto visual da água,
pastagem, ausência de mata ciliar e pescador. Fonte: Próprio autor.
Finalmente, no ponto P06, localizado no município de Inhumas, observou-se uma
grande erosão e ausência de mata ciliar, bem como pasto, animais e casas nas proximidades.
Na coleta 1 (período seco – agosto/2015), foi observado que a água encontrava-se menos
turva em comparação com as coletas 2 (período chuvoso – dezembro/2015) e 3 (coleta
período chuvoso – ferevereiro/2016) e a prática de atividades recreativas foi observada nas
três coletas. Já na coleta 4 (período seco – setembro/2016), a água estava esverdeada e um
alto grau de erosão foi detectado (Figura 12).
40
Figura 12 – Aspecto visual do ponto amostral P06, no Rio Meia Ponte – Goiás. Coleta 1, 2, 3 e 4,
respectivamente. Setas demonstrando os pontos a serem chamados a atenção como aspecto visual da água,
erosão, ausência de mata ciliar, urbanização e pessoas nadando. Fonte: Próprio autor.
Com a avaliação dos aspectos visuais foi possível comprovar que o Rio Meia Ponte é
de grande importância para a população do Estado de Goiás, fonte de captação de água para
abastecimento público, lazer e pesca, importante para irrigação, abastecimento de animais e
descarte de águas residuais. Diante das quatro coletas realizadas, foi possível observar
algumas diferenças com o passar do tempo nos pontos analisados, como destruição da mata
ciliar em volta do leito do Rio Meia Ponte, erosão, acúmulo de lixo e aproximação da cidade
devido ao crescimento urbano.
Nas cidades do Brasil é perceptível um padrão de construções e cidades junto a leitos
de rios, para facilitar a obtenção de água (Mucelin & Bellini 2008), isso foi observado no
nosso estudo, onde várias moradias foram observadas a poucos metros de distância do leito do
Rio Meia Ponte. Esta aproximação das cidades com o rio favorece a poluição por lixo urbano,
o que foi observado principalmente nos pontos de coleta P01, P02 e P03.
A falta de mata ciliar nos pontos de coletas observados podem causar diversos efeitos
maléficos para o meio ambiente e aquático. As matas ciliares são barreiras naturais para os
41
rios, protegendo da erosão, sedimentação, assoreamento e contaminação, elas também
reduzem o fluxo e transporte de sedimentos no rio, modelam as temperaturas, alteram as
condições biológicas e de biodiversidade. Desta maneira as matas ciliares regulam os
processos hidrológicos e podem afetar assim a quantidade e qualidade da água, como as
características químicas, físicas e biológicas da água (Souza et al. 2013; Celentano et al.
2017). Então, nos pontos deste estudo observados que possuem erosão e a falta de mata ciliar,
pode se implicar que estes fatores diminuíram a quantidade e qualidade da água do Rio Meia
Ponte.
Silva Neto et al. (2015), relatam em seu estudo, a importância do Rio Meia Ponte,
principalmente para fornecimento de água, e comprovam que a degradação ocorrida na bacia
do Rio Meia Ponte é gerada por ações antrópicas e o crescimento acelerado das cidades sem
planejamento, causando assim destruição ambiental nesta área. Nosso estudo também chega a
estas conclusões devido às circunstâncias observadas nos pontos de coleta. Além do que
devem ser consideradas, ainda que os impactos ocorridos em ambiente aquático são
resultantes de diversas ações, tanto isoladas como sucessivas, no qual as atividades humanas
são a principais responsáveis (Oliveira & Melo 2007). Na área da bacia do Rio Meia Ponte
isso não é diferente, sendo a ação antrópicas a principal responsável pela degradação
ambiental.
Devido a grande utilização observada nos pontos de coletas do Rio Meia Ponte, sendo
esta utilização pela ação do homem de maneira errônea, pode dizer que o Rio Meia Ponte
encontrasse em constante degradação e por isso medidas de proteção e fiscalização devem ser
tomadas. Assim como o estudo de Rubin (2002), nosso estudo sugere que a população e o
poder público têm que de adotar medidas rígidas de proteção de um patrimônio essencial à
vida, a Bacia do Rio Meia Ponte. Sendo que caso, se nenhuma medida for adotada e colocada
em prática, corremos o risco de ficar sem este bem tão precioso para o Estado de Goiás.
5.2 ANALISE FÍSICO-QUÍMICA DA ÁGUA BRUTA
De acordo com as análises realizadas na água bruta superficial dos pontos de coleta do
Rio Meia Ponte estão os parâmetros físico-químicos de temperatura, pH, turbidez,
condutividade e matéria orgânica estão demonstrados na tabela 2.
Foi observado um aumento progressivo da temperatura entre as coletas 1, 2 e 3 em
todos os pontos amostrais, já na coleta 4 houve um decaimento da temperatura em relação a
coleta 3. Com relação ao pH, houve variação de 7,03-8,13 entre os pontos amostrais e nos
42
quatro períodos avaliados. Para os dados de turbidez, verificou-se uma grande variação entre
os períodos seco e chuvoso, sendo que a coleta 2, em todos os pontos da coleta e nos pontos
P02, P03 e P04 da coleta 3, apresentaram-se elevados em comparação com a legislação do
CONAMA nº 357/2005. Em relação à condutividade, a legislação do CONAMA não
estabelece limites, mas quando comparados com CETESB (2009), indicam que valores acima
de 100 µs/cm correspondem à presença de poluentes em água, sendo então apenas os pontos
P03, P04, P05 e P06 da coleta 2 e P03 e P04 da coleta 3 estão abaixo deste nível. Já em
relação à matéria orgânica, os menores valores foram encontrados nos pontos P01 e P06 da
coleta 3, tendo uma variação entre as coletas de 0-8,67 mg/L (Tabela 2).
Tabela 2 – Resultados dos parâmetros físico-químicos de água bruta superficial do Rio Meia Ponte – Goiás.
Coleta/Período Ponto
Amostral
Temperatura da
água (ºC) pH
Turbidez
(NTU)
Condutividade
(µS/cm)
Matéria
Orgânica
(mg/L)
Coleta 1 – período
seco
(agosto/2015)
P01 19,50 7,76 5,38 230,30 3,80
P02 22,00 7,40 26,50 168,10 6,80
P03 21,50 7,46 8,06 300,30 4,60
P04 21,00 7,64 6,37 134,00 2,50
P05 22,00 7,72 12,00 148,20 2,70
P06 22,50 7,81 9,23 146,90 2,70
Coleta 2 – período
chuvoso
(dezembro/2015)
P01 21,50 7,27 120,00 147,90 2,53
P02 22,50 7,03 121,00 166,00 5,27
P03 22,00 7,25 179,00 94,72 3,03
P04 23,00 7,37 181,00 74,79 3,01
P05 23,00 7,31 755,00 84,00 3,50
P06 23,5 7,27 179,00 90,52 3,33
Coleta 3 – período
chuvoso
(fevereiro/2016)
P01 26,00 8,13 34,50 169,80 0
P02 26,50 7,81 115,00 103,10 1,81
P03 26,00 7,61 124,00 97,19 1,22
P04 26,00 7,41 109,00 89,40 1,45
P05 26,00 7,33 95,00 104,10 1,23
P06 25,00 7,38 96,00 101,70 0,84
Coleta 4 – período
seco
(setembro/2016)
P01 21,00 7,93 7,14 223,80 2,99
P02 23,00 7,50 15,6 317,80 8,67
P03 22,00 7,78 7,36 174,00 8,28
P04 23,00 7,83 7,26 142,80 6,52
P05 23,50 8,05 6,98 137,90 6,78
P06 24,00 7,91 10,20 128,50 8,15
Valores destacados encontram-se acima dos estabelecidos pelo CONAMA nº 357/2005 referente à classificação
de classe II de água doce. E no para parâmetro de condutividade os valores destacados estão acima do que
estabelecido pelo CETESB (2009). Fonte: Próprio autor.
O estudo de Hannah & Garner (2015) indicam a importância da temperatura da água
como variável da qualidade da água pelos cientistas, desta maneira é um bom parâmetro para
descrever a qualidade da água do Rio Meia Ponte, no entanto, este parâmetro ainda não é
43
descrito pela legislação vigente no Brasil. De acordo com DeWeber & Wagner (2014) e
Johnson et al. (2014), a temperatura da água é determinante para o estado do ecossistema
aquático de um rio, tendo um grande significado ecológico, interferindo na sua qualidade, no
qual sua variação pode afetar fatores abióticos e bióticos. Sendo que os parâmetros que mais
influenciam a temperatura da água de um rio são a radiação solar e a descarga do ciclo da
água e aos fluxos tributários. Outros fatores que alteram e modulam a temperatura da água são
mata ciliar, características geológicas, hidrológicas, topográficas e climáticas, assim como as
ações antropogênicas (Sahu et al. 2013; Johnson et al. 2014). Desta maneira pode se sugerir
que a falta de mata ciliar em volta do Rio Meia Ponte pode estar interferindo no parâmetro de
temperatura da água, assim como a influência antropogênica e os demais citados, entretanto,
seriam necessários mais estudos para confirmar esta interferência.
O pH da água é utilizado para expressar a acidez ou alcalinidade, não foi observado no
estudo taxa de pH acidas, nas amostras de água do Rio Meia Ponte.
Turbidez afeta o visual dos rios e altera o custo para o tratamento da água, altas taxas
de turbidez podem estar relacionadas com sedimentação e erosão (Carvalho et al. 2015). Com
isso pode inferir que os aspectos visuais, de erosão, observados nas coletas podem estar
influenciando a turbidez do Rio Meia Ponte nos pontos amostrais.
A condutividade elétrica está dependente da quantidade de sais dissolvidos na água,
permitindo estimar de modo rápido a quantidade de sólidos totais dissolvidos presentes (Di
Bernardo & Dantas 2005). Pode observar-se que valores altos de condutibilidade encontrados
nas coletas deste estudo.
Segundo o CONAMA nº 357/2005 não existe um padrão para comparação dos dados
de matéria orgânica, sendo então mensurados pela demanda bioquímica de oxigênio (DBO) e
oxigênio dissolvido (OD), que estão diretamente relacionados com matéria orgânica, ou seja,
que é a quantidade de oxigênio consumido. Baixos índices de matéria orgânica indicam que o
oxigênio requerido pela DBO e OD está estabilizando a matéria orgânica, indicando assim
grande fluxo de oxigênio naquele rio (Pereira et al. 2015). O aumento de matéria orgânica
denota contaminação dos corpos hídricos e degradação da qualidade da água (Yang et al.
2013; Carvalho et al. 2015), neste estudo, sugere que não foram observadas altas taxas de
matéria orgânica nas análises de água superficial do Rio Meia Ponte.
A avaliação das concentrações de compostos inorgânicos nas amostras de água bruta
superficial do Rio Meia Ponte encontra-se nas tabelas 3.
44
Os metais dissolvidos alumínio, cobre e ferro na coleta 1 e no ponto P06 da coleta 3
não foram analisados, em consequência das problemas técnicos acometidos no processamento
das amostras e não foi possível a realização de uma nova análise. Já os demais resultados
obtidos na coleta 1 no período seco na maioria das concentrações de compostos inorgânicos
analisados estava de acordo com a legislação brasileira. As exceções foram as concentrações
referentes ao fósforo total nos pontos P01, P02 e P03 que se encontravam elevadas e
manganês total no ponto P02 que se encontrava ligeiramente elevado, todos em relação à
legislação do CONAMA nº 357/2005, que estabelece o valor máximo de 0,1 mg/L para
fósforo e manganês, referente à classe 2.
Na coleta 2 no período chuvoso, a maioria das concentrações de compostos
inorgânicos analisados estava também de acordo com a legislação brasileira, com exceção das
concentrações de alumínio dissolvido, ferro dissolvido, fósforo total e manganês total, que
tem, respectivamente, os valores máximos permitidos de 0,1 mg/L, 0,3 mg/L, 0,1 mg/L e 0,1
mg/L pela legislação do CONAMA nº 357/2005 referente à classe 2. Para alumínio, a
concentração encontrava-se elevada nos pontos P02, P03, P04, P05 e P06; para o ferro
dissolvido nos pontos P02, P03, P05 e P06; para o fósforo total nos pontos P02, P03, P04 e
P05 e para manganês total nos pontos P02, P03, P05 e P06.
Já coleta 3 no período chuvoso, os compostos inorgânicos com padrões de análise
maior do que o estabelecido pela legislação do CONAMA nº 357/2005 referente à classe 2,
assim como na coleta 2 estavam elevados alumínio e ferro dissolvido nos pontos P01, P02,
P03, P04 e P05; fósforo total em todos os pontos analisados; e manganês total nos pontos P02,
P03, P04 e P05.
E por fim, na coleta 4, período seco, os compostos inorgânicos elevados em relação a
legislação aqui comparada foram os de alumínio dissolvido, ferro dissolvido, fósforo total
para todos os pontos analisados neste estudo. E também foram encontradas elevadas as
concentrações de manganês total no ponto P01, além de que diferente das alterações
encontradas nas outras coletas, obteve-se contaminação com lítio total no ponto P02 estando
maior que 2,5 mg/L e cobre dissolvido maior que 0,009 mg/L, que a legislação brasileira
recomenda para corpos de água doce em todos os pontos analisados referente a coleta 4.
45
Tabela 3 – Análise da concentração de compostos inorgânicos na água bruta superficial do Rio Meia Ponte - Goiás.
Metais
(mg/L)
Po
nto
s
Alu
mín
io
Dis
solv
ido
Bár
io t
ota
l
Ber
ílio
to
tal
Cád
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l
Co
leta
1 –
per
íod
o s
eco
(ag
ost
o/2
01
5) P01 NA 0,0561 ND ND 0,0050 ND NA 0,0008 NA 0,2049 ND 0,0353 0,0033 ND 0,0123 0,0015 ND
P02 NA 0,0682 ND ND 0,0034 ND NA 0,0014 NA 0,8811 ND 0,1024 0,0030 ND ND 0,0012 0,0897
P03 NA 0,0660 ND 0,0001 0,0027 ND NA 0,0009 NA 0,3931 ND 0,0477 0,0014 ND ND 0,0022 0,0447
P04 NA 0,0683 ND ND 0,0023 ND NA 0,0006 NA 0,0858 ND 0,0062 0,0010 0,0002 0,0120 0,0015 ND
P05 NA 0,0739 ND ND 0,0016 ND NA 0,0009 NA 0,0677 ND 0,0180 0,0011 0,0002 ND 0,0018 ND
P06 NA 0,0656 ND 0,0002 0,0027 ND NA 0,0012 NA 0,0642 ND 0,0286 0,0020 0,0002 ND 0,0015 ND
Co
leta
2 –
per
íod
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0
15
)
P01 0,0911 0,0507 ND 0,0001 0,0024 0,00121 0,0010 0,0043 0,1611 0,0616 0,0053 0,0556 0,0039 ND ND 0,0084 0,0069
P02 0,2495 0,0673 ND ND 0,0035 0,0016 0,0015 0,0038 0,4461 0,3957 0,0044 0,1794 0,0038 ND ND 0,0066 0,0204
P03 0,2876 0,0723 ND 0,0002 0,0034 0,0013 0,0019 0,0067 0,7693 0,2002 0,0045 0,1347 0,0039 ND ND 0,0114 0,0155
P04 0,3667 0,0696 ND 0,0001 0,0013 0,0013 0,0016 0,0049 0,9938 0,0992 0,0044 0,1098 0,0025 ND ND 0,0086 0,0055
P05 0,6872 0,1011 ND 0,0003 0,0040 0,0042 0,0016 0,0250 1,2996 0,1937 0,0053 0,3779 0,0088 0,0003 ND 0,0331 0,0267
P06 0,4138 0,0950 ND 0,0005 0,0023 0,0035 0,0017 0,0224 1,3133 0,1644 0,0051 0,3993 0,0076 0,0004 ND 0,0325 0,0213
Co
leta
3 –
per
íod
o
chu
vo
so
(fev
erei
ro/2
01
6)
P01 1,6570 0,0485 ND 0,0001 0,0074 0,0007 0,0034 0,0044 1,2915 0,1468 ND 0,0490 0,0036 0,0001 ND 0,0010 0,0589
P02 2,1322 0,0768 ND ND 0,0047 0,0015 0,0037 0,0084 3,1216 0,1915 ND 0,1906 0,0056 ND ND 0,0067 0,0500
P03 2,5621 0,0851 ND 0,0001 0,0065 0,0019 0,0041 0,0103 4,0179 0,1620 ND 0,2258 0,0053 ND ND 0,0092 0,0270
P04 1,8645 0,0825 ND ND 0,0032 0,0019 0,0037 0,0094 3,2829 0,1718 ND 0,2343 0,0053 ND ND 0,0074 0,0192
P05 1,7046 0,0825 ND ND 0,0044 0,0025 0,0033 0,0091 3,3111 0,1858 ND 0,3441 0,0051 0,0002 ND 0,0073 0,0267
P06 NA 0,6219 ND ND 0,0036 0,0005 NA 0,0029 NA 0,1255 ND 0,0542 0,0031 ND ND ND 0,0219
Co
leta
4 –
per
íod
o s
eco
(set
emb
ro/2
0
16
)
P01 0,2370 0,0335 ND ND ND 0,0070 0,0800 ND 0,5932 0,4543 1,3830 0,1242 ND ND ND 0,0020 0,0295
P02 0,1375 0,0480 ND ND ND 0,0074 0,0304 ND 2,7860 0,6271 2,6977 0,0862 ND ND ND 0,0012 0,0317
P03 0,1605 0,0484 ND ND ND 0,0084 0,0256 ND 0,5678 0,4464 0,1684 0,0838 ND ND ND 0,0027 0,0297
P04 0,1132 0,0449 ND ND ND 0,0076 0,0260 ND 0,5670 0,3971 0,1418 0,0302 ND ND ND 0,0008 0,0144
P05 0,1105 0,0509 ND ND ND 0,0086 0,0196 ND 1,7360 0,3717 0,0867 0,0566 ND ND ND 0,0006 0,0166
P06 0,1122 0,0400 ND ND ND 0,0090 0,0192 ND 1,8540 0,3571 0,8750 0,0342 ND ND ND 0,0001 0,0108
ND: não detectado; NA: não analisado. Os parâmetros que não analisados foram em decorrência de problemas técnicos acometidos no processamento das amostras, no qual
não foi possível repetição. Valores destacados encontram-se acima dos estabelecidos pelo CONAMA nº 357/2005 referente à classificação de classe II de água doce. Fonte:
Próprio autor.
46
A alta concentração de alumínio encontrada nas amostras de água do Rio Meia Ponte,
pode ser devido aos compostos a base de alumínio que são utilizados na complexação para o
tratamento de água (Xu et al. 2016) e após a utilização águas residuais são lançadas no rio, ou
pelo solo do cerrado possuir saturação por alumínio (Loss et al. 2012).
Cobre, ferro, manganês, níquel e zinco são metais essenciais para os organismos vivos,
mas insumos excessivos desses contaminantes podem exercer efeitos tóxicos sobre os
organismos aquáticos, a nível individual podem alterar as funções biológicas de
osmorregulação, crescimento, reprodução e metabolismo digestivo (Reza & Singh 2010;
Lebrun et al. 2014).
O cobre elevado em amostras de água pode estar atribuído à contaminação das águas
com o esgoto doméstico e/ou industrial e ao escoamento de áreas cultivadas (Reza & Singh
2010; Islam et al. 2015). As atividades humanas elevam a descarga de cobre no meio
aquático, afetando a biodiversidade e perturbando o funcionamento do ecossistema (Lebrun et
al. 2014). Estes fatores podem ter influenciado o aumento de cobre apenas na coleta 4,
podendo ser esta contaminação pontual ou não devido alteração apenas na última coleta, nas
amostras de água do Rio Meia Ponte.
As concentrações de ferro encontradas em água de rios estão ligadas à matéria
orgânica presente, composição do solo e também as plantas que transferem o ferro do solo
para a água de superfície (Poitrasson et al. 2014). O ferro pode ser introduzido nas águas por
influência antropogênica de águas residuais, lixiviação e poluição (Huang et al. 2015), o que
pode ser uma das explicações de elevação de ferro dissolvido em quase todos os pontos
analisados.
As dosagens elevadas de fósforo encontradas é uma grande preocupação, porque ele
pode aumentar a eutrofização da água, ocasionar problemas com sabor e odor, morte de
peixes e perda de biodiversidade (Varol & Sem 2012), entretanto, mais estudos seriam
necessários para avaliar estas consequências no Rio Meia Ponte. Segundo Freire et al. (2013),
a concentração alta de fósforo total, estimula á deterioração da água, induzida pelo mal uso e
pela poluição antropogênica. Esta afirmação pode justificar as altas dosagens de fósforo total,
encontradas neste trabalho. A grande elevação de fósforo em corpos hídricos se da pela
utilização desse elemento na agricultura, pelo desperdício de alimentos e pelo esgoto jogado
nos rios. As bacias hidrográficas que são utilizadas pelo homem, sofrem grande acumulação
de fósforo ao longo do tempo e a demora em diminuir esse acúmulo, está relacionada a pouca
47
reciclagem, falta de incentivo para recuperação, exploração elevada e aos seus ciclos (Powers
et al. 2016).
A concentração elevada de lítio, superando o que a legislação preconiza, no qual
ocorreu apenas no ponto P02 da coleta 4, porém, na coleta 4 as concentrações de lítio estava
bastante elevada em todos os pontos, quando comparado com as outras coletas. De acordo
com uma revisão da literatura realizada por Aral & Vecchio-Sadus (2008), uma fonte de
contaminação de lítio no ambiente são as bactérias e seu descarte incorreto. O estudo também
aponta a toxicidade, teratogenicidade, mutagenicidade e carcinogenicidade do lítio, que em
altas concentrações, podem causar danos para os seres vivos. Desta maneira pode sugerir-se,
que a concentração acima do permitido esta relacionada com a contaminação por produtos
eletrônicos no Rio Meia Ponte.
A poluição pelo manganês é elemento encontrado naturalmente no ambiente. Possui
facilidade de mobilização e grande parte desse elemento e seus compostos estão associados
com a indústria. Em altas concentrações, compostos com o elemento manganês são tóxicos,
podendo causar danos à saúde humana (Li et al. 2014). O manganês é o segundo metal mais
abundante em cursos hídricos e é de difícil remoção durante o tratamento da água (Peng et al.
2016).
Os períodos de inundações e secas são responsáveis pela disponibilidade da água e
pelos impactos quantitativos e qualitativos de água de superfícies (Delpla et al. 2009). Por
estes motivos foi realizada a comparação dos parâmetros físico-quimicos entre os resultados
das coletas do período seco e do período chuvoso deste estudo, para verificar se houve
diferença estatística nos resultados encontrados. Os gráficos, na figura 13, demonstram uma
avaliação comparativa referente às estações chuvosa e seca, demonstrando se os conjuntos dos
resultados físico-químicos possuem a mesma distribuição, também foi destacado a média,
desvio padrão, máximo e mínimo.
48
Figura 13 – Diferença entre período seco e chuvoso para os parâmetros físico-químicos nas amostras de água
bruta superficial do Rio Meio Ponte – Goiás.
Box Plot (Temperatura da Água)
Temperatura: KW-H(1,24) = 6.8513, p = 0.0089
Média
Média ± DP
Min-MaxSeco Chuvoso
Período
19
20
21
22
23
24
25
26
27
Tem
peratu
ra (ºC)
Box Plot (pH)
pH: KW-H(1,24) = 7.8477, p = 0.0051
Média
Média ± DP
Min-MaxSeco Chuvoso
Período
6,8
7,0
7,2
7,4
7,6
7,8
8,0
8,2
pH
Box Plot (Turbidez)
Turbidez: KW-H(1,24) = 17.2875, p = 0.00003
Média
Média ± DP
Min-MaxSeco Chuvoso
Período
0
100
200
300
400
500
600
700
800
Tu
rbid
ez (NT
U)
Box Plot (Condutividade)
Condutividade: KW-H(1,24) = 9.72, p = 0.0018
Média
Média ± DP
Min-MaxSeco Chuvoso
Período
60
80
100
120
140
160
180
200
220
240
260
280
300
320
340
Co
nd
utiv
idad
e (µ
S/cm
)
Box Plot (Matéria Orgânica)
Matéria Orgânica: KW-H(1,24) = 8.0068, p = 0.0047
Média
Média ± DP
Min-MaxSeco Chuvoso
Período
0
2
4
6
8
10
Matéria O
rgân
ica (mg
/L)
Box Plot (Alumínio Dissolvido)
Alumínio Dissolvido: KW-H(1,17) = 7.3636, p = 0.0067
Média
Média ± DP
Min-MaxSeco Chuvoso
Período
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
2,2
2,4
2,6
2,8
Alu
mín
io D
issolv
ido
(mg
/L)Box Plot (Bário Total)
Bário Total: KW-H(1,24) = 9.3674, p = 0.0022
Média
Média ± DP
Min-MaxSeco Chuvoso
Período
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
Bário
To
tal (mg
/L)
Box Plot (Berílio Total)
Berílio Total: KW-H(1,24) = 0, p = ---
Média
Média ± DP
Min-MaxSeco Chuvoso
Período
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
Berílio
To
tal (mg
/L)
49
(Continuação) Figura 13 – Diferença entre período seco e chuvoso para os parâmetros físico-químicos nas
amostras de água bruta superficial do Rio Meio Ponte – Goiás.
Box Plot (Cádmio Total)
Cádmio Total: KW-H(1,24) = 4.801, p = 0.0284
Média
Média ± DP
Min-MaxSeco Chuvoso
Período
0,0000
0,0001
0,0002
0,0003
0,0004
0,0005
Cád
mio
To
tal (mg
/L)
Box Plot (Chumbo Total)
Chumbo Total: KW-H(1,24) = 8.127, p = 0.0044
Média
Média ± DP
Min-MaxSeco Chuvoso
Período
0,000
0,001
0,002
0,003
0,004
0,005
0,006
0,007
0,008
Ch
um
bo
To
tal (mg
/L)
Box Plot (Cobalto Total)
Cobalto Total: KW-H(1,24) = 0, p = ---
Média
Média ± DP
Min-MaxSeco Chuvoso
Período
0,000
0,002
0,004
0,006
0,008
0,010
Co
balto
To
tal (mg
/L)
Box Plot (Cobre Dissolvido)
Cobre Dissolvido: KW-H(1,17) = 11.0135, p = 0.0009
Média
Média ± DP
Min-MaxSeco Chuvoso
Período
0,00
0,01
0,02
0,03
0,04
0,05
0,06
0,07
0,08
0,09
Co
bre D
issolv
ido
(mg
/L)
Box Plot (Cromo Total)
Cromo Total: KW-H(1,24) = 17.547, p = 0.00003
Média
Média ± DP
Min-MaxSeco Chuvoso
Período
0,000
0,002
0,004
0,006
0,008
0,010
0,012
0,014
0,016
0,018
0,020
0,022
0,024
0,026
0,028
Cro
mo
To
tal (mg
/L)
Box Plot (Ferro Dissolvido)
Ferro Dissolvido: KW-H(1,17) = 0.3636, p = 0.5465
Média
Média ± DP
Min-MaxSeco Chuvoso
Período
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
Ferro
Disso
lvid
o (m
g/L
)
Box Plot (Fósforo Total)
Fósforo Total: KW-H(1,24) = 4.0833, p = 0.0433
Média
Média ± DP
Min-MaxSeco Chuvoso
Período
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
Fó
sforo
To
tal (mg
/L)
Box Plot (Lítio Total)
Lítio Total: KW-H(1,24) = 1.2334, p = 0.2668
Média
Média ± DP
Min-MaxSeco Chuvoso
Período
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
Lítio
To
tal (mg
/L)
50
(Continuação) Figura 13 – Diferença entre período seco e chuvoso para os parâmetros físico-químicos nas
amostras de água bruta superficial do Rio Meio Ponte – Goiás. Período seco, coletas em agosto/2015 e
setembro/2016 e período chuvoso, coletas em dezembro/2016 e fevereiro/2016. Foi demonstrado para cada
gráfico as medidas de média, desvio padrão, máximo e mínimos, além do teste não paramétrico Kruskal-Wallis e
o respectivo p-value. Valores referentes ao Kruskal-Wallis > zero (0) foram considerados que há diferença na
distribuição entre os dois grupos, sempre que o p < 0,05. Fonte: Próprio autor.
As diferenças observadas na maioria dos parâmetros físico-químicos (n= 15); para
temperatura, pH, turbidez, condutividade, matéria orgânica, alumínio dissolvido, bário total,
cádmio total, chumbo total, cobre dissolvido, cromo total, fósforo total, manganês total,
níquel total e vanádio total; p < 0,05), sugerem que o clima de chuva e seca interferem nos
parâmetros físico-químicos e consequentemente na qualidade da água do Rio Meia Ponte. Já
os parâmetros físico-químicos (n= 7) berílio total, cobalto total, ferro dissolvido, lítio total,
Box Plot (Manganês Total)
Manganês Total: KW-H(1,24) = 10.4533, p = 0.0012
Média
Média ± DP
Min-MaxSeco Chuvoso
Período
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
0,40
0,45
Man
gan
ês To
tal (mg
/L)
Box Plot (Níquel Total)
Níquel Total: KW-H(1,24) = 16.1223, p = 0.00006
Média
Média ± DP
Min-MaxSeco Chuvoso
Período
0,000
0,002
0,004
0,006
0,008
0,010
Níq
uel T
otal (m
g/L
)
Box Plot (Prata Total)
Prata Total: KW-H(1,24) = 0.2531, p = 0.6149
Média
Média ± DP
Min-MaxSeco Chuvoso
Período
0,0000
0,0001
0,0002
0,0003
0,0004
0,0005
Prata T
otal (m
g/L
)
Box Plot (Urânio Total)
Urânio Total: KW-H(1,24) = 2.087, p = 0.1486
Média
Média ± DP
Min-MaxSeco Chuvoso
Período
0,000
0,002
0,004
0,006
0,008
0,010
0,012
0,014
Urân
io T
otal (m
g/L
)
Box Plot (Vanádio Total)
Vanádio Total: KW-H(1,24) = 8.67, p = 0.0032
Média
Média ± DP
Min-MaxSeco Chuvoso
Período
0,000
0,005
0,010
0,015
0,020
0,025
0,030
0,035
0,040
Van
ádio
To
tal (mg
/L)
Box Plot (Zinco Total)
Zinco Total: KW-H(1,24) = 0.5658, p = 0.4519
Média
Média ± DP
Min-MaxSeco Chuvoso
Período
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
Zin
co T
otal (m
g/L
)
51
prata total, urânio total e zinco total; que não obtiveram diferença estatística observada,
provavelmente sugere que o clima não interfere na sua dosagem.
O parâmetro físico-químico berílio total não foi detectado em nem uma das coletas e
pontos amostrais. O cobalto total não obteve diferença por causa da sua baixa dosagem
encontrada e não foi estatisticamente significante (p < 0,05). Os parâmetros ferro dissolvido,
lítio, prata, urânio e zinco total, apresentaram diferença entre os dois períodos analisados,
entretanto, esta diferença não foi estatisticamente significativa, obtendo seu p-value maior que
0,05. O ferro dissolvido provavelmente não obteve significância, pois todas as suas dosagens
encontravam-se alta entre as coletas e pontos amostrais.
De acordo com a figura 13, os parâmetros físico-químicos (n= 5), com maiores médias
no período de seca, foram pH, condutividade, matéria orgânica, cobre dissolvido e fósforo
total. Já os valores (n= 10) com maiores médias no período chuvoso foram os de temperatura,
turbidez, alumínio dissolvido, bário total, cádmio total, chumbo total, cromo total, manganês
total, níquel total e vanádio total. Desta maneira, sugere-se que no Rio Meia Ponte cada
período influência de maneira positiva ou negativa nos parâmetros físico-químicos.
A regulação da qualidade da água (limites de concentração de constituintes) pode ser
afetada pelas mudanças climáticas, o aumento da temperatura de 1 a 2ºC são significativos
para uma série de atributos ecológicos relevantes em uma bacia hidrográfica (Dyer et al.
2014). As alterações climáticas estão ligadas na quantidade e a qualidade da água doce (Dyer
et al. 2014; Fant et al. 2017), principalmente devido ao aumento de temperaturas e alterações
nos padrões de escoamento (Fant et al. 2017). Segundo Luo et al. (2013), em uma bacia
hidrográfica na Califórnia (EUA) o ciclo hidrológico e a qualidade da água, são muito
sensíveis as mudanças climáticas, especialmente a sazonalidade.
Desta maneira, os estudos sugerem que as mudanças climáticas interferem na
qualidade da água de um rio, sendo assim, possivelmente, as mudanças observadas entre os
parâmetros do período seco com o chuvoso, no Rio Meia Ponte, interfere diretamente da
qualidade da água, por meio do escoamento superficial das chuvas, mudando as
concentrações de poluentes na água do Rio Meia Ponte. Deve ser considerada a poluição
pontual e outros tipos de poluição, que não a por escoamento, que pode afetar as
concentrações destes parâmetros, interferindo assim nesta comparação. Por este motivo e
outros, mais estudo devem ser realizados para comprovação e de que se o clima e outros
parâmetros podem influenciar na bacia do Rio Meia Ponte.
52
Os parâmetros físico-químicos da água revelam uma forte correlação entre eles,
indicando a importância de comparar os resultados (Islam et al. 2015), Para avaliar esta
correlação existente entre os parâmetros físico-químicos, foi realizada uma matriz de
Correlação de Pearson, descrita na tabela 4. No qual foi observado várias correlações
positivas (n= 46 e p < 0,05) e negativas (n= 24 e p < 0,05).
53
Tabela 4 – Matriz de correlação de Pearson entre os parâmetros físico-químicos encontrados nas amostras de água do Rio Meia Ponte – Goiás.
Parâmetros
Tem
per
atu
ra
pH
Tu
rbid
ez
Co
nd
uti
vid
ade
Mat
éria
Org
ânic
a
Alu
mín
io
Dis
solv
ido
Bár
io t
ota
l
Cád
mio
to
tal
Ch
um
bo
to
tal
Co
bal
to t
ota
l
Co
bre
dis
solv
ido
Cro
mo
to
tal
Fer
ro d
isso
lvid
o
Fó
sfo
ro t
ota
l
Lít
io t
ota
l
Man
gan
ês t
ota
l
Níq
uel
to
tal
Pra
ta t
ota
l
Urâ
nio
to
tal
Van
ádio
to
tal
Zin
co t
ota
l
Temperatura 1.00
pH 0.06 1.00
Turbidez 0.13 -0.45 1.00
Condutividade -0.48 0.20 -0.45 1.00
Matéria Orgânica -0.39 0.11 -0.21 0.45 1.00
Alumínio dissolvido 0.88 0.08 0.07 -0.37 -0.71 1.00
Bário total 0.25 -0.23 0.10 -0.24 -0.32 0.50 1.00
Cádmio total 0.00 -0.32 0.61 -0.34 -0.22 -0.06 -0.04 1.00
Chumbo total 0.41 -0.15 0.26 -0.24 -0.70 0.80 0.17 0.20 1.00
Cobalto total 0.03 0.37 -0.05 0.13 0.68 -0.55 -0.23 -0.12 -0.68 1.00
Cobre dissolvido -0.45 0.49 -0.39 0.63 0.36 -0.36 -0.66 -0.37 -0.60 0.66 1.00
Cromo total 0.35 -0.45 0.82 -0.54 -0.37 0.33 0.06 0.77 0.39 -0.11 -0.50 1.00
Ferro dissolvido 0.82 0.07 -0.04 -0.14 -0.27 0.78 0.41 -0.18 0.39 -0.15 -0.21 0.20 1.00
Fósforo total -0.21 0.03 -0.23 0.53 0.74 -0.48 -0.21 -0.32 -0.35 0.42 0.68 -0.32 -0.11 1.00
Lítio total -0.11 0.16 -0.19 0.59 0.48 -0.33 -0.15 -0.21 -0.48 0.55 0.64 -0.27 0.10 0.48 1.00
Manganês total 0.42 -0.50 0.66 -0.44 -0.26 0.40 -0.02 0.56 0.31 0.02 -0.35 0.89 0.36 -0.10 -0.13 1.00
Níquel total 0.40 -0.53 0.73 -0.54 -0.55 0.53 0.14 0.63 0.68 -0.42 -0.66 0.91 0.28 -0.37 -0.44 0.82 1.00
Prata total 0.03 -0.16 0.48 -0.32 -0.28 0.07 -0.03 0.72 0.15 -0.15 -0.29 0.66 0.02 -0.38 -0.21 0.53 0.50 1.00
Urânio total -0.48 0.13 -0.17 0.16 -0.08 SC -0.07 -0.18 0.14 -0.28 SC -0.19 SC -0.19 -0.11 -0.28 -0.09 0.09 1.00
Vanádio total 0.11 -0.50 0.82 -0.45 -0.20 0.05 -0.04 0.85 0.20 -0.03 -0.41 0.95 -0.04 -0.26 -0.21 0.83 0.80 0.68 -0.16 1.00
Zinco total 0.29 0.02 0.00 0.21 0.09 0.55 -0.01 -0.08 0.31 -0.05 0.06 0.07 0.31 0.63 0.06 0.17 0.15 -0.16 -0.35 -0.04 1.00
SC: sem correlação existente. Observação: Berílio total não foi detectado nas amostras, sendo assim não foi possível incluí-lo na correlação de Pearson na correlação. Correlações
destacadas indicam estatística significativa, com p < 0,05. Fonte: Próprio autor.
54
A temperatura obteve uma correlação positiva com alumínio e ferro dissolvido,
chumbo e manganês total e obteve correlação negativa com condutividade e urânio total (p <
0,05). O parâmetro de temperatura da água foi observado porque é um fator que altera a
disponibilidade dos poluentes (Fonseca 2013), desta maneira as correlações podem ser
variadas. A temperatura obteve desvio padrão observada entre as coletas foi de ±1.892ºC,
mais o parâmetro de mínimo e máximo teve uma diferença alta de 19,500-26, 600ºC, sendo
então uma variação considerável a ser observado o que pode influenciar diversos fatores.
O pH obteve uma correlação positiva apenas com cobre dissolvido e correlação
negativa com os parâmetros de turbidez, cromo, manganês, níquel e vanádio total (p < 0,05).
A solubilidade de metais e compostos em relação ao pH, são parâmetros interligados devido a
sua interferência nos processos biológicos, físicos e químicos exercidos no sistema aquoso
(Khan et al. 2013; Sahu et al. 2013). Os valores de pH, encontrados nas amostras, estão dentro
dos padrões da legislação brasileira, para que os processos biológicos (tampões, por exemplo)
e físico-químicos, ocorram de maneira natural. O pH mantido nos pontos analisados, pode ser
atribuído a influência do fluxo da água e da natureza (Sikder et al. 2013).
A turbidez indica o nível de materiais suspensos na água, favorecendo a multiplicação
microbiana e a formação de complexos (Miner et al. 2016). Foi observada grande variação de
turbidez entre as coletas e obteve-se correlação positiva com os parâmetros de cádmio, cromo
manganês, níquel, prata e vanádio total e correlação negativa apenas com condutividade (p
<0,05). Isso indica que os complexos metálicos podem estar influenciando positivamente a
turbidez nas amostras de água do Rio Meia Ponte.
A capacidade de conduzir corrente elétrica foi determinada pela condutividade, sendo
que os íons dissolvidos são os condutores (Mustapha et al. 2013). Uma maior condutividade
pode estar relacionada com uma maior carga de íons na água. A condutividade foi relacionada
como correlação negativa para os parâmetros de temperatura, cromo, manganês e níquel total
para os parâmetros de vanádio, matéria orgânica e fósforo dissolvido apresentando correlação
positiva (p < 0,05). Estas correlações destacam os compostos inorgânicos que apresentaram
alterados em relação à legislação (tabela 3), influenciando assim nas correlações obtidas.
A matéria orgânica obteve correlação negativa com alumínio dissolvido, chumbo e
níquel total e correlação positiva com condutividade, fósforo dissolvido e cobalto e lítio total
(p < 0,05). Já o composto inorgânico fósforo foi relacionado como apenas correlação positiva
para os parâmetros condutividade, matéria orgânica, cobre dissolvido, cobalto, lítio e zinco
55
total (p < 0,05). A correlação encontrada entre fósforo e matéria orgânica se da devido ao fato
de fósforo está diretamente ligada à concentração de deterioração de nutrientes, isso é a
matéria orgânica em decomposição no corpo hídrico (Santos et al. 2015).
A poluição por elementos químicos é uma grande ameaça para os seres vivos e os
ecossistemas aquáticos (Magdaleno et al. 2014). A contaminação de corpos de água por
metais é preocupante, pois os elementos metálicos são de difícil remoção, inibidores de
atividade de biodegradação, não são degradáveis, são bioacomulados e possuem efeitos
tóxicos para humanos e outros organismos vivos (Chauhan et al. 2015). Por estes motivos, as
concentrações de metais são estabelecidas.
A concentração dos metais na água, pode sofrer alterações, por meio da dissolução,
precipitação, adsorção e complexação, afetando a disponibilidade destes no ambiente, sob
ação de parâmetros físico-químicos, que podem modular a disponibilidade dos elementos
através das reações (Islam et al. 2015). Foram obtidos 28 correlações positivas e 8 correlações
negativas entre os metais analisados que estão na tabela 4, existindo uma forte correlação
entre os elementos. Segundo Sikder et al. (2013), a forte correlação entre os metais, pode
ocorrer no corpo hídrico, devido à interação existente entre os diferentes metais. Desta
maneira, nos pontos observados do Rio Meia Ponte, também foi observada uma forte
correlação entre os metais analisados.
5.3 ANALISE ECOTOXICOLOGICA
5.3.1 Teste com Artemia salina
O potencial tóxico das amostras de água foi determinado pela capacidade de inativar
os movimentos ou matar o organismo teste Artemia salina. Os resultados estão demonstrados
na tabela 5, indicando a diluição da água que foi testada e a porcentagem de mortalidade
encontrada. Na coleta 1, utilizando as amostras sem diluição, obteve-se a morte de todos os
organismos teste e após diluições, houve decaimento do percentual de mortalidade. Na coleta
2 e 4, observou-se que em todas as diluições testadas, o organismo teste teve alta percentual
de mortalidade. Na coleta 3, houve uma grande variação da mortalidade em relação as
diluições. Observou-se uma alta taxa de toxicidade nas amostras analisadas em todos os
pontos, o que diverge da legislação brasileira CONAMA nº 357/2015, que estabelece que as
amostras de água não possam possuir toxicidade (Tabela 5).
56
Tabela 5 – Porcentagem de mortalidade de Artemia salina, após exposição à água bruta superficial do Rio Meia
Ponte – Goiás, conforme diluições das amostras de água.
Coleta/Período Diluições das amostras
de água bruta
Pontos (porcentagem %)
P01 P02 P03 P04 P05 P06
Coleta 1 – período seco
(agosto/2015)
100% 100 100 100 100 100 100
50% 11,76 39,28 15,15 0 3,33 0
25% 16,67 13,79 3,33 3,44 0 0
12,50% 6,25 13,33 9,67 6,67 0 0
Coleta 2 – período chuvoso
(dezembro/2015)
100% 100 100 100 100 100 96,67
50% 100 100 100 100 100 100
25% 93,33 100 96,67 100 96,67 100
12,50% 100 93,33 93,33 100 96,67 100
Coleta 3 – período chuvoso
(fevereiro/2016)
100% 60 60 53,33 43,33 43,33 3,33
50% 70 40 56,67 30 10 10
25% 96,67 3,33 73,33 73,33 13 3,33
12,50% 60 53,33 20 36,66 33,33 16,67
Coleta 4 – período seco
(setembro/2016)
100% 100 100 100 100 100 100
50% 100 100 100 100 100 100
25% 100 96,67 100 100 100 100
12,50% 100 100 100 100 100 100
Controle negativo não obteve taxa de mortalidade. Fonte: Próprio autor.
Teste de toxicidade utilizando A. salina é um método adequado para monitoração da
qualidade da água (Lu et al. 2012). Desta maneira é um ótimo método para avaliar a qualidade
da água bruta superficial do Rio Meia Ponte.
Mohamed et al. (2014) a partir de vários estudos concluíram que A. salina é um
excelente organismo teste para biomonitorar a toxicidade de metais pesados. Indicando no seu
estudo que cádmio e ferro ativam as enzimas antioxidantes na A. salina para minimizam o
stress oxidativo causado pelos metais pesados, aumentando também a concentração de
metalotioneínas, que são proteínas responsáveis pela detoxificação de metais e diminuição da
produção de proteínas totais, sugerindo perturbações no sistema, alterações nas funções da A.
salina e que em altas concentrações de metais pesados, podem levar a morte do organismo
teste. Falis et al. (2014), também indicam que os metais e pesticidas interferem na
sobrevivência da A. salina, sendo considerados tóxicos para este organismo teste. Isso insinua
o que pode ter ocorrido com as A. salina utilizadas neste estudo, podendo ser relacionado com
a alta taxa de mortalidade obtida, que pode ter sido causadas devido as concentrações de
metais, mesmo em baixas concentrações, que podem ter refletido na taxa de mortalidade,
principalmente na coleta 2 e 4.
Segundo Neto et al. (2013), ao fazerem um estudo de drenagem de água em uma mina
no Brasil, obtiveram toxicidade para o organismo teste A. salina e sugeriram que a toxicidade
57
ocorreu pela presença de íons metálicos, tais como: ferro, manganês, zinco, cobre e alumínio,
encontrados nas amostras analisadas. Os resultados dos pesquisadores podem sugerir que a
toxicidade encontrada nas amostras de água do Rio Meia Ponte esteja relacionada com os
metais detectados com elevação neste estudo, ferro, manganês, alumínio e cobre (tabela 3).
Os elementos químicos, como os metais, mesmo em baixas concentrações, podem
ocasionar toxicidade. Outros poluentes e a presença de possíveis compostos estressores, como
os pesticidas e substâncias complexas que não foram analisadas neste trabalho, podem
também estarem relacionados com o percentual de mortalidade das A. salina, obtido neste
estudo, carecendo de mais estudos para esta verificação.
5.3.2 Sistema teste com Allium cepa
Estudos citogenéticos com as espécies de plantas, relatam possíveis alterações
cromossômicas devido à influência no metabolismo dessas plantas por substâncias
mutagênicas O Sistema-teste Allium cepa é usado para analisar a citotoxicidade e
genotoxicidade porque as raízes das células meristemáticas ficam em contato direto com as
amostras das substâncias a serem testadas (Tedesco & Laughinhouse 2012).
A caracterização da genotoxicidade e citotoxicidade das amostras de água foi
demonstrada por meio da análise do crescimento radicular de A. cepa, com a finalidade de
avaliar a inibição do crescimento da raiz, o índice mitótico (IM) e o índice de anormalidades
cromossômicas e nucleares (IACN). A tabela 6 demonstra os dados para estas análises e como
controle negativo foi utilizado água destilada.
58
Tabela 6 – Caracterização da genotoxicidade e citotoxicidade das amostras de águas do Rio Meia Ponte - Goiás.
Coleta/Período Pontos Média do crescimento
radicular (cm)
Porcentagem do crescimento
em relação ao controle (%) IM (%) IACN (%)
Coleta 3 –
período
chuvoso
(fevereiro/2016)
CN 3,57 100 83,60 16,40
P01 1,89 53,02 43,76 56,24
P02 1,34 37,62 80,96 19,04
P03 1,88 52,80 78,76 21,24
P04 1,54 43,11 72,20 27,80
P05 1,79 50,12 55,00 45,00
P06 1,05 29,44 44,92 55,08
Coleta 4 –
período seco
(setembro/2016)
CN 3,90 100 89,18 10,82
P01 4,35 111,40 CNC* CNC*
P02 1,90 48,72 54,38 45,62
P03 1,10 28,21 92,78 7,22
P04 2,39 61,25 75,50 24,50
P05 2,38 60,97 62,98 37,02
P06 2,86 73,22 63,48 36,52
CN: controle negativo. CNC: células não contabilizadas. * não foi possivel contar as 5000 células para o ponto
P01 da coleta 4 e calcular o IM e IACN, devido ao fato das células estarem fortemente comprometidas, impedido
a visualização em microscopio. Fonte: Próprio autor.
Na coleta 4, ponto P01 não foi possível fazer contagem das células, sendo
praticamente impossível identificar os estágios do ciclo celular, pois todas as células estavam
bastante comprometidas. Sugere-se que a presença de agentes estressores não identificados
induziriam mutações espontâneas numa alta concentração provocando o comprometimento
das células nesta coleta. Braga & Lopes (2014), toxicologia é utilizada para avaliar as
concentrações e o tempo de exposição necessário para que os agentes tóxicos possam
produzir efeitos adversos sobre os organismos. Entretanto, seu crescimento radicular foi
maior, quando comparado com o controle, podendo ser outro efeito adverso do agente
estressor não identificado.
O crescimento radicular foi avaliado por meio da variância (ANOVA), pelo teste de
Kruskal-Wallis. No teste de Kruskal-Wallis todos os pontos e controles nas duas coletas foram
diferentes estatisticamente (p < 0,001). Esta diferença obtida foi demonstrados nas figuras 14
e 15, assim como os desvios padrão obtidos nos crescimentos radiculares e os valores
mínimos e máximos obtidos do crescimento radicular do sistema teste A. cepa.
59
Figura 14 – Crescimento radicular do sistema teste Allium cepa para coleta 3 no período chuvoso –
fevereiro/2016, das amostras de água bruta do Rio Meia Ponte – Goiás. Todos os pontos amostrais e controles
foram diferentes estatisticamente p < 0,0001. Controle negativo realizado com água destilada. Fonte: Próprio
autor.
Figura 15 – Crescimento radicular do sistema teste Allium cepa para coleta 4 no período seco – setembro/2016,
das amostras de água bruta do Rio Meia Ponte – Goiás. 2. Fonte: Próprio autor.
A diminuição do crescimento radicular está relacionada com a atividade do meristema
apical e o alongamento celular durante a diferenciação (Liman et al. 2015), além de que o
Box Plot (Crescimento Radicular) - Coleta 3
Crescimento Radicular (cm): KW-H(6,71) = 23.4715, p = 0.0007
Média
Média ± DP
Min-Max
Controle P01
P02 P03
P04 P05
P06
0
1
2
3
4
5
6
Crescim
ento
Rad
icular (cm
)
Box Plot (Crescimento Radicular) - Coleta 4
Crescimento Radicular: KW-H(6,60) = 22.8544, p = 0.0008
Média
Média ± DP
Min-Max
Controle P01
P02 P03
P04 P05
P06
0
1
2
3
4
5
6
Crescim
ento
Rad
icular (cm
)
60
crescimento radicular depende da mitose celular e danos ao DNA podem induzir a
genotoxicidade as células vegetais afetando o processo de divisão celular, diminuindo assim o
crescimento radicular (Qín et al. 2015). Desta maneira, a diminuição do crescimento radicular
observada em quase todos os resultados, pode indicar um retardo no crescimento, devido à
presença nas amostras de água, de substâncias que levaram a produzir efeitos citotóxicos na
divisão celular, ao longo da exposição das raízes das células meristemáticas das amostras de
água do Rio Meia Ponte.
A capacidade de induzir a citoxicidade e genotoxicidade pode ser verificada com a
comparação dos crescimentos radiculares das raízes e pelos IM e IACN observados neste
estudo. As diferenças de IM e IACN entre o controle e os pontos amostrais apresentaram
maior IM e menor IACN para o controle quando comparado com os pontos amostrais na
coleta 3. Já na coleta 4 o maior IM e menor IACN observados para o controle foram
diferentes quando comparado em todos os pontos amostrais, menos no ponto P03, que este
apresentou maior IM e menor IACN quando comparado com o controle. A diferença
observada na diminuição do IM e o aumento do IACN pode indicar que houve efeitos
citotóxicos, genotóxico e mutagênicos; nas amostras de água do Rio Meia Ponte, nos pontos
observados.
O aumento ou diminuição do IM por substâncias citotóxicas, podem ocasionar
inibição da atividade mitótica, que pode ser determinada pela diminuição do índice mitótico,
sendo um indicador de monitoramento de níveis de poluição ambiental (Liu et al. 2013;
Gomes et al. 2014). A diminuição de 22% ou mais do índice mitótico, em relação ao controle
negativo, pode gerar efeitos letal para o organismo teste utilizado e um decréscimo inferior a
50%, pode ocorrer efeitos subletais chamado de valor-limite citotóxico (Liu et al. 2013).
Observa-se que na coleta 3 nos pontos P01, P05 e P06 foi obtida uma diminuição maior que
22% em relação ao controle utilizado no estudo, indicando possíveis efeitos letais para o
organismo teste, o que pode ocasionar malefícios ao consumir a água do Rio Meia Ponte, não
estando nos padrões da legislação brasileira. O mesmo foi obtido na coleta 4 para os pontos
P03, P05 e P06.
Salles et al. (2016) estudaram células da A. cepa teste e linfócitos humanos, que na
presença de substâncias tóxicas, respondem de formas semelhante ao metais. Desta maneira o
organismo teste A. cepa pode ser extrapolado para o reino animal, sugerindo possível
toxicidade da água do Rio Meia Ponte nos certos trechos observados, para população exposta
61
e consumidora. Lacerda et al. (2014), utilizaram o teste A. cepa, como um possível meio de
detectar ação direta ou indireta do potencial de risco para a vida de seres que entram em
contato com compostos ou ambientes, que podem ocasionar efeitos genotóxicos e/ou
citotóxicos. Os pesquisadores comprovaram que fitobioensaios são testes bons para avaliar
efeitos que podem prejudicar a saúde do homem.
O teste A. cepa também pode ser um excelente indicador de poluição ambiental, sendo
um dos mais sensíveis à identificação de mutações por elementos traços, mesmo em baixas
concentrações. Lacerda et al. (2014) também confirmaram que os metais encontrados, mesmo
em baixas concentrações, podem ter induzido a genotoxicidade e citotoxicidade, o que reflete
neste estudo, visto que as concentrações de metais foram baixas, mais podem ter ocasionado
efeitos genotóxicos e citotóxicos no organismo teste, visto que suas presenças foram
detectadas.
A diferença obtida entre os resultados da coleta 3 para a coleta 4, pode se inferir que as
amostras de água da coleta 3 possuíam uma maior quantidade de poluentes e compostos
capazes de induzir a citotoxicidade e genotoxicidade no organismo teste, aqui utilizado.
Implicando assim que nos períodos chuvosos há uma maior concentração de substâncias que
estão presentes nas amostras de água do Rio Meia Ponte. A pesquisa realizada por Barreto et
al. (2014), mostrou que a qualidade da água de uma seção do Rio Catolé Grande, foi afetada
pela alteração na vazão (volume de água) do rio, nos períodos seco e úmido, devido a
presença de sólidos totais (por exemplo, contaminantes) lançados ao longo do rio.
O alumínio é um composto tóxico para muitas plantas em concentrações
micromalares, a toxicidade pelo alumínio se manifesta principalmente pela inibição do
crescimento radicular, sendo que o nucléolo também pode ser afetado (Qin et al. 2013). O
cobre é um elemento essencial para as plantas, mais seu excesso causa perturbações, o estudo
de Qin et al. (2015), indicou que em concentrações de 2 µM e 8 µM de cobre iônico foram
capazes de induzir aberrações cromossômicas e diminuição do índice mitótico, também que
com o aumento das concentrações e tempo de exposição o efeito tóxico se tornava mais
sérios.
Já o estudo de Jiang et al. (2014), detectou que em A. cepa, o chumbo afetou o ciclo
nuclear, associada a perturbação da mitose, toxicidade de nucléolos e inibição do crescimento
de raízes e brotos. Deste modo, sugere-se que os efeitos encontrados na diminuição do
crescimento radicular e IM e o aumento o IACN nas amostras de água do Rio Meia Ponte,
62
seja pelas concentrações de metais tóxicos encontrados. Contudo, mais estudos devem ser
realizados para a comprovação e verificação da dosagem de compostos inorgânicos e os
efeitos tóxicos no organismo teste A. cepa.
Os danos celulares ocasionados no teste de A. cepa podem estar relacionados tanto
com os parâmetros analisados neste estudo como com parâmetros inorgânicos (metais),
podendo também estar relacionados com outros tipos de poluentes não abordados neste
estudo. Como por exemplo, os agrotóxicos, poluentes industriais e poluentes atmosféricos,
provenientes do escoamento das águas e fatores bióticos, presente em água que podem
provocar alterações celulares, podendo ser transferidas e ao mesmo tempo ocorrerem em
plantas, peixes, animais e seres humanos (Singh et al. 2014; Maceda et al. 2015).
No estudo de Bruchchen et al. (2013) os contaminantes presente na água, podem
reagir com as biomoléculas de maneira direta e indireta, ocasionando mutagênese,
carcinogênese, teratogênese, aberrações cromossômicas, distúrbios do ciclo celular (divisão
celular), apoptose e fragmentação do DNA, compatíveis com os resultados observados neste
estudo, durante a contagem celular de IACN, evidenciando assim que a presença de
contaminantes nas amostras de água podem induzir à sérios danos a saúde.
Anormalidades podem ser identificadas quando comparadas com o controle, fases da
mitose regulares (figura 16) e encontra-se de maneira divergente ou anormal. As
anormalidades cromossômicas encontradas neste estudo são: apoptose, células trinucleadas,
metáfase e anáfase atrasadas, cromossomo atrasado e quebra cromossômica (figura 17). A
apoptose é um processo de morte celular que leva a célula a sofrer alterações morfológicas
que podem ser a causa do surgimento de doenças, como por exemplo, o câncer (Grivicich et
al. 2007).
Figura 16 – Fases da mitose regular encontradas nos controles positivos. Visualização no aumento de 100x. A-
Interfase; B- Prófase.; C- Metáfase; D- Anáfase; E- Telófase.
63
Figura 17 – Algumas alterações encontradas na contagem do Índice de Aberrações Cromossomais e Mitóticas do
Allium cepa frente ao controle e às amostras de água do Rio Meia Ponte – Goiás. Visualização no aumento de
100x. A- Prófase com apoptose; B- Célula trinucleada; C- Cromossomo atrasado; D- Metáfase irregular; E-
Metádase-anafase com perca cromossomal; F- Profase com cromossomo atrasado; G- Quebra cromossômica; H-
Célula não identificada; I- Anáfase irregular. Fonte: Próprio autor.
Os cromossomos atrasados na anáfase são devido aos danos no fuso mitótico. A
ocorrência de cromossomos atrasados pode estar relacionada com a presença de metais
pesados nas amostras de água. Costa et al. (2015), observaram esse tipo de aberração na
análise dos efeitos genotóxicos do cromo em A. cepa. Esses dados sugerem que houve
atividades genotóxica e mutagênica nas células meristemáticas da raíz de cebola expostas às
amostras de água do Rio Meia Ponte.
5.4 ANALISE MICROBIOLÓGICA
5.4.1 Técnica dos tubos múltiplos
Os resultados do NMP para coliformes termotolerantes presentes nas amostras de água
analisadas, estão contidos na tabela 7. Segundo o CONAMA nº 357/2005, para a classe 2 de
corpos de água doce, o NMP aceito é de ≤ 1000 coliformes termotolerantes em 100 mL de
amostra de água. Neste estudo, todas as amostras de água bruta superficial do Rio Meia Ponte,
coletadas no período chuvoso, estavam acima do permitido pela legislação. Já em relação ao
64
período de seca, apenas os pontos P01, P02 e P03 na coleta 1 e os pontos P02 e P03 na coleta
4, estavam acima do que estabelecido pela legislação brasileira vigente.
Tabela 7 – Resultado da contagem de coliformes termotolerantes nas amostras de água do Rio Meia Ponte -
Goiás.
Coleta/Período Ponto amostral NMP/100mL Limite de confiança 95%
Mínimo Máximo
Coleta 1 – período seco
(agosto/2015)
P01 > 1600 700 -
P02 > 1600 700 -
P03 > 1600 700 -
P04 < 1,8 0 10
P05 - - -
P06 < 1,8 0 10
Coleta 2 – período chuvoso
(dezembro/2015)
P01 >1600 700 -
P02 >1600 700 -
P03 >1600 700 -
P04 >1600 700 -
P05 >1600 700 -
P06 >1600 700 -
Coleta 3 – período chuvoso
(fevereiro/2016)
P01 >1600 700 -
P02 >1600 700 -
P03 >1600 700 -
P04 >1600 700 -
P05 >1600 700 -
P06 >1600 700 -
Coleta 4 – período seca
(setembro/2016)
P01 17 5,9 36
P02 >1600 400 4600
P03 >1600 400 4600
P04 33 10 100
P05 79 22 220
P06 350 100 1100
Valores destacados encontram-se acima dos estabelecidos pelo CONAMA nº 357/2005. Fonte: Próprio autor.
Os resultados microbiológicos destacados na tabela 7 estão acima da legislação
brasileira, o que inviabiliza o Rio Meia Ponte para as práticas de recreação de contato
primário, aquicultura e proteção das comunidades aquáticas; necessitando de um tratamento
convencional ou abastecimento de água avançado, para o consumo humano público dessa
água.
Comparado com o estudo de Fonseca (2013), que realizou uma pesquisa relacionada
com os níveis de coliformes totais na região urbana de Goiânia – GO, os resultados deste
estudo coincide nos pontos P01, P02 e P03 (pontos urbanos) na coleta 1 do período de seca.
Entretanto, os resultados do período chuvoso, são divergentes. Isso pode ter ocorrido devido
ao fato da constante mudança da bacia hidrográfica, seus poluentes, a ação humana e natural
sofrida.
65
Os organismos coliformes fecais são comumente utilizados para avaliar a qualidade
das águas superficiais, neles compreendem bactérias de origem fecal, sendo indicativos da
qualidade e condições que se encontram a água e o risco de doenças infecciosas (Sivaraja &
Nagarajan 2014), como doenças gastrointestinais principalmente (Schreiber et al. 2015).
Desta maneira as águas do Rio Meia Ponte, utilizadas para lazer e uso sem tratamento prévio,
pode acarretar grandes e maléficas situações de saúde para a população, pois sua contagem se
encontra-se acimas dos valores permitidos pela legislação.
Assim, como nos estudos de Laurent & Mazumder (2014), o qual indica que o
aumento da precipitação, eleva as concentrações de coliformes fecais na água de rios, no
entanto, este aumento deve ser levado em consideração às fontes pontuais de contaminação e
também a facilidade de escoamento para o rio, sendo que a vegetação e barragens artificiais
podem impedir este escoamento. Isso se sugere o porquê neste estudo, o aumento das
precipitações no período chuvoso, nos pontos que apresentavam maior taxa de urbanização e
falta de mata ciliar, como nos pontos P01, P02 e P03, ter sido um fator de aumento na
concentração de coliformes em relação ao período de estiagem.
Laurente & Mazumder (2014) também relata que a relação entre a variabilidade hidro-
meteorológica e os níveis de contaminação microbiológica fecal, tende a variar
significativamente em uma bacia hidrográfica, que pode subsequentemente levar a um
aumento da transmissão de doença de veiculação hídrica. Abia et al. (2016), também sugere
que em seu estudo, os riscos de infecções com micro-organismos associados a água do rio
Apies na África do Sul, aumentaram durante a estação chuvosa, quando comparado com a
estação de seca. Levando em consideração que a concentração microbiana neste estudo foi
maior no período chuvoso do que no período de seca, pode se implicar que maiores riscos de
infecções bacterianas estão associados ao consumo ou prática de lazer nas águas do Rio Meio
Ponte no período de grande precipitação pluviométrica. Entretanto, para confirmar esta
afirmação novos estudos são necessários.
5.4.2 Identificação bacteriana e padrão de resistência aos antimicrobianos
Foi possível isolar 103 bactérias nas quatro coletas realizadas nos seis pontos
amostrais, sendo 32 isolados gram positivos e 71 gram negativos. Foi encontrado um número
maior de isolados do que aqui relatado, entretanto, no decorrer do trabalho, alguns foram
excluídos e perdidos devido à falta de crescimento e a perda de material. Na figura 18,
66
encontra-se a porcentagem da identificação dos isolados. Foram isoladas espécies no qual o
percentual foi de 20,39% (n=21) Enterococcus sp, 13,59% (n= 14) Bacillus sp, 11,65% (n=
12) Enterobacter sp e Escherichia coli.
Figura 18 – Porcentagem dos isolados bacterianos encontrados nas amostras de água bruta superficial do Rio
Meia Ponte – GO. Fonte: Próprio autor.
Houve 103 isolados, O isolamento foi realizado voltado para identificar bactérias do
grupo coliformes, a grande frequência encontrada foi de coliformes fecais. Porém, outros
gêneros bacterianos como Bacillus spp. foram identificados.
A diversidade bacteriana encontrada é um fator a ser considerado, pois a maioria pode
causar doença nos seres humanos, necessitando de atenção da saúde pública. Essa diversidade
pode ter várias origens, entretanto, no ambiente onde foram coletados, há influências
humanas, principalmente de poluição fecal, o que deve ter influenciado na diversidade das
espécies encontradas.
De acordo com Holvoet et al. (2014), as doenças entéricas tem um padrão sazonal,
com a maior incidência nos meses de verão, de acordo com as temperaturas mais quentes,
contribuindo assim com a incidência de doenças entéricas, sendo que as mudanças na
temperatura e na precipitação podem influenciar as vias de disseminação de patógenos no
67
meio ambiente, desempenhando um papel importante de influencia da sazonalidade para estas
doenças. Assim, a influência sazonal do período seco e chuvoso neste estudo, implica em uma
maior incidência de bactérias entéricas das águas superficiais do Rio Meia Ponte no período
chuvoso e no estado de Goiás as pancadas de chuvas são isoladas e fortes, considerando que
anterior às chuvas isoladas, os dias são quentes.
Foi realizado teste de antibiograma para verificar o padrão de resistência aos
antimicrobianos testados neste estudo. Os resultados encontram-se detalhadamente na tabela 8
para os isolados gram positivos e na tabela 9 para os gram negativos.
68
Tabela 8 – Identificação e resultado do teste de antibiograma dos isolados bacterianos gram positivos de amostras de água do Rio Meia Ponte – Goiás.
Coleta/ período Ponto
amostral
Identificação -
espécie
Número de
identificação
Antimicrobianos (classe e nome)
Fluoroquinonas Fenóis Macrolídeos Penicilinas Ansamicinas Tetraciclinas Glicopeptídeos
Ciprofloxacina Clorafenicol Eritromicina Penicilina
g Rifampicina Tetraciclina Vancomicina
Coleta 1 –
período de seca
(agosto/2015)
P01 Bacillus sp 1 - - - halo <10 - - -
P01 Bacillus sp 2 - - - - - - -
P02 Enterococcus sp 3 R S S S S S S
P02 Enterococcus sp 4 S S S S S S S
P03 Enterococcus sp 5 I R R S R R S
P03 Enterococcus sp 6 S S R S R R S
P03 Enterococcus sp 7 S S I S I R S
P06 Enterococcus sp 8 S S S S R S I
Coleta 2 –
período chuvoso
(dezembro/2015)
P02 Planococcus sp 9 - - - - - - -
P03 Enterococcus sp 10 R S I S R S S
P04 Bacillus sp 11 - - - - - - -
P05 Bacillus sp 12 - - - - - - -
P05 Bacillus sp 13 - - - - - - -
Coleta 4 –
período de seca
(setembro/2016)
P02 Enterococcus sp 14 S R R S R R S
P02 Enterococcus sp 15 I S I S R S S
P02 Bacillus sp 16 - - - - - - -
P02 Bacillus sp 17 - - - - - - -
P02 Enterococcus sp 18 S S R S R S S
P02 Enterococcus sp 19 I S S R S S S
P03 Enterococcus sp 20 S S R S S S S
P03 Enterococcus sp 21 S S R S S S S
P03 Enterococcus sp 22 S S R S S S S
P03 Enterococcus sp 23 S S R S R S S
P03 Enterococcus sp 24 S S S S R S S
P03 Bacillus sp 25 - - - - - - -
P03 Enterococcus sp 26 S S S S S S S
P04 Bacillus sp 27 - - - - - - -
P04 Enterococcus sp 28 I S I S R S S
P04 Enterococcus sp 29 S S S S R S S
P04 Enterococcus sp 30 S S S S S S S
R: resistente; S: sensível; I: intermediário. Estas classes de resistências foram obtidas a partir da comparação do tamanho alo de inibição formado no teste de
antibiograma e comparado com o CLSI (2016). Para as espécies Planococcus sp e Bacillus sp foi realizado o teste de antibiograma mais como no CLSI não tem base
de comparação, foi definido que os que tivessem halo menor de 10 mm seria descrito aqui como resistência para esta espécie ao antimicrobiano testado. Fonte: Próprio
autor.
69
Tabela 9 – Identificação e resultado do teste de antibiograma dos isolados bacterianos gram negativo de amostras de água do Rio Meia Ponte – Goiás.
Coleta/
período
Ponto
amostral
Identificação -
espécie
Número de
identificação
Antimicrobianos (classe e nome)
Aminoglicosídeos
β-
lactamico
+ Inibidor
Carbapenemicos Cefalosporinas Mono-
lactâmicos Penicilinas Quinolonas
gentamicina amicacina
amoxilina
+ ac.
clavulanico
meropenem cefepime cefoxitina cefuroxima ceftazidima aztreonam ampicilina ciprofloxacin
Co
leta
1 –
per
íod
o d
e se
ca
(ag
ost
o/2
015
)
P05 Enterococcus
sp 31 S S R R R S R S S R R
P06 Bacillus sp 32 - - - - - - - - - - -
P01 Salmonella sp 33 S S S S S I S S S I R
P01 Plesiomonas sp 34 S R S S S S S S S I I
P01 Salmonella sp 35 S S S S I I S S S I R
P01 Citrobacter sp 36 S R I S R S R R S S S
P01 E. coli 37 S R S S S S S S S S I
P01 E. coli 38 S S S S S S R R S S I
P02 Bacillus sp 39 - - - - - - halo <10 halo <10 halo <10 halo <10 -
P02 Salmonella sp 40 S S S S S I S S I I I
P04 Plesiomonas sp 41 S S S S R I R R R S S
P06 Vibrio sp 42 - - - - - - - - - - -
P06 E. coli 43 S R I S S S I S S S I
Co
leta
2 –
per
íod
o
chu
vo
so
(dez
emb
ro/2
01
6)
P02 Plesiomonas sp 44 S S S S S S S S R S S
P02 Aeromonas sp 45 - - - - - - - - - - -
P02 Plesiomonas sp 46 S S S S S S S S S S S
P02 Bacillus sp 47 - - - - halo <10 - halo <10 alo <10 halo <10 - -
P02 Plesiomonas sp 48 S S S S S S S S S S S
P03 Enterobacter sp 49 R S S R R R R R R S R
P04 Bacillus sp 50 - halo <10 - - - - - - halo <10 - -
P05 Enterobacter sp 51 S S S S S S S S R S S
P05 Vibrio sp 52 - - - - - - - - - - -
P06 Bacillus sp 53 - - - - - - - halo <10 halo <10 -
R: resistente; S: sensível; I: intermediário. Estas classes de resistências foram obtidas a partir da comparação do tamanho halo de inibição formado no teste de antibiograma e
comparado com o CLSI (2016). Para as espécies Planococcus sp e Bacillus sp foi realizado o teste de antibiograma mais como no CLSI não tem base de comparação, foi
definido que os que tivessem halo menor de 10 mm seria descrito aqui como resistência para esta espécie ao antimicrobiano testado. Fonte: Próprio autor.
70
(Continuação) Tabela 9– Identificação e resultado do teste de antibiograma dos isolados bacterianos gram negativo de amostras de água do Rio Meia Ponte – Goiás.
Coleta/
período
Ponto
amostral
Identificação -
espécie
Número de
identificação
Antimicrobianos (classe e nome)
Aminoglicosídeos
β-
lactamico
+ Inibidor
Carbapenemicos Cefalosporinas Mono-
lactâmicos Penicilinas Quinolonas
gentamicina amicacina
amoxilina
+ ac
clavulanico
meropenem cefepime cefoxitina cefuroxima ceftazidima aztreonam ampicilina ciprofloxacin
Co
leta
3-
per
íod
o c
hu
vo
so (
fev
erei
ro/2
01
6)
P01 Enterobacter sp 54 S S S R R S S S S S I
P01 Enterobacter sp 55 S S S S R S S S S S I
P01 E. cloacae 56 S S S S R S S S S S R
P01 E. agglomerans 57 S S S S I S S S S S I
P01 Enterobacter sp 58 S S S S R S S S S S I
P03 Plesiomonas sp 59 S S S S S S S S S S S
P04 Enterobacter sp 60 R R S S R R R R R R I
P04 E. agglomerans 61 S R S S R R R I S S I
P04 Salmonella sp 62 S S S S R S S S S S R
P04 E. cloacae 63 S R S S R S S S S S I
P04 E. agglomerans 64 S S S S R S S S S S S
P04 E. cloacae 65 S R S S R S S S S S I
P04 E. agglomerans 66 S R S S I S S S S S I
P05 E. cloacae 67 S R S S I S S S S S I
P05 E. agglomerans 68 S S S S R S S S S S S
P05 E. agglomerans 69 I R S R I S S S S S I
P05 Salmonella sp 70 S S S S R S S S S S I
P06 Enterobacter sp 71 S R I S R R R I R S I
P06 Salmonella sp 72 S S S S R S S S S S S
P06 Salmonella sp 73 S S S S R S S S S S S
Co
leta
4 -
per
íod
o c
hu
vo
so
(set
emb
ro/2
01
6) P01 Enterobacter sp 74 S S R S R S S S S R I
P01 E. coli 75 S S R S R S S S S R I
P01 E. coli 76 S R R S R S S S S S I
P01 Enterobacter sp 77 S S S S I S S S S S I
P01 E.coli 78 S S R S R S S S S S S
P01 Enterobacter sp 79 R S S I R R S R R R I
P02 Enterobacter sp 80 S S S S R S S S S S S
R: resistente; S: sensível; I: intermediário. Estas classes de resistências foram obtidas a partir da comparação do tamanho alo de inibição formado no teste de antibiograma e
comparado com o CLSI (2016). Para as espécies Planococcus sp e Bacillus sp foi realizado o teste de antibiograma mais como no CLSI não tem base de comparação, foi
definido que os que tivessem halo menor de 10 mm seria descrito aqui como resistência para esta espécie ao antimicrobiano testado. Fonte: Próprio autor.
71
(Continuação) Tabela 9 – Identificação e resultado do teste de antibiograma dos isolados bacterianos gram negativo de amostras de água do Rio Meia Ponte – Goiás.
Coleta/
período
Ponto
amostral
Identificação -
espécie
Número de
identificação
Antimicrobianos (classe e nome)
Aminoglicosídeos
β-
lactamico
+ Inibidor
Carbapenemicos Cefalosporinas Mono-
lactâmicos Penicilinas Quinolonas
gentamicina amicacina
amoxilina
+ ac
clavulanico
meropenem cefepime cefoxitina cefuroxima ceftazidima aztreonam ampicilina ciprofloxacin
Co
leta
4 -
per
íod
o c
hu
vo
so (
sete
mb
ro/2
01
6)
P03 Pseudomonas
sp 81 S S I S R R R R R S S
P03 Enterobacter sp 82 S S S S R S S S S S S
P03 E. aerogenes 83 S S S S S S S S S S S
P03 E. cloacae 84 S S S S S S S S S S S
P03 E. coli 85 S S S S R S S S S S R
P03 E. cloacae 86 S S S S I S S S S S S
P04 E. coli 87 S S S S S S S S S S S
P05 P. agglomerans 88 S S S S I S S S S S S
P05 E. coli 89 S S R S I S S S S S S
P05 E. coli 90 S S R S I S S S S S S
P05 Citrobacter sp 91 S S R S R S S S S S S
P05 M. morganii 92 S S R S I S S S S S S
P05 E. cloacae 93 S S I S S S S S S S S
P06 Providencia sp 94 S S R S I S S S S S S
P06 E. coli 95 S S R S I S S S S S I
P06 Pseudomonas
sp 96 S S R S R R R S I S S
P06 E. cloacae 97 S S S S I S S S S S S
P06 E. cloacae 98 S S I S I S S S S S S
P06 E. cloacae 99 S S R S R R R R R S I
P06 E. coli 100 S S S S R S S S S S S
P06 Citrobacter sp 101 S S S S S S S S S S I
P06 C. freundii 102 S S R S S R S S S S S
P06 Citrobacter sp 103 S S S S S S S S S S S
R: resistente; S: sensível; I: intermediário. Estas classes de resistências foram obtidas a partir da comparação do tamanho alo de inibição formado no teste de antibiograma e comparado
com o CLSI (2016). Para as espécies Aeromonas sp, Bacillus sp e Vibrio sp foi realizado o teste de antibiograma mais como no CLSI não tem base de comparação, foi definido que os
que tivessem halo menor de 10 mm seria descrito aqui como resistência para esta espécie ao antimicrobiano testado. Fonte: Próprio autor.
72
Para os gram positivos, desconsiderando os Bacillus spp. e o Planococcus spp., (n= 21)
foi encontrada uma porcentagem de resistência de 4,76% (n= 1) para vancomicina, 9,52% (n=
2) para ciprofloxacina, clorafenicol e penicilina, 19,05% (n=4) para tetraciclina, 42,86% (n=
9) para eritromicina e 57,14% (n=12) para rifampicina. De resistência intermediaria foi
encontrado 4,76% (n=1) para vancomicina e rifampicina e 19,05% (n=4) para ciprofloxacin e
eritromicina. Para descrever as bactérias que possuem multirresistência, foram consideradas
aquelas que possuíam resistência completa para duas ou mais classes de antimicrobianos
testados, no qual apresentou 14,29% (n= 3) que possuíam resistência a duas classes de
antimicrobianos, 4,76% (n= 1) apresentou resistência pra três classes de antimicrobianos
testados e 14,29% (n= 3) resistência para quatro antimicrobianos testados.
Para os gram negativos, desconsiderando as Aeromonas spp., Bacillus sp e Vibrio spp.
(n= 64) foi encontrada uma porcentagem de resistência de 4,69% (n= 3) para meropenem e
gentamicina, 6,25% (n= 4) para ampicilina, 9,38% (n= 6) para ciprofloxacina, 12,50% (n= 8)
para ceftazidima, 14,06% (n= 9) para aztreonama e cefoxitina, 15,63% (n= 10) para
cefuroxima, 20,31% (n= 13) para amicacina e amoxilina + ácido clavulônico e 48,44% (n=
31) para cefepime. Para descrever as bactérias que possuem multirresistência, foram
consideradas aquelas que possuíam resistência completa para duas ou mais classes de
antimicrobianos testados, no qual apresentou 7,81% (n= 5) possuíam resistência a duas
classes de antimicrobianos e 1,56% possuíam resistência a três classes de antimicrobianos.
Para os Baccillus spp. gram negativos foi encontrado halo de inibição menor que 10
para aztreonama (número de identificação 39, 47, 50 e 53), amicacina (número de
identificação 50), ampicilina (número de identificação 39), cefepime (número de identificação
47), cefuroxima (número de identificação 39 e 47) e ceftazidima (número de identificação 39,
47 e 53) (tabela 9). Estes dados são de extrema importância, pois pode ser um indicio de que
as bactérias ambientais, principalmente os bacilos aqui descritos, são reservatórios de
resistência a antimicrobianos, facilitando a disseminação dos genes de resistência no ambiente
aquático (Bouki et al. 2013; Finley et al. 2013; Varela & Manaia 2013; Marti et al. 2014; Vaz-
Moreira et al. 2014; Sood et al. 2015; Narciso-da-Rocha & Manaia 2016), entretanto, mais
estudos seriam necessários para esta comprovação.
De acordo com Wellington et al. (2013), a resistência aos antibióticos no ambiente,
desenvolve-se por mutação ou pela aquisição de genes móveis que evoluíram ao longo do
tempo em bactérias no ambiente. Os antimicrobianos abrangeram a classe de antibióticos β-
73
lactâmicos, aminoglicosídeos, quinolonas, fluroquinolonas, fenicóis e glicipeptídeos, obtendo
resistência de todos os antibióticos testados por pelo menos um dos isolados. No presente
estudo, foram encontradas resistências e múltiplas resistências a antimicrobianos (MRA),
independente do período da coleta.
Alguns estudos mundialmente publicados, relatam a existência de resistência
bacteriana aos antimicrobianos em rios, como por exemplo, em Bangladesh (Islam et al.
2015), no Paquistão (Khan et al. 2013), China (Wang et al. 2014; Lin et al. 2015; Yao et al.
2017), Iran (Alipour et al. 2014), Rússia (Lobova et al. 2015), Índia (Kumar et al. 2014;
Skariyachan et al. 2015), Nigéria (Titilawo et al. 2015), Portugal (Narciso-da-Rocha &
Manaia 2016; 2017), Estados Unidos (Walia et al. 2016), Canadá (Erhan et al. 2016), França
(Gómez et al. 2017) e Vietnã (Nakayama et al. 2017). Demonstrando a relevância deste tema
e a importância que este tipo de achado revela para a saúde ambiental, podendo desencadear
uma serie de riscos.
Estudo realizado por Rocha et al. (2015), no córrego Água Boa, no Mato Grosso,
Brasil, relatou resistência a antibióticos de E. coli e gêneros de Pseudomonas sp. Outro
trabalho realizado por Conte et al. (2017) no rio Iguaçu em Curitiba, Brasil, detectaram
enterobacterias com resistência a β-lactamases e quinolonas. Já Coutinho et al. (2014),
analisaram a diversidade bacteriana resistente em ambientes aquáticos do estado do Rio de
Janeiro, Brasil, destacando a resistência para ampicilina.
No Brasil a contaminação de corpos hídricos com bactérias resistentes a antibióticos é
uma realidade que deve ser monitorada e estudada. Comprovando também neste estudo que
foram obtidas bactérias resistentes aos antimicrobianos. Deste modo, os levantamentos de
resistência aos antimicrobianos e seus genes em rios e corpos hídricos no Brasil, são
relativamente pequenos, necessitando de mais atenção para este tema de grande relevância.
A prevalência de bactérias resistentes se deve principalmente a grande poluição pela
influência antropogênica e ao uso indiscriminado de antibióticos. Em Goiás a poluição por
antibióticos se deve, por exemplo, as grandes áreas de pastagem e plantio, aos polos
farmacêuticos encontrados na região e ao grande descarte de águas residuais no Rio Meia
Ponte.
A preocupação com a saúde deve ser atentada devido ao grande aumento de
prevalência dos genes de resistência os antibióticos em ambientes aquáticos (Su et al. 2012).
Berendonk et al. (2015), propõe que medidas de identificação de resistência aos antibióticos e
74
aos genes dispersados no meio ambiente, são estudos essenciais para procedimentos de
avaliação, implementação de soluções tecnológicas e políticas de gestão para prevenir este
tipo de contaminação. Deste modo é necessária a criação de um sistema integrado e
multidisciplinar, para melhorar a vigilância do Rio Meia Ponte, visto que as resistências
encontradas foram de grande preocupação, carecendo de atenção dos órgãos responsáveis
para este assunto.
Assim como Coutinho et al. (2014), este trabalho sugere que, o uso consciente de
antibióticos, gestão adequada, diminuição dos impactos ambientais e da poluição nos
ambientes hídricos, pode ser uma estratégia para diminuir as resistências no ambiente
aquático, assim como a eficácia da droga será preservada. Deste modo, políticas publicas no
Rio Meia Ponte devem ser implementadas.
5.5 QUESTIONÁRIO AVALIATIVO DO CONHECIMENTO DA POPULAÇÃO SOBRE
A POLUIÇÃO DO RIO MEIA PONTE
O questionário aplicado neste projeto foi estratificado para reconhecer o perfil do
entrevistado nas variáveis: sexo, faixa etária, escolaridade, cidade onde mora e se reside perto
ou não do Rio Meia Ponte.
Na variável sexo, 51,82% (n= 199) dos entrevistados, eram do sexo masculino e
48,18% (n= 185) do sexo feminino.
Na variável faixa etária, 49,22% (n= 189) dos entrevistados, tinham entre 30-59 anos de
idade, representando os adultos e 6,77% (n= 26), com idade igual ou superior a 60 anos,
considerados idosos. Os menores de 18 anos não foram entrevistados (Figura 19).
75
Figura 19 – Percentual da faixa etária dos entrevistados. Fonte: Próprio autor.
Os resultados de escolaridade apresentaram grande diversidade. O ensino médio
completo foi o nível que apresentou maior número de participantes, com 29,43% (n= 113),
4,17% (n= 16) tinham o nível fundamental completo e 2,08% (n= 8) tinham curso técnico
(Figura 20).
Figura 20 – Porcentagem referente ao nível de escolaridade dos entrevistados. Fonte: Próprio autor.
O critério de escolha para aplicação do questionário levou em consideração as cidades
mais populosas, com localização geográfica próxima ao Rio Meia Ponte (Oliveira 2015). Com
relação ao endereço de residência dos entrevistados, Goiânia foi à cidade onde a maior parte
dos entrevistados 58,59% (n= 225) moram (Figura 21).
76
Figura 21 – Porcentagem referente ao endereço de residência dos entrevistados. Fonte: Próprio autor.
Dentre os entrevistados, 59,38% (n= 228) moram em bairros não banhado pelo Rio
Meia Ponte, 28,39% (n= 109) moram em bairros banhado pelo Rio Meia Ponte e 12,24% (n=
47) habitam regiões ribeirinha ao Rio Meia Ponte.
Foi questionado se as pessoas consideram o Rio Meia Ponte importante para o Estado
de Goiás e 92,19% (n= 354) responderam que sim. A maioria dos entrevistados que
responderam “não”, justificou a resposta baseado na poluição existente, no descaso da
população e dos órgãos públicos na preservação do rio. Dentre as respostas, 97,14% (n= 373)
consideram o Rio Meia Ponte poluído, definido neste estudo um resultado representativo e
alarmante.
Outra pergunta realizada, foi para saber se o entrevistado considera o Rio Meia Ponte
essencial ou importante e 40,36% (n= 155) responderam que o rio é importante para
preservação do meio ambiente, 29,95% (n= 115) considera o Rio importante para o
abastecimento de água da população; algumas pessoas, devido ao grau de poluição do rio,
consideram que ele é inútil (Figura 22). Muitos dos entrevistados, ao responder este
questionamento, demonstraram que não possuíam conhecimento de que o Rio é utilizado para
abastecimento de água para mais de 50% da população do Estado de Goiás (Sousa 2014). Isso
demonstra a carência de informação e a falta de interação com o tema água e abastecimento
público.
77
Figura 22 – Porcentagem das respostas sobre a importância do Rio Meia Ponte. Fonte: Próprio autor.
Justificando a pergunta se os entrevistados consideram o Rio Meia Ponte poluído e se
ele é importante para o Estado de Goiás, Barbosa & Oliveira (2015) descrevem que o Rio
Meia Ponte foi ponto histórico importante para a transferência da capital da cidade de Goiás
para Goiânia, uma vez que era uma fonte de abastecimento de água e energia, porém, na
atualidade o rio se tornou problema para a população devido à poluição, sendo então
considerado pelo autor, um símbolo de descaso com o meio ambiente e com a comunidade.
Quando questionado sobre de quem era a responsabilidade pela poluição do Rio Meia
Ponte, 44,79% (n= 172) dos entrevistados, disseram ser da urbanização, representado pelo
crescimento populacional, crescimento das cidades e o homem individualmente; 32,81%
disseram que era da indústria, devido ao lançamento de dejetos e rejeitos no leito do rio
(Figura 23).
Figura 23 – Porcentagem das respostas sobre de quem é a responsabilidade da poluição do Rio Meia Ponte.
Fonte: Próprio autor.
78
Quando questionado se já presenciaram alguma pessoa poluindo o Rio Meia Ponte,
53,91% (n= 207) dos entrevistados responderam sim e 46,09% disseram que não.
Foi perguntado se eles achavam que as pessoas, utilizam a água bruta do Rio Meia
Ponte, sem realizar nenhum tipo tratamento, para o consumo e 53,91% (n= 207) acham que
sim. Essa resposta pode levantar uma discussão se confrontada com a pergunta anterior, de
considerar o rio poluído, pois concluiu-se que mesmo as pessoas considerando o rio poluído,
vários indivíduos consomem a água poluída; essa informação é um dado alarmante. Dados da
WHO (2015) demonstram que apenas 2% da população consomem no Brasil água não
apropriada e destes, não existe dados para o percentual de consumo da água de superfície sem
tratamento. Análises da Saneago (2017) indicam que em Goiás 96% da população é atendida
com água tratada. Desta maneira, os dados do questionário se divergem, demonstrando que a
população considera que existem pessoas sem acesso a água de qualidade.
Foi perguntado aos entrevistados se eles achavam que o consumo das águas do Rio
Meia Ponte poderia causar algum tipo de doença, 95,83% (n= 368) responderam sim. Dessa
forma, a maioria dos respondentes, consideram que a poluição está diretamente ligada à
malefícios a saúde.
Foi também questionado aos entrevistados, se eles achavam que tomar banho no Rio
poderia ser prejudicial para a saúde, acarretando algum tipo de doença e 89,32% (n= 343)
disseram que sim. A afirmativa é verdadeira, pois pode ser considerado que o banho ou
práticas de lazer nas águas do Rio Meio Ponte, pode afetar a saúde.
Se alimentar com água contaminada, ingerir produtos lavados nessa água e tomar banho
em águas poluídas é riscos à saúde (Bortoluzzi 2011). Um estudo realizado por Rebecca et al.
(2008), descreveram os efeitos sobre a saúde de nadadores praticando o esporte em fontes de
água contaminada e foi identificada a doença gastrointestinal sintomática, associada a natação
em ambientes poluídos, onde quanto mais frequente a prática de natação, maior as densidades
de estafilococos veiculadas. Desta maneira, foi observado o conhecimento da população sobre
os riscos inerentes do consumo de água potencialmente poluída.
Outro questionamento realizado aos entrevistados foi se eles achavam que a utilização
da água para a agropecuária, pode ser indiretamente prejudicial para a saúde. O percentual de
resposta foi de 82,81% (n= 318) para sim e 17,19% (n= 66) para não. Neste questionamento o
CONAMA Nº 357/2005 estabelece também os mesmo critérios de destino da água, sendo elas
aplicadas na irrigação de hortaliças e plantas frutíferas, aquicultura e a atividade de pesca
79
descrita na classe 2 e para classe 3 irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras.
Desta forma, a legislação brasileira regulamenta os parâmetros da água para a agropecuária,
evitando que água inadequada afete a saúde da população. A maioria dos entrevistados possui
o conhecimento dos riscos inerentes da utilização de águas contaminadas para a agropecuária.
Outra indagação foi se as pessoas consideram adequado o tratamento de água oferecido
pela Empresa de Saneamento do Estado de Goiás (SANEAGO) e apenas 52,08% (n= 200)
consideram parcialmente adequados para o consumo (Figura 24). Diante das respostas,
considera-se que opinião das pessoas é a de que a empresa responsável não realiza um
tratamento adequado para consumo de água pela população ou não realiza os procedimentos
corretos no tratamento da água. Houve entrevistados que consideraram prejudicial para a
qualidade, a quantidade de cloro na água tratada e muitos relataram não confiar na qualidade
da água oferecida.
Figura 24 – Porcentagem das respostas sobre o tratamento oferecido pela empresa de saneamento do Estado de
Goiás. Fonte: Próprio autor.
A SANEAGO realiza um processo convencional na água bruta captada pelos
mananciais de superfície, nos quais são divididos em etapas como coagulação, floculação,
decantação, filtração e fluoretação. Em cada etapa é realizada a dosagem de produtos
químicos e acompanhamento dos parâmetros da qualidade. Nos municípios que a captação
pela SANEAGO é por meio de poços, o tratamento envolve a cloração (Saneago 2016). O
tratamento convencional da água é descrito pela legislação do CONAMA Nº 357/2005, em
que o fundamento principal é a retenção de sólidos dissolvidos e concomitante retenção e
remoção de bactérias, cistos e oocistos de protozoários (Pereira 2016). Desta maneira o
80
tratamento convencional oferecido pela Saneago encontra-se dentro da legislação brasileira
para a melhoria na qualidade da água.
Outro questionamento feito foi se os entrevistados realizam algum tipo de tratamento da
água antes de consumí-la e 59,38% (n= 228) responderam que sim, realizam a filtragem da
água, 17,97% (n= 69) relataram consumir água mineral por ser uma fonte mais confiável
(Figura 25). Este resultado demonstra a preocupação da maioria da população em consumir
uma água de qualidade.
Figura 25 – Porcentagem das respostas sobre um possível tratamento da água antes de consumi-la. Fonte:
Próprio autor.
Como a maioria dos entrevistados indicou consumir água mineral, um estudo de
Pitagula (2006), avaliou os fatores que influenciam o consumo de água mineral, sendo
destacada a falta de confiança na qualidade da água oferecida pela empresa de saneamento
local, a percepção de que a água mineral é melhor que a água oriunda das torneiras, a certeza
de que esta não provocará nenhum risco à saúde. Novo estilo de vida associados a alimentos
saudáveis, puros, sem calorias e que lhes garantam uma melhor qualidade de vida. Sugere-se
que estes fatores também estejam associados ao consumo de água mineral relatado pelos
entrevistados.
Dois outros questionamentos realizados aos entrevistados foram se eles possuíam rede
de esgoto e coleta de lixo em suas residências e 34,90% (n= 134) responderam que não
possuem rede de esgoto, utilizando sistema de cisterna em suas moradias, por outro lado,
98,18% (n= 377) relataram possuir coleta de lixo. Estes dois questionamentos foram
realizados porque a ausência desses serviços interfere diretamente no nível de poluição do
Rio. As pessoas que não possuem rede de esgoto em suas casas descreveram possuírem fossas
81
sépticas, podendo prejudicar diretamente as águas subterrâneas, dependendo do local onde
estejam e caso exista infiltrações (Lourenço & Gomes 2015) e poluir o lençol freático,
atingindo assim o ambiente aquático.
Já a coleta de lixo implica em diversos fatores, tais como o escoamento superficial, já
mencionado neste estudo, a poluição das cidades e o destino destes lixos pelas companhias
responsáveis. Aproximadamente 100% da população respondeu que possui coleta de lixo,
entretanto, alguns entrevistados relataram ter problemas na coleta de lixo. Goiânia possui
falhas estruturais no Programa de coleta de lixo e o Programa Goiânia Coleta Seletiva há
falhas de execução (Nascimento 2015). Assim, a gestão pública deve sanar estas falhas, para
que o lixo não interfira na qualidade das águas e principalmente na qualidade de vida da
população.
Em busca de verificar se o perfil social dos entrevistados influencia nas respostas do
questionário, foi realizado o teste do X2. Como resultado destaca-se que o local de moradia do
entrevistado está diretamente ligado se ele já viu alguém poluindo o Rio Meia Ponte.
Estatisticamente o X2 apresentou valor de 21.275 entre a variável e o questionamento, com p
< 0,001. Sugere-se que essa dependência seja porque as pessoas que moram no entorno do
Rio Meia Ponte e principalmente os próprios ribeirinhos; foram os que mais presenciaram
atos de poluição no Rio. Salienta-se que a população contribui diretamente para a poluição do
Rio Meia Ponte. A falta de informação em relação à ampla importância desse rio para o
Estado de Goiás ainda é um problema que precisa ser solucionado. Considera-se também que
a qualidade das águas do Rio Meia Ponte depende do conhecimento e da conscientização das
pessoas.
A metodologia utilizada de pesquisa descritiva e ação em campo, demonstrou
apropriada para identificar à opinião da população diante da temática da poluição do Rio Meia
Ponte e a capacidade da poluição de suas águas em trazer consequências para a saúde.
Evidenciando o conhecimento da população sobre a constante ameaça que o Rio Meia Ponte
está sofrendo.
Em um estudo desenvolvido por Da Silva (2013), aplicou-se um questionário
avaliativo em duas escolas de Itauçu – GO, voltadas para educar crianças do ensino
fundamental, do 1º a 5º ano. O questionário foi respondido pelos pais dos alunos e pelos
funcionários das escolas, levantando informações de como os professores ensinam sobre
educação sócia ambiental do Rio Meia Ponte. Os dados apresentaram que o ensino é
82
ministrado de forma fragmentada e esporádica, não demonstrando o contexto real do Meia
Ponte. O conhecimento transmitido não é suficiente para educar cidadãos conscientes sobre a
importância da preservação desse Rio para o meio ambiente e para a comunidade.
Rubin et al. (2008) realizou um estudo avaliando alunos do 6º ao 8º ano, de escolas
estaduais da região do alto do Rio Meia Ponte, sobre preservação dos recursos hídricos e
questões ambientais, 87,9% dos entrevistados declararam que o Rio Meia Ponte está poluído,
73,9% declararam que os principais poluidores são dejetos de esgoto, lixo descartado pela
população (latas, pneus e garrafas), resíduos das fábricas descartados no leito do Rio. Um
percentual de 41,9% respondeu que a poluição está causando problemas de saúde.
O perfil de respostas obtidos neste estudo, comparado com o trabalho de Rubin et al.
(2008) foi similar, diferindo apenas na questão relacionada a saúde. A divergência nas
respostas de saúde se justifica, pois, atualmente o acesso à informação sobre os problemas de
saúde relacionados ao consumo de água contaminada é mais fácil do que quando comparado
com a restrição de informações em 2008. Desta maneira fica claro, porque a população deste
estudo, reconhece os problemas decorrentes da contaminação dos corpos hídricos.
Do mesmo modo que Da Silva (2013), essa pesquisa busca a conscientização da
população na problemática da poluição do Rio Meia Ponte e dos corpos hídricos de maneira
geral. Podendo este questionário ser um incentivo para a preservação e recuperação do Rio
Meia Ponte, visto que a maioria dos entrevistados considera o rio com poluição suficiente
para afetar a saúde comunitária. Novos estudos e campanhas de educação devem ser
realizados, interagindo a comunidade acadêmica, a população e os governantes para trabalhar
a temática ambiental.
83
6 CONCLUSÕES
Foi possível observar neste estudo, que nos seis pontos analisados do Rio Meia Ponte,
inúmeras alterações ambientais como ausência de mata ciliar, acúmulo de lixo às margens do
rio, despejo de dejetos de animais, presença de resíduos sólidos flutuantes e cheiro ruim. Com
isto, conclui-se que a preservação do Rio Meia Ponte é mantida de forma irresponsável, o que
causa um dano irreparável ao meio ambiente e consequentemente, à saúde humana e animal.
Uma das principais consequências da inexistência de mata ciliar ao longo do rio são os
processos erosivos, principalmente nos períodos chuvosos, o que induz uma grande
quantidade de compostos e substâncias a serem carregadas para o leito do rio, aumentando a
poluição, principalmente em locais urbanos, como é o caso do Rio Meia Ponte.
Nos parâmetros físico-químicos a temperatura da água teve variação entre os períodos
secos e chuvosos, o pH manteve-se dentro do que a legislação do CONAMA nº357/2005
preconiza, a turbidez ultrapassou os valores máximos da legislação nos períodos chuvosos e a
condutividade manteve-se alta nos dois períodos. Dentre os metais pesados avaliados, pode-se
observar que o ferro dissolvido, alumínio dissolvido, manganês total, cobre total e lítio total,
estavam acima dos valores máximos permitidos pela legislação. Apesar de estes elementos
serem essenciais à vida, com exceção do lítio, quando em altas concentrações, podem
ocasionar problemas para a população e ambiente. Da mesma forma, as altas dosagens de
fósforo encontradas é uma grande preocupação, porque este elemento pode aumentar a
eutrofização da água, ocasionar problemas de sabor e odor, morte de peixes e perda de
biodiversidade. Sugeriu-se uma correlação entre alguns parâmetros físico-químicos, assim
como a interferência sazonal.
Todas as amostras de água apresentaram toxicidade com alta taxa de mortalidade da
Artemia salina. A avaliação da citotoxidade, mutagenicidade e genotoxicidade do sistema
teste Allium cepa demonstrou alterações no crescimento radicular, índice mitótico e índices de
anormalidades cromossomais e mitóticas em todas as amostras de água dos pontos avaliados.
A A. salina e A. cepa, são bons bioindicadores para avaliar a ecotoxicidade em ambiente
aquático, conclui-se que a água do Rio Meia Ponte se encontra com poluentes capazes de
causar elevada toxicidade.
Foi encontrada grande quantidade de coliformes nas amostras de água, demonstrando
elevada contaminação de origem fecal nas amostras analisadas. Um dado preocupante é o
achado de bactérias resistentes e multirresistentes a antibióticos testados neste estudo. O
84
maior problema dessa resistência no meio ambiente, é que muitas linhagens bacterianas
ambientais, ainda não cultiváveis, são responsáveis pela disseminação e transferência de
genes de resistência aos antimicrobianos, sendo este fenômeno ainda pouco estudado.
Com a aplicação dos questionários foi possível verificar que a população estudada
considera o Rio Meia Ponte muito poluído e capaz de provocar diversas doenças e malefícios
para a saúde daqueles que consomem de sua água. Porém, apesar da presença dos poluentes,
no geral, a população o considera importante para o Estado de Goiás.
Conclui-se, portanto, que a qualidade de um rio deve ser constantemente monitorada,
principalmente se este for utilizado na captação para abastecimento público, além de ser
importante controlar a preservação do meio ambiente aquático. A conscientização da
população é fundamental para que a preservação dos ambientes hídricos seja realizada, visto
que a água é um recurso natural indispensável para manutenção da vida em todos os aspectos.
Sendo fundamental que medidas de prevenção e recuperação sejam tomadas pela gestão do
Estado de Goiás, para manutenção do Rio Meia Ponte.
85
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104
APÊNDICE
Apêndice I – Questionário Estruturado
105
Apêndice II – TCLE
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
INSTITUTO DE PATOLOGIA TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)
Você/Sr./Sra. está sendo convidado(a) a participar, como voluntário(a), da
pesquisa intitulada “AVALIAÇÃO DE INDICADORES DE CONHECIMENTO DA
POPULAÇÃO SOBRE POLUIÇÃO AQUÁTICA DO RIO MEIA PONTE”. Meu nome
é Lilian Carla Carneiro, sou o(a) pesquisador(a) responsável e minha área de atuação é
Microbiologia e Meio Ambiente. Após receber os esclarecimentos e as informações a
seguir, se você aceitar fazer parte do estudo, assine ao final deste documento, que está
impresso em duas vias, sendo que uma delas é sua e a outra pertence ao(à) pesquisador(a)
responsável. Esclareço que em caso de recusa na participação você não será
penalizado(a) de forma alguma. Mas se aceitar participar, as dúvidas sobre a pesquisa
poderão ser esclarecidas pelo(s) pesquisador(es) responsável(is), sob forma de telefone a
cobrar, através do(s) seguinte(s) contato(s) telefônico(s): (62) 3202-6528 ou (62) 98183-
7605 ou (62) 98157-4257 e, inclusive, via e-mail ([email protected] ou
[email protected]). Ao persistirem as dúvidas sobre os seus direitos como
participante desta pesquisa, você também poderá fazer contato com o Comitê de Ética
em Pesquisa da Universidade Federal de Goiás, pelo telefone (62)3521-1215.
1. Informações Importantes sobre a Pesquisa:
O título deste trabalho é AVALIAÇÃO DE INDICADORES DE
CONHECIMENTO DA POPULAÇÃO SOBRE POLUIÇÃO AQUÁTICA DO RIO
MEIA PONTE. Se justificando diante da grande importância do Rio Meia Ponte para o
estado de Goiás, sendo fonte de abastecimento público, utilizando suas águas para
diferentes fins e descarte de efluentes e resíduos. Este projeto visa à aplicação de
questionários para avaliar e percepção da população sobre o tema poluição aquática do
106
Rio Meia Ponte, sua devida importância para o estado de Goiás e conhecimento da
população da transmissão de doenças pela água contaminada. Sendo que esta avaliação e
inédita proporcionando resultados novos, que poderão corroborar com outros estudos
envolvendo o Rio Meia Ponte. No qual, tem o objetivo geral de avaliar o nível de
conhecimento da população das cidades de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Senador
Canedo, Brazabrantes e Inhumas, no estado de Goiás, referente à poluição aquática do
Rio Meia Ponte, trançando um nível de opinião dos entrevistados. Será utilizada para
aplicação do questionário a abordagem da população em centros de convivência, como
praças e centros comerciais e também incluindo a abordagem de moradores que moram
em bairros que o Rio Meia Ponte passa, também locais próximos de indústrias que
utilizem o Rio Meia Ponte de alguma maneira, e por fim também uma amostragem do
tipo bola de neve, sendo apenas perguntadas oralmente as perguntas referentes no
questionário e anotadas. Serão entrevistados população maior ou igual há 18 anos,
excluindo os menores de 18 anos. Não será utilizado nem um tipo de filmagem,
fotografia ou gravação. Não será proporcionado nem um tipo de risco ou desconforto
físico ou psicossocial para os entrevistados, podendo apenas ocorrer um constrangimento
pessoal. Não será proporcionado nem um tipo de pagamento, ressarcimento ou
gratificação financeira pela participação nesta pesquisa. Será garantindo o sigilo e a
privacidade dos sujeitos quanto há dados confidenciais envolvidos na pesquisa. Será
também garantido a liberdade do sujeito de se recusar a participar ou retirar o seu
consentimento, em qualquer fase da pesquisa, sem penalização alguma e sem prejuízo.
Consistira de direito de pleitear indenização (reparação a danos imediatos ou futuros)
decorrente de sua participação na pesquisa, que devem ser acometidos pela Universidade
Federal de Goiás.
2. Consentimento da Participação na Pesquisa:
Eu, ................................................................................................................., inscrito(a)
sob o RG/ CPF......................................................., abaixo assinado, concordo em
participar do estudo intitulado “AVALIAÇÃO DE INDICADORES DE
CONHECIMENTO DA POPULAÇÃO SOBRE POLUIÇÃO AQUÁTICA DO RIO
MEIA PONTE”. Informo ter mais de 18 anos de idade e destaco que minha participação
nesta pesquisa é de caráter voluntário. Fui devidamente informado(a) e esclarecido(a)
pelo pesquisador(a) responsável Lilian Carla Carneiro sobre a pesquisa, os procedimentos
107
e métodos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de
minha participação no estudo. Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a
qualquer momento, sem que isto leve a qualquer penalidade. Declaro, portanto, que
concordo com a minha participação no projeto de pesquisa acima descrito.
Goiânia, ........ de ............................................ de ...............
___________________________________________________________________
Assinatura por extenso do(a) participante
__________________________________________________________________
Assinatura por extenso do(a) pesquisador(a) responsável
Assinatura datiloscópia do(a)
participante
Assinatura datiloscópia do(a)
pesquisador(a) responsável
108
ANEXO
Anexo I – Parecer do Comitê de ética
109
110
111