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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
CAMPUS DE SINOP
INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS
CURSO DE AGRONOMIA
DOSES DE NITROGÊNIO EM CULTIVARES DE CEBOLA NO NORTE
DE MATO GROSSO
Maykon Tetsuo Nakayama
SINOP – MT
Dezembro-2016
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
CAMPUS DE SINOP
INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS
CURSO DE AGRONOMIA
DOSES DE NITROGÊNIO EM CULTIVARES DE CEBOLA NO NORTE
DE MATO GROSSO
Maykon Tetsuo Nakayama
ORIENTADOR: DR MÁRCIO ROGGIA ZANUZO
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
apresentado ao Curso de Agronomia do
ICAA/CUS/UFMT, como parte das
exigências para a obtenção do Grau de
Bacharel em Agronomia.
SINOP – MT
Dezembro-2016
Agradecimentos
Gostaria de agradecer primeiramente a Deus, por me guiar e orientar pelos
caminhos da vida. Agradecer aos meus pais, Maria da Costa e Roberto Sadao
Nakayama e familiares, por sempre estarem ao meu lado, me apoiando nas minhas
escolhas e nunca me deixando desistir delas e a minha companheira Leyane Silva,
que sempre me ajudou e me apoio em todas as situações e decisões da vida.
A todos os meus amigos, os quais sempre pude contar, assim como meu
professor e orientador Dr. Marcio Roggia Zanuzo por toda a dedicação, tempo e
paciência depositados, por acreditar em mim e me ajudar principalmente nessa reta
final.
Obrigado.
SUMÁRIO
Resumo ............................................................................................................. 3
Abstract ............................................................................................................. 4
1. Introdução ..................................................................................................... 5
2. Revisão bibliográfica.....................................................................................6
2.1. Fatores climáticos ....................................................................................... 7
2.2. Nitrogênio .................................................................................................... 8
2.3. Nutrição mineral .......................................................................................... 9
2.4. Avaliação do peso fresco do bulbo ............................................................ 12
2.5. Avaliação do peso seco do bulbo .............................................................. 13
2.6. Avaliação do diâmetro do bulbo ................................................................ 13
2.7. Produtividade total do bulbo ...................................................................... 14
2.8.Produtividade comercial do bulbo .............................................................. 16
2.9.Teor de sólidos solúveis ............................................................................. 17
2.10.Teor de nitrato .......................................................................................... 18
2.11 Teor de acidez total titulável ..................................................................... 18
2.12.Classificação comercial ............................................................................ 19
3.Materiais e métodos .................................................................................... 20
3.1. Caracterização do local do experimento. .................................................. 20
3.2. Material vegetal, plantio e condução ......................................................... 21
3.3. Definição das avaliações ........................................................................... 22
4. Resultados e discussão............................................................................. 24
5. Conclusão ................................................................................................... 30
6. Bibliografia .................................................................................................. 32
RESUMO
A cebola (Allium cepa) é uma das hortaliças mais consumidas no mundo. Para
seu cultivo, é indispensável o uso de N na adubação uma vez que, é o elemento mais
requerido pela planta na fase inicial de desenvolvimento. Assim, com a realização
desse estudo, objetivou-se avaliar parâmetros do crescimento, desenvolvimento,
produtividade comercial, produtividade total, peso fresco, acidez total, sólidos solúveis
e classes comerciais de bulbos de cebola sob diferentes doses de nitrogênio, em Mato
Grosso. O experimento foi conduzido na área experimental do campus da UFMT,
durante o período de maio a novembro de 2015. O delineamento experimental
utilizado foi de blocos ao acaso, em esquema fatorial 4X2 com 4 repetições. Os
tratamentos consistiram da combinação de quatro doses de N (150, 200, 250 e 300
kg ha-1) e duas cultivares (Baia Periforme e Texas Grano 502). O incremento de doses
de N refletiu positivamente, obtendo-se melhores respostas com as doses de 300 e
250 kg ha-1 de N para produtividade total, produtividade comercial e peso fresco. Já
as doses 150 e 200 kg ha-1 de N tiveram melhor resposta para acidez total, sólido
solúveis e classe comercial 3.A cultivar Texas Grano 502 foi superior à Baia Periforme
com relação a produtividade total, produtividade comercial e peso fresco do bulbo.
Entretanto, a Baia Periforme foi melhor nos parâmetros qualitativos de acidez total e
sólidos solúveis. Além disso, a mesma obteve maior porcentagem de bulbos na classe
3 que é a de melhor retorno econômico.
Palavras Chave: Allium cepa, produtividade, nitrato de cálcio, classificação
comercial, sólidos solúveis.
ABSTRACT
The onion (Allium Cepa ) is one of the vegetables most consumed in the world.
For your cultivation, it is essential the use of N in fertilization because is the element
most required for the plant in the early stages of development. Thus with the
completion of this study aimed to evaluate growth parameters, development,
commercial productivity, total productivity, fresh weight, total acidity, soluble solids and
commercial classes of onion bulbs under different doses of nitrogen, in Mato Grosso.
The experiment was conducted in the experimental area of the campus UFMT during
the period may to November 2015. The experimental design will be a being used
blocks at random in 4X2 factorial scheme with four replications. The treatments
consisted of the combination of 4 N rates (150, 200, 250 and 300 kg/ha-1 de N) and 2
cultivars (Baia Periforme and Texas Grano 502). The increase of N rates reflected
positively obtaining better responses to the doses 300 and 250 kg/ha-1 N) for total
productivity, commercial productivity and fresh weight. Already the doses 150 and 200
kg/ha-1 N had better response to total acidity, soluble solids and commercial class 3.
The cultivar Texas Grano 502 was highest to Baia Periforme with respect to total
productivity, commercial productivity and fresh weight. However, the Baia Periforme
was better in qualitative parameters total acidity and soluble solids. Besides that,
obtained the highest percentage of bulbs in class 3 which is the best economic return.
Keywords: Allium Cepa, productivity, calcium nitrate, commercial classification, soluble solids
5
1. INTRODUÇÃO
A cebola (Allium cepa L.) pertence à família Liliaceae (Amarylidaceae ou
Alliaceae) e seu cultivo ocorre há mais de 5.000 anos. Sua domesticação
provavelmente ocorreu nas regiões montanhosas do continente asiático (JÚNIOR et
al., 2007). A partir do centro da Ásia, a planta chegou a Pérsia, de onde seguiu para
a África e por todo continente europeu. Da Europa, foi trazida para as Américas pelos
primeiros colonizadores, sendo que, no Brasil, foi cultivada no início apenas pelos
estados da região sul, principalmente Rio Grande do Sul (CANECCHIO FILHO, 1973).
Além de seu papel de relevância mundial, como hortaliça condimentar, a cebola
é a terceira hortaliça de maior expressão econômica no Brasil. Dentre as aliáceas,
ocupa o primeiro lugar em área cultivada, e juntamente com o alho, é a cultura
condimentar de maior importância e maior consumo (FILGUEIRA, 1982). A maior
parte dos produtores se concentram em áreas pequenas e são responsáveis por
grande parte da produção nacional, sendo uma atividade de característica familiar,
principalmente no Sul e Nordeste brasileiro. O abastecimento de cebola no Brasil teve
alterações significativas nos últimos quinze anos, devido à formação do MERCOSUL,
que possibilitou o fornecimento de cebola argentina, além da oferta de bulbos de
regiões brasileiras. (CAMARGO FILHO; ALVES 2005)
A área de produção no Brasil é de 60.000 a 70.000 ha-1 ano e produtividade
média entre 12 e 19 t ha-1. Em Minas Gerais são produzidos na média 1000 ha-1 ano,
concentrados na época de outono/inverno ocorrendo a comercialização na época de
maior oferta, quando são comercializadas cebolas de outros Estados, além da
Argentina. O cultivo no período primavera/verão proporciona maior risco, devido as
condições climáticas desfavoráveis, entretanto, a comercialização ocorre em época
de menor oferta, podendo resultar em maior rentabilidade ao produtor (JÚNIOR et al.,
2007).
O Estado de Mato Grosso possui registros de produção dessa cultura, apenas
de forma experimental em algumas localidades. Um dos primeiros registros do cultivo
de cebola no Mato Grosso foi em Nova Mutum. A cultura foi testada durante três anos
sendo que em 2001 foram colhidos 2.000 kg de cebola em 600 m2 sendo as cultivares
6
Alfa Tropical e Beta Cristal as que melhor responderam as condições de clima e solo
da região. Ainda de acordo com as avaliações, a melhor época para plantio na região
é entre abril e maio para se evitar problemas com doenças (SEVERINO, 2001).
Em Sinop, região norte de Mato Grosso, ainda não há produção comercial de
cebola, mas com os bons resultados dos experimentos realizados estuda-se a
possibilidade da implantação da cultura na região. A região Norte do Estado de Mato
Grosso é uma região promissora no desenvolvimento desta cultura, pois condições
de luminosidade e água disponível são fatores significativos para o bom
desenvolvimento da cultura.
De acordo com o exposto, objetivou-se avaliar o manejo da adubação de
cobertura nitrogenada na cultura, bem como a avaliação de diferentes tipos de
cultivares que se torna de grande importância para saber qual se adequa ao clima e
fotoperíodo da região e a melhor dosagem de adubação de N é mais adequada para
que se possa ter êxito com a cultura da cebola na região Norte do Estado de Mato
Grosso.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A cebola é largamente cultivada e consumida há mais de 5.000 anos pelos
hindus, egípcios, gregos e romanos da antiguidade, pertencendo à família Alliaceae.
É originária da Ásia Central, especialmente do noroeste da Índia e do Afeganistão.
Caracteriza-se por ser uma espécie polimórfica que exibe diferenças quanto à cor e
nível de cerosidade das folhas, ao formato, tamanho e cor dos bulbos, e à reação ao
comprimento do dia (MELO, 2007).
É uma planta herbácea que atinge até 60 cm de altura, de ciclo anual para a
produção de bulbos e ciclo bianual para a produção de sementes. As folhas têm como
características, formato tubular, ocas e cerosas. As bainhas foliares são anéis
cilíndricos que dão forma ao pseudocaule. Já o caule, é um disco comprimido na parte
inferior do bulbo, de onde saem as raízes. O bulbo da cebola que é a parte
comercializável, é formado pelo intumescimento das bainhas foliares no processo
7
denominado bulbificação, quando as condições climáticas são favoráveis. O formato
e a cor do bulbo variam de acordo com a cultivar. (JÚNIOR et al., 2007).
2.1 Fatores climáticos
A cebola é uma planta bienal e seu ciclo completo divide-se em duas etapas
denominadas vegetativa e reprodutiva. Na fase vegetativa o bulbo desenvolve e
amadurece e é na etapa de bulbificação que o fotoperíodo é decisivo pois, ele pode
ser o fator limitante caso não seja satisfeita as exigências fotoperiódicas. Satisfeitas
as exigências fotoperiódicas da planta, o bulbo vai desenvolver normalmente apenas
se a temperatura for favorável. Para a fase vegetativa o ideal são temperaturas mais
amenas enquanto que para bulbificação temperaturas ligeiramente mais elevadas é
desejável. Já o clima quente seco é ideal para a maturação do bulbo e colheita
(FILGUEIRA, 2008).
Dias curtos favorecem o desenvolvimento das folhas e inibem a bulbificação,
enquanto dias longos favorecem a bulbificação e inibem o desenvolvimento das
folhas. Temperaturas baixas favorecem o desenvolvimento das folhas e podem induzir
as plantas ao florescimento. As temperaturas altas favorecem a bulbificação podendo
promover a maturação precoce e consequente redução de produtividade (JÚNIOR et
al., 2007).
A altitude e longitude determinam a época de plantio para cada cultivar sendo
que, normalmente a semeadura ocorre de fevereiro a maio (FILGUEIRA, 2008).
Entre os fatores limitantes ao cultivo de primavera/verão destacam-se o
fotoperíodo longo e as temperaturas altas, que induzem a bulbificação precoce e
favorece o aparecimento de doenças. Nesse caso, o ideal seria usar cultivares menos
sensíveis ao fotoperíodo e adaptadas ao cultivo de verão como a Alfa Tropical e Texas
Grano 502 (JÚNIOR et al., 2007).
Segundo Resende et al. (2007), a umidade relativa elevada proporciona o
desenvolvimento de patógenos foliares e, em condições severas, aumenta o custo de
produção, podendo inclusive inviabilizar a produção.
8
O desenvolvimento da cebola é controlado pela temperatura enquanto que, a
formação do bulbo é controlada pelo fotoperíodo juntamente com a temperatura,
intensidade e qualidade da radiação. A bulbificação em cebola se dá através de dias
longos, já em dias de fotoperíodo muito curtos, em geral menor que 10 horas, as
plantas não bulbificam (OLIVEIRA et al., 2014).
2.2 Nitrogênio (N)
O N é um dos elementos presente no solo de maior importância para as plantas
e é um dos absorvidos em maior quantidade pela maioria das culturas. Faz parte da
composição das proteínas, aminoácidos, enzimas e da molécula de clorofila. Seu
papel está diretamente ligado ao crescimento vegetativo, formação de folhas e porte
de planta (MALAVOLTA, 2006).
O nitrogênio pode se incorporar no sistema solo-planta a partir dos restos
culturais, por processos de fixação biológica, adubação com fertilizantes industriais e
também por precipitação induzida por descargas elétricas (RAIJ, 1991).
As formas preferenciais de absorção de N pelas plantas são o amônio (NH4+) e
o nitrato (NO3-) entretanto, compostos nitrogenados simples como uréia também
podem ser absorvidos, mas são pouco encontrados na forma livre no solo (BISSANI
et al., 2008).
A disponibilidade de N no solo é resultado do balanço dos processos
microbiológicos de mineralização do N orgânico, de imobilização do N mineral e da
taxa de absorção pela planta. Devido ao fato da mineralização e a imobilização
ocorrerem simultaneamente no solo, a quantidade de N mineral (NH4+ e NO3
-)
encontrada em um determinado tempo representa a diferença dos dois processos
opostos (FONTES e ARAÚJO, 2007).
O nitrogênio constitui várias estruturas como aminoácidos, proteínas,
vitaminas, clorofila, etc. Além disso, atua como ativador enzimático nos processos de
absorção iônica, fotossíntese, e no crescimento vegetativo. (COSTA, 2007).
9
Os sintomas de deficiência de N são clorose (amarelecimento) da planta,
devido a diminuição da quantidade de clorofila e pouco desenvolvimento da planta,
devido à baixa formação de proteínas e outros compostos nitrogenados que controlam
o crescimento (BISSANI et al., 2008).
Devido a sua condição de constituinte de proteínas, a deficiência de N afeta
todos os processos vitais da planta, a capacidade fotossintética diminui, o crescimento
é retardado e a reprodução é prejudicada (BISSANI et al., 2008).
O nitrogênio é constituinte de vários compostos em plantas como aminoácidos,
ácidos nucléicos e clorofila. Assim, as principais reações bioquímicas em plantas e
microorganismos envolvem a presença de N, o que o torna um dos elementos
absorvidos em maiores quantidades por plantas cultivadas (NOVAIS et al., 2007).
De forma geral, o N é o nutriente mais exigido pelas plantas e encontra-se em
abundância na atmosfera (79% constituinte) porém, na forma gasosa, o que não é
aproveitado diretamente pelas plantas sendo necessário à sua transformação em
formas combinadas, amônio (NH4+) e nitrato (NO3
- ). Um dos processos responsáveis
pela transformação do N atmosférico em forma combinada denomina-se fixação
industrial que, nada mais é que a produção e adubos nitrogenados industrialmente, a
partir da quebra da molécula do nitrogênio (N2) e a produção de amônia (NH3)
(FAQUIN, 2005).
2.3 Nutrição mineral
O fósforo (P) atua no processo de armazenamento e transferência de energia
e fixação simbiótica de nitrogênio, para um ótimo crescimento da planta e necessário
cerca de 3g por kg de matéria seca da parte vegetativa da planta (MENDES et al.,
2008).
A falta deste nutriente induz ao amarelecimento nas folhas mais velhas que
logo secam, enquanto as folhas mais novas e intermediarias apresentam uma
coloração verde escura com textura fina e formato pequeno. Além disso, a deficiência
10
deste nutriente pode resultar na produção de bulbos com tamanho reduzido (HAAG
et al., 1968).
Em relação ao potássio (K), esse nutriente atua em processos osmóticos,
síntese de proteínas, controle do pH, abertura e fechamento de estômatos e na
permeabilidade da membrana. Para um bom desenvolvimento dos bulbos de cebola
é necessário cerca de 40 g por kg de matéria seca de parte vegetativa (MENDES et
al., 2008).
A falta desse nutriente tem como característica a coloração amarelada das
folhas mais velhas além de apresentarem as pontas secas, e de resultar em bulbos
de tamanho reduzido do normal (HAAG et al., 1968).
O cálcio (Ca) compõe a parede celular e é responsável pela manutenção
estrutural das membranas celulares. Além disso, é indispensável para a germinação
do grão de pólen e para o crescimento do tubo polínico. A necessidade de Ca para o
crescimento da cebola é de cerca de 4,0g por kg de matéria seca de parte vegetativa
(MENDES et al., 2008).
Quanto a deficiência de cálcio, os sintomas nas plantas de cebola têm por
característica o tombamento repentino de folhas novas que, consequentemente
secam do ápice à base. Caso as necessidades desse nutriente não sejam supridas,
logo ocorrerá uma progressiva necessidade de cálcio e os mesmos sintomas
ocorrerão novamente, entretanto, nas folhas intermediárias e por último nas folhas
mais velhas. (HAAG et al., 1968).
O magnésio (Mg) é componente da clorofila, sendo que cerca de 10% do Mg
total da folha está em sua estrutura. Além disso, também é um ativador de enzimas,
participa nos processos de respiração e fotossíntese, participa no processo de
absorção iônica e na síntese de compostos orgânicos e no aprofundamento e
expansão da raiz. Outra característica importante associada ao (Mg) é o de
proporcionar a máxima absorção de fósforo (P) devido sua presença na ativação de
ATPases. A deficiência de (Mg), promove o amarelecimento das folhas mais velhas
11
uniformemente, consequentemente o ápice das folhas ficam secos e os bulbos
possuem tamanho reduzido ao normal. (MENDES et al., 2008).
O enxofre (S) é um constituinte importante de aminoácidos (cistina, metionina
e a cisteina), essenciais para a nutrição humana e precursores de compostos voláteis
responsáveis pelo aroma característico da cebola, sendo necessários cerca de 7,0g
por kg de matéria vegetativa seca. A deficiência de (S) resulta na redução do
crescimento radicular da planta, amarelecimento das folhas novas e presença de
folhas finas e deformadas (MENDES et al., 2008).
O boro (B) é um ativador enzimático e tem importante função na translocação
de açúcares e no metabolismo de carboidratos, no florescimento, no crescimento do
tubo polínico, nos processos de frutificação, no metabolismo do nitrogênio e na
atividade de hormônios. Intervém na absorção e no metabolismo de cátions
principalmente do (Ca), suas concentrações consideradas ideais podem variar de 12
a 50 mg por Kg de matéria vegetativa seca. Os sintomas iniciais de deficiência de (B)
são a coloração azulada das folhas mais novas que logo tornam-se mosqueadas e
enrugadas. Nas folhas mais velhas ocorre fendilhamento tornando-as quebradiças.
Por fim, cessa o crescimento das folhas e consequente morte da planta. A má
formação das cascas externas da cebola, necrose nas escamas meristemáticas e
menor poder de conservação estão associados também à deficiência de boro
(MENDES et al., 2008)
O cobre (Cu) faz parte da estrutura de proteínas, sendo constituinte de diversas
enzimas que atuam nos processos de fotossíntese, respiração regulação hormonal e
fixação de nitrogênio. Folhas de coloração amarelo parda, com necrose nas margens,
bulbos amarelos, finos e faltando solidez, são os principais sintomas da falta de cobre.
Na cebola, a aplicação de Cu intensifica a coloração da casca e os bulbos
demonstraram aumento da resistência da casca e menor perda de peso durante o
armazenamento (MENDES, et al., 2008).
O molibdênio (Mo), possui baixa mobilidade e tem como função a fixação
biológica de N na forma de HMoO4- e redução de NO3
- na forma de MoO42-. É
constituinte da enzima nitrato-redutase, pode causar sintomas de deficiência de N
12
mesmo que a planta tenha bom suprimento de nitrato, essa enzima reduz o nitrato e
a amônia para a formação de aminoácidos e proteínas (BISSANI et al., 2008).
O zinco (Zn) é constituinte de diversas enzimas que atuam nos processos de
respiração e controle hormonal, afeta a síntese e conservação de auxinas, sua
concentração pode variar de 3 a 150 mg por kg de material vegetativo seco. Sua
deficiência pode causar o aparecimento de clorose e folhas retorcidas (MENDES, et
al., 2008).
2.4 Avaliação peso fresco bulbo
O nitrogênio é responsável pelo crescimento rápido das plantas, aumento do
teor de proteínas e promove a coloração verde nas plantas. Seu excesso ocasiona o
atraso no florescimento e na maturação dos bulbos (MALAVOLTA, 1988).
Tavella (2011) ao avaliar diferentes cultivares de cebola em cultivo orgânico
sob diferentes coberturas, obteve diferenças nas médias de peso fresco entre
cultivares, sendo que, a cultivar IPA 11 apresentou maior peso fresco dos bulbos com
49,13 g bulbo-1 e a IPA 12 apresentou menor massa fresca com 42,05 g bulbo-1.
Temperaturas muito elevadas podem contribuir para a formação de bulbos
precoces resultando em queda de produtividade, logo, é indispensável temperaturas
ideais para cada tipo de cultivar para se obter o máximo de resposta e produtividade
da planta (SOUZA E RESENDE, 2002).
Resende et al. (2014) obtiveram respostas positivas de N em relação ao
aumento de massa fresca do bulbo encontrando maior valor para a cultivar Alfa
Tropical com 99,7 g bulbo-1 seguido pelo cultivar Alfa São Francisco com 90,09 g
bulbo-1.
Trabalhando com adubação nitrogenada na cultura da cebola, Resende et al.
(2003) observaram que a cultivar Texas Grano 502 obteve melhor resposta em
relação à adubação nitrogenada com valores de peso fresco da ordem de 89,42 g
13
bulbo-1 superando as cultivares Crioula e Pira Ouro com valores de 75,88 e 79,68 g
bulbo-1 respectivamente.
Em relação à adubação potássica e nitrogenada, Resende et al. (2009) afirmam
que a produção de massa fresca do bulbo na ausência da adubação potássica e com
dose de 90 kg ha-1 de N mostrou efeito positivo em função de doses de nitrogênio
sugerindo assim, uma resposta positiva e complementar para esse nutriente.
2.5 Avaliação peso seco do bulbo
As perdas de massa dos bulbos podem ocorrer logo nos primeiros dias e está
ligado a perda de água das películas externas do bulbo e aos processos que ocorrem
no pós-colheita como corte da parte aérea da planta e limpeza dos bulbos (TAVELLA,
2011).
O processo de cura dos bulbos tem como objetivo a perda de água e redução
da incidência de podridão, esse processo pode aumentar a resistência do bulbo contra
a entrada de microorganismos e pode aumentar o tempo de conservação (SOUZA e
RESENDE, 2002).
Avaliando características físicas e químicas de cultivares de cebola sob
refrigeração, Muniz et al. (2012) observaram perda de massa fresca, porém, sem
diferença significativa com valores de 3% para a cultivar CNPH 6400 e 2% para a
cultivar Optima durante o experimento.
2.6 Avaliação do diâmetro do bulbo
Um dos parâmetros para classificação comercial de cebola está relacionado
diretamente ao diâmetro do bulbo.
14
De acordo com Souza e Resende (2002), o aumento da densidade de cebolas
ha-1 proporciona um aumento na produção de bulbos classes 3 e 4. Resultado
semelhante encontrado também por Figueiredo et al. (2011) ao avaliar o desempenho
de genótipos comerciais de cebola sob diferentes densidades populacionais.
Costa et al. (2000) verificaram que as cultivares Conquista, Valeouro IPA-11,
Franciscana IPA-10, CNPH-6040, Bola P. EMPASC, CNPH-5898 e Crioula
destacaram-se por apresentar bulbos comerciais acima de 80% nas classes 3 e 4
sendo essas de maior preferência pelo consumidor nacional. Entretanto, as cultivares
Texas Grano-PRR, Texas Grano-438, Brownsville, Granex-429 e Houston tiveram
cerca de 44% de seus bulbos comerciais na classe 5, que são bulbos grandes e de
baixo valor comercial de acordo com Silva et al. (1991) tendo em vista que o
consumidor brasileiro prefere bulbos com 80 a 100g e com diâmetro transversal de 40
a 80mm.
Avaliando diferentes genótipos comerciais de cebola, Figueiredo et al. (2011)
observaram que a cultivar Perfecta obteve os melhores resultados para as classes 3
e 4, sendo estas de maior interesse comercial. Já a cultivar Reed Bolla apresentou os
piores resultados dentre as cultivares avaliadas para os padrões comerciais.
2.7 Avaliação da produtividade total do bulbo
Um dos fatores mais importantes para instalação de uma cultura é a
produtividade a qual refere-se a fatores ambientais e genéticos capazes de expressar
o potencial produtivo da cultura.
Segundo Figueiredo et al. (2011) a produtividade pode variar em diferentes
cultivares diferindo em aproximadamente 50 t ha-1 ou seja, a escolha correta do
cultivar para determinada região pode significar aumentos em produtividade total para
o produtor. Além disso, estes mesmos autores observaram melhor desempenho para
a cultivar Perfecta para os parâmetros produtividade e tamanho médio de bulbo em
relação a outras cultivares. Já a cultivar Reed Bolla teve o pior desempenho.
15
Resende et al. (2003) verificaram que a cultivar Texas Grano 502 destaca-se
pela sua alta produtividade de bulbos comerciais (44,36 t ha-1) tendo desempenho
similar ao cultivar Granex 33 (50,21 t ha-1). Ambas as cultivares apresentaram
incrementos na produtividade de valor 204,3 a 168,8% a média nacional (16,5 t ha-1).
Entretanto, Santos Jr. (1993) obteve resultados superiores que alcançaram
produtividade de 66,04 t ha-1.
Vilas Boas et al. (2012) avaliando cultivares de cebola irrigadas por
gotejamento, observaram que houve decréscimo da produtividade total de cebola
conforme o aumento das tensões de água no solo sendo que, a tensão de 15 kPa
proporcionou o máximo de produtividade total de bulbos.
Kurtz et al. (2010), constatou que a aplicação de Zn ao solo aumentou a
produtividade de bulbos de cebola tendo como rendimento de 19,4 para 22,4 t/ha
(safra 2006/2007), de 14,0 para 16,8 t/ha (safra 2007/2008) e de 31,9 para 35,1 t/ha
(safra 2008/2009) refletindo em um incremento de 13,5%.
Em cultivo orgânico de cebola utilizando compostos à base de dejetos suínos,
Vidigal et al., (2010) chegaram a produtividade total de 61,5 t ha-1 com aplicação de
43,8 t ha-1 de composto orgânico, superando até mesmo médias de cultivos
convencionais.
Em produção de cebola orgânica com uso de cobertura morta e torta de
mamona, Santos et al. (2012) encontraram resultados superiores de produção total
para tratamentos com cobertura morta em relação a tratamentos sem cobertura
chegando a produtividade de 26,49 t ha-1.
Em relação ao nitrogênio, Resende et al. (2008) afirmam que em interação com
o potássio ou mesmo isoladamente, resulta na redução da produtividade de refugos
na cultura da cebola.
Tavella (2011) obteve maiores produtividades com as cultivares IPA 11(Vale
Ouro) e IPA 10 (Franciscana) com médias de 16,38 t ha-1 e 15,57 t ha-1
16
respectivamente, não havendo diferença estatística entre as cultivares. Já a cultivar
IPA 12 (Brisa) obteve a menor produtividade com média de 14,02 t ha-1.
Avaliando diferentes cultivares de cebola em diferentes métodos de irrigação,
Bandeira et al. (2010) verificaram maior desempenho para o híbrido Serena com
produtividade total de 39,85 t ha-1 enquanto as cultivares Vale Ouro IPA-11 e
Franciscana IPA-10 obtiveram resultados semelhantes com 29,28 t ha-1 e 27,40 t ha-1
respectivamente.
2.8 Avaliação da produtividade comercial do bulbo
Tavella (2011), avaliando a produtividade comercial obteve médias de 16,20 t
ha-1 e 15,49 t ha-1 com as cultivares IPA 11 e IPA 10 respectivamente e com baixa
produtividade de refugos.
Ao avaliar o desenvolvimento de cultivares de cebola irrigadas por gotejamento,
Vilas Boas et al. (2012) observaram maior produtividade comercial para a cultivar
Optima F1 que obteve um incremento de 27,8% acima do cultivar Alfa Tropical.
Para produtividade comercial avaliando dose econômica de nitrogênio na
produtividade e armazenamento de cultivares de cebola, Resende et al. (2014) obteve
máxima produtividade com a cultivar Alfa tropical com dose de 161,4 kg há-1 de N e
produtividade comercial de 69,20 t ha-1, enquanto que a cultivar Alfa São Francisco
utilizou uma maior quantidade de N (215,9 kg ha-1 de N) e obteve produtividade
comercial menor que a Alfa Tropical com 65,05 t ha-1.
Sirtoli et al. (2010) verificaram maior produtividade comercial do cultivar Texas
Grano 502 em relação a outras cultivares (Granex 90 e White Creole), entretanto, sem
diferenças significativas entre si.
A cebola híbrida C2, diferiu estatisticamente de outras cultivares com melhor
resultado para produtividade comercial com 39,60 t ha-1 seguido de Vale Ouro IPA-11
(28,77 t ha-1) e Franciscana IPA-10 (26,86 t ha-1) em cultivo sob dois métodos de
irrigação (BANDEIRA et al., 2010).
17
Em cultivo orgânico de cebola utilizando compostos à base de dejetos suínos,
Vidigal et al. (2010) obteve produtividade comercial máxima de 60,3 t ha-1 com
aplicação de 43,4 t ha-1 de composto orgânico.
Costa et al. (2000) avaliando diferentes cultivares de cebola obteve resultados
de produtividade de bulbos comerciais entre 21,41 e 61,78 t ha-1 dando destaque as
cultivares Texas Grano-PRR, Granex 429, Texas Grano-438, Brownsville, Texas
Grano 502 e Houston não havendo diferenças significativas entre si e apresentando
incrementos na produtividade na ordem de 285,5 a 386,4% resultados esses acima
da média nacional que é de 12,7 t ha-¹ (IBGE, 2013).
2.9 Avaliação total de sólidos solúveis (SS)
Os teores de açúcares solúveis redutores e não-redutores estão diretamente
associados a características de sabor e aroma da cebola (RANDLE,1992).
O alto teor de sólidos totais e solúveis está associado diretamente à qualidade
de armazenamento dos bulbos e sua alta pungência, sendo que, para cebola,
normalmente os valores encontrados de sólidos totais e solúveis gira em torno de 5 a
20% (CARVALHO, 1980).
Bandeira et al. (2010) verificaram maiores valores de sólidos solúveis para a
cultivar Vale Ouro IPA-11 (11,55º Brix) já a cultivar Serena obteve o menor valor (6,20º
Brix) enquanto a cultivar. Franciscana IPA-10 obteve (9,5ºBrix).
Chagas et al. (2004) encontraram maiores valores de sólidos solúveis para as
cultivares Pira Ouro, Crioula, Baia Periforme e Jubileu com valores de 10,60;10,58;
10,42 e 10,35% não havendo diferença significativa entre estas. Os menores valores
ficaram para as cultivares Granex 33 e Texas Grano502 com médias de 8,58 e 8,16%
respectivamente.
Avaliando duas cultivares de cebola armazenadas sob refrigeração, Muniz et
al. (2012) observaram durante 60 dias de armazenamento uma tendência de redução
18
dos sólidos solúveis totais para ambas as cultivares estudadas, porém, sem
diferenças significativas.
Em cultivo orgânico de cebola utilizando compostos à base de dejetos suínos,
Vidigal et al. (2010) constataram que o teor de sólido solúveis diminuiu de acordo com
o aumento de doses de compostos à base de dejetos suínos.
Em bulbos de genótipos de cebola cultivados no Vale do Itajaí, Schunemann et
al. (2006) verificaram que o genótipo CNPH – 6244 apresentou maior desempenho
para teores de sólidos solúveis dentre os demais genótipos avaliados, sendo que, a
cultivar Régia apresentou o pior desempenho.
O aumento de doses de N pode diminuir o teor de sólidos solúveis pelo
processo de diluição, pois, o incremento de N favoreceu a produção de bulbos maiores
provocando a diluição de açúcares, (RODRIGUES et al., 2015).
2.10 Avaliação teor de nitrato
O nitrogênio é constituinte da estrutura de aminoácidos, proteínas, vitaminas,
clorofila, enzimas e coenzimas (COSTA, 2007). Para que esses compostos ocorram
é necessário que o nitrato seja reduzido à amônio cujo o processo é realizado em
duas etapas na planta: primeiro o nitrato é reduzido a nitrito na planta no citoplasma
das células vegetais por meio da enzima redutase do nitrato, na segunda etapa, o
nitrito é convertido a amônio nos cloroplastos mediante a atividade da enzima
redutase do nitrito (FAQUIN e ANDRADE, 2004).
2.11 Avaliação acidez titulável
No processo de industrialização, as cebolas selecionadas geralmente contêm
um alto teor de pungência devido sua utilização como agente aromatizante, processo
que acarreta na perda de parte dessa pungência e por isso essa característica é
desejável. A acidez é utilizada para medir o grau de pungência, logo, o alto teor de
acidez é desejável no processo de seleção de cebolas que vão para a indústria. A
acidez titulável está diretamente ligado aos teores de ácidos orgânicos presentes na
19
polpa da cebola que, somada aos teores de sólidos solúveis, agrega uma qualidade
para se avaliar no pós-colheita da cultura (CHITARRA & CHITARRA, 1990).
Avaliando qualidade de cebola em função de doses de nitrogênio e épocas de
plantio, Rodrigues et al. (2015) observaram que a acidez titulável diminuiu com a
aplicação de nitrogênio.
A cv. Franciscana IPA-10 obteve o maior valor de ácido pirúvico dentre as
cultivares avaliadas com 5,01 μmol mL-1 seguida do cultivar Vale Ouro IPA-11 com
4,65 μmol mL-1, já a cultivar Serena apresentou valor estatisticamente menor com 3,18
μmol mL-1 respectivamente sob dois métodos de manejo de irrigação (BANDEIRA et
al., 2010).
De acordo com Chagas et al. (2004) avaliando características qualitativas para
cebola no sul de Minas, o grau de pungência da cebola é proporcional ao teor de ácido
pirúvico formado. Estes mesmos autores encontraram teor de acidez mais alto para
as cultivares Crioula e Pira Ouro, resultado oposto encontrado nas cultivares Texas
Grano 502 e Granex 33.
Muniz et al. (2012) observaram uma redução do teor de ácidos orgânicos
durante o armazenamento de duas cultivares de cebola. Além disso, observaram que
durante o processo de armazenamento a cultivar CNPH 6400 tinha um teor de 35% a
mais de acidez total titulável em relação a cultivar Optima, mas, no fim do período de
armazenamento a cultivar CNPH 6400 também obteve a maior perca de acidez total
titulável com valor de 28% enquanto a cultivar Optima perdeu 14%.
Em relação ao teor de acidez, Schunemann et al. (2006) verificaram maior teor
para o genótipo CNPH – 6047, com 0,27% de ácido pirúvico diferindo das cultivares
CNPH- 6074, Primavera e Granex – 429.
2.12 Avaliação da classificação comercial do bulbo
20
Segundo Silva et al. (1991), bulbos com peso entre 80 e 100g, com diâmetro
transversal entre 4 e 8 cm e forma arredondada são de maior preferência pelos
consumidores que mantiveram essas características como de maior valor comercial
De acordo com Souza e Resende. (2002), bulbos de cor amarelo-avermelhada
possuem preferência do consumidor, porém, é importante lembrar que existem nichos
específicos de consumo em que o mercado é influenciado por fatores como poder
aquisitivo e cultura de cada região. Belo Horizonte e Rio de Janeiro são exemplos
onde ocorre tendência de consumir cebola com coloração roxa ou arroxeada. Com a
abertura da economia brasileira e o contato com produto importado, o consumidor
brasileiro está em processo de mudança quanto à exigência de qualidade,
desconsiderando a não-uniformidade do produto em relação à cor, tamanho e formato.
Para Resende et al. (2009) é de grande importância a maior conservação do
produto no pós-colheita para a comercialização, pois existe variações de preços em
curtos períodos de tempo e dessa forma o produtor sabendo das perdas de massa da
cebola, pode conseguir melhores cotações de preços e aumentar seus lucros devido
a volatilidade do mercado ceboleiro.
Em relação a classificação comercial, Tavella (2011) obteve bulbos nas classes
3 e 2 sendo que, as cultivares IPA 10, 11 e 12 se enquadraram na classe 2 com mais
de 70% dos bulbos apresentando diâmetro entre 35 a 50mm, tamanho mínimo para
classificação comercial (MAPA, 1995). Quanto a classe 3 que corresponde a bulbos
entre 50 e 60 mm, apenas as cultivares IPA 10 e 11 obtiveram bulbos nessa
classificação com 20% e 10% dos bulbos classificados nessa categoria,
respectivamente.
O uso de cobertura com palha de bambu e cobertura com palha de gliricídia
aumentaram a produção de bulbos nas classes 3 e 4 em relação a tratamentos sem
uso de cobertura morta (SANTOS et al., 2012).
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Caracterização do local de experimento
21
O experimento foi conduzido no setor de horticultura da Universidade Federal
de Mato Grosso, em Sinop-MT (11º50’53’’ de latitude sul e a 55º38’57’’ de latitude
oeste; 384 m altitude), no período de maio a dezembro de 2015. O solo da área é do
tipo Latossolo Vermelho Amarelo distrófico Santos et al. (2013). Segundo a
classificação de Köppen-Geiger, a característica do clima da região é tropical úmido
com estação chuvosa no verão e seca no inverno com precipitação média anual de
2.000 mm (VOURLITIS et al., 2014).
3.2 Material vegetal, plantio e condução
Foram utilizadas no experimento sementes de cebola de duas cultivares
comerciais. A cultivar Baia Periforme que se caracteriza por apresentar bulbo do
globular alongado, de coloração amarela, bastante uniforme e de ótima conservação.
O ciclo varia entre 170 e 180 dias dependendo da região. A cultivar Texas Grano 502,
é de dias curtos, precoce, de coloração amarelo-clara, com alto potencial produtivo e
ciclo de 170 dias.
As sementes foram semeadas no dia 25/04/2015 em bandejas de poliestireno
expandido e colocadas em casa de vegetação. Aos 35 dias, as mudas foram
transplantadas das bandejas para o local definitivo. Anteriormente ao transplante das
mudas, foi realizado a análise química do solo, conforme descrita abaixo (Tabela 1).
Tabela 1. Análise química do solo
Ph P K Ca Mg Al H+Al M.O B Cu Fe Mn Zn
água mg/dm-3 --------------cmolc/dm-3--------------- g/dm-3 ----------------mg/dm-3--------------
5,90 8,14 0,19 3,35 1,41 0,01 4,13 28,15 0,13 0,18 100,09 18,54 1,82
SB t T V m Ca/Mg Ca/K Mg/K Ca+Mg/K
----cmolc/dm-3--------- ------(%)-----------
4,95 4,96 9,08 54,51 0,20 2,37 17,63 7,42 25,05
22
A calagem foi realizada utilizando-se calcário dolomítico do tipo filler (CaO 32%
e MgO 15%) na dose de 2,7 ton ha-¹ até atingir V=70% previamente incorporado ao
solo sob aração e gradagem do terreno. Após os canteiros foram realizados com o
uso de uma enxada rotativa com largura de 1,20m e altura de 35cm.
A adubação de plantio foi segundo a recomendação de Júnior et al. (2007) onde
aplicou-se na adubação de plantio 300 kg ha-1 de P2O5 na forma de superfosfato
simples, 240 kg ha-1 de K2O na forma de KCL parcelado em duas vezes junto com o
N, 50% aos 15 dias após o transplante e 50% aos 35 dias após o transplante. Além
dos macronutrientes foram aplicados também 70 kg ha-1 de sulfato de magnésio, 20
kg ha-1 de Bórax e 20 kg ha-1 de Sulfato de Zinco.
A adubação com N foi realizada apenas em cobertura dividida em três
aplicações: 10% de N 15 dias após o transplante; 40% de N 35 dias após o transplante
e 50% de N 55 dias após o transplante. Como fonte de N utilizou-se o nitrato de cálcio.
O controle de pragas e doenças foi realizado com constante monitoramento da
área, uma vez que, foram registrados na área a presença de Tripes (Thysanoptera:
Thripidae) e Vaquinha (Diabrotica speciosa e Cerotoma arcuata). O controle de pragas
e doenças foi feito através de produtos químicos como inseticidas (Malathion 500 CE®
e Larvin 800 wg®) e fungicidas (Comet® e Cerconil wp®). Além disso, foram
realizadas duas pulverizações de calda viçosa de forma preventiva. O controle de
plantas daninhas foi realizado através de capinas manuais.
A colheita foi iniciada quando 80% dos bulbos apresentavam-se no estádio de
“estalo”, ou seja, quando as plantas apresentaram avançados sinais de senescência
como amarelecimento e secagem das folhas e tombamento da parte aérea da planta.
A cultivar Texas Grano 502 foi colhida com 140 dias enquanto a cultivar Baia Periforme
foi colhida com 174 dias. A cura foi realizada em um período de três dias ao sol e doze
dias à sombra em galpão arejado.
3.3 Definição das avaliações
23
A produtividade total foi determinada através da pesagem da massa fresca do
bulbo em balança de precisão semi-analítica da marca Western. Após a pesagem, o
valor obtido foi dividido em função da área útil de cada parcela. O resultado foi
transformado em ton ha-1.
A produtividade comercial foi determinada através da pesagem dos bulbos
comerciais em balança semi-analítica da marca Western. Após a pesagem, o valor
obtido foi dividido em função do tamanho da área útil de cada parcela. O resultado foi
transformado em ton ha-1.
A massa fresca do bulbo foi determinada através da pesagem dos bulbos
comerciais em balança semi-analítica da marca Western. Após a pesagem, o valor
obtido foi dividido em função do tamanho da área útil de cada parcela. O resultado foi
transformado em g bulbo-1.
A classificação comercial do bulbo foi determinada com o auxílio de um
paquímetro digital marca Uyustools, medindo-se o diâmetro transversal do bulbo. A
classificação comercial do bulbo ocorreu da seguinte forma: classe 2 (>35mm-50 mm);
classe 3 (>50-70 mm); classe 4 (>70-90mm); classe 5 (>90mm). (Brasil, 1995).
A acidez total titulável foi determinado através da porcentagem de ácido
pirúvico obtida através de uma alíquota de 20 ml de sulco do bulbo a qual foi
adicionado três gotas de fenolftaleína 1%. Em seguida realizou –se a titulação até o
ponto de viragem com solução de NaOH (0,1 N) segundo as normas da AOAC, (2005).
O resultado foi expresso em % de ácido málico.
Os teores de sólidos solúveis totais foram determinados com leitura direta em
refratômetro manual com compensação automática de temperatura conforme as
normas da AOAC, (2005).
O teor de nitrato foi obtido através da metodologia descrita por Cataldo et al.
(1975). Em erlenmeyer de 50ml pesou-se 0,1g de amostra seca e triturada em moinho
e adicionou-se 10ml de água deionizada. Em seguida, os erlenmeyers com as
amostras foram colocados em banho maria com temperatura aproximadamente de
24
60ºC, por um período de 1 hora agitando-se a cada 5 minutos, com intervalo de
repouso de 15 minutos. Posteriormente, retirou-se as amostras do banho maria e
foram acrescentados 0,3g de carvão ativado agitando-se as amostras para a completa
dissolução do carvão e em seguida deixando-se descansar por 10 minutos. Feito isso,
o material foi filtrado com auxílio de papel filtro e do filtrado obtido, retirou-se 0,2mL
de extrato e adicionou-se 0,8mL de solução 1 e 19ml de NaOH (2M). As leituras das
amostras foram realizadas em espectrofotômetro no comprimento de 410nm. O
resultado foi expresso em mg NO3- kg-¹.
O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso em esquema
fatorial 4X2 sendo 4 doses de N (150, 200, 250 e 300 kg ha-1) e 2 cultivares (Baia
Periforme e Texas Grano 502) com 4 repetições. O espaçamento utilizado para as
cultivares foi de 0,25 m entre linhas e 0,10 m entre plantas. Cada parcela foi
constituída por 24 plantas/m² com 4 linhas sendo considerada a parcela útil de análise
as 2 linhas centrais com 12 plantas.
Os dados foram submetidos a análise de variância e as médias comparadas
pelo teste de Tukey a 5% da probabilidade. Para a variável quantitativa foi aplicado
teste de regressão com p< (0,05).
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Houve diferenças significativas para as variáveis peso fresco (PF),
produtividade total (PT), produtividade comercial (PC), teor de sólidos solúveis (SS),
acidez total titulável (ATT), teor de nitrato (TN) e classes comerciais 2 e 5 (CC2, e
CC5) conforme a tabela 3. Em relação as doses de N, não houve diferença
significativa para os parâmetros analisados exceto, sólidos solúveis.
25
Tabela 2- Análise de variância (teste-Tukey) e médias para Produtividade total (PT),
Produtividade comercial (PC), Peso fresco (PF), sólidos solúveis (SS), acidez total titulável
(ATT), Teor de nitrato (TN), Classe comercial (CC2; CC3; CC4 e CC5) em relação cultivares e
doses (C*V).
Teste-F PT PC PF ATT SS TN CC2 CC3 CC4 CC5
(t ha-1) (t ha-1) (t ha-1) (% ác. Pirúv.) (ºbrix) (mg/kg) (%) (%) (%) (%)
C*D 1,76ns 1,83ns 1,83ns 0,62ns 0,20ns 1,24ns 0,99ns 2,19ns 1,53ns 0,88ns
CV (%) 18,79 18,79 18,79 24,66 6,23 23,41 49,96 22,96 29,86 48,78
*Significativo com p<(0,05); ns Não significativo com p>(0,05);
Tabela 3- Médias para Produtividade total (PT), Produtividade comercial (PC), Peso fresco (PF),
sólidos solúveis (SS), acidez total titulável (ATT), Teor de nitrato (TN), Classe comercial (CC2;
CC3; CC4 e CC5) em relação cultivar Texas Grano 502 (T.G 502) e Baia Periforme (B. P).
Cultivares PT PC PF ATT SS TN CC2 CC3 CC4 CC5
(t ha-1) (t ha-1) (t ha-1) (% ác. Pirúv.) (ºbrix) (mg/kg) (%) (%) (%) (%)
T. G 502 4.69a 4.45a 222.84a 0.16b 7.93b 14.06b 6.66b 41.04a 36.06a 16.17a
B. P 3.21b 3.03b 151.75b 0.19a 8.91a 48.18a 16.49a 43.34a 32.61a 7.49b
*Significativo com p<(0,05); ns Não significativo com p>(0,05);
Em relação ao peso fresco dos bulbos, houve somente diferença significativa
para cultivares. O melhor desempenho encontrado para esta variável foi com a
cultivar Texas Grano 502 com 222,84 g bulbo-1 enquanto a cultivar Baia Periforme
obteve 151,75 g bulbo-1, esses valores são superiores às médias encontradas por
Resende e Costa (2006) verificaram para a cultivar Texas grano 502 PRR valores de
bulbo fresco de 95,52g bulbo-¹. Outro autor como Araújo et al. (2007) utilizando
espaçamento de 25x0,5cm na região de Ponto Novo-BA no período de maio a outubro
verificaram para a cultivar Texas Grano 502, peso de 116,88 g bulbo-¹.
Em relação a cultivar Baia Periforme, Resende et al. (2007), utilizando
espaçamento de 20x25cm em Guarapuava-PR verificaram para esta cultivar valores
médios de bulbo fresco de 98g. Outros autores como Resende et al. (2003) obtiveram
69,06g bulbo-¹ para a cultivar Baia Periforme em Lavras-MG utilizando espaçamento
26
de 20x10cm no período de março a setembro enquanto Resende et al. (2010) em
Guarapuava-PR verificaram para a cultivar Baia Periforme valores de bulbo fresco de
87,52 g bulbo-¹ em cultivo convencional utilizando espaçamento de 20x20cm. Em
nosso estudo é possível verificar um ganho superior a esses autores em massa fresca
justificado por boas condições climáticas e adubação.
Em relação as doses de nitrogênio para as cultivares avaliadas não houve
diferença significativa. Outros autores como Gonçalves et al. (2009) também não
verificaram diferença para doses de N, o que demostra que fatores ambientais, fonte
utilizada e microbiota do solo possam interferir na assimilação do N disponível as
plantas.
O parâmetro produtividade total mostrou que houve diferença significativa
somente para cultivares. A cultivar Texas Grano 502 apresentou melhor resultado
para esse parâmetro com produtividade de4,69 t ha-1 enquanto que a Baia Periforme
obteve produtividade de 3,21 t ha-1.
Outros autores como Rodrigues et al. (2006), avaliando a cultivar Texas Early
Grano em cultivo convencional utilizando um espaçamento de 20x10 cm na região de
Viçosa-MG no período de abril a dezembro obtiveram média de 4,28 t ha-1. Araújo et
al. (2007) utilizando espaçamento de 25x0,5cm na região de Ponto Novo-BA no
período de maio a outubro encontraram respostas superiores ao presente trabalho
com a cultivar Texas Grano 502 com resultado de 18,62 t ha-1.
Para a cultivar Baia Periforme, outros autores verificaram resultados acima do
encontrado no presente trabalho como Ricci et al. (2014) que encontraram 21,82 t ha-
1na região de Seropédica-RJ utilizando espaçamento de 30x12cm no período de junho
a outubro bem como Resende et al. (2010) que verificaram para Baia Periforme 14,08
t ha-1 em cultivo convencional. Os valores obtidos neste trabalho variam com os
demais autores possivelmente devido aos diferentes tipos de solo, época e local de
cultivo, adaptação do cultivar, espaçamento, fotoperíodo e irrigação.
27
O parâmetro produtividade comercial mostrou diferenças significativas apenas
para cultivares. A cultivar Texas Grano 502 obteve melhor resposta com 4,45 t ha-1
em relação a Baia Periforme que obteve 3,03 t ha-1 respectivamente.
Na avaliação da cultivar Texas Grano 502 em diferentes épocas de semeadura
usando um espaçamento de 15x15cm na região de Marechal Cândido Rondon-PR,
Sirtoli et al. (2010) obtiveram produtividade comercial média de 5,67 t ha-1. Araújo et
al. (2007) utilizando espaçamento de 25x0,5cm na região de Ponto Novo-BA no
período de maio a outubro encontraram resultado de 18,62 t ha-1 para a cultivar Texas
Grano 502. Os autores citados encontraram resultados superiores ao presente
trabalho para a mesma cultivar.
Para a cultivar Baia Periforme, Ramos et al. (2005) encontraram valores de
4,59 t ha-1 utilizando espaçamento de 20x15cm na região de Juazeiro-BA no período
de fevereiro a junho. Enquanto Ricci et al. (2014) verificaram valores de 21,74 t ha-1
para a Baia Periforme na região de Seropédica-RJ utilizando espaçamento de
30x12cm, no período de junho a outubro. Os resultados encontrados no presente
trabalho divergem com os encontrados por outros autores, possivelmente devido ao
fato de que temperaturas mais elevadas favorecem formação de bulbos precoces e a
maturação mais rápida diminuindo a produtividade (SOUZA e RESENDE, 2002). Além
disso, fatores edafoclimáticos, períodos experimentais, espaçamento utilizado e
adaptabilidade das cultivares podem ter influenciado no resultado.
O parâmetro acidez total mostrou apenas diferença significativa para cultivares.
Para este parâmetro, o melhor desempenho foi para a cultivar Baia Periforme que teve
resultado de 0,19% enquanto que a cultivar Texas Grano 502 obteve valor menor com
0,16%.
Outros autores como Chagas et al. (2004) em Lavras-MG no período de abril a
setembro encontraram valores de 0,30% para cultivar Baia Periforme assim como
Resende et al. (2009) que em cultivo convencional encontraram média de 0,30% para
a cultivar Baia Periforme utilizando espaçamento de 20x20cm. Para cultivar Texas
Grano 502 outros autores como Chagas et al. (2004) na região de Lavras-MG no
período de abril a setembro encontraram valores de 0,19% enquanto Araújo et al.
28
(2007) encontraram 0,27% em Ponto Novo-BA no período de maio a outubro. Em
nosso trabalho os resultados foram inferiores para as duas cultivares estudadas
possivelmente devido a fatores genéticos e ambientais como temperatura e teor de S
e N no solo. É desejável alto teor de acidez caso a cebola seja destinada para a
indústria, pois, o bulbo desidratado é usado como agente aromatizante e parte da
pungência que é medida através do teor de acidez se perde no processamento
(CHITARRA & CHITARRA, 1990).
Para os teores de sólidos solúveis houve diferença significativa entre as
cultivares. A cultivar Baia Periforme obteve melhor resposta com 8,91 ºbrix enquanto
a cultivar Texas Grano 502 obteve 7,93 ºbrix.
Para a cultivar Baia Periforme, outros autores como Belfort et al. (2006)
encontraram valores inferiores ao presente trabalho em sistema convencional na
região de Viçosa-MG no período de abril a dezembro com 7,10 ºbrix enquanto Chagas
et al. (2004) obtiveram valores superiores com 10,42 ºbrix para Baia Periforme na
região de Lavras-MG entre abril e setembro assim como Souza et al., (2010) que
encontraram 10,6 ºbrix para Baia Periforme após colheita com 50% de plantas com
estalo natural em Viçosa-MG.
Para a cultivar Texas Grano 502, Belfort et al. (2006) encontraram resultado
comparável ao presente trabalho com 7,98 ºbrix em cultivo convencional na região de
Viçosa-MG no período de abril a dezembro. Outros autores como Souza et al. (2010)
encontraram resultados superiores aos obtidos nesse trabalho com 9,1ºbrix após a
colheita de plantas com 50% de estalo natural assim como Araújo et al. (2007) que
obtiveram 11,65 ºbrix com a cultivar Texas Grano 502 em Ponto Novo-BA no período
de maio a outubro. Os resultados encontrados no presente trabalho são
possivelmente devido a adubação e ao tamanho de bulbo uma vez que, quanto maior
o bulbo maior será a diluição de açúcares.
Em relação as doses de nitrogênio houve diferença significativa sendo que a
dose 200 kg/ha-1 de N obteve o maior valor com 8,81 ºbrix enquanto a dose 150 kg/ha-
1 de N obteve o menor valor com 7,80 ºbrix, valores contraditórios aos encontrados
por Rodrigues et al. (2015) que constaram a redução de sólidos solúveis com
29
incremento de doses de N obtendo 9,87 ºbrix na ausência da aplicação de N. De
acordo com Carvalho, (1980) os valores de sólidos solúveis totais em cebola podem
variar de 5 a 20%.
Para o parâmetro teor de nitrato houve diferença significativas para cultivares
sendo que a cultivar Baia Periforme teve maior teor de nitrato com 48,18 mg de NO3
em relação a Texas Grano 502 que teve média de 14,06 mg de NO3. Avaliando teor
de nitrato em vegetais “in natura” comercializados na região de Teresina-PI, Silva et
al. (2012) encontraram valores para cebola de 23,25 mg de NO3. Na literatura
consultada, este foi o único trabalho encontrado avaliando teor de nitrato em cebola.
Os resultados obtidos no presente trabalho podem estar relacionados à característica
genética de cada cultivar, adubação, temperatura e fotoperíodo.
Para o parâmetro classificação comercial classe 2, houve diferença significativa
apenas para cultivares. A cultivar Baia Periforme obteve maior porcentagem de bulbos
nessa classe com 16,49% de bulbos enquanto a cultivar Texas Grano 502 obteve
6,66% de bulbos nessa classe.
Para a cultivar Baia Periforme Ricci et al. (2014) verificaram 39% de bulbos
classe 2 na região de Seropédica-RJ no período de junho a outubro utilizando
espaçamento de 30x12,5cm. Kunz et al. (2009) verificaram em Marechal Cândido
Rondon-PR 39% de bulbos classe 2 para a cultivar Baia Periforme utilizando
espaçamento de 25x10cm.
Costa et al. (2000) usando espaçamento de 15x10cm na região de Petrolina-
PE no período de abril a agosto encontraram para a cultivar Texas Grano 502
respostas abaixo do presente trabalho com 2,00% de bulbos classe 2. Os resultados
do presente trabalho foram inferiores aos encontrados por outros autores, devido ao
espaçamento utilizado, épocas das adubações nitrogenada em cobertura e diferentes
épocas de semeadura.
No parâmetro classe 5 houve diferença significativa entre cultivares, sendo que
a cultivar Texas Grano 502 obteve maior número de bulbos nessa classe, com 16,17%
de bulbos enquanto Baia Periforme obteve 7,49% dos bulbos nessa classe.
30
Para a cultivar Texas Grano 502, outros autores encontraram valores acima do
presente trabalho, como Costa et al. (2000) que obtiveram média de 34,00% de bulbos
classe 5 em Petrolina-PE, no período de abril a agosto, utilizando espaçamento de
15x10cm.
Para a cultivar Baia Periforme, não foram encontrados estudos que
verificassem bulbos desse calibre para esta cultivar na literatura consultada. Os
resultados encontrados no presente estudo foram inferiores em relação a outros
autores possivelmente devido ao espaçamento, característica genética das cultivares,
doses de N utilizadas e as épocas em que foram aplicadas.
Figura 1: Teor de sólidos solúveis em relação as doses de N.
5. CONCLUSÕES
As doses de N utilizadas neste estudo não influenciaram os parâmetros
estudados exceto, sólidos solúveis.
A cultivar Texas Grano 502 se destacou em parâmetros quantitativos como
produtividade total, produtividade comercial e peso fresco de bulbo. A cultivar Baia
y = -6E-05x2 + 0.03x + 4.676R² = 0.555
7.6
7.8
8
8.2
8.4
8.6
8.8
9
0 50 100 150 200 250 300 350
(º b
rix)
Doses de nitrogênio
Teor de Sólidos Solúveis
31
Periforme se destacou em parâmetros qualitativos como teor de sólidos solúveis,
acidez total titulável e teor de nitrato.
Em relação as classes comerciais, as duas cultivares obtiveram desempenho
semelhante para as classes mais desejáveis (classe 3 e 4). Para as classes de menor
valor comercial, a cultivar Baia Periforme se destacou na produção de bulbos classe
2 enquanto a cultivar Texas Grano 502 destacou-se na produção de bulbos classe 5.
32
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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