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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA, CONSERVAÇÃO E
MANEJO DA VIDA SILVESTRE.
PATRICIA KÖSTER E SILVA
Identificação e Mapeamento dos Sítios Prioritários para Conservação
das Espécies de Vertebrados Ameaçados de Extinção no Âmbito da
Aliança Brasileira para Extinção Zero (BAZE).
Orientador: Gustavo Alberto Bouchardet da Fonseca
Co-Orientador: Daniel Brito
Belo Horizonte
Estado de Minas Gerais – Brasil
Agosto de 2008.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
BELO HORIZONTE, MG – BRASIL.
DISSERTAÇÃO
submetida por Patrícia Köster e Silva
para obtenção do Grau de
MESTRE EM ECOLOGIA, CONSERVAÇÃO E MANEJO DA VIDA SILVESTRE,
Aprovada em: 04/08/2008
ORIENTADOR:
P.h.D. Gustavo Alberto Bouchardet Fonseca, Global Environment Facility.
BANCA EXAMINADORA:
Dr. Adriano Pereira Paglia, Conservação Internacional do Brasil.
Dr. Flávio Henrique Guimarães Rodrigues, Universidade Federal de Minas Gerais.
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Para Alexander, Aldemar, Auneir e para minha querida mãe, Pelo amor a vocês....
Por minha querida Mata Atlântica! A floresta que inspirou minha vida,
Meus sonhos de criança e, Que está sempre viva em meu coração!
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Agradecimentos
“Herói não é aquele que vence, mas sim aquele que humilhado ao pó da derrota
encontra ânimo para prosseguir a luta”.
E quantas lutas eu travei até chegar a este glorioso momento em que posso defender
um projeto na profissão que escolhi para minha vida, pois não me imagino fazendo algo
que não seja trabalhar em biologia da conservação. Já trabalhei em muitas áreas para
garantir meu sustento e o sustento de minha família, mas nunca deixei de travar minha luta
diária para alcançar meus objetivos. Hoje posso dizer que sou herói, pois superei meus
próprios limites, a falta de recursos e muitas vezes a falta de esperança, pois não conseguia
mais enxergar uma luz no caminho que tinha escolhido. Porém, tive muita força para não
desistir de meus sonhos diante das dificuldades e tive também muitas pessoas que me
estenderam a mão, que acreditaram em mim, que me ajudaram com apoio moral, material e
intelectual, pessoas que me abriram as portas.
Por isto, quero agradecer imensamente ao meu marido Aldemar por todos estes anos
de apoio, por ter acreditado em meu potencial e ter compartilhado de meus sonhos. Por ter
disposto muitas vezes de seus próprios objetivos para me acompanhar em minha busca
incansável.
Agradeço a minha mãe por ter me ensinado a amar a natureza e suas criaturas, por
ter me ensinado a ver o lado colorido da vida e apreciar as coisas mais simples, que são o
que fazem toda a diferença. Por ter me ensinado o respeito a todas as formas de vida e,
sobretudo o respeito à própria vida.
Quero agradecer a meu orientador Gustavo, por ter me aceitado como sua aluna, me
inspirando enormemente com seu profissionalismo e sua brilhante carreira. Por seus
conselhos precisos e principalmente pela bolsa de Mestrado, sem a qual este sonho não
poderia ter se realizado.
Agradeço ao meu co-orientador Daniel por todas as horas passadas ao Skype me
ajudando e me transmitindo informações preciosas. Obrigada por sua paciência e seu
empenho. Você me ajudou imensamente!
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Agradeço à minha querida tia Auneir por todo o apoio material e moral oferecido
de forma tão generosa e espontânea nos momentos tão difíceis que passamos para que este
sonho pudesse ser realizado. Obrigada por nunca questionar meus motivos e acreditar em
mim incondicionalmente. Sem a sua ajuda este trabalho jamais poderia ter sido concluído.
Agradecer-te novamente nunca será demais! Obrigada por tudo!
Agradeço ao caro amigo senhor Leão, por todas as vezes que nos ofereceu sua grata
ajuda, e que sempre veio em tão boa hora, fazendo grande diferença em nossas vidas.
Agradeço à Gláucia da Fundação Biodiversitas por ter me confiado a execução
deste fantástico projeto, que me trouxe muita satisfação pessoal e profissional e me abriu
os horizontes e assim espero, as portas para a Biologia da Conservação.
Agradeço à Fundação Biodiversitas e aos meus caros colegas de trabalho pelos
recursos, equipamentos, informações concedidas e principalmente pelo carinho com que
me receberam e me ajudaram.
Agradeço à Conservação Internacional pela disponibilização do recurso financeiro.
Em um país onde o pesquisador passa por dificuldades financeiras e sofre com a falta de
recursos, organizações como a CI promovem o investimento em recursos humanos
capacitados em trabalhar pela conservação da biodiversidade brasileira. Parabéns pela
iniciativa!
Agradeço ao meu pequeno Alexander, meu segundo projeto durante o Mestrado,
por ter me mostrado um mundo mais brando e toda a beleza e a delicadeza do nascer de
uma nova vida. Por ter enchido minha vida de alegria e nos momentos difíceis ter me feito
sorrir com sua inocência de criança. Por ter me ajudado a redescobrir o mundo através de
sua ótica de criança, ainda tão deslumbrada com a vida. Disseram-me muitas vezes quando
engravidei que minha criança não poderia ter vindo em momento mais oportuno, e estas
pessoas tinham razão. Você encheu minha vida de alegria e esperança e me deu mais um
ótimo motivo para acreditar em um mundo melhor para todos nós. Agora que você está
descobrindo o mundo, quero poder contribuir para que você conheça um mundo no qual
valha a pena acreditar.
Agradeço à Amanda por sua dedicação e por todas as horas passadas comigo
montando as bases e os mapas que estruturam este trabalho.
Agradeço ainda a todos aqueles que de forma direta ou indireta contribuíram para a
execução e o bom andamento deste projeto, que espero, será uma luz no caminho de
muitas espécies tão seriamente ameaçadas de extinção.
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Por toda minha vida desejei trabalhar no sentido de poder evitar a extinção de uma
espécie, hoje tenho a oportunidade de evitar a extinção de 36 espécies! E isto é
maravilhoso!
Espero que a compilação destas informações possa ajudar a muitos colegas na
preservação de nossa fauna tão espetacular e tão necessitada de cuidados. Espero ter
contribuído com um trabalho relevante para aquilo em que sempre acreditei e que sempre
foi o grande sonho de minha vida, a conservação da biodiversidade.
Desenvolvi este projeto com o coração aberto e cheio de esperanças. Esperança de
que meu pequeno filho tenha o privilégio, como eu tive, de ver espécies hoje tão
ameaçadas, vivas em seus habitats naturais e tendo uma chance de sobreviver ao tempo.
Esperança de que as futuras gerações tenham mais respeito pela Natureza e que possamos
conviver todos em um mundo mais digno, mais bonito e mais justo. Esperança de ver
nossas florestas tão majestosas vivas e nos enchendo de deslumbramento. Esperança de
que possamos ter uma trégua nesta luta tão desigual em obter riquezas a qualquer custo,
não importando o que seja necessário destruir para isto.
Pode parecer um tanto utópico, mas quero dedicar minha vida à Biologia da
Conservação, e talvez ao final de minha carreira, eu possa olhar para trás e ver que tive o
privilégio de ter conseguido plantar algumas sementes.
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“Um dia, a Terra vai adoecer. Os pássaros cairão do céu, os mares vão escurecer e
os peixes aparecerão mortos na correnteza dos rios. Quando esse dia chegar, os índios perderão o seu espírito. Mas vão recuperá-lo para ensinar ao homem branco a reverência pela sagrada terra. Aí, então, todas as raças vão se unir sob o símbolo do arco-íris para terminar com a destruição. Será o tempo dos Guerreiros do Arco-Íris”. (Profecia feita há mais de 200 anos por "Olhos de Fogo", uma velha índia Cree).
“É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glória, mesmo
expondo-se à derrota, do que formar fila com os pobres de espírito que nem gozam muito e nem sofrem muito, porque vivem na penumbra cinzenta, que não conhece vitória nem derrota”.
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RESUMO
Existem hoje no Brasil 197 espécies de vertebrados ameaçados de extinção nas categorias
Criticamente em Perigo e Em Perigo. No intuito de melhorar o status de conservação das
espécies ameaçadas de extinção no Brasil, a Aliança Brasileira para Extinção Zero (BAZE)
foi oficializada no país através da criação do Fórum Brasileiro para Extinção Zero pela
Portaria no. 182 de 22 de maio de 2006 do Ministério do Meio Ambiente. A BAZE é uma
iniciativa brasileira que reúne cerca de 40 instituições governamentais e não
governamentais visando promover o delineamento e implantação de estratégias de
conservação para as espécies altamente ameaçadas de extinção. A BAZE visa replicar em
nível nacional os mesmos objetivos da Aliança para Extinção Zero (AZE), através da
identificação dos últimos refúgios onde populações de espécies ameaçadas ainda
persistem, propondo medidas para proteção destes sítios. Este estudo foi o ponto de partida
para a implementação da BAZE, tendo por objetivo a identificação e o mapeamento dos
sítios prioritários para conservação das espécies ameaçadas de extinção no Brasil. A
proposta de identificação e mapeamento dos sítios buscou integrar metodologias
amplamente aceitas, através da utilização dos critérios de Perigo, Singularidade e Discrição
propostos pela AZE para identificação dos sítios mundiais, associada à metodologia de
delimitação de sítios das Key Biodiversity Areas (KBA’s). O mapeamento foi realizado
utilizando-se como base os Mapas da Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros do MMA
(2006) para identificação de remanescentes e uso e ocupação do solo, as bases
cartográficas do IBGE (2003) para os limites municipais, infra-estrutura e topografia, a
hidrografia da ANA (2008), os limites das Unidades de Conservação federais e estaduais
do MMA (2007) que foram comparadas com imagens por satélite Landsat 7 ETM+ do
MMA (2002a) e QuickBird (Google Earth, 2008) para avaliação das condições da
vegetação e ocupação do solo. Foram identificadas 36 espécies-gatilho distribuídas em 32
Sítios Prioritários da BAZE. Além destas, 34 espécies foram incluídas na Lista de Espécies
Candidatas da BAZE. Das 50 espécies-gatilho identificadas pela AZE no Brasil, 15
correspondem a espécies-gatilho da BAZE. A Mata Atlântica e o Cerrado, os dois Hotspots
brasileiros, concentram a maior quantidade de Sítios Prioritários da BAZE, tendo sido
identificados 16 sítios na Mata Atlântica e oito no Cerrado, seguidos pela Caatinga com
quatro sítios, Amazônia com dois sítios e Pampas também com dois sítios. Dezenove Sítios
Prioritários da BAZE não possuem qualquer status de conservação, oito são parcialmente
protegidos e apenas cinco estão protegidos por Unidades de Conservação de Proteção
Integral. Palavras-chave: espécies ameaçadas, extinção, conservação, mapeamento, espécies-
gatilho, sítios prioritários.
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ABSTRACT
Brazil has 197 vertebrate species listed as Critically Endangered or Endangered in its
national red list. In order to help prevent extinctions and improve the status of threatened
species within the country, the Brazilian Alliance for Zero Extinction (BAZE) was created
with the support of the Environment Ministry. The BAZE is a combined effort of around
40 institutions, both governmental and non-governmental ones targeting the creation and
implementation of conservation strategies for threatened species. The BAZE applies at the
national level, the same philosophy of the global Alliance for Zero Extinction (AZE),
identifying the refuges where last population of threatened species still persist and
proposing conservation measures as actions for these areas. The AZE was the starting point
for the BAZE, that has as its main objective the identification and delineation of national
level sites for species listed as threatened in Brazil. The methodology to identify and
delineate these sites uses criteria for threat, irreplaceability and discreteness, following the
guidelines for AZE and Key Biodiversity Areas. Mapping was realized using maps from
the Brazilian Ministry of the Environment (vegetation cover of the brazilian biomes, land
use and fragmentation and protected areas), the Brazilian Institute of Geography and
Statistics (political boundaries, infra-structure, topography and hydrography). These maps
were compared with satellite images (Landsat 7 and Quckbird) to evaluate land use and
vegetation cover. As a result we identified 36 trigger species distributed in 32 BAZE sites.
We also listed 34 species as candidate species. Fiveteen of the BAZE species are also AZE
species. The Atlantic Forest (16 sites) and the Cerrado (8 sites ) biodiversity hotspots are
the biomes that hold the majority of the BAZE sites. The Caatinga has four sites, the
Amazon Forest and the Pampas have two sites each. Nineteeen BAZE sites are not
protected, eight are partially protected and only five are located within protected areas.
Keywords: threatened species, extinction, conservation, mapping, priorities
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LISTA DE SIGLAS
ANA – Agência Nacional de Águas
APA – Área de Proteção Ambiental
AZE – Alliance for Zero Extinction (Aliança para Extinção Zero)
ARIE – Área de Relevante Interesse Ecológico
BAZE – Brazillian Alliance for Zero Extinction (Aliança Brasileira para Extinção Zero)
dCIMD – Base Cartográfica do Brasil ao Milionésimo Digital
CEMAVE – Centro de Pesquisa para Conservação das Aves Silvestres
CDB – Convenção Sobre Diversidade Biológica
CDCB – Centro de Dados para Conservação da Biodiversidade (Fundação Biodiversitas)
CI – Conservação Internacional
CONABIO – Comissão Nacional de Biodiversidade
COP – Conference of TJE Parties (Conferência das Partes)
COSEMA – Conselho Superior Temático de Meio Ambiente
CR – Critically Endangered (Criticamente em Perigo)
CRBO – Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos
DD – Data Deficient (Deficiente em Dados)
EE – Estação Ecológica
EN – Endangered (Em Perigo)
et al. – e colaboradores
ETM – Enhanced Thematic Mapper
EW – Extinct in the Wild (Extinta na Natureza)
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FAO – United Nations Food and Agriculture Organization (Organização das Nações
Unidas para Agricultura e Alimentação)
FLONA – Floresta Nacional
GBO – Global Biodiversity Outlook
GPS – Global Positioning System
ha – hectare
IBA – Important Bird Area
IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IF – Intituto Florestal de São Paulo
INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
IUCN – International Union for Conservation of Nature (União Mundial para Natureza)
KBA – Key Biodiversity Área (Área Chave para Biodiversidade)
km – quilômetro
m – metro
MDG – Millenium Development Goals
MMA – Ministério do Meio Ambiente
NRIDALN – Núcleo de Recepção e Informação de Dados Ambientais do Litoral Norte
NT – Near Threatened (Quase Ameaçada)
ONG – Organização Não Governamental
PARNA – Parque Nacional
PARNAM – Parque Nacional Marinho
PARNASO – Parque Nacional da Serra dos Órgãos
PE – Parque Estadual
RMA – Rede de ONG’s da Mata Atlântica
RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural
SBH – Sociedade Brasileira de Herpetologia
SIG – Sistema de Informação Geográfica
SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação
VU – Vulnerable (Vulnerável)
WSSD – World Summit for Suitanable Development
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SUMÁRIO
Agradecimentos .................................................................................................................. vii
RESUMO ............................................................................................................................ xiii
ABSTRACT ........................................................................................................................ xv
LISTA DE SIGLAS .......................................................................................................... xvii
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 22
1.1. A Aliança Brasileira para Extinção Zero e sua Fundamentação Teórica .....................24
1.2. Brasil, um País Megadiverso! .......................................................................................27
1.3. A Crise de Perda da Biodiversidade .............................................................................30
1.4. As Principais Causas de Declínio da Biodiversidade ...................................................31
1.5. Prioridades em Conservação .........................................................................................34
1.6. O Problema das Pequenas Populações ..........................................................................35
1.7. Justificativa ...................................................................................................................37
1.8. Objetivos .......................................................................................................................37
2. METODOLOGIA ....................................................................................................... 37
2.1. Espécies-foco: ...............................................................................................................37
2.2. Obtenção Dados de Distribuição das Espécies-foco e Critérios para Avaliação. .........38
2.3. Definindo Localidade ....................................................................................................39
2.4. Seleção das Trigger Species ..........................................................................................39
2.5. Obtenção das Coordenadas Geográficas .......................................................................40
2.6. Montagem da Base Cartográfica ...................................................................................41
2.7. Filtragem das Espécies-foco: ........................................................................................41
2.8. Seleção e Plotagem das Coordenadas Geográficas .......................................................45
2.9. Análise das Coordenadas Geográficas segundo os critérios de Singularidade e
Discrição .......................................................................................................................46
2.10. Critérios de Delimitação dos Sítios Prioritários da BAZE ...........................................47
2.10.1. Delimitação dos Sítios Prioritários sobre os Limites de Unidades de Manejo ........48
2.10.2. Delimitação dos Sítios Prioritários na Ausência de Unidades de Manejo
Estabelecidas ...................................................................................................................48
2.10.3. Divergência de Cobertura entre a Unidade de Manejo e o Habitat da Trigger
Species .......................................................................................................................49
2.10.4. Múltiplas Unidades de Manejo..................................................................................50
2.10.5. Mapeamento por Trecho de Ottobacia ......................................................................50
2.11. Delimitação e Mapeamento dos Polígonos ...................................................................50
2.11.1. Elaboração dos Polígonos dos Sítios Prioritários da BAZE ....................................51
2.11.2. Mapas de Localização dos Sítios Prioritários da BAZE por Bioma Brasileiro ........51
2.11.3. Padronização dos Mapas dos Sítios Prioritários da BAZE ......................................51
2.12. Análise do Status de Proteção dos Sítios Prioritários da BAZE ...................................53
2.13. Outras Espécies Ameaçadas Presentes nos Sítios Prioritários da BAZE ......................54
2.14. Lista de Espécies Candidatas da BAZE ........................................................................54
3. RESULTADOS ........................................................................................................... 54
3.1. Descrição dos Sítios Prioritários da BAZE Identificados e Mapeados .........................63
20
3.1.1. Sítio Prioritário da BAZE: Área de Relevante Interesse Ecológico da Ilha de
Queimada Grande e Queimada Pequena (APÊNDICE 1) ..............................................65
3.1.2. Sítio Prioritário da BAZE: Baía de Ilha Grande (APÊNDICE 2). ...........................66
3.1.3. Sítio Prioritário da BAZE: Bandeira (APÊNDICE 3)...............................................68
3.1.4. Sítio Prioritário da BAZE: Botucatu (APÊNDICE 4). ..............................................70
3.1.5. Sítio Prioritário da BAZE: Brejinho de Nazaré (APÊNDICE 5). .............................71
3.1.6. Sítio Prioritário da BAZE: Cabo Frio (APÊNDICE 6). ............................................73
3.1.7. Sítio Prioritário da BAZE: Canudos-Raso da Catarina (APÊNDICE 7). ................74
3.1.8. Sítio Prioritário da BAZE: Chapada do Araripe (APÊNDICE 8). ...........................77
3.1.9. Sítio Prioritário da BAZE: Delta do Jacuí (APÊNDICE 9). .....................................79
3.1.10. Sítio Prioritário da BAZE: Dom Pedro de Alcântara (APÊNDICE 10). ..................80
3.1.11. Sítio Prioritário da BAZE: Floresta Nacional Mário Xavier (APÊNDICE 11)........82
3.1.12. Sítio Prioritário da BAZE: Governador Jorge Teixeira (APÊNDICE 12). ..............84
3.1.13. Sítio Prioritário da BAZE: Ilha de Alcatrazes (APÊNDICE 13). .............................85
3.1.14. Sítio Prioritário da BAZE: Jardim Zoológico de Brasília (APÊNDICE 14). ...........87
3.1.15. Sítio Prioritário da BAZE: Nova Iguaçu (APÊNDICE 15). ......................................88
3.1.16. Sítio Prioritário da BAZE: Parque Estadual de Ilhabela (APÊNDICE 16). ............89
3.1.17. Sítio Prioritário da BAZE: Parque Estadual do Espinilho (APÊNDICE 17). ..........91
3.1.18. Sítio Prioritário da BAZE: Parque Estadual Morro do Diabo (APÊNDICE 18). ....93
3.1.19. Sítio Prioritário da BAZE: Parque Nacional das Emas (APÊNDICE 19)................94
3.1.20. Sítio Prioritário da BAZE: Parque Nacional do Itatiaia (APÊNDICE 20). .............96
3.1.21. Sítio Prioritário da BAZE: Poços de Caldas (APÊNDICE 21).................................99
3.1.22. Sítio Prioritário da BAZE: Rio Araguaia (APÊNDICE 22). ...................................100
3.1.23. Sítio Prioritário da BAZE: Rio Catu (APÊNDICE 23). ..........................................101
3.1.24. Sítio Prioritário da BAZE: Rio dos Patos (APÊNDICE 24). ..................................102
3.1.25. Sítio Prioritário da BAZE: Rio Mucuri (APÊNDICE 25). ......................................104
3.1.26. Sítio Prioritário da BAZE: Rio Santo Antônio (APÊNDICE 26). ...........................105
3.1.27. Sítio Prioritário da BAZE: Rio Tabocas (APÊNDICE 27). ....................................107
3.1.28. Sítio Prioritário da BAZE: Rio Urucuia (APÊNDICE 28)......................................108
3.1.29. Sítio Prioritário da BAZE: Santo André (APÊNDICE 29)......................................109
3.1.30. Sítio Prioritário da BAZE: Serra das Araras (APÊNDICE 30). .............................111
3.1.31. Sítio Prioritário da BAZE: Serra do Maranguape (APÊNDICE 31). .....................112
3.1.32. Sítio Prioritário da BAZE: Serra dos Órgãos (APÊNDICE 32). ............................114
3.2. Listas de Espécies Candidatas da BAZE ....................................................................117
3.2.1. Anfíbios ....................................................................................................................119
3.2.2. Aves .....................................................................................................................120
3.2.3. Mamíferos ................................................................................................................126
3.2.4. Peixes .....................................................................................................................127
4. DISCUSSÃO ............................................................................................................. 134
4.1. Fatores de diferenças nos resultados encontrados pela BAZE e pela AZE no Brasil .134
4.2. Considerações acerca das Trigger Species..................................................................137
4.3. Considerações acerca da Lista de Espécies Candidatas da BAZE ..............................138
4.4. Espécies Extintas na Natureza ....................................................................................141
4.5. Delimitação e Mapeamento dos Sítios Prioritários da BAZE.....................................141
4.6. A Efetividade das Áreas Protegidas ............................................................................144
4.7. Os Sítios Prioritários da BAZE, sua Distribuição pelos Biomas e Estados Brasileiros e
outras Iniciativas em Identificação de Áreas Prioritárias. ...........................................146
4.8. Fatores de Ameaça ......................................................................................................149
21
4.9. Estratégias em Conservação........................................................................................150
5. CONCLUSÃO ........................................................................................................... 150
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 153
APÊNDICES ..................................................................................................................... 175
ANEXO .............................................................................................................................. 208
22
1. INTRODUÇÃO
O Brasil possui uma impressionante diversidade biológica distribuída por cinco
importantes biomas, dois dos quais são descritos como Hotspots de Biodiversidade
(Mittermeier et. al., 2004) e três como Grandes Regiões Naturais (Mittermeier et. al.,
2002). Possui o maior sistema fluvial e a maior floresta tropical do mundo (Brandon et. al.,
2005), e contribui com cerca de 13% de toda a biodiversidade mundial (Lewinsohn &
Prado, 2005). No entanto, devido a diversos ciclos de exploração dos recursos naturais
desde seu descobrimento, da ocupação desordenada e do atual modelo
desenvolvimentalista, o Brasil acompanha as tendências mundiais de perda de diversidade
biológica.
A atual crise de extinções e a destruição de ecossistemas naturais causados pela
ação do homem ao redor do mundo, já é um evento sem precedentes na história geológica
da Terra, e pode ser irreversível (Pimm et. al., 2001; Primack & Rodrigues, 2001).
Segundo Ehrlich (1997), a espécie humana consome hoje cerca de 40% de toda a produção
primária líquida do planeta, destinando assim, dois quintos do alimento terrestre a apenas
uma espécie. A população humana dobrou nos últimos quarenta anos, atingindo 6,5 bilhões
de pessoas no ano de 2005, com uma projeção de atingir nove bilhões de habitantes até o
ano de 2050 (Millenium Ecosystem Assessment, 2005; ONU, 2005). A atual demanda da
humanidade por recursos, seu padrão de consumo e os métodos empregados para obtenção
e eliminação dos bens de consumo (Gore, 1993), são fatores de destruição e degradação
dos ambientes naturais, causando grandes impactos sobre a biodiversidade global e efeitos
devastadores sobre os habitats (Sala et. al., 2000).
As florestas tropicais, que concentram a maior diversidade de vida do planeta
(Mittermeier et. al., 1997), estão sob forte pressão antrópica e são duramente exploradas e
destruídas a escalas alarmantes pela população humana em franco crescimento (FAO,
2007; Gore, 1993; UNEP, 2005). Estimativas mostram que cerca de 94% do crescimento
populacional mundial previsto até sua estabilização irá ocorrer em países
subdesenvolvidos, onde a pobreza e a degradação ambiental já são impressionantes (Gore,
1993). Como conseqüência, os serviços ecossistêmicos mundiais estão em declínio (GBO
2, 2006), muitas espécies perdem seus habitats, sendo levadas à extinção e muitas outras
23
são confinadas em pequenos fragmentos, onde muitas vezes, também são incapazes de
sobreviver em longo prazo (Primack & Rodrigues, 2001).
A extinção sempre fez parte da vida no planeta (May et. al., 1995). No entanto,
somente entre os vertebrados globalmente avaliados, as estatísticas demonstram que 12%
das aves, 23% dos mamíferos e 34% dos anfíbios encontram-se ameaçados de extinção
(Myers, 1997). No atual espasmo de extinções, devido à velocidade do fenômeno de
esgotamento da biodiversidade e à destruição dos ambientes-chave, que estocam espécies
colonizadoras em potencial, vitais para a reposição evolucionária após períodos de
extinção em massa, o planeta pode sofrer um declinio dramático da riqueza e da
abundância de espécies (Myers, 1997).
Muitos esforços em conservação têm sido feitos ao longo dos últimos anos no
sentido de evitar a extinção de espécies e de impedir a destruição dos ecossitemas. Porém,
em meio à tamanha crise, é necessário que sejam estabelecidas prioridades em
conservação, para que os esforços conservacionistas possam ser direcionados de forma
eficiente.
A destruição e a degradação do habitat é a maior e mais direta ameaça para aves,
mamíferos e anfíbios, impactando entre 85% a 90% de todas as espécies ameaçadas dos
três grupos (Baillie, 2004). De acordo com Bruner et. al. (2001), programas de conservação
direcionados estrategicamente aos sítios podem resolver uma das maiores causas de
extinção, através da redução da perda de habitat e das espécies que estes abrigam.
Setores governamentais e não-governamentais, visando contribuir para as metas e
objetivos firmados perante a Convenção de Diversidade Biológica (CDB), da qual o Brasil
é signatário, criaram a Aliança Brasileira para Extinção Zero (Brazillian Alliance for Zero
Extinction - BAZE), uma iniciativa direcionada à conservação de sítios prioritários, nos
quais a extinção das espécies é iminente. Estes sítios representam a ponta do iceberg na
atual crise de extinções, e necessitam de medidas conservacionaistas urgentes, pois são os
únicos refúgios de espécies extremamente ameaçadas (Eken et. al., 2004; AZE, 2005).
Como o primeiro país do mundo a replicar em escala nacional os esforços
conservacionistas da Aliança para Extinção Zero (AZE, Alliance for Zero Extinction), o
Brasil visa a futura filiação conjunta da BAZE à iniciativa internacional.
Este estudo busca propor os primeiros passos estratégicos para a operacionalização
da Aliança Brasileira para Extinção Zero (BAZE), no sentido de identificar e mapear os
sítios prioritários brasileiros e permitir, assim, um melhor direcionamento na aplicação de
24
recursos financeiros e de estratégias em conservação em escala nacional. É de vital
importância que os sítios prioritários identificados obtenham a devida atenção das
organizações governamentais e não governamentais parceiras da BAZE, para evitar a
extinção das espécies ali presentes. O sucesso nos esforços em evitar a extinção iminente
destas espécies altamente ameaçadas de extinção, demonstrarão o compromisso e a
competência do Brasil em consolidar ações conservacionistas eficazes e em proteger seu
patrimônio natural.
1.1. A Aliança Brasileira para Extinção Zero e sua Fundamentação Teórica
A Aliança Brasileira para Extinção Zero (BAZE) é uma iniciativa brasileira que
reúne 40 instituições nacionais, governamentais e não governamentais, incluindo institutos
de pesquisa e universidades, coordenada pela Fundação Biodiversitas e que visa associar
suas capacidades científicas, financeiras e políticas em torno do delineamento e
implantação de estratégias para melhorar o status de conservação de espécies altamente
ameaçadas de extinção (Fundação Biodiversitas, 2006).
Utilizando os mesmos critérios adotados pela AZE, a iniciativa brasileira partiu da
identificação e mapeamento dos sítios prioritários que constituem os últimos refúgios onde
persistem populações de espécies de vertebrados ameaçadas de extinção no Brasil,
propondo a implementação de medidas de proteção efetiva desses locais.
Neste contexto, a BAZE visa replicar os objetivos globais da AZE em escala
nacional, tendo sido formulada para sua posterior filiação à Aliança para Extinção Zero
(AZE) (AZE, 2005; Fundação Biodiversitas, 2006). A AZE, modelo no qual a BAZE é
fundamentada, é uma iniciativa de caráter internacional, composto por 52 organizações de
conservação da biodiversidade distribuídas por 18 países. Tem por objetivo identificar os
sítios que representam a ponta do iceberg na crise mundial de extinções, sendo os locais
onde as ações conservacionistas emergenciais são necessárias para evitar a extinção
iminente de suas espécies altamente ameaçadas, buscando a restauração destes habitats e a
eliminação das ameaças, e permitindo assim, o restabelecimento das espécies em seus
locais de ocorrência (AZE, 2005; Eken et. al., 2004).
Os sítios prioritários da AZE são identificados pela presença de cerca de 95% da
população mundial de uma ou mais espécies ameaçadas de extinção (trigger species), ou
25
da maioria significativa de um dos estágios de vida da espécie e que ocorrem em um
último refúgio (AZE, 2005).
Existem 794 trigger species identificadas pela AZE distribuídas em 595 sítios, dos
quais apenas 34% possuem proteção integral (Ricketts et. al., 2005). No Brasil, a AZE
identificou 50 trigger species distribuídas em 39 sítios (Ricketts et. al., 2005), o que
classifica o Brasil como terceiro país no ranking de países com o maior número de sítios
AZE, ficando atrás apenas do México com 63 sítios AZE e da Colômbia com 48 sítios
(AZE, 2005).
No intuito de situar a AZE e conseqüentemente também a BAZE dentre as
iniciativas em conservação, é importante mencionar que os sítios da AZE são um
subconjunto de prioridades em conservação em escala local dentro das Áreas Chave para
Biodiversidade (Key Biodiversity Areas – KBA’s) da Conservation International
(Langhammer et. al. 2007). Por definição, os sítios da AZE mantêm populações
remanescentes em último refúgio, contendo cerca de 95% da população mundial ou de um
dos estágios de vida de espécies categorizadas com status de ameaça Criticamente em
Perigo e Em Perigo (Ricketts et. al., 2005).
As KBA’s são sítios de relevância global para a conservação da biodiversidade,
sendo identificados através da padronização de critérios (vulnerabilidade e
insubstituibilidade) e limiares (proporção de representatividade das espécies ameaçadas
nos sítios) e das necessidades de proteção da biodiversidade (Langhammer et. al., 2007).
São fundamentadas nos 25 anos de experiência da BirdLife International, através de
parcerias na identificação, proteção e monitoramento das Important Bird Areas (IBA’s)
(Langhammer et. al., 2007) (Figura 1). As KBA’s possuem um modelo instituído de
mapeamento de seus sítios, o que ainda não é replicado pela AZE, que identifica os sítios
prioritários através de pontos no mapa (Ricketts et. al., 2005; Langhammer et. al., 2007).
KBA’s
IBA’s
AZE
Figura 1 - Interação entre as KBA’s, IBA’s e Sítios Prioritários da AZE
Fonte: Adaptado de Langhammer et. al. (2007).
26
Sendo assim, esta proposta de identificação e mapeamento dos sítios prioritários da
BAZE procurou unir a metodologia da AZE como fundamento para identificar e selecionar
seus sítios, com a experiência em delineamento e mapeamento de sítios prioritários das
Key Biodiversity Areas.
A categoria de ameaça das trigger species identificadas pela AZE é definida pela
Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas de Extinção da União Internacional para
Conservação da Natureza (IUCN), dentro dos cinco grupos para os quais existem dados
globalmente disponíveis (mamíferos, aves, répteis, anfíbios e coníferas) (Ricketts et. al.,
2005). Neste contexto, e no intuito de se obter um maior refinamento na identificação dos
Sítios Prioritários da BAZE, que pudesse refletir em escala nacional o status de ameaça das
espécies, este estudo foi fundamentado na Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção
(Machado et al., 2005), para os cinco grupos de vertebrados (aves, anfíbios, mamíferos,
répteis e peixes). A lista das espécies da fauna brasileira ameaçada de extinção é baseada
na Instrução Normativa nº 3 de 27 de maio de 2003, enquanto que, a lista dos peixes e
invertebrados aquáticos ameaçados de extinção baseia-se na Instrução Normativa nº 05 de
21 de maio de 2004, cujas categorias de ameaça adotadas são definidas pela versão 3.1 da
IUCN (IUCN, 2001).
A BAZE foi oficializada no país através da criação do Fórum Brasileiro para
Extinção Zero pela Portaria no. 182 de 22 de maio de 2006 do Ministério do Meio
Ambiente, considerando os compromissos assumidos pelo Brasil junto à Convenção Sobre
Diversidade Biológica (CDB), ratificada pelo Decreto Legislativo no. 2, de 3 de fevereiro
de 1994 e promulgada pelo Decreto no. 2.519, de 16 de março de 1998.
Dão suporte também à Aliança, o Plano Estratégico da Conservação da Diversidade
Biológica (CDB) para 2010, estabelecido em 2002 pela 6ª Conferência das Partes (6th
Conference of the Parties - COP 6), onde os governos se comprometem quanto à “redução
significativa da taxa de perda de biodiversidade em níveis global, nacional e regional como
contribuição para a redução da pobreza e para o benefício de todas as formas de vida na
Terra” e, as Metas de Desenvolvimento do Milênio (Millenium Development Goals -
MDG) pertinentes, como a supervisão, os indicadores e as tendências da diversidade
biológica (MMA, 2007a).
A criação da BAZE coloca o Brasil em consonância com as metas globais de
redução das perdas da biodiversidade, endossadas pela Cúpula Mundial para o
Desenvolvimento Sustentável (World Summit for the Sustainable Development - WSSD)
27
realizada em Joannesburgo em setembro de 2002, e da meta de proteção de pelo menos
10% de cada ecorregião até 2010, definida na Estratégia Global de Conservação de Plantas
(MMA, 2007a). Posteriormente, na 7ª Conferência das Partes (7th
Conference of Parties -
COP 7), em 2004, foi adotada uma estrutura para avaliar o progresso em direção à Meta da
CDB de 2010, através de metas e indicadores globais (MMA, 2007a), os quais foram
atualizados e complementados na 8ª Conferência das Partes, realizada em Curitiba, Paraná,
Brasil.
O Brasil fixou através da Comissão Nacional de Biodiversidade – CONABIO, por
meio da Resolução no. 3 de 21 de dezembro de 2006, suas metas para a proteção da
biodiversidade até o ano de 2010. Aquelas que dizem respeito às espécies ameaçadas são
as seguintes:
Todas as espécies reconhecidas oficialmente como ameaçadas de extinção no
país contempladas com Planos de Ação e Grupos Assessores ativos; 100% das
espécies ameaçadas efetivamente conservadas em Áreas Protegidas; Redução
de 25% na taxa anual de incremento de espécies da fauna ameaçada na Lista
Nacional e retirada de 25% de espécies atualmente na Lista Nacional; Uma
avaliação preliminar do status de conservação de todas as espécies de plantas,
animais vertebrados e, seletivamente, dos animais invertebrados, no nível
nacional; 60% das espécies de plantas ameaçadas conservadas em coleções ex
situ e 10% das espécies de plantas ameaçadas incluídas em programas de
recuperação e restauração (CONABIO, 2006).
1.2. Brasil, um País Megadiverso!
O Brasil é um país megadiverso e o quinto maior país do mundo (Mittermeier et.
al., 1997), possuindo entre 170.000 e 210.000 das espécies conhecidas (Lewinsohn &
Prado, 2005). Estimativas mostram que o total de espécies que podem ocorrer no país são
da ordem de 1,8 milhões (Lewinsohn & Prado, 2005).
Existem catalogadas no Brasil atualmente 2.122 espécies de peixes de água doce,
liderando a riqueza mundial de espécies do grupo (Reis et. al., 2003), 825 espécies de
anfíbios, também com a maior riqueza mundial (SBH 2007a), 684 espécies de répteis,
terceira maior riqueza mundial de espécies (SBH 2007b), 1801 espécies de aves (CRBO
2007), o que equivale aproximadamente a 57% das aves registradas para a América do Sul
(Marini & Garcia, 2007) e 652 espécies de mamíferos (Reis et. al., 2006).
28
Entre 50% e 80% do total da diversidade biológica mundial é encontrada nos países
tropicais megadiversos (Mittermeier, 1997). Sendo assim, mais da metade das espécies
ameaçadas de extinção vivem em apenas 1,4% da superfície da Terra, denominados
Hotspots de Biodiversidade (Myers et. al., 2000; Mittermeier et. al., 2004). O Brasil possui
dois dos 34 Hotspots de Biodiversidade identificados ao redor do mundo, que são
respectivamente caracterizados por sua elevada diversidade biológica e por sua extrema
ameaça, pelo fato de mais de 70% de sua cobertura original ter sido eliminada. Os dois
Hotspots brasileiros são a Mata Atlântica e o Cerrado (Mittermeier et. al., 2004). A Mata
Atlântica possui grande diversidade de vertebrados e um elevado número de espécies
endêmicas (Fonseca et. al., 2004a). Das 263 espécies de mamíferos com ocorrência no
bioma, 71 são endêmicas; dentre as 936 espécies de aves catalogadas, 148 são endêmicas
e, das 306 espécies de répteis registradas para o bioma, 94 são endêmicas. A diversidade de
anfíbios também é alta, com 483 espécies catalogadas e 286 espécies endêmicas enquanto
que, o grupo dos peixes, com pelo menos 350 espécies com ocorrência no bioma, possui
133 espécies endêmicas (Fonseca et. al., 2004a). O Cerrado por sua vez, é o segundo maior
bioma brasileiro e a mais rica savana tropical do mundo, possuindo uma grande
diversidade de vertebrados (Fonseca et. al., 2004b). Das 197 espécies de mamíferos que
ocorrem no bioma, 14 são endêmicas. As aves possuem 605 espécies catalogadas, das
quais 16 são endêmicas. Do total de 225 espécies de répteis, 33 são endêmicas e
aproximadamente 800 espécies de peixes foram catalogadas com 200 espécies endêmicas
(Fonseca et. al., 2004b).
Três das 24 Grandes Regiões Naturais do mundo também ocorrem no Brasil, a
Floresta Amazônica, o Pantanal e a Caatinga. Estas regiões concentram em torno de 70%
de seus ecossistemas intactos em uma superfície maior que um milhão de hectares
associada a uma baixa densidade populacional (Mittermeier et. al., 2003). A Amazônia é a
maior e mais diversa floresta tropical do mundo (Silva et. al., 2005), representa em torno
de 40% das florestas tropicais do planeta (Peres, 2005) e possui 427 espécies de
mamíferos, 1294 espécies de aves, 378 de répteis, 427 de anfíbios e 3000 espécies de
peixes (Rylands et. al., 2002). O Pantanal é uma das maiores planícies alagáveis do
mundo, e embora os endemismos estejam praticamente ausentes, esta região é notável por
sua extraordinária concentração e abundância de vida selvagem (Harris et. al., 2005). E a
Caatinga, único bioma exclusivamente brasileiro, que se constitui por uma região semi-
29
árida, caracterizada por um mosaico de arbustos espinhosos e florestas sazonalmente secas
e que possui poucas espécies endêmicas (Leal et. al., 2005).
Lewinsohn & Prado (2005) calculam que a taxa atual de descrição de novas
espécies no Brasil seja de 1500 espécies ao ano. Somente nos últimos anos foram descritas
97 novas espécies de anfíbios no Brasil (Silvano & Segalla, 2005).
No entanto, em meio à tamanha diversidade biológica distribuída por um país de
proporções continentais, as ameaças também são grandes. Segundo Machado et. al. (2005),
o Brasil possui atualmente 633 táxons ameaçados de extinção, dos quais 197 são
vertebrados que se encontram nas categorias Criticamente em Perigo ou Em Perigo (11
répteis, 75 peixes, 28 mamíferos, 71 aves e 12 anfíbios), três táxons estão Extintos (duas
aves e um anfíbio) e dois encontram-se Extintos na Natureza (duas espécies de aves).
Assumindo a necessidade de preservação da flora e fauna nacionais, a consciência e
a capacidade de conservação têm crescido rapidamente desde os anos 70 no Brasil, quando
foi observado um aumento na criação de parques e reservas, investimentos no
desenvolvimento de listas vermelhas nacionais e estaduais, surgimento de ONG’s
conservacionistas e formação de recursos humanos capacitados na ciência da biologia da
conservação (Mittermeier et. al., 2005). Para Silva (2005), a Convenção Sobre Diversidade
Biológica propicia a mais importante estrutura para a conservação da diversidade
brasileira. Atualmente, o Brasil está desenvolvendo ações para atingir os objetivos deste
programa, para o qual é muito importante, entre outras medidas, a criação de unidades de
conservação, que representam instrumentos essenciais para conservação da diversidade
biológica. Estas ações incluem ainda, duas considerações fundamentais para a seleção das
áreas prioritárias para criação de unidades de conservação, que são respectivamente, áreas
de grande importância biológica e áreas sob forte pressão antrópica (Silva, 2005).
Neste contexto, portanto, é fundamental recordar que as condições acima expressas
para inclusão de áreas na categoria de prioritárias, são em sua maioria atendidas pelas
espécies identificadas pela BAZE, com agravante, destas ocorrerem em último refúgio e
correrem sério risco de extinção. E sendo assim, é vital o apoio do Ministério do Meio
Ambiente na proteção dos Sítios Prioritários da BAZE e na efetiva oficialização desta
iniciativa, constituindo políticas e estratégias específicas que possam dar suporte na
conservação destas áreas e na legitimação dos esforços a elas dirigidos.
30
1.3. A Crise de Perda da Biodiversidade
A atual onda de extinções e de perda de biodiversidade é um problema de escala
planetária (Pimm et. al., 2001), representando entre muitos, um dos aspectos mais graves
da crise ambiental global (May et. al., 1995). Uma fração significativa das espécies
ameaçadas deve o seu status precário na natureza predominantemente à destruição de
habitats, tendo como causa principal o rápido e explosivo crescimento das populações
humanas, que disputam os mesmos recursos e espaços, dos quais também dependem
milhões de outras espécies (Wilson, 1997; Gore, 1993).
Segundo dados da União Internacional para Conservação da Natureza, pelo menos
785 espécies foram extintas desde o ano de 1500 (Baillie et. al., 2004; IUCN, 2007a). Este
número está provavelmente subestimado, uma vez que, existem apenas 1.589,361 milhões
de espécies descritas (IUCN, 2007a), entre as cinco a 30 milhões de espécies estimadas
mundialmente (Baillie et. al., 2004). Entre as 41.415 espécies avaliadas pela União
Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) em 2007, 16.306 estão ameaçadas de
extinção (IUCN, 2007). Um incremento de 64% em comparação com a Lista Vermelha da
IUCN de 1996 (IUCN, 2007a).
A Avaliação Ecossistêmica do Milênio mostrou que quase dois terços dos serviços
ecossistêmicos estão em declínio e a média da abundância de espécies declinou em 40%
nos últimos 30 anos (GBO 2, 2006).
A extinção, no entanto, é um processo natural que faz parte da vida neste planeta.
Registros fósseis indicam que o tempo de vida médio de uma espécie se estende por
aproximadamente um milhão de anos (May et. al., 1995), sendo que, praticamente todas as
espécies que já existiram estão extintas, porém os mecanismos que levaram a maioria
destas espécies à extinção é desconhecido (Payne & Finnegan, 2007). A taxa histórica de
extinção nos últimos 600 milhões de anos, período de maior concentração de vida na Terra,
foi de aproximadamente uma espécie por ano (Raup e Sepkoski, 1984). Após a maior
extinção em massa já ocorrida, no final do período Permiano, onde foi perdida entre 77% a
96% de todas as espécies marinhas (Raup, 1977), foram necessários cerca de 50 milhões de
anos de evolução para recuperar o número de famílias e espécies (Primack & Rodrigues,
2001).
No entanto, as taxas de extinção provocadas pela ação do homem estão hoje entre
100 e 1000 vezes maiores que as taxas de extinção naturais, sendo previsto um incremento
31
em dez vezes sobre estes valores (Pimm et. al., 1995). Esta proporção excede em muito a
reposição natural de espécies através da especiação, não possuindo precedentes na história
geológica da Terra (Primack & Rodrigues, 2001).
Segundo Jablonski (1989), táxons ou características bem sucedidas ou resistentes
durante a maior parte do tempo geológico podem ser perdidas durante eventos de extinção
em massa e a evolução canalizada a padrões não previsíveis, diferentes daqueles que
prevaleceriam durante o tempo geológico. A repercussão deste processo poderia ser uma
ruptura no curso da evolução, suspendendo ou até mesmo interrompendo certos processos
evolucionários, na medida em que os processos de especiação terão que trabalhar com um
número muito reduzido de espécies e seus materiais genéticos (Myers, 1997).
Pelo fato de atualmente existirem muito mais espécies do que havia nos eventos de
extinção anteriores, a perda absoluta em número de espécies poderá ser muito maior
(Raven, 1997).
Segundo Myers (1997), o atual processo de redução da diversidade poderá ser mais
drástico que os anteriores, devido ao fator crítico da perda dos ambientes-chave, como as
florestas tropicais, estuários e recifes de corais. Em eventos de extinção anteriores, as
florestas tropicais foram reduzidas em até um décimo de sua extensão, mas continham
fontes de estoques evolucionários suficientes para recolonizar os ambientes adequados.
Além disto, o esgotamento da biota poderá ocorrer com todas as principais categorias de
espécies e eliminará grande parte, senão a maioria dos ambientes-chave e seus bolsões de
espécies colonizadoras (Myers, 1997). Sendo assim, o empobrecimento evolucionário
deste espasmo de extinção, pode resultar no maior retrocesso da riqueza e da abundância
de espécies desde o início da vida na Terra (Myers, 1977).
1.4. As Principais Causas de Declínio da Biodiversidade
A perda de habitat é a maior ameaça para a maioria das espécies de vertebrados que
enfrentam a extinção (Primack & Rodrigues, 2001). Grande parte da destruição das
florestas tropicais do mundo ocorre devido à sua conversão em áreas agrícolas e pastagens
permanentes, resultando após alguns anos de exploração destas atividades, em solo pobre
que é posteriormente abandonado. Outra grande parcela das florestas tropicais é destruída
para a produção de lenha, operações de corte seletivo de madeira para fins comerciais,
construção de estradas, construção de hidrelétricas e a ocupação humana através da
32
urbanização (Primack & Rodrigues, 2001). As planícies costeiras são particularmente
vulneráveis devido à concentração humana nestas regiões, e o desmatamento está
concentrado principalmente nas planícies tropicais, ameaças diretas do desenvolvimento
urbano e da agricultura extensiva (Hero & Ridgway, 2006).
Estima-se que atualmente, a extensão total dos recursos florestais é de
aproximadamente quatro bilhões de hectares, dos seis bilhões de hectares originais,
cobrindo ainda, cerca de 30% da superfície da Terra (FAO, 2007). As taxas de
desmatamento, no entanto, continuam alarmantes, em torno dos 13 milhões de hectares ao
ano (FAO, 2007). Apenas no período de 1990 a 2000, o mundo perdeu 3% de sua
cobertura florestal, enquanto que, estimativas mostram que globalmente são perdidos cerca
de seis milhões de hectares de florestas primárias todos os anos. O Brasil perdeu neste
mesmo período 4% de suas florestas primárias (FAO, 2007). Segundo Wilson (1997),
menos de 5% das florestas estão protegidas sob a forma de parque e reservas.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostram o
desmatamento na Amazônia Legal entre os anos de 2000 e 2007 foi de 154.172 km²
(INPE, 2007). A Mata Atlântica, por sua vez, que concentra cerca de 70% da população
brasileira, e que cobria 15% do território nacional, ocupando 1.306.421 km², está
atualmente reduzida a 7,8% de sua cobertura original (RMA, 2006).
Quando há conversão em larga escala do hábitat original, fragmentos podem ainda
ser encontrados ao longo da paisagem (Primack & Rodrigues, 2001). A fragmentação do
habitat é então caracterizada pela conversão progressiva da vegetação contínua em
pequenos pedaços remanescentes, isolados e mergulhados em paisagens em mosaico
alterados pelo homem, e que constitui atualmente outra grande ameaça à biodiversidade
mundial (Pires et. al., 2006). A fragmentação dos habitats ocasiona sérios problemas às
espécies, como o efeito de borda que altera o microambiente no interior do fragmento,
limitação do potencial de dispersão das espécies, diminuição da capacidade de alimentação
e aumento da competição, invasão de espécies exóticas e competidoras, maior dispersão de
doenças, aumento dos incêndios florestais e maior acessibilidade antrópica (Primack &
Rodrigues, 2001). A fragmentação é sem dúvida, uma grande ameaça à sobrevivência das
espécies (Primack & Rodrigues, 2001).
A perda do habitat, no entanto, não está restrito às espécies diretamente afetadas
pelo desmatamento, mas evidências sugerem que é também uma das maiores ameaças aos
peixes de água doce (Baillie et. al., 2004).
33
Mudanças biológicas associadas à perda e fragmentação do habitat favorecem
espécies adaptadas a paisagens modificadas pelo homem, provocando um processo de
homogeneização biótica, uma consideração importante na atual crise de biodiversidade
(Hero & Ridgway, 2006).
As mudanças climáticas previstas para este século são também um fator de ameaça
para as espécies, exacerbando os riscos de perda da biodiversidade, especialmente para
espécies com habitas restritos ou fragmentados, com pequenas populações e espécies
sensíveis às alterações climáticas. O aquecimento global intesifica a disseminação de
doenças, espécies exóticas e invasoras, diminui a capacidade de deslocamento das espécies
e limita sua habilidade de sobreviver em ambientes fragmentados (Millennium Ecosystem
Assessment, 2005).
A degradação ambiental e a poluição constituem também grande fator de ameaça às
espécies. Mesmo em habitats que não foram destruídos ou fragmentados, as comunidades
biológicas podem ser extintas através do impacto sofrido pelas alterações em sua estrutura
e pela contaminação de seu ambiente, o que impossibilita a sobrevivência destas espécies
(Primack & Rodrigues, 2001).
Muitas outras ameaças ainda podem ser apontadas como fatores de redução da
biodiversidade. Por milhares de anos, os seres humanos têm produzido e negociado outras
espécies para diversos fins, como alimentação, vestuário e medicamentos entre tantos
outros usos (Baillie et. al., 2004). No entanto, a expansão de mercados e o aumento da
demanda, associados ao aperfeiçoamento de técnicas de captura, processamento e
transporte têm causado a sobrexplotação de muitas espécies além de níveis sustentáveis
(Baillie et. al., 2004). As espécies invasoras, introduzidas pelo homem de forma deliberada
ou acidental nos ambientes naturais, também podem causar efeitos catastróficos sobre a
biodiversidade nativa. Muitas destas espécies, ao serem bem-sucedidas em sua introdução,
podem afetar as espécies nativas de forma direta, através da predação ou competição, da
introdução de doenças e parasitas, ou de forma indireta, através da destruição e degradação
do habitat (Baillie et. al., 2004). As doenças também têm um papel crítico sobre as
espécies, principalmente aquelas ameaçadas de extinção, podendo causar um declínio
crônico de populações, redução do sucesso reprodutivo e de sobrevivência dos indivíduos
(Baillie et. al., 2004).
Fatores como distúrbios antrópicos, mortalidade acidental, eventos catastróficos,
mudanças na dinâmica natural das espécies, caça, perseguição e o tráfico de espécies
34
nativas também podem causar sérios impactos em alguns grupos de espécies em particular
(Baillie et. al., 2004).
1.5. Prioridades em Conservação
As listas vermelhas são ferramentas que avaliam o status de conservação das
espécies em escala global, nacional e regional, identificando o risco destas espécies se
tornarem extintas (IUCN, 2001; Machado et. al., 2005). Os táxons avaliados são os
mantenedores de informações genéticas únicas e constituem a base dos ecossistemas
(IUCN, 2001). As informações sobre seu status de conservação e distribuição geográfica
são o fundamento para decisões que devem ser tomadas sobre a conservação da
biodiversidade, tanto em âmbito global quanto em âmbito local (IUCN, 2001). As listas
vermelhas influenciam o direcionamento de políticas públicas e privadas que visam
reverter o quadro de ameaça sobre as espécies, tais como, a elaboração de planos de ação e
manejo e a criação de Unidades de Conservação de proteção integral em áreas chave para
conservação (Machado et. al., 2005). No Brasil, a inclusão de uma espécie na lista
vermelha obriga o poder público a dar a ela proteção integral, como previsto pela
constituição brasileira (Machado et. al., 2005).
Segundo Brooks et. al. (2006), as diferentes abordagens em iniciativas em
conservação em escala global têm sido relativamente adequadas para direcionar
investimentos em estratégias em preservação. No entanto, tem demonstrado também, a
necessidade do delineamento de prioridades em conservação em escala local. Sendo assim,
o estabelecimento de prioridades em conservação não se trata de quais espécies merecem
ou não atenção das iniciativas em conservação, mas sim, de quais espécies necessitam de
atenção em primeiro lugar (Myers, 1983).
Neste contexto, dentre as espécies com prioridade de conservação podemos
destacar aquelas categorizadas como Criticamente em Perigo (CR) e Em Perigo (EN) que
se encontram restritas a um último refúgio (Ricketts et. al., 2005). Os sítios que contêm tais
espécies representam o extremo de dois princípios amplamente aceitos em prioridades de
conservação: Vulnerabilidade (probabilidade de que as espécies nestes sítios sejam
perdidas), expressa pela ocorrência regular de espécies ameaçadas de extinção; e
Insubstituibilidade (grau de flexibilidade espacial em estabelecer prioridades de
conservação), expressa por conter determinada porcentagem de uma espécie ameaçada de
35
extinção ou um de seus estágios de vida (95% da população mundial para os sítios
prioritários da AZE) (Margules & Pressey, 2000; Langhammer et. al., 2007).
Espécies com pequenas populações e que possuem limitadas opções de
conservação, são extremamente vulneráveis à destruição do habitat e estão em face de
extinção iminente na ausência de ações apropriadas para sua conservação (Ricketts et. al.,
2005). Muitas espécies estão tão seriamente ameaçadas devido às ações antrópicas, que
podem desaparecer rapidamente na ausência de medidas urgentes que sejam
especificamente direcionadas a seus sítios. Prevenir estas extinções deve ser parte de uma
estratégia global de redução das perdas da biodiversidade (Ricketts et. al., 2005).
Enquanto o problema da extinção das espécies se agrava, os recursos financeiros
para responder ao desafio de evitar extinções continuam limitados (Myers, 1983). Desta
forma, é essencial a utilização de estratégias conservacionistas com metodologias
analíticas que possilitem a avaliação das prioridades em conservação (Myers, 1983).
A metodologia proposta pela AZE (AZE, 2005), que utiliza as informações
disponibilizadas pela avaliação global de espécies da lista vermelha da IUCN, bem como, a
BAZE (Fundação Biodiversitas, 2006), que busca um refinamento em nível nacional do
status de ameaça das espécies, utilizando-se para isto da lista vermelha nacional, buscam
exatamente estabelecer o direcionamento das ações prioritárias para conservação, em
âmbito global e nacional, respectivamente, objetivando evitar a extinção destas espécies.
1.6. O Problema das Pequenas Populações
Muitas espécies podem ter suas populações reduzidas por processos
determinísticos, causados normalmente por atividades humanas como destruição e
fragmentação do habitat, introdução de espécies exóticas, doenças e outros fatores que, de
forma direta ou indireta, impactam estas populações (Brito & Fernandez, 2000). Tais
processos determinísticos podem exercer efeitos desastrosos sobre as pequenas populações
isoladas em fragmentos de habitat, dificultando sua sobrevivência em longo prazo, mesmo
sem novas intervenções humanas (Brito & Fernandez, 2000).
À medida que as populações tonam-se menores surgem novas ameaças à sua
estabilidade e persistência, que podem exacerbar as dificuldades em frear ou reverter seu
declínio (Lacy, 2000).
36
As pequenas populações são ameaçadas de extinção, por uma série de processos
estocásticos, para os quais são vulneráveis apenas quando são pequenas (Brito &
Fernandez, 2000). Os procesos estocásticos podem ser totalmente randômicos ou
independentes da dinâmica das populações. Estes riscos à sobrevivência das pequenas
populações podem ser classificados em quatro categorias: a) estocasticidade demográfica:
variações na estrutura demográfica da população que afetam as taxas de natalidade e
mortalidade, imigração e emigração e que influenciam diretamente em seu incremento
natural. São exemplos de estocasticidade demográfica: desequilíbrio da estrutura etária e
na razão sexual da população; b) estocasticidade ambiental: variações drásticas no
ambiente que influenciam nas taxas de natalidade e mortalidade. Diferentes fatores
ambientais podem oferecer riscos às populações como eventos de El Nino, mudanças
climáticas e disseminação de doenças; c) estocasticidade genética: populações
remanescentes em fragmentos tendem a perder a heterozigocidade do pool genético
original, alelos raros podem desaparecer e mutações deletérias podem se acumular na
população, tornando-as suscetível. A estocasticidade genética está diretamente ligada ao
tamanho da população, o que não depende apenas do número de indivíduos em estágio
reprodutivo, mas também de seu sistema de reprodução; d) perda da flexibilidade
adaptativa: perda da habilidade das populações em se adaptarem a mudanças ambientais
devido à perda da variabilidade genética (Gilpin & Solé, 1986 apud Brito & Fernandez,
2000).
Quanto menores as populações se tornam devido a estes processos, mais ficam
sujeitas a seus efeitos negativos, declinando rapidamente e aumentando as probabilidades
de se tornarem extintas (Primack & Rodrigues, 2001).
Algumas espécies possuem características que as tornam especialmente vulneráveis
quando em pequenas populações. Estas características estão associadas às suas dinâmicas
populacionais como espécies monogâmicas, mecanismos precisos de escolha dos
parceiros, forrageamento cooperativo, espécies com comportamento de defesa grupal,
espécies com baixa fecundidade, entre outros fatores (Lacy, 2000).
Desta forma, para as pequenas populações isoladas em fragmentos, é necessário
que se conheça sua População Mínima Viável, caracterizada pela menor população viável
que tenha grande chance de sobrevivência no futuro (Primack & Rodrigues, 2001).
Considerando-se ainda as perspectivas de conservação destas espécies, é também
37
importante nestes casos, prever a Área Dinâmica Mínima, ou seja, o habitat adequado
capaz de manter tais populações (Primack & Rodrigues, 2001).
1.7. Justificativa
O conhecimento científico é o pilar para a conservação da biodiversidade e para o
estabelecimento de prioridades e estratégias que possam prevenir extinções e reduzir suas
perdas. Para que seja possível a implementação de medidas que possam reverter o quadro
de declínio da biodiversidade, é necessário refinar as informações já existentes sobre a
ocorrência das espécies da flora e da fauna ameaçada de extinção, através da identificação
dos sítios prioritários que reflitam mais precisamente, as prioridades em conservação no
Brasil.
1.8. Objetivos
a) Identificar as espécies e os sítios prioritários insubstituíveis para a conservação,
ou seja, as localidades onde ocorre a última populaçao de espécies de vertebrados
ameaçados de extinção no Brasil;
b) Delimitar as áreas identificadas utilizando-se como base as informações
biológicas e de distribuição geográfica disponíveis;
c) Elaborar mapas e diretrizes de ação para os sítios prioritários da Aliança
Brasileira para Extinção Zero (BAZE).
2. METODOLOGIA
2.1. Espécies-foco:
As espécies-foco deste estudo são todas as espécies dos cinco grupos de
vertebrados constantes da Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et.
al., 2005), abrangidas pelas seguintes categorias: a) EW – Extinta na Natureza; b) CR –
Criticamente em Perigo e, c) EN – Em Perigo (Tabela 1).
38
Tabela 1. Número de Espécies Ameaçadas da Fauna por Grupo
Taxonômico e Categoria de Ameaça.
Grupo Taxonômico Categoria de Ameaça
EW CR EN
Aves 2 24 47
Mamíferos - 18 11
Répteis - 6 5
Anfíbios - 9 3
Peixes - 36 38
Total 2 93 104
Ew – Extinta na Natureza; CR – Criticamente em Perigo e EN – Em Perigo.
2.2. Obtenção de Dados de Distribuição das Espécies-foco e Critérios para
Avaliação.
Os dados biológicos e de distribuição geográfica das espécies-foco foram extraídos
do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., no prelo),
que representa uma compilação de dados atual e focada na realidade brasileira e, da base
de dados da União Internacional para Conservação da Natureza – IUCN (IUCN, 2007b).
As espécies marinhas de mamíferos, peixes e répteis foram excluídas da análise em
função da escassez de dados populacionais e área de uso das mesmas. Da mesma forma,
foram excluídas da análise as espécies Vulneráveis, Deficientes em Dados, Não Avaliadas
e subespécies por não se constituírem como foco da metodologia (AZE, 2005). Para as
espécies com categoria Extinta na Natureza é prevista a delimitação de seus sítios nos
únicos locais que sejam adequados para sua reintrodução (AZE, 2005).
De acordo com os critérios estabelecidos pela AZE, são consideradas populações
confirmadas de uma espécie todas aquelas que possuem registros publicados, mesmo que
estes dados não sejam recentes, pois se assume que a espécie ainda persista no local, a
menos que existam informações contrárias.
39
2.3. Definindo Localidade
A localidade ou unidade discreta mencionada neste estudo é caracterizada pela
única área de uso das espécies-foco, com limites definíveis e contínuos dentro de uma área
biogeográfica. Estes limites normalmente são a extensão de um remanescente florestal
onde a espécie ocorre, uma Unidade de Conservação, ou ainda, em locais onde o habitat
esteja extremamente fragmentado ou intacto, a localidade será definida segundo suas
características topográficas, geológicas, hidrológicas ou por limites políticos. É necessário
ressaltar que, uma mesma espécie pode apresentar diversas coordenadas geográficas dentro
desta “localidade”, pois a localidade não é definida pela coordenada geográfica. Segundo
Paglia et. al. (2004), a coordenada geográfica indica dados pontuais sobre a ocorrência das
espécies, representando a localização precisa em que elas foram observadas. Sendo assim,
uma espécie pode apresentar diversos pontos de ocorrência dentro de uma mesma
localidade.
De acordo com o que prevê a metodologia da AZE e das Key Biodiversity Areas -
KBA’s (AZE, 2005; Langhammer et. al., 2007), é necessário considerar-se a possibilidade
de manejo dos sítios prioritários ao se delimitar suas áreas. Porém, dado o alto risco de
extinção das trigger species da BAZE, e devido ao fato dos sítios prioritários serem as
únicas localidades de ocorrência destas espécies, os sítios foram delimitados mesmo onde
não havia de imediato a possiblidade em se considerar o critério do manejo.
2.4. Seleção das Trigger Species
Segundo a metodologia da AZE (Ricketts et. al., 2005), “Sítio” é definido como o
local onde ocorre pelo menos uma espécie ameaçada de extinção (CR / EN), que
representa o último refúgio desta espécie e que pode ser manejado como unidade. São
denominadas espécies-gatilho (trigger species) as espécies ameaçadas de extinção nas
categorias Criticamente em Perigo e Em Perigo que ocorrem nestas localidades.
Considerando o objetivo de identificar os sítios prioritários onde ocorrem
populações únicas de espécies ameaçadas no Brasil (trigger species), foi adotada a mesma
metodologia utilizada pela AZE (AZE, 2005). Os critérios para identificação dos sítios são
(AZE, 2005):
40
1. Perigo - um sítio AZE deve conter ao menos uma espécie Criticamente em
Perigo (CR) ou Em Perigo (EN).
2. Singularidade – um sítio AZE deverá ser designado se for a única área de
ocorrência significativa da população conhecida de uma espécie CR ou EN
(cerca de 95% da população global), ou abrigar uma fase de vida da espécie em
questão como, p.ex., nidificação ou sítio migratório, da maioria significativa da
população conhecida da espécie CR ou EN.
3. Discrição - a área deverá possuir um limite definível onde as características dos
habitats (cobertura vegetal e uso do solo), comunidades biológicas e/ou fatores
de manejo sejam mais semelhantes entre si do que em relação às áreas
adjacentes.
Da mesma forma como definido pela AZE, cada Sítio Prioritário da BAZE deve
satisfazer os três critérios simultaneamente. Todo o processo de análise de dados
objetivando a seleção das espécies segundo os critérios expostos acima, será descrito nas
etapas metodológicas subseqüentes.
2.5. Obtenção das Coordenadas Geográficas
O Centro de Dados para Conservação da Biodiversidade (CDCB) da Fundação
Biodiversitas disponibilizou as coordenadas geográficas de cada uma das espécies-foco
(Fundação Biodiversitas, 2006). Estas coordenadas geográficas foram obtidas da base de
dados do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., no
prelo), informadas pelos pesquisadores de cada um dos grupos temáticos quando da
compilação dos dados que resultou na publicação. As coordenadas geográficas
caracterizaram os pontos de ocorrência registrados dentro da área de distribuição
geográfica de cada uma das espécies-foco avaliadas no estudo.
Os pontos de ocorrência foram registrados normalmente com coordenadas
geográficas exatas obtidas por GPS, onde foram indicados minutos e segundos. Em alguns
casos, onde as coordenadas geográficas não eram exatas, foram utilizadas como referência
unidades de manejo instituídas, como Unidades de Conservação ou a características
topográficas, hidrológicas ou geológicas peculiares, informações estas que foram
verificadas pela sobreposição dos dados do Sistema de Informação Geográfica.
41
2.6. Montagem da Base Cartográfica
Os mapas-base em formato vetorial, utilizados no início dos trabalhos de
mapeamento dos sítios prioritários foram os da Base Cartográfica Integrada do Brasil ao
Milionésimo Digital (bCIMd), elaborada pelo IBGE (2003), na escala de 1:1.000.000 e os
Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros elaborados pelo Ministério do Meio
Ambiente (MMA, 2006), na escala de 1:250.000. Na base cartográfica do IBGE constam
os limites políticos, a malha municipal, a infra-estrutura, a rede viária e a topografia. Nos
casos em que foi necessário um detalhamento maior foram utilizadas as cartas topográficas
do IBGE nas escalas de 1:100.000 e 1:50:000, todas em formato digital (IBGE, 2002). A
base dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros do Ministério do Meio
Ambiente, é composta por remanescentes de vegetação e pelas formas de uso e ocupação
do solo dos biomas brasileiros (MMA, 2006). Com relação ao conjunto de áreas protegidas
pertencentes ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), foram utilizados
arquivos digitais em formato vetorial shapefile das unidades de conservação ao nível
federal e estadual do Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2007b). Os limites dos trechos
de ottobacia foram obtidos de arquivos vetoriais em formato shapefile (ESRI) com escala
de 1:1.000.000 contendo feições poligonais das áreas de contribuição direta de cada trecho
da rede hidrográfica, codificadas pelo método de Otto Pfafstetter (ANA, 2008). Devido à
ausência de informações no site da Agência Nacional das Águas sobre a data em que foram
produzidas as bases de hidrografia, assume-se então, 2008 como ano de referência, data em
que foi realizado o download dos arquivos digitais do site oficial.
Em termos de mapas-base em formato matricial, foram utilizadas imagens de
satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) + e/ou QuickBird (Google Earth, 2008). As
imagens do satélite Landsat 7 ETM + (MMA, 2002a), com resolução espacial de trinta
metros, foram utilizadas para verificação das condições da cobertura vegetal e uso do solo.
Para um refinamento maior na seleção das localidades estudadas para cada sítio prioritário,
foram utilizadas as imagens QuickBird (Google Earth, 2008), com resolução de um metro.
2.7. Filtragem das Espécies-foco:
No intuito de se obter um grupo mais coeso de espécies, onde fosse também mais
evidente analisar sua configuração dentro dos critérios estabelecidos pela metodologia da
42
AZE, as espécies foram divididas em dois grupos segundo seu padrão de distribuição. A
seleção das espécies segundo estes parâmetros foi arbitrária, vindo apenas a otimizar o
número de espécies analisadas que poderiam efetivamente ser foco do estudo e,
conseqüentemente, diminuir o tempo da análise. Todas as espécies-foco foram analisadas
individualmente e selecionadas segundo seu atual padrão de distribuição geográfica ou de
acordo com os últimos registros confirmados para a espécie. Como resultado desta triagem
inicial, foram obtidos dois grupos de espécies, como descrito a seguir:
Espécies com distribuição geográfica disjunta: espécies que possuem
distribuição geográfica atual fragmentada em uma ampla, ou mesmo restrita,
extensão de ocorrência. Estas espécies possuem populações confirmadas nestas
localidades biogeograficamente distintas, não sendo desta forma, alvo do
estudo, uma vez que a metodologia visa identificar espécies de último refúgio.
No entanto, no intuito de minimizar o erro de omissão, todas as espécies que
possuíam distribuição geográfica disjunta tiveram algumas características
analisadas. Estas características analisadas foram mais precisamente, a presença
de cerca de 95% da população em uma localidade para as espécies que se
conhecia o tamanho populacional, segundo a descrição do Livro Vermelho e da
IUCN; sítios migratórios e de nidificação para uma maioria significativa da
população ou ainda; se a espécie estava incluída na lista de trigger species da
AZE. Todas as espécies com distribuição disjunta que se qualificaram em uma
das condições descritas acima foram classificadas como espécies “Pré-
Selecionadas” e avaliadas posteriormente pelos critérios apresentados no item
2.4 desta dissertação. A Figura 2 ilustra os registros de ocorrência de uma
espécie com distribuição geográfica disjunta. Crax blumenbachii, uma ave da
Família Cracidae possui ocorrência histórica do Recôncavo Baiano até a cidade
do Rio de Janeiro, incluindo o leste de Minas Gerais, sendo conhecida de 38
localidades nesta região. Atualmente sua distribuição se restringe a 11
localidades no Estado de Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia (Silveira, no
prelo-b). Crax blumenbachi é uma trigger species da AZE (AZE, 2005) e desta
forma, mesmo possuindo distribuição geográfica disjunta, foi avaliada segundo
a metodologia proposta.
43
Espécies com distribuição geográfica singular: espécies que possuem
distribuição geográfica bastante restrita e, possivelmente limitada a uma
determinada localidade, pois suas coordenadas geográficas ou a descrição
de sua distribuição, apontam para locais muito próximos entre si, ou ainda,
possuem apenas uma coordenada geográfica registrada. Para muitas
espécies, as informações de seu padrão de distribuição são apresentadas sob
a forma de divisões políticas, discriminadas em sua distribuição geográfica,
ao que não fica claro muitas vezes se sua distribuição ocorre de fato em
apenas uma localidade. Todas as espécies desta categoria foram
classificadas automaticamente como “Pré-Selecionadas”. A Figura 3
caracteriza uma forma de distribuição geográfica singular. Phyllomedusa
ayeaye, um anfíbio da Família Hylidae e que possui distribuição geográfica
conhecida apenas para o Morro do Ferro em Poços de Caldas, MG (Haddad
& Sazima, no prelo). Na Figura 4 é apresentado outro exemplo de
distribuição geográfica singular, onde as coordenadas geográficas no mapa
demonstram pontos muito próximos entre si e a descrição da distribuição
geográfica da espécie gera dúvidas sobre sua real ocorrência em apenas uma
localidade. Phylidor novaesi é uma ave da Família Furnariidae e possui
Figura 2 - Distribuição Geográfica de Crax blumenbachii.
Fonte: Machado et. al. (no prelo).
44
distribuição geográfica entre os Estados de Pernambuco e Alagoas.
Atualmente é encontrada em apenas duas localidades, EE de Murici em
Alagoas e RPPN de Frei Caneca em Pernambuco (Roda, no prelo).
Figura 4 - Distribuição Geográfica de Phylidor novaesi
Fonte: Machado et. al. (no prelo).
Figura 3 - Distribuição Geográfica de Phyllomedusa yeaye.
Fonte: Machado et. al. (no prelo).
45
A análise preliminar das espécies-foco resultou em um grupo de espécies
denominadas “Pré-Selecionadas”, as quais eram candidatas potenciais a se tornarem
trigger species. Todas as espécies pré-selecionas foram testadas quando à sua configuração
no critério da insubstituibilidade, a fim de confirmar simultaneamente as condições de
Discrição e Singularidade propostas pela metodologia da AZE (AZE, 2005).
2.8. Seleção e Plotagem das Coordenadas Geográficas
Foi realizada uma análise da distribuição geográfica de todas as espécies pré-
selecionadas que possuíam mais de um ponto de ocorrência de acordo com fichas técnicas
do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., no prelo).
Para isto, foram avaliados todos os registros de ocorrência, com objetivo de identificar os
locais onde as espécies possuíam uma população confirmada. Através desta análise, foram
selecionadas as coordenadas geográficas dos locais onde havia uma população confirmada
da espécie e, eliminadas as coordenadas onde: a) a existência da espécie não foi
confirmada; b) havia registros históricos; c) o habitat foi totalmente alterado pela ação
humana, não restando possibilidades de que a espécie ainda ocorra naquele local e; d)
havia registro de apenas um indivíduo.
Os registros históricos neste estudo são caracterizados pelos registros de ocorrência
onde o próprio autor estabelece que a espécie não mais existe naquela localidade. Segundo
Langhammer et. al. (2007), a linha de corte que caracteriza os registros históricos na
seleção dos KBA’s é definida para os registros anteriores à década de 80, que não tenham
sido validados recentemente ou que ocorram em locais que estão sob intenso impacto
ambiental. Porém, dadas as proporções continentais do País, a deficiência de dados
biológicos e de distribuição e à grande necessidade de esforços de coleta em campo, não
foi estabelecida uma linha de corte nos registros, sobretudo para os registros existentes no
interior de Unidades de Conservação ou onde o habitat da espécie ainda seja
representativo.
As coordenadas geográficas selecionadas acima foram plotadas nos Mapas de
Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA, 2006), identificando nas bases em
formato “shapefiles”, os locais onde havia uma população confirmada da espécie.
46
2.9. Análise das Coordenadas Geográficas segundo os critérios de Singularidade e
Discrição
A qualidade e a resolução dos dados varia amplamente entre cada uma das espécies
(Ricketts et.al., 2005), uma vez que os esforços em pesquisa não são distribuídos de forma
homogênea entre os diferentes grupos (Langhammer et. al., 2007). Sendo assim, todas as
espécies pré-selecionadas foram avaliadas individualmente dentro dos critérios de
Singularidade e Discrição.
Foi realizada uma análise dos locais de ocorrência das espécies pré-selecionadas,
cujas coordenadas geográficas foram plotadas sobre os Mapas de Cobertura Vegetal dos
Biomas Brasileiros (MMA, 2006), e respectiva sobreposição das bases cartográficas do
IBGE (IBGE, 2003), hidrografia da ANA (ANA, 2008) e das Unidades de Conservação do
MMA (MMA, 2007). Esta base de dados foi em seguida comparada às imagens por satélite
Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google Earth, 2008), podendo-se assim
fazer uma avaliação ampla do ambiente de ocorrência da espécie, das condições e
disposição dos remanescentes florestais e do uso e ocupação do solo. Pode-se ainda,
avaliar de forma objetiva a extensão e os limites do habitat, os limites das unidades de
conservação e seu potencial de manejo. Desta forma, foi possível verificar se os locais de
ocorrência atendiam ao critério de Discrição proposto pela AZE, na qual devem ser
observados os seguintes parâmetros (AZE, 2005):
As bordas do sítio devem ser uma extensão contígua do habitat; acompanhar os
limites de unidades de manejo, tais como áreas protegidas; além disto, devem
considerar a extensão da ocorrência das espécies, priorizando sua conservação
na prática e observar o potencial de fluxo gênico significativo entre as
populações;
Os limites da área devem ser definidos da forma que seja mais prático aplicar
iniciativas em conservação;
Os sítios devem ser nomeados de forma que sua localização seja prática e de
ampla visibilidade.
47
O critério da Singularidade foi avaliado de acordo com as informações
populacionais disponíveis nas literaturas consultadas. Através destas informações foi
possível identificar nos sítios, a presença da maioria significativa de um determinado
estágio de vida da espécie (como sítios migratórios ou de nidificação), ou ainda, a
ocorrência da maioria significativa da população, cerca de 95% da população mundial, de
uma espécie categorizada como Criticamente em Perigo ou Em Perigo (AZE, 2005).
2.10. Critérios de Delimitação dos Sítios Prioritários da BAZE
Os Sítios Prioritários da AZE (Figura 5) são normalmente identificados no mapa
através de pontos (Langhammer et. al., 2007, Ricketts, et. al., 2005), porém neste estudo,
foi proposta a delimitação dos Sítios Prioritários da BAZE de acordo a mesma metodologia
utilizada para delimitação das KBA’s (Langhammer et. al., 2007).
Figura 5 - Sítios AZE na América do Sul.
Fonte: (AZE, 2005).
Não existem limites de tamanho para as KBA’s. Os limites são definidos pela
distribuição da espécie e pelo contexto e aplicabilidade do manejo, sobretudo em áreas
particulares, excluindo-se as áreas que foram convertidas para uso humano, tais como
urbanização, agricultura em larga escala e vias de transporte (Laghammer et. al., 2007).
Como utilizado também para delimitação das Important Bird Areas - IBA’s, sempre que
possível, devem ser observados três diretivas na delimitação dos sítios: a) que ele seja
diferente em características ou em habitat de sua área circundante; b) que seja uma área
48
protegida ou que tenha potencial para tal, ou ainda, que seja uma área manejável para
conservação; c) a área delimitada deve ser auto-suficiente para comportar a espécie em
longo prazo.
Para identificação e mapeamento de um sítio, é necessária a compilação de todo um
conjunto de dados dentro do Sistema de Informações Geográficas - SIG, tais como mapas
das localidades, dados de distribuição das espécies e bases de topografia, uso e ocupação
do solo, remanescentes florestais e unidades de manejo, incluindo as Unidades de
Conservação (Langhammer et. al., 2007). O delineamento dos KBA’s (Langhammer et. al.,
2007) normalmente se enquadra em uma das duas categorias: a) seus limites correspondem
aos limites de uma unidade de manejo já existente, tais como áreas protegidas; b) seus
limites são estabelecidos segundo características biológicas ou físicas, na ausência de
unidades de manejo instituídas.
Abaixo são descritos procedimentos que podem ser adotados nas diferentes
situações.
2.10.1. Delimitação dos Sítios Prioritários sobre os Limites de Unidades de Manejo
Os limites das KBA’s devem ser estabelecidos de forma realística, delimitando
sítios possíveis de serem manejados como unidade. Sempre que possível, os sítios devem
ser delimitados sobre os limites de unidades de manejo como Unidade de Conservação.
Podem ainda, serem utilizados os limites de propriedades particulares, concessões
florestais, territórios indígenas e terras do governo (Langhammer et. al., 2007).
2.10.2. Delimitação dos Sítios Prioritários na Ausência de Unidades de Manejo
Estabelecidas
Esta situação normalmente ocorre onde as pequenas unidades de manejo existentes
no local não estão disponíveis em forma digitalizada ou quando a localidade é dividida em
muitas propriedades privadas ou públicas. Não havendo dados suficientes de unidades de
manejo para a delimitação do sítio, este pode ser estabelecido sob a forma de um ponto no
mapa, podendo-se realizar o mapeamento quando houver maior disponibilidade de dados,
ou ainda, os limites do sítio podem ser estabelecidos “a grosso modo” acompanhando
49
características físicas ou biológicas. Neste caso, podem ocorrer duas situações
(Langhammer et. al., 2007):
a) Quando existem dados sobre o habitat preferencial da espécie que podem ser
mapeados: os dados da área de ocupação das trigger species podem ser úteis,
permitindo o mapeamento inicial do sítio que pode ser refinado posteriormente. O
sítio pode ser delimitado englobando todo o habitat ou a maior parte do habitat da
trigger species, a partir de seu ponto de ocorrência, assumindo-se que esta área
possa ser manejável e, excluindo-se as áreas alteradas pela ação humana. Podem ser
utilizados os dados disponíveis, como tipos vegetacionais e sua extensão,
elevações, topografia, hidrografia, uso e ocupação de solo e variações climáticas.
Em alguns casos, onde não é possível delimitar toda a área de ocupação da espécie,
os limites podem ser estabelecidos de forma a utilizar dados biogeográficos
(elevações, vales), obtendo-se uma área que possa ser manejável.
b) Nos casos onde não há informações sobre o habitat das espécies; os conhecimentos
disponíveis sobre seus requerimentos ecológicos são inconsistentes; ou ainda, não
existam dados disponíveis sobre o habitat preferencial da espécie no Sistema de
Informação Geográfica, os limites do sítio podem ser delimitados sobre dados
biofísicos. Mapas de remanescentes florestais podem ser utilizados para a
delimitação dos sítios, particularmente em regiões onde a vegetação está
fragmentada. Os limites dos sítios nestes casos serão estabelecidos sobre as bordas
destes remanescentes ou sobre outros tipos de vegetação. Na ausência de tais
remanescentes vegetacionais, ou onde estes estejam severamente fragmentados,
mapas com dados biofísicos como elevações, córregos e características
topográficas, podem ser utilizados para derivação dos limites do sítio. Os sítios em
locais de habitat contínuo também podem seguir a mesma metodologia, através da
delimitação de montanhas, vales, microbacias ou interflúvios.
2.10.3. Divergência de Cobertura entre a Unidade de Manejo e o Habitat da Trigger
Species
Muitas vezes a unidade de manejo ou a área protegida pode não representar um
sítio eficiente para a trigger species, pois seu habitat se estende para além dos limites
estabelecidos. Nestes casos, pode-se delimitar o sítio de forma a englobar a unidade de
50
manejo, adicionando-se ao sítio a área adjacente que contenha o habitat sustentável da
espécie, expandindo de forma efetiva o limite da unidade de manejo existente
(Langhammer et. al., 2007).
2.10.4. Múltiplas Unidades de Manejo
É possível que mais de uma unidade de manejo se sobreponha ao sítio, quando
existe a possibilidade de um trabalho em conjunto destas unidades de manejo no intuito de
proteger o sítio. No entanto, este processo exige considerações especiais na implementação
de planos de conservação (Langhammer et. al., 2007).
Havendo sobreposição de unidades de manejo, os limites do sítio podem ser
definidos inicialmente sobre características biofísicas da localidade, ou, de acordo com os
requerimentos de habitat da trigger species. O detalhamento da delimitação pode ocorrer
posteriormente, uma vez que, sejam planejadas ações de conservação para a área, sendo
necessárias informações adicionais para a complementação do processo (Langhammer et.
al., 2007).
2.10.5. Mapeamento por Trecho de Ottobacia
Para as trigger species de peixes de água doce, que possuíam ocorrência limitada a
determinados trechos dos corpos d’água, e para aquelas espécies de peixes-anuais e
anfíbios, onde não foi possível estabelecer seus sítios sobre remanescentes vegetacionais
ou características topográficas, foi utilizado o sistema de delimitação por trecho de
ottobacia (ANA, 2008).
As ottobacias são áreas de contribuição dos trechos da rede hidrográfica codificadas
segundo o método de Otto Pfafstetter para classificação de bacias, sistema este
disponibilizado pela Agência Nacional de Águas (ANA, 2008). Segundo esta metodologia,
os trechos de ottobacia ou trechos de curso d’água são definidos como segmentos entre
uma foz e sua confluência, ou segmento entre confluências, ou segmento entre uma
confluência e uma nascente (ANA, 2008).
2.11. Delimitação e Mapeamento dos Polígonos
51
2.11.1. Elaboração dos Polígonos dos Sítios Prioritários da BAZE
Os polígonos dos Sítios Prioritários da BAZE em formato shapefile foram
vetorizados utilizando-se o programa ARCGIS 9.0 com projeção cartográfica no formato
Geográfica e Universal Transverse Mercator, Datum SAD 69. Os polígonos foram
elaborados a partir das informações expressas pela sobreposição das bases cartográficas
anteriormente especificadas e das características observadas pela análise das imagens por
satélite. Os polígonos dos sítios foram delimitados sobre características expressas pelas
próprias bases, como limites de remanescentes vegetacionais, trechos de ottobacias, vales,
serras, Unidades de Conservação e outros. Estes limites apresentados pelas bases foram
devidamente conferidos através da análise das imagens por satélite e foram realizadas
correções onde se fez necessário. A análise das imagens por satélite também influenciou na
tomada de decisão em se utilizar ou não determinados limites expressos pelas bases
cartográficas na elaboração dos polígonos.
Após a elaboração dos polígonos foram produzidos mapas para cada um dos sítios
identificados. O layout padrão dos sítios foi confeccionado de forma a conter como base
cartográfica de fundo os Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA,
2006), sobrepostos às bases de hidrografia (ANA, 2008), Unidades de Conservação federal
e estadual (MMA, 2007b), limites políticos, malha municipal, infra-estrutura, rede viária e
topografia (IBGE, 2003).
2.11.2. Mapas de Localização dos Sítios Prioritários da BAZE por Bioma Brasileiro
Os mapas de localização dos Sítios Prioritários da BAZE por bioma brasileiro
foram elaborados utilizando-se como base cartográfica de fundo padrão o limite dos
biomas brasileiros produzido pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2006), aos quais
foram sobrepostos respectivamente, os polígonos dos sítios prioritários identificados e
mapeados.
2.11.3. Padronização dos Mapas dos Sítios Prioritários da BAZE
Como os mapas dos Sítios Prioritários da BAZE foram padronizados sobre bases de
remanescentes vegetacionais, foi elaborada uma legenda nominal dos tipos de vegetação
expressa pelas bases cartográficas dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas
52
Brasileiros. A legenda que identifica os tipos vegetacionais nos mapas encontra-se listada
na Tabela 4.
Tabela 4. Legenda dos Tipos de Vegetação dos Sítios Prioritários da BAZE.
Sigla Remanescente
A Floresta Ombrófila Aberta
Ac Agricultura
Ac + Vs Agricultura e Vegetação Secundária
Acc.C Culturas Permanentes e Floresta Estacional Decidual
Acc.P Culturas Permanentes e Formações Pioneiras
Acc.T Culturas Permanentes e Savana Estépica
Ag Agropecuária
Ag.E Agropecuária e Estepe
Ag. NE Agropecuária e Estepe / Floresta Estacional
Ag. NP Agropecuária e Contato / Floresta Estacional / Formações Pioneiras
Ag. P Agropecuária e Formações Pioneiras
Ag. T Agropecuária e Savana Estépica
Ag + SN Agropecuária e Contato de Savana / Floresta Estacional
Ag+ ST Agropecuária e Contato de Savana / Savana Estépica
Ag + Ta Agropecuária e Savana Estépica Arborizada
Ag + Ta + Tb Agropecuária e Savana Estépica Arborizada e Savana Estépica das Terras Baixas
Ag + Td Agropecuária e Savana Estépica Florestada
Ag + TN Agropecuária e Savana Estépica / Floresta Estacional
Ag + Vs Agropecuária e Vegetação Secundária
Água Corpos d’água
Água.P Corpos d’água e Formações Pioneiras
Água.T Corpos d’água e Savana Estépica Florestada
Ai Áreas Antrópicas Indiscriminadas
Ap Pecuária
Ap + Vs Pecuária e Vegetação Secundária
Ap + Vs + Ds + As Pecuária, Vegetação Secundária, Floresta Ombrófila Densa Submontana e Floresta
Ombrófila Aberta Submontana
As + Ds Floresta Ombrófila Aberta Submontana e Floresta Ombrófila Densa Submontana
Ca Floresta Estacional Decidual Aluvial
Cm Floresta Estacional Decidual Montana
Cs Floresta Estacional Decidual Submontana
Db Floresta Estacional Decidual Decidual de Terras Baixas
Dl Floresta Ombrófila Densa Alto-Montana
Dm Floresta Ombrófila Densa Montana
Ds Floresta Ombrófila Densa Submontana
Eg Estepe Gramíneo Leitosa
Fa Floresta Estacional Semidecidual Aluvial
Fb Floresta Estacional Semidecidual Terras Baixas
Fl Floresta Estacional Semidecidual Alto-Montana
Fm Floresta Estacional Semidecidual Montana
Fs Floresta Estacional Semidecidual Submontana
Iu Influência Urbana
Iu.C Influência Urbana e Floresta Estacional Decional
Iu.E Influência Urbana e Estepe
53
Sigla Remanescente
Iu. NE Influência Urbana e Estepe / Floresta Estacional
Iu.P Influência Urbana e Formações Pioneiras
Iu.T Influência Urbana e Savana Estépica
Ml Formação Ombrófila Mista e Savana Estépica
Nc Não Classificado
OM Floresta Ombrófila Densa e Floresta Ombrófila Mista
P Formações Pioneiras
Pa Formações Pioneiras com Influência Fluvial ou Lacustre
Pf Formações com Influência Fluviomarinha
Pm Formações com Influência Marinha
R Reflorestamento e Estepe / Floresta Estacional
R. NE Reflorestamento e Contato de Floresta Estacional / Formações Pioneiras
R. NP Reflorestamento e Contato de Floresta Estacional / Formações Pioneiras
rl Refúgios Alto-Montanos
Saf Savana Arborizada com Floresta de Galeria
Sas Savana Arborizada sem Floresta de Galeria
Sd Savana Florestada
Sg Savana Gramíneo-Lenhosa
Sgf Savana Gramíneo-Lenhosa com Floresta de Galeria
SN Contato Savana / Floresta Estacional
SN + Ag Contato Savana / Floresta Estacional / Agropecuária
SO Contato Savana / Floresta Ombrófila
Spf Savana Parque com Floresta de Galeria
Sps Savana Parque sem Floresta de Galeria
ST + Ag Contato Savana e Savana Estépica / Agropecuária
STN Contato Savana / Savana Estépica / Floresta Estacional
STN + Ag Contato Savana / Savana Estépica / Floresta Estacional e Agropecuária
T + Ag Savana Estépica e Agropecuária
Ta Savana Estépica Arborizada
Ta + Ag Savana Estépica Arborizada e Agropecuária
Ta + Td + Ag Savana Estépica Arborizada, Savana Estépica Florestada e Agropecuária
Ta + Vs + Ag Savana Estépica Arborizada, Vegetação e Agropecuária
Td + Ag Savana Estépica Florestada e Agropecuária
Td + Ta + Ag Savana Estépica Florestada, Savana Estépica Arborizada e Agropecuária
Tg Savana Estépica Gramíneo-Lenhosa
TN Contato Savana Estépica / Floresta Ombrófila
TN + Ag Contato Savana Estépica / Floresta Ombrófila e Agropecuária
Vs Vegetação Secundária
Vsi Vegetação Secundária Inicial
Fonte: Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2006).
2.12. Análise do Status de Proteção dos Sítios Prioritários da BAZE
O status de proteção dos Sítios Prioritários da BAZE foi distribuído em três
categorias distintas, onde: a) foram denominados como sítios “Protegidos” aqueles que
tiveram a totalidade de sua área representada por uma Unidade de Conservação de
proteção integral; b) foram denominados sítios “Parcialmente Protegidos” aqueles cujas
54
áreas são representadas parcialmente por Unidades de Conservação de proteção integral e o
restante de sua área não é protegida ou ainda, quando há a sobreposição de Unidades de
Conservação de uso sustentável e; c) foram denominados por “Não Protegidos” os sítios
cujas áreas não possuem representatividade por nenhuma categoria de Unidade de
Conservação.
2.13. Outras Espécies Ameaçadas Presentes nos Sítios Prioritários da BAZE
Assim como ocorre com as KBA’s (Langhammer et. al., 2007), em muitos dos
Sítios Prioritários da BAZE que foram delimitados com base na presença de trigger
species, ocorrem também outras espécies de vertebrados categorizadas como ameaçadas de
extinção, mas que não se configuram como espécies BAZE. Estas espécies foram listadas
objetivando identificar o “pool” das espécies ameaçadas contidas em cada um dos sítios
delimitados. Ao final da descrição de cada um dos sítios, onde houve outras espécies
ameaçadas, estas foram listadas apresentando seu status de ameaça e grupo taxonômico.
2.14. Lista de Espécies Candidatas da BAZE
Foram incluídas na Lista de Espécies Candidatas da BAZE, as espécies pré-
selecionadas que possuiam deficiência em seus dados de distribuição; espécies que tiveram
seu habitat totalmente alterado pela ação antrópica; espécies que possuiam apenas registros
históricos, não sendo possível delimitar seu sítio, ou ainda, nos casos onde os critérios da
singularidade ou da discrição não se qualificaram de forma precisa.
3. RESULTADOS
Segundo a Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al.,
2005), existem no Brasil 197 espécies de vertebrados ameaçados de extinção nas
categorias Criticamente em Perigo e Em perigo, dessas, 16 espécies marinhas de
mamíferos, répteis e peixes foram excluídas da presente análise em função da escassez de
dados populacionais e áreas de uso.
55
Desta forma, foram analisadas por seu padrão de distribuição 181 espécies-foco
(ANEXO 1) da lista nacional categorizadas como Criticamente em Perigo e Em Perigo.
Desse total, obteve-se 84 espécies pré-selecionadas (ANEXO 1), que se enquadraram
dentro dos critérios de distribuição singular ou distribuição disjunta, que neste caso
abrigavam a maioria significativa da população total da espécie ou de uma de suas fases de
vida, ou ainda, por serem trigger species da AZE.
A análise das 84 espécies pré-selecionadas pela metodologia proposta resultou na
identificação de 36 trigger species distribuídas em 32 Sítios Prioritários da BAZE e 34
espécies foram incluídas na Lista de Espécies Candidatas da BAZE. As demais 14 espécies
foram eliminadas do estudo.
Das 50 trigger species identificadas pela AZE para o Brasil, 15 correspondem a
trigger species identificadas pela BAZE (Adelophryne maranguapensis, Anodorhynchus
leari, Antilophia bokermanni, Calyptura cristata, Columbina cyanopis, Formicivora
erythronotos, Holoaden bradei, Hypsiboas cymbalum, Merulaxis stresemanni,
Odontophrynus moratoi, Melanophryniscus macrogranulosus, Paratelmatobius lutzii,
Phyllomedusa ayeaye, Physalaemus soares e Scinax alcatraz,), uma representatividade de
30%, enquanto que dez trigger species da AZE correspondem a espécies incluídas na Lista
de Espécies Candidatas da BAZE (Bokermannohyla izecksohni, Callicebus coimbrai,
Cyanopsitta spixi, Formicivora littoralis, Mitu mitu, Myrmotherula snowi, Nemosia rourei,
Philydor novaesi, Phylloscartes beckeri, Rhopornis ardesiacus) (Figura 6; Figura 7). As
demais 25 trigger species da AZE são categorizadas como Vulnerável, Deficientes em
Dados ou Não Avaliadas pela lista nacional, ou ainda, não se configuram como trigger
species da BAZE (Callicebus barbarabrownae e Crax blumenbachii), devido ao seu
padrão de distribuição (Tabela 2).
56
Figura 6. Numero de trigger species identificadas pela BAZE que correspondem
a trigger species da AZE por Grupo Taxonômico.
Figura 7. Número de Espécies Candidatas da BAZE que correspondem a
trigger species identificadas pela AZE por Grupo Taxonômico
9 98
6
4
13
2
0
6
12
18
24
30
36
Anfíbios Aves Mamíferos Peixes Répteis
BAZE AZE
To
tal
de
Tri
gg
er S
pec
ies
To
tal
de
Esp
écie
s C
an
did
ata
s
2 1
13
8
31
16
0
17
34
Anfíbios Aves Mamíferos Peixes
BAZE AZE
57
Tabela 2. Sítios e Trigger Species da AZE identificados no Brasil.
Sítio AZE Trigger Specie AZE Trigger species
BAZE
Status Ameaça
IUCN, 2007B
Status Ameaça Brasil
(Machado, et. al., 2005).
Alhandra Phyllodytes brevirostris Não DD Não avaliada
Baía de Ilha Grande Formicivora erythronotos Sim CR CR
Boa Nova Rhopornis ardesiaca Lista Candidatas EN EN
Botucatu Odontophrynus moratoi Sim CR CR
Cabo Frio Formicivora littoralis Lista Candidatas CR CR
Cachoeiro do Itapemirim Proceratophrys phyllostomus Não DD Não avaliada
Campo Grande I Hypsiboas cymbalum Sim CR CR
Campo Grande II Physalaemus bokermanni Não DD Não avaliada
Campos do Jordão Paratelmatobius mantiqueira Não DD DD
Chapada do Araripe Antilophia bokermanni Sim CR CR
Curaçá Cyanopsitta spixii Lista Candidatas EW EW
Fazenda Jueirana Merulaxis stresemanni Sim CR CR
Fazenda Pindobas IV Nemosia rourei Lista Candidatas CR CR
Horto Florestal de Santa Cruz Physalaemus soaresi Sim EN EN
Ilha de Alcatrazes Scinax alcatraz Sim CR CR
Itatiaia Holoaden bradei Sim CR CR
Hylodes regius Não DD DD
Ji-Paraná Clytoctantes atrogularis Não CR DD
Mata do Crasto / Restingas de
Itaporanga e Estância Callicebus coimbrai Lista Candidatas CR CR
Mimosa do Sul Euparkerella robusta Não VU DD
Murici Myrmotherula snowi Listas Candidatas
Crossodactylus dantei Não DD DD
Parque Nacional Chapada da
Diamantina Phylloscartes beckeri Lista Candidatas EN EN
Parque Nacional Itatiaia, Serra
da Mantiqueira Paratelmatobius lutzii Sim CR DD
Poços Caldas Phyllomedusa ayeaye Sim CR CR
Reserva Ecológica Raso da
Catarina Anodorhynchus leari Sim CR CR
Rio Tacutu Synallaxis kollari Não VU DD
Rubião Júnior Hyla izecksohni Lista Candidatas CR CR
Município de Santa Tereza Eleutherodactylus epipedus Não NT DD
Eleutherodactylus oeus Não DD Não avaliada Hyla weygoldti Não NT Não avaliada
Scinax arduous Não DD Não avaliada
Euparkerella tridactyla Não VU Não avaliada
Santana do Riacho Crossodactylus bokermanni Não DD Não avaliada
Santo Amaro Callicebus barbarabrownae Não CR CR
Serra das Araras Columbina cyanopis Sim CR CR
Serra de Bocaina Paratelmatobius gaigeae Não DD DD
Physalaemus barrioi Não DD Não avaliada
Serra de Maranguape/Aratanha Adelophryne maranguapensis Sim EN EN
Serra do Mar Myrmotherula fluminensis Não CR DD
Calyptura cristata Sim CR CR
Serra do Urubu Philydor novaesi Lista Candidatas CR CR
Serra dos Órgãos Cycloramphus stejnegeri Não DD Não avaliada
Hyla musica Não DD Não avaliada
Eleutherodactylus erythromerus
Não DD DD
Hyla fluminea Não DD Não avaliada
Sooretama/Linhares Crax blumenbachii Não EN EN
Torres, RS Melanophryniscus macrogranulosus
Sim CR VU
Usina Serra Grande Mitu mitu Lista Candidatas EW EW
Valença Scytalopus psychopompus Não CR DD
Fonte: Modificado de AZE, 2005: EW – Extinta na Natureza; CR – Criticamente em Perigo; EN – Em Perigo; VU – Vulnerável;
DD – Deficiente em Dados; NT – Quase Ameaçada. Campo Sítios AZE: Sítios AZE em comum com Sítios da BAZE e com a mesma
nomenclatura; Campo Sítios AZE: Sítios AZE em comum com Sítios da BAZE com nomes diferentes. Campo Trigger Species: trigger species em comum entre AZE e BAZE; Campo Trigger Species: espécies que não se configuraram como trigger species da BAZE;
Campo Status Ameaça no Brasil: espécies possuem status de ameaça no Brasil que não a configura como trigger species.
58
Dos 32 Sítios Prioritários da BAZE identificados, 16 estão localizados na Mata
Atlântica (ARIE da Ilha de Queimada Grande, Baía de Ilha Grande, Bandeira, Cabo Frio,
Dom Pedro de Alcântara, FLONA Mário Xavier, Ilha de Alcatrazes, Nova Iguaçu, Parque
Estadual de IlhaBela, Parque Estadual do Morro do Diabo, Parque Nacional do Itatiaia,
Poços de Caldas, Rio Mucuri, Rio Santo Antônio, Santo André, Serra dos Órgãos) (Figura
8), oito no Cerrado (Botucatu, Brejinho de Nazaré, Jardim Zoológico de Brasília, Parque
Nacional das Emas, Rio dos Patos, Rio Urucuia, Rio Tabocas, Serra das Araras) (Figura
9), quatro na Caatinga (Chapada do Araripe, Canudos / Raso da Catarina, Rio Catu, Serra
do Maranguape) (Figura 10), dois na Amazônia (Governador Jorge Teixeira, Rio
Araguaia) (Figura 11) e dois nos Pampas (Delta do Jacuí, Parque Estadual do Espinilho)
(Figura 12), cuja proporção de distribuição por bioma pode ser visualizada na Figura 13.
Figura 8. Sítios Prioritários da Aliança Brasileira para Extinção Zero na Mata Atlântica.
59
Figura 9. Sítios Prioritários da Aliança Brasileira para Extinção Zero no Cerrado.
Figura 10. Sítios Prioritários da Aliança Brasileira para Extinção Zero na Caatinga.
60
Figura 11. Sítios Prioritários da Aliança Brasileira para Extinção Zero na Amazônia.
Figura 12. Sítios Prioritários da Aliança Brasileira para Extinção Zero nos Pampas.
61
Figura 13. Distribuição dos Sítios da BAZE por Bioma Brasileiro.
Do total de 32 Sítios Prioritários da BAZE identificados, 19 foram categorizados
como Não Protegidos, oito como Parcialmente Protegidos e apenas cinco sítios prioritários
foram categorizados como Protegidos (Figura 14).
A distribuição dos sítios segundo seu status de proteção por Estado brasileiro e
região pode ser visualizado na Tabela 3.
Figura 14. Proporção do status de proteção dos Sítios da BAZE.
6%13%
25%50%
6%
Amazônia Caatinga
Cerrado Mata Atlântica
Pampas
16%
59%25%
Proteção Integral Proteção Parcial Não Protegido
62
Tabela 3. Número de Sítios Prioritários da BAZE e seu Status de Proteção
por Região e Estado Brasileiro.
Estados Proteção Integral Proteção Parcial Não Protegido
Região Centro-Oeste
Distrito Federal - 1 -
Goiás 1 - 1
Mato Grosso - - 1
Subtotal 1 1 2
Região Norte
Pará - - 1
Rondônia - - 1
Tocantins - - 1
Subtotal - - 3
Região Nordeste
Bahia - 1 2
Ceará - 1 1
Subtotal - 2 3
Região Sul
Rio Grande do Sul 1 1 1
Subtotal 1 1 1
Região Sudeste
Minas Gerais - - 5
Rio de Janeiro 1 3 2
São Paulo 2 1 3
Subtotal 3 4 10
Total 5 8 19
O bioma que apresentou o maior número de trigger species foi a Mata Atlântica
com 20 espécies distribuídas pelos seguintes grupos taxonômicos: aves (Calyptura
cristata, Formicivora erythronotos, Merulaxis stresemanni), anfíbios (Hypsiboas
cymbalum, Melanophryniscus macrogranulosus, Paratelmatobius lutzii, Holoaden bradei,
Phyllomedusa ayeaye, Physalaemus soaresi, Scinax alcatraz), mamíferos (Leontopithecus
chrysopygus, Phyllomys thomasi), peixes (Hemipsilichthys garbei, Henochilus
wheatlandii, Leptobias cruzi, Leptolebias leitaoi, Leptolebias marmoratus, Simpsonichthys
constanciae) e, répteis (Bothrops alcatraz, Bothrops insularis); seguida pelo Cerrado com
oito trigger species: aves (Columbina cyanopis e Eleothreptus candicans); mamífero
(Juscelinomys candago) e, peixes (Simpsonichthys multiradiatus, Simpsonichthys auratus,
63
Simpsonichthys marginatus, Simpsonichthys zonatus) e, anfíbio (Odontophrynus moratoi);
a Caatinga com quatro trigger species: anfíbio (Adelophryne maranguapensis), peixe
(Phalloptychus eigenmanni) e, aves (Antilophia bokermanni e Anodorhynchus leari); a
Amazônia com duas trigger species: mamífero (Caluromysiops irrupta) e, peixe
(Potamobatrachus trispinosus) e; por último os Pampas também, com duas trigger
species: ave (Coryphistera alaudina) e, peixe (Lepthoplosternum tordilho) cuja
distribuição pode ser visualizada na Figura 15.
Figura 15. Número de Trigger Species por Grupo Taxionômico e sua distribuição
nos Biomas Brasileiros.
Os dados de distribuição revelaram que apenas duas trigger species de aves não
possuem ocorrência endêmica ao Brasil (Eleothreptus candicans e Coryphistera alaudina),
correspondendo a 6% das trigger species identificadas. No Brasil estas espécies possuem
distribuição restrita a uma localidade, mas possuem ocorrência em países que fazem
fronteiras com o Brasil. Todas as demais trigger species do estudo possuem ocorrência
endêmica ao país, e correspondem a 94% das trigger species identificadas.
3.1. Descrição dos Sítios Prioritários da BAZE Identificados e Mapeados
Na Tabela 4 é exibida uma síntese dos Sítios Prioritários da BAZE e as respectivas
trigger species identificadas.
1 1
7
2 2 31 1 1
21
46
12
0
6
12
18
24
30
36
Anfíbios Aves Mamíferos Peixes Répteis
Amazônia CaatingaCerrado Mata AtlânticaPampas
64
Tabela 4. Síntese dos Sítios Prioritários da BAZE e suas respectivas trigger species.
Nome do Sítio Estado Brasileiro Trigger Species Grupo
Taxonômico
Status
Brasil (*)
Status IUCN
(IUCN, 2007) Bioma
Trigger species
AZE (AZE,
2005)
ARIE da Ilha de
Queimada Grande São Paulo Bothrops insularis Réptil CR CR Mata Atlântica Não
Baía de Ilha Grande Rio de Janeiro Formicivora erythronotos Ave EN EN Mata Atlântica Sim
Bandeira Bahia Merulaxis stresemanni Ave CR CR Mata Atlântica Sim
Botucatu São Paulo Odontophrynus moratoi Anfíbio CR CR Cerrado Sim
Brejinho de Nazaré Tocantins Simpsonichthys multiradiatus Peixe EN Não Avaliada Cerrado Não
Cabo Frio Rio de Janeiro Leptolebias cruzi Peixe CR Não Avaliada Mata Atlântica Não
Simpsonichthys constanciae Peixe CR Não Avaliada Mata Atlântica Não
Canudos – Raso Catarina Bahia Antilophia bokermanni Ave CR CR Caatinga Sim
Chapada do Araripe CE / PI / PE Antilophia bokermanni Ave CR CR Caatinga Sim
Delta do rio Jacuí Rio Grande do Sul Lepthoplosternum tordilho Peixe EN CR Pampas Não
Dom Pedro Alcântara Rio Grande do Sul M. macrogranulosus Anfíbio CR VU Mata Atlântica Sim
FLONA Mário Xavier Rio de Janeiro Physalaemus soaresi Anfíbio EN EN Mata Atlântica Sim
Gov. Jorge Teixeira Rondônia Caluromysiops irrupta Mamífero CR VU Amazônia Não
Ilha dos Alcatrazes São Paulo Bothrops alcatraz Réptil CR CR Mata Atlântica Não
Scinax alcatraz Anfíbio CR CR Mata Atlântica Sim
Jd. Zoológico de Brasília Distrito Federal Juscelinomys candango Mamífero CR Quase Ameaçada Cerrado Não
PE Espinilho Rio Grande do Sul Coryphistera alaudina Ave CR Não Ameaçada Pampas Não
Nova Iguaçu Rio de Janeiro Leptolebias marmoratus Peixe CR VU Mata Atlântica Não
P.E de IlhaBela São Paulo Phyllomys thomasi Mamífero EN Não Avaliada Mata Atlântica Não
P.E do Morro do Diabo São Paulo Leontopithecus chrysopygus Mamífero CR CR Mata Atlântica Não
PARNA das Emas Goiás Eleothreptus candicans Ave EN EN Cerrado Não
PARNA do Itatiaia Rio de Janeiro Paratelmatobius lutzii Anfíbio CR DD Mata Atlântica Sim
Holoaden bradei Anfíbio CR CR Mata Atlântica Sim
Poços de Caldas Minas Gerais Phyllomedusa ayeaye Anfíbio CR CR Mata Atlântica Sim
Rio Araguaia Pará Potamobatrachus trispinosus Peixe EN Não Avaliada Amazônia Não
Rio Catu Bahia Phalloptychus eigenmanni Peixe CR Não Avaliada Caatinga Não
Rio Mucuri Bahia Leptolebias leitaoi Peixe CR Não Avaliada Mata Atlântica Não
Rio dos Patos Goiás Simpsonichthys marginatus Peixe EN Não Avaliada Cerrado Não
Rio Santo Antônio Minas Gerais Henochilus wheatlandii Peixe CR Não Avaliada Mata Atlântica Não
Rio Tabocas Minas Gerais Simpsonichthys auratus Peixe EN Não Avaliada Cerrado Não
Rio Urucuia Minas Gerais Simpsonichthys zonatus Peixe EN Não Avaliada Cerrado Não
Santo André São Paulo Hypsiboas cymbalum Anfíbio CR CR Mata Atlântica Sim
Serra das Araras Mato Grosso Columbina cyanopis Ave CR CR Cerrado Sim
Serra do Maranguape Ceará Adelophryne maranguapensis Anfíbio EN EN Caatinga Sim
Serra dos Órgãos Rio de Janeiro Hemipsilichthys garbei Peixe EN Não Avaliada Mata Atlântica Não
Calyptura cristata Ave EN CR Mata Atlântica Sim
* Machado et. al. (2005). Trigger species da BAZE em comum com a AZE. Sítio com duas trigger species.
A seguir são descritos os Sítios Prioritários da BAZE e as respectivas trigger
species identificadas. Os mapas dos Sítios Prioritários da BAZE são exibidos nos
apêndices.
65
3.1.1. Sítio Prioritário da BAZE: Área de Relevante Interesse Ecológico da Ilha de
Queimada Grande e Queimada Pequena (APÊNDICE 1)
Localização: A ilha de Queimada Grande está localizada a 33 km da costa de Itanhaém no
litoral sul do Estado de São Paulo (Martins & Marques, no prelo).
Descrição do Sítio: A ilha de 43 ha está inserida no bioma da Mata Atlântica, dos quais 33
ha são compostos por floresta, enquanto que, o restante da ilha é recoberto por gramíneas
como conseqüência de incêndios ocorridos no local (Martins & Marques, no prelo).
Município Abrangido: Itanhaém.
Unidade de Conservação: A Área de Relevante Interesse Ecológico da Ilha de Queimada
Grande e Queimada Pequena, categorizada como unidade de conservação de uso
sustentável, foi criada em 1985 e engloba a Ilhas de Queimada Grande e Queimada
Pequena (IBAMA, 2004a). O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como parcialmente
protegido.
Tamanho do Sítio: 43 hectares.
Trigger Species: Bothrops insularis (Amaral, 1922).
Nome Popular: jararaca-ilhôa.
Informações Gerais sobre a Trigger Species: a jararaca-ilhôa é endêmica da Ilha de
Queimada Grande sendo predominantemente arborícola, mas, podendo ser encontrada
também no chão da mata. Os adultos da espécie alimentam-se principalmente de pássaros
migratórios, enquanto os filhotes se alimentam de anfíbios, lagartos e centopéias (Martins
& Marques, no prelo). A espécie apresenta uma baixa taxa de natalidade, sendo registrados
aproximadamente dez filhotes por ninhada. Estimativas populacionais recentes indicam
uma população total entre 1500 e 2000 indivíduos (Martins & Marques, no prelo).
Critérios para Seleção do Sítio: a ilha de Queimada Grande foi definida como Sítio
Prioritário da BAZE por ser o único local de ocorrência da trigger species Bothrops
insularis, uma serpente da família Viperidae categorizada como Criticamente em Perigo
pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., 2005).
Status de Ameaça IUCN, 2007 (IUCN, 2007): Criticamente em Perigo.
Critério de Delimitação do Sítio: os limites do sítio foram delimitados sobre a área da
ilha Queimada Grande.
Principais Ameaças: entre as principais ameaças à espécie estão os incêndios florestais e a
captura de espécimes para o mercado ilegal (Martins & Marques, no prelo).
66
Estratégias de Conservação sugeridas: entre as estratégias de conservação pode ser
citada a proposta da Conservação Internacional do Brasil e seus parceiros pela
recategorização da ARIE em Parque Nacional Marinho, pelo fato da ilha de Queimada
Grande apresentar ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica
(CI - Brasil, 2004b). A recategorização da ilha em PARNAM viabilizaria projetos de
conservação e manejo (CI - Brasil, 2004b) possibilitando uma melhor fiscalização para
evitar capturas ilegais, o controle dos incêndios florestais, a restauração das áreas
degradadas pelos incêndios, programas de conservação ex situ e o monitoramento das
populações (Martins & Marques, no prelo).
Outras Informações: são necessários ainda, estudos que possam avaliar os impactos
ambientais que serão causados ao sítio e sua biodiversidade pela possível construção do
Porto Brasil na cidade de Peruíbe. O porto poderá ser construído em uma área de 53
milhões de metros quadrados, entre as cidades de Peruíbe e Itanhaém pela empresa EBX, e
possuirá uma ilha artificial a oito quilômetros da costa com 500 mil metros quadrados e
uma retroárea portuária de seis milhões de metros quadrados conectados ao continente por
uma rodovia. O plano de trabalho para o licenciamento ambiental do Porto Brasil está em
andamento, tendo sido iniciado em reunião na COSEMA no dia 04 de dezembro de 2007,
com sinalização positiva do Governo do Estado de São Paulo e Prefeitura de Peruíbe e irá
operar milhões de toneladas de minérios, grãos, fertilizantes e combustíveis, devendo ser a
maior instalação portuária da América Latina (COSEMA, 2007).
A construção do porto na cidade de Peruíbe poderá trazer sérios danos ambientais
aos ecossistemas marinhos e florestais, estuários e manguezais, podendo gerar degradação
ambiental, como eventuais derrames de combustĩveis pelos navios, acidentes com produtos
químicos e materiais tóxicos, além de acelerar a ocupação desordenada da região, o que
pode impactar toda a biodiversidade da região do litoral sul do Estado de São Paulo,
incluindo a Ilha de Queimada Grande.
Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo): não
há outras espécies ameaçadas.
3.1.2. Sítio Prioritário da BAZE: Baía de Ilha Grande (APÊNDICE 2).
Localização: a Baía de Ilha Grande está localizada na região costeira, entre os municípios
de Parati e Angra dos Reis, no Estado do Rio de Janeiro (MMA, 2006; IBGE, 2003).
67
Descrição do Sítio: possui formações vegetacionais constituídas por Floresta Ombrófila
Densa Submontana, Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas, Vegetação Secundária,
Formação Pioneira com Influência Fluviomarinha, Floresta Ombrófila Densa Aluvial e
está inserido do bioma da Mata Atlântica (MMA, 2006). Trata-se de uma região muito
valorizada pelo veraneio e turismo de luxo e possui uma população residente em franco
crescimento (Gonzaga, no prelo-a).
Municípios Abrangidos (IBGE, 2003): Parati e Angra dos Reis.
Unidade de Conservação: não há. O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como não
protegido. O Parque Nacional da Serra da Bocaina ocorre no entorno do sítio, não tendo
sido englobado por este, por apresentar relevo montanhoso que não constitui habitat da
trigger species.
Tamanho do Sítio: 84.790,00 hectares.
Trigger Species: Formicivora erythronotos Hartlaub, 1852.
Nome Popular: formigueiro-de-cabeça-negra.
Informações Gerais sobre a Trigger Species: Formicivora erythronotos foi redescoberta
em 1987 em Angra dos Reis, após 130 anos desaparecida. Em 1997 ocorreram novos
registros em Mambucaba e São Gonçalo, no Estado do Rio de Janeiro. Atualmente possui
sete populações isoladas geograficamente entre a Baía de Ilha Grande e a Serra do Piloto.
Porém, a região de Mambucada e baixada do Ariró concentram mais de 90% da população
total da espécie, com 156 e 89 pares por km², respectivamente (Gonzaga, no prelo-a;
BirdLife International, 2004f). A espécie habita preferencialmente formações secundárias,
arbustivas ou arbóreas em baixadas costeiras úmidas, onde predominam espécies pioneiras
(Gonzaga, no prelo-a).
Critérios para Seleção do Sítio: a Baía de Ilha Grande foi definida como Sítio Prioritário
da BAZE por conter cerca de 90% da população total (Gonzaga, no prelo-a) da trigger
species Formicivora erythronotos, uma ave da Família Thamnophilidae categorizada como
Em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., 2005).
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Em Perigo.
Critério de Delimitação do Sítio: os limites do Sítio Prioritário da BAZE foram
estabelecidos sobre os remanescentes vegetacionais na região costeira de baixada do
Estado do Rio de Janeiro, entre as cidades de Angra dos Reis e Parati, localidade de
ocorrência da espécie, excluindo-se os locais de uso e ocupação humana.
68
Principais Ameaças: a expansão urbana e a infra-estrutura turística, associada a áreas de
reflorestamento e agropecuária representam grande ameaça aos ambientes naturais da
região e à sobrevivência da espécie.
Estratégias de Conservação sugeridas: Segundo Gonzaga (no prelo-a) e BirdLife
International (2004f), é necessário estabelecer ações destinadas a conter a expansão
imobiliária e disciplinar o uso e ocupação do solo em Mambucaba e baixada do Ariró,
através de fiscalização permanente, a criação de uma Unidade de Conservação de proteção
integral que vise ao manejo adequado da espécie, implementação de programas de
educação ambiental para as comunidades envolvidas, estudo da biologia da espécie e seu
devido monitoramento. Outra estratégia sugerida é a ampliação do Parque Nacional da
Bocaina que está localizado por todo o entorno e adjacente ao Sítio Prioritário da BAZE,
sobre os remanescentes que constituem o sítio, oferecendo assim, maior proteção para a
trigger species.
Outras Informações: Baía de Ilha Grande é também definido como Sítio Prioritário da
AZE para a trigger species Formicivora erythronotos (AZE, 2005).
Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo):
Leucopternis lacernulata (VU / Ave), Sporophila falcirostris (VU / Ave), Callithrix aurita
(VU / Mamífero).
3.1.3. Sítio Prioritário da BAZE: Bandeira (APÊNDICE 3).
Localização: o município de Bandeira está localizado no nordeste de Minas Gerais
(Silveira, no prelo-d).
Descrição do Sítio: possui formações vegetacionais constituídas por Floresta Ombrófila
Densa Montana, Floresta Ombrófila Densa Submontana e está inserido dentro do bioma da
Mata Atlântica (MMA, 2006). A análise das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA,
2002a) e QuickBird (Google Earth, 2008), demonstraram que o uso do solo na região está
baseado principalmente na agropecuária.
Municípios Abrangidos (IBGE, 2003): Bandeira, Macarani e Jordânia.
Unidade de Conservação: não há. O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como não
protegido.
Tamanho do Sítio: 4.442,00 hectares.
Trigger Species: Merulaxis stresemanni Sick, 1960.
69
Nome Popular: entufado-baiano.
Informações Gerais sobre a Trigger Species: possui registro atual de um indivíduo
macho na Fazenda Jueirana em Una, Recôncavo Baiano e no município de Bandeira no
Estado de Minas Gerais, onde ocorre uma população da espécie (BirdLife International,
2006; Silveira, no prelo-d). É uma das espécies de ave menos conhecidas no Brasil, com
registros históricos de dois indivíduos coletados antes de 1891, tendo sido registrada
novamente apenas nos anos de 1995, 2003 e 2005 em seu atual local de ocorrência
(Silveira, no prelo-d). Vive no solo ou próximo dele e alimenta-se de pequenos
invertebrados (Silveira, no prelo-d).
Critérios para Seleção do Sítio: Bandeira foi definido como Sítio Prioritário da BAZE
por ser o único local de ocorrência de uma população conhecida da trigger species
Merulaxis stresemanni, uma ave da Família Rhinocryptidae categorizada como
Criticamente em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado
et. al., no prelo).
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Criticamente em Perigo.
Critério de Delimitação do Sítio: o Sítio Prioritário da BAZE foi delimitado sobre os
limites de uma unidade de manejo propostos pela Fundação Biodiversitas para conservação
desta área, e que foram compilados a partir dos remanescentes vegetacionais onde foram
realizados registros da ocorrência de Merulaxis stresemanni. Existe a proposta de compra
das propriedades particulares abrangidas pelos limites do sítio, pela Fundação
Biodiversitas, com o objetivo de preservar a espécie no local. No interior da área
delimitada encontra-se a Fazenda Sossego do Arrebol, já de propriedade da Fundação
Biodiversitas, adquirida em conformidade com os objetivos do projeto de preservação.
Principais Ameaças: a espécie encontra-se ameaçada pelo desmatamento das florestas de
baixada em sua área de ocorrência. Outro fator de ameaça preocupante é a endogamia,
causada pelo isolamento e baixo número de indivíduos (Silveira, no prelo-d).
Estratégias de Conservação sugeridas: proteção imediata das áreas onde a espécie tem
sido encontrada em Minas Gerais, estudos sobre sua biologia e requerimentos ecológicos
(Silveira, no prelo-d).
Outras Informações: Merulaxis stresemanni é também uma trigger species da AZE, cujo
sítio é denominado Fazenda Jueirana (AZE, 2005).
Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo):
Chaetomys subspinosus (VU / Mamífero).
70
3.1.4. Sítio Prioritário da BAZE: Botucatu (APÊNDICE 4).
Localização: o município de Botucatu está localizado no sudoeste do Estado de São Paulo
(IBGE, 2003).
Descrição do Sítio: a análise das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e
QuickBird (Google Earth, 2008), demonstrou que o sítio é caracterizado pela dominância
de vegetação de gramíneas, típicas de áreas de pasto e está inserido no bioma do Cerrado
(MMA, 2006). A população do município de Botucatu é de 120.800 habitantes sua área
territorial de 1482 km², dos quais 57.913 hectares são de estabelecimentos agropecuários e
4.761 hectares de florestas e matas (IBGE, 2007).
Município Abrangido (IBGE, 2003): Botucatu.
Unidade de Conservação: não há. O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como não
protegido.
Tamanho do Sítio: 3,02 hectares.
Trigger Species: Odontophrynus moratoi Jim & Caramaschi, 1980.
Nome Popular: sapinho.
Informações Gerais sobre a Trigger Species: Odontophrynus moratoi possui distribuição
de ocorrência apenas na localidade-tipo, formada por brejo entre morrotes, no distrito de
Rubião Junior, município de Botucatu (Martins & Jim, no prelo). Os girinos da espécie
possuem especialização em ambientes com águas rasas e ferruginosas e de lento
escoamento, por entre os rizomas das taboas. Os adultos têm habitat preferencial em áreas
abertas com vegetação de gramíneas predominando sobre herbáceas e arbustivas, em
altitudes que varia de 800m a 900m (Martins & Jim, no prelo; Cruz & Caramaschi, 2004).
Vocalizam no chão parcialmente coberto por folhas mortas e gravetos secos e em touceiras
de capim e também, em solo nu com terra arenosa granular, próximo a brejos de água
permanente (Martins e Jim, no prelo).
Critérios para Seleção do Sítio: Botucatu foi definido como Sítio Prioritário da BAZE
por ser o único local de ocorrência da trigger species Odontophrynus moratoi, um anfíbio
da Família Leptodactylidae categorizado como Criticamente em Perigo pela Lista da Fauna
Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., 2005).
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007): Criticamente em Perigo.
Critério de Delimitação do Sítio: após sobreposição da coordenada de ocorrência da
espécie às imagens Landsat 7 ETM + (MMA, 2002a) e QuickBird (Google Earth, 2008) e
71
dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA, 2006), pode-se observar
que no distrito de Rubião Junior, no local de ocorrência da trigger species existem apenas
pequenos fragmentos de remanescentes vegetacionais, estando o local dominado por uma
matriz de pastagens. Segundo Martins & Jim (no prelo), a espécie possui dois pontos de
ocorrência na localidade, a primeira com as coordenadas (22° 53’ 11’’, 48° 30’ 78’’) e área
de 200 x 150 m e a segunda a mil metros da primeira, para a qual, porém não há
identificação por coordenada geográfica. Sendo assim, o sítio foi estabelecido de forma a
englobar os brejinhos entre morrotes (Martins & Jim, no prelo), compreendidos em um
pequeno interflúvio formado por dois córregos, e limitado por estes, abrangendo ainda,
alguns fragmentos vegetacionais identificados na localidade.
Principais Ameaças: a espécie possui ocorrência no perímetro urbano do município de
Botucatu e seu ambiente sofre intensas interferências antrópicas que tem causado o
assoreamento do brejo (Martins e Jim, no prelo). A drenagem das áreas de brejo é fator
preocupante para a espécie, pois promove o recuo do taboal eliminando o habitat dos
girinos e permitindo a invasão de espécies vegetais exóticas (Martins e Jim, no prelo). A
espécie tem sido pouco ouvida em sua área de ocorrência o que pode significar ausência de
reprodução (Martins e Jim, no prelo). Segundo Cruz & Caramaschi (2004), sucessivas
buscas para reencontrar a espécie em seu local de ocorrência não foram bem sucedidas.
Estratégias de Conservação sugeridas: as estratégias de conservação da espécie podem
ser focadas na recuperação das áreas favoráveis à reprodução, identificação de novas
populações da espécie, proposição de projetos de manejo e monitoramento, bem como,
reprodução ex situ para posterior reintrodução. Também deve ser proposta a criação de
uma Unidade de Conservação no local que seja capaz de proteger a espécie da extinção
(Martins & Jim, no prelo).
Outras Informações: Botucatu é também definido como Sítio Prioritário da AZE para
Odontophrynus moratoi (AZE, 2005).
Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo): não
há outras espécies ameaçadas.
3.1.5. Sítio Prioritário da BAZE: Brejinho de Nazaré (APÊNDICE 5).
Localização: o município de Brejinho de Nazaré está localizado na região central do
Estado de Tocantins (IBGE, 2007).
72
Descrição do Sítio: Savana Florestada, Floresta Estacional Semidecidual Aluvial, Savana
Parque sem Floresta de Galeria e está inserido dentro do bioma do Cerrado (MMA, 2006).
A análise das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google
Earth, 2008), demonstraram que o sítio é caracterizado por pequenos fragmentos
vegetacionais entremeados com uma matriz de agricultura. Segundo dados do IBGE
(2007), o município de Brejinho de Nazaré possui com uma população de 5.295 habitantes
em uma área territorial de 1.724 km², estando sua economia baseada na agropecuária.
Municípios Abrangidos (IBGE, 2003): Brejinho de Nazaré.
Unidade de Conservação: não há. O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como não
protegido.
Tamanho do Sítio: 72.900,00 hectares.
Trigger Species: Simpsonichthys multiradiatus (Costa & Brasil, 1994).
Nome Popular: Não há.
Informações Gerais sobre a Trigger Species: Simpsonichthys multiradiatus somente é
conhecida de poças temporárias da planície de inundação do rio Tocantins, em Brejinho de
Nazaré, Estado de Tocantins (Lima, no prelo-r). A espécie possui ciclo de vida curto,
atingindo rapidamente a maturidade sexual e morrendo por ocasião da seca. Os ovos
mantêm-se em estado de diapausa e eclodem no próximo enchimento das poças (Lima, no
prelo-r).
Critérios para Seleção do Sítio: Brejinho de Nazaré foi definido como Sítio Prioritário da
BAZE por ser único local de ocorrência da trigger species Simpsonichthys multiradiatus,
um peixe-anual da Família Rivulidae categorizado como Em Perigo pela Lista da Fauna
Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., 2005).
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007): Não Avaliada.
Critério de Delimitação do Sítio: os limites do sítio foram estabelecidos sobre os
remanescentes vegetacionais da Savana Florestada, limitados pela delimitação do
município de Brejinho de Nazaré e pelo rio Tocantins.
Principais Ameaças: a principal ameaça à espécie é a construção de Hidrelétricas no rio
Tocantins que alagariam seu habitat, pois a espécie não é capaz de sobreviver em
ambientes lênticos (Lima, no prelo-r).
Estratégias de Conservação sugeridas: é necessário encontrar outras populações da
espécie e principalmente garantir a integridade do habitat onde a espécie possui registros,
impedindo atividades que modifiquem seu ambiente (Lima, no prelo-r).
73
Outras Informações: não há.
Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo):
Maratecoara formosa (VU / Peixe), Plesiolebias xavantei (EN / Peixe).
3.1.6. Sítio Prioritário da BAZE: Cabo Frio (APÊNDICE 6).
Localização: está localizado na região costeira do Estado do Rio de Janeiro, com
influência da Bacia do Rio São João, entre os municípios de Cabo Frio e Casimiro de
Abreu (MMA, 2006, ANA 2008; IBGE, 2003).
Descrição do Sítio: possui formações vegetacionais constituídas pela Floresta Estacional
Semidecidual das Terras Baixas e Formações Pioneiras com Influência Fluvial e está
inserido dentro do bioma da Mata Atlântica (MMA, 2006). De acordo com a análise das
imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google Earth, 2008) o
Sítio Prioritário da BAZE está situado entre as áreas urbanas de Cabo Frio e Casimiro de
Abreu, no local de ocorrência das trigger species, estando ladeado por uma matriz de
agropecuária, onde a vegetação natural foi totalmente suprimida. A localidade do sítio é
caracterizada por remanescente vegetacional de restinga na região alagável da bacia do rio
São João.
Município Abrangido (IBGE, 2003): Cabo Frio e Casimiro de Abreu.
Unidade de Conservação: o Sítio Prioritário da BAZE se sobrepõe a uma pequena área da
APA da Bacia do Rio São João, uma Unidade de Conservação de uso sustentável, e
remanescentes vegetacionais não protegidos, sendo assim, o sítio é categorizado como
parcialmente protegido.
Tamanho do Sítio: 388,90 hectares.
Trigger Species: Leptolebias cruzi (Costa, 1988) e Simpsonichthys constanciae (Myers,
1942).
Nome Popular: as trigger species não possuem nome popular.
Informações Gerais sobre a Trigger Species: Leptolebias cruzi é conhecida apenas de
poças temporárias de Barra de São João, município de Casimiro de Abreu no Estado do
Rio de Janeiro (Lima, no prelo-f; Menezes et. al., 2007). Possui habitat preferencial em
poças temporárias em vegetação de restinga, de águas ácidas e avermelhadas. Tem ciclo de
vida curto e atinge rapidamente a maturidade sexual, morrendo por ocasião da estação seca
74
(Lima, no prelo-f). Seus ovos mantêm-se em estado de diapausa, eclodindo na próxima
estação chuvosa (Lima, no prelo-f).
Simpsonichthys constanciae possui ocorrência na região costeira entre Cabo Frio e
Rio das Ostras, no Estado do Rio de Janeiro. A espécie possui habitat preferencial em
poças temporárias de águas avermelhadas e ácidas, em lugares abertos (Lima, no prelo-p).
Alimenta-se de algas, larvas e outros invertebrados aquáticos (Lima, no prelo-p).
Apresenta ciclo de vida curto e atinge rapidamente a maturidade sexual, morrendo por
ocasião da estação seca. Seus ovos mantêm-se em estado de diapausa, eclodindo na
próxima estação chuvosa (Lima, no prelo-p).
Critérios para Seleção do Sítio: o remanescente vegetacional da restinga foi definido
como Sítio Prioritário da BAZE por ser o único local de ocorrência das trigger species
Leptolebias cruzi e Simpsonichthys constanciae, peixes-anuais da Família Rivulidae
categorizados como Criticamente em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de
Extinção (Machado et. al., 2005).
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): as trigger species são categorizadas como Não
Avaliadas.
Critério de Delimitação do Sítio: o limite do Sítio Prioritário da BAZE foi estabelecido
sobre o último remanescente vegetacional existente na região alagável da bacia do rio São
João.
Principais Ameaças: a maior ameaça às espécies é a destruição das áreas alagáveis pela
expansão urbana (Lima, no prelo-f; Lima, no prelo-p).
Estratégias de Conservação sugeridas: assegurar a proteção ao habitat das espécies,
impedindo intervenções antrópicas (Lima, no prelo-f; Lima, no prelo-p).
Outras Informações: não há.
Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo): não
há outras espécies ameaçadas.
3.1.7. Sítio Prioritário da BAZE: Canudos-Raso da Catarina (APÊNDICE 7).
Localização: O sítio de Canudos-Raso da Catarina está localizado no sertão do Estado da
Bahia (CEMAVE / IBAMA, 2007).
Descrição do Sítio: suas formações vegetacionais são compostas por Savana Estépica
Florestada e Savana Estépica Arborizada e está inserido no bioma da Caatinga (MMA,
75
2006). A paisagem é dominada por chapadas com altitudes entre 380 e 800m, com
desfiladeiros e paredões de arenito (CEMAVE / IBAMA, 2007).
Municípios Abrangidos (IBGE, 2003): Canudos, Macururé, Jeremoabo, Rodelas, Paulo
Afonso, Santa Brígida, Santo do Quinto, Novo Triunfo, Euclides da Cunha.
Unidade de Conservação: O Sítio Prioritário da BAZE engloba a Estação Ecológica do
Raso da Catarina e Reserva Biológica de Canudos, ambas, Unidades de Conservação de
proteção integral, além de remanescentes vegetacionais não protegidos por Unidades de
Conservação, desta forma, o sítio é categorizado como parcialmente protegido.
Tamanho do Sítio: 556.206,59 hectares.
Trigger Species: Anodorhynchus leari Bonaparte, 1856.
Nome Popular: arara-azul-de-lear.
Informações Gerais sobre a Trigger Species: a principal área de distribuição da espécie
está concentrada no platô do Raso da Catarina e nos município de Euclides da Cunha,
Jeremoabo e Canudos (CEMAVE / IBAMA, 2007; Barros & Bianchi, no prelo-a). A
espécie possui ainda registros atuais para os municípios de Sento Sé, Campo Formoso e
Uauá (Barros e Bianchi, no prelo-a), porém segundo levantamento realizado por Amaral e
colaboradores (2005), sobre a situação atual da população da arara-azul-de-lear, nos
municípios de Sento Sé e Campo Formoso foi observado o forrageamento de apenas dois
indivíduos e na região de Uauá, Serra da Borracha, os paredões apresentam-se muito
expostos, não constituindo a preferência da espécie para dormitório e nidificação (Amaral
et. al., 2005). A espécie é endêmica do sertão baiano (CEMAVE / IBAMA, 2007) e
apresenta uma população estimada entre 500 e 600 indivíduos, distribuídos do nordeste do
Estado da Bahia ao sul do Raso da Catarina (Barros & Bianchi, no prelo-a). A espécie
dorme abrigada em fendas nos paredões de arenito, onde também constroem seus ninhos.
Os dois sítios de nidificação conhecidos são Toca Velha, no município de Canudos e Serra
Branca, no município de Jeremoabo (Barros & Bianchi, no prelo-a). Seu período
reprodutivo está associado à época das chuvas e se inicia em setembro, estendendo-se até
abril (Barros & Bianchi, no prelo-a). O principal item alimentar da espécie é o coco da
palmeira licuri (Syagrus coronata), podendo alimentar-se ocasionalmente de pinhão
(Jatropha pohliana), umbu (Spondias tuberosa), mucunã (Dioclea sp.) e milho verde (Zea
mays). O deslocamento sazonal da espécie é pouco conhecido, mas acredita-se estar
associado à disponibilidade alimentar (Barros & Bianchi, no prelo-a).
76
Critérios para Seleção do Sítio: a localidade que engloba a REBIO de Canudos, a E.E. do
Raso da Catarina e demais remanescentes vegetacionais identificados dentro da área de
ocorrência da espécie, foi definida como Sítio Prioritário da BAZE por conter os dois sítios
de nidificação conhecidos da trigger species Anodorhynchus leari, e abrigar a maioria
significativa de sua população, além de concentrar grande parte do principal item alimentar
da espécie, que é a palmeira do licuri (Barros & Bianchi, no prelo-a). Anodorhynchus leari
é uma ave da Família Psittacidae categorizada como Criticamente em Perigo pela Lista da
Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., 2005).
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Criticamente em Perigo.
Critério de Delimitação do Sítio: o Sítio Prioritário da BAZE foi delimitado de forma a
englobar os dois sítios de nidificação e dormitório da trigger species, localizados
respectivamente na Serra Branca, município de Jeremoabo e Toca Velha, Reserva
Biológica de Canudos, no município de Canudos, além de se estender sobre os limites do
remanescente vegetacional identificado pelas análises das imagens por satélite Landsat 7
ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google Earth, 2008) e dos Mapas de Cobertura
Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA, 2006), no qual está também localizada a Estação
Ecológica do Raso da Catarina, no intuito de proteger as fontes alimentares da espécie.
Principais Ameaças: as principais ameaças para a espécie são a captura para o comércio
ilegal, a perda de habitat e, sobretudo a redução do licuri, principal item alimentar da
espécie. Há pouca regeneração da palmeira do licuri, principalmente devido ao
sobrepastoreio, ás queimadas e a sua derrubada para plantio de roças. Muitas palmeiras de
licuri apresentam sinais de senescência, além do que, suas folhas e frutos são utilizados
para alimentação do gado, quando as araras passam a se alimentar do milho e são alvejadas
pelos fazendeiros (Barros & Bianchi, no prelo-a; BirdLife International, 2004b; CEMAVE
/ IBAMA, 2007).
Estratégias de Conservação sugeridas: em 1999, o IBAMA criou o Comitê Internacional
para Conservação e Manejo da Arara-azul-de-lear e seu plano de ação contempla as
seguintes estratégias: proteção da espécie in situ, incentivo a práticas agrícolas eficazes e
de baixo impacto ambiental, ampliação das áreas protegidas dentro da área de distribuição
da espécie, fiscalização, pesquisa biológica e manejo, busca de novas populações,
monitoramento e manejo das áreas de alimentação, educação ambiental e plano de
reprodução em cativeiro (CEMAVE / IBAMA, 2007; Barros & Bianchi, no prelo-a).
77
Outras Informações: Anodorhynchus leari é também definida como trigger species da
AZE, cujo sítio é localizado na Estação Ecológica do Raso da Catarina (AZE, 2005).
Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo):
Callicebus barbarabrownae (CR / Mamífero), Tolypeutes tricinctus (VU / Mamífero),
Herpsilochmus pectoralis (VU / Ave), Penelope jacucaca (VU / Ave), Carduelis yarrellii
(VU / Ave).
3.1.8. Sítio Prioritário da BAZE: Chapada do Araripe (APÊNDICE 8).
Localização: a Chapada do Araripe está situada entre os Estados do Ceará, Pernambuco e
Piauí, porém a distribuição da espécie concentra-se no Estado do Ceará (IBGE, 2003).
Descrição do Sítio: possui formação vegetacional constituída por Savana Estépica
Arborizada, Savana Estépica Florestada, Agropecuária, ecótono (Savana / Floresta
Estacional), ecótono (Savana / Savana Estépica) e está inserido dentro do bioma da
Caatinga (MMA, 2006). A avaliação das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA,
2002a) e QuickBird (Google Earth, 2008), demonstrou um mosaico de pequenos
fragmentos vegetacionais, cercado por áreas agrícolas e urbanas. A Chapada do Araripe
está localizada em região de extração de minério, onde o pólo gesseiro utiliza-se dos
recursos naturais da Caatinga para calcinação da gipsita provocando devastação na biota
nativa (MMA, 2002b).
Municípios Abrangidos (IBGE, 2003): Abaiara, Campos Sales, Fronteira, Potengi, Jati,
Missão Velha, Barbalha, Brejo Santo, Cedro, Penaforte, Porteiras, Salitre, Crato, Nova
Olinda, Santana do Cariri, Araripe no Estado do Ceará; Alegrete do Piauí, Caldeirão
Grande do Piauí, Padre Marcos, Francisco Macedo, Marcolândia, Simões, Caridade do
Piauí, Curral Novo do Piauí no Estado do Piauí e Moreilândia, Trindade, Bodocó, Ipubi,
Exu, Araripina no Estado de Pernambuco.
Unidade de Conservação: APA da Chapada do Araripe e FLONA do Araripe-Apodi,
ambas, Unidades de Conservação de uso sustentável e, sendo assim, o Sítio Prioritário da
BAZE é categorizado como parcialmente protegido.
Tamanho do Sítio: 976.700,00 hectares.
Trigger Species: Antilophia bokermanni Coelho & Silva, 1998.
Nome Popular: soldadinho-do-araripe, lavadeira-da-mata, galo-da-mata, cabeça-
vermelha-da-mata e uirapuru-matreiro.
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Informações Gerais sobre a Trigger Species: Antilophia bokermanni possui distribuição
em uma faixa de mata localizada na encosta norte-oriental da Chapada do Araripe, entre os
municípios cearenses de Barbalha, Crato e Missão Velha (Girão & Albano, no prelo). Sua
ocorrência está totalmente inserida na APA da Chapada do Araripe e na Floresta Nacional
do Araripe-Apodi (Girão & Albano, no prelo; BirdLife International, 2004a), ocupando
grande parte das nascentes dos mais de 300 córregos da região (Girão & Albano, no prelo).
Possui habitat preferencial em matas ciliares dos buritizais, situadas em altitudes entre 300
e 600m. A espécie é frugívora, os ninhos são construídos exclusivamente pelas fêmeas
sobre os córregos, a alturas não superiores a um metro (Girão & Albano, no prelo). Possui
relativa tolerância à alteração de seu ambiente, porém alta sensibilidade à alteração dos
mananciais. O tamanho da população é estimado em cerca de 800 indivíduos, e Antilophia
bokermanni é considerada uma das maiores descobertas da ornitologia, pois foi descoberta
apenas em 1996, em região relativamente bem conhecida pelos ornitologistas (Girão &
Albano, no prelo).
Critérios para Seleção do Sítio: A APA da Chapada do Araripe foi estabelecido como
Sítio Prioritário da BAZE por ser o único local de ocorrência da trigger species Antilophia
bokermanni, uma ave da Família Pipridae categorizada como Criticamente em Perigo pela
Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., 2005).
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Criticamente em Perigo.
Critério de Delimitação do Sítio: devido ao alto grau de fragmentação dos remanescentes
vegetacionais identificados pelas análises das imagens por satélite e dos mapas dos
remanescentes, os limites do Sítio Prioritário da BAZE foram estabelecidos sobre a
delimitação da APA da Chapada do Araripe. A FLONA Araripe-Apodi está estabelecida
no interior da APA e é englobada por esta. Sendo assim, a FLONA também está
incorporada ao sítio da BAZE. Apesar da espécie não possuir distribuição confirmada em
toda a APA, a conservação desta área pode servir como uma zona tampão, protegendo o
habitat da espécie. O Ministério do Meio Ambiente através da avaliação das áreas
prioritárias dos biomas brasileiros sugere a ampliação da Chapada do Araripe e a
implementação e manejo do entorno da FLONA Araripe-Apodi (MMA, 2002b).
Principais Ameaças: a baixa diversidade genética oriunda de sua pequena extensão de
distribuição e o mau uso da água na região constitui as maiores ameaças à espécie (Girão
& Albano, no prelo). Outro fator de ameaça é a perda e a descaracterização do habitat pelo
79
desmatamento da vegetação original, a especulação imobiliária e as queimadas que são
muitos comuns na época da estação seca (Girão & Albano, no prelo).
Estratégias de Conservação sugeridas: estudos da biologia e da ecologia da espécie,
recomposição das matas, principalmente as ciliares, proteção permanente de encostas,
nascentes e matas ciliares e a criação de uma unidade de conservação de proteção integral
na região (Girão & Albano, no prelo; BirdLife International, 2004a).
Outras Informações: A Chapada do Araripe é também um Sítio Prioritário da AZE para
Antilophia bokermanni.
Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo):
Penelope jacucaca (VU / Ave).
3.1.9. Sítio Prioritário da BAZE: Delta do Jacuí (APÊNDICE 9).
Localização: o sítio está localizado próximo à área metropolitana de Porto Alegre, no leste
do Estado do Rio Grande do Sul (IBGE, 2003).
Descrição do Sítio: a vegetação ciliar dos corpos d’água que constituem o sítio é
constituída pelas Formações Pioneiras, Formações com Influência Fluvial e / ou Lacustre,
Floresta Estacional Decidual Aluvial e está inserido no bioma dos Pampas (MMA, 2006).
No entorno dos corpos d’água há grande influência urbana, como a região metropolitana de
Porto Alegre e a exploração da atividade agropecuária na área de ocorrência da espécie
(MMA, 2002a).
Municípios Abrangidos (IBGE, 2003): Triunfo, Charqueadas, Canoas, Nova Santa Rita,
Eldorado do Sul, Porto Alegre, Guaíba, Lagoa dos Patos.
Unidade de Conservação: o Sítio Prioritário da BAZE engloba o Parque Estadual do
Delta do Jacuí, uma Unidade de Conservação de proteção integral, além de remanescentes
vegetacionais da planície de alagamento do rio Jacuí, onde estão inseridos canais e
afluentes que constituem o habitat da espécie, que não são protegidos por Unidade de
Conservação. Sendo assim, o sítio é categorizado como parcialmente protegido.
Tamanho do Sítio: 46.770,00 hectares.
Trigger Species: Lepthoplosternum tordilho Reis, 1997.
Nome Popular: tamboatá.
Informações Gerais sobre a Trigger Species: a trigger species é endêmica do Rio Grande
do Sul, ocorrendo em riachos e canais afluentes do baixo rio Jacuí e lago Guaíba, em uma
80
pequena área entre os municípios de Eldorado do Sul e Barra do Ribeiro (Reis, 1997). A
espécie possui pequeno porte, atingindo 4,6 cm de comprimento e tem habitat preferencial
em pequenos cursos d’água ou áreas alagáveis com densa vegetação de macrófitas
aquáticas (Reis, no prelo).
Critérios para Seleção do Sítio: o Parque Estadual do Delta do rio Jacuí, bem como, os
canais e afluentes inseridos nos remanescentes vegetacionais em seu entorno, foram
delimitados como Sítio Prioritário da BAZE por constituírem o único local de ocorrência
da trigger species Lepthoplosternum tordilho, um peixe de água doce da Família
Callichthyidae categorizado como Em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de
Extinção (Machado et. al., 2005).
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Criticamente em Perigo.
Critério de Delimitação do Sítio: os limites do Sítio Prioritário da BAZE foram
estabelecidos sobre o Parque Estadual do Delta do Jacuí e remanescentes das formações
pioneiras em seu entorno, entre os municípios de Barra do Ribeiro e Eldorado do Sul, onde
estão inseridos os canais e afluentes que compõem o habitat da trigger species.
Principais Ameaças: destruição e descaracterização do habitat da espécie provocada pelo
plantio de arroz nas áreas alagáveis que constitui o habitat da espécie, canalização dos
riachos e poluição por pesticidas e esgoto doméstico (Reis, no prelo).
Estratégias de Conservação sugeridas: proteção e recuperação do habitat remanescente
da espécie, principalmente em Eldorado do Sul e implantação de programas de educação
ambiental (Reis, no prelo).
Outras Informações: não há.
Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo):
Austrolebias adloffi (CR / Peixe).
3.1.10. Sítio Prioritário da BAZE: Dom Pedro de Alcântara (APÊNDICE 10).
Localização: o município de Dom Pedro de Alcântara está localizado na região nordeste
do Estado do Rio Grande do Sul (IBGE, 2003).
Descrição do Sítio: as formações vegetacionais predominantes da região são constituídas
pela Floresta Ombrófila Densa Submontana e o sítio está inserido no bioma da Mata
Atlântica (MMA, 2006). O entorno do município de Dom Pedro de Alcântara sofre com a
acelerada perda de sua cobertura vegetal devido à criação de animais domésticos, práticas
81
agrícolas e de reflorestamento, construção e ampliação de estradas, urbanização e
especulação imobiliária (Christiano e Garcia, no prelo).
Município Abrangido (IBGE, 2003): Dom Pedro de Alcântara.
Unidade de Conservação: não há. O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como não
protegido.
Tamanho do Sítio: 114,90 hectares.
Trigger Species: Melanophryniscus macrogranulosus Braun, 1973.
Nome Popular: sapinho-narigudo-de-barriga-vermelha.
Informações Gerais sobre a Trigger Species: há uma população de Melanophryniscus
macrogranulosus registrada no Morro da Gruta no município de Dom Pedro de Alcântara.
Recentemente um exemplar juvenil foi encontrado em Barra do Ouro no município de
Maquiné, no mesmo Estado (Christiano & Garcia, no prelo). Há muito poucas informações
sobre a biologia e história natural da espécie. A espécie perdeu grande parte de seu habitat
nos últimos trinta anos, estando atualmente restrita a um pequeno remanescente (Silvano &
Garcia, 2004).
Critérios para Seleção do Sítio: o Morro da Gruta em Dom Pedro de Alcântara foi
estabelecido como Sítio Prioritário da BAZE por ser o único local de ocorrência da trigger
species Melanophryniscus macrogranulosus (Braun, 1973), um anfíbio da Família
Bufonidae categorizado como Criticamente em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira
Ameaçada de Extinção (Machado et. al., 2005).
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Vulnerável.
Critério de Delimitação do Sítio: após sobreposição da coordenada de ocorrência da
espécie às imagens Landsat 7 ETM + (MMA, 2002a), QuickBird (Google Earth, 2008) aos
e Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA, 2006), pode-se verificar que
a trigger species ocorre em um remanescente de vegetação em uma localidade que pode
ser caracterizada como um morro. Ao analisar as imagens por satélite foi possível ainda
observar que no local de ocorrência da espécie há grande ação antrópica, o que resulta em
uma fragmentação acentuada do remanescente. Desta forma, o sítio foi estabelecido sobre
os limites do remanescente na região topográfica configura pelo Morro da Gruta onde a
espécie ocorre.
Principais Ameaças: a falta de conhecimento sobre outras populações e sua distribuição
endêmica em área de intensa pressão antrópica, com predominância da agricultura e
urbanização, são as principais ameaças enfrentadas pela espécie. As ameaças pontuais à
82
espécie são a perda, a descaracterização e a fragmentação do habitat (Christiano & Garcia,
no prelo).
Estratégias de Conservação sugeridas: as estratégias de conservação para a espécie
devem ser focadas na pesquisa científica, no intuito de se estabelecer a real distribuição da
espécie (Christiano & Garcia, no prelo), a proteção e a recuperação do habitat da espécie e
o estabelecimento de uma Unidade de Conservação de proteção integral em seu local de
ocorrência.
Outras Informações: Melanophryniscus macrogranulosus é uma trigger species da AZE,
cujo sítio é denominado Torres.
Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo): não
há outras espécies ameaçadas.
3.1.11. Sítio Prioritário da BAZE: Floresta Nacional Mário Xavier (APÊNDICE 11).
Localização: a Floresta Nacional Mário Xavier está localizada no município de
Seropédica no Estado do Rio de Janeiro (Izecksohn & Silva, no prelo).
Descrição do Sítio: está inserido no bioma da Mata Atlântica e suas formações
vegetacionais são originalmente constituídas de Floresta Ombrófila Densa das terras baixas
(MMA, 2006), atualmente, predominando a influência urbana, a agricultura e a pecuária,
como verificado nas imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird
(Google Earth, 2008).
Município Abrangido (IBGE, 2003): Seropédica.
Unidade de Conservação: A Floresta Nacional de Mário Xavier é uma unidade de
conservação de uso sustentável e ocupa uma área de 500 hectares em área de baixada,
próxima ao nível do mar, com áreas planas e algumas pequenas elevações (Izecksohn &
Silva, no prelo). O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como parcialmente protegido.
Tamanho do Sítio: 500 hectares.
Trigger Species: Physalaemus soaresi Izecksohn, 1965.
Nome Popular: não há.
Informações Gerais sobre a Trigger Species: a espécie possui endemismo extremo na
área da FLONA de Mário Xavier, com registro histórico de Barro Branco, município de
Duque de Caxias no Estado do Rio de Janeiro, região que foi completamente urbanizada
(Izecksohn & Silva, no prelo). A espécie possui hábitat preferencial em capões de mata,
83
reproduz-se nestes capões e desova em ninhos de espuma na superfície da água. Seus
girinos são aquáticos (Izecksohn & Silva, no prelo). Physalaemus soaresi habitava
originalmente floretas primárias, sendo encontrada próxima a tanques dentro da floresta
(Nascimento & Carvalho-e-Silva, 2004).
Critérios para Seleção do Sítio: a FLONA foi definida como Sítio Prioritário da BAZE
por ser o único local de ocorrência da trigger species Physalaemus soaresi, um anfíbio da
família Leptodactylidae categorizado como Em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira
Ameaçada de Extinção (Machado et. al., 2005).
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Em Perigo.
Critério de Delimitação do Sítio: os Mapas da Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros
(MMA, 2006), demonstraram a existência de grande área de remanescentes florestais que
se estendiam além da FLONA de Mário Xavier, porém ao analisar as imagens do Landsat
7 ETM + (MMA, 2002a) e QuickBird (Google Earth, 2008) dentro dos limites da Unidade
de Conservação e dos remanescentes indicados, verificou-se que toda extensão da FLONA
está totalmente convertida em áreas de agricultura e pecuária, possuindo também
influência urbana. Conclui-se assim, que o habitat original da trigger species que possui
ocorrência neste sítio está totalmente descaracterizado. Desta forma, como previsto pela
metodologia, o Sítio Prioritário da BAZE da Floresta Nacional de Mário Xavier, foi
estabelecido sobre os limites da Unidade de Conservação.
Principais Ameaças: a maior ameaça à espécie é a destruição e a descaracterização de seu
habitat causado pela interferência humana, como o desmatamento e a conversão do solo
em pastagens e agricultura e a drenagem de poças gerando perda das condições ambientais
(Izecksohn & Silva, no prelo; Nascimento & Carvalho-e-Silva, 2004).
Estratégias de Conservação sugeridas: para se preservar a espécie é necessária a
proteção de seu ambiente, através da implantação de um plano de manejo eficiente na
FLONA (Nascimento & Carvalho-e-Silva, 2004) ou a conversão desta área em Unidade de
Conservação de proteção integral. Além do que, faz-se necessária a recuperação destes
ambientes, o investimento em pesquisa para obtenção de maiores informações sobre a
biologia da espécie e a busca por outros locais de ocorrência (Izecksohn & Silva, no prelo).
Outras Informações: a FLONA Mário Xavier é um Sítio Prioritário da AZE, porém sob o
nome de Horto Florestal de Santa Cruz, antigo nome da FLONA (AZE, 2005).
Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo): não
há outras espécies ameaçadas.
84
3.1.12. Sítio Prioritário da BAZE: Governador Jorge Teixeira (APÊNDICE 12).
Localização: o sítio do município de Governador Jorge Teixeira está localizado na região
central do Estado de Rondônia (IBGE, 2003).
Descrição do Sítio: possui formações vegetacionais constituídas por Floresta Ombrófila
Aberta Submontana com Palmeiras e Floresta Ombrófila Densa Submontana e está
inserido dentro do bioma da Amazônia (MMA, 2006). Segundo dados do IBGE (2007), o
município de Governador Jorge Teixeira possui uma população de 11.432 habitantes e sua
área territorial é de 5.067 km², estando a economia da região baseada na agropecuária.
Município Abrangido (IBGE, 2003): Governador Jorge Teixeira.
Unidade de Conservação: não há. Sítio Prioritário da BAZE categorizado como não
protegido.
Tamanho do Sítio: 7.308,00 hectares.
Trigger Species: Caluromysiops irrupta Sanborn, 1951.
Nome Popular: cuíca-de-colete.
Informações Gerais sobre a Trigger Species: Caluromysiops irrupta possui distribuição
geográfica em Cuzco e Madre de Dios no Peru, e no estado brasileiro de Rondônia
(Cerqueira & Vivo, no prelo; New World Marsupial Specialist Group, 1996). A espécie
possui hábitos noturnos e tem habitat preferencial em florestas úmidas, vivendo no dossel e
dificilmente descendo ao chão (New World Marsupial Specialist Group, 1996).
Critérios para Seleção do Sítio: o município de Governador Jorge Teixeira foi
estabelecido como Sítio Prioritário da BAZE por ser o único local de ocorrência da trigger
species Caluromysiops irrupta, um mamífero da Família Didelphidae categorizado como
Criticamente em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado
et. al., 2005).
Critério de Delimitação do Sítio: no local de ocorrência da trigger species, indicado pelas
coordenadas geográficas, há um contínuo de mata de grandes extensões, sendo assim, o
sítio foi estabelecido de forma a ser limitado pelo interflúvio do rio Jarú com dois
tributários, dentro dos limites do município de Governador Jorge Teixeira.
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Vulnerável.
Principais Ameaças: de acordo com a análise das imagens por satélite Landsat 7 ETM +
(MMA, 2002a) e QuickBird (Google Earth, 2008), pode-se observar que ao norte e leste do
Sítio Prioritário da BAZE há extensas áreas desmatadas, informação confirmada por
85
Cerqueira & Vivo (no prelo) ao afirmar que Rondônia é um dos Estados que mais sofrem
com o desmatamento, que continua acelerado em toda a Amazônia. Desta forma, pode-se
concluir que uma das principais ameaças que espécie sofre é a perda e a descaracterização
de seu habitat.
Estratégias de Conservação sugeridas: a espécie é muito pouco conhecida e para que
possa ser protegida, são necessários maiores estudos sobre sua biologia e história natural.
Por se tratar de uma espécie de dossel, outro fator relevante em sua conservação é a
proteção das florestas onde vive, através da criação de Unidades de Conservação de
proteção integral, uma vez que o desmatamento vem crescendo em sua área de ocorrência
(Cerqueira & Vivo, no prelo).
Outras Informações: não há.
Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo): não
há outras espécies ameaçadas.
3.1.13. Sítio Prioritário da BAZE: Ilha de Alcatrazes (APÊNDICE 13).
Localização: A Ilha de Alcatrazes localizada a 35 km da costa de Ubatuba e São
Sebastião, litoral norte do Estado de São Paulo (Brasileiro, no prelo).
Descrição do Sítio: A Ilha de Alcatrazes possui uma área de 135 ha, é a principal ilha do
arquipélago de Alcatrazes e está inserida dentro do bioma da Mata Atlântica (MMA, 2006;
Brasileiro, no prelo).
Unidade de Conservação: não há uma unidade de conservação no local, embora a Ilha de
Alcatrazes esteja localizada no entorno da EE de Tupinambás. Encontra-se sob concessão
da Marinha do Brasil, que detém direitos de treinamento e artilharia no local (Brasileiro, no
prelo). O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como não protegido.
Tamanho do Sítio: 571,30 hectares.
Trigger Species: Bothrops alcatraz Marques, Martins & Sazima 2002; Scinax alcatraz
(Lutz, 1973).
Nome Popular: jararaca-de-alcatraz e perereca-de-alcatrazes, respectivamente.
Informações Gerais sobre a Trigger Species: A jararaca-de-alcatraz é ativa durante a
noite, habitando o chão da mata ou a vegetação baixa, e durante o dia repousa sobre
troncos caídos, folhas de palmeiras e em bromélias no chão, e alimenta-se de centopéias e
86
pequenos lagartos. Um dos locais preferidos da espécie é sob os poleiros de aves marinhas,
onde se acumula o guano, devido à presença de suas presas (Sazima et. al., no prelo) .
A perereca-de-alcatrazes possui distribuição por toda a ilha, coincidente com a
distribuição das bromélias, habitat onde ocorre todo o ciclo de vida da espécie (Brasileiro,
no prelo), sendo encontrada em florestas primárias e secundárias (Rodrigues & Cruz,
2004).
Critérios para Seleção do Sítio: A Ilha de Alcatrazes foi definida como Sítio Prioritário
da BAZE por ser o único local de ocorrência de duas espécies endêmicas, as trigger
species Bothrops alcatraz Scinax alcatraz.
Bothrops alcatraz é uma serpente da Família Viperidae categorizada como
Criticamente em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado
et. al., 2005).
Scinax alcatraz é um anuro da Família Hylidae categorizado como Criticamente em
Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., 2005).
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Bothrops alcatraz: Criticamente em Perigo e
Scinax alcatraz: Criticamente em Perigo.
Critério de Delimitação do Sítio: A delimitação do sítio acompanhou os limites da Ilha
de Alcatrazes.
Principais Ameaças: a maior ameaça para Bothrops alcatraz é a destruição do habitat
provocada pelos exercícios de artilharia realizados pela Marinha brasileira, onde, além do
impacto direto dos projéteis, os exercícios provocaram de incêndios de grandes proporções
(Sazima et. al., no prelo).
Scinax alcatraz encontra-se igualmente ameaçada devido aos exercícios militares
realizados na ilha, que caracterizam um risco iminente de incêndios, causando a destruição
ou alteração das bromélias, habitat específico de Scinax alcatraz. Em novembro de 2004
estes exercícios provocaram um incêndio que destruiu 25% da vegetação da ilha
(Brasileiro, no prelo).
Estratégias de Conservação sugeridas: a estratégia de conservação mais urgente para o
sítio da Ilha de Alcatrazes é a categorização da ilha em unidade de conservação integral,
seja por sua incorporação no EE de Tupinambás (Brasileiro, no prelo) ou pela criação do
Parque Nacional Marinho dos Alcatrazes, sendo possível assim, a preservação efetiva
destes ambientes vulneráveis e de grande importância para o refúgio da biodiversidade (CI
– Brasil, 2004b).
87
Outras Informações: a Ilha de Alcatrazes é também definida como Sítio Prioritário da
AZE baseado na trigger species Scinax alcatraz (AZE, 2005).
Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo): não
há outras espécies ameaçadas.
3.1.14. Sítio Prioritário da BAZE: Jardim Zoológico de Brasília (APÊNDICE 14).
Localização: o sítio está localizado na área que compreende o Jardim Zoológico de
Brasília, no Distrito Federal (Marinho-Filho &.Bezerra, no prelo).
Descrição do Sítio: a análise das imagens por satélite Landsat 7 ETM + (MMA, 2002a) e
QuickBird (Google Earth, 2008), demonstrou remanescentes vegetacionais dentro da área
do Jardim Zoológico que está inserido dentro da área urbana de Brasília, localizado no
bioma do Cerrado (MMA, 2006; MMA, 2002).
Município Abrangido (IBGE, 2003): Brasília.
Unidade de Conservação: o Sítio Prioritário da BAZE está inserido no APA do Planalto
Central, sendo, portanto categorizado como parcialmente protegido.
Tamanho do Sítio: 508,90 hectares.
Trigger Species: Juscelinomys candango Moojen, 1965.
Nome Popular: rato-candango.
Informações Gerais sobre a Trigger Species: a trigger species é conhecida apenas da
localidade-tipo, a Fundação Zoobotânica de Brasília, na área onde atualmente se situa o
Jardim Zoológico de Brasília (Marinho-Filho & Bezerra, no prelo). A série-tipo de oito
exemplares foi encontrada em uma área de campo cerrado, com árvores esparsas e
gramíneas, a 1030m de altitude (Marinho-Filho & Bezerra, no prelo). O roedor possui
hábitos semifossoriais e seus ninhos são construídos em subterrâneos (Marinho-Filho &
Bezerra, no prelo).
Critérios para Seleção do Sítio: o Jardim Zoológico de Brasília foi definido como Sítio
Prioritário da BAZE por ser o único local de ocorrência da trigger species Juscelinomys
candango, um mamífero da Família Muridae categorizado como Criticamente em Perigo
pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al, 2005).
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Quase Ameaçada.
Critério de Delimitação do Sítio: os limites do Sítio Prioritário da BAZE foram
estabelecidos sobre a delimitação do Jardim Zoológico de Brasília.
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Principais Ameaças: pelo fato da espécie ser rara e especialista de habitat, a destruição e a
alteração de seu ambiente pode constituir a séria ameaça (Marinho-Filho & Bezerra, no
prelo).
Estratégias de Conservação sugeridas: há uma grande carência de informações sobre a
espécie, desta forma, a estratégia de conservação deve ser focada em pesquisas científicas
que objetivem identificar sua distribuição geográfica, ecologia e biologia (Marinho-Filho
& Bezerra, no prelo).
Outras Informações: não há.
Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo): não
há outras espécies ameaçadas.
3.1.15. Sítio Prioritário da BAZE: Nova Iguaçu (APÊNDICE 15).
Localização: o município de Nova Iguaçu está localizado na região conhecida como
Baixada Fluminense, Estado do Rio de Janeiro (IBGE, 2003).
Descrição do Sítio: possui formações vegetacionais constituídas pela Floresta Ombrófila
Densa das Terras Baixas está inserido dentro do bioma da Mata Atlântica (MMA, 2006). A
análise das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google
Earth, 2008), demonstrou que o sítio é caracterizado por remanescente florestal em área de
baixada, cercado por áreas urbanas e imerso em uma matriz de agropecuária.
Município Abrangido (IBGE, 2003): Nova Iguaçu.
Unidade de Conservação: não há. O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como não
protegido.
Tamanho do Sítio: 483,10 hectares.
Trigger Species: Leptolebias marmoratus (Ladiges, 1934).
Nome Popular: não há.
Informações Gerais sobre a Trigger Species: a trigger specie foi redescoberta no ano de
2000 em poças temporárias no interior da floresta em Vila de Cava no município de Nova
Iguaçu (Costa, 2002). A espécie possui registros históricos das décadas de 1930 e 1940 na
base da serra de Petrópolis, onde foi presumivelmente considerada extinta após a
derrubada da floresta. O habitat preferencial da espécie ocorre em poças temporárias no
interior da floresta, rasas, de água claras e próximas a riachos (Lima, no prelo-i). Tem ciclo
de vida curto e atinge rapidamente a maturidade sexual, morrendo por ocasião da estação
89
seca. Seus ovos mantêm-se em estado de diapausa, eclodindo na próxima estação chuvosa
(Lima, no prelo-i).
Critérios para Seleção do Sítio: Nova Iguaçu foi definida como Sítio Prioritário da
BAZE por ser o único local de ocorrência da trigger species Leptolebias marmoratus, um
peixe-anual da Família Rivulidae categorizada como Criticamente em Perigo pela Lista da
Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., 2005).
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Vulnerável.
Critério de Delimitação do Sítio: a análise do mapa de remanescentes e as imagens por
satélite Landsat 7 ETM + (MMA, 2002a) e QuickBird (Google Earth, 2008),
demonstraram a existência de um remanescente florestal em Vila Cava, na localidade
indicada pelas coordenadas geográficas, sobre os quais foram estabelecidos os limites do
Sítio Prioritário da BAZE.
Principais Ameaças: a maior ameaça para a espécie é a perda de seu habitat pela expansão
urbana e a derrubada das florestas (Lima, no prelo-i).
Estratégias de Conservação sugeridas: é necessário assegurar a proteção do habitat
remanescente da espécie, impedindo a derrubada da floresta no local e a drenagem das
áreas alagáveis (Lima, no prelo-i).
Outras Informações: não há.
Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo): não
há outras espécies ameaçadas.
3.1.16. Sítio Prioritário da BAZE: Parque Estadual de Ilhabela (APÊNDICE 16).
Localização: a Ilha de São Sebastião está localizada no litoral norte do Estado de São
Paulo (Costa & Leite, no prelo-b).
Descrição do Sítio: possui área de 336 km² e está inserida dentro do bioma da Mata
Atlântica e é recoberta pelas formações vegetais da Floresta Ombrófila Densa Submontana
e Floresta Ombrófila Densa Montana (MMA, 2006). O relevo da ilha é montanhoso com
altitudes que atingem 1.379 m (IF, 2007). De acordo com o censo de 2007 (IBGE, 2007), a
ilha possui uma população fixa de 23.886 pessoas, concentrada em uma estreita faixa entre
o canal de São Sebastião e o Parque Estadual (Costa & Leite, no prelo-b). A Ilha de São
Sebastião é ainda um dos principais pontos turísticos do litoral do Estado de São Paulo,
com uma população flutuante de cerca de 10.000 pessoas/ano (NRIDALN, 2006). O
90
entorno do Parque Estadual de Ilhabela sofre com a ocupação humana acelerada e
desordenada, causando diversos impactos ao meio ambiente como urbanização, queimadas
e a poluição oriunda de um saneamento básico precário (Costa & Leite, no prelo-b).
Município Abrangido (IBGE, 2003): Ilhabela.
Unidade de Conservação: o Parque Estadual de Ilhabela, uma Unidade de Conservação
de proteção integral foi criado em 1977, com área de 27.025 ha e engloba cerca de 85% da
ilha de São Sebastião (Rocha & Costa, 1998). O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado
como protegido.
Tamanho do Sítio: 28.350,00 hectares.
Trigger Species: Phyllomys thomasi (Ihering, 1897).
Nome Popular: cururuá.
Informações Gerais sobre a Trigger Species: o cururuá é um roedor arborícola, noturno e
provavelmente folívoro, que habita preferencialmente a parte florestada da ilha,
produzindo seu ninho de folhas secas, em forma de iglu, sobre as árvores a alturas de
aproximadamente 13m (Olmos, 1997). Porém, existem poucos estudos sobre a história
natural da espécie (Costa e Leite, no prelo-b).
Critérios para Seleção do Sítio: o Parque Estadual de Ilhabela foi definido como Sítio
Prioritário da BAZE por ser o único local de ocorrência de Phyllomys thomasi, espécie de
mamífero da Família Echimyidae categorizado como Em Perigo pela Lista da Fauna
Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al. 2005).
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007): Não Ameaçada.
Critério de Delimitação do Sítio: os limites do Sítio Prioritário da BAZE foram
estabelecidos sobre a delimitação do Parque Estadual de Ilhabela.
Principais Ameaças: pelo fato da espécie ser insular e endêmica a torna muito vulnerável
a qualquer impacto ambiental que afete a ilha. A pressão antrópica pode causar grandes
impactos ao habitat do cururuá e o conseqüente declínio de sua população. A espécie vem
sendo observada com menor freqüência nos últimos anos pelos moradores. A introdução
de espécies exóticas como cães e gatos que se tornaram ferais no entorno do parque,
também constitui uma ameaça ao cururuá por acentuar sua predação (Costa & Leite, no
prelo-b). O cururuá por seu tamanho, sempre foi caçado para consumo humano,
aumentando seu declínio populacional. Outro importante fator de ameaça são as queimadas
que, sem serem controladas podem destruir grandes porções favoráveis de habitat (Costa &
Leite, no prelo-b).
91
Estratégias de Conservação sugeridas: conforme sugerido por Costa & Leite (no prelo-
b), são necessárias algumas ações de conservação para o sítio do Parque Estadual de
Ilhabela, a fim de garantir a viabilidade da população de Phyllomys thomasi em longo
prazo, como a proteção do Parque contra incêndios, desmatamentos, caça e invasão de
terras. São necessários ainda planos de educação ambiental destinados aos habitantes locais
e aos turistas que visitam a ilha; estudos da história natural da espécie com objetivo de
viabilizar futuros planos de conservação e manejo da espécie, bem como, rigoroso controle
na introdução de animais domésticos predadores e competidores.
Outras Informações: não há.
Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo):
Leucopternis lacernulata (VU / Ave); Pipile jacutinga (EN / Ave).
3.1.17. Sítio Prioritário da BAZE: Parque Estadual do Espinilho (APÊNDICE 17).
Localização: o Parque Estadual do Espinilho está localizado no município de Barra do
Guaraí no extremo oeste do Estado do Rio Grande do Sul (Dias, no prelo-a).
Descrição do Sítio: está inserido no bioma dos Pampas e suas formações vegetacionais
são originalmente constituídas pela Savana Estépica (MMA, 2006). Grande parte da
vegetação do interior do Parque Estadual e seu entorno foi suprimida para o
estabelecimento de pastagens, lavouras de arroz e lenha. A regeneração da vegetação é
limitada pelo pastejo do gado e por queimadas. Os maiores remanescentes estão
localizados dentro do parque, com extensões máximas de 1200 ha (Dias, no prelo-a). O
Parque Estadual do Espinilho possui problemas em sua implantação (Dias, no prelo-a).
Município Abrangido (IBGE, 2003): Barra do Quarai.
Unidade de Conservação: Parque Estadual do Espinilho, uma Unidade de Conservação de
proteção integral. O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como protegido.
Tamanho do Sítio: 1.630,00 hectares.
Trigger Species: Coryphistera alaudina Burmeister, 1860.
Nome Popular: corredor-crestudo.
Informações Gerais sobre a Trigger Species: Coryphistera alaudina possui distribuição
geográfica do sudeste da Bolívia e oeste do Paraguai ao centro-leste da Argentina,
incluindo o Uruguai e o sul do Brasil. Possui registros históricos no município de
Uruguaiana. Atualmente, no Brasil é registrado apenas no Parque Estadual do Espinilho,
92
município de Barra do Guaraí no Estado do Rio Grande do Sul (Dias, no prelo-a), estando
restrita à vegetação do Parque Estadual do Espinilho, uma savana de algarrobos,
inhanduvás, espinilhos e outras vegetações arbustivas e espinhosas do extremo oeste do
Rio Grande do Sul, vivendo em altitudes que variam entre o nível do mar e 500m (Dias, no
prelo-a). Alimenta-se de invertebrados que vivem no chão em áreas de vegetação aberta e
nidifica em forquilhas de arvoretas entre dois a cinco metros de altura. Constrói ninhos
globulosos com vegetação espinhosa, que são adornados com esqueletos de répteis e
anfíbios e pequenos cacos de vidro coloridos (Dias, no prelo-a).
Critérios para Seleção do Sítio: o Parque Estadual do Espinilho foi definido como Sítio
Prioritário da BAZE por ser o único local de ocorrência em território brasileiro da trigger
species Coryphistera alaudina, uma ave da Família Furnariidae categorizada como
Criticamente em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado
et. al., 2005).
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Ameaçada.
Critério de Delimitação do Sítio: os limites do Sítio Prioritário da BAZE foram
estabelecidos sobre a delimitação do Parque Estadual do Espinilho.
Principais Ameaças: a espécie está ameaçada principalmente pela destruição e
descaracterização de seu habitat, pela prática de agropecuarista em “limpar” o campo. O
reduzido tamanho dos fragmentos e seu isolamento pode comprometer a sobrevivência da
espécie em longo prazo (Dias, no prelo-a).
Estratégias de Conservação sugeridas: as estratégias de conservação necessárias são
consolidação da implementação do Parque Estadual e a aplicação de seu plano de manejo,
a proteção dos remanescentes do parque através de fiscalização, a recuperação da
vegetação possibilitando o aumento do habitat da espécie, bem como, o estímulo em
pesquisa sobre a história natural da espécie, que possibilitará avaliar sua abundância, o
grau de isolamento e a dinâmica das populações brasileiras (Dias, no prelo-a).
Outras Informações: não há.
Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo):
Pseudoseisura lophotes (CR / Ave); Leptasthenura platensis (CR / Ave); Asthenes baeri
(VU / Ave); Gubernatrix cristata (CR / Ave); Sporophila palustris (CR / Ave); Drymornis
bridgesii (CR / Ave).
93
3.1.18. Sítio Prioritário da BAZE: Parque Estadual Morro do Diabo (APÊNDICE 18).
Localização: o Parque Estadual do Morro do Diabo está localizado na região do Pontal do
Paranapanema, no município de Teodoro Sampaio, extremo oeste do Estado de São Paulo
(IF, 2007).
Descrição do Sítio: suas formações vegetacionais são constituídas pela Floresta Estacional
Decidual Submontana e está inserido dentro do bioma da Mata Atlântica (MMA, 2006).
Município Abrangido (IBGE, 2003): Teodoro Sampaio.
Unidade de Conservação: a antiga Reserva do Morro do Diabo, criada em 1941 passou a
categoria de Parque Estadual, uma Unidade de Conservação de proteção integral, em 04 de
junho de 1986, com altitudes que atingem 600m acima do nível do mar (IF, 2007). O
Parque Estadual do Morro do Diabo é uma Unidade de Conservação de proteção integral,
logo, o Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como protegido.
Tamanho do Sítio: 36.640,00 hectares.
Trigger Species: Leontopithecus chrysopygus (Mikan, 1823).
Nome Popular: mico-leão-preto.
Informações Gerais sobre a Trigger Species: a espécie possui populações distribuídas
por 11 fragmentos florestais, porém a maior população da espécie está localizada no
Parque Estadual do Morro do Diabo, sendo a única considerada viável (Rylands et. al.,
2003). O Parque Estadual do Morro do Diabo contém aproximadamente 1000 indivíduos
(Paranhos et. al., 2003), o que representa cerca de 85% da população total da espécie.
Leontopithecus chrysopygus é um fauni-frugívoro e possui dieta orientada de acordo com a
sazonalidade de seu ambiente que apresenta estações bem definidas (Rylands, 1993).
Critérios para Seleção do Sítio: o Parque Estadual do Morro do Diabo foi estabelecido
como Sítio Prioritário da BAZE por conter cerca de 85% da população total da trigger
species Leontopithecus chrysopygus, um mamífero da Família Callitrichidae, categorizado
como Criticamente em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção
(Machado et. al., 2005).
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Criticamente em Perigo.
Critério de Delimitação do Sítio: os limites do Sítio Prioritário da BAZE foram
estabelecidos sobre a delimitação do Parque Estadual do Morro do Diabo.
94
Principais Ameaças: destruição e alteração do habitat, desmatamento e a baixa variedade
genética devida ao isolamento das populações em fragmentos florestais (Valladares-Padua
& Martins, no prelo).
Estratégias de Conservação sugeridas: de acordo com o Programa Integrado de
Conservação do mico-leão são necessários cinco aspectos para restabelecer uma população
viável de uma espécie ameaçada: a) conhecimento de sua biologia; b) manejo integrado na
natureza e no cativeiro, com ênfase na natureza; c) envolvimentos das comunidades
humanas da região de ocorrência com programas de educação ambiental; d) visão
conservacionista baseada na paisagem; d) uso de manejo adaptativo com avaliações
periódicas dos resultados (Padua et. al., 2001).
Outras Informações: não há.
Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo): não
há outras espécies ameaçadas.
3.1.19. Sítio Prioritário da BAZE: Parque Nacional das Emas (APÊNDICE 19).
Localização: o Parque Nacional das Emas está localizado no extremo sudoeste do Estado
de Goiás (Hass, no prelo-b).
Descrição do Sítio: o Parque Nacional está inserido dentro do bioma do Cerrado (Hass, no
prelo-b), tendo sido criado em 1961 com área de 133.064 ha (IBAMA, 2004c). Suas
formações vegetacionais são constituídas pela Savana Gramíneo Leitosa com Floresta de
Galeria e Savana Gramíneo Leitosa sem Floresta de Galeria e está inserido no bioma do
Cerrado (MMA, 2006). A vegetação do entorno do Parque foi ocupada por extensas
lavouras de grãos, principalmente soja e milho, e pela agropecuária extensiva (IBAMA,
2004c). A fragmentação da vegetação natural fez com que o Parque se tornasse um refúgio
para a fauna nativa (IBAMA, 2004c).
Municípios Abrangidos (IBGE, 2003): Mineiros e Chapadão do Céu.
Unidade de Conservação: o Parque Nacional das Emas é uma Unidade de Conservação
de proteção integral, podendo-se categorizar o Sítio Prioritário da BAZE como protegido.
Tamanho do Sítio: 133.064,00 hectares.
Trigger Species: Eleothreptus candicans (Pelzeln, 1867).
Nome Popular: bacurau-de-rabo-branco.
95
Informações Gerais sobre a Trigger Species: Eleothreptus candicans possui registros no
nordeste do Paraguai, na Bolívia (BirdLife International, 2004e) e no Brasil. Os únicos
registros em território brasileiro são os da cidade de Espírito Santo do Pinhal, no Estado de
São Paulo (holótipo) e Cuiabá, no Estado do Mato Grosso, ambos registros históricos, e no
Parque Nacional das Emas, único local onde a espécie ainda sobrevive em território
brasileiro (Hass, no prelo-b). É uma ave endêmica do Cerrado, ocorrendo em fisionomias
abertas do tipo “campo-limpo” e “campo sujo”. A espécie possui hábitos noturnos e utiliza
arbustos e cupinzeiros para diversas atividades biológicas, como exibição de plumagem
para as fêmeas e captura de insetos. Nidifica no solo, em túneis feitos de capim. Sabe-se
que o fogo tem um papel importante na dinâmica populacional da espécie (Hass, no prelo-
b). Os locais recém-queimados são normalmente utilizados para reprodução e alimentação,
enquanto que os locais não queimados, com capim alto, são utilizados para abrigo diurno,
área de escape de predadores e local de nidificação (Hass, no prelo-b). A espécie alimenta-
se de insetos que tentam escapar do fogo. A estimativa populacional no Brasil é de
aproximadamente 6000 indivíduos (Hass, no prelo-b).
Critérios para Seleção do Sítio: o Parque Nacional das Emas foi definido como Sítio
Prioritário da BAZE por ser atualmente o único local de ocorrência da trigger species
Eleothreptus candicans no Brasil, uma ave da Família Caprimulgidae categorizada como
Em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., 2005).
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Em Perigo.
Critério de Delimitação do Sítio: A delimitação do Sítio Prioritário da BAZE
acompanhou os limites do Parque Nacional das Emas.
Principais Ameaças: as principais ameaças à espécie são a perda, a descaracterização e
destruição do habitat do Cerrado (Hass, no prelo-b), pela conversão de áreas naturais em
pastagem e plantações de soja, eucalipto e gramíneas exóticas e o regime inadequado de
queimadas (BirdLife International, 2004e).
Estratégias de Conservação sugeridas: As estratégias de conservação da espécie devem
ser baseadas no manejo do Parque Nacional das Emas, principalmente o fogo, importante
aspecto da história de vida da espécie. O IBAMA tem adotado a estratégia de não combater
incêndios, permitindo o surgimento de mosaicos de áreas queimadas e intactas,
importantes para o desenvolvimento das atividades da espécie (Hass, no prelo-b; BirdLife
International, 2004-e). Outro aspecto importante na conservação de Eleothreptus
candicans é a identificação de outras populações em território nacional (Hass, no prelo-b).
96
Outras Informações: não há.
Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo):
Oryzoborus maximiliani (CR / Ave); Simpsonichthys parallelus (VU / Peixe); Culicivora
caudacuta (VU / Ave); Geobates poecilopterus (VU / Ave); Lonchophylla dekeyseri (VU /
Mamífero); Sporophila palustris (EN / Ave); Alectrurus tricolor (VU / Ave).
3.1.20. Sítio Prioritário da BAZE: Parque Nacional do Itatiaia (APÊNDICE 20).
Localização: está localizado entre os Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro,
na Serra da Mantiqueira (IBAMA, 2004d).
Descrição do Sítio: o Parque Nacional do Itatiaia está inserido dentro do bioma da Mata
Atlântica, sendo que suas formações vegetais são constituídas pela Floresta Ombrófila
Densa Alto Montana, Refúgio Alto Montano e Floresta Ombrófila Densa Montana (MMA,
2006). A região do Itatiaia apresenta relevo montanhoso que inclui encostas e o topo do
planalto da Serra da Mantiqueira. A altitude na região varia entre 600m e 2600m,
possuindo elevado número de espécies endêmicas de flora e fauna (IBAMA, 2004d).
Municípios Abrangidos (IBGE, 2003): Itamonte, Bocaína de Minas, Itatiaia e Resende.
Unidade de Conservação: o Parque Nacional do Itatiaia, uma Unidade de Conservação de
proteção integral, foi o primeiro Parque Nacional brasileiro criado 1937 com área de
11.943 ha e posteriormente, tendo sua área ampliada em 1982 para 28.155 ha (IBAMA,
2007). Sofre com o uso conflitante da unidade e de seu entorno, como o impacto constante
de incêndios, decorrentes da prática de queimadas em propriedades particulares vizinhas, a
caça e a extração ilegal de palmito (IBAMA, 2004d). O Sítio Prioritário da BAZE é
categorizado como protegido.
Tamanho do Sítio: 28.155,00 hectares.
Trigger Species: Paratelmatobius lutzii Lutz & Carvalho, 1958 e Holoaden bradei Lutz,
1958.
Nome Popular: as trigger species não possuem nome popular.
Informações Gerais sobre a Trigger Species: Paratelmatobius lutzii possui uma pequena
área de ocorrência dentro do Parque Nacional do Itatiaia, com habitat preferencial sob
pedras e musgos (Pombal, no prelo). Porém, aparentemente os indivíduos não se
reproduzem neste local, sendo significativo o fato de nunca terem sido encontrados adultos
em atividade reprodutiva (Pombal, no prelo).
97
A distribuição da espécie é claramente pouco conhecida, assim como aspectos de
sua biologia. As áreas no entorno do parque nunca foram investigadas do ponto
anurofaunístico, e desta forma, as áreas adjacentes não podem ser descartadas como áreas
potenciais de ocorrência da espécie, que não é encontrada desde o ano de 1978 (Pombal,
no prelo).
Holoaden bradei possui registro apenas para o Parque Nacional do Itatiaia, mas
pouco se conhece sobre sua biologia e história natural (Haddad, no prelo-a). O habitat
preferencial ocorre no chão, sob folhas e musgos, onde também são depositados os ovos
(Rocha & Van Sluys, 2004). A espécie costuma se esconder sob pedras e no interior de
bromélias terrestres em campo aberto nas altitudes que variam entre 2400m a 2600m
(Rocha & Van Sluys, 2004).
É possível que a espécie esteja extinta, pois os últimos exemplares vivos foram
observados na natureza no final da década de 1970 (Haddad, no prelo-a), apesar de
intensas buscas terem sido realizadas no local por vários anos consecutivos (Rocha & Van
Sluys, 2004). No entanto, segundo Haddad (no prelo-a), não é descartada a ocorrência da
espécie em locais de difícil acesso dentro da Serra da Mantiqueira.
Critérios para Seleção do Sítio: o Parque Nacional do Itatiaia foi definido como Sítio
Prioritário da BAZE por ser o único local de ocorrência das trigger species de anfíbios
Paratelmatobius lutzii e Holoaden bradei.
Paratelmatobius lutzii é um anuro da família Leptodactylidae categorizado como
Criticamente em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado
et. al., 2005).
Holoaden bradei é um anuro da família Leptodactylidae categorizado como
Criticamente em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado
et. al., 2005).
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Paratelmatobius lutzii: Deficiente em Dados e;
Holoaden bradei: Criticamente em Perigo.
Critério de Delimitação do Sítio: os limites do Sítio Prioritário da BAZE foram
estabelecidos sobre a delimitação do Parque Nacional do Itatiaia. Porém, de acordo com o
Mapa de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA, 2006) e das imagens Landsat 7
(MMA, 2002a) e QuickBird (Google Earth, 2008), ainda subsiste no entorno do PARNA
do Itatiaia uma grande extensão de remanescentes vegetacionais. Assim sendo, sugere-se a
ampliação dos limites do parque sobre as áreas onde ainda ocorrem tais remanescentes, e
98
que poderão entre outros propósitos, servir de zona de amortecimento entre as
propriedades rurais e os atuais limites do parque, sendo possível ainda, o manejo dos
remanescentes como unidade, preservando a qualidade ambiental do habitat potencial das
espécies ameaçadas.
Principais Ameaças: Segundo Nascimento & Garcia (2004) os motivos do
desaparecimento de Paratelmatobius lutzii não são claros, mas a espécie pode ser
suscetível aos efeitos do fogo e ao turismo. Doenças como chytridiomicoses também não
podem ser descartadas (Nascimento & Garcia, 2004). Pombal (no prelo) aponta o
endemismo extremo como um dos fatores de ameaça da espécie.
Para Haddad (no prelo), os motivos do desaparecimento de Holoaden bradei são
desconhecidos. Porém segundo Rocha e Van Sluys (2004), a espécie foi seriamente
impactada pela degradação do habitat em decorrência de atividades turísticas desordenadas
e pela ação de incêndios florestais dentro dos limites do parque. O parque tem passado por
sucessivos incêndios advindos de propriedades particulares rurais no seu entorno, que
contribuem para o declínio da qualidade ambiental.
Estratégias de Conservação sugeridas: é fundamental o investimento em pesquisa
científica com o objetivo de identificar a atual distribuição das espécies, uma vez que os
conhecimentos dos requerimentos ecológicos e dos locais de ocorrência são essenciais para
a preservação (Haddad, no prelo-a; Pombal, no prelo). Além disto, é necessário investir na
conservação do habitat, pois não é possível preservar uma espécie cujo habitat não oferece
condições ideais para sua sobrevivência. É importante para os projetos de conservação que
as comunidades no entorno do parque contribuam para o seu sucesso. Programas de
educação ambiental podem ser implantados para conscientização dos moradores do
entorno. Esta estratégia pode igualmente ser aplicada aos turistas que visitam o parque,
além de um programa de limitação do acesso dos visitantes aos locais de ocorrência das
espécies.
Outras Informações: o Parque Nacional do Itatiaia é também um Sítio Prioritário da AZE
para as trigger species Paratelmatobius lutzii e Holoaden bradei (AZE, 2005).
Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo):
Piprites pileatus (VU / Ave); Claravis godefrida (CR / Ave); Piprites pileatus (VU / Ave);
Sporophila falcirostris (VU / Ave); Pipile jacutinga (EN / Ave); Biatas nigropectus (VU /
Ave); Sporophila frontalis (VU / Ave); Touit melanonota (VU / Ave); Callithrix aurita
(VU / Mamífero).
99
3.1.21. Sítio Prioritário da BAZE: Poços de Caldas (APÊNDICE 21).
Localização: O município de Poços de Caldas está localizado na região sul do Estado de
Minas Gerais (IBGE, 2003; MMA, 2006).
Descrição do Sítio: possui formações vegetacionais constituídas por Savana Florestada e
Savana Gramíneo Leitosa e está inserido no bioma Mata Atlântica (MMA, 2006). Segundo
dados do IBGE (2007), o município possui uma população de 144.386 habitantes e sua
área territorial é de 544 km², estando sua economia baseada principalmente na indústria e
na prestação de serviços.
Municípios Abrangidos (IBGE, 2003): Poços de Caldas e Caldas.
Unidade de Conservação: não há. O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como não
protegido.
Tamanho do Sítio: 7.679,00 hectares.
Trigger Species: Phyllomedusa ayeaye (Lutz, 1966).
Nome Popular: perereca-de-folhagem-com-perna-reticulada.
Informações Gerais sobre a Trigger Species: a espécie possui distribuição apenas para o
Morro do Ferro no município de Poços de Caldas, MG (Haddad & Sazima, no prelo),
possui habitat preferencial em moitas próximas a poços e brejos em altitudes de 1400m. Os
ovos são depositados sobre folhas que são dobradas, e após a eclosão, as larvas caem na
água onde completam seu desenvolvimento (Caramaschi & Cruz, 2004).
Critérios para Seleção do Sítio: O Morro do Ferro foi definido como Sítio Prioritário da
BAZE por ser o único local de ocorrência da trigger species Phyllomedusa ayeaye, um
anfíbio da Família Hylidae categorizado como Criticamente em Perigo pela Lista da Fauna
Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., 2005).
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Criticamente em Perigo.
Critério de Delimitação do Sítio: a sobreposição da coordenada geográfica de ocorrência
da espécie com o Mapa de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA, 2006), e a
análise das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google
Earth, 2008), demonstrou que a trigger species ocorre em local montanhoso com vegetação
remanescente muito fragmentada pela agropecuária. Devido à ausência de remanescentes
significativos, às características montanhosas do relevo por toda a região e a ausência de
cartas altimétricas do IBGE na altitude de 1400m, o sítio foi estabelecido sobre a região
compreendida pelo Morro do Ferro dentro da ottobacia por trecho da nascente do rio
100
Taquari estabelecida pela Agência Nacional de Águas – ANA (ANA, 2008), englobando
uma área significativa do habitat da espécie e algumas áreas impactadas pela ação humana.
Principais Ameaças: As principais ameaças a espécies são a perda, a descaracterização e a
fragmentação de seu habitat devido à ação do fogo, a poluição por agrotóxicos e o
assoreamento dos corpos d’água (Haddad & Sazima, no prelo).
Estratégias de Conservação sugeridas: as principais estratégias de conservação devem
ser voltadas para a proteção e a recuperação de seus habitats, o investimento em pesquisa
científica para caracterização populacional da espécie e a fiscalização (Haddad & Sazima,
no prelo; Caramaschi & Cruz, 2004).
Outras Informações: o Morro do Ferro no município de Poços de Caldas é também um
Sítio Prioritário da AZE para a trigger species Phyllomedusa ayeaye (AZE, 2005).
Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo): não
há outras espécies ameaçadas.
3.1.22. Sítio Prioritário da BAZE: Rio Araguaia (APÊNDICE 22).
Localização: o sítio está localizado no rio Araguaia, a jusante do município de São Bento
no Estado do Pará (Lima, no prelo-n).
Descrição do Sítio: a vegetação ciliar do rio Araguaia no trecho de ocorrência da espécie é
constituída pelo ecótono de Savana e Floresta Ombrófila, Pecuária, Vegetação Secundária,
Floresta Ombrófila Densa Submontana, Floresta Ombrófila Aberta Submontana, e está
inserida no bioma da Amazônia (MMA, 2006).
Municípios Abrangidos (IBGE, 2003): São Domingos do Araguaia, São João do
Araguaia e Brejo Grande do Araguaia.
Unidade de Conservação: não há. O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como não
protegido.
Tamanho do Sítio: 22.890,00 hectares.
Trigger Species: Potamobatrachus trispinosus Collette, 1995.
Nome Popular: manganguá, niquin, miquim.
Informações Gerais sobre a Trigger Species: a espécie possui ocorrência atual no rio
Araguaia, pouco abaixo do município de São Bento e registro histórico no baixo rio
Tocantins, no município de Tucuruí, onde foi eliminado pela construção da Hidrelétrica de
Tucuruí (Lima, no prelo-n). A espécie possui habitat preferencial em ambientes
101
encachoeirados, de fundo arenoso, com pequenas rochas arredondadas, com muitas fendas,
água transparente e forte correnteza (Collette, 1995). A espécie é um predador de espreita,
de tamanho médio a pequeno e apresenta estratégia reprodutiva com baixa fecundidade e
alto investimento parental (Lima, no prelo-n).
Critérios para Seleção do Sítio: o trecho de ottobacia do rio Araguaia foi definido como
Sítio Prioritário da BAZE por ser o único local de ocorrência da trigger species
Potamobatrachus trispinosus, um peixe de água doce da Família Batrachoididae
categorizado como Em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção
(Machado et. al., 2005).
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.
Critério de Delimitação do Sítio: o limite do Sítio Prioritário da BAZE foi definido sobre
a delimitação por trecho de ottobacia da ANA (ANA, 2008) no rio Araguaia, na localidade
de ocorrência da trigger species.
Principais Ameaças: a principal ameaça para a espécie é a supressão de ambientes
encachoeirados pela construção de hidrelétricas (Lima, no prelo-n).
Estratégias de Conservação sugeridas: conservação dos ambientes encachoeirados no
local de ocorrência da espécie (Lima, no prelo-n).
Outras Informações: não há.
Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo):
Teleocichla cinderella (CR / Peixe).
3.1.23. Sítio Prioritário da BAZE: Rio Catu (APÊNDICE 23).
Localização: o sítio está localizado no trecho que engloba a nascente do rio Catu, no
município de Lagoinha, região nordeste do Estado da Bahia (IBGE, 2003; ANA, 2008).
Descrição do Sítio: a análise das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e
QuickBird (Google Earth, 2008), demonstrou que o entorno do rio Catu é caracterizado por
trechos de agropecuária e relflorestamentos e sua vegetação ciliar é constituída por Floresta
Estacional Semidecidual Aluvial, Vegetação Secundária e o sítio está inserido dentro do
bioma da Caatinga (MMA, 2006).
Município Abrangido (IBGE, 2003): Lagoinha.
Unidade de Conservação: não há. O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como não
protegido.
102
Tamanho do Sítio: 3.799,00 hectares.
Trigger Species: Phalloptychus eigenmanni Henn, 1916.
Nome Popular: guaru, barrigudinho.
Informações Gerais sobre a Trigger Species: a espécie é conhecida apenas da localidade-
tipo no rio Catu, no município de Lagoinha (Rosa & Menezes, 1996; Lucinda, 2005). A
espécie possui pequeno porte, com tamanho máximo de 30mm nas fêmeas e possui hábitos
vivíparos, além de acentuado dimorfismo sexual (Rosa, no prelo).
Critérios para Seleção do Sítio: o trecho na nascente do rio Catu foi definido como Sítio
Prioritário da BAZE por ser o único local de ocorrência da trigger species Phalloptychus
eigenmanni, um peixe de água doce da Família Poeciliidae categorizado como
Criticamente em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado
et. al., 2005).
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.
Critério de Delimitação do Sítio: o limite do Sítio Prioritário da BAZE foi definido sobre
a delimitação por trecho de ottobacia da ANA (ANA, 2008) na região de nascente do rio
Catu, localidade de ocorrência da trigger species.
Principais Ameaças: as principais ameaças para a espécie são decorrentes do
desmatamento da mata ciliar, poluição hídrica ocasionada pela descarga de esgoto do
município de Lagoinha e introdução espécies exóticas competidoras como Poecilia
reticulata (Rosa, no prelo).
Estratégias de Conservação sugeridas: proteção e recuperação do habitat da espécie,
além de buscar por outras populações (Rosa, o prelo).
Outras Informações: não há.
Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo): não
há outras espécies ameaçadas.
3.1.24. Sítio Prioritário da BAZE: Rio dos Patos (APÊNDICE 24).
Localização: o rio dos Patos é um afluente do alto rio Maranhão, bacia do rio Tocantins no
Estado de Goiás (Lima, no prelo-q).
Descrição do Sítio: a análise das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e
QuickBird (Google Earth, 2008), demonstrou que a região é dominada por uma matriz de
agricultura e possui formações vegetacionais constituídas por Savana Parque sem Floresta
103
de Galeria e Floresta Estacional Semidecidual Aluvial distribuída em estreita faixa de
vegetação ao longo do rio dos Patos, estando inserida dentro do bioma do Cerrado (MMA,
2006; MMA, 2002).
Municípios Abrangidos (IBGE, 2003): Barro Alto, Santa Rita do Novo destino,
Goianésia e Vila Propicio.
Unidade de Conservação: não há. O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como não
protegido.
Tamanho do Sítio: 132.400,00 hectares.
Trigger Species: Simpsonichthys marginatus Costa & Brasil, 1996.
Nome Popular: não há.
Informações Gerais sobre a Trigger Species: a trigger species é conhecida apenas de
poças temporárias próximas ao rio dos Patos, em região de terreno acidentado e vales
estreitos (Lima, no prelo-q). Sua localidade-tipo é uma poça temporária rasa situada em
uma mancha de floresta com água marrom escura com fundo composto por serrapilheira e
sem vegetação aquática (Costa & Brasil, 1996 apud Lima, no prelo-q). Possui ciclo de vida
curto, atingindo rapidamente a maturidade sexual e morrendo quando as poças secam na
estação seca. Seus ovos permanecem em estado de diapausa e eclodem na próxima estação
chuvosa (Lima, no prelo-q).
Critérios para Seleção do Sítio: o vale do rio dos Patos foi definido como Sítio Prioritário
da BAZE por ser o único local de ocorrência da trigger species Simpsonichthys
marginatus, peixe-anual da Família Rivulidae categorizado como Em Perigo pela Lista da
Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., 2005).
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.
Critério de Delimitação do Sítio: os limites do Sítio Prioritário da BAZE foram
estabelecidos sobre o vale do rio dos Patos, englobando os remanescentes vegetacionais e
savana-parque distribuídos ao longo do rio, no local de ocorrência da espécie.
Principais Ameaças: perda e destruição de habitat através do desmatamento das florestas
ciliares (Lima, no prelo-q).
Estratégias de Conservação sugeridas: é necessário manter a integridade do habitat da
espécie, evitando atividades que resultem em modificação completa do meio ambiente
(Lima, no prelo-q).
Outras Informações: não há.
104
Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo): não
há outras espécies ameaçadas.
3.1.25. Sítio Prioritário da BAZE: Rio Mucuri (APÊNDICE 25).
Localização: o Sítio Prioritário da BAZE do rio Mucuri está localizado no município de
Mucuri, região sul do Estado da Bahia (IBGE, 2003; ANA, 2008; Lima, no prelo).
Descrição do Sítio: possui formações vegetacionais constituídas por Formação Pioneira
com Influência Fluvial e ou Lacustre e Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas e está
inserido dentro do bioma da Mata Atlântica (MMA, 2006). As imagens por satélite
Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google Earth, 2008), demonstraram que a
região do entorno do sítio é caracterizada por agricultura e pastagens e, segundo Lima (no
prelo) a região é também ocupada pelo plantio de cacau (Lima, no prelo).
Município Abrangido (IBGE, 2003): Mucuri.
Unidade de Conservação: não há. O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como não
protegido.
Tamanho do Sítio: 313,50 hectares.
Trigger Species: Leptolebias leitaoi Cruz e Peixoto, 1991.
Nome Popular: não há.
Informações Gerais sobre a Trigger Species: a espécie é conhecida apenas da localidade-
tipo, situada às margens do rio Mucuri (Costa, 2002 apud Lima, no prelo-h). Sua
localidade-tipo é caracterizada por poça temporária em floresta perturbada pelo cultivo do
cacau, com fundo argiloso e coberta por plantas aquáticas flutuantes (Cruz & Peixoto,
1991). Possui ciclo de vida curto, atingindo rapidamente a maturidade sexual e morrendo
quando as poças secam na estação seca. Seus ovos permanecem em estado de diapausa e
eclodem na próxima estação chuvosa (Lima, no prelo-h).
Critérios para Seleção do Sítio: o remanescente vegetacional da área alagável do rio
Mucuri foi definido como Sítio Prioritário da BAZE por ser o único local de ocorrência da
trigger species Leptolebias leitaoi, um peixe-anual da Família Rivulidae categorizado
como Criticamente em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção
(Machado et. al., 2005).
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.
105
Critério de Delimitação do Sítio: os limites do Sítio Prioritário da BAZE foram
estabelecidos sobre os remanescentes vegetacionais identificados na área alagável de
influência do rio Mucuri em local de acentuada sinuosidade, onde a trigger species possui
ocorrência.
Principais Ameaças: destruição das florestas no habitat remanescente da espécie para
reflorestamentos de eucalipto, pastagem e expansão urbana (Lima, no prelo-h).
Estratégias de Conservação sugeridas: manutenção e proteção do reduzido habitat da
espécie (Lima, no prelo-h).
Outras Informações: segundo a avaliação de áreas prioritárias para conservação do MMA
(MMA, 2002b), o rio Mucuri é prioridade para criação de unidade de conservação.
Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo): não
há outras espécies ameaçadas.
3.1.26. Sítio Prioritário da BAZE: Rio Santo Antônio (APÊNDICE 26).
Localização: porção média do rio Santo Antônio, afluente da margem esquerda do rio
Doce, Estado de Minas Gerais (Vieira et. al., 2000; ANA, 2008).
Descrição do Sítio: a vegetação ciliar do rio Santo Antônio é caracterizada pela Floresta
Estacional Semidecidual Montana, Floresta Estacional Semidecidual Montana e o sítio está
inserido dentro do bioma da Mata Atlântica (MMA, 2006). A análise das imagens por
satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google Earth, 2008), demonstrou
que em alguns trechos ao longo do rio Santo Antônio, a vegetação natural foi suprimida
pela atividade de agropecuária, encontrando-se em diversos graus de preservação em sua
maior parte.
Municípios Abrangidos (IBGE, 2003): Santo Antônio do Rio Abaixo, São Sebastião do
Rio Preto, Ferros e Conceição do Mato Dentro.
Unidade de Conservação: não há. O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como não
protegido.
Tamanho do Sítio: 7.165,00 hectares.
Trigger Species: Henochilus wheatlandii Garman, 1890.
Nome Popular: andirá.
Informações Gerais sobre a Trigger Species: a espécie possui registros históricos no rio
Mucuri, em Santa Clara e na bacia do rio Doce. Porém, devido a profundas alterações
106
antrópicas ocorridas na bacia do rio Mucuri e a extensos levantamentos realizados em
ambas as bacias, Vieira e colaboradores (no prelo) concluíram que a espécie não mais
ocorre nestas localidades. Henochilus wheatlandii possui distribuição atual restrita ao
curso médio do rio Santo Antônio (Vieira et. al., no prelo). A espécie possui habitat
preferencial em cursos d’água entre 10m e 40m de largura, com profundidade superior a
1m com águas limpas e com pouco material em suspensão, leito rochosos com áreas
encachoeiradas intercaladas por regiões com depósitos de areia onde são formados
remansos (Vieira et. al., 2000).
Critérios para Seleção do Sítio: o trecho da ottobacia do rio Santo Antônio foi definido
como Sítio Prioritário da BAZE por ser atualmente o único local de ocorrência da trigger
species Henochilus wheatlandii, um peixe de água doce da Família Characidae
categorizado como Criticamente em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de
Extinção (Machado et. al., 2005).
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.
Critério de Delimitação do Sítio: os limites do Sítio Prioritário da BAZE foram definidos
para o curso médio do rio Santo Antônio, sobre a delimitação por trecho de ottobacia da
ANA (ANA, 2008).
Principais Ameaças: a construção de hidrelétricas possui efeitos drásticos sobre a espécie
por alterar as feições do habitat da espécie e, outro fator de ameaça é a introdução de
espécies exóticas como o surubim (Pseudoplatystoma sp.), recentemente introduzido na
drenagem do rio Santo Antônio (Vieira et. al., no prelo).
Estratégias de Conservação sugeridas: reavaliação dos aproveitamentos hidrelétricos
planejados para o local de ocorrência da espécie, ampliação dos requisitos biológicos,
busca por novas populações, trabalho este em andamento na bacia do rio Doce, e
elaboração de estratégias de proteção ao habitat, além da recuperação de matas ciliares e
envolvimento das comunidades locais (Vieira et. al., no prelo).
Outras Informações: não há.
Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo): não
há outras espécies ameaçadas.
107
3.1.27. Sítio Prioritário da BAZE: Rio Tabocas (APÊNDICE 27).
Localização: o sítio está localizado no rio Tabocas, um afluente do rio Paracatu, na bacia
do rio São Francisco, município de Lagoa Grande, região norte do Estado de Minas Gerais
(IBGE, 2003; ANA, 2008; Lima, no prelo).
Descrição do Sítio: a análise das imagens por satélite Landsat ETM+ (MMA, 2002a) e
QuickBird (Google Earth, 2008), demonstrou que o sítio é caracterizado pela dominância
da vegetação de Savana Parque com grande fragmentação da Floresta de Galeria e
ocorrência de pecuária, estando inserido dentro do bioma do Cerrado (MMA, 2006).
Municípios Abrangidos (IBGE, 2003): Lagoa Grande.
Unidade de Conservação: não há. O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como não
protegido.
Tamanho do Sítio: 83,08 hectares.
Trigger Species: Simpsonichthys auratus Costa e Nielsen, 2000.
Nome Popular: não há.
Informações Gerais sobre a Trigger Species: a trigger species é conhecida apenas da
localidade-tipo, na várzea do rio Tabocas, de um brejo temporário raso (Lima, no prelo-o).
Possui ciclo de vida curto, atingindo rapidamente a maturidade sexual e morrendo quando
as poças secam na estação seca. Seus ovos permanecem em estado de diapausa e eclodem
na próxima estação chuvosa (Lima, no prelo-o).
Critérios para Seleção do Sítio: o interflúvio do rio Tabocas com dois de seus afluentes
foi definido como Sítio Prioritário da BAZE por ser o único local de ocorrência da trigger
species Simpsonichthys auratus, um peixe-anual da Família Rivulidae categorizado como
Em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., 2005).
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.
Critério de Delimitação do Sítio: devido à fragmentação dos remanescentes
vegetacionais, os limites do Sítio Prioritário da BAZE foram estabelecidos no interflúvio
do rio Tabocas com dois de seus afluentes, excluindo-se dos limites, o povoado localizado
neste interflúvio.
Principais Ameaças: a destruição do habitat devido a atividades agrícolas e a
contaminação de seu meio ambiente por pesticidas, bem como a eventual inundação das
planícies do médio rio Paracatu por hidrelétricas (Lima, no prelo-o).
108
Estratégias de Conservação sugeridas: proteção do habitat da espécie, impedindo
atividades que modifiquem o ambiente de brejos no local de ocorrência da espécie (Lima,
no prelo-o).
Outras Informações: não há.
Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo): não
há outras espécies ameaçadas.
3.1.28. Sítio Prioritário da BAZE: Rio Urucuia (APÊNDICE 28).
Localização: o sítio está localizado no alto rio Urucuia, bacia do rio São Francisco no
município de Unaí, região noroeste do Estado de Minas Gerais (IBGE, 2003; ANA, 2008).
Descrição do Sítio: o sítio é caracterizado por uma paisagem dominada por Savana Parque
e Agricultura com a presença de pequenos fragmentos de Floresta de Galeria e está
inserido no bioma do Cerrado (MMA, 2006; MMA, 2002a).
Unidade de Conservação: não há. O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como não
protegido.
Município Abrangido (IBGE, 2003): Unaí.
Tamanho do Sítio: 16.080,00 hectares.
Trigger Species: Simpsonichthys zonatus Costa e Brasil, 1990.
Nome Popular: não há.
Informações Gerais sobre a Trigger Species: a trigger species é conhecida apenas de
áreas alagadas do alto rio Urucuia (Lima, no prelo-s). Sua localidade-tipo é uma poça
temporária situada junto a um remanescente de floresta de galeria com ausência de
vegetação aquática (Lima, no prelo-s). Possui ciclo de vida curto, atingindo rapidamente a
maturidade sexual e morrendo quando as poças secam na estação seca. Seus ovos
permanecem em estado de diapausa e eclodem na próxima estação chuvosa (Lima, no
prelo-s).
Critérios para Seleção do Sítio: o trecho da ottobacia do rio Urucuia foi definido como
Sítio Prioritário da BAZE por ser o único local de ocorrência da trigger species
Simpsonichthys zonatus, um peixe-anual da Família Rivulidae categorizado como Em
Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., 2005).
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.
109
Critério de Delimitação do Sítio: na ausência de remanescentes vegetacionais contínuos e
de características topográficas específicas, os limites do Sítio Prioritário da BAZE para o
rio Urucuia foram estabelecidos de acordo com a delimitação por trecho de ottobacia da
ANA (ANA, 2008).
Principais Ameaças: destruição das florestas de galeria e drenagem das áreas alagáveis
para ceder lugar à agricultura (Lima, no prelo-s).
Estratégias de Conservação sugeridas: proteção do habitat da espécie, impedindo
atividades que modifiquem o ambiente de áreas alagáveis em seu local de ocorrência
(Lima, no prelo-s).
Outras Informações: não há.
Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo): não
há outras espécies ameaçadas.
3.1.29. Sítio Prioritário da BAZE: Santo André (APÊNDICE 29).
Localização: a cidade de Santo André está localizada na região metropolitana da cidade de
São Paulo, Estado de São Paulo (IBGE, 2003).
Descrição do Sítio: possui uma área de 175 km² e uma população de 667.891 habitantes.
A principal atividade econômica da cidade são as indústrias, possuindo também
estabelecimentos agropecuários em seu entorno (IBGE, 2007). As formações vegetacionais
da região são constituídas pela Floresta Ombrófila Densa Montana que estão inseridas
dentro do bioma da Mata Atlântica (MMA, 2006).
Município Abrangido (IBGE, 2003): Santo André.
Unidade de Conservação: não há. A cidade de Santo André possui parte de seu território
inserido dentro do complexo da Serra do Mar, sendo que o limite municipal está muito
próximo ao limite do Parque Estadual da Serra do Mar, não sendo, porém, englobado pela
Unidade de Conservação. O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como não protegido.
Tamanho do Sítio: 7.624,00 hectares.
Trigger Species: Hypsiboas cymbalum (Bokermann, 1963).
Nome Popular: perereca.
Informações Gerais sobre a Trigger Species: a história natural e a biologia da espécie são
muito pouco conhecidas, pois Hypsiboas cymbalum é conhecida apenas da localidade-
tipo, nas proximidades da Estação Ferroviária de Campo Grande no município de Santo
110
André, em altitudes que variam entre 800m e 900m (Haddad, no prelo-b; Garcia &
Rodrigues, 2004). A espécie foi descrita em locais hoje bastante alterados pela degradação
ambiental por estar próxima à estação ferroviária (Haddad, no prelo-b). Inúmeras buscas na
tentativa de reencontrar a espécie foram infrutíferas, portanto sua distribuição atual é
desconhecida, e segundo Haddad (no prelo-b), a espécie pode estar extinta.
Critérios para Seleção do Sítio: os remanescentes florestais do município de Santo André
foram definidos como Sítio Prioritário da BAZE por serem o único local de ocorrência da
trigger species Hypsiboas cymbalum, um anfíbio da Família Hylidae categorizado como
Criticamente em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado
et. al., 2005).
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Criticamente em Perigo.
Critério de Delimitação do Sítio: a sobreposição da coordenada geográfica de ocorrência
da espécie com o Mapa de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA, 2006), e a
análise das imagens por satélite Landsat 7 ETM + (MMA, 2002a) e QuickBird (Google
Earth 2008), demonstrou que a espécie ocorre dentro de um contínuo de mata que se
estende por toda a Serra do Mar incluindo a Unidade de Conservação, sendo cortado
apenas pela estação ferroviária e pelo distrito de Paranapiacaba. Desta forma, no intuito de
estabelecer um sítio que pudesse ser mapeado e manejado como uma unidade, foram
abrangidos os remanescentes vegetacionais dentro dos limites do município de Santo
André de acordo com os mapas das bases cartográficas do IBGE (IBGE, 2003).
Principais Ameaças: As principais ameaças a Hypsiboas cymbalum são as perdas das
condições ambientais ótimas através da fragmentação e degradação do habitat, poluição e
desmatamentos (Hadadd, no prelo-b; Garcia & Rodrigues, 2004).
Estratégias de Conservação sugeridas: pelo fato da espécie não ocorrer em uma Unidade
de Conservação, são estratégias de conservação fundamentais a conservação e a
recuperação do habitat e o investimento em pesquisa para localização da espécie, o
estabelecimento de sua distribuição geográfica atual e a obtenção de dados sobre sua
biologia e história natural (Hadadd, no prelo-b; Garcia & Rodrigues, 2004).
Outras Informações: Hypsiboas cymbalum é também uma trigger species da AZE cujo
sítio é denominado Campo Grande I.
Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo):
Glandulocauda melanogenys (EN / Peixe); Sporophila frontalis (VU / Ave); Coptobrycon
bilineatus (EN / Peixe); Pseudotocinclus tietensis (VU / Peixe); Trichomycterus paolence
111
(VU / Peixe); Hyphessobrycon duragenys (CR / Peixe); Spintherobolus papilliferus (EN /
Peixe); Phallotorynus fasciolatu (EN / Peixe); Callithrix aurita (VU / Mamífero).
3.1.30. Sítio Prioritário da BAZE: Serra das Araras (APÊNDICE 30).
Localização: a Serra das Araras está localizada no estado do Mato Grosso, próxima á
planície sedimentar do Pantanal no mesmo Estado (IBAMA, 2004b).
Descrição do Sítio: sua formação vegetacional é constituída pela Savana Florestada, e está
inserida dentro do bioma do Cerrado (MMA, 2006), com altitudes médias que variam entre
400m e 1000m (IBAMA, 2004b).
Município Abrangido (IBGE, 2003): Porto Estrela.
Unidade de Conservação: A Estação Ecológica da Serra das Araras englobada pelo Sítio
Prioritário da BAZE é uma Unidade de Conservação de proteção integral e foi criada em
18 de julho de 2000 com uma extensão 29.741,00 ha. Sofre com incêndios na estação seca
provocada pelas queimadas no Cerrado e em pastagens nas áreas adjacentes (IBAMA,
2004b). O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como parcialmente protegido.
Tamanho do Sítio: 79.400,00 hectares.
Trigger Species: Columbina cyanopis (Pelzeln, 1870).
Nome Popular: rolinha-do-olho-azul ou rolinha-brasileira.
Informações Gerais sobre a Trigger Species: Columbina cyanopis possui distribuição
pretérita por todo o Cerrado brasileiro. Os registro atuais da espécie se limitam a
indivíduos coletados próximo às cidades de Cuiabá e Campo Grande uma pequena
população presente na Serra das Araras (Hass, no prelo-a; BirdLife International, 2004d).
A espécie possui habitat preferencial por campos de Cerrado com fitofisionomias de
“campo-limpo”, campo-sujo “e campo-cerrado” e é considerada uma espécie rara, sendo
encontradas sozinhas ou aos pares, em altitudes que variam de 150m a 500m acima do
nível do mar e pouco se conhece sobre sua biologia e história natural (Hass, no prelo-a;
BirdLife International, 2004d).
Critérios para Seleção do Sítio: a Serra das Araras é um Sítio Prioritário da AZE e foi
definido também como Sítio Prioritário da BAZE por ser o único local de ocorrência da
trigger species Columbina cyanopis, uma ave da Família Columbidae categorizada como
Criticamente em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado
et. al., 2005).
112
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Criticamente em Perigo.
Critério de Delimitação do Sítio: o limite do Sítio Prioritário da Serra das Araras foi
estabelecido sobre os remanescentes vegetacionais da Savana Florestada identificada pela
análise dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA, 2006) e das
imagens Landsat 7 ETM + (MMA, 2002a) e QuickBird (Google Earth, 2008). Estes
remanescentes se estendem além dos limites da Estação Ecológica da Serra das Araras, que
foi englobada pelo Sítio Prioritário da BAZE. Foram eliminados dos limites do sítio os
locais onde, através da análise das imagens por satélite, foi identificada a supressão da
vegetação e a conversão destas áreas para uso humano.
Principais Ameaças: as fitofisionomias de Cerrado onde ocorre a espécie estão entre as
mais ameaçadas do bioma devido a facilidade de sua conversão em pastagens (Hass, no
prelo-a). A principal ameaça à espécie é a destruição de seu habitat pelos efeitos
combinados de pastagens, plantação de soja, reflorestamentos de eucalipto e espécies
invasoras (BirdLife International, 2004d).
Estratégias de Conservação sugeridas: as principais estratégias de conservação são a
busca da espécie nos locais onde ela já foi documentada e a proteção efetiva destes habitats
(Hass, no prelo-a).
Outras Informações: a Serra das Araras é também um Sítio Prioritário da AZE para a
trigger species Columbina cyanopis (AZE, 2005).
Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo):
Myrmecophaga tridactyla (VU / Mamífero), Lonchophylla dekeyseri (VU / Mamífero),
Culicivora caudacuta (VU / Ave).
3.1.31. Sítio Prioritário da BAZE: Serra do Maranguape (APÊNDICE 31).
Localização: a Serra de Maranguape está localizada na região nordeste do Brasil, cidade
de Maranguape no Estado do Ceará (Borges-Nojosa, no prelo).
Descrição do Sítio: possui formações vegetacionais constituídas pela Floresta Ombrófila
Aberta, inserido no bioma da Caatinga (MMA, 2006), sendo cercado por ambientes xéricos
intransponíveis (Borges-Nojosa, 2006). Grande parte das áreas florestadas da serra foram
substituídas por plantações de banana e outras monoculturas. A região da Serra do
Maranguape e seu entorno são um importante pólo agrícola, sofrendo com intensa
ocupação humana, conversão de florestas em áreas agrícolas, especulação imobiliária e o
113
intenso fluxo de turistas (Borges-Nojosa, no prelo). Outro fator que ameaça os
remanescentes da serra é o fato de não existirem Unidades de Conservação de proteção
integral na região (Borges-Nojosa, no prelo).
Municípios Abrangidos (IBGE, 2003): Maranguape, Maracanaú e Caucaia.
Unidade de Conservação: não há. O Sítio Prioritário da BAZE é categorizado como não
protegido.
Tamanho do Sítio: 69,52 hectares.
Trigger Species: Adelophryne maranguapensis (Hoogmoed, Borges & Cascon, 1994).
Nome Popular: a espécie não possui nome popular conhecido.
Informações Gerais sobre a Trigger Species: Adelophryne maranguapensis é uma
espécie endêmica da Serra do Maranguape, ocorre em altitudes que variam entre 500m e
920m e tem habitat preferencial no folhiço, em bromélias, muito abundantes na região, nas
margens dos riachos e nos musgos sobre as pedras. A espécie possui desenvolvimento
direto, com posturas arbóreas depositadas em folhas de bromélias contendo água (Borges-
Nojosa, no prelo). A espécie tem hábitos diurnos e habita florestas primárias e secundárias,
podendo também ser encontrada em bananais, bambuzais e fragmentos florestais, mas
nunca em ambientes abertos (Silvano & Borges-Nojosa, 2004).
Critérios para Seleção do Sítio: a Serra do Maranguape foi definido como Sítio
Prioritário da BAZE por ser o único local de ocorrência da trigger species Adelophryne
maranguapensis, um anfíbio da Família Leptodactylidae categorizado como Em Perigo
pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., 2005).
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Em Perigo.
Critério de Delimitação do Sítio: o sítio da Serra de Maranguape foi estabelecido sobre a
região serrana nos limites dos remanescentes vegetacionais identificados pela análise dos
Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA, 2006) e das imagens Landsat
7 ETM + (MMA, 2002a) e QuickBird (Google Earth, 2008) da região, excluindo-se áreas
de uso humanas.
Principais Ameaças: as atividades antrópicas levam ao declino e fragmentação do habitat,
provocando a degradação das condições ideais da espécie, que é endêmica localmente
(Borges-Nojosa, no prelo).
Estratégias de Conservação sugeridas: como estratégia de conservação faz-se urgente o
estabelecimento de uma Unidade de Conservação de proteção integral na região de
ocorrência da espécie, bem como, a recuperação de habitats e a educação ambiental das
114
comunidades vizinhas a serra (Borges-Nojosa, no prelo), no intuito de proteger os
remanescentes florestais e seus fragmentos e garantir a sobrevivência da espécie.
Outras Informações: a Serra do Maranguape é também um Sítio Prioritário da AZE para
a trigger species Adelophryne maranguapensis (AZE, 2005). O Ministério do Meio
Ambiente através da identificação de áreas prioritárias nos biomas brasileiros sugere que
na Serra do Maranguape seja criada uma Unidade de Conservação de uso sustentável
(MMA, 2002b).
Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo):
Penelope jacucaca (VU / Ave); Picumnus limae (EN / Ave).
3.1.32. Sítio Prioritário da BAZE: Serra dos Órgãos (APÊNDICE 32).
Localização: a Serra dos Órgãos está localizada no centro do Corredor Ecológico da Serra
do Mar no Estado do Rio de Janeiro (IBAMA, 2008).
Descrição do Sítio: suas formações vegetacionais são constituídas pela Floresta Ombrófila
Densa Montana, Floresta Ombrófila Densa Submontana, Floresta Ombrófila Densa Alta
Montana e vegetação secundária, e está inserida dentro do bioma da Mata Atlântica
(MMA, 2006). A Serra dos Órgãos engloba significativa área de alta Montana com
altitudes que variam entre 200m e 2.263m, o que gera grande variedade de habitats e alta
biodiversidade (IBAMA, 2008).
Municípios Abrangidos (IBGE, 2003): Magé, Petropólis, Guapimirim, Teresópolis,
Cachoeira do Macau, Nova Friburgo e Silva Jardim.
Unidade de Conservação: O sítio compreende as Unidades de Conservação de proteção
integral do Parque Nacional da Serra dos Órgãos e o Parque Estadual dos Três Picos e
parte das Unidades de Conservação de uso sustentável APA dos Frades e APA de Macaé
de Cima. O Sítio Prioritário da BAZE por incorporar unidade de conservação de uso
sustentável e remanescentes vegetacionais não protegidos é categorizado como
parcialmente protegido. As APA’s abrangidas pelo sítio não são expressas no layout
devido à sobreposição de bases que dificultaria a visualização das informações.
Tamanho do Sítio: 127.500,00 hectares.
Trigger Species: Calyptura cristata (Vieillot, 1818) e Hemipsilichthys garbei (Ihering,
1911).
Nome Popular: tietê-de-coroa e anambé-mirim e cascudo, respectivamente.
115
Informações Gerais sobre a Trigger Species: Calyptura cristata é endêmica do estado do
Rio de Janeiro e ocorre em altitudes que variam do nível do mar até 900m (Silveira, no
prelo-a). A espécie tem habitat preferencial em florestas primárias e capoeiras, vivendo aos
pares na vegetação do dossel e alimentando-se de pequenos frutos e invertebrados, porém
pouco se conhece sobre sua biologia e história natural. Calyptura cristata chegou a ser
considerada extinta por alguns autores, pois se passaram mais de 100 anos sem que novo
registro fosse feito (Silveira, no prelo-a). Foi redescoberta em outubro de 1996 na encosta
da Serra dos Órgãos no entorno da cidade de Teresópolis. A espécie possuiu registros
históricos nas cidades fluminenses de Cantagalo, Rosário e Nova Friburgo, onde a
ocupação humana e a urbanização transformaram o ambiente, tendo restando apenas
reduzidos fragmentos da floresta onde a espécie ocorria (Silveira, no prelo; IBAMA,
2008). Os registros de São Paulo e Espírito Santo nunca foram confirmados (Silveira, no
prelo-a).
Hemipsilichthys garbei possui hábitos crepusculares e noturnos, com habitat
preferencial em rios e corredeiras com profundidade entre 0,40 e 1m, de águas límpidas,
frias, bem oxigenadas e correnteza de forte a moderada com substrato rochoso, ocorrendo
em altitudes em torno de 800m (Pereira & Brito, no prelo). A espécie é endêmica das
porções superiores dos rios Macaé e Macacú, ambas pequenas drenagens que nascem na
Serra dos Órgãos (Pereira & Brito, no prelo).
Critérios para Seleção do Sítio: A Serra dos Órgãos foi definida como Sítio Prioritário da
BAZE por ser o único local de ocorrência das espécies Calyptura cristata e
Hemipsilichthys garbei.
Calyptura cristata é uma ave da Família Cotingidae e categorizada como
Criticamente em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado
et. al., 2005) e Hemipsilichthys garbei é um peixe da Família Loricariidae categorizado
como Em Perigo pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al.
2005).
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Calyptura cristata: Criticamente em Perigo e
Hemipsilichthys garbei: Não Avaliada.
Critério de Delimitação do Sítio: não existem coordenadas geográficas precisas para o
local onde Calyptura cristata foi redescoberta, desta forma, para delimitação do sítio foram
considerados além das Unidades de Conservação mencionadas, todos os remanescentes
florestais da Serra dos Órgãos no entorno da cidade de Teresópolis. Sendo assim, o sítio da
116
Serra dos Órgãos foi estabelecido sobre a região serrana nos limites dos remanescentes
florestais identificados pela análise dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas
Brasileiros (MMA, 2006) e das imagens Landsat 7 ETM + (MMA, 2002a) e QuickBird
(Google Earth, 2008) da região, englobando o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, o
Parque Estadual dos Três Picos e parte das APA`s dos Frades e de Macaé de Cima. O
limite estabelecido abrange algumas lacunas de proteção da serra dentro dos remanescentes
de mata atlântica, incluindo uma área de 8.990 hectares que será incorporada à área do
PARNA da Serra dos Órgãos de acordo com a Proposta de Ampliação do PARNASO
realizado pelo IBAMA (IBAMA, 2008). A Áreas de Proteção Ambiental não foram
totalmente incluídas no sítio por conterem áreas de uso e ocupação humanas como
agropecuária.
Principais Ameaças: Calyptura cristata é extremamente rara e um dos motivos de seu
desaparecimento é o desmatamento das florestas abaixo de 1000m (Silveira, no prelo-a).
Na cidade de Teresópolis, onde a espécie tem seu único registro atual, a urbanização já
atingiu os limites do parque (IBAMA, 2008). A extração de orquídeas e bromélias das
florestas da região acentua ainda mais os riscos à espécie, pois a espécie explora
ativamente as moitas formadas por estas plantas durante o forrageamento, evitando o topo
das árvores (BirdLife International, 2004c).
As principais ameaças a Hemipsilichthys garbei são a intervenção antrópica em seu
habitat, com desmatamentos marginais nos rios de sua ocorrência, a urbanização e a
poluição dos cursos d’água. Outra ameaça é a introdução da espécie exótica e predadora, a
truta arco-íris (Oncorhynchus mykiss), no trecho superior do rio Macaé (Pereira & Brito,
no prelo).
Estratégias de Conservação sugeridas: para a conservação de Calyptura cristata, e
necessário que habitats propícios a populações remanescentes sejam protegidos e que
sejam realizados inventários para detecção de outras localidades onde a espécie ainda
subsiste. Contudo, avaliando-se as necessidades de conservação para ambas as trigger
species do sítio da Serra dos Órgãos, pode-se citar como estratégias de conservação
essenciais, a manutenção da integridade de seus ecossistemas, o controle na introdução de
espécies exóticas e a proteção efetiva das Unidades de Conservação da região, bem como,
dos remanescentes florestais do entorno contra a destruição e descaracterização do habitat.
Outras Informações: a Serra dos Órgãos é considerada um Sítio Prioritário da AZE
(AZE, 2005) para quatro espécies de anfíbios não categorizados como ameaçadas (Tabela
117
2) pela Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et. al., 2005). No
entanto, Calyptura cristata é considerada uma trigger species pela AZE (AZE, 2005),
porém, enquadrada por esta, pelo sítio da Serra do Mar, de maior extensão que a Serra dos
Órgãos por abranger também a área de ocorrência de uma espécie não ameaçada pela lista
vermelha brasileira (Tabela 2).
Demais Espécies Ameaçadas com Ocorrência no Sítio (Machado et. al., no prelo):
Leucopternis lacernulata (VU / Ave); Phaenomys ferrugineus (VU / Mamífero); Claravis
godefrida (CR / Ave); Amazona rhodocorytha (EN / Ave); Biatas nigropectus (VU / Ave);
Pyrrhura cruentata (VU / Ave); Touit melanonota (VU / Ave); Pyrrhura cruentata (VU /
Ave); Xipholena atropurpurea (EN / Ave); Thoropa petropolitana (EN / Anfíbio);
Callithrix aurita (VU / Mamífero); Leptolebias spendens (CR / Peixe).
3.2. Listas de Espécies Candidatas da BAZE
Na Tabela 5 é apresentada uma síntese da Lista de Espécies Candidatas da BAZE.
Tabela 5. Síntese da Lista de Espécie Candidatas da BAZE.
Espécie Distribuição Grupo
Taxonômico
Status
Brasil (*)
Trigger species
AZE (AZE, 2005) Justificativa
Bokermannohyla izecksohni Botucatu, SP Anfíbio CR Sim Imprecisão coordenada geográfica e alto grau
de fragmentação dos remanescentes.
Thoropa petropolitana Rio de Janeiro e Espírito
Santo Anfíbio EN Não Insuficiência de dados populacionais.
Cyanopsitta spixi Curaçá, BA Ave EW Sim Aguardando identificação de sítio adequado
para reintrodução.
Drymornis bridgesii Rio Grande do Sul Ave CR Não Fragmentação e insuficiência de dados
populacionais.
Fregata ariel Ilhas de Trindade e
Martim Vaz, ES Ave CR Não Nidifica em duas localidades.
Fregata minor Ilhas de Trindade e
Martim Vaz, ES Ave CR Não Nidifica em duas localidades.
Formicivora littoralis Região dos Lagos, RJ Ave CR Sim
Imprecisão coordenadas geográficas e alto grau
de fragmentação dos remanescentes,
urbanização.
Leptasthenura platensis Rio Grande do Sul Ave CR Não Fragmentação e insuficiência de dados
populacionais
Mitu mitu Alagoas e Rio Grande do
Norte Ave EW Sim
Inexistência de coordenadas geográficas e
ausência de dados sobre local para reintrodução
Myrmotherula snowi Alagoas e Pernambuco Ave CR Sim Fragmentação e insuficiência de dados
populacionais
Nemosia rourei Espírito Santo Ave CR Sim Fragmentação e insuficiência de dados
populacionais
118
Espécie Distribuição Grupo
Taxonômico
Status
Brasil (*)
Trigger species
AZE (AZE, 2005) Justificativa
Philydor novaesi Alagoas e Pernambuco Ave CR Sim Fragmentação e insuficiência de dados
populacionais
Phylloscartes beckeri Bahia Ave EN Sim Fragmentação e insuficiência de dados
populacionais
Pseudoseisura lophotes Rio Grande do Sul Ave CR Não Fragmentação e insuficiência de dados
populacionais
Rhopornis ardesiacus Bahia Ave EN Sim Fragmentação e insuficiência de dados
populacionais
Callicebus coimbrai Sergipe e Bahia Mamífero CR Sim Fragmentação e insuficiência de dados
populacionais
Leontopithecus caissara São Paulo e Paraná Mamífero CR Não Isolamento de populações pelo canal do
Varadouro.
Phyllomys brasiliensis Felixlândia, MG Mamífero EN Não Habitat totalmente alterado pela ação antrópica.
Austrolebias carvalhoi União da Vitória, PR Peixe CR Não Habitat totalmente alterado pela ação antrópica.
Austrolebias ibicuiensis Rio Grande do Sul Peixe CR Não Ocorre em duas localidades e possui ausência
de dados populacionais.
Characidium vestigipinne Coxilha, RS Peixe CR Não Habitat totalmente alterado pela ação antrópica.
Crenicichla cyclostoma Baixo rio Tocantins, PA Peixe CR Não Distribuição atual desconhecida, hidrelétrica
Tucuruí.
Crenicichla jegui Baixo rio Tocantins, PA Peixe CR Não Distribuição atual desconhecida, hidrelétrica
Tucuruí.
Delturus parahybae Rio de Janeiro e Minas
Gerais Peixe CR Não
Vazamento produtos químicos – ausência de
dados populacionais.
Harttia rhombocephala Rio Faria, RJ Peixe CR Não Habitat totalmente alterado pela ação antrópica
Hasemania melanura União da Vitória, PR Peixe CR Não Barragens rio Iguaçú, distribuição atual
desconhecida
Hasemania maxillaris União da Vitória, PR Peixe CR Não Barragens rio Iguaçú, distribuição atual
desconhecida
Hyphessobrycon
taurocephalus União da Vitória, PR Peixe CR Não
Barragens rio Iguaçú, distribuição atual
desconhecida
Leptolebias citripinnis Restinga de Maricá, RJ Peixe EN Não Ausência de coordenadas geográficas,
fragmentação
Leptolebias fractifasciatus Inoã, RJ Peixe CR Não
Coordenadas não conferem com o local
analisado pelas imagens de satélite,
fragmentação
Leptolebias opalescens Petrópolis, RJ Peixe CR Não Ausência de dados populacionais, fragmentação
Leptolebias splendens Magé e Petrópolis, RJ Peixe CR Não Ausência dados populacionais, localidades
distintas
Plesiolebias xavantei Médio rio Tocantins, TO Peixe EN Não Peixe-anual ocorre em duas localidades,
ausência de dados populacionais
Simpsonichthys santanae Ribeirão Santana, DF Peixe EN Não Coordenada geográfica incorreta
* Machado et. al. (2005).
A seguir são listadas todas as espécies que não se configuraram exatamente na
metodologia da AZE, mas que merecem especial atenção de medidas de conservação e
119
pesquisa científica, devido à sua reduzida área ocorrência ou a ausência de informações
sobre sua ocorrência e devido ao seu status de ameaça.
3.2.1. Anfíbios
3.2.1.1. Bokermannohyla izecksohni (Jim & Caramaschi, 1979).
Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Criticamente em Perigo.
Trigger Species AZE: Sim (AZE, 2005).
Distribuição Geográfica: Distrito de Rubião Júnior, município de Botucatu no Estado de
São Paulo (Spirandeli-Cruz & Jim, no prelo).
Justificativa: Após análise das imagens por satélite Landsat 7 ETM + (MMA, 2002a) e
QuickBird (Google Earth, 2008), não foi possível estabelecer o sítio para a espécie, devido
à imprecisão da coordenada geográfica e ao alto grau de fragmentação dos remanescentes
florestais, imersos em uma matriz de agropecuária. É necessária busca em campo para
identificar sua distribuição atual, pois segundo Spirandeli-Cruz & Jim (no prelo) a espécie
é especialista em ambientes com mata mesófila, habitat não identificado na localidade
devido à grande interferência antrópica.
3.2.1.2. Thoropa petropolitana (Wandolleck, 1907).
Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Em Perigo.
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Vulnerável.
Trigger Species AZE: Não
Distribuição Geográfica: Os últimos registros da espécie são da década de 80 nas cidades
de Teresópolis e Petrópolis. Possui registros também para Santa Tereza, ES (Feio, no
prelo).
Justificativa: não é possível avaliar a insubstituibilidade dos locais de ocorrência da
espécie, pelo fato desta possuir registros na região serrana do Rio de Janeiro e no Espírito
Santo e por não haver dados populacionais disponíveis. Devido à insuficiência de dados
populacionais, é necessária a busca desta espécie em campo para levantamentos
populacionais em seus locais de ocorrência.
120
3.2.2. Aves
3.2.2.1. Cyanopsitta spixi (Wagler, 1832).
Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Extinta na Natureza.
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Criticamente em Perigo.
Trigger Species AZE: Sim (AZE, 2005).
Distribuição Geográfica: possui ocorrência histórica confirmada no riacho Barra Grande-
Melancia, no município de Curaçá, nordeste da Bahia e outras três localidades
reconhecidas como parte de sua distribuição histórica: riacho da Vargem nos municípios de
Abaré e Chorrochó, BA; riacho Macururé no município de Macururé e riacho da Brígida
nos municípios de Orocó e Parnamirim, PE (Biachi & Barros, no prelo-b).
Justificativa: a análise das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e
QuickBird (Google Earth, 2008) e dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros
(MMA, 2006), demonstrou um remanescente vegetacional formado por Savana Estépica
Arborizada e Formação Pioneira Fluvial entremeada por agropecuária, no entorno do
riacho de Barra Grande-Melancia e, que poderiam ser delimitados como Sítio Prioritário da
BAZE para a espécie. Porém, segundo Barros & Bianchi (no prelo-b), em 2005 foi criado o
Grupo de Trabalho para Recuperação da Ararinha-Azul, o qual está finalizando um plano
de ação para a espécie e cujos objetivos, entre outros, é sua reprodução em cativeiro e a
identificação de sítios adequados para reintrodução da espécie. Desta forma, deve-se
aguardar os resultados de pesquisas científicas antes de proceder à delimitação do sítio,
com o intuito de mapear uma localidade que seja adequada para a reintrodução da espécie.
Além do que, é necessário averiguar se as ameaças que levaram a espécie à extinção no
local ainda persistem e, desenvolver estratégias de conservação que visem à manutenção
das populações in situ. Através da avaliação as áreas prioritárias para conservação dos
biomas brasileiros, o MMA recomenda a criação de uma Reserva Biológica cercada por
Área de Proteção Ambiental na região de Curaçá, onde Cyanopsitta spixi possuía
ocorrência (MMA, 2002b).
3.2.2.2. Drymornis bridgesii (Eyton, 1850).
Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Ameaçada.
Trigger Species AZE: Não
121
Distribuição Geográfica: a espécie ocorre no Brasil nas localidades de Uruguaiana e no
Parque Estadual do Espinilho, na cidade de Barra do Guaraí, RS (Dias, no prelo-b).
Justificativa: a análise dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA,
2006) e das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google
Earth, 2008), demonstrou que os locais onde a espécie possui ocorrência estão isolados
pela fragmentação, e na ausência de dados populacionais, não foi possível avaliar a
insubstituibilidade.
3.2.2.3. Fregata ariel (Gray, 1845).
Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Ameaçada.
Trigger Species AZE: Não
Distribuição Geográfica: A espécie nidifica nas ilhas de Trindade e Martim Vaz, ES (Efe,
no prelo-a).
Justificativa: não foi possível avaliar a insubstituibilidade dos sítios de nidificação, pelo
fato da espécie nidificar em duas ilhas distintas, como descrito no item acima.
3.2.2.4. Fregata minor (Gmelin, 1789).
Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Ameaçada.
Trigger Species AZE: Não
Distribuição Geográfica: A espécie nidifica nas ilhas de Trindade e Martim Vaz, ES (Efe,
no prelo-b).
Justificativa: não foi possível avaliar a insubstituibilidade dos sítios de nidificação, pelo
fato da espécie nidificar em duas ilhas distintas, como descrito no item acima.
3.2.2.5. Formicivora littoralis Gonzaga & Pacheco, 1990.
Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Criticamente em Perigo.
Trigger Species AZE: Sim (AZE, 2005).
122
Distribuição Geográfica: a espécie possui registros para uma estreita faixa litorânea na
Região dos Lagos, no Estado do Rio de Janeiro, entre a praia de Jacomé e a praia de Peró,
incluindo ilhas próximas ao litoral de Cabo Frio e Arraial do Cabo (Gonzaga, no prelo-b).
Justificativa: a análise dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA,
2006) e das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google
Earth, 2008), demonstrou que devido ao alto grau de fragmentação do habitat da espécie é
à ausência de coordenadas geográficas exatas, não foi possível estabelecer uma localidade
para delimitação do sítio. São necessários inventários populacionais urgentes para a
espécie.
3.2.2.6. Leptasthenura platensis Reichenbach, 1853.
Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Ameaçada.
Trigger Species AZE: Não
Distribuição Geográfica: A espécie ocorre no Brasil nas localidades de Uruguaiana e
Barra do Guaraí, RS. Possui ocorrência no Parque Estadual do Espinilho na cidade de
Barra do Guaraí, RS (Dias, no prelo-c).
Justificativa: a análise dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA,
2006) e das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google
Earth, 2008), demonstrou que os locais onde a espécie possui ocorrência estão isolados
pela fragmentação, e na ausência de dados populacionais, não foi possível avaliar a
insubstituibilidade.
3.2.2.7. Mitu mitu (Linnaeus, 1766).
Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Extinta na Natureza.
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Extinta na Natureza.
Trigger Species AZE: Sim (AZE, 2005).
Distribuição Geográfica: matas primárias de baixada entre os Estados de Alagoas e Rio
Grande do Norte (Silveira, no prelo-c).
Justificativa: a inexistência de coordenadas geográficas que estabeleçam o local de
ocorrência histórica da espécie e a ausência de pesquisas científicas que indiquem uma
localidade adequada para reintrodução da espécie impossibilitam o estabelecimento de um
123
Sítio Prioritário da BAZE para Mitu mitu. Segundo Silveira (no prelo-c), existem
atualmente dois criadouros empenhados na reprodução ex situ da espécie que são a
Fundação Crax e o Criadouro Científico e Cultural de Poços de Caldas, ambos no Estado
de Minas Gerais. É necessário, assim como mencionado para Cyanopsitta spixi, que haja
investimento em pesquisa científica no intuito de estabelecer uma localidade adequada
para possível reintrodução da espécie e o desenvolvimento de estratégias de conservação
que eliminem ou minimizem as ameaças que a levaram à extinção no local. Silveira (no
prelo-c) ainda sugere que sejam preservados os remanescentes florestais em Alagoas, que
estão sob forte pressão antrópica e integram as áreas de distribuição histórica da espécie.
3.2.2.8. Myrmotherula snowi Teixeira & Gonzaga, 1985.
Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Criticamente em Perigo.
Trigger Species AZE: Sim (AZE, 2005).
Distribuição Geográfica: a espécie é encontrada apenas na Estação Ecológica de Murici
em Alagoas, na Mata do Estado, na Reserva Particular do Patrimônio Natural de Frei
Caneca e no Engenho Jussara em Pernambuco (Silveira, no prelo-e).
Justificativa: a espécie encontra-se distribuída em quatro pequenos fragmentos florestais,
e segundo Silveira (no prelo-e), mais de 90% do habitat foi destruído pelo desmatamento e
os fragmentos restantes sofrem com a retirada ilegal de madeira como na EE de Murici e
na Mata do Estado, agravando ainda mais o estado de conservação da espécie. Na EE de
Murici a espécie é rara, sendo considerada uma das aves mais ameaçadas de extinção da
região neotropical (Silveira, no prelo-e). Pelo fato de possuir registros em quatro
fragmentos, não foi possível avaliar a insubstituibilidade destes locais, e sendo assim, são
necessários levantamentos populacionais e maiores estudos sobre sua distribuição a fim de
verificar se um dos fragmentos descritos contém cerca de 90% da população total da
espécie, podendo desta forma, ser delimitado como Sítio Prioritário da BAZE.
3.2.2.9. Nemosia rourei Cabanis, 1870.
Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Criticamente em Perigo.
Trigger Species AZE: Sim (AZE, 2005).
124
Distribuição Geográfica: a espécie tem ocorrência atual em três localidades no Estado do
Espírito Santo: Fazenda Pindobas IV, Fazenda Caetés e Reserva Biológica Augusto Ruschi
(Silveira, no prelo-f).
Justificativa: a análise dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA,
2006) e das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google
Earth, 2008), demonstrou que os três registros de ocorrência da espécie estão separados
pela fragmentação e não podem ser configurados como uma localidade. Além do que, não
há dados populacionais da espécie, não sendo possível desta forma, avaliar a
insubstituibilidade de seus locais de ocorrência. Segundo a avaliação de áreas prioritárias
para conservação do MMA (MMA, 2002b) a Fazenda Pindobas é prioridade para criação
de unidade de conservação.
3.2.2.10. Philydor novaesi Teixeira & Gonzaga, 1983.
Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Criticamente em Perigo.
Trigger Species AZE: Sim (AZE, 2005).
Distribuição Geográfica: a espécie possui registros atuais para a Estação Ecológica de
Murici (localidade-tipo) em Alagoas e na Reserva Particular do Patrimônio Natural de Frei
Caneca em Pernambuco (Roda, no prelo).
Justificativa: a análise dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA,
2006) e das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google
Earth, 2008), demonstrou que a espécie ocorre em dois locais isolados pela fragmentação,
e não ausência de dados populacionais, não foi possível avaliar sua insubstituibilidade.
Porém, a espécie não tem sido avistada na EE de Murici e sua população na RPPN de Frei
Caneca é estimada em apenas 10 indivíduos (Roda, no prelo). São necessários inventários
populacionais e medidas conservacionistas urgentes.
3.2.2.11. Phylloscartes beckeri Gonzaga & Pacheco, 1995.
Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Em Perigo
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Em Perigo.
Trigger Species AZE: Sim (AZE, 2005).
125
Distribuição Geográfica: possui ocorrência em Boa Nova, BA na região do complexo de
serras Lontras-Javi e na Chapada Diamantina, BA (Straube & Urban-Filho, no prelo).
Justificativa: a análise dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA,
2006) e das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google
Earth, 2008), demonstrou que a espécie possui distribuição em três localidades distintas, e
na ausência de dados populacionais, não foi possível avaliar a insubstituibilidade destes
locais.
3.2.2.12. Pseudoseisura lophotes (Reichenbach, 1853).
Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Ameaçada.
Trigger Species AZE: Não
Distribuição Geográfica: a espécie ocorre no Brasil nas localidades de Uruguaiana e
Barra do Guaraí, RS. Possui ocorrência no Parque Estadual do Espinilho, município de
Barra do Guaraí, RS (Dias, no prelo-d).
Justificativa: a análise dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA,
2006) e das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google
Earth, 2008), demonstrou que os locais onde a espécie possui ocorrência estão isolados
pela fragmentação, e na ausência de dados populacionais, não foi possível avaliar a
insubstituibilidade.
3.2.2.13. Rhopornis ardesiacus (Wied, 1831).
Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Em Perigo.
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Em Perigo.
Trigger Species AZE: Sim (AZE, 2005).
Distribuição Geográfica: A espécie possui ocorrência na “mata-de-cipó” no centro-sul da
Bahia, cidade de Boa Nova e extremo nordeste de Minas Gerais (Silveira, no prelo-g).
Justificativa: a análise dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA,
2006) e das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google
Earth, 2008), demonstrou que o habitat da espécie encontra-se extremamente fragmentado
e isolado por extensas áreas de uso e ocupação humano e na ausência de dados
populacionais, foi possível estabelecer a insubstituibilidade de seus locais de ocorrência.
126
3.2.3. Mamíferos
3.2.3.1. Callicebus coimbrai Kobayashi & Langguth, 1999.
Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Criticamente em Perigo.
Trigger Species AZE: Sim (AZE, 2005).
Distribuição Geográfica: segundo Jerusalinsky (no prelo) a espécie ocorre no Estado do
Sergipe e litoral norte da Bahia, em habitat extremamente fragmentado pela agricultura,
pecuária e retirada ilegal de madeira. De acordo com Cambará (2007) a espécie ocorre
atualmente em apenas cinco fragmentos florestais e não se conhecem dados populacionais.
Justificativa: não é possível avaliar a insubstituibilidade em seus registros de ocorrência
devido à ausência de dados populacionais e, sendo assim, são necessários inventários
populacionais, para investigar a possibilidade de uma maioria significativa da população
ocorrer em um determinado local.
3.2.3.2. Leontopithecus caissara Lorini & Persson, 1990.
Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Criticamente em Perigo.
Trigger Species AZE: Não
Distribuição Geográfica: a espécie ocorre em estreita faixa que se abrange o extremo
litoral norte do Estado do Paraná até o extremo litoral sul do Estado de São Paulo
(Nascimento et. al., no prelo).
Justificativa: a planície do Ariri, no município de Cananéia e Ilha de Superagüi no Estado
do Paraná se caracterizariam como única localidade, constituída por um contínuo de Mata
Atlântica, não fosse pela presença do canal do Varadouro, canal artificial, que separa a
localidade em dois fragmentos, um no continente e outro na ilha, e que apresentam
estimativas populacionais equilibradas (Nascimento et. al., no prelo) Sendo assim, a
espécie não apresenta insubstituibilidade em seus locais de ocorrência.
3.2.3.3. Phyllomys brasiliensis Lund, 1840.
Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Em Perigo.
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.
Trigger Species AZE: Não
127
Distribuição Geográfica: a espécie possui registro histórico para Lagoa Santa e registro
atual em Felixlândia, ambas no Estado de Minas Gerais (Costa et. al., no prelo-a).
Justificativa: a análise dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA,
2006) e das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google
Earth, 2008), demonstrou que a localidade em Felixlândia onde a espécie possui ocorrência
encontra-se totalmente alterada pela agricultura e monoculturas. Segundo Costa et. al. (no
prelo-a), a espécie ocupa habitat específico em áreas de transição entre Cerrado e Mata
Atlântica, como matas de galeria, habitat este que não pode ser identificado pelas análise
realizadas. Sendo assim, são necessários levantamentos em campo para identificação de
novos locais de ocorrência, bem como, maiores estudos sobre os requerimentos ecológicos
da espécie (Costa et. al., no prelo-a).
3.2.4. Peixes
3.2.4.1. Austrolebias carvalhoi (Myers, 1947).
Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.
Trigger Species AZE: Não
Distribuição Geográfica: a espécie é conhecida apenas de poças temporárias próximas às
margens do rio Iguaçu, em União da Vitória, Estado do Paraná (Lima, no prelo-a).
Justificativa: a análise dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA,
2006) e das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google
Earth, 2008), demonstrou que coordenada geográfica da espécie indica uma pequena área
convertida para uso humano, impossibilitando a delimitação de um sítio nesta localidade.
São necessários levantamentos para a identificação de outras populações. É necessária
também a proteção das áreas alagáveis de ocorrência da espécie (Lima, no prelo-a).
3.2.4.2. Austrolebias ibicuiensis (Costa, 1999).
Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.
Trigger Species AZE: Não
Distribuição Geográfica: a espécie possuía registros nas várzeas do rio Ibicuí (localidade-
tipo), porém tentativas subseqüentes de reencontrar a espécie neste local falharam, e nas
128
poças temporárias do rio Toropi, um afluente do rio Ibicuí, bacia do rio Uruguai no Estado
do Rio Grande do Sul (Lima, no prelo-b).
Justificativa: a análise dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA,
2006) e das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google
Earth, 2008), demonstrou que a espécie apresenta distribuição confirmada em duas
localidades distintas, e na ausência de dados populacionais, não foi possível avaliar a
insubstituibilidade destes locais. No entanto, é necessário investigar se ainda possui
ocorrência na localidade-tipo.
3.2.4.3. Characidium vestigipinne Buckup & Hahn, 2000.
Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.
Trigger Species AZE: Não
Distribuição Geográfica: a espécie é conhecida apenas da localidade-tipo na cabeceira do
rio Caraguatá na Fazenda Dückel no município de Coxilha, Estado do Rio Grande do Sul
(Reis & Buckup, no prelo).
Justificativa: através da análise dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros
(MMA, 2006) e das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird
(Google Earth, 2008), do local indicado pela coordenada geográfica, não foi possível
identificar o habitat da espécie como descrito por Reis & Buckup (no prelo), um
remanescente de mata com ambiente aquático lêntico, uma vez que neste local havia
apenas cobertura vegetal composta por gramíneas, oriundas de agricultura. Foram
observados no entorno do ponto indicado pela coordenada, alguns trechos cobertos por
vegetação, que poderia se tratar de reflorestamento, em meio a uma matriz totalmente
dominada pela agropecuária. São necessários levantamentos populacionais da espécie para
identificar seu atual local de distribuição, para uma posterior delimitação do sítio.
3.2.4.4. Crenicichla cyclostoma Ploeg, 1986.
Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.
Trigger Species AZE: Não
Distribuição Geográfica: Baixo rio Tocantins no Estado do Pará (Lima, no prelo-c).
129
Justificativa: a espécie não possui distribuição atual desconhecida, pois seu ambiente
natural foi totalmente alterado pela construção da Usina Hidrelétrica de Tucuruí (Lima, no
prelo-c). É necessária investigação da atual distribuição da espécie.
3.2.4.5. Crenicichla jegui Ploeg, 1986.
Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.
Trigger Species AZE: Não
Distribuição Geográfica: Baixo rio Tocantins no Estado do Pará (Lima, no prelo-d).
Justificativa: a espécie não possui distribuição atual desconhecida, pois seu ambiente
natural foi totalmente alterado pela construção da Usina Hidrelétrica de Tucuruí (Lima, no
prelo-d). É necessária investigação da atual distribuição da espécie e posterior delimitação
de seu sítio.
3.2.4.6. Delturus parahybae (Eigenmann & Eigenmann, 1889).
Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.
Trigger Species AZE: Não
Distribuição Geográfica: a espécie é conhecida de três localidades na bacia do rio Paraíba
do Sul, duas na calha principal do rio Paraíba do Sul, entre as cidades de Três Rios e Barra
do Piraí, Estado do Rio de Janeiro e uma no rio Pomba na altura do município de Laranjal,
Estado de Minas Gerais (Vieira & Pompeu, no prelo; Menezes et. al., 2007).
Justificativa: a região de ocorrência da espécie foi seriamente impactada pelo vazamento
de produtos químicos da Fábrica Cataguases de Papel, em Cataguases (MG), que provocou
grande mortandade de peixes nos rios Pomba e Paraíba do Sul (Vieira & Pompeu, no
prelo). Não foi possível assim, avaliar a insubstituibilidade, pelo fato da espécie ocorrer
nas duas localidades e não se conhecer seu tamanho populacional. Porém é necessário
avaliar se ainda ocorre em sua área de distribuição original ou se sua distribuição encontra-
se atualmente restrita a apenas uma localidade.
3.2.4.7. Harttia rhombocephala Miranda-Ribeiro, 1939.
Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.
130
Trigger Species AZE: Não
Distribuição Geográfica: a espécie possui registros apenas do rio Faria, uma pequena
drenagem que desemboca na baía de Guanabara, RJ. A espécie é conhecida apenas da
série-tipo (Oyakawa, no prelo; Menezes et. al., 2007).
Justificativa: não se conhece a atual distribuição da espécie, pois se habitat foi totalmente
alterado pela poluição e pela urbanização. São necessários levantamentos para identificar a
atual distribuição da espécie (Oyakawa, no prelo).
3.2.4.8. Hasemania melanura Ellis, 1911.
Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.
Trigger Species AZE: Não
Distribuição Geográfica: a espécie possui apenas registros históricos que datam de 1908
na bacia do médio rio Iguaçu, município de União da Vitória, Estado do Paraná (Serra et.
al., no prelo-a).
Justificativa: a distribuição atual da espécie é desconhecida. Em virtude da construção de
barragens no rio Iguaçu e do processo de urbanização e poluição dos pequenos cursos
d’água, todos os esforços em reencontrar a espécie não obtiveram sucesso. É fundamental
a conservação dos remanescentes de áreas não alteradas pela ação humana, bem como, é
fundamental o conhecimento de aspectos da biologia da espécie e inventários para
identificar sua atual distribuição (Serra et. al., no prelo-a).
3.2.4.9. Hasemania maxillaris Ellis, 1911.
Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.
Trigger Species AZE: Não
Distribuição Geográfica: a espécie possui apenas registros históricos que datam de 1908
na bacia do médio rio Iguaçu, município de União da Vitória, Estado do Paraná (Serra et.
al., no prelo-b).
Justificativa: segundo Serra e colaboradores (no prelo-b), a distribuição atual da espécie é
desconhecida. Em virtude da construção de barragens no rio Iguaçu e do processo de
urbanização e poluição dos pequenos cursos d’água, todos os esforços em reencontrar a
espécie não obtiveram sucesso. É fundamental a conservação dos remanescentes de áreas
131
não alteradas pela ação humana, bem como, é fundamental o conhecimento de aspectos da
biologia da espécie e inventários para identificar sua atual distribuição (Serra et. al., no
prelo-b).
3.2.4.10. Hyphessobrycon taurocephalus Ellis, 1911.
Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.
Trigger Species AZE: Não
Distribuição Geográfica: a distribuição atual da espécie é desconhecida, supõe-se que ela
ocorria somente no rio Iguaçu no Estado do Paraná, onde foi coletada a série-tipo em 1908
(Duboc & Abilhoa, no prelo).
Justificativa: a espécie teve seu habitat original destruído pela construção de barragens no
rio Iguaçu. São necessários inventários para identificar a atual distribuição da espécie
(Duboc & Abilhoa, no prelo).
3.2.4.11. Leptolebias citripinnis (Costa, Lacerda & Tanizaki, 1988).
Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Em Perigo.
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.
Trigger Species AZE: Não
Distribuição Geográfica: a espécie é conhecida apenas da Restinga de Maricá, entre
Maricá e Itaipuaçu, no Estado do Rio de Janeiro (Lima, no prelo-e; Menezes et. al., 2007).
Justificativa: não existem coordenadas geográficas disponíveis para a espécie, e devido ao
alto grau de fragmentação observado através das imagens por satélite Landsat 7 ETM+
(MMA, 2002a) e QuickBird (Google Earth, 2008), torna-se improvável a delimitação de
um sítio para a espécie. São necessários inventários no intuito de localizar a espécie em
campo, definindo seu local de ocorrência e viabilizando a delimitação de seu sítio.
3.2.4.12. Leptolebias fractifasciatus (Costa, 1988).
Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.
Trigger Species AZE: Não
Distribuição Geográfica: a espécie é conhecida da região de Inoã, sistema de lagoas de
Maricá, Estado do Rio de Janeiro (Lima, no prelo-g; Menezes et. al., 2007).
132
Justificativa: a análise dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA,
2006) e das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google
Earth, 2008), dos locais indicados pelas coordenadas geográficas não conferem com a
descrição das características físicas e topográficas da localidade descritas por Lima (no
prelo-g). A região de Inoã encontra-se bastante fragmentada pela urbanização, não sendo
possível assim, na ausência de coordenadas geográficas exatas, estabelecer a delimitação
de um sítio para a espécie. São necessários levantamentos populacionais no local a fim de
identificar a real distribuição geográfica da espécie.
3.2.4.13. Leptolebias opalescens (Myers, 1942).
Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Vulnerável.
Trigger Species AZE: Não
Distribuição Geográfica: possui registro para Vila Cava, na serra de Petrópolis e em
Seropédica, no Estado do Rio de Janeiro (Lima, no prelo-j).
Justificativa: devido ao isolamento das áreas provocado pelo alto grau de fragmentação do
habitat e pela urbanização, como observado nas imagens por satélite Landsat 7 ETM+
(MMA, 2008a) e Quick Bird (Google Earth, 2008), e na ausência de dados populacionais,
não foi possível avaliar a insubstituibilidade destes locais e delimitar o sítio. O ponto de
ocorrência da espécie em Vila Cava encontra-se próximo ao Sítio Prioritário da BAZE de
Nova Iguaçu. São necessários inventários populacionais da espécie neste sítio, para
verificar sua representatividade no local e possibilitar assim, estratégias também para sua
conservação.
3.2.4.14. Leptolebias splendens (Myers, 1942).
Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Criticamente em Perigo.
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Vulnerável.
Trigger Species AZE: Não
Distribuição Geográfica: a espécie possui registro para a Serra de Petrópolis e próximo
ao município de Magé, em um remanescente florestal protegido por um campo de
escoteiros, no Estado do Rio de Janeiro (Lima, no prelo-l; Menezes, et. al., 2007). Segundo
Lima (no prelo-l), a espécie não possui registros recentes, pois a tentativas de reencontrá-la
foram infrutíferas.
133
Justificativa: a análise dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA,
2006) e das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google
Earth, 2008), demonstrou que a espécie possui ocorrência em duas localidades distintas e
desta forma, e na ausência de dados populacionais, não foi possível avaliar a
insubstituibilidade. O ponto de ocorrência registrado para a Serra de Petrópolis data de
1944 (Lima, no prelo-l) e é englobado pelo Sítio Prioritário da BAZE da Serra dos Órgãos.
São necessários inventários populacionais da espécie neste sítio, para verificar se ainda
subsiste no local e possibilitar assim, estratégias também para sua conservação.
3.2.4.15. Plesiolebias xavantei (Costa, Lacerda & Tanizaki, 1988).
Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Em Perigo.
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.
Trigger Species AZE: Não
Distribuição Geográfica: a espécie possui distribuição no médio rio Tocantins, Estado de
Tocantins, nos municípios de Porto Nacional, Itaguatins e Brejinho de Nazaré (Lima, no
prelo-m).
Justificativa: a análise dos Mapas de Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros (MMA,
2006) e das imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird (Google
Earth, 2008), demonstrou que o local de ocorrência da espécie em Porto Nacional está
totalmente alterado pela existência do aeroporto. Desta forma, os locais onde sua existência
ainda se faz viável são Brejinho de Nazaré, onde a espécie ocorre no interior do Sítio
Prioritário da BAZE de Brejinho de Nazaré e em Itaguatins, em meio a um grande
remanescente de vegetação. Devido à ausência de dados populacionais, não foi possível
avaliar a insbustituibilidade dos locais de ocorrência.
3.2.4.16. Simpsonichthys santanae (Shibatta & Garavello, 1992).
Status de Ameaça no Brasil (Machado et. al., 2005): Em Perigo.
Status de Ameaça IUCN (IUCN, 2007b): Não Avaliada.
Trigger Species AZE: Não
Distribuição Geográfica: ocorre em poças marginais do ribeirão Santana, sistema do rio
São Bartolomeu, bacia do rio Paraná, Distrito Federal (Shibatta & Lima, no prelo).
Justificativa: a análise imagens por satélite Landsat 7 ETM+ (MMA, 2002a) e QuickBird
(Google Earth, 2008), demonstrou que a coordenada geográfica exata disponível para a
134
espécie aponta para um local sobre uma rodovia, não podendo ser identificado nas
imediações, o local de ocorrência como descrito na ficha técnica do livro vermelho. É
necessário identificar o atual local de distribuição da espécie, para posterior delimitação de
seu sítio.
4. DISCUSSÃO
De acordo com Primack & Rodrigues (2001), em grande parte dos trópicos,
incluindo o Brasil, não se conhece o tamanho populacional da grande maioria das espécies,
das quais, muitas não foram sequer nomeadas e descritas. A Lista da Fauna Brasileira
Ameaçada de Extinção (Machado et. al., 2005), ilustra esta situação por possuir 337
espécies de vertebrados incluídas na categoria Deficiente em Dados.
Este trabalho foi o ponto de partida para a identificação de 36 trigger species
distribuídas em 32 Sítios Prioritários da BAZE, que representam a ponta do iceberg na
crise das extinções (Eken et. al., 2004) no Brasil. Porém, o processo de refinamento das
informações deve ser dinâmico para que possa contribuir de forma efetiva na melhora do
status de ameaça das espécies de vertebrados brasileiros. A Lista das Espécies Candidatas
da BAZE representa um bom exemplo da necessidade de um incremento nas pesquisas
científicas, pela busca de dados que possam esclarecer a real situação de ameaça em que
estas espécies se encontram, e assim, posteriormente se sugerir estratégias para sua
conservação.
4.1. Fatores de diferenças nos resultados encontrados pela BAZE e pela AZE no
Brasil
A AZE identificou 50 trigger species para o Brasil, das quais, apenas 15 constituem
espécies comuns às duas iniciativas. Foram identificadas, no entanto outras 21 trigger
species pela BAZE, não configuradas pela iniciativa internacional.
No intuito de compreender a origem das diferenças encontradas nos resultados e,
partindo-se do pressuposto de uma metodologia em comum, podemos citar alguns fatores
que contribuíram de forma significativa. Primeiramente, o trabalho de identificação dos
135
Sítios Prioritários da AZE partiu da análise de quatro grupos de vertebrados (anfíbios,
répteis, aves e mamíferos) e de coníferas (AZE, 2005). A BAZE por sua vez, iniciou o
processo de identificação de seus sítios baseada nos cinco grupos de vertebrados (anfíbios,
répteis, aves, mamíferos e peixes). No Brasil, no entanto, não há nenhum Sítio Prioritário
da AZE identificado para coníferas, sendo estes baseados então apenas nos quatro grupos
de vertebrados descritos acima. A BAZE, ao identificar sítios para o grupo dos peixes,
abriu espaço para uma grande quantidade de espécies que não ainda não foi globalmente
avaliada, não constando desta forma, na lista vermelha da IUCN e que por este motivo, não
foi incluído nas análises da AZE. Grande parte destas diferenças pode ser associada às
discrepâncias existentes entre a lista vermelha global e a lista vermelha nacional. Segundo
Paglia (2007), comparando as listas vermelhas global e nacional, o grupo dos peixes possui
3,6 vezes mais espécies na lista vermelha nacional do que na lista vermelha global.
Confirmando esta estatística, foi verificado que a maioria dos peixes anuais incluídos como
trigger specie da BAZE, não são avaliados pela lista vermelha global.
Como pode ser verificado na Tabela 2, há 23 trigger species identificadas pela
AZE no Brasil que não são categorizadas como espécies ameaçadas pela lista vermelha
global, assim como, também não o são pela lista vermelha nacional, muitas das quais, não
são sequer avaliadas pela lista nacional. Estas espécies, no entanto, não foram avaliadas
pela BAZE por não se configurarem no critério do Perigo. Entretanto, Caluromysiops
irrupta, trigger species da BAZE e avaliada como VU pela lista vermelha global, não
constitui trigger species da AZE. Estes fatores conferem por si só, uma das grandes
diferenças que podem ser apontadas entre os resultados encontrados pela AZE e pela
BAZE no Brasil.
Entretanto, é necessário apontar, que duas trigger species identificadas pela AZE,
que possuem status de ameaça CR nas listas vermelhas global e nacional, não são trigger
species da BAZE por possuírem distribuição geográfica disjunta (Crax blumenbachii e
Callicebus barbarabrownae). As trigger species da BAZE: Bothrops insularis,
Leontopithecus chrysopygus e Bothrops alcatraz, são também categorizadas como CR nas
listas vermelhas global e nacional e não são trigger species da AZE.
Dentre as espécies de mamíferos apontadas por Paglia (2007) como discrepantes
em seu status de ameaça entre as listas vermelhas global e nacional, duas (Juscelinomys
candango e Phyllomys thomasi), são respectivamente categorizadas pela lista global como
136
Quase Ameaçada e Não Avaliada e encontram-se ameaçadas de extinção no Brasil, e que,
por serem espécies de último refúgio, configuram-se como trigger species da BAZE.
Segundo Gärdenfors (2001), muitas das espécies que se encontram ameaçadas
localmente podem não estar ameaçadas em nível global, bem como, aquelas espécies
ameaçadas em nível global podem não ser ameaçadas localmente. Pode-se citar dois
exemplos que ilustram esta afirmativa. Espécies como Coryphistera alaudina que possui
distribuição em única localidade no sul do Brasil, distribui-se também por outros países da
fronteira. Sendo assim, a espécie é ameaçada de extinção pela lista vermelha nacional,
sendo categorizada como não ameaçada pela lista vermelha global. Considerando-se os
critérios da metodologia, para a AZE, como iniciativa global, esta espécie não se configura
de fato, devido ao seu padrão de distribuição. Coryphistera alaudina é, portanto, uma
espécie ameaçada segundo a lista vermelha nacional e ocorre em último refúgio no Brasil,
e sendo assim, deve ser considerada apenas pela iniciativa brasileira. O mesmo caso ocorre
com Eleothreptus candicans, espécie ameaçada pelas listas vermelhas global e nacional,
que ocorre em último refúgio em território nacional, mas que possui distribuição em países
vizinhos ao Brasil.
Outro fator que pode ser apontado como gerador das diferenças nos resultados
encontrados pelas duas iniciativas é o esforço em delimitação das áreas. Dentre as espécies
incluídas na Lista de Candidatas da BAZE, dez são classificadas como trigger species da
AZE (Bokermannohyla izecksohni, Cyanopsitta spixi, Formicivora littoralis, Mitu mitu,
Myrmotherula snowi, Nemosia rourei, Philydor novaesi, Phylloscartes beckeri, Rhopornis
ardesiacus, Callicebus coimbrai). Porém, apesar destas espécies estarem seriamente
ameaçadas de extinção, confinadas a pequenos habitats fragmentados, e como foi
demonstrado pela análise dos dados geográficos, não fica evidenciado que estas espécies
ocorrem em último refúgio. No entanto, é importante lembrar, que estes resultados foram
obtidos segundo as informações disponíveis, e as espécies que se encontram na lista de
candidatas necessitam de maiores avaliações populacionais e de distribuição.
Segundo Ricketts et. al. (2004), os Sítios Prioritários da AZE são identificados no
mapa através de pontos. Considerando-se ainda o esforço em delimitação dos sítios entre
as duas iniciativas, alguns outros obstáculos podem ser evidenciados. Inicialmente pode-se
citar o exemplo de Bokermanohyla izecksohni, que segundo Spirandeli-Cruz & Jim (no
prelo), é especialista em ambientes com mata mesófila, e cuja análise dos dados do sistema
de informação geográfica apontou grande alteração em seu habitat, sendo necessário neste
137
caso, reavaliar a distribuição da espécie para posteriormente proceder à delimitação do
sítio. No caso de Formicivora littoralis, espécie que também possui habitat extremamente
fragmentado e ameaçado pela expansão urbana desordenada, é inviável estabelecer um
sítio para a espécie obedecendo aos critérios propostos pela metodologia, uma vez que suas
populações estão isoladas em fragmentos separados por núcleos urbanos.
4.2. Considerações acerca das Trigger Species
Das 36 trigger species distribuídas pelos 32 Sítios Prioritários da BAZE
identificados, o grupo com maior representatividade foi o dos peixes com 36,1%, seguido
pelos anfíbios com 25%, as aves com 22,25%, os mamíferos com 11,15% e por último os
répteis com 5,5% do total.
Segundo Menezes et. al. (2007), a representatividade de estudos técnicos sobre
ecologia e conservação de peixes tem sido muito pequena. E sendo assim, a
disponibilidade de informações sobre distribuição geográfica e dados populacionais acerca
deste grupo também é bastante restrita. De acordo Paglia (2007), os peixes representam
24,6% das espécies ameaçadas da lista vermelha nacional, havendo baixa
representatividade de espécies continentais da lista vermelha global. A família dos
Rivulídeos apresenta a maior quantidade de espécies ameaçadas de extinção (Rosa &
Lima, no prelo). Com alto grau de endemismo e distribuição geográfica muito restrita, os
Rivulídeos são naturalmente vulneráveis. A destruição acelerada de ambientes da região
costeira do Brasil e a eliminação dos brejos inseridos nas florestas tropicais, provoca o
desaparecimento destas espécies (Rosa & Lima, no prelo). Dentre os treze Sítios
Prioritários da BAZE que representam trigger species de peixes 53,84% são da Família
Rivulidae, localizados em sua maioria no Estado do Rio de Janeiro. O grande fator de
ameaça às espécies de peixes de água doce brasileiros, é a construção de hidrelétricas, que
eliminam os ambientes naturais habitados por estas espécies e a poluição dos corpos
d’água (Rosa & Lima, no prelo).
Os anfíbios constituem o segundo maior grupo de trigger species, possuindo uma
representatividade de 25% dentre os Sítios Prioritários da BAZE, com 66,6% concentrados
na Mata Atlântica. Segundo Haddad (no prelo) os anfíbios são extremamente sensíveis à
destruição e à alteração de seu ambiente, o que pode explicar a grande proporção de trigger
species identificadas na Mata Atlântica. É importante citar ainda, que 51% das trigger
138
species identificadas pela AZE ao redor do mundo, são de espécies de anfíbios (AZE,
2005).
As aves são um grupo relativamente bem conhecido com uma abundante literatura
científica (Silveira & Straube, no prelo). Segundo Paglia (2007), as aves representam
25.5% das espécies ameaçadas da lista vermelha nacional. Dos 160 táxons de aves
ameaçados de extinção, 78% concentra-se em apenas um bioma (Silveira & Straube, no
prelo). Deste total, 61,25% são endêmicas da Mata Atlântica e 16,25% são endêmicas do
Cerrado (Silveira & Straube, no prelo). Dos oito Sítios Prioritários da BAZE identificados
que contêm trigger species de aves, 37% estão localizados na Mata Atlântica e 25% estão
localizados no Cerrado. Sendo assim, devido à grande representatividade deste grupo na
Mata Atlântica e devido ao alto grau de ameaça sofrido por este bioma, a Mata Atlântica é
um bioma crítico para a conservação de aves no Brasil.
Segundo Chiarello et. al. (no prelo), os mamíferos formam um grupo ainda pouco
estudado no Brasil, o que pode ser ilustrado pelas 110 espécies categorizadas como
Deficiente em Dados presentes na Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção
(Machado et. al., 2005). Os mamíferos representam 10,6% do total de espécies ameaçadas
no Brasil (Paglia, 2007), e dentre os Sítios Prioritários da BAZE, o grupo possui uma
representatividade de 11,15%. Segundo Costa et. al. (no prelo), das doze espécies de
roedores ameaçadas de extinção, apenas uma não é endêmica, enquanto que, entre as
trigger species da BAZE, os roedores possuem uma representatividade de 50%.
Os répteis por sua vez, representam 3,2% do total de espécies ameaçadas de
extinção no Brasil (Paglia, 2007). Dentre os Sítios Prioritários da BAZE, é o grupo que
possui a menor representatividade, com 5,5% dos sítios identificados com base no grupo.
Segundo Martins & Molina (no prelo), o desconhecimento sobre a biologia e a distribuição
do grupo impossibilita avaliações seguras sobre seu status de conservação. Das vinte
espécies ameaçadas, cinco são espécies marinhas (não avaliadas neste estudo) e treze
distribuem-se pela Mata Atlântica.
4.3. Considerações acerca da Lista de Espécies Candidatas da BAZE
A Lista de Espécies Candidatas é uma proposta da AZE (AZE, 2005), para aquelas
espécies em cujas áreas há imprecisão de dados ou onde os critérios da metodologia não
são atendidos de forma satisfatória. Nesta lista devem estar incluídas as espécies, cujas
139
áreas não se enquadram completamente no critério da insubstituibilidade; espécies que
ocorrem em último refúgio, mas que são categorizadas como Vulneráveis, Deficiente em
Dados ou Não Avaliadas ou ainda, para as quais haja incertezas taxonômicas. A AZE
propõe ainda que esta lista seja revisada periodicamente por especialistas, para que
espécies que necessitam de ações conservacionistas urgentes possam ser identificadas com
rapidez a fim de se evitar sua extinção (AZE, 2005).
Neste contexto, o projeto brasileiro também contou com uma lista de espécies
candidatas. Em princípio foram incluídas na Lista de Espécies Candidatas da BAZE,
somente aquelas espécies pré-selecionadas que de alguma forma, possuiam deficiência em
dados de distribuição ou possuiam apenas registros históricos, não tendo sido desta forma
possível, delimitar seu sítio ou ainda, nos casos onde os critérios da insubstituibilidade ou
discrição não se qualificaram de forma precisa.
O projeto da Aliança Brasileira para Extinção Zero deve incorporar os princípios
propostos pela AZE ao longo de sua implantação, procedendo a uma constante avaliação
das espécies incluídas na Lista de Espécies Candidatas da BAZE. As espécies, cujos sítios
não puderam ser delimitados por insuficiência de dados de ocorrência ou devido à total
alteração ou destruição de seu habitat, são prioridades (Langhammer et. al., 2007) nas
pesquisas de campo e levantamentos populacionais. Para muitas destas espécies, poderão
ser necessárias medidas conservacionistas como reprodução em cativeiro e reintrodução
em seu ambiente natural. As trigger species da BAZE por outro lado, são prioridades em
iniciativas de conservação. A BAZE deve também, proceder à avaliação das espécies não
incluídas no presente projeto, categorizadas como Vulneráveis, Deficientes em Dados, não
avaliadas e com incerteza taxonômica que ocorrem em locais de último refúgio, no sentido
de impedir sua extinção, pelo fato de se encontrarem extremamente ameaçadas.
A AZE (AZE, 2005), reconhece que nem todas as espécies categorizadas como
Criticamente em Perigo e Em Perigo possuem ocorrência restrita a apenas um sítio.
Todavia, as espécies que possuem área de ocorrência menos restrita constituem-se também
como um importante alvo para a conservação, embora não sejam os alvos deste estudo.
Nesta categoria estão incluídas 50% das espécies presentes na Lista de Espécies
Candidatas da BAZE, onde não foi possível avaliar a insubstituibilidade de seus locais de
ocorrência devido à ausência de dados populacionais. Para algumas destas espécies, como
no caso de Philydor novaesi, o investimento em conservação e pesquisas científicas faz-se
urgente. De acordo com as informações populacionais disponíveis, a espécie conta com
140
uma população extremamente reduzida e em declínio devido à perda e destruição de seu
habitat (Roda, no prelo). As populações das duas localidades onde a espécie possui
registros merecem especial atenção e necessitam de reavaliação periódica, pois, caso a
espécie não seja reencontrada na E.E. de Murici em Alagoas, esta deve ser reclassificada
como trigger species e o sítio da RPPN de Frei Caneca em Pernambuco deve ser
delimitado como Sítio Prioritário da BAZE.
Para as espécies categorizadas como Criticamente em Perigo e Em Perigo, para as
quais não foi possível delimitar um sítio específico devido à ausência de dados de
ocorrência, a AZE sugere que sejam realizadas pesquisas na área de distribuição da espécie
no intuito de localizar outras populações e posteriormente proceder à delimitação de seus
sítios (AZE, 2005). Para os outros 50% das espécies incluídas na Lista das Espécies
Candidatas da BAZE não foi possível proceder à delimitação dos sítios por três motivos
distintos: insuficiência nos dados de distribuição, como a ausência de coordenadas
geográficas ou coordenadas não exatas que deixavam dúvida sobre o exato local de
ocorrência; total alteração e destruição dos locais de ocorrência das espécies e, espécies
para as quais não se conhece a atual distribuição geográfica. A espécie Austrolebias
carvalhoi, ilustra esta condição, pois no local de sua ocorrência apontado pelas
coordenadas, existe atualmente apenas uma área convertida para uso humano, tornando
inviável a delimitação do sítio.
Muitas das espécies incluídas na Lista de Espécies Candidatas da BAZE podem
estar tão ou mais ameaçadas do que as trigger species, cujos sítios puderam ser
delimitados. As espécies cujo local de distribuição está totalmente alterado pela ação
humana e, para aquelas onde o próprio autor menciona não se conhecer sua atual
distribuição geográfica, requerem atenção urgente, pois se trata de espécies de último
refúgio, onde todas as chances em sua conservação podem estar sendo perdidas. Os grupos
de espécies mais afetados são os peixes e as aves, com representatividade de 47% e 38%,
respectivamente na Lista de Espécies Candidatas da BAZE.
Como descrito no item anterior, grande parte dos peixes ameaçados de extinção no
Brasil é da Família Rivulidae (Menezes et. al., 2007), que contabiliza 43,75% das espécies
presentes na Lista de Espécies Candidatas da BAZE. A construção de hidrelétricas e a
poluição dos rios são responsáveis pela perda de habitat dos outros 56,25% das espécies de
peixes presentes na lista. Para 84,6% das espécies de aves presentes na Lista de Espécies
Candidatas da BAZE, mesmo para aquelas onde não foi possível avaliar a
141
insubstituibilidade de seus locais de ocorrência, sua ameaça, entre outros fatores
associados, se deve predominantemente à perda e à fragmentação de seu habitat.
4.4. Espécies Extintas na Natureza
Segundo a AZE (AZE, 2005), os sítios das espécies listadas como Extintas na
Natureza devem ser delimitados no local onde haja o maior potencial para uma
reintrodução viável, com preferência para aqueles locais onde haja registros históricos da
espécie. Não devendo ser o sítio necessariamente, o último local ocupado pela espécie.
Segundo Eken et. al. (2004), as espécies Extintas na Natureza podem ser incluídas no
critério de vulnerabilidade no intuito de evidenciar os sítios potenciais para sua
reintrodução, requerendo esforços em conservação específicos até que sua população seja
restabelecida.
As duas espécies categorizadas como Extintas na Natureza pela lista nacional (Mitu
mitu e Cyanopsita spixi), não possuem informações que confirmem um sítio ideal para
reintrodução dentro de sua distribuição geográfica histórica. No caso de Cyanopsita spixi,
estão sendo realizados estudos pelo Grupo de Trabalho para Recuperação da Ararinha-
Azul com o intuito de identificar os sítios ideais para reintroduzir a espécie que está sendo
reproduzida em cativeiro (Barros & Bianchi, no prelo-b). De acordo com a análise das
imagens por satélite, no município de Curaçá, existem remanescentes vegetacionais ao
longo do riacho da Barra Grande-Melancia, que poderiam ser delimitados como Sítio
Prioritário da BAZE. Existe, porém, a necessidade de estudos que confirmem a viabilidade
da reintrodução da espécie neste local antes que seu sítio seja delimitado, uma vez que, se a
espécie foi extinta da localidade há a necessidade de se confirmar a não persistência das
ameaças que levaram à sua extinção, bem como, garantir a preservação e a possibilidade da
espécie sobreviver na natureza.
4.5. Delimitação e Mapeamento dos Sítios Prioritários da BAZE
A AZE (AZE, 2005) propõe que os sítios sejam delimitados de forma que
iniciativas de conservação possam ser aplicadas de maneira prática, mas considerando que
as áreas que contêm parcelas importantes de habitat e que estão localizadas no entorno de
áreas protegidas possam ser incluídas nos sítios. Langhammer et. al. (2007) também
142
sugerem que ao se definir os limites dos sítios, o potencial de manejo desta área deve ser
considerado. Sugerem que na impossibilidade em se considerar as unidades de manejo,
muitas vezes a alternativa pode ser identificar o sítio com um ponto no mapa para uma
posterior delimitação ou ainda, escolher outra área de ocorrência da espécie para
estabelecer o sítio.
Durante o processo de seleção e delimitação dos sítios procurou-se seguir estas
premissas sugeridas pela metodologia. No entanto, foi verificada uma enorme variação na
disposição de remanescentes, uso e ocupação do solo, informações de dados geográficos e
requerimentos ecológicos das espécies. Sendo assim, foi necessário avaliar
individualmente todos os casos. As decisões sobre a delimitação dos sítios, no entanto,
sempre foram tomadas de forma a beneficiar a espécie e seu habitat. Devido à condição das
trigger species em ocupar um último refúgio, muitas vezes, a disponibilidade de habitat
que pudesse ser delimitado foi privilegiado, em relação às opções de manejo deste sítio. No
caso das trigger species da BAZE, que ocorrem em única localidade, não seria possível
identificar outras áreas para delimitação do sítio.
Exemplificando algumas decisões que foram tomadas durante o processo de
delimitação dos sítios, pode-se iniciar com o Sítio do Parque Nacional do Itatiaia. Os
limites do Sítio Prioritário da BAZE foram estabelecidos sobre a delimitação do Parque.
No entanto, existem em seu entorno remanescentes vegetacionais que poderiam ser
incorporados futuramente aos limites do sítio. As trigger species de anfíbios
Paratelmatobius lutzii e Holoaden bradei possuem ocorrência confirmada em pequena
área na região serrana do parque (Hadadd, no prelo-a; Pombal, no prelo). Estes
remanescentes poderiam sem dúvidas servir de zona tampão para as espécies, bem como,
devido à ausência de levantamentos anurofaunísticos nesta região não se pode descartar a
possibilidade destas espécies serem encontradas no entorno. No entanto, as decisões de
delineamento foram tomadas sobre as informações disponíveis, tendo sido o manejo
privilegiado neste caso.
Porém, à exceção dos sítios do Parque Nacional das Emas, Parque Nacional do
Itatiaia, Parque Estadual do Morro do Diabo, ARIE de Ilha de Queimada Grande e
Queimada Pequena, Chapada do Araripe e Parque Estadual de Ilhabela, os sítios estão
totalmente ou em partes localizados em propriedades particulares ou em locais onde não há
unidades de manejo instituídas. Sítios como a Serra dos Órgãos, local de ocorrência de
duas trigger species (Hemipsilichthys garbei e Calyptura cristata), e onde é fundamental
143
resguardar o habitat remanescente da espécie e sua integridade biótica e abiótica, é
necessário incorporar os remanescentes do entorno das duas unidades de conservação de
proteção integral (PARNA da Serra dos Órgãos e P.E. Três Picos), bem como as Áreas de
Proteção Ambiental englobadas pelo sítio. E sendo assim, a possibilidade de considerar
uma unidade de manejo é comprometida. É necessário, no entanto, que um trabalho de
manejo integrado seja desenvolvido nesta região, considerando o envolvimento das
unidades de manejo e das áreas privadas. Pode-se considerar ainda, a possibilidade de
ampliação das áreas protegidas, possibilitando assim, o manejo de uma forma efetiva.
Langhammer et. al. (2007), sugerem ainda, que as áreas de uso e ocupação humana
sejam excluídas dos sítios. Esta premissa foi também observada para grande parte dos
sítios. No entanto, em muitas localidades, onde já era possível verificar a pressão antrópica
sobre o ambiente, mas aonde ainda existiam remanescentes de vegetação que pudessem
comportar a permanência da trigger species, foi realizada a delimitação do sítio,
envolvendo os remanescentes existentes, mesmo na presença de uma matriz.
A maioria das espécies de aves que se encontram na Lista de Espécies Candidatas
da BAZE, a exemplo de Drymornis bridgesii, Leptastenura platensis, Nemosia rourei e
Philydor novaesi, a matriz era muito extensa, impossibilitando a delimitação dos sítios, de
forma a abranger os fragmentos.
Para a executar a delimitação dos Sítios Prioritários da BAZE, foi importante
considerar uma flexibilização da metodologia em alguns casos. Segundo Langhammer et.
al. (2007), a delimitação de sítios para os organismos aquáticos é desafiadora. A
deficiência de informações populacionais e de distribuição, considerando as necessidades
de manejo requer alternativas metodológicas mais flexíveis. A Agência Nacional de Águas
dispõe de polígonos pré-definidos de trechos de ottobacia. Desta forma, em muitos casos,
onde havia compatibilidade entre os trechos pré-definidos e a distribuição das espécies
indicadas pelas coordenadas geográficas, foi utilizado o sistema de delimitação por trecho
de ottobacia.
Em outros casos, como o Sítio Prioritário da BAZE de Santo André, foi necessário
estabelecer os limites de um dos lados do polígono pelos limites políticos do município, na
ausência de outros fatores que pudessem estabelecer tais limites, mas considerando-se os
dados de distribuição disponíveis para a espécie.
Devido à limitada disponibilidade de bases de Unidade de Conservação municipais
e reservas particulares, estas não foram consideradas no estudo e nos mapas. È necessário
144
posteriormente, realizar um maior refinamento dos sítios, considerando ainda
levantamentos fundiários, para identificar as áreas particulares incluídas nos sítios. Esta
identificação é importante para o manejo dos Sítios Prioritários da BAZE, considerando a
possibilidade de um manejo integrado junto aos proprietários e a possível implementação
de programas de educação ambiental e conscientização das comunidades envolvidas.
4.6. A Efetividade das Áreas Protegidas
A melhor estratégia para proteção em longo prazo da diversidade biológica é a
preservação de comunidades e populações em seus hábitats naturais, chamada de
preservação in situ ou preservação local, pois somente em seu ambiente natural as espécies
são capazes de continuar o processo de adaptação evolucionária (Primack & Rodrigues,
2001). Segundo Paglia et. al. (2004), uma das formas mais efetivas de garantir a
conservação de espécies ameaçadas é assegurar que existam unidades de conservação em
número e tamanho suficientes para garantir a manutenção de populações destas espécies
em longo prazo. O sistema de Unidade de Conservação da Mata Atlântica abriga menos de
2% do total de florestas remanescentes do bioma em regime de proteção integral, sendo
que 87% das áreas que estão protegidas possuem menos de 20 mil hectares e cerca de
metade delas tem menos de 1000 hectares (Paglia et. al., 2004). Margules & Pressey
(2000), afirmam que as práticas em planejamento da conservação ainda não são
direcionadas a locais onde possam representar a biodiversidade de forma efetiva,
contribuindo para sua conservação.
Os resultados deste estudo demonstram que 59% dos Sítios Prioritários da BAZE, o
último refúgio de espécies na iminência de se tornarem extintas não são protegidos por
Unidades de Conservação, outros 25% são protegidos apenas que parcialmente e somente
16% destes sítios são protegidos por Unidade de Conservação de proteção integral. Muitos
dos sítios delimitados encontram-se extremamente ameaçados pela ação humana e
apresentam alterações significativas em sua estrutura natural, mesmo aqueles inseridos em
Unidades de Conservação de proteção integral, e revelam a necessidade de uma
intervenção conservacionista urgente. O Parque Estadual do Espinilho, uma Unidade de
Conservação de proteção integral, que dentre outros, possui problemas em sua implantação
e seu plano de manejo não é posto em prática, fato este, que faz com que a unidade sofra
com queimadas, desmatamentos, pastejo e com o isolamento de seus fragmentos
145
vegetacionais. A vegetação natural de seu entorno foi destruída e descaracterizada para o
estabelecimento de lavouras, pastagens e obtenção de lenha (Dias, no prelo-a). O Parque
Estadual do Espinilho, além da trigger species Coryphistera alaudina, ocorrem outras seis
espécies da fauna ameaçadas de extinção (Ver item 4.1.17).
Analisando-se um exemplo de Unidade de Conservação de uso sustentável, pode-se
citar a Floresta Nacional de Mário Xavier. Os Mapas da Cobertura Vegetal dos Biomas
Brasileiros (MMA, 2006) dentro dos limites da unidade, expressam a presença de um
remanescente vegetacional, enquanto que, após analisar as imagens por satélite, pode-se
constatar que, no local onde deveria existir o remanescente vegetacional de Floresta
Ombrófila Densa das terras baixas, existe apenas um ambiente totalmente alterado e
devastado pela ação de agricultura e desmatamento. Physalaemus soaresi possui
endemismo no interior da Floresta Nacional e pode desaparecer se o plano de manejo da
unidade não for revisto, implantado e fiscalizado de forma a considerar as necessidades da
espécie. Da mesma forma, é importante avaliar a possibilidade de conversão da Floresta
Nacional em Unidade de Proteção de proteção integral, considerando uma recuperação do
ambiente natural da área, além da efetiva proteção da espécie.
Como descrito acima, mesmo as espécies que ocorrem no interior de unidades de
manejo instituídas, sofrem com a degradação e a alteração de seu habitat. Aquelas espécies
que não são contempladas por nenhuma das categorias de unidade de conservação, e que,
aliás, são a maioria, não possuem nenhum respaldo quanto à sua conservação em longo
prazo. Raven (1977), questionando a efetividade das áreas protegidas quanto à sua
capacidade em manter espécies ameaçadas em longo prazo, diz que em alguns anos, os
confrontos entre as necessidades humanas e a conservação das florestas, sobretudo nos
países tropicais, se tornarão agudos. Para Bruner et. al. (2001), no entanto, os parques
possuem efetividade na proteção de espécies e ecossistemas contra pressões de uso e
ocupação do solo, prevenindo principalmente contra a supressão da vegetação, uma das
maiores ameaças à biodiversidade. Sugere ainda que, a criação de parques e manejo
adequado daqueles já existentes pode trazer uma contribuição efetiva para a conservação
da biodiversidade nos trópicos (Bruner et. al., 2001).
146
4.7. Os Sítios Prioritários da BAZE, sua Distribuição pelos Biomas e Estados
Brasileiros e outras Iniciativas em Identificação de Áreas Prioritárias.
Segundo estatística da AZE, 49% dos sítios prioritários estão localizados na região
neotropical, sendo que 103 destes contêm mais de uma trigger species (AZE, 2005).
No Brasil, a Mata Atlântica apresenta a maior proporção de espécies ameaçadas
endêmicas, sendo seguida apenas pela Amazônia (Paglia, 2007). Cerca de 85% das
espécies ameaçadas da lista vermelha nacional que ocorrem na Mata Atlântica, tem
ocorrência apenas neste bioma (Paglia, 2007).
Considerando-se apenas a diversidade de mamíferos que ocorrem na Mata Atlântica
comparada com outros biomas brasileiros, a Mata Atlântica possui a maior biodiversidade
para o seu tamanho, com grau de endemismo estimado em 32%, sendo excedida apenas
pela Amazônia, que possui maior extensão, e contabiliza 59% do total de mamíferos
restritos ao bioma (Costa et. al., 2000). Segundo Chiarello et al (no prelo), e considerando-
se ainda apenas as espécies de mamíferos, das 110 espécies de categorizadas como
Deficiente em Dados pela lista vermelha nacional, 50% ocorrem na Amazônia. Dos 32
Sítios Prioritários da BAZE identificados, 50% ocorrem na Mata Atlântica, enquanto que a
Amazônia, possui uma representatividade de 5,55% dos sítios. Considerando-se que os
dois biomas possuem altas taxas de endemismo, estes resultados podem ser decorrentes do
grau de destruição da Mata Atlântica e de um maior conhecimeto das espécies que ocorrem
no bioma.
Conseqüentemente, os três estados brasileiros que concentram a maior quantidade
de Sítios Prioritários da BAZE são os do sudeste, que possuem grande parte de seu
território ocupado pela Mata Atlântica, sendo eles, São Paulo com seis sítios, Rio de
Janeiro também com seis sítios e Minas Gerais com cinco sítios. A Mata Atlântica ocupava
15% do território nacional e hoje está reduzida a apenas 7,8% de sua área original (RMA,
2006). Atualmente concentra 70% de toda a população brasileira e as duas maiores cidades
brasileiras (RMA, 2006), contando com apenas 2% de sua extensão original coberta por
áreas protegidas (Paglia et. al., 2004). Segundo Paglia et. al. (2004), das 104 espécies de
vertebrados ameaçados de extinção na Mata Atlântica, 57 não estão representadas por
nenhuma área protegida.
Segundo Sechrest et. al. (2002), a maioria das espécies que possuem grandes
probabilidades de se tornarem extintas ocorrem nos Hotspots, que não são apenas áreas
147
vitais para espécies endêmicas, mas são também os reservatórios de uma história evolutiva
única e ameaçada. Confirmando esta afirmativa no que tange aos Sítios Prioritários da
BAZE, a Mata Atlântica é seguida pelo Cerrado em número de sítios, onde este bioma
possui uma representatividade de 25% dos sítios identificados. O Cerrado é o segundo
maior bioma brasileiro, após a Amazônia e cobria 25% do território brasileiro, com
extensão de dois milhões de km², sendo por isto, considerada a maior savana tropical do
mundo, com grande quantidade de espécies endêmicas (MMA, 2002a; Klink & Machado,
2005). Porém, metade de sua extensão original foi transformada em pastagem e plantações,
e a destruição do bioma continua acelerada, através da degradação do solo e dos
ecossistemas nativos, além da dispersão de espécies exóticas (Klink & Machado, 2005).
A Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro, com doze tipos diferentes de
fitofisionomias e adaptações aos ambientes semi-áridos (MMA, 2002b). Possuía uma
extensão de 750.000 km² e atualmente apenas 31,6% de remanescentes vegetacionais não
estão antropizados, sendo distribuídos em pequenas ilhas de fragmentos no interior do
bioma (MMA, 2002b). É considerada uma das Grandes Regiões Naturais (Mittermeier et.
al., 2002), no entanto, existe controvérsia se a Caatinga realmente se enquadra nesta
categoria devido ao seu atual nível de perturbação (Leal et. al., 2005). Segundo Leal et. al.
(2005), a Caatinga tem sido descrita como um bioma pobre em espécies e endemismo. No
entanto, dentre os Sítios Prioritários da BAZE, a Caatinga possui uma representatividade
de 13%.
Por último, o bioma dos Pampas possui uma representatividade entre os Sítios
Prioritários da BAZE igual a da Amazônia, com 5,55% do total de sítios identificados para
o Brasil.
Uma das obrigações dos países signatários da Convenção sobre Diversidade
Biológica é fazer uma avaliação das áreas prioritárias para conservação (Mittermeier et. al.,
2005), o que originou o seguinte levamentamento pelo Ministério do Meio Ambiente
(MMA, 2002a): “Biodiversidade Brasileira: Avaliação e Identificação de áreas e ações
prioritárias para conservação, utilização sustentável e repartição dos benefícios da
biodiversidade nos biomas brasileiros”. De acordo com esta avaliação, o sudeste é a região
que concentra a maior quantidade de áreas prioritárias consideradas como “provável
importância biológica, mas insuficientemente conhecida”.
As áreas prioritárias identificadas pelo MMA encontram-se distribuídas pelos
biomas brasileiros e entre os diferentes grupos, muitas das quais se sobrepõe a Sítios
148
Prioritários da BAZE. As áreas em comum entre as duas iniciativas são respectivamente
(MMA, 2002a): Chapada do Araripe (CE, PE, PI), para a qual existe a recomendação de
ampliação da Área de Proteção Ambiental e implementação do manejo na Floresta
Nacional de Araripe-Apodi; Raso da Catarina, BA; sugestão de implementação de uma
unidade de uso sustentável na Serra de Maranguape, CE; Parque Nacional das Emas, GO;
diferentes alturas do curso do rio Araguaia; Botucatu, SP; Serra das Araras, MT; Distrito
Federal e entorno; Poços de Caldas, MG; Baía de Ilha Grande, RJ; Parque Estadual do
Morro do Diabo, SP; Ilha Bela, SP; Barra do Guaraí e Parque Estadual do Espinilho, RS;
Itatiaia, RJ; Serra dos Órgãos, RJ; região de Cabo Frio, RJ; Ilha de Queimada Grande, SP;
Ilha dos Alcatrazes, SP; rio Santo Antônio, MG; rio Mucuri, MG que também é prioridade
para a criação de uma unidade de conservação; bacia do rio São João, RJ que apresenta
altas taxas de endemismo principalmente de peixes da Família Rivulidae e Parque Estadual
da Serra do Mar que está localizado no entorno do sítio de Santo André, SP.
As Espécies da Lista de Candidatas da BAZE que possuem ocorrência nas áreas
prioritárias para conservação do MMA (MMA, 2002b), são respectivamente: Philydor
novaesi e Myrmotherula snowi em Murici (AL), que é prioridade para a criação de unidade
de conservação; Leontopithecus caissara na região entre Paranaguá (PR), Cananéia e
Peruíbe (SP); Harttia rhombocephala na Região dos Lagos (RJ); Leptolebias citripinnis e
Leptolebias fractifasciatus) na Restinga de Maricá (RJ); Cyanopsita spixi, para cuja área
de ocorrência há recomendação de criação de uma Reserva Biológica em Curaçá e
Nemosia rourei na Fazenda Pindobas (ES).
A identificação das Important Bird Areas (IBA’s), que constitui um dos pilares da
metodologia deste estudo, possui 160 IBA’s áreas prioritárias para conservação de aves no
Brasil, onde ocorrem cerca de 83% das aves ameaçadas no país. Dentre estas, dezesseis
áreas foram consideradas insubstituíveis para conservação destas espécies que estão na
iminência de desaparecer (BirdLife / SAVE – Brasil, 2008). Foram identificadas três áreas
prioritárias da BirdLife em comum com os Sítios Prioritários da BAZE, que são
respectivamente, Chapada do Araripe (Antilophia bokermanni), Bandeira (Merulaxis
stresemanni), Serra da Bocaina, Paraty e Angra dos Reis (Formicivora erythronotos). É
importante mencionar, no entanto, que nas IBA’s citadas, há ocorrência de outras espécies
ameaçadas de aves, que não foram consideradas pelo estudo dos Sítios Prioritários da
BAZE.
149
4.8. Fatores de Ameaça
O endemismo de suas trigger species é sem duvida, predominante nos Sítios
Prioritários da BAZE. Totalizando 94% de espécies naturalmente endêmicas e 6% de
espécies (Eleothreptus candicans e Coryphistera alaudina) que tiveram seu habitat
destruído até que se encontrassem confinadas em uma única localidade. A perda e a
destruição de habitat, associado a pequenas e vulneráveis populações é invariavelmente
uma das características marcantes dos Sítios Prioritários da BAZE.
Segundo Raven (1997), devido à destruição e fragmentação do habitat, muitas das
espécies com pequenas populações sobreviverão nos bolsões de vegetação, com ambientes
sujeitos aos efeitos de borda e agredidos pela pressão antrópica provocada por uma maior
acessibilidade a estas espécies. Devido à natureza das pequenas populações e da crescente
pressão sobre seus ambientes, muitas das espécies que inicialmente sobrevivem no local,
provavelmente se tornarão extintas em alguns anos (Raven, 1977). Para McKinney (1997)
a extinção pode estar associada a ameaças específicas, podendo ser um processo
determinístico, afetando alguns grupos em específico como populações isoladas, espécies
especialistas, espécies com grande tamanho corporal, alto nível trófico e espécies com
habitat restrito. Estes fatores associados a ameaças como o aquecimento global, a
fragmentação e a perda de habitat aumentam as probabilidades destas espécies se tornarem
extintas (McKinney, 1997).
Segundo Woodruff (2001), a atual crise de extinções que está ocorrendo durante
um evento de aquecimento global, pode aumentar os sérios riscos sofridos pela
biodiversidade, por diminuir sua habilidade em responder a eventos climáticos dentro de
habitats fragmentados em meio à matriz inóspita criada pela ação do homem.
O delineamento dos Sítios Prioritários é necessário para garantir a permanência das
espécies para as quais eles são identificados. Mas por si só, o delinamentos dos sítios não é
suficiente se fatores específicos de ameaça continuarem a ser exercidos sobre eles
(Langhammer et. al., 2007). Alguns sítios podem sofrer com a ameaça específica da caça,
por exemplo, que deve ser sanada com medidas diretas, outros ainda podem sofrer com a
perda de cobertura vegetal ou com incêndios florestais, que requerem também medidas
específicas para mitigação das ameaças (Langhammer et. al., 2007). Sendo assim, é muito
importante considerar a conservação em escala local. Somente com a elaboração de
150
estratégias de manejo e conservação em escala local, é possível a percepção da
especificidade dos problemas, com a oportunidade de eliminá-los de forma eficiente.
4.9. Estratégias em Conservação
Além das estratégias em conservação citadas especificamente para cada um dos
sítios, é importante considerar ainda algumas outras medidas.
Muitas das trigger species distribuídas pelos Sítios Prioritários da BAZE podem
sofrer com os efeitos negativos exercidos sobre as pequenas populações de espécies
isoladas em fragmentos. Estes fatores podem ser agravados pela forte pressão antrópica
sofrida por muitos destes sítios.
Sendo assim, e considerando estratégias em conservação de uma forma generalista,
é importante avaliar a População Viável Mínima destas espécies e sua Área Dinâmica
Mínima (Primack & Rodrigues, 2001). Tais espécies exigem um programa cuidadoso de
manejo e monitoramento de suas populações e de seu habitat para minimizar os efeitos
negativos sofridos pelas pequenas populações (Primack & Rodrigues, 2001), oferecendo
desta forma, condições favoráveis para seu restabelecimento e sobrevivência em longo
prazo.
5. CONCLUSÃO
Conclui-se que foram identificados no Brasil 32 Sítios Prioritários da
BAZE que representam a única chance de conservação de suas trigger species. As 36
trigger species distribuídas nos 32 Sítios Prioritários da BAZE identificados têm seu
último refúgio nestas localidades, e necessitam de estratégias conservacionistas urgentes
que possam garantir sua sobrevivência em longo prazo.
Outras 34 espécies ameaçadas de extinção foram incluídas na Lista de Candidatas
da BAZE e devem ser prioridade em investimento de recursos e projetos de pesquisa que
possam sinalizar sua condição de vulnerabilidade e insubstituibilidade, além de merecerem
reavaliações populacionais e de distribuição periódicas. Muitas destas espécies podem se
encontrar em estado tão ou mais crítico que aquelas cujos sítios foram delimitados, pois
151
para muitas, não foi mais possível sequer identificar seus locais de distribuição devido à
alteração de seu habitat.
Os sítios destinados a reintrodução de espécies categorizadas como Extintas na
Natureza necessitam de cuidadosa avaliação quanto à eliminação das ameaças que as
levaram à extinção, além de serem necessários estudos que certifiquem a viabilidade do
habitat onde estas espécies serão reintroduzidas.
A perda do habitat é a principal causa de declínio da biodiversidade. Sendo assim, a
melhor forma de preservação in situ das trigger species é através de Unidades de
Conservação de proteção integral que possam proteger os sítios onde estas espécies
possuem ocorrência, além do manejo adequado e direcionado das unidades de conservação
já existentes. Porém, grande parte dos Sítios Prioritários da BAZE está localizada sobre
propriedades particulares e em áreas onde não há unidades de manejo instituídas. Para
estes sítios, talvez a alternativa mais viável em conservação seja o envolvimento das
comunidades na preservação destas espécies, através de planos de manejo integrados,
educação ambiental e a criação de unidades de uso sustentável e Reservas Particulares do
Patrimônio Natural.
Em face de tudo o que foi explanado acerca dos desafios na delimitação dos Sítios
Prioritários da BAZE, pode-se concluir que é extremamente desafiador estabelecer uma
padronização para propostas de conservação, devido à enorme gama de variáveis
encontradas. É necessário assim, que as propostas de conservação e manejo sejam
estudadas individualmente para que possam ser aplicadas de forma eficiente e efetiva a
todos os sítios identificados.
Os peixes são o grupo mais representativo de espécies dos Sítios Prioritários da
BAZE, seguido pelo grupo dos anfíbios e das aves. Dentre as espécies identificadas na
Lista de Espécies Candidatas da BAZE, os peixes também representam o grupo mais
significativo, seguido pelas aves.
Os dois Hotspots de Diversidade brasileiros, que são respectivamente a Mata
Atlântica e o Cerrado, demonstraram que, por possuírem grande diversidade biológica e
enormes ameaças a seus ambientes naturais, além de grande porcentagem de espécies
endêmicas, colecionam também o título de possuírem o maior número de Sítios Prioritários
da BAZE. Na Mata Atlântica estão localizados 50% dos sítios identificados, sendo seguida
pelo Cerrado com 25% dos sítios. Isto demonstra que estes biomas requerem grande
atenção das iniciativas conservacionistas governamentais e não governamentais e o
152
investimento em medidas de preservação, monitoramento e criação de unidades de
conservação que possam preservar seu patrimônio natural e genético.
As metas e objetivos em redução das perdas de biodiversidade assumidos pelo
Brasil perante a Convenção sobre Diversidade Biológica, da qual é signatário, deve ser um
estímulo para o envolvimento de órgãos ambientais públicos, em torno da criação de
políticas e estratégias que visem preservar os Sítios Prioritários da BAZE. Isto permitiria a
oficialização de medidas conservacionistas efetivas e direcionadas a melhorar o status de
conservação dos 59% destas áreas que não possuem qualquer unidade de conservação
instituída em sua extensão, expondo suas trigger species á perda e destruição do único
habitat no qual se encontram confinadas. Os demais 41% dos Sítios Prioritários da BAZE
que possuem proteção integral ou que estão parcialmente protegidos, também devem ser
alvo de tais iniciativas, pois contém espécies extremamente vulneráveis à extinção e não
podem ser esquecidos pelos órgãos competentes. É de vital importância que o esforço em
identificar e sinalizar a vulnerabilidade e a insbustituibilidade destes sítios seja aproveitado
de forma a proteger suas espécies da extinção, não se tornando apenas mais um
levantamento de informações passível de cair no esquecimento.
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Silveira, L. F. (no prelo-g). Rhopornis ardesiacus. In: Machado, A.B.M.; G.M.
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Woodruff, D. 2001. Declines of biomas and biotas and the future of evolution. PNAS, 18
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175
APÊNDICES
176
APÊNDICE 1. Sítio Prioritário da BAZE: ARIE da Ilha de Queimada Grande e Queimada Pequena.
177
APÊNDICE 2. Sítio Prioritário da BAZE: Baía de Ilha Grande.
178
APÊNDICE 3. Sítio Prioritário da BAZE: Bandeira.
179
APÊNDICE 4. Sítio Prioritário da BAZE: Botucatu
180
APÊNDICE 5. Sítio Prioritário da BAZE: Brejinho de Nazaré.
181
APÊNDICE 6. Sítio Prioritário da BAZE: Cabo Frio.
182
APÊNDICE 7. Sítio Prioritário da BAZE: Canudos–Raso da Catarina.
183
APÊNDICE 8. Sítio Prioritário da BAZE: Chapada do Araripe.
184
APÊNDICE 9. Sítio Prioritário da BAZE: Delta do rio Jacuí.
185
APÊNDICE 10. Sítio Prioritário da BAZE: Dom Pedro Alcântara.
186
APÊNDICE 11. Sítio Prioritário da BAZE: FLONA Mário Xavier.
187
APÊNDICE 12. Sítio Prioritário da BAZE: Governador Jorge Teixeira.
188
APÊNDICE 13. Sítio Prioritário da BAZE: Ilha de Alcatrazes.
189
APÊNDICE 14. Sítio Prioritário da BAZE: Jardim Zoológico de Brasília.
190
APÊNDICE 15. Sítio Prioritário da BAZE: Nova Iguaçu.
191
APÊNDICE 16. Sítio Prioritário da BAZE: Parque Estadual de Ilhabela.
192
APÊNDICE 17. Sítio Prioritário da BAZE: Parque Estadual do Espinilho.
193
APÊNDICE 18. Sítio Prioritário da BAZE: Parque Estadual do Morro do Diabo.
194
APÊNDICE 19. Sítio Prioritário da BAZE: Parque Nacional das Emas.
195
APÊNDICE 20. Sítio Prioritário da BAZE: Parque Nacional do Itatiaia.
196
APÊNDICE 21. Sítio Prioritário da BAZE: Poços de Caldas.
197
APÊNDICE 22. Sítio Prioritário da BAZE: Rio Araguaia.
198
APÊNDICE 23. Sítio Prioritário da BAZE: Rio Catu.
199
APÊNDICE 24. Sítio Prioritário da BAZE: Rio dos Patos.
200
APÊNDICE 25. Sítio Prioritário da BAZE: Rio Mucuri.
201
APÊNDICE 26. Sítio Prioritário da BAZE: Rio Santo Antônio.
202
APÊNDICE 27. Sítio Prioritário da BAZE: Rio Tabocas.
203
APÊNDICE 28. Sítio Prioritário da BAZE: Rio Urucuia.
204
APÊNDICE 29. Sítio Prioritário da BAZE: Santo André.
205
APÊNDICE 30. Sítio Prioritário da BAZE: Serra das Araras.
206
APÊNDICE 31. Sítio Prioritário da BAZE: Serra do Maranguape.
207
APÊNDICE 32. Sítio Prioritário da BAZE: Serra dos Órgãos.
208
ANEXO
ANEXO 1. Lista das Espécies de Vertebrados Ameaçados de Extinção no Brasil (CR / EN).
Grupo Espécie Espécie Pré-
Selecionada Ameaça Brasil MA CE AM PT CAA CS MAR ÁGUA DOCE
Anfíbios Adelophryne maranguapensis Sim EN X
Anfíbios Bokermannohyla izecksohni Sim CR X
Anfíbios Holoaden bradei Sim CR X
Anfíbios Hylomantis granulosa Sim CR X X
Anfíbios Hypsiboas cymbalum Sim CR X
Anfíbios Melanophryniscus
macrogranulosus Sim CR X
Anfíbios Odontophrynus moratoi Sim CR X
Anfíbios Paratelmatobius lutzii Sim CR X
Anfíbios Phyllomedusa ayeaye Sim CR X
Anfíbios Physalaemus soaresi Sim EN X
Anfíbios Scinax alcatraz Sim CR X
Anfíbios Thoropa petropolitana Sim EN X
Aves Amazona rhodocorytha Não EN X X
Aves Anodorhynchus leari Sim CR X
Aves Antilophia bokermanni Sim CR X
Aves Automolus leucophthalmus lammi Não EN X
Aves Calyptura cristata Sim CR X
Aves Caprimulgus candicans Sim EN X
Aves Cichlopsis leucogenys leucogenys Não EN X
Aves Claravis godefrida Não CR X
Aves Columbina cyanopis Sim CR X
Aves Coryphistera alaudina Sim CR X
Aves Cotinga maculata Não EN X
Aves Crax blumenbachii Sim EN X
Aves Crax fasciolata pinima Sim EN X
Aves Dendrexetastes rufigula paraensis Sim EN X
Aves Dendrocincla fuliginosa taunayi Não EN X
Aves Dendrocincla merula badia Não EN X
Aves Dendrocolaptes certhia medius Não EN X X
Aves Diomedea dabbenena Não EN X
Aves Diomedea sanfordi Não EN X
Aves Drymornis bridgesii Sim CR X
Aves Formicivora erythronotos Sim CR X
Aves Formicivora littoralis Sim EN X
Aves Fregata ariel Sim CR X
Aves Fregata minor Sim CR X
Aves Glaucis dohrnii Não EN X
Aves Gubernatrix cristata Não CR X
Aves Hemitriccus kaempferi Não CR X
Aves Hemitriccus mirandae Não EN X
Aves Iodopleura pipra leucopygia Não EN X
Aves Leptasthenura platensis Sim CR X
Aves Mergus octosetaceus Não CR X X
Aves Merulaxis stresemanni Sim CR X
Aves Momotus momota marcgraviana Não EN X
209
Grupo Espécie Espécie Pré-
Selecionada Ameaça Brasil MA CE AM PT CAA CS MAR ÁGUA DOCE
Aves Myrmeciza ruficauda Não EN X
Aves Myrmotherula snowi Sim CR X
Aves Nemosia rourei Sim CR X
Aves Neomorphus geoffroyi dulcis Não CR X
Aves Odontophorus capueira
plumbeicollis Não EN X
Aves Oryzoborus maximiliani Não CR X X X
Aves Penelope superciliaris alagoensis Não EN X
Aves Phaethornis margarettae Não EN X
Aves Phaethornis ochraceiventris
camargoi Não EN X
Aves Philydor novaesi Sim CR X
Aves Phlegopsis nigromaculata
paraensis Não EN X
Aves Phylloscartes beckeri Sim EN X X
Aves Phylloscartes ceciliae Sim EN X
Aves Phylloscartes roquettei Sim CR X X
Aves Picumnus limae Não EN X
Aves Pipile jacutinga Não CR X
Aves Procellaria conspicillata Sim EN X
Aves Pseudoseisura lophotes Sim CR X
Aves Psophia viridis obscura Não EN X
Aves Puffinus lherminieri Não CR X
Aves Pyriglena atra Não EN X
Aves Pyrrhura anaca Não CR X
Aves Pyrrhura lepida coerulescens Não EN X
Aves Pyrrhura lepida lepida Não EN X
Aves Rhopornis ardesiaca Sim EN X X
Aves Sclerurus caudacutus caligineus Sim EN X
Aves Sclerurus caudacutus umbretta Não EN X
Aves Scytalopus iraiensis Não EN X X
Aves Sporophila cinnamomea Não EN X X X
Aves Sporophila palustris Não EN X X X
Aves Stymphalornis acutirostris Não EN X
Aves Synallaxis infuscata Não EN X
Aves Tangara cyanocephala cearensis Não EN X
Aves Terenura sicki Não EN X
Aves Thamnophilus aethiops distans Não EN X
Aves Thamnophilus caerulescens
cearensis Sim EN X
Aves Tigrisoma fasciatum Não EN X X X
Aves Xipholena atropurpurea Não EN X
Mamíferos Alouatta belzebul ululata Não CR X
Mamíferos Alouatta guariba guariba Não EN X
Mamíferos Ateles marginatus Não EN X
Mamíferos Brachyteles arachnoides Não CR X
Mamíferos Brachyteles hypoxanthus Não CR X X
Mamíferos Callicebus barbarabrownae Sim CR X X
Mamíferos Callicebus coimbrai Sim CR X X
Mamíferos Callithrix flaviceps Não EN X
Mamíferos Caluromysiops irrupta Sim CR X
Mamíferos Carterodon sulcidens Não CR X
Mamíferos Cebus kaapori Não CR X
210
Grupo Espécie Espécie Pré-
Selecionada Ameaça Brasil MA CE AM PT CAA CS MAR ÁGUA DOCE
Mamíferos Cebus xanthosternos Não CR X X X
Mamíferos Chiropotes satanas Não EN X
Mamíferos Juscelinomys candango Sim CR X
Mamíferos Kunsia fronto Não CR X
Mamíferos Leontopithecus caissara Sim CR X
Mamíferos Leontopithecus chrysomelas Não EN X
Mamíferos Leontopithecus chrysopygus Sim CR X
Mamíferos Leontopithecus rosalia Não EN X
Mamíferos Phyllomys brasiliensis Sim EN X
Mamíferos Phyllomys thomasi Sim EN X
Mamíferos Phyllomys unicolor Sim CR X
Mamíferos Saguinus bicolor Sim CR X
Mamíferos Trichechus manatus Não CR X
Mamíferos Wilfredomys oenax Não CR X X
Peixes Austrolebias adloffi Não CR X X
Peixes Austrolebias carvalhoi Sim CR X
Peixes Austrolebias charrua Não EN X X
Peixes Austrolebias cyaneus Não EN X X
Peixes Austrolebias ibicuiensis Sim CR X
Peixes Austrolebias minuano Não EN X X
Peixes Austrolebias nigrofasciatus Não EN X X
Peixes Brycon devillei Não EN X X
Peixes Brycon insignis Não CR X X
Peixes Brycon orbignyanus Não EN X X X
Peixes Campellolebias brucei Não CR X X
Peixes Characidium grajahuensis Não CR X X
Peixes Characidium vestigipinne Sim CR X
Peixes Coptobrycon bilineatus Não EN X X
Peixes Crenicichla cyclostoma Sim CR X X
Peixes Crenicichla jegui Sim CR X X
Peixes Crenicichla jupiaiensis Sim EN X X
Peixes Cynolebias griseus Não EN X X
Peixes Delturus parahybae Sim CR X
Peixes Glandulocauda melanogenys Não EN X X
Peixes Glandulocauda melanopleura Não EN X X
Peixes Harttia rhombocephala Sim CR X X
Peixes Hasemania maxillaris Sim CR X X
Peixes Hasemania melanura Sim CR X X
Peixes Hemipsilichthys garbei Sim EN X
Peixes Henochilus wheatlandii Sim CR X X
Peixes Heptaterus multiradiatus Não EN X X
Peixes Homodietus passarelii Não EN X X
Peixes Hyphessobrycon duragenys Sim CR X
Peixes Hyphessobrycon flammeus Não EN X X
Peixes Hyphessobrycon taurocephalus Sim CR X X
Peixes Kalyptodoras bahiensis Não EN X X
Peixes Lepthoplosternum tordilho Sim EN X
Peixes Leptolebias citrinipinnis Sim EN X
Peixes Leptolebias cruzi Sim CR X
Peixes Leptolebias fractifasciatus Sim CR X
211
Grupo Espécie Espécie Pré-
Selecionada Ameaça Brasil MA CE AM PT CAA CS MAR ÁGUA DOCE
Peixes Leptolebias leitaoi Sim CR X
Peixes Leptolebias marmoratus Sim CR X
Peixes Leptolebias opalescens Sim CR X X
Peixes Leptolebias splendens Sim CR X X
Peixes Listrura camposi Não CR X X
Peixes Megalebias wolterstorffi Sim CR X
Peixes Nematolebias whitei Sim CR X X
Peixes Phalloptychus eigenmanni Sim CR X X
Peixes Phallotorynus fasciolatus Não EN X X
Peixes Plesiolebias xavantei Sim EN X
Peixes Pogonopoma parahybae Não CR X X
Peixes Potamobatrachus trispinosus Sim EN X
Peixes Rachoviscus crassiceps Não EN X X
Peixes Rachoviscus graciliceps Não EN X X
Peixes Sartor tucuruiense Não CR X X
Peixes Simpsonichthys auratus Sim EN X
Peixes Simpsonichthys constanciae Sim CR X
Peixes Simpsonichthys flammeus Não EN X X
Peixes Simpsonichthys marginatus Sim EN X
Peixes Simpsonichthys multiradiatus Sim EN X
Peixes Simpsonichthys myersi Não EN X X
Peixes Simpsonichthys notatus Não EN X X
Peixes Simpsonichthys santanae Sim EN X X
Peixes Simpsonichthys zonatus Sim EN X
Peixes Spintherobolus papilliferus Sim EN X
Peixes Steindachneridion amblyura Não CR X X X
Peixes Steindachneridion doceana Não CR X X
Peixes Steindachneridion parahybae Não CR X X
Peixes Steindachneridion scripta Não EN X X X X
Peixes Teleocichla cinderella Não CR X X
Répteis Bothrops alcatraz Sim CR X
Répteis Bothrops insularis Sim CR X
Répteis Bothrops pirajai Não EN X
Répteis Dipsas albifrons cavalheiroi Sim CR X
Répteis Liolaemus lutzae Não CR X
Répteis Phrynops hogei Não EN X
Répteis Placosoma cipoense Sim EN X
Fonte: Machado et. al. (2005).
Legenda: AM: Amazônia; CAA: Caatinga; CE: Cerrado; MA: Mata Atlântica, CE: Cerrado; CAA: Caatinga;
CS: Campos Sulinos; MAR: Marinho; PT: Pantanal.