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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CONTABILIDADE DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO RÔMULO MESQUITA FRANCO S-COMMERCE NO INSTAGRAM: OPORTUNIDADES E DESAFIOS NO MERCADO DE MODA PRAIA FORTALEZA 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CONTABILIDADE DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

RÔMULO MESQUITA FRANCO

S-COMMERCE NO INSTAGRAM: OPORTUNIDADES E DESAFIOS NO

MERCADO DE MODA PRAIA

FORTALEZA

2018

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RÔMULO MESQUITA FRANCO

S-COMMERCE NO INSTAGRAM: OPORTUNIDADES E DESAFIOS NO MERCADO

DE MODA PRAIA

Monografia apresentada ao Curso de Administração, da Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial à obtenção do título de bacharel em Administração. Orientador: Prof. Dr. Diego de Queiroz Machado.

FORTALEZA

2018

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RÔMULO MESQUITA FRANCO

S-COMMERCE NO INSTAGRAM: OPORTUNIDADES E DESAFIOS NO MERCADO

DE MODA PRAIA

Monografia apresentada ao Curso de Administração, da Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial à obtenção do título de bacharel em Administração.

Aprovada em: ___/___/______.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________ Prof. Dr. Diego de Queiroz Machado (Orientador)

Universidade Federal do Ceará (UFC)

_________________________________________ Prof. Dr. Hugo Osvaldo Acosta Reinaldo Universidade Federal do Ceará (UFC)

_________________________________________ Prof. Ms. Sônia Regina Amorim Soares de Alcântara

Universidade Federal do Ceará (UFC)

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À Sociedade.

Aos meus familiares e amigos.

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AGRADECIMENTOS

À Universidade Federal do Ceará, pelo empenho em formar excelentes

profissionais.

À Sociedade pela contribuição aos meus estudos.

Aos meus familiares e amigos, pincipalmente, a minha mãe Oritia, minha

tia Luzimar, minha vó Luziele, minha namorada Rafaela e ao meu sócio e amigo

Maciel pelas contribuições de todas as ordens.

Ao Prof. Dr. Diego Machado, pela excelente orientação.

Aos professores participantes da banca examinadora Prof. Dr. Hugo

Osvaldo Acosta Reinaldo e a Prof. Ms. Sônia Regina Amorim Soares de Alcântara

pelo tempo, pelas valiosas colaborações e sugestões.

Aos professores da Faculdade e Economia, Administração, Atuária e

Contabilidade pela dedicação ao magistério e contribuição na minha formação

acadêmica.

Aos servidores da Faculdade e Economia, Administração, Atuária e

Contabilidade pelos serviços prestados.

Aos empreendedores entrevistados, pelo tempo concedido nas

entrevistas.

Aos colegas da turma de graduação, pelas reflexões, experiências e

companheirismo compartilhados durante toda a vida acadêmica.

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“Pequenas oportunidades são muitas

vezes o começo de grandes

empreendimentos.”

Demóstenes

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RESUMO

Este trabalho teve como foco a identificação das oportunidades e desafios em abrir e

manter um comércio eletrônico de moda praia. Levantou-se o seguinte problema de

pesquisa: Quais as principais oportunidades e desafios do mercado de moda praia

na modalidade s-commerce? Para chegar à resposta dessa questão, o objetivo

geral foi analisar as oportunidades e os desafios do mercado de moda praia na

modalidade s-commerce. Os objetivos específicos foram: analisar as principais

oportunidades do mercado de moda praia na modalidade s-commerce e analisar os

principais desafios do mercado de moda praia na modalidade s-commerce. Dessa

forma, foi realizada uma pesquisa de cunho qualitativo, por meio de entrevistas

contendo perguntas relacionadas às informações pessoais, informações

empresariais e oportunidades e desafios na abertura e manutenção dos s-

commerces dos entrevistados. A pesquisa foi realizada com quatro empreendedores

que atuam no segmento de moda praia pela rede social Instagram. As entrevistas

foram feitas durante o mês de outubro e novembro de 2018. Os resultados apontam

que as principais oportunidades para abrir e manter um comércio eletrônico são:

ampliação de nichos/mercado, baixo custo para iniciar uma loja on-line, baixo custo

para manter uma loja on-line, trabalhar com estoque mínimo e facilidade em criar

uma conta. Os resultados inferem também que os principais desafios para abrir e

manter um comércio eletrônico são: concorrência, dificuldade de troca,

impossibilidade de experimentar e resistência em comprar de forma on-line.

Palavras-chave: S-commerce. Comércio eletrônico. Moda praia.

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ABSTRACT

This work focused on the identification of opportunities and challenges in opening

and maintaining an electronic commerce of beachwear. The following research

problem was raised: What are the main opportunities and challenges of the

beachwear market in the s-commerce mode? To reach the answer to this question,

the general objective was to analyze the opportunities and challenges of the

beachwear market in the s-commerce mode. The specific objectives were: to analyze

the main opportunities of the beachwear market in s-commerce mode and to analyze

the main challenges of the beachwear market in the s-commerce mode. In this way,

a qualitative research was conducted, through interviews containing questions

related to personal information, business information and opportunities and

challenges in the opening and maintenance of the s-commerces of the interviewees.

The research was carried out with four entrepreneurs who work in the beach fashion

segment through the Instagram social network. The results show that the main

opportunities to open and maintain e-commerce are: niches / market expansion, low

cost to start an online store, low cost to maintain an online store, working with

minimum inventory and ease of creating an account. The results also infer that the

main challenges to open and maintain an electronic commerce are: competition,

difficulty of exchange, impossibility to try and resistance in buying online.

Keywords: S-commerce. E-commerce. Beachwear.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Evolução dos e-consumidores (ativos) ao ano (2013 a 2017) –

Brasil................................................................................................................ 28

Figura 2 Categorias mais vendidas (e-commerce), em volume de pedidos

(2017) – Brasil................................................................................................ 29

Figura 3 Categorias mais vendidas (e-commerce), em faturamento (2017) –

Brasil................................................................................................................ 29

Figura 4 Top 10 categorias mais compradas em sites internacionais (e-

commerce) – Brasil........................................................................................ 30

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Principais oportunidades do s-commerce ............................................... 36

Quadro 2 Principais desafios do s-commerce ................................................... 40

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Informações referentes aos entrevistados e suas empresas

virtuais................................................................................................ 32

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BBC

B2B

B2C

C2B

C2C

EAESP

FGV

IBGE

IBRAMERC

PBM

PNAD

British Broadcast Company

Business to Business

Business to Consumer

Consumer to Business

Consumer to Consumer

Escola de Administração de Empresas de São Paulo

Fundação Getúlio Vargas

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Instituto Brasileiro de Mercado

Pesquisa Brasileira de Mídia

Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 13

2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................. 16

2.1 E-commerce ..................................................................................................... 17

2.1.1 Vantagens do comércio eletrônico............................................................. 19

2.1.2 Desvantagens do comércio eletrônico...................................................... 22

2.2 S-commerce ..................................................................................................... 23

2.3 Mídias Sociais e Instagram .......................................................................... 25

2.4 Mercado eletrônico de Moda ....................................................................... 27

3 METODOLOGIA ............................................................................................... 31

4 RESULTADOS .................................................................................................. 33

4.1 Oportunidades do s-commerce .................................................................. 33

4.2 Desafios do s-commerce ............................................................................. 37

5 CONCLUSÃO ................................................................................................... 41

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 43

APÊNDICE A – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS .....................

49

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1 INTRODUÇÃO

De acordo com O’Brien e Marakas (2007), o crescimento da internet é

classificado como uma revolução em termos de computação e telecomunicação.

Para Laudon e Laundon (2007), a internet é um mecanismo global e de extrema

importância tanto para vida pessoal quanto profissional.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE

(2016), na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD - 64,7%

dos brasileiros acima de 10 anos ou mais utilizaram a internet em 2016, sendo que

este índice aumenta para 85% quando considerados os jovens de 18 a 24 anos.

Conforme Lastres e Albagli (1999), a internet consiste em uma influente

ferramenta para facilitar e multiplicar a comunicação global entre pessoas e

organizações. Do ponto de vista econômico, seu potencial é refletido especialmente

através do comércio eletrônico, um instrumento da tecnologia da informação

orientado a favorecer processos produtivos e transações de bens e serviços. O

comércio eletrônico concede um fortalecimento a rede global de produção, comércio

e tecnologia.

Guerreiro (2006) afirma que o comércio eletrônico é uma revolução

industrial, juntamente com a inovação tecnológica, possibilitando que as

organizações sejam mais flexíveis e efetivas em seus procedimentos operacionais,

em parcerias progressivamente mais alinhadas com fornecedores e mais eficazes no

atendimento as necessidades dos consumidores.

Almeida Júnior (2007) define o comércio eletrônico como um tipo de

operação comercial feita principalmente através de um equipamento eletrônico,

como por exemplo, por meio do computador. Nakamura (2011) acrescenta que o

comércio eletrônico envolve todos os processos de uma cadeia de valor e que se

utiliza de instrumentos de tecnologia da informação e comunicação com o objetivo

de atender as exigências dos negócios.

Segundo Lastres e Albagli (1999), o e-commerce ou comércio eletrônico

auxilia para contribuir e articular o desenvolvimento, a produção, a distribuição e as

vendas de produtos e serviços, tornando as transações mais rápidas e econômicas.

Assim a internet substitui, em diversos casos, outros meios de comunicação como

correio, fax e telefone. O mais interessante do comércio eletrônico é em relação a

mobilidade digital, pois a distribuição de bens e serviços intangíveis como softwares,

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música, filmes e serviços de informação por via digital podem ser realizadas a baixos

custos e proporciona imensos retornos em escala na medida em que os custos de

reprodução são desprezíveis.

Laudon e Laudon (2007) afirmam que as tecnologias da internet e do e-

commerce são multifuncionais e poderosas. Os mesmos autores afirmam que isso

se dá ao alcance global que a internet proporciona; a disponibilidade de um

comércio 24 horas por dia; a interatividade da comunicação entre as partes,

geralmente, vendedor e consumidor; e a personalização/customização possibilitada

em e-commerces. Além disso, Araujo e Zilber (2013) afirmam que a internet insere

novas oportunidades para pequenas empresas que aderem atuar nesse tipo de rede

mundial.

Por fim, Lastres e Albagli (1999) afirmam que surge para as organizações

a oportunidade de atuar em espaço comercial global que possui menores barreiras

alfandegárias ou restrições legais, devido à impossibilidade de rastrear a circulação

de produtos virtuais. Dessa forma, o comércio digital é visto por muitos especialistas

como uma nova forma de transações que possibilita o desenvolvimento econômico,

elimina barreiras geográficas ao comércio e transforma os sistemas econômicos.

Neste contexto, pode-se destacar o modelo de s-commerce, que é um

tipo de e-commerce que envolve de modo direto as redes sociais, como o Instagram,

com o intuito de atrair e fidelizar clientes. Esse modelo é uma nova tendência e sua

principal qualidade são as redes sociais que geram interação. Pode-se descrever

algumas outras variedades de e-commerce também, como o m-commerce que gera

suas transações comerciais através de dispositivos móveis (celular, smartphone ou

tablets) e o t-commerce que usa a TV digital como meio para venda de produtos e

serviços (COSTA, 2013; TURBAN; KING, 2002).

O mercado de moda praia foi escolhido como objeto de estudo por que

está dentro da categoria moda e acessórios que foi o segmento com maior volume

de pedidos on-line de 2017, segundo o Relatório Webshoppers 2018 (EBIT, 2018).

Diante dessa discussão, este trabalho se propõe a explorar a seguinte

questão de pesquisa: Quais as principais oportunidades e desafios do mercado de

moda praia na modalidade s-commerce?

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Assim, o objetivo geral dessa monografia é analisar as oportunidades e os

desafios do mercado de moda praia na modalidade s-commerce. Seus objetivos

específicos, portanto, são:

a) Analisar as principais oportunidades do mercado de moda praia na

modalidade s-commerce;

b) Analisar os principais desafios do mercado de moda praia na

modalidade s-commerce.

A pesquisa foi executada utilizando-se de entrevistas presenciais nos

meses de outubro e novembro com quatro donos de negócios de moda praia que

atuam no segmento de varejo. O estudo realizado questionou as oportunidades e

desafios iniciais para abrir e manter as empresas de s-commerce.

O presente trabalho está dividido nas seguintes seções: introdução,

referencial teórico, metodologia, resultados e bibliografia.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

De acordo com Kotler e Armstrong (2015), a grande maioria dos negócios

globais é conduzida por redes digitais que conectam pessoas e empresas. A internet

conecta, globalmente, usuários diversos entre si e a uma enorme quantidade de

informações. Através de computadores, tablets, celulares e diversos outros meios

eletrônicos, as pessoas se conectam à Internet a qualquer hora e em qualquer lugar

do mundo.

Segundo Kotler e Armstrong (2015), com o advento da Internet, as noções

de praticidade, rapidez, preço, informações sobre produto e serviços foi modificada

consideravelmente. Ela proporcionou às organizações uma maneira inteiramente

nova de promover valor para os clientes e conceber um relacionamento com eles. A

internet continua impactando a forma como a organização se relaciona com o

cliente.

Conforme a Pesquisa Brasileira de Mídia (PBM, 2016), a internet é, entre

muitas opções, o segundo meio de comunicação mais utilizado no Brasil, perdendo

apenas para a televisão. Mas isso não significa que os brasileiros não exerçam

outras tarefas enquanto a televisão esteja ligada, como por exemplo, estar

conectado a um smartphone ou tablet.

De acordo Hanna et al. (2011), a comunicação das redes sociais através

da internet está ampliando a influência do marketing digital, pois possibilita a criação

e compartilhamento de informações impulsionando a troca de informações

substanciais entre empresa e clientes, aumentando os laços de comunicação e

interação.

Conforme Kotler e Armstrong (2015), no mundo inteiro, mais de 2 bilhões

de pessoas têm acesso à Internet, e 1 bilhão delas acessam a rede mundial por

meio de dispositivos móveis. As expectativas para o crescimento desta rede é

positiva e espera-se que este número dobre em cinco anos. Para acessar esse

mercado em crescimento, as organizações comercializam de forma on-line. O

mercado engloba empresas exclusivamente virtuais que operam apenas através da

Internet e que vendem seus produtos diretamente aos clientes finais, como a

varejista Amazon.com, as ferramentas de busca Yahoo! E Google, e as redes sociais

Facebook, Twitter e Instagram.

Para Silva et al. (2007), esse mercado permite que as organizações

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estejam disponíveis para atendimento 24 horas por dia e sete dias por semana.

Dessa forma, o consumidor tem a oportunidade de acessar os canais e se informar

quando achar necessário e em apenas alguns cliques. É vantajoso para a empresa

também devido ao baixo custo e maior eficiência gerada por este meio de

comunicação.

Por fim Kotler e Armstrong (2015) afirmam que e-commerce ocasionou

uma nova forma de mercado e fez com que os fabricantes e os varejistas que

operavam apenas fisicamente reavaliassem o modo como atendiam a seus

mercados e entrassem no mercado virtual. Dessa forma, as organizações estão

posicionadas tanto no ambiente físico quanto no ambiente virtual.

2.1 E-commerce

Segundo Torres (2009), com o advento da internet foi criada uma nova

possibilidade de comercialização através da venda on-line por intermédio da loja

virtual. Alguns produtos não são comercializados pelo comércio eletrônico, mas com

as inovações tecnológicas cada vez mais produtos e serviços poderão ser ofertados

por meio digital e assim beneficiará diversas organizações.

Segundo Nakamura (2001, p. 31), “Comércio eletrônico é toda atividade

de compra e venda realizada com o auxílio de recursos eletrônicos”. Já Balarine

(2002, p. 4) complementa dizendo que “e-commerce são transações que ocorrem via

internet, através da ligação entre compradores e vendedores”.

Conforme Torres (2009), o e-commerce deve ser compreendido como um

novo paradigma a ser quebrado na maioria das empresas. Muitas empresas,

frequentemente, não se beneficiam do comércio eletrônico por considerarem que

seus produtos ou serviços não podem ser comercializados de forma on-line. Essas

organizações só mudam de ideia quando fortes concorrentes se revelam possíveis

de vender através de ambientes virtuais.

De acordo com Kotler e Armstrong (2015), os quatro principais domínios

do marketing on-line são B2C (business to consumer — empresa-consumidor), B2B

(business to business — empresa-empresa), C2C (consumer to consumer —

consumidor-consumidor) e C2B (consumer to business — consumidor-empresa):

a) Da empresa para o consumidor (B2C): o marketing virtual B2C, ou

seja, da empresa para o consumidor é venda de produtos e serviços de

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forma on-line para o consumidor final. Atualmente, os consumidores

têm a possibilidade de adquirir praticamente tudo de forma virtual e

possuem o controle de selecionar os sites e aplicativos de compra que

comercializarão. Desta forma, o marketing digital demanda novas

abordagens e que diferem das tradicionais em relação a compra do

consumidor e as reações advindas do marketing.

b) Da empresa para a empresa (B2B): o marketing on-line B2B, ou seja,

de empresa para empresa utilizam sites, e-mails, redes sociais,

aplicativos e outros recursos on-line para prospectar novos clientes

organizacionais, comercializar com os clientes atuais e atender de

maneira mais eficiente e eficaz. Além disso, a Internet possibilita a

construção de relacionamentos mais consistentes com importantes

clientes organizacionais.

c) Do consumidor para o consumidor (C2C): o marketing on-line C2C, ou

seja, do consumidor para o consumidor ocorre de forma virtual entre os

usuários interessados por uma grande variedade de produtos, serviços

e assuntos. Dessa forma, a Internet possibilita excepcional meio para

os consumidores comercializarem ou trocarem produtos ou

informações uns com os outros. O C2C envolve trocas de informações

através de redes sociais, blogs e fóruns da Internet que pode ter fins

comerciais ou não comerciais.

d) Do consumidor para a empresa (C2B): o marketing virtual C2B, ou

seja, do consumidor para a empresa gera uma comunicação mais

eficiente e eficaz. A relação entre organização e cliente através do

ambiente digital foi potencializada e as empresas tem a possibilidade

de enviar sugestões e perguntas diretamente para o cliente e estreitar

seu relacionamento.

Segundo Albertin (2012), a evolução do comércio eletrônico é dividida em

quatro grandes estágios. O primeiro estágio é relacionado à utilização de

ferramentas do comércio eletrônico em processos relativos ao relacionamento direto

com os clientes, geralmente voltados para informações sobre produtos e serviços. A

segunda etapa dessa evolução é caracterizada pela expansão da realização de

transações, iniciada com os processos de recebimento de pedidos, fornecimento de

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informações e suporte à aplicação de produtos e serviços. Em relação ao terceiro

aspecto do processo, dar-se-á distribuição de produtos e serviços fundamentada por

meios eletrônicos, ou seja, os produtos não físicos, como software e música

passaram a ser oferecidos de maneira digital. Por fim, o quarto estágio foi

identificado pela interação entre os participantes e a sociedade, permitindo o

aparecimento de comunidades no ambiente digital, de modo mais abrangente e não

exclusivamente pelo provimento unilateral de informação, realização de transação e

distribuição de produtos e serviços.

Diante disto e de acordo com Albertin (2012), a análise dessa evolução,

conjuntamente com as realizações já empreendidas, proporciona inferir que as

empresas estão voltando seus esforços para a sua inclusão no novo ambiente de

negócios que é formado pelas comunidades e mídias sociais. Desta forma, ainda

conforme Albertin (2012), as mídias sociais são o alicerce para revoluções possíveis

e desejadas e devem ser o cerne da atenção das organizações e indivíduos. As

mídias sociais promoverão novas oportunidades pelo fato de ser um ambiente com

alto crescimento de interações, permitindo assim um estimulo de novas relações e

interações entre os indivíduos. Por conseguinte, as empresas necessitam aprender

como conviver e participar deste cenário.

Em conformidade com a Pesquisa FGV-EAESP de Comércio Eletrônico

(2016), um dos destaques das edições mais recentes da Pesquisa sobre Comércio

Eletrônico e Mercado Brasileiro é o uso de mídias sociais, pois devido ao

crescimento considerável, passa a ser um canal extremamente valioso de interação

entre as organizações e seus clientes.

2.1.1 Vantagens do comércio eletrônico

De acordo com Turban et al. (1999), Trepper (2000) e Afuah e Tucci

(2001) há diversos benefícios do comércio eletrônico para as organizações, como:

a) Expansão do mercado regional para nacional e internacional;

b) Devido ao baixo custo de investimento monetário, a empresa pode

adquirir mais clientes e melhores fornecedores e parceiros de negócios

de forma mais simples;

c) Diminuição dos custos relativos à criação, distribuição, processamento,

recuperação e armazenamento de recursos baseados na informação;

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d) Possibilidade de inovações no gerenciamento da cadeia de

suprimentos e de valor;

e) Automatiza o fluxo de negócios e de informações na organização;

f) Possibilita a redução de custos no fornecimento de serviços ao

consumidor, concomitantemente aumenta a qualidade do

gerenciamento da relação com o cliente;

g) Proporciona agrupar parceiros de negócios em um meio atuante

semelhante;

h) Menores custos na implementação de produtos e serviços que

forneçam vantagem competitiva;

i) Baixo custo de comunicação;

j) Melhora a imagem ao cliente;

k) Possibilita novas cooperações;

l) Simplifica processos, reduz o tempo de atividades e melhora a

produtividade.

Ainda de acordo com Turban et al. (1999), Trepper (2000) e Afuah e Tucci

(2001), o comércio eletrônico traz benefícios para os consumidores, como:

a) Possibilidade de transações 24 horas por dia, 7 dias por semana em

qualquer localidade do mundo;

b) Concedem mais opções alternativas aos clientes, mais produtos de

mais vendedores;

c) Contribui com a interação entre os consumidores, formando

comunidades digitais para compartilhamento de ideias e experiências;

d) Proporciona uma competição maior, resultando em preços mais baixos

aos clientes.

Segundo Alexandrini et al. (2011), a vantagem primordial do comércio

eletrônico é a sua capacidade atingir o mercado em escala global, sem

necessariamente ocorrer um grandioso esforço financeiro. Além disso, conforme o

autor, os limites do comércio digital não são restritos a uma área geográfica, assim,

permitindo ao consumidor uma escolha global devido à possibilidade de comparação

entre os diversos fornecedores de um determinado produto ou serviço,

independentemente das suas localizações. Alexandrini et al. (2011) afirmam que o

comércio eletrônico ao permitir a interação direta com o consumidor final acaba

resultando na diminuição da cadeia de distribuição ou mesmo eliminando-a. Assim

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cria-se um canal direto entre o produtor ou prestador de serviços e o consumidor

final, possibilitando fornecer produtos e serviços de maneira personalizada.

Alexandrini (2011) et al. comentam que o comércio digital intensifica o

aumento de ganhos em produtividade e competitividade por parte da organização

devido aos fornecedores estarem mais próximos dos seus clientes,

consequentemente, o consumidor é beneficiado com a melhoria na qualidade do

serviço resultando da maior proximidade e de um suporte pré e pós-venda mais

eficiente. Alexandrini (2011) et al. destacam que os consumidores passam a usufruir

de lojas virtuais abertas 24 horas por dia. Por fim, a redução de custos é uma

vantagem bem importante, pois quanto mais simples for um determinado processo

comercial, maior será a chance de êxito, ocasionando em uma significativa redução

dos custos de transação e dos preços praticados ao consumidor final. Geralmente

este tipo de benefício é associado ao comércio eletrônico.

Solomon (2006) demonstra que o comércio eletrônico possibilita diversas

oportunidades. Um dos benefícios do e-commerce é uma alta vantagem competitiva

em relação ao comércio tradicional, pois os sites estão disponíveis 24 horas por dia

e o comprador não precisa se deslocar do local onde se encontra. Outra vantagem

do e-commerce é a possibilidade de obter rapidamente as características e

conhecimento a cerca do produto ou serviço que se deseja adquirir, tendo

acessibilidade a preços em diversas lojas on-line. O mesmo autor afirma que a

entrega de forma rápida é outra oportunidade gerada pelo comércio eletrônico

Laudon e Laudon (2007) afirmam que as empresas virtuais estão

diretamente relacionas a redução dos custos de entrada e permanência no mercado.

Dessa forma, muitas empresas surgem apenas no mercado on-line devido à

possibilidade de adentrar no mercado competitivo com um baixo investimento em

relação ao mercado tradicional.

Felipini (2013a) explica que outra vantagem da loja virtual é que ela pode

ser implementada aos poucos e ser testada. Dessa forma o empreendedor pode

testar a aceitabilidade de seus produtos e/ou serviços e diminuir os riscos do

investimento. O mesmo autor declara que uma menor necessidade de infraestrutura

é uma vantagem para o comércio virtual, pois a loja on-line pode ser montada em

casa com o auxílio apenas do computador e/ou aparelho celular para gerenciar o

negócio.

De acordo com Lemos e Silva (2009) algumas das grandes vantagens

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para as empresas que o comércio virtual, como o Instagram, proporciona são: a

possibilidade de comercialização sem restrições de localidade, a ampliação da

atuação no mercado e a inexistência de custos com aluguel, funcionários e outros.

2.1.2 Desvantagens do comércio eletrônico

De acordo com Turban et al. (1999), Trepper (2000) e Afuah e Tucci

(2001), as desvantagens do comércio digital são:

a) Complexidade na entrega de produtos relacionada às condições

irregulares dos diversos tipos de transportes;

b) Dificuldades relativas ao pagamento, pois diversos clientes não

possuem cartão de crédito, o que impede a transação pela internet;

c) Preocupação por parte do cliente se os produtos irão chegar avariados

em seu domicilio e se isso ocorrer, se a troca será de forma ágil;

d) Para que haja uma entrega pontual e eficiente é necessário que o

gerenciamento do estoque seja de acordo com a demanda;

e) Devido ao deplorável sistema de telecomunicações, o acesso à internet

em algumas localidades é bastante lento.

Já de acordo com Alexandrini et al. (2011), as desvantagens elementares

do comércio digital são:

a) Alta dependência das tecnologias da informação e da comunicação;

b) Pouca legislação que oriente as novas atividades do comércio

eletrônico nacional e internacional

c) Impossibilidade de tocar ou experimentar os produtos;

d) Inseguranças dos consumidores nas transações comerciais;

e) Perda de privacidade dos usuários, perda de identidade cultural e

econômica das regiões e países.

Mattar (2011) afirma que a insegurança na internet gera receio para quem

compra on-line e pode acabar prejudicando as lojas virtuais. Muitos usuários da

internet acreditam que o ambiente virtual não tem garantia de segurança e acabam

não efetuando compras para não ter seus dados roubados e consequentemente

usados de forma fraudulenta.

De acordo com Felipini (2013a, p.16) “o consumidor on-line é

extremamente exigente, bem informado e sabe muito bem o que quer. Isso significa

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que, para ser bem sucedido na internet, deve-se contar com uma boa loja virtual”.

Isso mostra que a capacidade de inovação e a busca por vantagens competitivas

são de grande valia devido à concorrência no ambiente virtual está cada vez mais

acirrada, pois se por um lado a possibilidade de venda globalizada, por outro há a

possibilidade de compra universal.

Claro (2013) reitera que a concorrência no mercado de lojas on-line é

altíssima e que as diversas e aceleradas atualizações das tecnologias disponíveis

no mercado prejudicam a eficiente e ágil tomada de decisões por parte dos

administradores. O mesmo autor salienta que os pequenos empresários são os mais

afetados por essas constantes mudanças devido a menor quantidade de recursos e

informações para gerenciar suas empresas.

Para Solomon (2006) o comércio eletrônico gera alguns desafios a serem

vencidos, como a falta de segurança e fraude, pois há uma desconfiança na compra

de produtos via internet devido à possibilidade do não recebimento do produto e a

transação financeira enganosa. Além disso, uma desvantagem deste tipo de merca

está relacionada com a imprecisão das cores do produto reproduzidas na tela dos

computadores, pois muitas vezes não fidedignas as fotos publicadas. O mesmo

autor afirma que a impossibilidade de troca do produto é caracterizada como uma

desvantagem e desafio para o e-commerce. Por fim, a despesa com pedido de

devolução é mais um desafio a ser enfrentado nesta modalidade de comércio virtual.

2.2 S-commerce

De acordo com Maia et al. (2018), Zhou; Zhang; Zimmermann (2013),

Chen, Shen (2015), a massificação das redes sociais gerou diversas

transformações, tanto em termos sociais quanto econômicos, dando inicio a um novo

tipo de comércio eletrônico que tem alterado a maneira como as compras on-line

vêm sendo realizadas, chamado de comércio social (do inglês social

commerce ou s-commerce). Para Liang; Ho; Li; Turban (2011), Wang; Zhang, (2012)

o comércio eletrônico realizado pelas redes sociais é o comércio que se utiliza das

mídias sociais, como Instagram e Facebook para realizar transações e atividades

mercantis direcionadas, basicamente, pelas interações sociais. Huang e Benyoucef

(2015) afirmam que esse ambiente virtual proporciona que os clientes tenham

acesso informações, conhecimentos e experiências sociais que os ajudam a

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entender de forma mais concreta seu objetivo de compra on-line e a tomar decisões

de compra mais embasadas.

De acordo com Tomas et al. (2012) a internet proporcionou tanto a

mudança como são realizadas as transações comerciais através do e-commerce

quanto o desenvolvimento de um novo tipo de interação, feitas a partir de relações

on-line, como as redes sociais virtuais. Hajli (2015) afirma que a partir da

combinação entre as redes e mídias sociais e o comércio eletrônico, surgiu o social

commerce, como uma nova categoria de e-commerce qualificada em produzir

interações entre usuários em plataforma sociais, como Instagram e Facebook,

possibilitando uma comunicação mais assertiva em relação a empresas, produtos e

serviços. Martins et al. (2015) incrementam afirmando que a as redes sociais vão

além de simples sites de relacionamentos, pois criam novas formas de consumo e

de comportamento de consumidores.

Segundo Galinari et al. (2015) com a introdução das redes sociais,

diversas empresas têm percebido a oportunidade de difundir suas marcas ou de

alavancar suas vendas através de uma nova possibilidade de comercialização

conhecida por social commerce ou s-commerce. Esse modelo de comércio

eletrônico consiste na venda de produtos e serviços por meio das mídias sociais,

como Instagram e Facebook. Além disso, os mesmos autores afirmam que o cliente

pode realizar todas as etapas do processo de compra pela própria mídia social.

Garrido (2012) afirma que o social commerce é o e-commerce envolvendo

o relacionamento de pessoas e as empresas precisam compreender o seu público; e

as organizações necessitam entender que o tratamento com pessoas é essencial

para essa nova forma de comércio eletrônico.

De acordo com Garrido (2012), no que se refere ao contexto das mídias

sociais, a empresa de comércio eletrônico não está no comando, mas sim os

usuários; pois o ambiente das redes sociais é ambiente deles. Dessa forma, uma

estratégia de participação se faz fundamental para que as empresas estejam em

concordância com o ambiente virtual, pois os clientes já falavam de sua marca

mesmo sem a presença oficial das organizações.

Conforme Figueira (2013), o social commerce cria uma fidelização através

de boas experiências. A credibilidade nas indicações de amigos é mais confiável do

que os anúncios encontrados com frequência nas mídias sociais. Dessa forma, a

rede de amigos é de grande influência na decisão de compra dos usuários do s-

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25

commerce.

Galinari et al. (2015) corroboram afirmando que os usuários de redes

sociais podem adquirir informações sobre produtos e empresas diretamente de sua

rede de contatos que, na maior parte dos casos, costuma ser percebida como mais

fidedigna que fontes alternativas.

Por fim Galinari et al. (2015) afirmam que as empresas podem se

beneficiar do marketing espontâneo, realizado por usuários que curtem, comentam

ou compartilham a página da empresa, um produto ou serviço específico ou a

experiência de compra em sua rede social.

2.3 Mídias Sociais e Instagram

Conforme Ciribeli e Paiva (2011), as redes sociais são formadas por

pessoas que compartilham objetivos comuns e não precisam estar limitadas

hierarquicamente. Além disso, essas redes estão presentes em diversos ambientes,

como na escola, no trabalho e na política. Os mesmos autores afirmam que as redes

sociais podem estar presentes em diversas mídias, e estas, por sua vez, apresentam

ferramentas que facilitam a comunicação entre os usuários, favorecendo a

integração de conteúdos, postagens e compartilhamentos. Alves e Rocha (2011)

corroboram afirmando que as mídias sociais são mais amplas e compartilham

diferentes conteúdos, permitindo a formação de redes sociais ou não.

Recuero (2008) s.p. define mídia social como a “ferramenta de

comunicação que permite a emergência das redes sociais”, sendo as redes sociais

redes de conexões e relacionamentos entre as pessoas. Ainda conforme a autora, o

termo social é utilizado porque “permite a apropriação para a sociabilidade, a partir

da construção do espaço social e da interação com outros atores”.

De acordo com Wünderlich, Wangenheim e Bitner (2013), o advento das

mídias sociais no início da década de 2000 proporcionou a aproximação das

organizações com os clientes através de exposição de produtos e serviços. Essa

proximidade foi devido à interatividade e comunicação entre empresas e usuários e

fortalecida com o uso das mídias sociais. Segundo Nehring et al. (2013), essa

interação possibilitou a diminuição da insegurança da compra on-line por muitos

consumidores, pois a maior interação e de forma mais direta foi indispensável para

esse êxito.

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Conforme Gomes e Mondo (2016), as mídias sociais proporcionam um

alto poder de alcance através de compartilhamento de postagens feitas por usuários.

De acordo com a Global Web Index (2015), em seu estudo Social Media

Engagement Summary, o Instagram está entre as cinco mídias sociais mais

acessadas no mundo. A British Broadcast Company - BBC (2015), afirma que o

Facebook atingiu em agosto de 2015 a marca de 1 bilhão de acessos diariamente.

Isso certifica o alto índice de capacidade que as mídias sociais possuem nos

negócios.

Segundo a pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Mercado -

IBRAMERC (2010), 65% das empresas brasileiras estão presentes nas mídias

sociais, mas apenas 7% julgam necessária a presença nas redes. Amâncio (2009)

explica que as mídias sociais dão oportunidade as empresas a criarem um espaço

de relacionamento com o consumidor e assim fortalecerem suas marcas no

mercado.

De acordo com o Instagram (2018), a rede social instagram é uma

comunidade com mais de 800 milhões de participantes que capturam e

compartilham momentos ao redor do mundo. Dessa forma, a comunidade tornou-se

o lar de narrativas visuais para todos, como celebridades, redações e marcas, as

adolescentes, músicos e qualquer pessoa com uma paixão criativa.

Hinerasky (2014) relata que a rede social Instagram foi criada em outubro

de 2010 e possui milhões de usuários. Aproximadamente dois terços dos usuários

interagem diariamente na plataforma através de compartilhamento de vídeos e fotos,

ou seja, cerca de 90 milhões de pessoas utilizam o Instagram todo dia. Dessa forma,

o Instagram é a plataforma social mais poderosa e utilizada do mundo, com 15

vezes a mais em relação a taxa de engajamento do Facebook, que possui 1,3 bilhão

de usuários.

Segundo Ferreira et al. (2017), a rede social Instagram foi criada para

compartilhamento de fotos e com os instrumentos que a mídia oferece, os usuários

podem organizar e editar seus compartilhamentos de conteúdo de diversas formas.

A mídia conta com a opção “seguir” que é a forma que os diversos utilizadores

podem interagir uns com os outros e acompanhar os perfis em um modelo de linha

do tempo.

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2.4 Mercado Eletrônico de moda

De acordo com Cordeiro (2013), a concepção de moda começou a ser

determinada no final da Idade Média e começo da Renascença devido ao

considerável desenvolvimento urbano. Além disso, a burguesia, classe social em

ascensão, percebeu no vestuário uma forma de “se equiparar” aos nobres. Dessa

forma, segundo Lipovetsky (2008), a moda passou a ser associada a status, poder e

diferenciação.

Conforme Lipovetsky (2008), a moda obteve um maior destaque após a

primeira revolução industrial no século XVIII relacionando-se à produção em massa

e proliferação de estilo. No Brasil, segundo Cordeiro (2013), conjuntamente às

mudanças sociais ocorridas em países da Europa e América do Norte, provocadas

pelas revoluções industriais e a revolução do consumo, deparávamos-nos com um

quadro inerte, em função da introdução tardia do país no mundo industrializado, a

permanência prolongada da economia propensa à escravidão e a baixa qualidade

dos produtos elaborados em território nacional. Volpi (2007) afirma que apenas na

década de 1950, no governo de Juscelino Kubitscheck, a indústria brasileira iniciaria

de maneira palpável, e a manufatura progressivamente ganharia o espaço

controlado pelo produto agrícola.

Segundo Michetti (2015) a “moda brasileira” é condicionada pela situação

de globalização. A autora afirma que abertura do mercado brasileiro deu inicio a

acirrada competição da moda do país com marcas estrangeiras consagradas e os

baixos preços dos mercados asiáticos, que passam a entrar com mais facilidade no

mercado brasileiro. Essa abertura teve inicio na década de 1990 e o setor nacional

de têxteis, confecções e moda presenciaram a concorrência de forma mais sólida,

dessa forma, a abertura desses novos mercados exigiu que as empresas e

instituições atuantes nos negócios de moda buscassem uma identidade da “moda

brasileira” para atenuar os efeitos dessa abertura e torna-la apta a enfrentar a

concorrência mundial.

Kontic (2007) afirma que na trajetória da indústria da moda, além da

observância das constantes mudanças neste setor, o mercado está expandindo

constantemente e aderindo a inovação como ponto de crescimento de

competitividade. O mesmo autor frisa que a produção de moda com todo seu

aparato institucional que precisa para operar depende de fabricantes especializados

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e alinhados com a dinâmica da moda, consumidores envolvidos nas novidades de

cada coleção e atualizados sobre tendências e comportamentos e trabalhadores

profissionalizados no âmbito do design e a da moda.

Segundo a Ebit (2018), o e-commerce brasileiro faturou em 2017 o total

de R$ 47,7 bilhões - crescimento nominal de 7,5% em relação a 2016. Para 2018 a

previsão é que o setor alcance R$ 53,5 bilhões (crescimento nominal de 12%).

Observou-se que mais de 55 milhões de consumidores fizeram pelo menos uma

compra em 2017, um aumento de 15% se comparado a 2016 (figura 1).

Figura 1 – Evolução dos e-consumidores (ativos) ao ano (2013 a 2017) – Brasil

Fonte: Relatório WebShoppers 2018 – Ebit

Como mostrado nas Figuras 2 e 3, a categoria moda e acessórios

corresponderam em 14% em relação a volume de pedidos e 6,1% em faturamento

das vendas on-line de 2017, segundo o Relatório Webshoppers 2018 (EBIT, 2018).

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Figura 2 – Categorias mais vendidas (e-commerce), em volume de pedidos (2017) – Brasil

Fonte: Relatório WebShoppers 2018 – EBIT (2018)

Figura 3 – Categorias mais vendidas (e-commerce), em faturamento (2017) – Brasil

Fonte: Relatório WebShoppers 2018 – EBIT (2018)

Um dos maiores destaques foi a categoria de moda e acessórios que

manteve a liderança e aumentou sua participação nas vendas. Além disso, quando

analisadas as dez categorias mais compradas em sites internacionais em 2017, a

categoria moda e acessórios ocupa a segunda posição (figura 4).

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Figura 4 – Top 10 categorias mais compradas em sites internacionais (e-commerce) – Brasil

Fonte: Relatório WebShoppers 2018 – EBIT (2018)

A Ebit (2018) estima que o ano de 2018 seja um ano de crescimento em

ritmo acelerado para o comércio eletrônico brasileiro fortalecido, principalmente,

pelas vendas via dispositivos moveis.

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3 METODOLOGIA

Severino (2007, p. 102) define Método Científico como “um conjunto de

procedimentos lógicos e de técnicas operacionais que permitem o acesso às

relações causais constantes entre os fenômenos”.

Já Freitas e Prodanov (2013, p 14) afirmam que a Metodologia “examina,

descreve e avalia métodos e técnicas de pesquisa que possibilitam a coleta e o

processamento de informações, visando ao encaminhamento e à resolução de

problemas e/ou questões de investigação”.

De acordo com Freitas e Prodanov (2013) a pesquisa é qualitativa, pois

existe uma relação inseparável entre o mundo objetivo e o subjetivo do sujeito. A

análise não se baseia em números e não há necessidade de testes estatísticos para

aferir resultados. Além disso, o pesquisador é o instrumento chave para a realização

de uma pesquisa qualitativa.

A pesquisa foi realizada com 4 donos de negócios de moda praia,

conforme tabela 1, que atuam no segmento de varejo. A análise para escolha dos

entrevistados foi serem proprietários do s-commerce que atuam no segmento varejo

e na rede social Instagram e que residam em Fortaleza. Dessa forma, o principal

canal de vendas das empresas analisadas é a rede social Instagram.

Conforme Gil (2008) a entrevista é uma técnica de coleta de dados

bastante utilizada no qual o entrevistador formula perguntas ao entrevistado com o

objetivo de obtenção de dados que serão úteis para o estudo realizado. Dessa

forma, o investigado é a fonte de informação para realização de análises posteriores.

As entrevistas foram realizadas com quatro proprietários de lojas virtuais

nos dias 13 e 14 do mês de outubro e no dia 02 do mês de novembro a partir de um

roteiro com duas perguntas pré-estabelecidas com base no objetivo do estudo, como

nome do entrevistado, idade do entrevistado, nome da empresa, duração da

empresa no mercado virtual e oportunidades e desafios para iniciar e manter uma

loja s-commerce.

O roteiro foi elaborado com o objetivo de obter respostas sobre

informações relativas ao entrevistado, à empresa e as oportunidades e adversidades

de um social comércio. As interlocuções foram executadas de forma presencial e

individual com duração média de 10 minutos, foram gravadas com a ajuda de um

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aparelho celular e posteriormente transcritas.

A análise das conversações foi realizada de modo comparativo,

averiguando as respostas dos entrevistados com a teoria anteriormente pesquisada

pelos autores estudados.

Tabela 1 – Informações referentes aos entrevistados e suas empresas virtuais

Entrevistado Idade S-commerce Tempo no

Mercado

Empreendedor A 22 anos Praiou 1 ano e 8 meses

Empreendedor B 28 anos Luz e Mar 1 ano

Empreendedora C 24 anos Bamboo Beachwear 5 anos

Empreendedora D 29 anos Dat Brand 3 anos

Fonte: O autor (2018)

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4 RESULTADOS

Esta seção se refere à análise comparativa da teoria pesquisada com a

prática realizada pelos entrevistados desse estudo. Foi dividida nas seguintes

subseções para a melhor compreensão e verificação das resultâncias:

oportunidades do s-commerce e desafios do s-commerce.

4.1 Oportunidades do s-commerce

As redes sociais são um grande estímulo para a criação de

empreendimentos com baixos custos e que possam gerar uma competição mais

pulverizada. O investimento inicial de um comércio eletrônico é expressivamente

menor que o investimento em uma loja física e proporciona um público maior que um

comércio tradicional devido o amplo alcance que a internet e as redes sociais

possuem. Tendo em vista isso, o dono da Praiou, Empreendedor A, ao fazer

referência ao reduzido custo de iniciar um negócio de forma virtual, afirma:

... ali você consegue divulgar sua oferta para diversas pessoas facilmente e também a questão do custo, ne...

Seguindo o mesmo raciocínio que o Empreendedor A; o Empreendedor B,

sócio proprietário da Luz & Mar, declara que uma das vantagens do s-commerce é a

facilidade de entrada no mercado devido a possibilidade de criar uma loja virtual com

de forma simples e econômica, como pode ser percebido na afirmação a seguir:

... ingressar ela com mais facilidade no mercado por conta do seu investimento inicial ser de um custo mais baixo...”

Além disso, a Empreendedora D, proprietária da empresa Dat Brand,

expressa a mesma opinião que o Empreendedor A e B e acrescenta que a facilidade

está vinculada as redes sociais, principalmente, a rede social Instagram que é

altamente utilizada para fins comerciais:

... olha, em relação à oportunidade pra abrir um negócio virtual, as principais oportunidades são as facilidades e o custo né, o custo pra iniciar um negócio virtual, se você for começar pelas redes sociais né que hoje o forte é o Instagram que é a rede social mais utilizada para fins comerciais atualmente, a principal oportunidade é a praticidade e o fato de não ter

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custo nenhum...

As afirmações dos proprietários das empresas vão ao encontro do

exposto por Alexandrini et al. (2011) ao alegarem que a principal vantagem do

comércio virtual é possibilidade de atingir o mercado de forma universal com um

modesto montante financeiro.

O Empreendedor A ainda afirma que o comércio virtual em relação a

questão financeira vai além do baixo investimento, pois o custo para manter um

social commerce é significativamente inferior que o já conhecido comércio

tradicional. A fala transcrita a seguir do entrevistado respalda o dito anteriormente:

... zero custo pra iniciar e praticamente zero custo também pra manter por que você não tem aluguel, luz, água, telefone...

Essa asserção precedente também é respaldada com o estudo de um

pesquisador, Lemos e Silva (2009), ao esclarecer que a ausência de custos com

aluguel, funcionários, impostos sobre imóveis locados e outros são uma enorme

vantagem para quem empreende de forma virtual.

Os autores Laudon e Laudon (2007) corroboram com a afirmação citada

anteriormente ao dizer que as empresas presentes virtualmente estão diretamente

associadas a redução dos custos de entrada e permanência no mercado. Os

mesmos autores ainda complementam assegurando que diversas empresas surgem

prioritariamente no mercado on-line com o objetivo de adentrar no mercado com um

investimento expressivamente inferior ao mercado tradicional.

Dessa forma, os entrevistados citados mostram de forma real as

afirmações dos autores que dão base para a teoria exposta no estudo em relação

aos custos, investimentos e facilidades de empreender virtualmente. Esse aspecto

de fato é uma vantagem, no mínimo, para alguns proprietários de s-commerce de

moda praia.

Outro aspecto relevante em relação as oportunidades de administrar um

comércio eletrônico, segundo o Empreendedor B, é a possibilidade de negociar

aplicando o “just in time”, pois a utilização desse modelo de negócio alinhado ao

estoque mínimo cria uma vantagem competitiva que pode ser crucial nesse

segmento moda praia. A seguinte frase do entrevistado dá respaldo ao dito

anteriormente:

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... possibilitando você também está trabalhando com estoque mínimo ou com entregas diretamente do seu fornecedor...

O pesquisador Alexandrini et al. (2011) constata a afirmativa do

entrevistado ao informar que e-commerce permite a interação direta com o

consumidor final, resultando na diminuição da cadeia de distribuição ou mesmo

suprimindo-a.

Outro tópico que precisa ser destacado é que o comércio eletrônico

possibilita a oportunidade de alcançar novos mercados e ampliar o nicho de clientes

para outros países e regiões, pois não se restringe a uma determinada área devido

ao alcance globalizado que o advento da internet possibilitou. Diante disso, a

Empreendedora C, sócia proprietária da Bamboo Beachwear, destaca:

... você consegue vender tanto pra dentro do país quanto pra fora, então se você quiser vender internacionalmente, você consegue, isso é bem legal...

A teoria ratifica que o declarado pela entrevistada é verdadeiro, pois uma

das vantagens do e-commerce é a expansão do mercado regional para nacional e

internacional, assim como Turban et al. (1999), Trepper (2000) e Afuah e Tucci

(2001) demonstram em seus estudos.

Os estudiosos e pesquisadores Lemos e Silva (2009) corroboram com os

estudiosos antecedentes e dão suporte ao afirmado pela Empreendedora C ao

comunicar que algumas das grandes vantagens para as empresas que estão no

ambiente on-line são a possibilidade de comercialização sem restrições de

localidades e a ampliação da atuação no mercado nacional e/ou internacional.

Há outra oportunidade para quem comercializa por s-commerce que pode

ser elencada e esclarecida. Essa oportunidade se refere a possibilidade de teste de

produtos e serviços no ambiente virtual. O Empreendedor A acredita que a validação

de um produto é mais facilmente experimentada através da internet com o uso das

redes sociais ao declarar que:

... e a outra oportunidade também é em relação a testar um produto, você quer testar um produto, vender um produto, nada mais fácil do que você vender pela internet, validar o seu produto para o público que você pretende vender...

A fala transcrita do entrevistado vai ao encontro do pronunciado por

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Felipini (2013) ao explicar que a loja virtual permite a implementação, teste e

validação de produtos. O mesmo autor ainda afirma que esse teste realizado pode

diminuir os riscos de investimento e verificar a aceitabilidade dos produtos por parte

dos usuários.

Por fim, o Empreendedor A e a Empreendedora D acreditam que a

indispensabilidade de uma grande infraestrutura é uma oportunidade que impulsiona

o surgimento de lojas em ambientes virtual, como o social comércio, pois há

necessidade de apenas alguns utensílios para operacionalizar uma loja virtual, como

o aparelho celular e/ou computador e o acesso à internet. O Empreendedor A expõe:

... no celular, no computador, de qualquer lugar; basta ter um wi-fi conectado e você já pode iniciar um negócio de qualquer canto também...

Já a Emprendedora D relata:

... qualquer pessoa pode hoje abrir uma conta mesmo sendo comercial e passar a vender produtos ali na plataforma virtual através do Instagram...

O teórico Felipini (2013a) certifica o exposto acima informando que uma

menor necessidade de uma infraestrutura elaborada é uma oportunidade primordial

para quem empreende de forma on-line, pois o social commerce pode ser montado

em casa com o auxílio apenas do computador e/ou aparelho celular para gerenciar o

negócio.

O aferido acima mostra que há uma semelhança da teoria dos autores

pesquisados com a prática realizada pelos entrevistados no segmento de moda

praia e que há diversas oportunidades para empreender com a contribuição das

mídias sociais. O mercado on-line é propício a empresas que estão em fase de

testes, possuem poucos recursos para implantação de uma loja tradicional e

pretendem ampliar nichos de mercado de forma ágil.

Dessa forma, a loja on-line possui oportunidades altamente relevantes,

como pode ser avaliada de maneira clara no quadro 1 e é uma estratagema em

relação a loja física.

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Quadro 1 – Principais oportunidades do s-commerce

Oportunidades Fundamentação prática Autores do referencial

Ampliação de nichos/mercado O alcance de mercado é bem superior à loja tradicional.

Lemos e Silva (2009).

Baixo custo para iniciar a loja on-line

O investimento inicial baixo é o principal fator de surgimento do s-commerce.

Alexandrini et al. (2011).

Baixo custo para manter a loja on-line

O baixo custo para manter um s-commerce possibilita sua expansão.

Laudon e Laudon (2007).

Trabalhar com estoque mínimo

A necessidade de baixo estoque reduz perdas e possibilita o sucesso do s-commerce.

Alexandrini et al. (2011).

Facilidade em criar uma conta A facilidade na criação de um s-commerce é a maior oportunidade para começar.

Felipini (2013a).

Fonte: O autor (2018)

4.2 Desafios do s-commerce

Há diversos desafios para quem empreende de forma on-line,

principalmente, quando é preciso convencer aos usuários que as compras pela

internet são um caminho prático e seguro. O Empreendedor A destaca que um

desafio que enfrenta rotineiramente é:

... convencer as pessoas a comprar on-line...

O Empreendedor B, sócio proprietário da Luz & Mar, concorda que a

compra on-line é um desafio a ser enfrentado, principalmente, no inicio da loja on-

line, pois devido ao desconhecimento da marca há a possibilidade dos usuários

ficarem receosos em relação à credibilidade, segurança e qualidade de um

determinado produto ou serviço; assim como declara:

... uma outra dificuldade que podemos identificar em manter uma loja on-line é a resistência pessoal de nossos clientes. Até a marca se consolidar pode haver algum tipo de resistência em relação a credibilidade da loja, da marca, em relação ao próprio produto e serviço prestado pela mesma...

As possibilidades de comprar presencialmente são muitas, mas as de

comprar on-line têm crescido expressivamente. Mesmo assim, as compras on-line

parecem ser uma barreira a ser superada por muitos empreendedores de e-

commerce. O estudioso Alexandrini et al. (2011) afirma que uma das desvantagens

desta modalidade de comércio é insegurança dos consumidores nas transações

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comerciais feitas virtualmente. Já Solomon (2006) revalida informando que a

ausência de segurança e fraude gera desconfiança na compra de produtos e

serviços via internet devido ao possível não recebimento do produto e prestação do

serviço e a transação financeira ludibriadora.

Por fim, em relação à segurança na compra on-line, Mattar (2011)

confirma que a insegurança na internet é um fato e que acaba prejudicando diversas

lojas do ambiente virtual. O temor dos usuários terem seus dados cadastrais, cartão

de crédito e senhas roubados ou clonados e serem usados de forma fraudulenta

acabam gerando uma omissão na compra de forma on-line.

Outra desvantagem inerente ao comércio eletrônico é a impossibilidade

de experimentar os produtos expostos de forma virtual. O ambiente on-line prejudica

diversas lojas na qual seus produtos precisam, imprescindivelmente, serem

experimentados no corpo para que a compra seja efetuada e não gere problemas,

como trocas, insatisfação e até falta de credibilidade da empresa. Alexandrini et al.

(2011) concordam quem um dos maiores desafios desta modalidade de comércio é a

inviabilidade de tocar e sentir o que é vendido. Isso pode ser respaldado de forma

prática com a declaração da Empreendedora C no seguinte depoimento:

... eu creio que o maior desafio de você comprar moda praia em uma loja virtual é que você não pode experimentar e isso gera um problema por que a maioria das mulheres não querem comprar um produto que vai expor você, ne, por que a moda praia você fica bem exposta, sem experimentar, sem ficar bem adequado em você...

Outra entrevistada que respalda as proposições acimas é a

Empreendedora D, dona da marca Dat Brand, ao admitir que:

... por mais que tenha a facilidade do tamanho coincidir né em quase em 80% dos casos, o tamanho informado pela cliente coincidir o tamanho do biquíni, sempre vai ter uma parcela de clientes que só vai sentir segurança mesmo de realizar a compra uma loja física, onde ela possa ir, provar...

O mercado de moda praia atenua esse desafio devido aos produtos

serem divididos em tamanhos, principalmente, em pequeno, médio e grande e cada

divisão vestir uma determinada numeração. Isso provoca uma menor dificuldade em

realizar a compra virtual, mas não deixa de ser um desafio a ser superado no

mercado on-line. A entrevistada que respalda as proposições acimas é a

Empreendedora D ao admitir que:

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... eu tive mais facilidade de vender moda praia no Instagram do que moda feminina de um modo geral por que a roupa, a cliente tem mais necessidade de provar a roupa e ver o caimento daquela roupa no corpo do que o biquíni, normalmente, o biquíni é mais assertivo, a pessoa veste P, M ou G ou veste um tamanho em baixo e outro em cima...

Outro pesquisador da área, Solomon (2006), afirma que a despesa com

pedido de devolução e a dificuldade no processo de troca são compreendidas como

desafios para o social comércio. Essa afirmação pode ser respaldada com uma frase

pronunciada por um dos entrevistados, o Empreendedor B:

... eu posso tá destacando a entrega e a troca do produto como um serviço que pode vim a causar uma dificuldade por conta de gastos adicionais ou até possivelmente um prejuízo...

A devolução e troca de um produto ocasiona um custo adicional para a

empresa e gera uma insatisfação no consumidor, principalmente, quando não é

realizado um pós-venda consistente. A empresa virtual que não possui uma politica

de devoluções e tem uma alta demanda de pedido de trocas acaba tendo sua

falência decretada.

A concorrência no mercado virtual é um fato assim como no mercado

tradicional. O s-commerce possibilita uma facilidade na criação de empresas virtuais

e isso gera um aumento na concorrência, pois muitos empreendedores que não

tinham a oportunidade de abrir uma loja física acabam abrindo uma empresa on-line

para comercializar seus produtos e serviços. O estudioso Felipini (2013a) afirma

categoricamente que o consumidor virtual é altamente bem informado e rigoroso.

Dessa forma, o autor afirma que para se obter sucesso em uma loja virtual, como

lojas estabelecidas na rede social Instagram é necessário possuir uma excelente

empresa on-line. Para se ter uma ideia do assunto tratado na prática, a

Empreendedora D afirma:

... os desafios que eu identifiquei bastante é a concorrência. Quando você abre uma conta de determinado produto no Instagram você se depara com muitas outras marcas daquele mesmo produto que você não imaginava que existiam tantas pessoas comercializando aquele mesmo produto até você comercializar também...

Ainda de acordo com Felipini (2013a) devido ao alto nível competitivo no

ambiente virtual e a facilidade de compra e venda globalizada, a busca por

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inovações que gerem vantagens competitivas é altamente necessária para o

sucesso de uma loja posicionada virtualmente. O Empreendedor B confirma que, na

prática, a concorrência é constante com a seguinte frase transcrita:

... daí as dificuldades que se sucedem parte da concorrência direta e

indireta deste segmento...

Por fim Claro (2013) alega que a concorrência no mercado virtual é

elevada e que é necessária a constante inovação em aspectos tecnológicos para

criar uma vantagem competitiva e, dessa forma, contornar o desafio competitivo.

Com o decorrer do apresentado em relação aos desafios no mercado

virtual de moda praia, pode-se inferir que os autores estudados foram assertivos em

suas pesquisas ao se tratar das dificuldades que os comércios eletrônicos

ocasionam e que há correspondência com a prática analisada nas entrevistas

realizadas. Vale salientar que a concorrência, a dificuldade de devoluções, a

impossibilidade de experimentar um produto ou serviço, a resistência em comprar

on-line que estão elencados no quadro 2 são inerentes ao s-commerce, mas que

são desafios que podem ser superados com a correta organização da empresa.

Quadro 2 – Principais desafios do s-commerce

Desafioss Fundamentação prática Autores do referencial

Concorrência A concorrência é maior do que se

imagina no s-commerce.

Claro (2013).

Dificuldade de troca A troca de produtos pode acarretar

em grandes perdas financeiras.

Solomon (2006).

Impossibilidade de

experimentar

A impossibilidade de experimentar o

produto de s-commerce gera uma

perda de clientes e é um dos

maiores desafios a ser superado.

Alexandrini et al. (2011).

Resistência em comprar on-

line

As diversas fraudes que existem

pela internet geram uma

desconfiança em compras on-line.

Mattar (2011).

Fonte: O autor (2018)

Diante do apresentado, é notório que as oportunidades e desafios

inerentes ao s-commerce são determinantes para a entrada e permanência no

mercado virtual. O comércio eletrônico realizado através das mídias sociais possui

características singulares e são a porta de entrada para diversos empreendimentos.

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5 CONCLUSÃO

Buscando-se cumprir os objetivos pretendidos neste estudo, pode-se

considerar que há oportunidades e desafios para quem empreende de forma on-line

ao criar e manter um s-commerce. Desse modo, para se verificar a veracidade e a

qualidade das oportunidades e desafios, foi realizada uma entrevista com os

proprietários de lojas virtuais que possuem conta no Instagram e que atuam no

mercado de moda praia.

A pesquisa teve por objetivo geral analisar as oportunidades e os desafios

do mercado de moda praia na modalidade s-commerce e por objetivos específicos:

analisar as principais oportunidades do mercado de moda praia na modalidade s-

commerce e analisar os principais desafios do mercado de moda praia na

modalidade s-commerce.

Foi verificado que as principais oportunidades para criação e manutenção

são: ampliação de nichos e mercados que gera uma demanda altamente abrangente

devido a possibilidade de realizar vendas para clientes que residem em outros

Estados e Países; o baixo custo para iniciar a loja on-line, pois não é necessária

uma infraestrutura elaborada para iniciar o negócio de forma virtual e com apenas

um celular conectado à internet a empresa já pode iniciar suas atividades; o baixo

custo para manter a loja on-line é um fator essencial para dar continuidade às

atividades da empresa e aumenta as chances de permanência no mercado; o

trabalho com estoque mínimo é uma oportunidade que reduz o capital de giro e

possibilita que o s-commerce diversifique os produtos oferecidos ao consumidor; e

por fim a facilidade de criar uma conta é primordial no surgimento de

empreendimentos, pois dá chances para os empreendedores com menos

habilidades técnicas.

Em relação aos desafios, as principais adversidades são: a concorrência,

pois a facilidade em criar um s-commerce resulta em um maior índice de empresas

no mercado e assim gera uma alta competição; a dificuldade de troca pode resultar

em perdas e até no fechamento da empresa devido aos custos adicionais com

transporte; a impossibilidade de experimentar o produto é, de longe, o maior desafio

que o s-commerce possui, pois reduz significativamente a captação de novos

clientes; e por fim resistência em comprar on-line decorre do alto número de fraudes

e insegurança do ambiente virtual.

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Diante do apresentado, volta-se a questão inicial do trabalho: quais as

principais oportunidades e desafios do mercado de moda praia na modalidade s-

commerce? Em relação às oportunidades, a resposta mais adequada é ampliação

de nichos e mercados, o baixo custo para iniciar e manter o negócio, a capacidade

de trabalhar com estoque mínimo e a facilidade na criação da conta para iniciar o

empreendimento. No que se refere aos desafios, a resposta mais justa é a alta

concorrência, a dificuldade de troca dos produtos vendidos, a impossibilidade e

experimentação dos produtos e a resistência na compra on-line.

O estudo realizado apresentou limitações importantes quanto ao estudo

quantitativo, pois se limitou apenas a questão qualitativa das oportunidades e

desafios.

Frente a esses resultados, pode-se concluir que os objetivos do estudo

foram alcançados e podem auxiliar futuras pesquisas na área, outras monografias

de estudantes da Universidade Federal do Ceará que se interessem pelo tema e

possíveis empreendedores que queiram identificar as oportunidades e desafios do

comércio eletrônico no segmento de moda praia. Por fim, espera-se que estudos

sejam realizados no âmbito quantitativo para um maior detalhamento do tema

estudado.

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APÊNDICE A – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

ROTEIRO DE ENTREVISTA

1. Qual seu nome e idade?

2. Qual o nome da empresa e quanto tempo de mercado?

3. Quais as oportunidades para abrir e manter um s-commerce?

4. Quais os desafios de abrir e manter um s-commerce?