universidade federal do paranÁ adriane roglin
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
ADRIANE ROGLIN
CONTROLE DE FORMIGAS CORTADEIRAS EM MÓDULOS DEMONSTRATIVOS DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS NO
BIOMA CERRADO
CURITIBA 2012
ADRIANE ROGLIN
CONTROLE DE FORMIGAS CORTADEIRAS EM MÓDULOS DEMONSTRATIVOS DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS NO
BIOMA CERRADO
CURITIBA 2012
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Florestal da Universidade
Federal do Paraná, como parte dos requisitos para
obtenção do título de Mestre em Engenharia
Florestal.
Orientador: Prof. Dr. Nilton José Sousa
Co-orientador: Prof. Dr. José Roberto Rodrigues
Pinto
Co-orientador: Prof. Dr. Henrique Soares Koehler
Ficha catalográfica elaborada por Denis Uezu – CRB 1720/PR
Roglin, Adriane Controle de formigas cortadeiras em módulos demonstrativos de recuperação
de áreas degradadas no Bioma Cerrado / Adriane Roglin. – 2012 96 f. : il.
Orientador: Prof. Dr. Nilton José Sousa Coorientadores: Prof. Dr. José Roberto Rodrigues Pinto Prof. Dr. Henrique Soares Koehler Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências
Agrárias, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal. Defesa: Curitiba, 16/04/2012.
Área de concentração: Silvicultura.
1. Formiga-cortadeira. 2. Inseto florestal - Controle. 3. Cerrados. 4. Plantas do cerrado. 5. Teses. I. Sousa, Nilton José. II. Pinto, José Roberto Rodrigues. III. Koehler, Henrique Soares. IV. Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Agrárias. V. Título.
CDD – 595.7 CDU – 634.0.453
Aos meus pais Zeno e Marilene.
A Leandro Cabral Neumann.
Com carinho!
DEDICO
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, a Deus, por todas as conquistas e realizações.
Ao professor Dr. Nilton José Sousa, por sua excelente orientação ao meu trabalho, por sua amizade e principalmente, por ter acreditado no meu sonho e ter contribuído para que se tornasse realidade.
Ao professor Dr. José Roberto Rodrigues Pinto, por sua co-orientação em meu trabalho, por sua amizade, e principalmente, por ter acreditado na seriedade do meu trabalho.
Ao professor Dr. Henrique Soares Koehler, por sua co-orientação em meu trabalho, por sua amizade, e pela grande ajuda na parte estatística.
Ao professor e pesquisador Dr. Luis Carlos Forti da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp/Botucatu), pela grande contribuição na identificação dos exemplares de formigas cortadeiras.
Ao CRAD/Cerrado (Centro de Referência em Conservação da Natureza e Recuperação de Áreas Degradadas), pela disponibilidade de suas áreas para execução deste trabalho.
A UNB (Universidade de Brasília) e ao CRAD/Cerrado pela disponibilidade de recursos para execução da pesquisa.
A empresa Atta-Kill do grupo Agroceres pela doação das iscas granuladas (Mirex S) para utilização no controle das formigas cortadeiras neste trabalho.
A Marina Viotto pela colaboração e sugestão de ideias na execução deste trabalho.
Aos meus amigos José (Moreno) e Everton, que me auxiliaram nas atividades de campo, obrigada pela amizade, apoio e por enfrentarem o trabalho logo cedo, o sol quente e os carrapatos.
A amiga Darcy e toda a sua família, pelo carinho, amizade e apoio durante minha estadia no viveiro do IEF (Instituto Estadual de Florestas) no município de Paracatu. Obrigada pelos dias maravilhosos que passei ao lado de vocês, pelas conversas, pelas receitas, pelos almoços, pelo verdadeiro pão-de-queijo mineiro, enfim, obrigada por tudo.
Ao IEF (Instituto Estadual de Florestas) de Paracatu/MG, por permitir a minha estadia no alojamento localizado no viveiro da instituição.
Ao amigo Neivaldo Monteiro, pelo empréstimo dos livros de identificação de espécies e pelas longas conversas.
Aos amigos Rafhael Bussolo e Kleber Ferreira, pela ajuda na confecção dos mapas.
A Claudiane Belinovski pela grande ajuda na montagem dos exemplares de formigas cortadeiras para identificação.
A Ana Paula Dalla Corte, pelo empréstimo de materiais de campo.
Aos colegas do Laboratório de Proteção Florestal da UFPR, em especial a Daniele Ukan, Karen Koch F. de Souza, Mahayana Z. Ferronato, Claudiane Belinovski, Edson F. de Andrade, Claudio Cuaranhua, Clemência Chitsondzo, David A. Buratto, Randy Marcolino, Sérgio Haliski, pela amizade, apoio e companheirismo nas horas de descontração com bate-papo, tortas, bolos e cafézinhos.
Aos meus pais que sempre me incentivaram, sempre priorizaram a minha educação e formação. Obrigada por tudo, pelo amor, carinho, dedicação e apoio!
Ao meu grande amor, Leandro Cabral Neumann, pela imensa paciência, atenção, incentivo, carinho e amor! Obrigada por estar ao meu lado em todos os momentos!
As minhas amigas: Ana Claudia, Danuza, Nair, Mariana, Marina, Lis, Manoela, Andréia e Raquel, pelo carinho e companheirismo.
A minha querida “tia” Célia, por sempre estar presente na minha vida, pelos conselhos e pela amizade!
As pessoas queridas: Noeli, Arnaldo, Cleonice, Anderson, Leonides, Matheus, Aline, Nice, Julio e Alessandro, por sempre me apoiarem e principalmente, por fazerem parte da minha vida.
A todos aqueles, que direta ou indiretamente, contribuíram para que fosse possível a conclusão deste trabalho.
MUITO OBRIGADA!
BIOGRAFIA
Adriane Roglin, filha de Zeno José Roglin e Marilene Amaral Roglin,
nasceu em 28 de abril de 1986 na cidade de Planalto/PR.
Em 2005, ingressou no curso de Engenharia Florestal da Universidade
Federal do Paraná, onde realizou alguns estágios na área de inventário florestal e
também contribuiu com pesquisas como acadêmica de iniciação científica (CNPq).
Formou-se Engenheira Florestal em dezembro de 2009, após cinco anos de
inúmeros desafios e muitas conquistas.
Em 2010 ingressou no Programa de Pós-graduação pela Universidade
Federal do Paraná, na área de Silvicultura, sub-área de Proteção Florestal,
atuando com o monitoramento e controle de formigas cortadeiras em áreas de
Cerrado.
Em 2012 começou a trabalhar como consultora florestal.
RESUMO
As formigas cortadeiras são insetos extremamente organizados e altamente seletivos, quando da aquisição de substrato para o fungo simbionte. Pesquisas têm demonstrado algumas preferências em termos de espécies nativas, contudo, ainda sabe-se muito pouco das principais espécies atacadas no Bioma Cerrado. As formigas cortadeiras são encontradas com grande frequência em áreas antropizadas em processo de recuperação, possivelmente, este ambiente é favorável ao seu pleno desenvolvimento, visto que existem diversas plantas com poucas defesas químicas, sendo palatáveis ao seu consumo. Em virtude da demanda por novos conhecimentos dos danos e de um efetivo controle de formigas cortadeiras nas áreas em processo de recuperação no Bioma Cerrado, esta pesquisa testou diferentes densidades de micro-porta-iscas no controle de formigas cortadeiras, contribuindo para o conhecimento da ecologia e do controle de formigas cortadeiras no Bioma Cerrado. As áreas de estudo que constituíram o trabalho estavam localizadas no município de Paracatu/MG e pertenciam às pesquisas do CRAD (Centro de Referência em Conservação da Natureza e Recuperação de Áreas Degradadas). A coleta e identificação das formigas cortadeiras foram realizadas em cinco propriedades distintas, sendo coletada a coordenada da propriedade e dos formigueiros. Os danos causados pelas espécies de formigas cortadeiras encontradas nas áreas de estudo também foram contabilizados. O experimento com micro-porta-isca foi alocado em campo com o uso de transectos cruzados de 80 metros cada, sendo instalados seis tratamentos (2, 4, 8, 16, 32 e 64 unidades de micro-porta-isca), sendo os micro-porta-iscas distribuídos em distâncias de 40, 20, 10, 5, 2,5 e 1,25 metros respectivamente em cada tratamento citado. O experimento foi avaliado durante 45 dias após a instalação e verificada a atratividade por meio da contagem de unidades consumidas totalmente, parcialmente e sem consumo. O estudo contabilizou 149 exemplares de formigas cortadeiras dividido em quatro espécies (Atta sexdens, Atta laevigata, Acromyrmex rugosus e Acromyrmex aspersus). A densidade de formigueiros variou de 3,0 a 15,5 formigueiros/ha, com uma área de terra solta média de 0,01 a 14,80 m² entre as áreas de estudo. Foram encontradas algumas espécies vegetais com danos causados pelas formigas cortadeiras em suas folhas, ramos e caules, sendo a espécie conhecida como pau formiga (Triplaris gardneriana) a que apresentou os maiores danos, pois a maioria dos exemplares encontrados estava sem folhas e ramos. Dentre os tratamentos avaliados, os melhores resultados em termos de dosagem ideal variou de 2 unidades de micro-porta-iscas = 0,250 kg/ha a 8 unidades de micro-porta-isca = 1kg de isca/ha. O material utilizado no controle das formigas cortadeiras pode ser considerado atrativo, baseado no fato de que houve consumo em todas as áreas nos primeiros dias após a instalação do experimento.
Palavras-chave: Formigas cortadeiras, micro-porta-iscas, Bioma Cerrado
ABSTRACT
The leaf-cutter ants are highly organized and selective insects when purchasing a substrate for the symbiotic fungus. Researchs have shown some preferences in terms of native species, however, we still know very little about the main species attacked in the Bioma Cerrado. The leaf-cutter ants are found frequently in disturbed areas in process of recovery, possibly, this environment is conducive to their full development, considering that there are several plants with few chemical defenses, palatable to their consumption. Due to the demand for new knowledge of the damage and an effective control of leaf-cutter ants in areas in process of recovery in the Bioma Cerrado, this research tested different densities of micro baits to control leaf-cutter ants, contributing to the knowledge of the ecology and control of leaf-cutter ants in the Cerrado. The study of areas were located in Paracatu/MG and belonged to the researches of CRAD (Reference Centre of Nature conservation and Recovery of Degraded Areas). The collection and identification of leaf-cutter ants was performed in five distinct properties, were obtained the location of ant hills and their perimeter of the properties. The damage caused by the species found in the study areas were also accounted. The experiment with micro baits was allocated in the field with the use of crossed transects 80 meters each one, six treatments were installed (2, 4, 8, 16, 32 and 64 units of micro baits) and the micro baits were distributed over distances of 40, 20, 10, 5, 2,5 and 1,25 meters for each treatment mentioned respectively. The experiment was evaluated 45 days after installation and verified trough the attractiveness by the counting of the units consumed totally, partially and without consumption. The study accounted 150 samples of leaf-cutter ants divided into four species (Atta sexdens, Atta laevigata, Acromyrmex rugosus and Acromyrmex aspersus). The density of ant hills ranged from 3,0 to 15,5 ant nests/ha, with an average area of loose soil from 0,01 to 14,80 m² among the areas of study. There were found some species with damage caused by leaf-cutter ants in their leaves, branches and stems, and the “pau formiga” specie known as (Triplaris Gardneriana) that presented the greatest damage, as most of the species were found without leaves and branches. Among the treatments evaluated, the best results in terms of ideal comsumption varied from the T1 (2 units of micro baits = 0,250 kg baits/ha) to T3 (8 units of micro baits = 1 kg baits/ha). The material used in the control of leaf-cutter ants can be considered attractive, based on the fact that there was consuption in all areas in the early days of the experiment.
Keywords: Leaf-cutter ants, Micro baits, Bioma Cerrado
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1 - CLASSIFICAÇÃO DAS FITOFISIONOMIAS DO BIOMA
CERRADO ........................................................................... 26
FIGURA 2 - LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DO MUNICÍPIO DE
PARACATU – MINAS GERAIS/BRASIL............................... 30
FIGURA 3 - MAPA COM A LOCALIZAÇÃO DAS PROPRIEDADES NO
MUNICÍPIO DE PARACATU/MG INSERIDAS NO
PROJETO DE RECUPERAÇÃO CRAD/CERRADO ............ 32
FIGURA 4 - IDENTIFICAÇÃO DO NINHO DE Atta sexdens
LOCALIZADO ENTRE A VEGETAÇÃO (A); COLETA DE
MATERIAL BIOLÓGICO (FORMIGA CORTADEIRA) E
ARMAZENAMENTO EM ÁLCOOL 70% EM
EMBALAGENS DE PLÁSTICO (B) ...................................... 34
FIGURA 5 - COLEÇÃO DE FORMIGAS CORTADEIRAS ORIUNDAS
DA COLETA DE CAMPO REALIZADA NAS
PROPRIEDADES DO PROJETO CRAD/CERRADO,
DEPOSITADA NA COLEÇÃO DO LABORATÓRIO DE
PROTEÇÃO FLORESTAL DA UFPR ................................... 34
FIGURA 6 - MÉTODO PARA O CÁLCULO DO TAMANHO DO
MURUNDUM PELA MULTIPLICAÇÃO DO MAIOR
COMPRIMENTO PELA MAIOR LARGURA DE TERRA
SOLTA DO FORMIGUEIRO (A e B) (Adaptado de
Mariconi, 1970) .................................................................... 36
FIGURA 7 - DISTRIBUIÇÃO DOS TRANSECTOS CRUZADOS
DENTRO DE CADA PARCELA ............................................ 40
FIGURA 8 - EXEMPLO DA DISTRIBUIÇÃO DAS PARCELAS EM UM
DOS BLOCOS DE ESTUDO ................................................ 42
FIGURA 09 - CORTE DE PEQUENO GALHO NA EXTREMIDADE DA
PLANTA DE FAVEIRO POR OPERÁRIA DE Atta sexdens
(A); CORTE DO ÁPICE DA PLANTA (B); PEDAÇOS DE
PECÍOLOS E FOLHAS LANÇADOS AO CHÃO (C);
RECOLHIMENTO DO MATERIAL VEGETAL PARA
LEVAR ATÉ A COLÔNIA (D) ............................................... 56
FIGURA 10 - DESCOBERTA DO MICRO-PORTA-ISCA PELA
FORMIGA (A); PRIMEIROS CORTES NA EMBALAGEM
(B); CARREGAMENTO DAS PRIMEIRAS ISCAS E DA
PRÓPRIA EMBALAGEM (C); CARREGAMENTO
PARCIAL DAS ISCAS (D); CARREGAMENTO TOTAL
DAS ISCAS E DA PRÓPRIA EMBALAGEM PELAS
FORMIGAS (E, F) ................................................................ 57
FIGURA 11 - DANO OCASIONADO PELA IRRIGAÇÃO NOS MICRO-
PORTA-ISCA SEM CONSUMO (A); DANO
OCASIONADO PELA ÁGUA DO CÓRREGO (B); DANO
OCASIONADO PELA IRRIGAÇÃO NOS MICRO-PORTA-
ISCA PARCIALMENTE CONSUMIDOS (C) ......................... 69
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 - QUANTIDADE DE FORMIGUEIROS DISTRIBUÍDOS
POR ESPÉCIES ENCONTRADOS NAS UNIDADES
EXPERIMENTAIS NO MUNICÍPIO DE PARACATU/MG ... 46
GRÁFICO 2 - PERCENTUAL DE FORMIGUEIROS EM CADA CLASSE
DE TAMANHO ................................................................... 51
GRÁFICO 3 - AVALIAÇÃO QUANTITATIVA MÉDIA DOS MICRO-
PORTA-ISCA AO FINAL DO PERÍODO DE 45 DIAS
APÓS A INSTALAÇÃO DO EXPERIMENTO PARA OS
SEIS TRATAMENTOS E SUMARIZAÇÃO DAS MÉDIAS
DE CONSUMO TOTAL ...................................................... 62
GRÁFICO 4 - COMPARAÇÕES DA TAXA DE EXPLORAÇÃO DE
MICRO-PORTA-ISCA POR BLOCO DE ESTUDO,
CONSIDERANDO COMO EXPLORADOS OS MICRO-
PORTA-ISCA COM CONSUMO PARCIAL MAIS O
CONSUMO TOTAL ............................................................ 65
GRÁFICO 5 - PRINCIPAIS AGENTES QUE CAUSARAM DANOS AOS
MICRO-PORTA-ISCA DURANTE O PERÍODO
EXPERIMENTAL ............................................................... 68
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - DENSIDADE DE ESPÉCIES DE FORMIGAS
CORTADEIRAS EM CADA ÁREA DE ESTUDO ....................... 37
TABELA 2 - DESCRIÇÃO DAS ÁREAS PARA CÁLCULO DA
DENSIDADE INICIAL DE MICRO-PORTA-ISCA ...................... 39
TABELA 3 - UNIDADES DE MICRO-PORTA-ISCAS A SEREM
DISTRIBUÍDAS EM CADA TRATAMENTO E A DISTÂNCIA
ENTRE CADA UNIDADE .......................................................... 40
TABELA 4 - QUANTIDADE DE ISCAS FORMICIDAS EM GRAMAS POR
TRATAMENTO ......................................................................... 41
TABELA 5 - TAMANHO MÉDIO DE FORMIGUEIROS POR ESPÉCIE
CATALOGADA NAS ÁREAS DE ESTUDO ............................... 48
TABELA 6 - NÚMERO DE FORMIGUEIROS POR HECTARE NAS
ÁREAS DE ESTUDO ................................................................ 49
TABELA 7 - CLASSIFICAÇÃO DOS FORMIGUEIROS EM CLASSES DE
TAMANHO (ÁREA ESTIMADA DE TERRA SOLTA) ................. 50
TABELA 8 - PORCENTAGEM DA DISTRIBUIÇÃO DOS FORMIGUEIROS
EM CLASSES DE TAMANHO. .................................................. 51
TABELA 9 - MÉDIA DAS SOMAS DAS ÁREAS POR CLASSE DE
TAMANHO DE FORMIGUEIRO ................................................ 52
TABELA 10 - PRINCIPAIS ESPÉCIES VEGETAIS ATACADAS PELAS
FORMIGAS CORTADEIRAS .................................................... 54
TABELA 11 - MÉDIA DOS PERCENTUAIS DE CONSUMO PARA
MICRO-PORTA-ISCA DE 10 GRAMAS PARA OS 10
PERÍODOS DE AVALIAÇÃO, DURANTE 45 DIAS ................... 58
TABELA 12 - QUANTIDADE IDEAL DE ISCAS GRANULADAS EM
FUNÇÃO DA SOMA DAS ÁREAS DE TERRA SOLTA DE
CADA BLOCO ........................................................................... 63
TABELA 13 - QUANTIDADE MÉDIA DE ISCAS GRANULADAS
APLICADAS E CONSUMIDAS (CP +CT) .................................. 63
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 15
2 OBJETIVOS ............................................................................................. 16
2.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................................ 16
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................................. 16
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................... 17
3.1 CARACTERÍSTICAS DAS FORMIGAS CORTADEIRAS .................................................. 17
3.2 CONTROLE DE FORMIGAS CORTADEIRAS ................................................................... 19
3.2.1 Método de controle químico e suas dificuldades ........................................................ 19
3.2.2 Iscas granuladas a base de sulfluramida (0,3%) ........................................................ 20
3.2.2.1 Micro-porta-iscas............................................................................................................................ 22
3.3 TRANSECTOS ....................................................................................................................... 23
3.4 BIOMA CERRADO................................................................................................................. 25
3.4.1 Classificação da vegetação .......................................................................................... 25
3.4.2 Projeto de restauração de áreas – criação de módulos demonstrativos de
recuperação no bioma cerrado .............................................................................................. 27
3.4.3 Centro de referência em conservação da natureza e recuperação de áreas
degradadas CRAD/Cerrado ................................................................................................... 29
4 MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................... 30
4.1 ÁREA DE ESTUDO ............................................................................................................... 30
4.2. PROPRIEDADES SELECIONADAS PARA INSTALAÇÃO DOS EXPERIMENTOS ..... 31
4.3 COLETA E IDENTIFICAÇÃO DAS FORMIGAS CORTADEIRAS NAS ÁREAS
EXPERIMENTAIS ........................................................................................................................ 33
4.4 AVALIAÇÃO DA DENSIDADE, TAMANHO E DISTRIBUIÇÃO DOS FORMIGUEIROS . 35
4.5 AVALIAÇÃO DOS DANOS CAUSADOS POR FORMIGAS CORTADEIRAS NAS
ESPÉCIES PLANTADAS NOS MDRS ....................................................................................... 36
4.6 CONTROLE DE FORMIGAS CORTADEIRAS NAS UNIDADES EXPERIMENTAIS ...... 38
4.6.1 Iscas granuladas ............................................................................................................ 38
4.6.2 Transectos ...................................................................................................................... 40
4.6.3 Tratamentos ................................................................................................................... 41
4.6.4 Instalação do experimento ............................................................................................ 42
4.6.5 Avaliação do consumo dos micro-porta-iscas pelas formigas cortadeiras .............. 43
4.6.6 Avaliação da mortalidade dos formigueiros ................................................................ 44
4.6.7 Processamento e análise dos dados ........................................................................... 44
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................. 46
5.1 ESPÉCIES DE FORMIGAS CORTADEIRAS ENCONTRADAS NAS UNIDADES
EXPERIMENTAIS ........................................................................................................................ 46
5.2 DENSIDADE DE FORMIGUEIROS E DISTRIBUIÇÃO EM CLASSES DE TAMANHO .. 48
5.3 DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS FORMIGUEIROS NAS UNIDADES EXPERIMENTAIS
....................................................................................................................................................... 52
5.4 DANOS CAUSADOS AS ESPÉCIES VEGETAIS POR FORMIGAS CORTADEIRAS
NAS UNIDADES EXPERIMENTAIS........................................................................................... 53
5.5 AVALIAÇÃO DOS MICRO-PORTA-ISCAS NO CONTROLE DAS FORMIGAS
CORTADEIRAS ........................................................................................................................... 57
5.5.1 Avaliação quantitativa do consumo de micro-porta-iscas .......................................... 57
5.5.2 Avaliação da mortalidade dos formigueiros ................................................................ 66
5.5.3 Fatores limitantes na realização do experimento de controle de formigas
cortadeiras ................................................................................................................................ 67
6 CONCLUSÕES .......................................................................................... 70
7 RECOMENDAÇÕES ................................................................................. 71
REFERÊNCIAS ............................................................................................ 72
ANEXOS ....................................................................................................... 83
15
1 INTRODUÇÃO
As formigas cortadeiras dos gêneros Atta e Acromyrmex (Hymenoptera:
Formicidae: tribo Attini) dependem principalmente do fungo simbionte como alimento para o
desenvolvimento larval. Contudo, o substrato utilizado para o crescimento deste fungo
coletado pelas operárias também serve como complemento na sua alimentação, por meio
de líquidos extraídos das folhas, durante a coleta e processamento do substrato.
A seletividade na escolha do substrato ideal para atender as necessidades da
colônia e principalmente do fungo simbionte é algo fascinante, pois mostra que as formigas
cortadeiras são capazes de distinguir as suas preferências. O senso de distinção permite a
escolha de substratos imunes à presença de alguns compostos secundários tóxicos e com
valor nutricional exigido para o fungo simbionte.
Esta seletividade geralmente não é benéfica para os cultivos de Eucalyptus, pois as
formigas cortadeiras se tornaram as principais pragas destas plantações. Bem como, para
as espécies utilizadas para a recuperação de áreas degradadas, que são intensamente
atacadas, dificultando as ações de recomposição destes ambientes.
Em áreas de cerrado, esse processo é ainda mais acentuado, pois a ocorrência de
formigueiros de Atta e Acromyrmex é marcante, e as dificuldades para estabelecer métodos
de controle são enormes. Entre as alternativas de controle, as iscas granuladas se
destacam no mercado por sua eficiência e facilidade de aplicação. Porém, pouco se sabe
sobre atratividade, durabilidade, dose ideal por unidade de área, formas de distribuição e
eficiência de iscas granuladas em áreas de recuperação de cerrado, quando comparado a
áreas com cultivo de Eucalyptus, no qual já foram feitos diversos trabalhos.
Diante deste contexto, esse trabalho teve como premissas avaliar a influência que
as formigas cortadeiras têm sobre as espécies vegetais usadas na recuperação de áreas de
cerrado e determinar a eficiência do controle destes insetos por meio da distribuição
sistemática de iscas granuladas na forma de micro-porta-iscas.
16
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar aspectos ecológicos e o controle de formigas cortadeiras no Bioma Cerrado.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Identificar as espécies de formigas cortadeiras presentes nas áreas de estudo;
Identificar a espécie de formiga cortadeira mais frequente nas áreas experimentais;
Quantificar a densidade e o tamanho dos formigueiros de formigas cortadeiras por
unidade de área;
Avaliar a distribuição espacial dos formigueiros;
Identificar as espécies vegetais mais suscetíveis ao ataque das formigas cortadeiras
e o padrão de dano nas áreas de estudo;
Testar diferentes densidades de micro-porta-iscas com ingrediente ativo a base de
sulfluramida e avaliar a melhor densidade a ser utilizada no controle de formigas
cortadeiras nas áreas de estudo.
17
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 CARACTERÍSTICAS DAS FORMIGAS CORTADEIRAS
Dentre os insetos sociais, as formigas se destacam e são amplamente estudadas,
por apresentarem diversidade local extraordinária, excedendo a de outros insetos sociais e
em muitos casos saturando uma ampla variedade de nichos de alimentação no solo e na
vegetação (HÖLLDOBLER; WILSON, 1990; FOLGARAIT, 1998). As formigas com dieta
fungívora, tribo Attini, contam com 15 gêneros e 215 espécies de formigas (MOREIRA,
2005). Estas formigas coletam grande quantidade de material vegetal, o qual é utilizado
como substrato para o fungo simbionte (FOWLER; CLAVE, 1991), única fonte de alimento
das larvas e parte principal da dieta dos adultos, que também se alimentam de seiva
exsudada das plantas cortadas (CHERRETT, 1968; FORTI et al., 1983).
As formigas cortadeiras dos gêneros Atta e Acromyrmex (Formicidae, Myrmicinae,
Attini) são endêmicas do Novo Mundo, podendo ser encontradas em todo o território
brasileiro, com exceção do arquipélago de Fernando de Noronha (SCHOEREDER;
COUTINHO, 1990). As espécies desses gêneros acham-se distribuídas nos mais
diversificados ecossistemas da América do Norte, Central e do Sul. O Brasil abriga o maior
número de espécies desse grupo de formigas e, provavelmente, a região amazônica é o
centro de origem e irradiação destes gêneros (SALES, 1998). O Brasil possui alta
diversidade, com 20 espécies de Acromyrmex e nove espécies do gênero Atta (FORTI;
BOARETTO, 1997 apud BUENO, 2003).
Em consequência do hábito de cortar folhas, são consideradas as principais pragas
de áreas agrícolas e florestais, chegando a destruir total ou parcialmente uma cultura
(CHERRETT, 1968; FORTI et al., 1983; VASCONCELOS, 1988; HEBLING et al., 2000). Em
ambientes naturais, as formigas cortadeiras chegam a remover de 12 a 17% da produção
total de folhas (CHERRETT, 1968), sendo os maiores consumidores de material vegetal
quando comparadas a qualquer outro grupo de mesma diversidade taxonômica
(HÖLLDOBLER; WILSON, 1990).
A qualidade do habitat influencia o tamanho da população de formigas cortadeiras,
onde habitats mais alterados apresentam maiores populações (SALES, 1994). Isso se deve
ao fato de que as saúvas preferem utilizar plantas pioneiras, as quais apresentam poucas
defesas físicas e químicas (COLEY; BARONE, 1996). Portanto, em áreas perturbadas onde
18
há altas proporções de espécies pioneiras, deverá existir maior quantidade de recursos
disponíveis para as formigas, possibilitando o aumento nas populações (LAURANCE et al.,
1998).
Apesar da condição de praga dessas formigas em agroecossistemas, segundo
Moutinho et al. (1993), não se pode negar os possíveis benefícios que estas podem trazer
em determinadas situações ou ambientes. Segundo literatura, em florestas secundárias,
localizadas em antigas áreas de pastagens, as formigas podem ter impactos positivos sobre
a estrutura química e física do solo e potencialmente beneficiar a vegetação, favorecendo o
seu crescimento, pois em áreas com formigueiros o solo é menos resistente a penetração
das raízes e a matéria orgânica presente nas câmaras de lixo favorece possivelmente um
aumento na fertilidade do solo.
As formigas cortadeiras são conhecidas por sua capacidade de utilizar uma grande
variedade de plantas (NORTH et al., 1997). Por isso, estão entre os insetos mais polífagos
conhecidos (HOWARD, 1987). Embora as formigas cortadeiras coletem grande variedade
de material vegetal, muitos autores sugerem que há uma seleção das partes de plantas
cortadas (CHERRETT, 1972; SUGAYAMA; SALATINO, 1997; VASCONCELOS;
CHERRETT, 1997). As partes de plantas cortadas podem variar com o ambiente em que se
encontram os formigueiros das formigas (FARJI-BRENER, 2001) e com a sazonalidade
(HOWARD, 1987). Por exemplo, já foi registrada distinção até mesmo entre folhas novas e
velhas, de sol e sombra e entre diferentes ramos da planta (ROCKWOOD; HUBBELL,
1987).
Estudos de campo relatam que a seletividade das formigas está relacionada com
propriedades físicas das folhas como: (1) presença e densidade de tricomas, (2) espessura
e (3) dureza, sendo estes dois últimos, função do conteúdo de água (HUBBELL et al., 1984;
HOWARD, 1987). Além disso, propriedades químicas como: (1) palatabilidade e qualidade
nutricional, (2) presença ou ausência de látex, (3) compostos químicos secundários tóxicos
ou repelentes e (4) substâncias atrativas presentes nas folhas, também podem influenciar a
seletividade das formigas (HUBBELL et al., 1984; HOWARD 1987).
As saúvas não têm um ciclo de vida e de atividades fortemente determinados pela
sazonalidade climática (MUNDIN RIBEIRO, 2009). As formigas cortadeiras mudam o
período do dia em que forrageiam de acordo com a estação de seca ou chuva. Assim, na
época da seca quando o dia é mais quente, elas são ativas no período noturno, enquanto
que, durante a época das chuvas, a atividade concentra-se no período diurno (COSTA,
2004). Por isso que fatores climáticos e fenológicos acabam afetando a coleta do material
vegetal pelas formigas cortadeiras, pois na estação chuvosa há uma diminuição na
19
quantidade total de material vegetal coletado devido a interrupções no forrageamento por
eventos de chuva, e na estação seca os eventos de chuva são reduzidos e as formigas
cortadeiras estão ativas por um período maior coletando maior quantidade de vegetação
(WIRTH et al., 1997, 2003).
As formigas cortadeiras também mostram preferência por espécies intolerantes
diante de espécies tolerantes a sombra. Esta preferência se deve ao fato das espécies
intolerantes apresentarem melhor status nutritivo e menor quantidade de compostos
secundários do que espécies tolerantes à sombra (COLEY, 1983, COLEY et al., 1985).
Na vegetação de cerrado onde a abundância de saúvas parece ser maior do que
em florestas tropicais, estima-se que estas formigas consumam entre 13 a 17% da
biomassa foliar produzida anualmente pelas plantas lenhosas (COSTA et al., 2008).
Segundo Wirth et al. (2003), Atta e Acromymex removem, anualmente, cerca de 12% da
produção vegetal em um ecossistema de floresta.
O tamanho e a orientação da área de forrageamento das formigas cortadeiras
podem afetar seriamente os métodos de controle, principalmente aquele que consiste na
aplicação de iscas tóxicas distribuídas de maneira sistemática ou regular na área. Neste
caso, formigueiros que apresentam território de forrageamento consideravelmente menor
que outros situados no mesmo local, podem não ter acesso à quantidade correta de iscas
necessárias para causar a sua morte, e, dessa forma, escapar ao controle e vice-versa.
Sendo assim, tem-se que na mesma área podem ocorrer situações de subdosagem ou de
superdosagem de iscas nas respectivas colônias (RAMOS, 2002).
3.2 CONTROLE DE FORMIGAS CORTADEIRAS
3.2.1 Método de controle químico e suas dificuldades
Alguns métodos de controle vêm sendo testados para formigas cortadeiras, mas,
até o presente, o controle químico foi o único com tecnologia disponível para uso em grande
escala. Destacam-se a termonebulização e as iscas tóxicas como as técnicas mais
eficientes, utilizadas para várias espécies de formigas cortadeiras (UKAN, 2008).
O controle de formigas cortadeiras difere nitidamente do controle aplicado a outras
pragas, pois a colônia de formigas cortadeiras identifica e reage quase que imediatamente a
20
qualquer agente estranho que interfira na sua vida normal. Nesta reação, há uma
mobilização geral e todo um esforço para remover um agente causal para o exterior, ou
ainda, amuando-se. De forma que, cada formigueiro deve sempre ser estudado como um
caso isolado, antes de ser iniciado o seu controle, mesmo tratando-se de formigueiros de
mesma espécie (IPAGRO, 1980).
Dentro das estratégias de controle de formigas cortadeiras, como a resistência de
plantas e o controle biológico, o método mais eficiente ainda é o químico, que pode ser
realizado de diferentes formas e com diferentes produtos. O comportamento das diferentes
espécies de formigas cortadeiras, em relação às medidas de controle químico, está exigindo
maiores e mais profundos estudos, especialmente sobre a identificação correta das
espécies, sua distribuição geográfica e as melhores épocas para a adoção de técnicas de
controle (LINK, 1999).
A metodologia utilizada para cálculo da dosagem de produtos químicos é de fácil
aplicação no campo. Entretanto, existem algumas dúvidas com relação a sua eficiência, não
havendo dados científicos que a comprovem. Alguns fatores dificultam a determinação do
volume real de terra solta. O principal deles é que o cálculo da área não considera a altura
do monte de terra solta, podendo acarretar sub ou superdosagens de produtos. Outros
fatores são as perdas de solo provocadas pela erosão e compactação do solo, que tornam o
volume de terra solta menor do que o retirado pelas operárias (PEREIRA-DA-SILVA, 1975).
Em decorrência dessa importância, Moreira e Forti (1999) realizaram um trabalho
comparativo da área e volume de terra solta comparando-os com o volume ocupado pelas
câmaras de formigueiros de A. laevigata e concluíram que a área de terra solta não fornece
uma ideia real do tamanho do ninho, portanto a sua utilização para cálculo da dosagem de
formicidas pode interferir na eficiência do controle, pela subdosagem.
3.2.2 Iscas granuladas a base de sulfluramida (0,3%)
A sulfluramida é uma substância utilizada como ingrediente ativo na composição de
produtos químicos voltados ao controle de formigas cortadeiras. Pertence ao grupo químico
da sulfonamida fluoroalifática, com nome químico N-ethylperfluoro-octane-1-sulfonamide,
sendo considerada pouco tóxica (Classe IV) (ANVISA, 2012).
A molécula de sulfluramida em contato com o organismo transforma-se em
metabólito, bloqueando o fluxo de elétrons da cadeia respiratória nas mitocôndrias,
21
interrompendo a síntese de ATP (Adenosina Trifosfato). Desse modo, as operárias
intoxicadas apresentam movimentos lentos e agressividade diminuída. Além disso, a
contaminação por sulfluramida é dada pela ingestão e após quatro dias da aplicação, os
formigueiros não apresentam corte de folhas, muitas operárias estão mortas e a cultura de
fungo torna-se desorganizada (JACOB, 2002).
A atratividade é um fator importante a ser considerado, pois caso a isca aplicada
com a finalidade de controle não seja carregada pelas formigas cortadeiras, outros animais
não-alvos podem ter contato com esse material acarretando a intoxicação dos mesmos
(RAMOS, 2002), mesmo que a sulfluramida tenha um período de meia vida no solo de 90 a
180 dias, inferior ao do dodecacloro (JACOB, 2002).
No Brasil, testes com a isca a base de sulfluramida, no controle de formigas
cortadeiras apresentaram excelentes resultados conforme os trabalhos de:
Zanuncio et al. (1992) contra Atta laevigata (F. Smith, 1858) (Hymenoptera;
Formicidae);
Zanuncio et al. (1993a) contra Atta bisphaerica Forel, 1908 (Hymenoptera:
Formycidae);
Zanuncio et al. (1993b) contra Acromyrmex crassispinus. (Forel, 1904)
(Hymenoptera: Formicidae);
Caetano et al. (1993) contra Acromyrmex aspersus (F. Smith, 1858) (Hymenoptera:
Formicidae);
Langer et al. (1993) contra A. sexdens rubropilosa (Forel, 1908) (Hymenoptera:
Formicidae) e Atta capiguara (Gonçalves, 1944) (Hymenoptera: Formicidae).
Considerando a alta eficiência de uma isca granulada à base de sulfluramida (0,3%)
para diversas espécies de formigas cortadeiras (CAMERON, 1990; CRUZ et al., 1996), os
tipos de controle mais comuns são o localizado (aplicação de formicidas diretamente sobre
os formigueiros) e o sistemático (as iscas formicidas são distribuídas de forma sistemática
na área, independentemente da localização dos formigueiros das formigas cortadeiras). Este
último método tem sido pouco estudado, apesar de ser prática comum em muitas empresas
florestais brasileiras, em áreas de implantação, de reforma ou de regeneração, para o
controle de sauveiros iniciais e, principalmente, de quenquenzeiros, que podem provocar
danos severos à brotação ou às mudas recém-plantadas (OLIVEIRA et al., 1993).
O tempo necessário para definir a mortalidade de um sauveiro varia entre as
pesquisas cujas práticas foram realizadas com formicidas: Laranjeiro e Zanuncio (1995) e
Zanuncio et al. (1999) avaliaram a eficiência aos 90 dias, Zanetti et al. (2003), Zanuncio et
al. (2002), avaliaram aos 150 dias, Zanuncio et al. (1995) avaliaram aos 210 dias após a
22
aplicação do produto. Cantarelli (2005) simplesmente concluiu sobre a eficiência dos
tratamentos baseado em observações da atividade junto aos formigueiros; assim, aos 90
dias após avaliação, constatou que o tratamento com sulfluramida (0,3%) apresentou 83,3%
de sauveiros inativos.
Zanuncio et al. (2002) destacaram a eficiência da isca Mirex-S (sulfluramida 0,3%)
na dosagem de 10 g/m² para o controle de A. sexdens rubropilosa e descreveram que todos
os formigueiros paralisaram suas atividades de corte aos dez dias e o controle foi de 90%
aos 150 dias após sua aplicação. Forti et al. (1997), Nagamoto e Forti (1997) obtiveram
resultados semelhantes.
3.2.2.1 Micro-porta-iscas
Porta-iscas podem ser confeccionados com os mais diferentes materiais como
metal, papel impermeável, plásticos, filmes de polietileno, os quais encerram uma
determinada quantidade de iscas, devidamente acondicionadas, com o intuito de protegê-las
da umidade e de animais não alvo do controle. Basicamente a ideia de se usar porta-iscas
surgiu da necessidade de evitar que animais silvestres se alimentem de iscas formicidas,
bem como para que as iscas ficassem protegidas da chuva e umidade excessiva (RAMOS,
2002).
Segundo Almeida et al. (1983) os porta-iscas devem oferecer as seguintes
vantagens:
Redução dos efeitos danosos da chuva e da umidade sobre as iscas;
Proteção de animais silvestres contra o contato direto com as iscas;
Aumento do tempo de exposição e disponibilidade dos porta-iscas na área;
Redução da mão-de-obra;
Maior proteção ao aplicador.
Os porta-iscas com 5 ou 10 g de isca são denominados de micro-porta-iscas
(FORTI et al., 1987) e são feitos de plásticos de coloração parda ou cinza para evitar a
visualização por animais silvestres, sendo distribuídos em locais de difícil acesso para o
homem ou em lugares onde fica quase impossível a realização do monitoramento de
colônias. Os micro-porta-iscas surgiram da necessidade de redução do tamanho dos porta-
iscas e de uma melhor proteção contra umidade (ALMEIDA et al., 1983).
23
Vários problemas surgem quando se utilizam micro-porta-iscas de plástico, que
permitem o aquecimento das iscas e não proporcionam uma ventilação eficiente. Portanto, o
modelo mais adequado é aquele que protege a isca do calor e da umidade permitindo que o
odor se difunda com certa facilidade (RAMOS, 2002).
Recentemente, surgiu uma nova versão de micro-porta-isca, utilizada também para
o controle preventivo, confeccionado com material reciclável e/ou biodegradável. A única
diferença entre este novo modelo e o anterior, confeccionado com polietileno, é o próprio
material de confecção, que agora constitui-se em um tipo de papel de coloração marrom,
considerado menos danoso ao ambiente por degradar-se rapidamente, e mais eficiente no
controle por apresentar maior atratividade para as formigas (RAMOS, 2002).
A utilização de micro-porta-iscas pode ser considerada eficiente, prática e
econômica para o controle de formigas cortadeiras (BOARETTO; FORTI, 1997). Um dos
principais aspectos para obtenção da máxima eficiência com a utilização de micro-porta-
iscas é a perfeita distribuição destes na área a ser controlada, em uma densidade
compatível com o número de formigueiros e a área ocupada por eles na floresta (ALVES et
al., 1984). Quanto maior a densidade populacional de formigueiros na área e quanto menor
a distância destes aos micro-porta-iscas, maior a probabilidade destes serem encontrados
(GROKE JR. et al., 1984).
O número de micro-porta-iscas distribuído por hectare varia bastante entre as
empresas do setor florestal, sendo bastante comum em várias empresas a aplicação de um
micro-porta-isca contendo 10 g de isca tóxica a cada 63 m2 (7 m x 9 m) para combate de
formigas cortadeiras em cultivos florestais (RAMOS, 2002). Sabe-se que o método do micro-
porta-isca é uma técnica que possui inúmeras vantagens, podendo controlar pequenos
formigueiros, aqueles com aproximadamente um metro quadrado de terra solta, com até
100% de eficiência (ALVES et al., 1984).
3.3 TRANSECTOS
O transecto pode ser definido como uma faixa amostral de uma comunidade com
comprimento e largura variáveis – a serem definidos de acordo com a finalidade da
pesquisa. O uso de transectos é extremamente útil em pesquisas que visem caracterizar
áreas em diferentes estádios sucessionais, ou seja, regiões onde haja gradientes de
transição entre comunidades (BROWER; ZAR, 1984).
24
Entre os tipos de transectos mais utilizados em pesquisa, destaca-se o transecto de
linha. Este tipo de transecto é amplamente utilizado por ecólogos da fauna, caracterizado
pelo estabelecimento de faixas de comprimento conhecido ao longo da área amostral. Ao
percorrer o transecto, o pesquisador registra todos os indivíduos observados na
comunidade, podendo ou não anotar a distância perpendicular do objeto de estudo em
relação ao transecto. Há, ainda, a possibilidade de definir intervalos regulares de distância
perpendiculares ao transecto, dentro dos quais todos os indivíduos serão diagnosticados e a
classe de distância anotada (BROWER; ZAR, 1984).
Segundo Jaime et al. (2007), os transectos de linha foram utilizados para
levantamento de espécies de formigas utilizando iscas glicídicas, a base de mel de abelhas,
em armazéns de usinas de açúcar no Estado de Goiás. Segundo os autores, foi definida
uma distância padrão de 10 metros entre as iscas para um transecto de 100 metros, para
um melhor recobrimento do local e do maior número de espécies.
Segundo Oliveira et al. (1995), os transectos de linha foram utilizados para
levantamento da fauna de formigas em área de floresta e de três plantações de Eucalyptus
no Estado do Amapá. A amostragem constituiu de dois transectos de 100 metros em cada
área, sendo que ao longo de cada transecto foram distribuídas 10 armadilhas do tipo pitfall
para coleta das formigas.
Souza (2010) utilizou transectos para conhecer a diversidade de formigas em cinco
ambientes distintos (três talhões de Pinus sp de diferentes idades – 22, 13 e 8 anos -, um
remanescente de Floresta Ombrófila Mista e uma área de pastagem) na cidade de Irati/PR.
Utilizou dois transectos com 50 metros cada a uma distância de 12 metros entre eles,
instalou armadilhas do tipo pitfall para coleta dos exemplares de formigas em cada local.
Segundo Zanetti (2007), a utilização de parcelas e transectos em faixas são
fundamentais para o monitoramento de formigas cortadeiras em programas de manejo
integrado de formigas cortadeiras em plantios florestais. Geralmente os transectos são
utilizados para amostrar insetos como formigas, cupins, lagartas, entre outros, mas também
podem ser utilizados para quantificar o consumo de micro-porta-isca em área infestada por
formigas cortadeiras. Após conhecimento prévio da densidade de formigueiros na área,
pode-se instalar esse tipo de amostragem com área definida para quantificar os danos e
também o consumo de iscas por unidade de área.
25
3.4 BIOMA CERRADO
3.4.1 Classificação da vegetação
O cerrado constitui o segundo maior bioma do Brasil, ocupa mais de 200.000.000
hectares e abriga um rico patrimônio de recursos naturais renováveis adaptados às
condições climáticas, edáficas e ambientais que determinam sua existência. O cerrado
abrange como área contínua os Estados de Goiás, Tocantins e o Distrito Federal, parte dos
Estados da Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais,
Piauí, Rondônia e São Paulo, e, também, ocorre em áreas disjuntas ao Norte dos Estados
do Amazonas, Amapá, Pará, Roraima e ao Sul, em pequenas “ilhas” no Estado do Paraná
(SANO; ALMEIDA, 1998).
No Brasil, o bioma cerrado é representado por suas diversas fitofisionomias e, é
apontado como um dos hotspots globais para a conservação da biodiversidade no mundo
(MYERS et al., 2000). Possui a mais rica flora entre as savanas do planeta e uma riqueza de
pássaros, peixes, répteis, anfíbios e insetos igualmente alta (Mendonça et al., 1998), sendo
que grande parte de suas espécies são endêmicas deste bioma (KLINK; MACHADO, 2005).
Segundo Sano e Almeida (1998), a vegetação do bioma cerrado apresenta
fisionomias que englobam formações florestais, savânicas e campestres. Em sentido
fisionômico, floresta representa áreas com predominância de espécies arbóreas, onde há
formação de dossel, contínuo ou descontínuo. O termo savana refere-se a áreas com
árvores e arbustos espalhados sobre um extrato graminoso, sem a formação de dossel
contínuo. Já o termo campo, designa áreas com predomínio de espécies herbáceas e
algumas arbustivas, sem árvores na paisagem.
Ribeiro e Walter (2008) propõem uma classificação para diferenciar os principais
tipos fisionômicos do cerrado, de acordo com a estrutura, formas dominantes de
crescimento, possíveis mudanças estacionais, fatores edáficos e composição florística. São
descritos 11 tipos fitofisionômicos gerais, enquadrados nas formações florestais (Mata Ciliar,
Mata de Galeria, Mata Seca e Cerradão), savânicas (Cerrado Sentido Restrito, Parque de
Cerrado, Palmeiral e Vereda) e campestres (Campo Sujo, Campo Rupestre e Campo Limpo)
(FIGURA 1).
26
FIGURA 1 - CLASSIFICAÇÃO DAS FITOFISIONOMIAS DO BIOMA CERRADO FONTE: EMBRAPA ( 2011)
No bioma cerrado, foram descritas as três fitofisionomias utilizadas e trabalhadas
neste estudo: Matas de Galeria, Matas Secas e Cerrado Sentido Restrito (strictu sensu).
As Matas de Galeria são formações florestais que acompanham o curso de
pequenos rios e córregos, formando corredores fechados (galerias) sobre o curso d'água. As
Matas de Galeria são quase sempre circundadas, em ambas as margens, por outras
fitofisionomias não florestais como Campo Limpo, Cerrado Típico, ou raro por Cerradões e
Matas Secas (RIBEIRO; WALTER, 1998).
As Matas de Galeria apesar de representarem pequena porção do Cerrado
(aproximadamente 5%), destacam-se pela riqueza de espécies (FELFILI, 2000), diversidade
genética, e são especialmente importantes devido às funções ecológicas que
desempenham: reserva de biodiversidade, estabilização de margens de cursos d'água,
proteção de nascentes, controle de erosão do solo, proteção da fauna, funcionando como
zonas tampão e filtro de sedimentos, substâncias químicas e nutrientes (BARLING;
MOORE,1994). Além disso, exercem influência sobre ecossistemas aquáticos, o que lhes
confere um papel destacado na estruturação das paisagens (EMBRAPA, 2011).
A Mata Seca é uma fitofisionomia que não possui associação com os cursos de
água e esta estabelecida em solo geralmente rico em nutrientes. Apresentam diversos
níveis de caducifolia e frequentes afloramentos rochosos. Existem três sub-tipos: Mata seca
sempre verde, Semidecídua e Decídua, com altura das copas variando entre 15 a 25 m,
com cobertura de 70 a 95% na época chuvosa e inferior a 50% na época seca (EMBRAPA,
2011).
O Cerrado Sentido Restrito (stricto sensu) caracteriza-se pelo xeromorfismo, árvores
baixas, tortuosas, retorcidas, com cortiça grossa, densa pilosidade e com evidência de
27
incêndios periódicos. Predomina em solos ácidos e com excesso de alumínio. Possui quatro
subtipos: Cerrado Denso - cobertura entre 50 a 70%; Cerrado Típico - cobertura de 20 a
50%; Cerrado Ralo - cobertura de 5 a 20%; Cerrado Rupestre - cobertura de 5 a 20%, com
afloramentos rochosos (EMBRAPA, 2011).
A principal característica fisionômica e estrutural do cerrado é a coexistência de
dois tipos de formas de vida distintos: o estrato lenhoso composto por árvores e arbustos e o
estrato rasteiro constituído por subarbustos e herbáceas, particularmente gramíneas
(EMBRAPA, 2011).
A disponibilidade de nutrientes é um fator limitante na distribuição das espécies do
cerrado. Devido a essa baixa fertilidade do solo, as plantas nativas desenvolveram
mecanismos eficientes de assimilação de nutrientes (GRIME, 1979). A baixa disponibilidade
de nutrientes nos solos, entretanto, não se constituiu um obstáculo para a ocupação de
grandes extensões de terra pela agropecuária moderna, especialmente a cultura de grãos
de soja e o plantio de pastagens na região dos cerrados (KLINK; MACHADO, 2005).
3.4.2 Projeto de restauração de áreas – criação de módulos demonstrativos de recuperação
no bioma cerrado
Estimativas indicam que o desmatamento do bioma cerrado já atingiu 50 % da sua
área original (BRASIL, 2007). A abertura de novas áreas para agricultura e pecuária é um
dos fatores que preocupa esse elevado índice de desmatamento. Entre as principais formas
de conter esta devastação, esta a criação de novas unidades de conservação, a
recuperação de áreas para receber atribuição de preservação permanente e de reserva
legal (CRAD, 2011). A importância de se estabelecerem as áreas de reserva legal está no
fato de o bioma cerrado abrigar vasta riqueza biológica, com mais de 11 mil espécies de
plantas (MENDONÇA et al., 1998), cerca de 199 espécies de mamíferos (19 endêmicas),
837 espécies de aves (29 endêmicas), 180 espécies de répteis (30 endêmicas) e 150 de
anfíbios (42 endêmicas), distribuídas em paisagens campestres, savânicas e florestais
(KLINK; MACHADO, 2005).
A implantação e a recuperação de áreas de reserva legal tornam-se cada vez mais
recomendáveis num cenário que aponta para alta ameaça aos ecossistemas nativos do
bioma cerrado. A implantação das áreas de reserva legal permite que pequenas porções
representativas dos ecossistemas locais estejam presentes ao longo da ocorrência do bioma
28
em nosso país. Ao cobrir o solo com a vegetação nativa, permite-se retornar parte dos
processos ecológicos outrora perdidos, reestruturando populações vegetais e animais. Além
disso, elas favorecem na prática os serviços ambientais, como a proteção do solo contra a
ação continuada dos ventos e dos processos erosivos laminares e em sulcos, evitando,
assim, as voçorocas de grandes dimensões (EMBRAPA, 2011).
A recuperação de áreas degradadas se faz quando um local alterado é trabalhado
de modo que as condições ambientais acabem se situando próximas às condições
anteriores à intervenção, ou seja, trata-se de devolver ao local o equilíbrio e a estabilidade
dos processos atuantes. A restauração de uma área degradada é a reprodução das
condições exatas do local, tais como eram antes de serem alteradas pela intervenção
(UNESP, 2011).
Nesse contexto, a restauração ecológica é a melhor alternativa para problemas
decorrentes do uso inadequado do solo. A restauração ecológica de ecossistemas
degradados é tema que motiva e desafia a pesquisa, provoca discussão na mídia e causa
preocupação de comunidades e governos, pois está relacionada à conservação de
nascentes, de cursos d’água, de paisagens, dos solos e da biodiversidade, e, mais
recentemente, associada às questões sobre Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL)
e às mudanças globais do clima (EMBRAPA, 2011).
O projeto de recuperação de áreas no bioma cerrado esta renovando a paisagem,
pois a restauração de área de reserva legal nas propriedades pode ser feita utilizando os
Módulos Demonstrativos de Recuperação do cerrado (MDR), que são unidades de plantio
onde, em um espaçamento pré-determinado, plantam-se espécies arbustivas e arbóreas
nativas do bioma cerrado que apresentem uso múltiplo (FELFILI et al., 2005).
Este modelo visa recuperar áreas degradadas do cerrado, principalmente as áreas
de reserva legal, conservando o bioma e tornando-se uma alternativa de renda para os
produtores. A seleção de espécies para o MDR baseia-se no modelo “Nativas do Bioma”
proposto por Felfili et al. (2005), onde busca-se pelo plantio em áreas degradadas do
cerrado para acelerar o processo de recuperação, uma vez que espécies arbóreas de
ambientes florestais apresentam crescimento inicial mais rápido do que espécies de cerrado
típico e com isso recobrem mais rapidamente o solo e com o sombreamento reduzem a
competição por gramíneas exóticas (PINTO et al., 2007)
O modelo de MDR visa recuperar áreas degradadas do cerrado, principalmente as
áreas de reserva legal. Essas unidades consistem em um plantio misto onde as espécies
ocorrem naturalmente em ambientes florestais (Matas de Galeria e Matas Ciliares) e
savânicos (Cerrado Sentido Restrito) e atendem aos seguintes critérios, ser: (i) nativa do
29
bioma cerrado; (ii) representativa ao bioma; (iii) atrativas para oferta de recursos a fauna; e
(iv) de uso múltiplo e com valor econômico (EMBRAPA, 2011).
As diferentes espécies nativas simultaneamente utilizadas no MDR têm a função
inicial de formar a primeira cobertura de vegetação visando facilitar sua reabilitação. As
espécies arbóreas de ambientes florestais apresentam crescimento inicial mais rápido do
que espécies de Cerrado Sentido Restrito. Aquelas recobrem rapidamente o solo, reduzem
a competição com as gramíneas exóticas e promovem os fatores de sucessão natural. Ao
longo do tempo, é previsto o manejo e o desbaste das espécies florestais para permitir o
crescimento das espécies savânicas, que dependem de maior insolação, bem como outras
espécies que surgem espontaneamente no ecossistema (EMBRAPA, 2011).
3.4.3 Centro de referência em conservação da natureza e recuperação de áreas degradadas
CRAD/Cerrado
O Centro de Referência em Conservação da Natureza e Recuperação de Áreas
Degradadas (CRAD) é um órgão de caráter multidisciplinar da Universidade de Brasília.
Este centro tem como principais objetivos: promover e divulgar, cientificamente, estudos e
pesquisas, além de atividades de extensão em conservação da natureza e recuperação de
áreas degradadas, visando aprofundar os conhecimentos relativos a esse setor, bem como
desenvolver modelos demonstrativos de recuperação e projetos em temas pertinentes às
áreas de conhecimento referidas. Tem como objetivos, incentivar o aprimoramento científico
de profissionais nas áreas de conservação da natureza e recuperação de áreas degradadas
e subsidiá-los para atividades de extensão e educação ambiental; contribuir para a pesquisa
e o aperfeiçoamento do ensino, em todos os níveis, inclusive por meio da promoção de
cursos de graduação e de pós-graduação, profissionalizantes, de especialização,
capacitação de produtores rurais, oficinas, seminários, simpósios, congressos, mesas
redondas, workshops, cursos de extensão, estágios; promover o aperfeiçoamento científico
de seus membros; e desenvolver pesquisas, consultorias, prestação de serviços, de âmbito
nacional e internacional, nas áreas de sua atuação (CRAD, 2011).
30
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 ÁREA DE ESTUDO
Este trabalho foi desenvolvido em pequenas propriedades localizadas no município
de Paracatu na região noroeste do estado de Minas Gerais (FIGURA 2). O município
caracteriza-se por ser o maior desta região e destaca-se pela extração de minérios,
principalmente de ouro, e também pela produção agropecuária.
FIGURA 2 - LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DO MUNICÍPIO DE PARACATU – MINAS GERAIS/BRASIL FONTE: MEDEIROS (2010), ADAPTADO PELO AUTOR
Diferentes fitofisionomias do cerrado são encontradas no município, como as
formações florestais (Mata Ciliar, Mata de Galeria, Mata Seca e Cerradão), savânicas
(Cerrado Stricto Sensu, Parque de Cerrado, Palmeiral e Vereda) e campestres (Campo
Sujo, Campo Rupestre e Campo Limpo).
O clima da região, segundo o sistema de classificação de Köppen, é megatérmico
com inverno seco e chuvas máximas de verão (Aw), ou seja, o clima que prevalece em
grande parte do cerrado. O solo que prevalece na região é classificado como latossolo
31
vermelho-distrófico. As chuvas se concentram no período de outubro a abril e a precipitação
média anual se encontra entre 1.200 e 1.500 mm, as temperaturas médias mensais variam
entre 20 e 25º C, os meses mais frios são junho e julho (INMET, 2008).
A área de estudos inicialmente foi composta por 11 áreas experimentais
pertencentes a diferentes proprietários. Todas as áreas tinham em comum o fato de
pertencerem ao Programa de Recuperação do Centro de Referência em Conservação da
Natureza e Recuperação de Áreas Degradadas (CRAD) do bioma cerrado, que tem como
parceiros a Universidade de Brasília, a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São
Francisco e Ministério do Meio Ambiente.
As ações de recomposição de pequenas e médias propriedades rurais no município
de Paracatu contam com o apoio do Instituto Estadual de Florestas na questão da
distribuição de mudas e apoio técnico. O apoio científico é disponibilizado pelo
CRAD/Cerrado.
4.2. PROPRIEDADES SELECIONADAS PARA INSTALAÇÃO DOS EXPERIMENTOS
Após a identificação das propriedades vinculadas ao Projeto de Recuperação do
CRAD no município de Paracatu, várias áreas foram percorridas no início do mês de
fevereiro de 2011, com o objetivo de verificar a presença de formigas cortadeiras nos
MDR’s.
Percorridas as propriedades, cinco áreas foram escolhidas para instalação das
unidades experimentais, denominadas módulos de recuperação, estas pertenciam a
diferentes proprietários e tinham tamanhos variando conforme a necessidade de
recomposição de cada propriedade.
32
FIGURA 3 - MAPA COM A LOCALIZAÇÃO DAS PROPRIEDADES NO MUNICÍPIO DE PARACATU/MG INSERIDAS NO PROJETO DE RECUPERAÇÃO CRAD/CERRADO Fonte: Adaptado pela autora (2011)
A primeira área, de propriedade do senhor Amado, localizada a 50 km de Paracatu,
pertencente ao Rio Escurinho, micro bacia do Rio Escuro e bacia do Rio Paracatu (17º 34’
25.61”S e 46º 52’ 29.11”W). O solo era do tipo Latossolo, com plantio de 2,5 ha com idade
de dois anos. Anteriormente, esta área era destinada à pastagem, consequentemente,
surgiram diversas voçorocas provocadas pela erosão e pela falta de vegetação no local
(APÊNDICE 4.1).
A segunda área, de propriedade do senhor Francisco Ivanor Ertal, denominada
Fazenda Engenho Velho, localizada a 17 km de Paracatu e pertencente à bacia do Rio
Paracatu (17º 18’ 37.68” S e 46º 56’ 17.96” W). A recuperação desta área foi necessária
devido à regeneração do local ser extremamente fraca. Nesta área o plantio foi efetuado no
mês de janeiro de 2011. O plantio obedeceu a seguinte sequência (Mata de Galeria próxima
ao lago, seguida por espécies da Mata Seca e por último Cerrado Strictu Sensu), com
espaçamento de 3,0 x 4,0 m, totalizando 1,488 ha, em solo do tipo Latossolo. A principal
causa da degradação foi o uso inadequado da área para fins de pastagem (pecuária bovina)
(APÊNDICE 4.2).
a
33
A terceira área, de propriedade do senhor Nemer Oliveira, localizada na região
metropolitana do município de Paracatu, pertencente à nascente do Rio Espalha, micro
bacia do Rio Espalha e bacia do Rio Paracatu (17º 13’ 59.08”S e 46º 54’ 07.36”W). O plantio
desta área tinha um ano, com 3,0 ha, localizado em solo do tipo Cambissolo. Esta área era
utilizada para o cultivo de pastagens, e, como havia algumas nascentes, a mesma foi
destinada à recomposição, sendo cercada para evitar a entrada de animais (APÊNDICE
4.3).
A quarta área, de propriedade da senhora Marcia Sanders (Cascalheira), localizada
a 14 km de Paracatu, pertencente ao Córrego Boa Esperança na bacia do Rio Paracatu (17º
13’ 16.96”S e 46º 41’ 33.51”W). O plantio tinha 4 ha, com um ano de idade em uma área que
anteriormente era destinada a exploração de cascalho (área de empréstimo), com
características no entorno de Cerrado Strictu Sensu sobre Cambissolo. O solo é composto
principalmente por cascalho e com pouca profundidade. A área esta em processo de
recuperação com espécies nativas do bioma cerrado (Cerrado Strictu Sensu, Mata de
Galeria, Mata Seca, transição e espécies pioneiras) (APÊNDICE 4.4).
A quinta área, de propriedade da senhora Márcia Sanders (Fazenda Boa Sorte),
localizada a 28 km de Paracatu (17º 13’ 23.2”S e 46º 36’ 25”W). Com uma área de 6,75 ha,
com seis meses de idade. A área, anteriormente era destinada ao cultivo da cana-de-açúcar
(APÊNDICE 4.5).
4.3 COLETA E IDENTIFICAÇÃO DAS FORMIGAS CORTADEIRAS NAS ÁREAS
EXPERIMENTAIS
As cinco áreas descritas anteriormente foram percorridas integralmente a fim de se
coletar pelo menos três indivíduos de cada ninho para posterior identificação. Em cada
ninho, foram anotadas características visuais como tipo de material utilizado na composição
do ninho (galhos, terra, folhas), dimensões da sede aparente (murundum), número de
olheiros, e recolhidas amostras de formigas, preferencialmente soldados (FIGURA 4 – A e
B). Além disso, os formigueiros foram fotografados para auxiliar na identificação das
espécies e para fazer uma comparação das principais características entre as espécies de
quenquéns e saúvas.
34
FIGURA 4 - IDENTIFICAÇÃO DO NINHO DE ATTA SEXDENS LOCALIZADO ENTRE A VEGETAÇÃO (A); COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO (FORMIGA CORTADEIRA) E ARMAZENAMENTO EM ÁLCOOL 70% EM EMBALAGENS DE PLÁSTICO (B) FONTE: A AUTORA (2011)
O material coletado foi devidamente etiquetado (data, local, propriedade, coletor), e
parte foi enviado para identificação no Laboratório de Insetos Sociais-Praga da
UNESP/Botucatu, as duplicatas foram depositadas na coleção do laboratório de Proteção
Florestal da UFPR (FIGURA 5).
FIGURA 5 - COLEÇÃO DE FORMIGAS CORTADEIRAS ORIUNDAS DA COLETA DE CAMPO REALIZADA NAS PROPRIEDADES DO PROJETO CRAD/CERRADO, DEPOSITADA NA COLEÇÃO DO LABORATÓRIO DE PROTEÇÃO FLORESTAL DA UFPR FONTE: A AUTORA (2011)
A B
A B
35
4.4 AVALIAÇÃO DA DENSIDADE, TAMANHO E DISTRIBUIÇÃO DOS FORMIGUEIROS
A área total percorrida para coleta de formigas e para a instalação dos
experimentos nas cinco propriedades foi de 17,74 ha. Nestas áreas os formigueiros foram
localizados em campo e obtidas às coordenadas geográficas de cada um. As coordenadas
dos limites de cada área também foram coletadas, para posteriormente formalizar o
mapeamento e avaliar a distribuição espacial dos formigueiros nas áreas de estudo. O
cálculo da densidade de formigueiros foi realizado pela razão entre o número de
formigueiros pela área de cada propriedade, obtendo assim a densidade de formigueiros/ha
em cada área de estudo.
A distribuição espacial dos formigueiros foi determinada pelo Índice de Dispersão
de Morisita (Iᵟ), dado por:
Onde: n= número total de unidades amostrais (áreas de estudo);
∑x= somatório do número de formigueiros nas amostras.
Este índice tem como critério de distribuição espacial, segundo Davis (1993)1 apud
Nickele et al. (2010): Iᵟ > 1, distribuição agregada; Iᵟ < 1, distribuição regular; Iᵟ = 1,
distribuição aleatória.
O tamanho das colônias foi verificado pelo cálculo da área de terra solta de cada
colônia (MARICONI, 1970), a partir da multiplicação do maior comprimento pela maior
largura do murundum (sede aparente) (FIGURA 6), com auxílio de trena. A área dos
formigueiros é uma variável importante na coleta de campo, pois determina a quantidade
inicial de iscas granuladas a serem utilizadas no controle.
1 DAVIS, P.M. Statistics for describing populations, p.33-54. In: PEDIGO, L.P.; BUNTIN, G.D.
Handbook of sampling methods for arthopods in agriculture. CRC Press, Boca Raton, 1993.
736p.
36
FIGURA 6 - MÉTODO PARA O CÁLCULO DO TAMANHO DO MURUNDUM PELA MULTIPLICAÇÃO DO MAIOR COMPRIMENTO PELA MAIOR LARGURA DE TERRA SOLTA DO FORMIGUEIRO (A E B) (ADAPTADO DE MARICONI, 1970)
Fonte: A autora (2011)
Os formigueiros foram classificados em cinco classes de tamanho, de acordo com
Caldeira et al., (2005), que utilizou esta classificação para formigueiros em cultivo de
Eucalyptus. Essa classificação foi possível, levando em consideração a área de terra solta
em cada formigueiro, denominada murundum.
4.5 AVALIAÇÃO DOS DANOS CAUSADOS POR FORMIGAS CORTADEIRAS NAS
ESPÉCIES PLANTADAS NOS MDRs
Durante a coleta das formigas dentro de cada bloco em fevereiro de 2011, com
intuito de identificar qual a predominância de espécies de formigas em cada local, foi
realizado um levantamento visual prévio dos danos ocasionados pelas formigas cortadeiras
nas espécies ali implantadas.
Em agosto de 2011, durante a instalação do experimento, foi realizada uma
segunda avaliação e observado o comportamento das formigas em relação às espécies
plantadas nos MDRs. Foi contabilizada uma média das duas avaliações em relação às
espécies que apresentavam alguma característica indicando ataque pelas formigas
cortadeiras em campo. Durante as avaliações dos micro-porta-iscas foram realizadas mais
algumas observações isoladas de algumas espécies, que não foram contabilizadas na
avaliação geral.
A B
37
O ataque das formigas cortadeiras foi avaliado segundo características citadas por
Vasconcelos e Cherret (1997) que ajudam na identificação visual do ataque das formigas
cortadeiras, como segue:
1. Folhas com cortes em forma de semicírculo presas aos ramos ou caídas no chão;
2. Marcas nos caules evidenciando tentativas de corte mal sucedidas;
3. Total ausência de folhas com as extremidades dos ramos cortados;
4. Presença das operárias em atividade de desfolha.
No total foram contabilizadas duas avaliações visuais que contemplaram todas as
espécies plantadas nos MDRs. Uma listagem geral de espécies foi apresentada no
Apêndice 2, contudo, a quantidade de espécies plantadas em cada área variou conforme o
tamanho de cada bloco de estudo (TABELA 1).
Na Tabela 1, são apresentadas as densidades absolutas e relativas em relação ao
número de espécies encontradas em cada área de estudo e uma estimativa por unidade de
área (hectare).
TABELA 1 - DENSIDADE DE ESPÉCIES DE FORMIGAS CORTADEIRAS EM CADA ÁREA DE ESTUDO
Fonte: A autora (2011)
As duas avaliações gerais das espécies vegetais foram realizadas em área total de
cada bloco, pois tanto na época da coleta das formigas quanto na instalação das parcelas
de controle, acabava-se percorrendo os blocos por completo, visando o melhor recolhimento
de dados e o melhor recobrimento da área na instalação das parcelas.
38
4.6 CONTROLE DE FORMIGAS CORTADEIRAS NAS UNIDADES EXPERIMENTAIS
4.6.1 Iscas granuladas
Após a identificação das espécies de formigas cortadeiras e a obtenção da
distribuição dos formigueiros nas áreas de estudo, foi definida a melhor opção de controle e
determinada a metodologia para a demanda da região. A proposta de uma opção de
controle químico que fosse viável para o proprietário em termos de custo/benefício, fácil
aplicação no campo e que não dependesse da localização dos formigueiros direcionou a
opção de controle para o uso de iscas granuladas a base de sulfluramida acondicionadas
em micro-porta-iscas de 10 gramas.
O novo modelo de sachê de micro-porta-iscas não possui mais a substância
atrativa em uma das partes externas da embalagem, sendo que, esse novo modelo de
embalagem foi fabricado adicionando o atrativo a própria embalagem do produto, a qual
também ficou com uma espessura menor, contudo com uma resistência maior a umidade.
Para a tomada de decisão foi considerada a época de plantio, pois a mesma ocorre
nos meses em que incidem as maiores pluviosidades na região. Assim, iscas granuladas
acondicionadas em micro-porta-iscas foram consideradas mais indicadas para as condições
adversas de clima (presença de orvalho ou umidade do solo. A escolha dos micro-porta-
iscas não levou em consideração o tamanho dos formigueiros e sim as condições da época
de plantio, entre elas a ausência de limpeza das áreas que dificultava a localização dos
formigueiros. Se o critério fosse o tamanho dos formigueiros, a opção mais correta a ser
utilizada nos experimentos seria a utilização de iscas a granel, já que alguns blocos
apresentaram formigueiros de grande porte, enquanto micro-porta-iscas, segundo VIOTTO
(20112), são mais indicadas para locais com infestações de formigueiros iniciais. A escolha
dos micro-porta-iscas não levou em consideração o tamanho dos formigueiros e sim as
condições da época de plantio, caso contrário, deveriam ser utilizadas as iscas a granel em
função das dimensões dos formigueiros em alguns blocos de estudo.
O tamanho de cada parcela foi determinado levando em consideração a menor
área, que neste caso, era de 1,488 ha (TABELA 2). Foram definidos cinco tratamentos mais
2 VIOTTO, M. Assistente Técnica de Produto da Agroceres (Atta-Kill) – informação pessoal.
39
a testemunha, cada tratamento compreendendo uma área de 800 m² (80 m x 10 m). As
referências encontradas na literatura sobre densidade inicial de iscas foi para cultivo de
Pinus e Eucalyptus, contudo, não foi encontrado nada em condições semelhantes a este
trabalho. Nesse caso, optou-se por estimar a densidade inicial de iscas em função da área
dos formigueiros. Segundo a literatura, para condições de controle químico em áreas de
cultivo de Pinus e Eucalyptus, cada embalagem de 10 gramas de produto a base de
sulfluramida (formicida) é recomendado para 1 m² de terra solta (murundum). Essa
estimativa de produto para controle de formigueiros geralmente é mais indicada para áreas
com uma uniformidade maior na distribuição dos formigueiros, contudo, mesmo não sendo
encontrada uma distribuição uniforme na maioria dos blocos, ainda assim foi a opção mais
viável em função da dificuldade de locomoção dentro das áreas de estudo. Cada área de
estudo foi definida como sendo um bloco (TABELA 2).
TABELA 2 - DESCRIÇÃO DAS ÁREAS PARA CÁLCULO DA DENSIDADE INICIAL DE MICRO-PORTA-ISCA
Propriedade Bloco Área propriedade(ha) Área (m²) Área formigueiros (m²)
Amado I 2,50 25000 258,45
Francisco Ivanor Ertal II 1,49 14880 64,40
Nemer Oliveira III 3,00 30000 36,19
Márcia S. (Cascalheira) IV 4,00 40000 1,40
Márcia S. (Boa Sorte) V 6,75 67500 301,87
Total 17,74 177380,00 662,30
Se em 177.380,00 m² existiam 662,30 m² de área de terra solta (murundum), em
800 m² haveriam 2,98 m². Considerando que cada micro-porta-isca de 10 gramas seria
suficiente para 1 m² de formigueiro, neste caso seriam utilizados como padrão inicial 3
micro-porta-iscas. Mas, para efeitos de cálculos em campo, optou-se por iniciar com 2
micro-porta-iscas como sendo o tratamento 1 ou o padrão inicial, partindo do princípio de
que deve existir um número mínimo de micro-porta-iscas em cada área.
Os demais tratamentos foram sendo duplicados, como segue: padrão; 2x padrão;
4x padrão; 8x padrão; 16x padrão; 32x padrão (Testemunha) (TABELA 3). A testemunha foi
determinada como sendo uma quantidade máxima para efeito de comparação com os
diferentes tratamentos.
40
TABELA 3 - UNIDADES DE MICRO-PORTA-ISCAS A SEREM DISTRIBUÍDAS EM CADA TRATAMENTO E A DISTÂNCIA ENTRE CADA UNIDADE
Parcela Transecto (m) Tratamentos Unidades MIPI's (10 g) Distância entre MIPI's (m)
800 m² 80 T1 2 40
800 m² 80 T2 4 20
800 m² 80 T3 8 10
800 m² 80 T4 16 5
800 m² 80 T5 32 2,5
800 m² 80 T6 64 1,25
4.6.2 Transectos
Foi dada preferência pela utilização de transectos na aplicação dos tratamentos
com controle nas áreas de estudo uma vez que a delimitação das áreas em um reticulado
seria quase impossível, devido às condições de vegetação dos locais e do tipo de relevo. As
parcelas com os respectivos tratamentos foram distribuídas sistematicamente dentro dos
blocos de estudo, a fim de obter o melhor recobrimento possível da área. Cada parcela
apresentou um tamanho de 80 m x 10 m, possibilitando a instalação de dois transectos
cruzados com 80 m de comprimento por unidade de parcela (FIGURA 7).
FIGURA 7 - DISTRIBUIÇÃO DOS TRANSECTOS CRUZADOS DENTRO DE CADA PARCELA FONTE: A AUTORA (2011)
Concluída a alocação de dois transectos em cada parcela com o mesmo
tratamento, foi calculada a média de ambos para facilitar a obtenção dos resultados finais.
Os transectos cruzados visaram o melhor aproveitamento da área e um possível controle
41
mais efetivo dos formigueiros. Estatisticamente foi possível à utilização das médias de
consumo para fins de recomendação de dosagem em campo.
4.6.3 Tratamentos
Na Tabela 4, são descritas as quantidades de micro-porta-iscas distribuídas em
cada tratamento, assim como a quantidade equivalente em gramas para aplicação em dois
transectos por unidade de parcela. Os tratamentos são representados por diferentes
densidades de micro-porta-iscas distribuídos em cada bloco de estudo.
TABELA 4 - QUANTIDADE DE ISCAS FORMICIDAS EM GRAMAS POR TRATAMENTO
Tratamentos Unidades MIPI's (10 g) Quantidade (g)/TransectoQuantidade (g)/Dois
transectos
T1 2 20 40
T2 4 40 80
T3 8 80 160
T4 16 160 320
T5 32 320 640
T6 64 640 1280
Total 126 1260 2520
Considerando que foi aplicada a quantidade de 2,520 kg em cada bloco, nos cinco
blocos foi distribuído um total de 12,6 kg de micro-porta-isca. Considerando os micro-porta-
iscas de 10 g, os tratamentos com as respectivas quantidades de micro-porta-iscas por
hectare foram, respectivamente:
Tratamento 1 (T1) = 2 Micro-porta-iscas/parcela = 25 Micro-porta-iscas/ha = 0,25 kg
de iscas/ha;
Tratamento 2 (T2) = 4 Micro-porta-iscas/parcela = 50 Micro-porta-iscas/ha = 0,5 kg
de iscas/ha;
Tratamento 3 (T3) = 8 Micro-porta-iscas/parcela = 100 Micro-porta-iscas/ha = 1 kg de
iscas/ha;
Tratamento 4 (T4) = 16 Micro-porta-iscas/parcela = 200 Micro-porta-iscas/ha = 2 kg
de iscas/ha;
42
Tratamento 5 (T5) = 32 Micro-porta-iscas/parcela = 400 Micro-porta-iscas/ha = 4 kg
de iscas/ha;
Tratamento 6 (T6) = 64 Micro-porta-iscas/parcela = 800 Micro-porta-iscas/ha = 8 kg
de iscas/ha.
A escolha do tratamento 6 como testemunha foi baseada na premissa de que deve
existir um número máximo de pontos de distribuição de micro-porta-iscas em cada área de
estudo, a fim de verificar a taxa de atratividade do produto aplicado. Pois, quanto maior os
pontos de distribuição de iscas em campo, e quanto mais próximos estiverem dos
formigueiros, maior será a probabilidade das iscas serem encontradas e carregadas pelas
formigas cortadeiras.
4.6.4 Instalação do experimento
A instalação das parcelas dentro de cada bloco foi realizada no início do mês de
agosto de 2011. As parcelas foram instaladas de forma sistemática dentro de cada bloco a
fim de recobrir a maior parte da área, a uma distância de aproximadamente 20 metros entre
elas, evitando assim quaisquer interferências entre os tratamentos. A Figura 8 mostra um
exemplo de instalação em campo.
FIGURA 8 - EXEMPLO DA DISTRIBUIÇÃO DAS PARCELAS EM UM DOS BLOCOS DE ESTUDO FONTE: A AUTORA (2011)
43
O delineamento utilizado foi o de blocos ao acaso, em que cada propriedade foi
definida como sendo um bloco. Os tratamentos foram distribuídos aleatoriamente dentro de
cada bloco a fim de não haver tendenciosidade em relação à distribuição dos formigueiros e
atingir o melhor recobrimento possível da área.
Para a instalação das parcelas foi utilizada uma corda de 80 metros subdividida em
diversos tamanhos, variando de acordo com os tratamentos. Foram utilizadas fitas coloridas
para demarcar cada ponto (azul claro para 1,25 m, amarelo para 2,5 m, verde para 5 m, azul
escuro para 10 m, vermelho para 20 m e preto para 40 m), permitindo que o trabalho fosse
realizado com maior agilidade em campo.
4.6.5 Avaliação do consumo dos micro-porta-iscas pelas formigas cortadeiras
A avaliação do consumo dos micro-porta-iscas foi iniciada 24 horas após a
instalação do experimento nas unidades amostrais. Esta avaliação transcorreu nos primeiros
cinco dias, no 7º, 10º, 15º, 30º e 45º dia após a instalação do experimento, entre os meses
de agosto a setembro de 2011. A avaliação realizada para quantificação dos micro-porta-
iscas em campo foi baseada na metodologia utilizada por Sousa (1996):
Sem Consumo (SC): quando o micro-porta-isca foi encontrado intacto no campo,
sem qualquer abertura na embalagem;
Consumo Parcial (CP): quando o micro-porta-isca foi encontrado no campo com
abertura na embalagem e com carregamento de parte das iscas;
Consumo Total (CT): quando o micro-porta-isca foi encontrado no campo sem
nenhuma isca dentro da embalagem ou até mesmo quando houve carregamento
total da embalagem e das iscas.
A avaliação individual de cada micro-porta-isca possibilitou o acompanhamento da
evolução do consumo das iscas pelas formigas e o estado de conservação de cada unidade
de micro-porta-isca em cada tratamento, sendo as verificações anotadas em uma ficha de
campo. As avaliações foram sempre iniciadas no transecto 1 ou linha 1, terminando ao final
do transecto 2 ou linha 2, obedecendo esta regra em todas as áreas de estudo para fins de
comparação estatística. Além disso, estatisticamente, foi utilizada a média dos transectos
como resultado final de cada avaliação.
Na análise dos micro-porta-iscas sem consumo, considerou-se como o menos
consumido o tratamento que apresentou a menor quantidade de sachês inteiros
44
remanescentes nas parcelas no final do experimento, pois quanto mais micro-porta-iscas
sem consumo permaneceram no experimento em relação à testemunha (Tratamento 6),
menor foi o acesso que às formigas tiveram às iscas.
Em relação aos micro-porta-iscas parcialmente consumidos, considerou-se o
tratamento menos eficiente, aquele que apresentou a menor quantidade de unidades
parciais remanescentes no experimento, pois quanto maior a quantidade de micro-porta-
iscas parciais remanescentes em relação à testemunha (Tratamento 6), maior a quantidade
de produto químico perdido. Para a análise dos micro-porta-iscas totalmente consumidos,
considerou-se que quanto maior a quantidade de micro-porta-iscas totalmente consumidos
em relação à testemunha (Tratamento 6), melhor é o tratamento, pois não ocorre perda de
produto químico e as formigas existentes na área estão carregando as iscas, sendo os
micro-porta-iscas desta forma, atrativos.
4.6.6 Avaliação da mortalidade dos formigueiros
A avaliação da mortalidade dos formigueiros foi realizada 250 dias após a
instalação do experimento. Nesta avaliação, todas as áreas foram percorridas a fim de
identificar a atividade das colônias de formigas cortadeiras remanescentes. Para a
localização dos formigueiros foi utilizado o mapeamento com a distribuição espacial dos
formigueiros, descrito no item 4.4.
Na avaliação foi observado se existia atividade e presença de formigas cortadeiras
nos olheiros de cada ninho e se nas trilhas havia indícios de forrageamento e atividade de
corte. Também foi observada e quantificada a presença de novos formigueiros, porém, sem
a realização de novas coletas de formigas e dimensionamento de novos formigueiros.
4.6.7 Processamento e análise dos dados
Os dados das espécies de formigas cortadeiras foram digitados inicialmente para
fins quantitativos em cada unidade experimental. Os dados de distribuição dos formigueiros
e das parcelas foram espacializados no programa Google Earth® e finalizados os mapas de
distribuição das propriedades no município no programa ArcGis 9.0®.
45
Os danos de espécies vegetais foram organizados em planilha do programa Excel®
e agrupadas as mais suscetíveis ao ataque das formigas. Todos os dados resultantes das
avaliações com as diferentes densidades de micro-porta-iscas foram digitados em planilhas
do programa Excel® e os dados de consumo total foram organizados para processamento
das análises estatísticas no programa ASSISTAT® - Teste de Bartlett, ANOVA e Teste de
Tukey (5%). Os dados de consumo (sem consumo (SC), consumo parcial (CP) e consumo
total (CT)) foram agrupados para obtenção das respectivas porcentagens em cada
repetição. Além disso, foram obtidas as médias de micro-porta-iscas estragados por unidade
experimental e os respectivos fatores que determinaram as perdas.
46
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 ESPÉCIES DE FORMIGAS CORTADEIRAS ENCONTRADAS NAS UNIDADES
EXPERIMENTAIS
Nas amostras coletadas nas propriedades visitadas foram encontradas quatro
espécies de formigas cortadeiras: Atta sexdens (Linnaeus, 1758), Atta laevigata (F. Smith,
1858), Acromyrmex aspersus (F. Smith, 1858) e Acromyrmex rugosus (F. Smith, 1858)
(GRÁFICO 1). A ocorrência dessas espécies na região de Paracatu, confirmam os registros
obtidos por Della Lucia et al. (1983), Gonçalves (1961), Kempf3 (1972) apud Pacheco
(1991), que citam a ocorrência dessas espécies no estado de Minas Gerais.
0
20
40
60
80
100
120
140
Atta sexdens Atta laevigata Acromyrmex aspersus Acromyrmex rugosus
Qu
an
tid
ad
e d
e n
inh
os
GRÁFICO 1 - QUANTIDADE DE FORMIGUEIROS DISTRIBUÍDOS POR ESPÉCIES
ENCONTRADOS NAS UNIDADES EXPERIMENTAIS NO MUNICÍPIO DE
PARACATU/MG
Foram coletados três exemplares de formigas cortadeiras em 149 formigueiros
distribuídos nas propriedades listadas no Apêndice 1, totalizando 447 exemplares de
formigas cortadeiras, desses, apenas 142 formigueiros foram contabilizados para
3 KEMPF, W.W. Catálogo abreviado das formigas da Região Neotropical (Hymenoptera, Formicidae).
Studia Entomologica, n.15, p.3-343, 1972.
47
processamento de resultados no presente trabalho. As propriedades que contemplaram a
maior parte dos exemplares foram: Márcia (Boa Sorte), Francisco, Amado, Nemer e Márcia
(Cascalheira), respectivamente. Nas demais propriedades listadas no Apêndice 1, foram
coletados alguns exemplares encontrados em área adjacente a área em processo de
recuperação.
Os formigueiros do gênero Atta destacaram-se pela grande área de terra solta
acima do formigueiro; os formigueiros da espécie Atta sexdens apresentaram apenas um
monte de terra solta neste estudo, confirmando as informações de Mariconi (1970), que cita
que alguns formigueiros do gênero Atta podem ter apenas um monte de terra solta. Os
formigueiros das espécies de Acromyrmex possuíam formigueiros menores e bem
escondidos entre a vegetação, dificultando a localização dos mesmos. Os estudos com
espécies de Acromyrmex em ambiente de cerrado são escassos, especialmente com as
espécies catalogadas neste trabalho, tornando difícil a comparação dos dados deste
trabalho com a literatura.
Na maioria dos formigueiros de Atta laevigata catalogados os olheiros não se
abriam diretamente ao nível do solo, mas em formato de pequenos vulcões. Entretanto, em
alguns formigueiros que estavam localizados em áreas com solo menos poroso, os olheiros
acabavam se abrindo diretamente ao nível do solo, corroborando as observações feitas por
Della Lúcia (1993), e, indicando que para a mesma espécie podem ser observados padrões
estruturais dos formigueiros em função do tipo de solo.
A espécie Atta sexdens representou 82% dos exemplares coletados, seguido da
espécie Atta laevigata, com cerca de 16% dos exemplares coletados e identificados,
diferindo dos estudos realizados por Mundim Ribeiro (2009) e Costa (2007) que
encontraram apenas Atta laevigata como espécie predominante em ambiente de cerrado na
região de Uberlândia.
Na Tabela 5, pode-se observar que os formigueiros da espécie Atta laevigata
possuíam uma área aparente média maior em relação às demais espécies, isso porque a
grande maioria dos formigueiros catalogados desta espécie apresentaram uma área
aparente maior, resultando em formigueiros mais antigos, provavelmente com mais de três
anos. A área dos formigueiros de A. laevigata variou de 0,08 a 42 m², com uma média de
14,80 m², resultado próximo ao relatado por Salzemann e Jaffé (1990), que descreveram
que a espécie pode chegar a 24 m² de área de terra solta dois anos após a fundação da
colônia.
48
TABELA 5 - TAMANHO MÉDIO DE FORMIGUEIROS POR ESPÉCIE CATALOGADA NAS ÁREAS DE ESTUDO
A área aparente de terra solta dos formigueiros da espécie A. sexdens variou de
0,02 a 90 m², com uma média de 5,47 m². Por mais que esta espécie tenha apresentado
formigueiros maiores que A. laevigata, a média de área aparente ficou baixa em função do
número de formigueiros terem sido bem superiores. Possivelmente os formigueiros maiores
de 10 m² de área aparente possuíam de dois a três anos, pois, de acordo com relatado por
Hernandez et al. (1999), os sauveiros desta espécie podem apresentar cerca de 10 m² de
terra solta dois anos após seu estabelecimento. Na literatura, foram encontrados relatos de
que os formigueiros de Atta sexdens podem ultrapassar os 100 m² de área de terra solta,
segundo Robinson e Cherrett (1974).
As espécies de Acromyrmex apresentaram formigueiros bem pequenos, com
apenas uma unidade para cada espécie. O tamanho dos formigueiros foi o principal fator na
identificação de mais formigueiros destas espécies em campo. Não foram encontrados
registros específicos de tamanhos de formigueiros na literatura para essas espécies, apenas
que os mesmos são muito pequenos e superficiais, de acordo com Della Lucia (1993).
5.2 DENSIDADE DE FORMIGUEIROS E DISTRIBUIÇÃO EM CLASSES DE TAMANHO
A maior quantidade de formigueiros foi identificada na propriedade da Senhora
Márcia (Boa Sorte), constituídos pela espécie Atta sexdens. O número de formigueiros
variou muito entre as áreas (TABELA 6), oscilando de 3,0 a 15,5 formigueiros/ha (TABELA
6) (APÊNDICE 4). Comparando estes resultados com levantamentos sobre densidade de
sauveiros no cerrado, Vilela et al. (2008) apontam uma densidade variando de 2,7 a 6
formigueiros por hectare. Já Coutinho (1984), encontrou densidade de 0,4 a 16 colônias por
49
hectare, corroborando com os resultados encontrados no presente trabalho. Sousa-Souto
(2007), no trabalho em ambiente de cerrado encontrou uma variação de formigueiros de 0,6
a 0,9/ha nas parcelas estudadas, densidade considerada baixa comparada a encontrada no
presente trabalho e nos trabalhos de Araujo et al. (1997) e Moutinho et al. (2003). As
variações em termos de densidade de formigueiros/ha pode ocorrer em função da
amostragem feita em cada área. Por isso, caso a área amostrada tenha sido pequena, a
estimativa por hectare acaba ocasionado muitas vezes, uma sub-estimativa da quantidade
real de formigueiros presentes na mesma.
TABELA 6 - NÚMERO DE FORMIGUEIROS POR HECTARE NAS ÁREAS DE ESTUDO
Amado 2,50 15,0 6,0 Atta laevigata 17,23
Francisco Ivanor Ertal 1,49 23,0 15,5Atta sexdens + Acromyrmex
aspersus3,18
Nemer Oliveira 3,00 17,0 5,7
Atta sexdens + Atta
laevigata + Acromyrmex
rugosus
2,13
Márcia S. (Cascalheira) 4,00 12,0 3,0 Atta sexdens 0,12
Márcia S. (Boa Sorte) 6,75 75,0 11,1 Atta sexdens 4,02
Total 17,74 142,0 8,01 5,34
Propriedade Área (ha) Nº formigueiros Formigueiros/ha EspéciesTamanho médio
formigueiros (m²)
Contudo, Vilela et al. (2008) citam a possibilidade das estimativas de número de
formigueiros por hectare serem na verdade super estimadas, uma vez que existe uma
tendência de serem feitos levantamentos em “áreas de interesse”, ou seja, em áreas onde
as saúvas são mais comuns. Entretanto, acredita-se que essa teoria não possa ser aplicada
ao presente trabalho, visto que o levantamento foi realizado em todas as áreas pertencentes
ao projeto CRAD/Cerrado e que em muitas delas não foram encontradas evidências de
formigas cortadeiras.
A espécie Atta laevigata teve um número menor de formigueiros no bloco I, no qual
foram encontrados nove formigueiros com tamanho superior a 9 m² de área de terra solta
(TABELA 7), ocasionando uma elevada média de área de terra solta quando comparado aos
demais blocos (TABELA 6). Além do bloco I, o bloco V também contou com alguns
formigueiros mais antigos e com áreas mais elevadas, no total 10 formigueiros com área
superior a 9 m², contribuindo para a elevação da média de área de terra solta quando
comparada ao demais blocos (TABELA 6).
A maioria dos formigueiros identificados nas áreas de estudo foram encontrados na
classe I (TABELA 7), com áreas menores de 1 m², seguida da classe IV, com formigueiros
50
entre 9 - 25 m². A alta frequência de indivíduos presentes na classe I pode ter sido resultado
da ausência de controle logo após a revoada e instalação de novos formigueiros nas áreas,
principalmente no bloco V. Resultado semelhante foi encontrado por Caldeira et al., (2005)
em cultivo com Eucalyptus sp.
TABELA 7 - CLASSIFICAÇÃO DOS FORMIGUEIROS EM CLASSES DE TAMANHO (ÁREA ESTIMADA DE TERRA SOLTA)
Propriedade Classe I Classe II Classe III Classe IV Classe V
≤ 1 m² 1,1 a 2,9 m² 3 a 8,9 m² 9 a 25 m² > 25 m²
Amado 3 0 3 6 3
Francisco 20 1 1 0 1
Nemer 15 0 0 2 0
Márcia (Cascalheira) 12 0 0 0 0
Márcia (Boa Sorte) 63 2 0 5 5
A constatação de um número significativo de formigueiros com área superior a três
metros quadrados nos blocos I e V, com a predominância de espécies Atta sexdens e Atta
laevigata, respectivamente, poderia dificultar o controle das formigas nessas áreas com o
uso de micro-porta-iscas. Para que o controle desses formigueiros fosse mais efetivo, seria
interessante a utilização do combate localizado desses formigueiros, distribuindo as iscas
apenas nos olheiros ativos. Contudo, essa atividade se tornaria mais trabalhosa para o
proprietário, pois exigiria a localização dos formigueiros, diferente de apenas lançar
sistematicamente os micro-porta-iscas pela área plantada.
A Tabela 8 e o Gráfico 2 mostram que 76% dos formigueiros encontravam-se na
classe I, seguido da classe IV (11,69%), V (6,20%), III (4,87%) e II (1,40%). As classes III e
IV foram responsáveis por 16,56% dos formigueiros ou 19 colônias neste estudo,
diferenciando-se do estudo realizado por Costa (2007) em ambiente de cerrado na região de
Uberlândia, que encontrou apenas quatro formigueiros com área variando de 7 a 12 m² e
para uma única espécie (Atta laevigata).
51
TABELA 8 - PORCENTAGEM DA DISTRIBUIÇÃO DOS FORMIGUEIROS EM CLASSES DE TAMANHO.
Propriedade Classe I Classe II Classe III Classe IV Classe V
≤ 1 m² 1,1 a 2,9 m² 3 a 8,9 m² 9 a 25 m² > 25 m²
Amado 20,00 0,00 20,00 40,00 20,00
Francisco 86,96 4,35 4,35 0,00 4,35
Nemer 88,24 0,00 0,00 11,76 0,00
Márcia (Cascalheira) 100,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Márcia (Boa Sorte) 84,00 2,67 0,00 6,67 6,67
Média 75,84 1,40 4,87 11,69 6,20
A distribuição dos formigueiros entre as classes de tamanho mostrou decréscimo
da frequência de ocorrências com o aumento do tamanho dos sauveiros. Mesmo sendo
reduzida a porcentagem de formigueiros grandes, eles podem contribuir efetivamente para
que cada ano ocorra à instalação de centenas de formigueiros novos nas suas
proximidades, podendo ser considerado um padrão normal de comportamento deste gênero
segundo Zanetti (1998). De acordo com o Gráfico 2, à medida que os sauveiros crescem e
envelhecem a sua densidade diminui ou oscila bastante, conforme fatores citados por
Caldeira et al. (2005) como a competição intra-específica, ação de inimigos naturais e
condições edafoclimáticas dos locais de nidificação.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Classe I Classe IV Classe V Classe III Classe II
% d
e f
orm
igu
eir
os
GRÁFICO 2 - PERCENTUAL DE FORMIGUEIROS EM CADA CLASSE DE TAMANHO
52
A última classe, com formigueiros com área maior que 25 m², apresentou baixo
percentual de formigueiros, mas respondeu pela maior parte da área média de terra solta
por hectare, com 22,52 m², ao passo que a classe I, com maior percentual de formigueiros,
apresentou área média de terra solta de 3,55 m²/ha (TABELA 9), corroborando com o
estudo realizado por Coutinho (1984) e Farji-Brener e Illes (2000) que mostraram que o
tamanho dos formigueiros pode variar de 4 m² a 350 m² de área de terra solta.
TABELA 9 - MÉDIA DAS SOMAS DAS ÁREAS POR CLASSE DE TAMANHO DE FORMIGUEIRO
Propriedade Área (ha) Classe I Classe II Classe III Classe IV Classe V
≤ 1 m² 1,1 a 2,9 m² 3 a 8,9 m² 9 a 25 m² > 25 m²
Amado 2,50 0,28 0,00 9,10 39,20 45,20
Francisco 1,49 2,20 0,75 4,03 0,00 36,29
Nemer 3,00 0,73 0,00 0,00 11,33 0,00
Márcia (Cascalheira) 4,00 0,35 0,00 0,00 0,00 0,00
Márcia (Boa Sorte) 6,75 1,91 0,44 0,00 11,26 31,11
Média 3,55 1,09 0,24 2,63 12,36 22,52
Em relação a média de área de terra solta, constatou-se que 34,82% dos
formigueiros amostrados pertenciam as classes IV e V, contemplando 22 formigueiros
apenas (TABELA 7). Essa média mostrou que os formigueiros grandes não estão sendo
monitorados e controlados, ocasionando um aumento de população anualmente. O
monitoramento nessas áreas de estudo possibilitaria a redução desses percentuais, além de
controlar a herbivoria nas mudas plantadas.
5.3 DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS FORMIGUEIROS NAS UNIDADES EXPERIMENTAIS
A distribuição espacial dos formigueiros calculada pelo Índice de Dispersão de
Morisita (Iᵟ) resultou em uma distribuição agregada (Iᵟ > 1) para as cinco unidades amostrais
estudadas, com um total de 142 formigueiros amostrados.
Iᵟ = 5 * ((6812 - 142)/((142^2) – 142))
Iᵟ = 1,6657 (Iᵟ > 1)
53
Este tipo de distribuição também foi obtido nos levantamentos realizados por
Ramos et al. (2003) para colônias de Atta sexdens rubropilosa e Atta laevigata em plantios
de Eucalyptus. Porém diferem das observações de Cantarelli et al. (2006) e Nickele et al.
(2010) encontraram distribuição aleatória para formigueiros de Acromyrmex spp em plantios
de Pinus.
A variação da distribuição levou em consideração a densidade de formigueiros/ha,
contudo, em baixas densidades a tendência é uma distribuição mais agrupada, como foi
observado neste trabalho, pois segundo Silveira Neto et al. (1976), esse é um padrão
comum entre os insetos.
Na análise de cada área amostrada neste trabalho, constatou-se que a distribuição
espacial dos formigueiros varia conforme o local de estudo. Fato que também foi observado
em trabalhos como: Caldeira et al. (2005), Nicholas e Vilela et al. (1996), Zanuncio et al.
(2002) e Reis et al. (2005). Os mesmos autores discutem que esta variação ocorre em
função do tipo de cultivo, solo, idade da floresta, densidade da floresta e tratos culturais.
A variação para florestas naturais, como o cerrado, pode ser maior ainda, em
função das diferentes fitofisionomias e densidades de vegetação e formigueiros encontradas
neste bioma, pois segundo Zanetti et al. (2000), a cobertura vegetal pode reduzir o
estabelecimento de colônias e também agir como barreira física, limitando o
desenvolvimento das mesmas. Além disso, o comportamento de nidificação após a revoada
é um dos fatores que também afeta a distribuição espacial dos formigueiros.
5.4 DANOS CAUSADOS AS ESPÉCIES VEGETAIS POR FORMIGAS CORTADEIRAS NAS
UNIDADES EXPERIMENTAIS
No Apêndice 2, estão listadas as principais espécies plantadas nas áreas de MDRs,
a Tabela 10 apresenta as principais espécies cortadas pelas formigas, esta relação foi
obtida a partir das duas avaliações visuais de campo. A quantidade de indivíduos de cada
espécie vegetal variou de 40 a 87 em função do tamanho da área de estudo (TABELA 1).
Contudo, a densidade média foi de 55 plantas/espécie/bloco de estudo.
54
TABELA 10 - PRINCIPAIS ESPÉCIES VEGETAIS ATACADAS PELAS FORMIGAS CORTADEIRAS
Nas duas avaliações foi possível verificar algumas espécies com predominância de
ataque nas áreas estudadas. Dentre as espécies citadas na Tabela 10, a mais atacada
pelas formigas foi o pau-formiga (Triplaris gardneriana,Polygonaceae) com média de
36,32% do total de plantas atacadas nos blocos de estudo. As demais espécies mais
atacadas pelas formigas cortadeiras foram da família Fabaceae (Machaerium hirtum
(16,34%), Platypodium elegans (10,90%), Acacia polyphylla (9,08%), Anadenanthera
peregrina (9,08%)), possivelmente pela palatabilidade destas espécies, e por serem
espécies pioneiras. Outras espécies com menor percentual de ataque obtiveram em média
de 3 – 5,45% de plantas atacadas. A densidade média de espécies das áreas de estudo foi
de 55 espécies, sendo que, a média de espécies atacadas representou apenas 16,07%.
No presente trabalho, apesar do reduzido número de avaliações, destacaram-se
nove espécies vegetais (16,07%) que aparentemente tiveram maior preferência de corte
pelas formigas cortadeiras, este percentual, bem próximo do relatado por Schoereder e
Coutinho (1991) que avaliaram em período superior ao relatado neste trabalho, e
descreveram que colônias de Atta laevigata e Atta sexdens rubropilosa apresentam grande
sobreposição de suas dietas, atacando apenas uma pequena diversidade de plantas no
cerrado, entre 14 a 20 espécies.
No trabalho de Garcia et al. (2003), os autores relataram um percentual maior de
espécies vegetais atacadas na área de estudo, cerca de 39,34% e entre as espécies
atacadas, a que obteve maior preferência de corte foi Alchornea triplinervia (Pau-óleo).
Os principais danos causados por formigas cortadeiras nas plantas das áreas
experimentais deste trabalho foram observados nas folhas, e com maior ocorrência na parte
superior da planta, principalmente pela grande quantidade de folhas jovens, em virtude das
espécies estudadas possuírem menos de três anos. Este padrão de dano foi observado
principalmente nas espécies Machaerium hirtum (Jacarandá bico de pato) e Platypodium
55
elegans (Canzileiro). Resultados mais satisfatórios poderiam ter sido encontrados neste
trabalho caso houvesse um maior número de avaliações nas áreas de estudo ou um
acompanhamento mais frequente das espécies injuriadas pelas formigas cortadeiras.
Na espécie Triplaris gardneriana (Pau formiga), o corte ocorreu nas folhas da planta
inteira, restando apenas o caule e os ramos. O ataque pelas formigas foi observado em
plantas jovens de no máximo três anos, totalizando um percentual de 36,32% de plantas
atacadas em diferentes idades (até três anos). O resultado encontrado neste trabalho difere
do obtido por Mundin Ribeiro (2009), que destacou outras espécies atacadas pelas formigas
cortadeiras em ambiente de cerrado e em idades superiores.
A espécie Xylopia aromatica (Pimenta-de-macaco) foi observada neste trabalho
com uma das espécies presentes nos MDRs, contudo, não foi encontrado nenhum vestígio
de corte pelas formigas nas plantas desta espécie, em nenhuma das áreas de estudo no
estágio inicial de desenvolvimento, diferindo das observações feitas por Mundin Ribeiro
(2009), que destacou esta espécie como sendo uma das preferencialmente atacadas por
formigas cortadeiras em idades mais avançadas de desenvolvimento.
Durante as avaliações realizadas em campo, foi acompanhado o ataque de um
grupo de operárias forrageiras de Atta sexdens em uma muda de faveiro (Dimorphandra
mollis). As formigas conseguiram desfolhar a parte superior de uma muda de faveiro em
cerca de trinta minutos (FIGURA 09). Foi impressionante acompanhar a voracidade das
formigas, sendo que, em pouco tempo elas conseguiram reunir uma grande quantidade de
material vegetal. A divisão de trabalho foi bem perceptível, pois, enquanto um grupo se
encarregava de fazer o corte do material vegetal e derrubar ao chão, outro grupo se
encarregava de realizar o carregamento deste material até a colônia, corroborando com a
descrição feita por Amante (1967), Fowler e Robinson (1979) e Forti et al. (1984).
A B
56
FIGURA 09 - CORTE DE PEQUENO GALHO NA EXTREMIDADE DA PLANTA DE FAVEIRO POR OPERÁRIA DE ATTA SEXDENS (A); CORTE DO ÁPICE DA PLANTA (B); PEDAÇOS DE PECÍOLOS E FOLHAS LANÇADOS AO CHÃO (C); RECOLHIMENTO DO MATERIAL VEGETAL PARA LEVAR ATÉ A COLÔNIA (D) FONTE: A AUTORA (2011)
As observações feitas neste trabalho indicando a preferência de Atta sexdens por
dicotiledôneas estão de acordo com a citação de Mariconi (1970), que cita este
comportamento para a espécie Atta sexdens. Enquanto que outras espécies de Atta cortam
tanto monocotiledôneas quanto dicotiledôneas, como é o caso de Atta laevigata, que neste
trabalho consumiu uma grande quantidade de Capim-andropógon (monocotiledônea) e
também a espécie pau-formiga (dicotiledônea) em uma das áreas de estudo. A espécie mais
voraz dentre as saúvas presentes na área de estudo deste trabalho foi Atta laevigata, foi
observado que esta desfolha plantas inteiras, e, que, indivíduos desta espécie podem cortar
sucessivas vezes a mesma planta em determinado período.
Mesmo sendo encontrada uma grande densidade de sauveiros em áreas de
cerrado, como relatado por Schoereder e Coutinho (1990), ainda assim, falta muita
informação referente à diversidade de plantas atacadas por esses herbívoros dominantes
neste bioma, isso dificultou o enriquecimento da discussão deste tema no presente trabalho.
C D
57
5.5 AVALIAÇÃO DOS MICRO-PORTA-ISCAS NO CONTROLE DAS FORMIGAS
CORTADEIRAS
5.5.1 Avaliação quantitativa do consumo de micro-porta-iscas
As iscas granuladas a base de sulfluramida (0,3%) distribuídas na forma de micro-
porta-isca (10 gramas/unidade) nas áreas de estudo, mostraram-se atrativas ao longo das
avaliações com carregamento e consumo das iscas pelas formigas cortadeiras já nas
primeiras avaliações. Os micro-porta-iscas utilizados nas áreas de estudo são oriundos de
uma nova versão, comercializada sem o atrativo localizado do lado externo da embalagem.
A Figura 10, traz a evolução do consumo de iscas pelas formigas, desde o encontro
dos micro-porta-iscas até o carregamento total dos mesmos. Ao longo das avaliações, foi
possível verificar em várias situações que quando uma ou duas formigas encontravam as
iscas, logo apareciam mais indivíduos para compartilhar o material. Acredita-se que isso foi
possível devido à função sensorial das antenas das formigas ou dos feromônios de
recrutamento, possibilitando que as demais encontrassem as iscas.
FIGURA 10 - DESCOBERTA DO MICRO-PORTA-ISCA PELA FORMIGA (A); PRIMEIROS CORTES NA EMBALAGEM (B); CARREGAMENTO DAS PRIMEIRAS ISCAS E DA PRÓPRIA EMBALAGEM (C); CARREGAMENTO PARCIAL DAS ISCAS (D); CARREGAMENTO TOTAL DAS ISCAS E DA PRÓPRIA EMBALAGEM PELAS FORMIGAS (E, F) FONTE: A AUTORA (2011)
A B C
D E F
58
A análise quantitativa dos micro-porta-iscas (TABELA 11) apresenta os percentuais
da evolução do consumo para todos os tratamentos avaliados. Na primeira observação,
realizada 24 horas após a instalação do experimento, apenas os tratamentos T4 (2 kg/ha) e
T6 (8 kg/ha) apresentaram um pequeno percentual de consumo total, aproximadamente
3,13 unidades (0,5%) e 2,34 unidades (0,4%) de micro-porta-iscas, respectivamente
(TABELA 11), diferindo das observações de Ukan (2008) que verificou consumo total em um
tratamento (3,5 kg/ha) na primeira avaliação com micro-porta-iscas de 10 gramas em
plantios de Eucalyptus sp no Estado de Santa Catarina. Difere também das observações de
Sousa (1996), que em trabalho realizado em área de cultivo de Pinus sp no município de
Itararé, também verificou consumo na primeira avaliação em apenas um tratamento. A
semelhança entre os trabalhos foi à ocorrência de consumo nas primeiras avaliações nos
tratamentos com maiores pontos de distribuição no campo.
TABELA 11 - MÉDIA DOS PERCENTUAIS DE CONSUMO PARA MICRO-PORTA-ISCA DE 10 GRAMAS PARA OS 10 PERÍODOS DE AVALIAÇÃO, DURANTE 45 DIAS
SC CP CT SC CP CT SC CP CT SC CP CT SC CP CT SC CP CT
0* (08/08) 100,0 0,0 0,0 100,0 0,0 0,0 100,0 0,0 0,0 100,0 0,0 0,0 100,0 0,0 0,0 100,0 0,0 0,0
1ª (24 h/ 09/08) 100,0 0,0 0,0 100,0 0,0 0,0 97,9 2,1 0,0 99,5 0,5 0,5 98,7 1,0 0,0 97,1 2,5 0,4
2ª (10/08) 100,0 0,0 0,0 95,0 0,0 5,0 96,3 3,8 0,0 93,8 5,5 0,8 95,9 2,8 0,6 92,3 3,6 4,1
3ª (11/08) 100,0 0,0 0,0 85,0 7,5 7,5 92,5 6,3 1,3 90,6 5,5 3,9 91,3 6,3 2,5 87,2 6,9 5,9
4ª (12/08) 100,0 0,0 0,0 82,5 5,0 12,5 90,0 7,5 2,5 89,4 6,7 3,9 89,4 6,6 4,1 86,7 6,7 6,6
5ª (13/08) 100,0 0,0 0,0 80,0 7,5 12,5 87,5 10,0 2,5 88,1 8,0 3,9 87,2 7,8 5,0 85,6 7,7 6,7
6ª (15/08) 90,0 10,0 0,0 77,5 7,5 15,0 80,0 17,5 2,5 88,1 8,0 3,9 86,3 7,5 6,3 84,8 8,4 6,7
7ª (18/08) 90,0 10,0 0,0 77,5 7,5 15,0 77,5 20,0 2,5 88,1 8,0 3,9 85,9 7,2 6,9 84,4 8,9 6,7
8ª (23/08) 80,0 10,0 10,0 72,5 10,0 17,5 62,5 25,0 12,5 81,3 11,9 8,1 83,4 8,8 7,8 78,1 11,1 10,8
9ª (07/09) 80,0 10,0 10,0 62,5 7,5 30,0 53,8 26,3 20,0 75,6 15,6 8,8 77,2 9,7 13,1 72,0 15,6 12,3
10ª (22/09) 80,0 5,0 15,0 47,5 18,0 34,5 35,0 30,0 35,0 61,9 24,4 13,8 66,9 14,4 18,8 60,2 20,5 19,4
Médias dos Blocos
por avaliação/ dias
avaliações
T3 = 8 unidades de
MIPI's
T4 = 16 unidades
de MIPI'sTratamentos
* Dia da instalação dos experimentos e distribuição dos MIPI's no campo; **SC: sem consumo; CP: consumo parcial; CT: consumo total
% consumo
T1 = 2 unidades de
MIPI's
T2 = 4 unidades de
MIPI's
T5 = 32 unidades
de MIPI's
T6 = 64 unidades
de MIPI's
(Testemunha)
Na primeira avaliação, o tratamento T6 também apresentou a maior quantidade de
micro-porta-iscas parcialmente consumidos (2,47%), seguido dos tratamentos T3 (2,07%),
T5 (1,04%) e T4 (0,52%). O tratamento T1 e T2 apresentaram a maior quantidade de micro-
porta-iscas sem consumo (100%), seguido dos tratamentos T4 (99,48%), T5 (98,70%), T3
(97,92%) e T6 (97,14%) (TABELA 11).
Na segunda avaliação o tratamento T2 (0,5 kg/ha) apresentou a maior quantidade
de micro-porta-iscas consumidos totalmente (5%), seguido dos tratamentos T6 (4,06%), T4
(0,80%) e T5 (0,63%). O tratamento T4 apresentou o maior número de micro-porta-iscas
consumido parcialmente (5,5%), seguido dos tratamentos T3 (3,8%), T6 (3,6%) e T5 (2,8%).
59
O tratamento T1 (0,25 kg/ha) permaneceu com o maior número de micro-porta-iscas sem
consumo (100%) até a 7ª avaliação do experimento, seguido dos tratamentos T3 (96,25%),
T5 (95,94%), T2 (95%), T4 (93,75%) e T6 (92,34%) (TABELA 11).
Na terceira avaliação, o tratamento que apresentou o maior consumo total de micro-
porta-isca continuou sendo o T2 (7,5%), seguido do T6 (5,94%), T4 (3,93%), T5 (2,5%) e T3
(1,25%). O tratamento com maior quantidade de micro-porta-iscas consumidos parcialmente
foi o T2 com 7,5%, seguido do T6 (6,88%), T3 e T5 com 6,25%, T4 (5,45%). O tratamento
T1 continuou apresentando a maior quantidade de micro-porta-isca sem consumo (100%),
seguido do T3 (92,5%), T5 (91,25%), T4 (90,63%), T6 (87,19%) e T2 (85%) (TABELA 11).
Na quarta avaliação o tratamento que apresentou a maior quantidade de micro-
porta-isca totalmente consumida foi o T2 (12,5%), seguido do T6 (6,56%), T5 (4,06%), T4
(3,93%) e T3 (2,5%). O tratamento que apresentou a maior quantidade de micro-porta-isca
com consumo parcial foi o T3 com 7,5%, seguido do T6 (6,72%), T4 (6,7%), T5 (6,56%) e T2
(5%). O tratamento T1 continuou tendo a maior quantidade de micro-porta-iscas sem
consumo (100%), seguido do T3 (90%), T4 e T5 com 89,38%, T6 (86,72%) e T2 (82,50%)
(TABELA 11).
Na quinta avaliação o tratamento que apresentou a maior quantidade de micro-
porta-isca totalmente consumida foi o T2 com 12,5%, seguido do T6 (6,72%), T5 (5%), T4
(3,93%), T3 (2,5%). O tratamento que apresentou o maior consumo parcial de micro-porta-
isca foi o T3 com 10%, seguido do T4 (7,95%), T5 (7,81%), T6 (7,66%) e T2 (7,5%). O
tratamento com maior número de micro-porta-isca sem consumo continuou sendo o T1 com
100%, seguido do T4 (88,13%), T3 (87,5%), T5 (87,19%), T6 (85,63%) e T2 (80%) (TABELA
11).
Na sexta avaliação o tratamento que apresentou o maior consumo total foi o T2
com 15%, seguido do T6 (6,72%), T5 (6,25%), T4 (3,93%), T3 (2,5%). O tratamento com
maior consumo parcial foi o T3 (1 kg/ha) com 17,5%, seguido do T1 (10%), T6 (8,44%), T4
(7,95%), T2 e T5 com 7,5%. O tratamento com maior número de micro-porta-isca sem
consumo foi o T1 com 90%, seguido do T4 (88,13%), T5 (86,25%), T6 (84,84%), T3 (80%) e
T2 (77,5%) (TABELA 11).
Na sétima avaliação o tratamento que apresentou a maior quantidade de micro-
porta-isca com consumo total foi o T2 com 15%, seguido do T5 (6,88%), T6 (6,72%), T4
(6,93%), T3 (2,5%). O tratamento que apresentou o maior consumo parcial de micro-porta-
isca foi o T3 com 20%, seguido do T1 (10%), T6 (8,91%), T4 (7,95%), T2 (7,5%) e T5
(7,19%). O tratamento T1 continua com maior número de micro-porta-isca sem consumo
60
com 90%, seguido do T4 (88,13%), T5 (85,94%), T6 (84,38%), T2 e T3 com 77,5%
(TABELA 11).
Para os tratamentos T2, T4 e T5 (TABELA 11), houve uma pequena variação no
percentual de micro-porta-isca parcialmente consumidos da 3ª até a 7ª avaliação, sendo que
em alguns momentos esses percentuais mantiveram-se constantes.
Os tratamentos T3, T4 e T6 (TABELA 11) permaneceram sem consumo total em
alguns intervalos: 4º ao 7º período, 3º ao 7º período e 5º ao 7º período, respectivamente, ou
seja, nesses períodos não houve carregamento das iscas granuladas dos micro-porta-iscas
pelas formigas. Entretanto, percebeu-se que a partir da 7º avaliação, os consumos parciais e
totais voltaram a acontecer para a maioria dos tratamentos avaliados. Esse intervalo sem
carregamento de iscas pode ter ocorrido pelo fato dos formigueiros que carregaram as iscas
nos primeiros dias de avaliação já estarem contaminados e em função disso, cessaram o
corte de material vegetal e o carregamento de iscas nas áreas de estudo. Outra hipótese foi
de que houve uma subdosagem de produto e os formigueiros tenham reduzido suas
atividades (formigueiros amuados).
Na oitava avaliação o tratamento em que foi constatado o maior consumo total de
micro-porta-isca foi o T2 com 17,5%, seguido do T3 (12,5), T6 (10,78%), T1 (10%), T4
(8,13%) e T5 (7,81%). O tratamento com maior quantidade de micro-porta-isca parcialmente
consumidos foi o T3 com 25%, seguido do T4 (11,88%), T6 (11,09%), T1 e T2 com 10% e
T5 (8,75%). O tratamento com maior quantidade de micro-porta-isca sem consumo foi o T5
com 83,44%, seguido do T4 (81,25%), T1 (80%), T6 (78,13%), T2 (72,5%) e T3 (62,5%)
(TABELA 11).
Na penúltima avaliação, trinta dias após a instalação do experimento, o tratamento
com maior quantidade de micro-porta-isca com consumo total foi o T2 com 30%, seguido do
T3 (20%), T5 (13,13%), T6 (12,34%), T1 (10%) e T4 (8,75%). O tratamento com maior
quantidade de micro-porta-isca com consumo parcial foi o T3 com 26,25%, seguido do T4 e
T6 com 15,63%, T1 (10%), T5 (9,69%) e T2 (7,5%). O tratamento T1 continuou com maior
quantidade de micro-porta-isca sem consumo com 80%, seguido do T5 (77,19%), T4
(75,63%), T6 (72,03%), T2 (62,5%) e T3 (53,75%) (TABELA 11).
O tratamento T1 (TABELA 11) permaneceu sem consumo até a 5ª avaliação, e isso
pode ser explicado pela pequena quantidade de pontos de distribuição de micro-porta-iscas
nas áreas de estudo, visto que isso possivelmente dificultou a localização dos mesmos
pelas formigas, assim como relatado por Ukan (2008). Além disso, o T1 foi o tratamento que
apresentou a maior quantidade de micro-porta-isca sem consumo em praticamente todas as
avaliações, exceto na 8ª avaliação.
61
Na última avaliação, quarenta e cinco dias após a instalação do experimento, o
tratamento onde constatou-se o maior consumo total de micro-porta-isca foi o T3 com 35%,
seguido do T2 (34,5%), T6 (19,38%), T5 (18,75%), T1 (15%) e T4 (13,75%). O tratamento
que apresentou o maior consumo parcial foi o T3 com 30%, seguido do T4 (24,38%), T6
(20,47%), T2 (18%), T5 (14,38%) e T1 (5%). O tratamento com maior quantidade de micro-
porta-isca sem consumo foi o T1 com 80%, seguido do T5 (66,88%), T4 (61,88%), T6
(60,16%), T2 (47,5%) e T3 (35%) (TABELA 11).
Segundo a Tabela 11, o tratamento T3 (1 kg/ha) apresentou o maior percentual de
micro-porta-iscas consumidos totalmente na última avaliação (35% ou 350 gramas de iscas),
o maior número de micro-porta-iscas parcialmente consumido (30% ou aproximadamente
300 gramas de iscas) e o menor número de micro-porta-iscas sem consumo (35% ou 350
gramas de iscas), fato que caracterizou esse tratamento como sendo o mais eficiente em 45
dias de avaliação.
De acordo com o Gráfico 3, a maioria dos tratamentos apresentaram um percentual
alto de micro-porta-iscas sem consumo, acima de 50%, principalmente o T1, T5, T4, T6
(testemunha), revelando que foi aplicada uma superdosagem de produto em campo. O
melhor tratamento comparado à testemunha (T6), foi o T3 (1 kg/ha), pois este obteve a
maior quantidade de micro-porta-iscas consumida totalmente (35%) e a menor quantidade
de micro-porta-isca sem consumo (35%), sendo esta considerada a combinação ideal para o
controle de formigas cortadeiras para a região de estudo. Segundo Cantarelli (2005), o ideal
é usar a menor dose que obtenha controle significativo.
Segundo a análise dos dados processada no Programa ASSISTAT® (APÊNDICE
3), a sumarização dos resultados de consumo total para os tratamentos aplicados mostrou
que as médias dos três primeiros tratamentos não diferem estatisticamente entre si ao nível
de 5% de probabilidade pelo Teste de Tukey, como mostrado no Gráfico 3.
62
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
T1 T2 T3 T4 T5 T6
(%)
SC CP CT
GRÁFICO 3 - AVALIAÇÃO QUANTITATIVA MÉDIA DOS MICRO-PORTA-ISCA AO FINAL DO
PERÍODO DE 45 DIAS APÓS A INSTALAÇÃO DO EXPERIMENTO PARA OS SEIS
TRATAMENTOS E SUMARIZAÇÃO DAS MÉDIAS DE CONSUMO TOTAL
NOTA: MÉDIAS SEGUIDAS DE MESMA LETRA NÃO DIFEREM ESTATISTICAMENTE AO NÍVEL
DE 5% DE PROBABILIDADE
Outra possibilidade de definir a quantidade ideal de iscas a serem distribuídas em
cada bloco seria considerarmos a soma de área aparente de terra solta em cada área, como
segue na Tabela 12, contudo, esse cálculo seria uma estimativa grosseira do tamanho dos
formigueiros, podendo ocasionar uma sub ou superdosagem de produto. A soma da área de
terra solta de cada bloco indica uma estimativa de micro-porta-iscas a ser distribuídos em
cada bloco. Essa aplicação deveria ser feita de forma localizada, atingindo diretamente os
olheiros ativos de cada formigueiro.
Os resultados de 2,34 kg e 3,02 kg de micro-porta-iscas foi calculado como sendo
um número ótimo para combate localizado de formigas cortadeiras com base na soma da
área aparente de terra solta, aplicando-se a isca nos olheiros ativos de cada ninho. Não
remetendo a uma aplicação ideal a ser realizada pelos proprietários em áreas de cerrado
com características semelhantes. Além disso, isso não é comumente utilizado em grandes
áreas, visto que se torna mais prático lançar algumas parcelas amostrais para levantamento
do número de formigueiros e depois extrapolar para hectare e realizar o controle de formigas
em várias etapas.
a
ab ab
b b b
63
TABELA 12 - QUANTIDADE IDEAL DE ISCAS GRANULADAS EM FUNÇÃO DA SOMA DAS ÁREAS DE TERRA SOLTA DE CADA BLOCO
Com base na análise da Tabela 12, teríamos uma distribuição média de 1,28 kg de
iscas por bloco, resultando em 360 gramas/ha, de forma localizada. Segundo as análises
feitas na Tabela 11, a quantidade ideal seria a aplicação de 1 kg/ha de micro-porta-iscas
distribuídas de forma sistemática nas áreas de estudo. Já o Gráfico 3, que tem como base
estatística a análise do consumo total dos blocos, pela comparação de médias (Tukey), nos
mostrou que a quantidade ideal de micro-porta-iscas pode variar de 0,250 – 1,00 kg de
micro-porta-iscas/ha. O grande problema em definir uma dosagem padrão esta no fato da
distribuição ideal das iscas em campo, na maioria das vezes esse é o principal fator
determinante no carregamento e consumo das iscas pelas formigas cortadeiras.
De acordo com a Tabela 13, a quantidade ideal de iscas a ser distribuída foi bem
parecida com a quantidade média de iscas aplicadas em campo, contudo, devido a grande
variação em termos de área das propriedades e dos formigueiros e suas respectivas
densidades, conclui-se que não foi realizada uma distribuição uniforme de iscas em campo e
que controle não foi efetivo para todos os formigueiros.
TABELA 13 - QUANTIDADE MÉDIA DE ISCAS GRANULADAS APLICADAS E CONSUMIDAS (CP +CT)
64
Com base nos resultados dos dados totais, para o presente estudo, as duas
dosagens poderiam ser consideradas como eficientes (T2 e T3), pois como houve uma
grande variação no número de formigueiros e nos respectivos tamanhos dos mesmos, não
poderíamos considerar neste trabalho uma quantidade padrão, e sim, estabelecer uma
amplitude de dosagem que poderá abranger diferentes densidades de formigueiros/ha.
O resultado apresentado neste trabalho difere do estudo feito por Ukan (2008) que
considerou a dose única de 3,0 kg/há de micro-porta-iscas de 10 g como a dose ótima para
controlar eficientemente as formigas cortadeiras em cultivos com Eucalyptus sp, com
infestação média de 121 formigueiros/ha de Acromyrmex crassispinus (Forel, 1909) no
Estado de Santa Catarina. Segundo Ramos (2002), em cultivos com Eucalyptus sp, são
utilizadas em média 1,9 kg de micro-porta-iscas por hectare, distribuídos a cada 63 m² (7 m
x 9 m) para controle de Atta, superior ao indicado no presente trabalho para ambiente de
cerrado.
Cantarelli (2005), cita em seu trabalho que as iscas formicidas a granel a base de
sulfluramida (0,3%) obtiveram um carregamento de 94,2% em plantios de Pinus sp, com
infestação de Acromyrmex striatus e Atta sexdens piriventris. Esses dados diferem do
presente trabalho em ambiente de cerrado, que obteve como melhor carregamento 35% dos
micro-porta-iscas, totalmente consumidas, para infestação de Atta sexdens, Atta laevigata e
algumas espécies de quenquéns. Essa diferença em termos de carregamento pode ser
influenciada por diversos fatores, como a densidade de formigueiros, tamanho dos
formigueiros, área de forrageamento, atratividade das iscas, espécie de formiga cortadeira,
idade dos formigueiros, distribuição das iscas (localizado ou sistemático), entre outros.
Zanuncio et al. (2002), destacam a eficiência da isca formicida (sulfluramida 0,3%),
na dosagem de 10 gramas para o controle de Atta sexdens rubropilosa e descreveram que
todos os formigueiros paralisaram suas atividades de corte aos dez dias após a aplicação do
controle. Comportamento parecido foi obtido no presente estudo, no qual foi verificado o
intenso carregamento de iscas na primeira semana, sendo que a partir da segunda semana
foi havendo um decréscimo de indivíduos nas trilhas de forrageamento na área infestada por
A. sexdens, evidenciando o início da paralisação das colônias. A partir desse momento, a
cada nova avaliação, a frequência de indivíduos foi diminuindo consideravelmente até o final
dos 45 dias de observações.
O número médio de micro-porta-iscas distribuídos em cada bloco foi igual a 126
unidades (GRÁFICO 4). A comparação da taxa de exploração dos micro-porta-iscas permitiu
inferir que o bloco I (área Amado) e bloco III (área Nemer), áreas com grande degradação
pela atividade de pecuária, obtiveram o melhor desempenho em termos de exploração pelas
65
formigas cortadeiras, pois foram os únicos blocos em que o consumo (parcial + total)
ultrapassou 50% dos micro-porta-iscas distribuídos em campo. O bloco I obteve o melhor
desempenho (68,25% - consumo parcial+total de iscas granuladas) tanto pela quantidade de
formigueiros quanto pelo tamanho dos formigueiros, pois a maioria das colônias
encontradas na área possuíam área superior a 3 m²; além disso, 40% dos formigueiros
foram encontrados na classe IV (9 a 25 m²), com predominância de Atta laevigata.
GRÁFICO 4 - COMPARAÇÕES DA TAXA DE EXPLORAÇÃO DE MICRO-PORTA-ISCA POR
BLOCO DE ESTUDO, CONSIDERANDO COMO EXPLORADOS OS MICRO-PORTA-
ISCA COM CONSUMO PARCIAL MAIS O CONSUMO TOTAL
O bloco III (área Nemer) obteve bom desempenho em termos de micro-porta-iscas
explorado (65,40%) em função do número de formigueiros presentes na área, por mais que
os mesmos não tivessem uma área de terra solta tão elevada. Outra hipótese que poderia
ter contribuído para a elevada exploração de iscas nesta área seria o carregamento destas
por formigueiros localizados em área adjacente ao experimento.
O bloco II (área Francisco) obteve um bom resultado, apesar do baixo percentual
de consumo de micro-porta-iscas.
66
O bloco IV (área Márcia - Cascalheira), área anteriormente utilizada para
exploração de cascalho, apresentou uma densidade reduzida de pequenos formigueiros, e
isso contribuiu para que as iscas demorassem a serem encontradas em virtude da pequena
população de formigas presentes na área de estudo, o que eventualmente, não trouxe um
bom resultado ao final das avaliações.
No Gráfico 4, verificou-se que a maior quantidade de micro-porta-iscas explorados
no bloco V (área Márcia – Boa Sorte) foi em função do número de formigueiros e,
consequentemente, também em função da área elevada de terra solta de algumas colônias,
evidenciando, formigueiros robustos e adultos. Contudo, caso não houvesse a irrigação
nesse bloco, a exploração poderia ter sido bem superior à relatada neste trabalho, em
virtude do número de colônias encontradas por hectare (11,1 formigueiros/ha), em que a
probabilidade das formigas encontrarem os micro-porta-iscas distribuídos na área teria sido
bem maior. Entretanto, com a irrigação semanal de cerca de 20 mm, os micro-porta-iscas
foram perdendo as características e degradando-se em função do excesso de umidade.
5.5.2 Avaliação da mortalidade dos formigueiros
A avaliação final dos experimentos de controle de formigas foi realizada 250 dias
após a instalação dos mesmos. As áreas foram percorridas integralmente, com auxílio dos
croquis feitos na primeira avaliação, os formigueiros foram localizados e avaliados, onde foi
verificado se ainda estavam ativos.
No bloco I constatou-se que os formigueiros de maior área aparente não foram
controlados. Foram encontrados 12 formigueiros ativos, com alguns trilhos de
forrageamento ativos e indícios de terra solta sobre o ninho, indicando que os mesmos
estavam sendo renovados. Dois formigueiros novos foram encontrados na área, oriundos
provavelmente da última revoada que ocorreu entre o final de 2011 e inicio de 2012.
O bloco II também foi percorrido integralmente e não foram encontrados indícios de
formigueiros ativos. Em 2011, foi feito um combate com outros produtos neste bloco pelo
proprietário da área após a coleta dos exemplares de formigas, o que dificultou qualquer
estatística de controle do mesmo. Contudo, as mudas encontravam-se vigorosas, indicando
um excelente controle, mesmo não sendo por iscas granuladas. Esse grau de eficiência do
controle de formigas cortadeiras indicou uma dedicação do proprietário à recuperação da
67
área degradada, evidenciando que o mesmo tem se responsabilizado pela conservação e
manutenção do local.
O bloco III foi percorrido integralmente, onde foram encontrados três formigueiros
grandes que continuavam ativos mesmo depois da aplicação do controle, evidenciando que
os mesmos ficaram amuados durante um período e depois retornaram com mais vigor,
provavelmente em função da subdosagem de produto utilizada na área. O grande problema
evidenciado neste bloco foram as áreas adjacentes ao experimento, compostas por
pastagem, onde estavam dispostos vários formigueiros adultos, em torno de nove
formigueiros robustos, que a cada ano se tornam responsáveis pelo surgimento de novos
formigueiros na área de recuperação.
O bloco IV foi percorrido integralmente e não foram encontrados indícios de
formigueiros em atividade dentro do mesmo, resultando em um controle efetivo (100%).
Neste bloco não foram encontrados muitos problemas com formigas desde o inicio e isso
possibilitou um controle efetivo dos mesmos com as dosagens de iscas aplicadas.
O bloco V também foi percorrido integralmente e foram encontrados em torno de 15
formigueiros remanescentes, principalmente os maiores e mais antigos, indicando um
controle parcial apenas de alguns formigueiros menores, cerca de 20%. Além disso, na
primeira parte da área (aproximadamente 2 ha) foram encontrados aproximadamente 36
formigueiros pequenos, provavelmente, resultado da última revoada (2011/2012).
O que foi observado, percorrendo as áreas de estudo 250 dias após a instalação
dos experimentos, foi que apesar da distribuição uniforme das parcelas dentro dos blocos,
na maioria dos casos não foi possível atingir todos os formigueiros identificados em fevereiro
de 2011. A subdosagem de produto utilizada nas áreas de estudo e fatores limitantes
(citados no item 5.5.3) contribuíram para que muitos formigueiros permanecessem ativos
após 250 dias da inicialização do experimento de controle nas áreas de estudo.
5.5.3 Fatores limitantes na realização do experimento de controle de formigas cortadeiras
O carregamento das iscas sofreu redução após a primeira irrigação de 20 mm no
bloco V, neste caso, as embalagens poderiam estar umedecidas ou até mesmo as iscas
estragadas em função do excesso de umidade. Quando a embalagem do porta-iscas é
resistente e as iscas não ficam úmidas, após alguns dias de sol, o carregamento pelas
formigas reinicia. Essa informação foi observada em campo neste experimento e também
68
relatada por Ramos (2002), que após uma chuva de 11,9 mm, mesmo com as embalagens
dos micro-porta-iscas ainda umedecidas, as embalagens estavam sendo cortadas e as iscas
transportadas pelas formigas, evidenciando que as iscas estavam intactas dentro da
embalagem.
O período de avaliação de 45 dias do experimento permitiu a visualização de
diversos fatores que interferiram em algum momento na eficiência dos micro-porta-iscas
(GRÁFICO 5). O bloco que teve as maiores perdas em termos de danos foi o bloco V,
devido à irrigação realizada no local por um pivô central e o ataque de lagartas de espécie
não identificada.
0
3
6
9
12
15
18
21
24
27
30
% d
e i
scas q
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ção
Fatores que interferiram no experimento
IRRIGAÇÃO GALINHA ÁGUA CÓRREGO CUPIM CHUVA GADO LAGARTA RASGADO
GRÁFICO 5 - PRINCIPAIS AGENTES QUE CAUSARAM DANOS AOS MICRO-PORTA-ISCA
DURANTE O PERÍODO EXPERIMENTAL
Enquanto a maioria dos micro-porta-iscas do bloco V estava totalmente encharcada
pela grande quantidade de água que incidiu sobre eles no período, alguns ainda se
encontravam em estado de aproveitamento, fato que demonstrou que os micro-porta-iscas
apresentaram altos indícios de resistência à umidade.
No bloco IV, ocorreu um fato inusitado, pois parte dos micro-porta-iscas foram
danificados por galinhas. Soma-se a este fato a cheia de um córrego paralelo ao plantio que
molhou os micro-porta-iscas e as iscas, impossibilitando o consumo destas pelas formigas
cortadeiras (GRÁFICO 5).
69
O bloco III apresentou algumas perdas em função do pisoteio pelo gado, devido ao
erro cometido na construção do cercado para isolamento da área experimental que não
isolou de forma adequada a área adjacente ocupada para pecuária. Na maioria dos blocos
também houve problemas com cupins (espécie não identificada), pela construção de seus
ninhos sobre as embalagens dos micro-porta-iscas (GRÁFICO 5).
A chuva foi o fator agravante do bloco I, mas felizmente esta ocorreu um pouco
antes da última avaliação, sendo assim, as perdas foram consideradas bem pequenas, pois
os resultados obtidos até então no consumo de iscas já havia sido satisfatório.
Algumas embalagens foram encontradas rasgadas ao longo do período de
avaliação, podendo ter sido ocasionado por algum curioso, tanto animal quanto humano. Na
Figura 11 podem ser observadas algumas fotos dos danos observados nos micro-porta-
iscas nas áreas experimentais (GRÁFICO 5).
.
FIGURA 11 - DANO OCASIONADO PELA IRRIGAÇÃO NOS MICRO-PORTA-ISCA SEM CONSUMO (A); DANO OCASIONADO PELA ÁGUA DO CÓRREGO (B); DANO OCASIONADO PELA IRRIGAÇÃO NOS MICRO-PORTA-ISCA PARCIALMENTE CONSUMIDOS (C) FONTE: A AUTORA (2011)
A B C
70
6 CONCLUSÕES
Em função dos resultados obtidos, conclui-se que:
Nas áreas amostradas, constata-se a ocorrência das seguintes espécies de
formigas cortadeiras: Atta sexdens, Atta laevigata, Acromyrmex aspersus e
Acromyrmex rugosus.
A espécie de formiga cortadeira mais frequente nas áreas experimentais é
Atta sexdens, entretanto, a espécie Atta laevigata foi responsável pelas
maiores áreas aparentes de terra solta;
Os formigueiros tem uma distribuição agregada dentro dos blocos de estudo e
uma grande variação de densidade em função do tamanho dos blocos;
O dano mais frequente provocado pelas formigas cortadeiras ocorre em uma
espécie da família Polygonaceae, espécie Triplaris gardneriana, contudo os
demais ataques ocorrem em sua maioria, em plantas da família Fabaceae,
com dano mais acentuado nas folhas mais jovens;
O percentual de micro-porta-iscas estragado é mais elevado nas área
irrigadas;
A melhor densidade de micro-porta-iscas por hectare para as áreas
estudadas deve variar entre 250 gramas a 1,0 kg.
O controle com micro-porta-iscas não é eficiente para controlar formigueiros
com grande área aparente de terra solta.
71
7 RECOMENDAÇÕES
Em relação a presente pesquisa, recomenda-se:
Realizar o monitoramento frequente das áreas, a fim de verificar novas taxas
de infestação nas áreas estudadas e em novas áreas do Programa de
Recuperação a serem implantadas pelo CRAD/Cerrado;
Testar outras metodologias, com diferentes densidades de iscas granuladas;
outras formas de distribuição de iscas em campo; outros tipos de porta-iscas;
Testar os resultados propostos nesta pesquisa em novas áreas onde o
Programa de Recuperação será implantado.
Substituir algumas espécies vegetais, que de acordo com a presente
pesquisa, foram consideradas mais suscetíveis ao ataque das formigas
cortadeiras, principalmente a espécie Triplaris gardneriana.
72
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83
ANEXOS
84
Continua...
APÊNDICE 1 - LISTAGEM DE ESPÉCIES DE FORMIGAS CORTADEIRAS COM AS RESPECTIVAS ÁREAS DE CADA COLÔNIA ENCONTRADAS EM ALGUMAS DAS PROPRIEDADES VISITADAS NO MUNICÍPIO DE PARACATU-MG
Espécies Propriedades Bloco Área formigueiros (m²)
Atta laevigata Amado I 0,08
Atta laevigata - - 0,12
Atta laevigata - - 0,50
Atta laevigata - - 6,00
Atta laevigata - - 8,00
Atta laevigata - - 24,00
Atta laevigata - - 24,00
Atta laevigata - - 36,00
Atta laevigata - - 8,75
Atta laevigata - - 12,00
Atta laevigata - - 18,00
Atta laevigata - - 20,00
Atta laevigata - - 24,00
Atta laevigata - - 35,00
Atta laevigata - - 42,00
Acromyrmex aspersus Francisco Ivanor Ertal II 0,12
Atta sexdens - - 0,03
Atta sexdens - - 0,05
Atta sexdens - - 0,05
Atta sexdens - - 0,06
Atta sexdens - - 0,08
Atta sexdens - - 0,09
Atta sexdens - - 0,10
Atta sexdens - - 0,12
Atta sexdens - - 0,14
Atta sexdens - - 0,55
Atta sexdens - - 0,68
Atta sexdens - - 1,12
Atta sexdens - - 6,00
Atta sexdens - - 0,04
Atta sexdens - - 0,05
Atta sexdens - - 0,08
Atta sexdens - - 0,12
Atta sexdens - - 0,24
Atta sexdens - - 0,28
Atta sexdens - - 0,40
Atta sexdens - - 54,00
Atta sexdens Márcia S. (Boa Sorte) V 0,02
Atta sexdens - - 0,03
85
Continua...
Atta sexdens - - 0,03
Atta sexdens - - 0,03
Atta sexdens - - 0,03
Atta sexdens - - 0,05
Atta sexdens - - 0,06
Atta sexdens - - 0,06
Atta sexdens - - 0,06
Atta sexdens - - 0,06
Atta sexdens - - 0,06
Atta sexdens - - 0,06
Atta sexdens - - 0,08
Atta sexdens - - 0,08
Atta sexdens - - 0,08
Atta sexdens - - 0,09
Atta sexdens - - 0,09
Atta sexdens - - 0,09
Atta sexdens - - 0,10
Atta sexdens - - 0,11
Atta sexdens - - 0,11
Atta sexdens - - 0,11
Atta sexdens - - 0,12
Atta sexdens - - 0,12
Atta sexdens - - 0,12
Atta sexdens - - 0,12
Atta sexdens - - 0,12
Atta sexdens - - 0,12
Atta sexdens - - 0,14
Atta sexdens - - 0,14
Atta sexdens - - 0,15
Atta sexdens - - 0,15
Atta sexdens - - 0,15
Atta sexdens - - 0,15
Atta sexdens - - 0,15
Atta sexdens - - 0,16
Atta sexdens - - 0,18
Atta sexdens - - 0,18
Atta sexdens - - 0,20
Atta sexdens - - 0,20
Atta sexdens - - 0,23
Atta sexdens - - 0,24
Atta sexdens - - 0,27
Atta sexdens - - 0,28
Atta sexdens - - 0,30
Atta sexdens - - 0,30
86
Continua...
Atta sexdens - - 0,30
Atta sexdens - - 0,30
Atta sexdens - - 0,30
Atta sexdens - - 0,30
Atta sexdens - - 0,30
Atta sexdens - - 0,32
Atta sexdens - - 0,35
Atta sexdens - - 0,35
Atta sexdens - - 0,35
Atta sexdens - - 0,40
Atta sexdens - - 0,42
Atta sexdens - - 0,42
Atta sexdens - - 0,50
Atta sexdens - - 0,55
Atta sexdens - - 0,56
Atta sexdens - - 0,60
Atta sexdens - - 0,80
Atta sexdens - - 1,20
Atta sexdens - - 1,80
Atta sexdens - - 9,00
Atta sexdens - - 10,00
Atta sexdens - - 15,00
Atta sexdens - - 18,00
Atta sexdens - - 24,00
Atta sexdens - - 28,00
Atta sexdens - - 30,00
Atta sexdens - - 30,00
Atta sexdens - - 32,00
Atta sexdens - - 90,00
Atta laevigata Márcia S. (Cascalheira) IV 0,09
Atta sexdens - - 0,02
Atta sexdens - - 0,04
Atta sexdens - - 0,06
Atta sexdens - - 0,08
Atta sexdens - - 0,12
Atta sexdens - - 0,12
Atta sexdens - - 0,14
Atta sexdens - - 0,16
Atta sexdens - - 0,36
Atta sexdens - - 0,10
Atta sexdens - - 0,12
87
Conclusão.
Atta laevigata Nemer Oliveira III 0,08
Atta laevigata - - 0,20
Atta laevigata - - 0,35
Atta sexdens - - 0,03
Atta sexdens - - 0,05
Atta sexdens - - 0,06
Atta sexdens - - 0,08
Atta sexdens - - 0,20
Atta sexdens - - 0,40
Atta sexdens - - 0,40
Acromyrmex rugosus - - 0,05
Atta laevigata - - 0,15
Atta laevigata - - 14,00
Atta laevigata - - 20,00
Atta sexdens - - 0,02
Atta sexdens - - 0,06
Atta sexdens - - 0,08
88
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Continua...
APÊNDICE 2 - LISTAGEM DE ESPÉCIES UTILIZADAS NOS MDR’S ESTUDADOS EM PARACATU-MG
Espécie Autor Família Nome comum
Albizia hasslerii (Chodat) Burr Fabaceae Farinha seca
Acosmium dasycarpum (Vog.) Yakov. Fabaceae Chapadeiro/Chapadinha
Albizia polycephala (Benth.) Killip ex Record Fabaceae Angico
Alibertia edulis (L.C.Rich.) ex. DC. Rubiaceae Marmelada
Amburana cearensis (Fr. All.) A. C. Smith Fabaceae Amburana
Anadenanthera peregrina (L.) Speg. Fabaceae Angico Vermelho
Annona crasiflora Mart. Annonaceae Araticum
Apuleia leiocarpa (Vog.) Macbride Leguminosae Garapa
Astronium fraxinifolium Schott Anacardiaceae Gonçalo
Austroplenckia populnea (Reiss.) Lundl. Celastraceae Marmelinho
Melanoxylon braúna Schott Leguminosae Maria Preta
Bowdichia virgilioides H.B.K. Leguminosae Sucupira/Sucupira Preta
Colubrina glandulosa Perk. Rhamnaceae Falso Pau Brasil
Terminalia argentla Mart. et Succ Combretaceae Capitão
Cecropia carbonária Mart. & Miq. Moraceae Imbauba
Centrolobium tomentosum Guilem ex. Benth. Leguminosae Arariba
Copaifera langsdorffii Desf. Fabaceae Copaíba/Pau-d’-Óleo
Cybistax antisyphilitica (Mart.) Mart. ex. DC. Bignoniaceae Ipê verde
Dalbergia miscolobium Benth. Fabaceae Jacarandá do Cerrado
Dilodendron bipinnatum Radlk. Sapindaceae Maria pobre/Mamoninha
Enterolobium schomburgkii (Benth.) Benth. Leguminosae Favela
Diospyros híspida DC. Ebenaceae Caqui do Cerrado
Dipterix alata Vogel Fabaceae Baru
Dyospyros burchellii Hiern. Ebenaceae Olho de Boi
Enterolobium grummiferum (Mart.) J. F. Macbr. Fabaceae Tamboril
Eriotheca pubescens (Mart. & Zucc.) Schott &
Endl. Bombacaceae Paineira do cerrado
Eugenia dysenterica DC. Myrtaceae Cagaita
Ficus calyptroceras (Miq.) Miq. Moraceae Gameleira
Genipa americana L. Rubiaceae Jenipapo
Guazuma ulmifolia Lam. Sterculiaceae Mutamba
Hymenaea martiana Hayne Fabaceae Jatobá da Mata
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Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne Fabaceae Jatobá do Campo
Ilex affinis Gardn. Aquifoliaceae Congonha
Jacaranda cuspidifolia Mart. Bignoniaceae Caroba
Lithraea molleoides (Vell.) Engler Anacardiaceae Aroeirinha
Luehea divaricata Mart. & Zucc. Tiliaceae Açoita Cavalo
Machaerium hirtum Raddi Fabaceae Jacarandá Bico de Pato
Machaerium scleroxylon Tul. Fabaceae Pororoca/Pau ferro
Magonia pubescens A. St. - Hil. Sapindaceae Tingui
Morus nigra L. Moraceae Amoreira
Myracrodruon urundeuva Fr. Allem. Anacardiaceae Aroeira/Aroeira do sertão
Myraxylon balsamum (L.f.) Harms Leguminosae Balsamo
Ocotea spixiana (Ness) Mez Lauraceae Canela/Louro
Ormosia arbórea (Vell.) Harms Leguminosae Olho-de-Cabra
Apeiba tibourbou Aubl. Tiliaceae Pente de Macaco
Plathymenia reticulata Benth. Fabaceae Vinhático
Dimorphandra mollis Benth. Fabaceae Faveiro
Platypodium elegans Vog. Fabaceae Canzileiro
Pouteria ramiflora (Benth. ex. Miq.) Radlk. Sapotaceae Curriola
Pseudobombax
tomentosum
(Mart. & Zucc.)A.
Robyns Bombacaceae Embiruçu
Psidium guianensi Sw. Myrtaceae Goiabeira
Qualea grandiflora Mart. Vochysiaceae Pau-Terra
Sapindus saponaria L. Sapindaceae Saboneteira
Inga laurina (Sw.) Wild. Leguminosae Ingá
Simarouba versicolor A. St. - Hil. Simaroubaceae Mata cachorro
Spathodea campanulata R. Beauv. Bignoniaceae Xixi de Macaco
Sterculia striata A. St. - Hil. & Naudim Sterculiaceae Chicha
Stryphnodendron
adstringens (Mart.) Coville Leguminosae Barbatimão
Tabebuia áurea Benth. & Hooker f. ex.
Moore Bignoniaceae Caraiba
Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Standl. Bignoniaceae Ipê roxo
Tabebuia roseo-alba (Ridley) Sandwith Bignoniaceae Ipê Branco
Tabebuia vellosoi Tol. Bignoniaceae Ipê amarelo
Tapirira guianensis Aubl. Anacardiaceae Poleiro de Urubu
Tocoyena formosa (Cham. & Schl.) Schum. Rubiaceae Jenipapo Bravo
Triplaris gardneriana Weddell Polygonaceae Pau formiga
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Conclusão.
Virola sebifera Aubl. Myristicaceae Ucuuba
Xylopia aromática (Lam.) Mart. Annonaceae Pimenta-de-Macaco
Fonte: Felfili et al., (2008); Lorenzi (1992; 1998);
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APÊNDICE 3. RESULTADOS ESTATÍSTICOS PARA CONSUMO TOTAL DE MICRO-PORTA-ISCAS, COM BASE NO PROCESSAMENTO NO PROGRAMA ASSISTAT®.
Apêndice 3.1. QUADRO ANOVA
Apêndice 3.2. Teste de Bartlett
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