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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA
FERNANDA LARISSA ALVES DE MEDEIROS
OSSEOINTEGRAÇÃO DE IMPLANTES DENTÁRIOS EM PACIENTES
DIABÉTICOS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA
CIENTÍFICA
Natal - RN
2017
FERNANDA LARISSA ALVES DE MEDEIROS
OSSEOINTEGRAÇÃO DE IMPLANTES DENTÁRIOS EM PACIENTES
DIABÉTICOS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA CIENTÍFICA
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Curso de Odontologia do Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito complementar para obtenção do título de Cirurgião (a) Dentista. Orientador: Prof. Dr. Wagner Ranier Maciel Dantas
Natal - RN
2017
Catalogação na Fonte. UFRN / Departamento de Odontologia Biblioteca Setorial de Odontologia “Profº Alberto Moreira Campos”.
Medeiros, Fernanda Larissa Alves de. Osseointegração de implantes dentários em pacientes diabéticos: uma revisão integrativa da literatura científica / Fernanda Larissa Alves de Medeiros. – Natal, RN, 2017.
29 f. Orientador: Prof. Dr. Wagner Ranier Maciel Dantas. Monografia (Graduação em Odontologia) – Universidade Federal do
Rio Grande do Norte. Centro de Ciências da Saúde, Natal, 2017.
1. Osseointegração - Monografia. 2. Implantes dentários - Monografia. 3. Diabetes - Monografia I. Dantas, Wagner Ranier Maciel. II. Título.
RN/UF/BSO BLACK D76
FERNANDA LARISSA ALVES DE MEDEIROS
OSSEOINTEGRAÇÃO DE IMPLANTES DENTÁRIOS EM PACIENTES
DIABÉTICOS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA
CIENTÍFICA
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Curso de Odontologia do Departamento de Odontologia, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito complementar para a obtenção do título de Cirurgião (a) Dentista.
Natal, 20 de junho de 2017.
BANCA EXAMINADORA
________________________________________ Prof. Dr. Wagner Ranier Maciel Dantas
UFRN
________________________________________ Prof. Dr. Euler Maciel Dantas
UFRN
________________________________________ Prof. Ms. Victor Diniz Borborema dos Santos
UFRN
RESUMO
A osseointegração é definida como um contato direto e íntimo, entre osso-implante
sob carga funcional, sem interposição de qualquer outro tecido. Quando a
osseointegração está prejudicada ocorre uma falha na qualidade óssea e aposição
de tecido fibroso cicatricial entre osso/implante, que pode resultar em mobilidade ou
até mesmo a perda do implante. Fatores sistêmicos e locais podem interferir nos
eventos celulares que atuam para que ela ocorra. A Diabetes, é uma doença
metabólica, que exerce uma influência negativa na formação e remodelação óssea.
O objetivo desse estudo foi realizar uma revisão integrativa sobre a relação entre a
osseointegração de implantes dentários e a diabetes. A partir da busca nas bases
Pubmed e Science Direct entre 2007 a 2017, foram recuperados e analisados na
íntegra 20 artigos. Está controverso o mecanismo biológico envolvido na diabetes
que gera alterações principalmente à nível ósseo quando falamos de implantes
dentários e osseointegração, devendo-se promover mais pesquisas nessa temática,
com maior número amostral, o que irá retratar mais fielmente a condição da
população com esse perfil.
Palavras-chave: Osseointegração; Implantes dentários; Diabetes; Complicações.
ABSTRACT
Osseointegration is defined as a direct and intimate contact between bone-implant
under functional load, without interposition of any other tissue. When
osseointegration is impaired, there is a failure in bone quality and formation of fibrous
scar tissue between bone and implant, which can result in mobility or even loss of the
implant. Systemic and local factors can interfere in cellular events that act in order for
it phenomenon to occur. Diabetes is described as a metabolic disease, which exerts
a negative influence on bone formation and remodeling. The aim of the present study
was to perform an integrative review on the relationship between osseointegration of
dental implants and diabetes. From the search in Pubmed and Science Direct
databases, from 2007 to 2017, a total of 20 articles were retrieved and analyzed in
their entirety. There is no final conclusion regarding the biological mechanisms
involved in diabetes that leads to alterations, mainly at the bone level, when we talk
about dental implants and osseointegration. Therefore, we should promote more
research on this subject, with a larger sample number, which will more accurately
portray the condition of the population with this profile.
Keywords: Osseointegration; Dental Implants; Diabetes Mellitus; Complications.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................ 8 2 METODOLOGIA............................................................................................. 10 3 RESULTADOS............................................................................................... 12 4 DISCUSSÃO................................................................................................... 21 5 CONCLUSÃO................................................................................................. 27 REFERÊNCIAS.............................................................................................. 28
7
1 INTRODUÇÃO
Um implante dentário é um dispositivo metálico que repõe uma estrutura
biológica ausente, substitui uma estrutura danificada ou melhora uma estrutura já
existente. Com isso, a partir da década de 1960, Brånemark introduziu o uso dos
implantes dentários com sucesso para repor dentes perdidos na Odontologia 1, mas
em 1982 na Conferência de Toronto, usou pela primeira vez o termo
"osseointegração”, que é definida como um contato direto e íntimo entre osso-
implante sob carga funcional, sem interposição de qualquer outro tecido. 2-21
A estabilidade inicial do implante dentário é puramente mecânica, já um
dos fundamentos para sua estabilidade secundária é a ligação precoce dos
osteoblastos à superfície do implante. 3 Fatores sistêmicos e locais podem interferir
com estes eventos celulares, e quando a osseointegração está prejudicada o
mecanismo de aposição óssea que normalmente leva a cicatrização de feridas, não
têm lugar, e sim uma aposição de tecido fibroso cicatricial entre a superfície do
implante e o entorno do osso. Isso pode levar à uma falha na osseointegração, o
que resulta em mobilidade ou mesmo a perda do implante. 4
Ainda assim, os implantes osseointegráveis apresentam resultados
previsíveis, reproduzíveis e estáveis ao longo do tempo, com níveis de sucesso
próximos dos 85% a 95%. 5 Apesar do alto percentual de sucesso, todo profissional
poderá enfrentar algum fracasso e diante dessas situações deverá estar preparado a
elucidar seu paciente sobre a sua probabilidade, eventuais complicações e métodos
que permitam minimizá-los.
Alguns estudos relatam a influência de condições sistêmicas e hábitos
como fatores de risco e contra indicações na terapêutica com implantes
osseointegrados. Dentre elas estão osteoporose, tabagismo, diabetes, terapia de
irradiação, doenças cardiovasculares, hipotireoidismo, entre outras.
Nessa perspectiva, a diabetes, é uma doença metabólica que se
apresenta de duas formas (tipo 1 e tipo 2), das quais 150 milhões de pessoas em
todo o mundo são portadoras do diabetes tipo 2 e estima-se que outros 56 milhões
8
de indivíduos têm a condição, mas não a conhecem. Já no Brasil, mais de 16
milhões de adultos são acometidos, tornando o problema significativo e de crescente
preocupação para saúde pública. A patologia da doença é multifatorial, influenciada
por fatores ambientais, como obesidade, idade e falta de exercício, ou predisposição
genética. Isso é diferente para o diabetes tipo 1, que é uma doença auto-imune que
afeta a produção de insulina pelas Células-β do pâncreas. 6
No entanto, ambos os tipos da doença ocasionam descontrole nos níveis
glicêmicos do paciente e a hiperglicemia resultante da doença, tem o potencial de
afetar uma série de fases no processo de cicatrização óssea, tais como
vascularização, formação de coágulos, síntese de matriz óssea, mineralização e
remodelação óssea, e isso, no contexto dos implantes dentários, tem demonstrado
prejuízos na formação óssea, de modo a dificultar ou mesmo impedir a
osseointegração. 6
Sabendo-se que a reabilitação com implantes dentários oferece algumas
vantagens fundamentais em relação a outras próteses, porque a terapia com
implante conserva a estrutura dentária no arco e reduz ou elimina a necessidade de
próteses removíveis parciais ou completas. 7 Formula-se a hipótese de que a
diabetes compromete a osseointegração dos implantes dentários. Este estudo
objetiva apresentar uma revisão integrativa da literatura científica sobre a relação
entre a osseointegração de implantes dentários e a diabetes.
9
2 METODOLOGIA
Foi realizada uma revisão integrativa da literatura com o intuito de
desenvolver o estudo. Esta permite reunir e sintetizar estudos publicados sobre
determinado assunto, formulando assim a síntese do problema. Para realização
desta revisão integrativa da literatura foram utilizadas as seis etapas propostas por
Whittemore: 1) identificação da hipótese ou questão norteadora; 2) seleção da
amostragem; 3) categorização dos estudos; 4) avaliação dos estudos; 5) discussão
e interpretação dos resultados; 6) apresentação da revisão integrativa e síntese do
conhecimento.
Para guiar a revisão integrativa, formulou-se a seguinte questão: qual a
relação entre a osseointegração de implantes dentários e a diabetes e as suas
possíveis complicações?
No que tange ao levantamento bibliográfico foram realizadas consultas
nas bases de dados: Pubmed e Science Direct com os seguintes critérios de
inclusão: ensaios clínicos, estudos laboratoriais, relatos de caso, série de casos,
coorte, publicados entre 2007 e 2017, disponíveis online, na língua inglesa, e que
tenham como ênfase a relação entre a osseointegração de implantes dentários e a
diabetes. Os critérios de exclusão utilizados no estudo foram: artigos publicados
antes de 2007, demais idiomas, revisão de literatura.
Os termos utilizados para busca segundo os descritores em Ciência da
Saúde (DeCs) e Medical Subject Headings (MeSH) foram: Osseointegração
(Osseointegration), Implantes dentários (Dental implants), Diabetes, Complicações
(Complications).
Foram realizados 4 cruzamentos entre os descritores à serem utilizados
nas bases de dados selecionadas, desde os menos específicos para o mais
específicos: 1) Osseointegração/Osseointegration X Implantes dentários/Dental
implants; 2) Osseointegração/Osseointegration X Implantes dentários/Dental
implants X Diabetes; 3) Osseointegração/Osseointegration X Diabetes X Complica-
ções/Complications; 4) Osseointegração/Osseointegration X Implantes
dentários/Dental implants X Diabetes X Complicações/Complications.
Após realizar a busca, foram encontrados 8.261 artigos, ao aplicar os
critérios de inclusão e exclusão, foram incluídos para análise apenas 42 artigos.
10
Estes em seguida, tiveram a leitura de seus resumos realizada, ainda como critério
de seleção dos estudos. E, para análise e seleção final, os textos completos lidos.
11
3 RESULTADOS
Estão relacionados na Tabela 1 as bases de dados, os descritores
utilizados, os artigos encontrados na busca e o número de artigos inseridos na
pesquisa conforme os critérios de inclusão/exclusão. Como pode ser observado foi
encontrado um total de 8.261 trabalhos, sendo que se adequaram aos critérios de
inclusão somente 20 artigos pós-análise do texto completo.
Tabela 1. Resultados das buscas por base de dados e palavras-chave.
Resultado das buscas por base de dados e palavras-chave
Base de Dados Descritores
(palavras-chaves)
Resultados
Encontrados Selecionado
s
PubMed “osseointegration”
and “dental
implants”
3970 5
“osseointegration”
and “dental
implants” and
“diabetes”
63 12
“osseointegration”
and “diabetes” and
“complications”
0 0
“osseointegration”
and “dental
implants” and
“diabetes” and
“complications”
0 0
Science Direct “osseointegration”
and “dental
implants”
3.905 1
“osseointegration”
and “dental
4 0
12
implants” and
“diabetes”
“osseointegration”
and “diabetes” and
“complications”
0 0
“osseointegration”
and “dental
implants” and
“diabetes” and
“complications”
349 2
Na Tabela 2 observam-se os 20 (vinte) artigos selecionados e sua
caracterização conforme Autor, Ano de publicação, Tipo e natureza da publicação,
Forma de Abordagem do estudo e seu Objetivo:
Tabela 2. Caracterização dos artigos selecionados e seus objetivos.
Autor Ano Tipo
de
public
ação
Natureza Tipo de
Pesquisa
/
Abordag
em
Objetivo
Liu Z,
Zhou W,
Tangl S,
Liu S, Xu
X, Rausch-
Fan X.
2015 Artigo Estudo
laboratori
al
Quantitati
va
Investigar o im-
pacto do diabetes
mellitus e dife-
rentes durações
do controle glicê-
mico na osseoin-
tegração precoce
de implantes
dentários e
explorar pos-
síveis mecanis-
mos medindo a
13
expressão da
integrina α5β1 e
fibronectina no
osso ao redor do
implante.
Hashiguch
i C,
Kawamoto
S, Kasai T,
Nishi Y,
Nagaoka
E.
2014 Artigo Estudo
laboratori
al
Qualitativ
a
Avaliar a integra-
ção de implantes
utilizando ratos
diabéticos com/
sem um fármaco
antidiabético.
Molon RS,
Najaro A,
Morais-
Camilo
JAND,
Verzola
MHA,
Faeda RS,
Pepato
MT, et al.
2013 Artigo Estudo
laboratori
al
Qualitativ
a;
Quantitati
va
Avaliar a cicatri-
zação óssea em
torno de implan-
tes dentários com
osteointegração
estabelecida em
diabetes mellitus
experimental
(DM) e terapia
com insulina por
meio de análise
histomorfométric
a e de torque de
remoção em
modelo de rato.
Sun D, Li
D, Ji H,
Rao G,
Liang L,
Ma A et al.
2012 Artigo Estudo
laborato-
rial in
vitro
Qualitativ
a
Estudar as
propriedades bio-
lógicas dos os-
teoblastos álveo-
lares, isolados
desses pacien-
14
tes.
Colombo
JS, Balani
D, Sloan
AJ,
StCrean J,
Okazaki J,
Waddingto
n RJ.
2011 Artigo Estudo
laboratóri
al
Qualitativ
a
Monitorar estági-
os chaves da
osseointegração
e do meio de
sinalização du-
rante a cica-
trização óssea
em torno de
implantes coloca-
dos em osso
saudável e diabé-
tico.
Turkyilmaz
I.
2010 Artigo Ensaio
clínico
prospecti
vo
Qualitativ
a
Apresentar resul-
tados clínicos de
1 ano, de 23
implantes
colocados em 10
pacientes com
diabetes mellitus
tipo 2 bem ou
moderadamente
bem controlado.
de Morais
JAND,
Trindade-
Suedam
IK, Pepato
MT,
Marcanton
io E Jr,
Wenzel A,
Scaf G.
2009 Artigo Estudo
laboratori
al
Qualitativ
a
Avaliar o efeito
do diabetes
mellitus (DM) e
da terapia
insulínica sobre a
densidade óssea
em torno de
implantes dentá-
rios osseointe-
grados por
15
radiografia de
subtração digital
(DSR).
Oates TW,
Dowell S,
Robinson
M,
McMahan
CA.
2009 Artigo Estudo
clínico
prospecti
vo
Qualitativ
a
A hipótese desta
pesquisa foi que
o controle glicê-
mico deficiente
está diretamente
relacionado à
estabilização de
implantes de
curto prazo.
Hasegawa
H, Ozawa
S,
Hashimoto
K,
Takeichi T,
Ogawa T.
2008 Artigo Estudo
laboratori
al
Qualitativ
a
Examina histo-
logicamente e
histomorfométri-
camente a cica-
trização óssea
em torno de
implantes de
titânio no modelo
de ratos diabé-
ticos tipo 2.
Bugea C,
Luongo R,
Di Iorio D,
Cocchetto
R, Celletti
R.
2008 Artigo Relato de
caso
Quanlitati
va
O objetivo deste
relato de caso foi
avaliar histometri-
camente a taxa
de contato osso-
implante em um
implante recupe-
rado de um
paciente humano
diabético após 2
meses de cura.
16
Casap N,
Nimri S,
Ziv E, Sela
J, Samuni
Y.
2008 Artigo Estudo
laboratori
al
Qualitativ
a
Avaliar a
osseointegração
de implantes em
Gerbil Psammo-
mys obesus, um
modelo de DM
tipo 2 nutricional-
mente induzido.
Alsaadi G,
Quirynen
M,
Komárek
A, van
Steenberg
he D.
2007 Artigo Coorte
retrospec
tivo.
Qualitativ
a;
Quantitati
va
Avaliar a influ-
ência dos fa-
tores ósseos e
intra-oral sistê-
micos e local
sobre a ocorrên-
cia de falhas
precoces de
implantes, isto é,
até a conexão do
pilar.
Balshi SF,
Wolfinger
GJ, Balshi
TJ.
2007 Artigo Estudo
prospecti
vo;
Pesquisa
Qualitativ
a
Avaliar a esta-
bilidade de 18
implantes dentá-
rios imediata-
mente carrega-
dos do sistema
Brånemark em
pacientes diabé-
ticos com média
de 71 anos de
idade controlados
por insulina nos
primeiros 30
meses após a
17
cirurgia e
correlacionar
esses dados com
a estabilidade do
implante em paci-
entes saudáveis.
He J, Zhao
B, Deng C,
Shang D,
Zhang C.
2015 Artigo Estudo
retrospec
tivo;
Pesquisa
Quantitati
va
Explorar a influ-
ência da densi-
dade óssea local
(BD) sobre as
taxas de sobre-
vivência cumula-
tiva de implantes
(ICSRs) e avaliar
fatores prognós-
ticos associados
à falência de
implantes em
locais com BD
diferente.
Tamam E,
Turkyilmaz
I.
2014 Artigo Pesquisa Quantitati
va
Investigar os efei-
tos do menor ní-
vel de pH e da
hiperglicemia si-
mulada sobre a
corrosão do im-
plante, pois
esses efeitos são
críticos para a
biocompatibilidad
e e osseointe-
gração.
Zhou W, 2015 Artigo Estudo Quantitati Investigar o im-
18
Liu Z, Yao
J, Chi F,
Dong K,
Yue X et
al.
laboratori
al
va pacto do diabetes
mellitus e diferen-
tes tempos de
controle glicêmi-
co na osteointe-
gração precoce
dos implantes
dentários pela
expressão e
significância dos
níveis séricos de
proteína Gla
óssea (BGP) e
fosfatase alcalina
(ALP) em Ratos
Zucker diabéticos
e obesos (ZDF)
após a
implantação.
Busenlech
ner D,
Fürhauser
R, Watzek
G, Mailath
G,
Pommer
B.
2014 Artigo Coorte
prospecti
va
Qualitativ
a;
Qualitativ
a
Avaliar as taxas
de sobrevivência
a longo prazo e
fatores de risco
associados com
implantes dentá-
rios nesta coorte
de grande esca-
la.
Ajami E,
Bell S,
Liddell RS,
Davies JE.
2016 Artigo Estudo
laboratori
al
Qualitativ
a
Investigar o efeito
da superfície do
implante na
ancoragem
óssea precoce,
19
na presença de
hiperglicemia.
Lee, JS.
Tolomeo,
PG. Miller
Jr, EJ.
2016 Artigo Coorte
retrospec
tiva
Qualitativ
a
Avaliar os efeitos
de níveis eleva-
dos de glicemia
na sobrevivência
de implantes
dentários pós-
carga.
Wang
F, Song
YL, Li
DH, Li
CX, Wang
Y, Zhang N
et al.
2010 Artigo Estudo
laboratori
al
prospecti
vo;
Qualitativ
a
Investigar os efei-
tos da DM tipo 2
sobre a ósseo-
integração em
torno dos implan-
tes dentários às 4
e 8 semanas
após a cirurgia.
4 DISCUSSÃO
20
4.1 ESTUDOS EM HUMANOS
A diabetes não é considerada um fator de risco para a sobrevivência do
implante, se os níveis de açúcar no sangue forem efetivamente controlados. Os
pacientes que sofriam de diabetes demonstraram altas taxas de sobrevivência em
longo prazo, de 95,1%, que não diferiram significativamente da população saudável
(P = 0). 7 Tal estudo apresenta uma relação de concordância com outro, no qual
foram tratados com implantes 2.004 pacientes no período de 1982 a 2003. Assim,
os pacientes receberam um total de 6.946 Implantes e foram avaliados quanto a
presença de doenças sistêmicas, ao final constatou-se que para a diabetes
controlada, nem a doença nem seu tratamento foram capazes de produzir falhas
nos implantes. 4
Com isso, pode-se observar que possivelmente a doença controlada não
interfere na indicação do tratamento com implantes dentários, no entanto, a pouca
quantidade de estudos em humanos sugere a busca por mais evidências e
resultados mais conclusivos, visto que em um acompanhamento de apenas 10
pacientes com diabetes mellitus bem ou moderadamente controlados, observou-se
que nenhum implante foi perdido em um ano após a colocação. Ocorreu uma
discreta perda óssea marginal de 0,3 ± 0,2 mm, nenhuma radiolucência periapical,
nenhum sangramento na sondagem, ou profundidade de sondagem patológica,
assim, nenhuma evidência de diminuição do sucesso clínico ou complicação
significativa. O estudo sugeriu como viés da pesquisa que um maior número de
pacientes é necessário para estabelecer melhor a relação entre a diabetes e a
osteointegração. 10
Resultados da análise óssea, indicaram que osteoblastos do osso
alveolar do paciente diabético tipo 2 não controlado tiveram uma taxa de
crescimento mais lenta, atividade celular mais baixa, menor formação de nódulos
minerais e menores concentrações de ALP, BGP e COL-I. 9 Assim, tais achados
combinados sugerem que a formação e diferenciação dos osteoblastos são, para a
osseointegração, deficientes em diabéticos do tipo 2. Esse resultado nos aponta
que os pacientes não controlados tem prejuízos notórios na osseointegração, e
esse fato é importante por corroborar com uma avaliação in vitro do comportamento
de implantes de titânio em 4 meios (soluções). Constataram uma relação direta
21
entre o desgaste dos implantes quando estes estão inseridos em um meio de baixo
pH reproduzido, característica também presente no organismos de pacientes
diabéticos devido a hiperglicemia e relacionada também as inflamações biológicas.
Mencionaram uma possibilidade de haverem falhas no sistema de implantes devido
a esses fatores, e ressaltaram a necessidade de estudos clínicos adicionais com
maior tamanho de amostra, e condições in vivo mimeticamente similares as que
ocorrem em pacientes hiperglicêmicos.18
No acompanhamento de uma paciente que apresentava diabetes tipo 2
há 10 anos, mas fazia uso de insulinoterapia e apresentava a doença controlada,
viu-se que o implante foi cercado por osso recém-formado, uma alta porcentagem
de contato entre o osso e o implante apareceu claramente e haviam osteoblastos
depositando uma matriz osteóide que estava passando por mineralização. A
porcentagem de contato osso/ implante foi de 80%. 14 Com isso, indica que o uso de
um implante com uma superfície tratada e a condição favorável do paciente no
momento de escolha do procedimento podem resultar em uma alta porcentagem de
contato entre o osso/implante o que é importante para o sucesso do implante a
longo prazo. Mas, são poucas e controversas as informações disponíveis para
determinar como o diabetes afeta o processo de osseointegração, em si. Identifica-
se que apesar de existir a doença, quando compensada ela não interfere na
osseointegração, já quando não compensada, é capaz de inviabilizar a reabilitação
dos pacientes com implantes.
Neste mesmo sentido, após avaliação da estabilidade de 18 implantes
dentários imediatamente carregados em pacientes diabéticos, a estabilidade média
do implante continuou a aumentar, no entanto, não a um valor igual ao da medida
inicial tomada no momento da colocação do implante, nem ao valor da população
no geral, mas que este fato não culmina com uma contraindicação para a não
implantação, neste perfil de paciente. 16
Uma avaliação das taxas de sobrevivência cumulativa de 2.684 implantes
em sítios com diferentes densidades ósseas revelou que 45 implantes falharam
durante o período de observação, dando uma taxa de sobrevivência global de
98,32%. As falhas ocorreram principalmente dentro de 4 anos pós-implantação. A
análise univariada dos fatores prognósticos que influenciaram significativamente a
22
falha foram diabetes mellitus, idade avançada, tabagismo, e o carregamento
imediato. 17
Embora seja necessária uma investigação mais aprofundada dos efeitos
a longo prazo dos níveis elevados de Hemoglobina glicada (Hb A1c), os resultados
do estudo demonstram ser favoráveis as condições para sobrevivência do implante
dentário pós-carregado em pacientes com níveis de Hb A1c altos.19 Em detrimento,
um estudo piloto prospectivo concluiu que exige-se mais tempo para cicatrização
para o grupo com alta taxa de Hemoglobina glicada (Hb A1c) em relação ao de
baixa taxa, e a diminuição máxima na estabilidade do implante em relação à linha
de base foi significativamente maior para os grupos Hb A1c 8,1-10,0% e Hb A1c ≥
10,1% em comparação com os grupos não diabéticos e diabético bem controlados
12, sendo assim um fator de risco para esse tipo de reabilitação. O potencial de
alterações no metabolismo ósseo em associação com hiperglicemia é consistente
com as avaliações longitudinais da estabilização do implante encontradas, frisa-se a
necessidade da continuação da investigação dos efeitos do diabetes e do controle
glicêmico sobre o metabolismo ósseo, bem como a elucidação dos efeitos a longo
prazo do controle glicêmico para integração, sucesso e/ou complicações do
implante para pessoas com diabetes tipo 2.
4.2 ESTUDOS EM ANIMAIS
Animais diabéticos apresentaram cicatrização em torno dos implantes
retardada nas primeiras semanas após a colocação dos implantes, quando
comparados ao grupo controle. A cicatrização óssea satisfatória só começou a
aumentar na 12ª semana do estudo, com proporção um pouco menor do que no
grupo controle. 6 Observaram em estudo, que a DM exerce um impacto sobre o
processo de cicatrização e sobre o osso ao redor dos implantes, alterando a
densidade óssea, mas em detrimento a isso a insulina manteve essa densidade
óssea normal nos animais diabéticos, assim passível de oferecer condições
adequadas a uma osseointegração ideal. 11
Animais hiperglicêmicos apresentavam defeito ósseo, onde este era
pobremente reparado, em detrimento aos ratos normoglicêmicos. E mesmo assim,
23
tanto em normoglicêmicos como em HG, o osso teve contato com a superfície do
implante, mas o colágeno nos HG era defeituoso, onde havia pouca evidência de
mineralização. 5 Uma avaliação da morfogênese óssea em torno de implantes viu
também que a diabetes prejudicou a capacidade de osseointegração
desproporcionalmente entre as áreas cortical e da medula óssea. 13 A porcentagem
de contato de osso na área cortical e medular e o volume ósseo na área cortical
foram significativamente menores para o grupo de diabetes do que para o controle.
O contato osso-implante na área do osso cortical foi notavelmente diminuído no
estágio inicial da cicatrização (semana 4); 12% para o grupo de diabetes versus 61%
para o controle. Essa osseointegração não foi melhorada, nos níveis do grupo
controle, dentro do período de cicatrização observado de 8 semanas. A
morfogênese dos ossos nos ratos diabéticos foi caracterizada por tecidos ósseos
fragmentados e intervenção extensa dos tecidos moles. 5
O estudo compreendeu duas variáveis a serem avaliadas: BIC
(porcentagem de contato osso-implante) e TBV (volume ósseo trabecular), no grupo
de controle uma extensa área de osso estava em contato direto com o implante,
enquanto nos ratos diabéticos tipo 2, o osso foi em grande parte misturado com
tecido mole na interface do implante. Assim, a resposta inflamatória em torno de
implantes dentários foi maior nos ratos diabéticos de tipo 2 do que nos ratos de
controle. As porcentagens de BIC e TBV em ratos diabéticos tipo 2 aumentaram com
o tempo de cicatrização, no entanto, eles não conseguiram atingir os valores de
controle dentro do período de cicatrização testado. Os níveis de osseointegração
aumentaram nos primeiros meses após a implantação e depois atingiu-se um platô,
provavelmente parte de um processo normal de roteamento ósseo “turnover”. A
cicatrização e remodelação óssea são prejudicadas na DM, provavelmente por
causa da diminuição da insulina e dos níveis do fator de crescimento insulino-tipo I
(IGF-I), e altos níveis de produtos avançados de glicosilação e citocinas pró-
inflamatórias. Essas mudanças diminuem a densidade, e aumentam a taxa de
remodelação e a perda óssea. A condição diabética do tipo 2 prejudicou a
capacidade de osseointegração dos implantes dentários, mas o mecanismo
molecular subjacente a esse comprometimento ainda é desconhecido e complicado.
20
24
Os autores não encontraram diferença entre animais diabéticos e de
controle, na osteointegração e TBV. Embora o TBV tenha aumentado nas primeiras
4 semanas e depois diminua, não foi encontrada correlação entre TBV e os níveis de
glicose ou insulina. Estudos adicionais são necessários para caracterizar ainda mais
o processo de cicatrização nas duas primeiras semanas.15
O torque de remoção do implante foi afetado pelo DM, no que tange o
contato osso-implante e área óssea. Apresentaram área de contato óssea
insatisfatória, menos contato osso-implante e menor retenção do implante no osso,
consequentemente valores de torque mais baixos para a remoção do implante. A
terapia com insulina impediu a ocorrência de anormalidades ósseas encontradas em
animais diabéticos e a osseointegração não foi comprometida neste grupo
experimental. 2
Já para os autores deste estudo, o controle do nível de glicose no sangue
com agentes antidiabéticos, é insuficiente para reverter a influência negativa da DM
na união óssea, já que três semanas após a implantação, as forças médias de
torque de remoção no grupo DM foram significativamente menores do que no grupo
controle, mas nenhuma diferença significativa no BIC foi evidente entre os 3 grupos
às 3 semanas após a implantação. 8 É essencial estudo adicional para investigar
como maximizar a osteointegração dos implantes em pacientes com metabolismo
ósseo deficiente, visto a demanda aumentada tanto de pacientes com condições
sistêmicas alteradas, quanto o crescente acesso a este tipo de reabilitação.
Tanto a fibronectina como a integrina participam na adesão dos
osteoblastos e atuam como um sinal na interação entre o osso-implante. A diabetes
interfere com a osseointegração até certo ponto, diferindo a expressão da
fibronectina e da integrina. A sobrevida dos implantes poderia ser melhorada se a
concentração de glicose no plasma fosse controlada. 3 Um outro estudo, que justifica
essa conclusão, utilizou a liberação de Exenatida, medicação de controle da glicose
a uma taxa constante, e a glicemia pôde ser controlada, assim a taxa de sucesso
dos implantes foi de 100%. 1
Partindo da discussão de diversos estudos, realizados em humanos e
animais, sobre a influência da diabetes na osseointegração, vimos que estudos
principalmente em humanos ainda são restritos, o que confere uma limitação para tal
25
estudo, já que seriam necessários tanto maior número de amostra experimental,
quanto desenhos mais específicos para tais estudos. Apesar disso, nosso estudo
consegue traçar um perfil das alterações ósseas resultantes da influência da
diabetes e demonstra que, quando o paciente está compensado sistemicamente a
diabetes não interfere na osseointegração.
26
5 CONCLUSÃO
A partir da caracterização e estudo dos artigos envolvidos em nosso
trabalho, chegamos à conclusão de que, quando o paciente diabético está
compensado, ou seja, controlado sistemicamente, esta condição não interfere na
osseointegração dos implantes dentários. Porém, a diabetes leva a uma resposta
imune diminuída, uma redução na remodelação óssea, menor mineralização, baixa
densidade óssea, porcentagem de contato osso/implante diminuída, tecido ósseo
menos contínuo, e compromete a recuperação da força biomecânica do osso.
Diante disso, estudos, principalmente em humanos, ainda são limitados, e
assim, nos propõem que são necessárias mais pesquisas nessa temática, com
design e critérios de inclusão bem definidos, e com maior número de amostra.
Assim, irá retratar mais fielmente a condição da população com esse perfil e
colaborar para uma adequada conduta clínica do profissional envolvido neste tipo de
reabilitação.
27
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