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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE EDUCAÇÃO CURSO DE PEDAGOGIA
O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
POR MEIO DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIA.
EDILENE MARIA DE QUEIROZ
MARCELINO VIEIRA-RN
2016
EDILENE MARIA DE QUEIROZ
O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
POR MEIO DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIA.
Artigo Científico apresentado ao Curso de Pedagogia a Distância do Centro de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia, sob a orientação da professora Dra. Márcia Cristina Barragan Moraes Toledo.
MARCELINO VIEIRA-RN
2016
O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
POR MEIO DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIA.
Por
EDILENE MARIA DE QUEIROZ
Artigo Científico apresentado ao Curso de Pedagogia a Distância do Centro de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia.
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________________
Dra. Márcia Cristina Barragan Moraes Toledo (Orientadora)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
_____________________________________________________
Dr. Flávio Boleiz Junior - UFRN
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
______________________________________________________
Dra. Renata Viana de Barros Thome - UFRN
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
POR MEIO DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIA.
Edilene Maria de Queiroz
Universidade Federal do Rio Grande do Norte/Brasil
RESUMO
O presente artigo é resultado de uma experiência vinculada ao Programa de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID e do Estágio Supervisionado executado em uma turma do ensino fundamental II, realizada no 6° período do curso de Pedagogia na modalidade à distância da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. Tem por objetivo refletir sobre a importância da contação de história no desenvolvimento da criança na Educação Infantil. Sabe-se que o crescimento da criança está relacionado ao desenvolvimento cognitivo, social, afetivo e motor que são de suma importância na percepção do professor compreender como acontecem na Educação Infantil, por meio da contação de história. Consideramos, segundo DAVIS (1994), ZILBERMAN (2003) entre outros teóricos estudados, que o desenvolvimento cognitivo da criança da Educação Infantil se dá por meio das concepções: inatista, ambientalista e interacionista das fases do desenvolvimento: sensório motor, pré-operatória, operatória concreta e operatória formal.
Palavras-chave: Educação Infantil, desenvolvimento cognitivo, contação de histórias.
ABSTRACT
This article is the result of a linked experience Initiation Scholarship Program for Teaching - PIBID and Supervised Internship performed in a class of elementary school II, held on the 6th period of the Faculty of Education in distance mode of the Federal University of Rio Grande do Norte - UFRN. It aims to reflect on the importance of storytelling in child development in early childhood education. It is known that the child's growth is related to cognitive, social, emotional and motor development that are of paramount importance in the perception of the teacher understand how happen in early childhood education, through storytelling. Consider, according to Davis (1994), ZILBERMAN (2003) among others studied theoretical, that the cognitive development of early childhood education of children is through the concepts: innatist, environmentalist and interactionist stage of development: sensory motor, preoperative, concrete and formal operative operative.
Keywords: Early Childhood Education, cognitive development, storytelling.
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Introdução
A partir das experiências construídas enquanto bolsista do Programa
Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) e no Estágio Supervisionado
II do curso de Pedagogia na modalidade de Educação à Distância (EAD) e
desenvolvendo um trabalho em uma Escola Municipal, localizada no Centro da
cidade de Marcelino Vieira/RN desde 2014, percebemos que o desenvolvimento
cognitivo das crianças da pré-escola está ligado diretamente às concepções:
inatista, ambientalista e interacionista. Além das fases do desenvolvimento sensório
motor, pré-operatória, operatória concreta e operatória formal, as fases e
concepções acontecem de forma dinâmica, lúdica e interativa por meio da contação
de história.
A justificativa dessa temática se deu por meio da participação em atividades
desenvolvidas pelo PIBID, implementado no polo universitário de Marcelino
Vieira/RN ao qual faço parte. O mesmo desenvolve trabalhos em duas escolas: uma
da educação infantil e outra do ensino fundamental. Participei dos projetos das duas
escolas. Entretanto, a que mais me identifiquei foi à escola de educação infantil.
Além de experiências vivenciadas no estágio supervisionado na educação infantil
que foram relevantes para despertar o interesse em desenvolver um trabalho
baseado nas experiências vividas com crianças em fase de desenvolvimento, e
também por compreender a contação de história como ferramenta fundamental para
a prática docente, pois sabemos que as histórias na educação infantil promovem o
desenvolvimento social, motor, cognitivo e afetivo da criança. Compreendemos
também, como uma forma prazerosa, dinâmica e atrativa, uma vez que as crianças
assimilam as histórias fictícias à vida real para a sua compreensão por meio de uma
linguagem adequada.
Esse trabalho tem, como objetivo, compreender como acontece o
desenvolvimento cognitivo da criança da educação infantil por meio da contação de
histórias, de forma que ambas possam adquirir os conhecimentos necessários à sua
faixa etária de idade por meio da ludicidade, bem como entender como acontece o
contato das crianças com os livros de histórias infantis, percebendo como se dá a
vivência de fantasia, encanto e imaginação para as crianças por meio de contos da
literatura infantil.
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O desenvolvimento cognitivo da criança está atrelado aos contos literários e,
com isso, compreendemos que diversos são os conhecimentos adquiridos, como:
linguagem visual, oral, sonora dentre outras. A partir do momento que a criança
ouve um conto infantilizado, ela associa os pontos fortes da história que mais lhe
chamaram atenção com os acontecimentos vivenciados durante o convívio familiar.
Essa é uma forma que ela utiliza para expressar seus afetos. A criança é o reflexo
da família, por isso devemos ficar atentos ao contar um conto, pois se ela ouve uma
história em que existam personagens que fazem maldade e, dentro do âmbito
familiar ela vive uma situação semelhante, consequentemente ela irá emitir sinais
característicos dos contos, ou seja, irá representar a história com propriedade de
quem já viveu algo parecido.
Para isso, deve-se ao problema diagnosticado da pesquisa, o de entender
como acontece o desenvolvimento cognitivo da criança na educação infantil por
meio da contação de histórias e quais métodos podemos utilizar para uma prática
dinâmica, pois não podemos desconsiderar a importância da leitura dinâmica na
infância para o desenvolvimento cognitivo e de suas habilidades diversas por meio
dos livros de histórias infantis. Como aponta Zilberman (2003, p. 55/56), “Ao intervir
diretamente no contexto infantil, tornando-se um hábito, o livro participa deste
processo, trazendo seu beneficiário para a realidade que o produziu–a dos adultos,
com seus valores de consumo”. Contudo, se a criança não for acompanhada por
esses desenvolvimentos citados acima, elas poderão não obter a mesma qualidade
no desenvolvimento como outra criança que é assistida pela leitura.
Algumas hipóteses podem ser elencadas para a criança que não mantém
contato com a leitura, eis algumas delas: a falta de incentivo por parte da família ao
contexto literário, a indisponibilidade de alguns professores de estudar um conto e
fazer o reconto para as crianças; sabemos, pois, o quão as histórias fictícias são
significativas para o desenvolvimento das crianças. A isso, podemos atribuir,
também, o pouco contato da criança com o livro literário.
Tais observações devem partir da família versus à escola com um
planejamento organizacional e bem elaborado; sempre voltado para as
necessidades e individualidades dos discentes. Dessa forma, o professor deve ter
um objetivo para sua aula e conhecimento do que quer mediar, para que a
aprendizagem não aconteça dispersa, sem que a criança saiba o porquê do assunto
estudado. Contudo, o docente deverá promover espaços destinados à leitura e
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adequados à faixa etária da criança. Este espaço não deve fugir da dinâmica da sala
de aula, nem tampouco dos objetivos propostos no planejamento.
O contato da criança com o livro não deverá ser de responsabilidade
somente da escola, mas também da família, pois sabemos que é papel da escola
conduzir os conhecimentos primeiros desenvolvidos pela criança. Porém, é no seio
familiar que ela adquire seus primeiros contatos com o mundo, bem como os
conhecimentos e desenvolvimentos pré-existentes. Esse primeiro contato é de
fundamental importância para que o docente possa compreender a criança a partir
de si mesmo. Sabemos que a criança utiliza seus conhecimentos prévios para dar
continuidade ao seu desenvolvimento cognitivo no ambiente educacional e, os livros
infantis, são uma proposta rica e eficiente na promoção desse desenvolvimento da
criança.
De acordo com autores da área, as crianças que ouvem histórias
conseguem ter um desenvolvimento com maior qualidade do que as que não ouvem,
pois, ao ler para uma delas, estamos criando possibilidades de desenvolvimento,
uma vez que a criança por meio do conto é capaz de criar e recriar histórias ou
situações conflituosas vividas dentro do seu convívio familiar. Ela também poderá
usar a sua imaginação e navegar pelo mundo da fantasia e do encanto contidos no
texto literário infantil.
Os contos são uma proposta significativa na educação infantil. Proporcionam
encanto, magia e muita diversão aos que ouvem e se arriscam a viajar pelo mundo
da imaginação numa proposta dinâmica e interativa, além de promover a criatividade
dos discentes, ocasionando, consequentemente, desenvolvimento e aprendizagens
na promoção da formação de um cidadão crítico e reflexivo inserido no contexto
social.
Para o desenvolvimento deste artigo científico, utilizamos, como
fundamentação teórica, bibliografias de autores bem conceituados e de renome na
área desta temática, como: BRITO (2010), DAVIS (1994), DCNEI (2010), GARCIA
(2003), RCNEI (1998), SILVA (2009) e ZILBERMAN (2003). Todos esses autores
discorrem sobre o desenvolvimento cognitivo da criança e a contação de histórias na
promoção da aprendizagem e dos desenvolvimentos mediados por meio de uma
prática lúdica e prazerosa.
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Desenvolvimento Cognitivo
A psicologia do desenvolvimento estuda como nascem as funções que
diferenciam o ser humano dos animais, bem como as suas transformações ao longo
da vida. Por isso, o docente deverá organizar sua metodologia para provocar na
criança o interesse em aprender e, consequentemente, criar sua própria identidade.
Quando falamos em desenvolvimento cognitivo infantil, não podemos deixar
de citar as concepções de desenvolvimento que influenciam indiretamente na vida
da criança, que são: a inatista, a ambientalista e interacionista, todas de fundamental
relevância, uma vez que o ser humano, apesar de não nascer pronto, como
citaremos abaixo ao discorrer sobre concepção inatista, possui uma herança
genética que irá criar características físicas semelhantes aos seus genitores. Outras
características são as ambientais; as mesmas demonstram que o homem depende
unicamente do ambiente para sobreviver. Entretanto, na concepção interacionista, o
ser humano necessita de todo o espaço onde vive para desenvolver o seu
pensamento cognitivo, ou seja, é por meio do ambiente, da herança genética e de
tudo o que rodeia a criança que faz com que haja a construção do desenvolvimento
cognitivo da criança na fase infantil.
Todos esses fatores influenciam diretamente na prática pedagógica, pois o
docente deverá planejar antecipadamente como será sua aula, pensando sempre
nas individualidades e necessidades que cada criança venha a apresentar. Outro
fator importante é a organização do ambiente escolar. O mesmo deve ser adequado
à idade de cada criança e com espaços específicos para cada tipo de atividade.
Deverá haver um equilíbrio entre a compreensão e a prática do professor,
facilitando, com isso, o entendimento da criança, destituindo-a de conclusões
errôneas a respeito da didática do docente, não provocando, assim, alterações no
desenvolvimento do discente.
A concepção Inatista define que o homem já nasce pronto. Desde bebê o ser
humano nasce com as qualidades definidas; na medida em que vai se tornando
adulto, esse processo não deve haver muita interferência. Outro lado significativo da
teoria é quando Darwin coloca a embriologia e a genética explicando que o
desenvolvimento das espécies decorrem da herança genética dos caracteres
adquiridos dos seres vivos, sendo essas características transferidas de geração à
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geração para os organismos que tiveram êxito adaptativo nos seus respectivos
ecossistemas.
A concepção ambientalista define o homem como dependente do ambiente
para a sua sobrevivência e, são as condições ambientais que determinam o
desenvolvimento humano. Tal concepção não se preocupa com os caminhos
percorridos pela criança para desenvolver o seu raciocínio, embora esse processo
de pensar, de raciocinar faça parte do conhecimento adquirido pela criança.
A concepção interacionista aponta que a criança não nasce pronta; que é
por meio do ambiente onde vive e com as situações impostas que a criança vai ao
longo do tempo construindo seu conhecimento, criando sua própria identidade por
meio das situações vividas e das novas que ela vai adquirindo ao longo do tempo. É,
pois, a junção do organismo e a herança genética do indivíduo com o ambiente onde
vivencia que se dá a concepção interacionista. Dentro dessa concepção podemos
citar Jean Piaget, teórico mais conhecido que defendia a teoria interacionista de
desenvolvimento, que diz:
O desenvolvimento cognitivo do indivíduo ocorre através de constantes desequilíbrios e equilibrações. O aparecimento de uma nova possibilidade orgânica no individuo ou a mudança de alguma característica do meio ambiente, por mínima que seja, provoca a ruptura do estado de repouso – da harmonia entre organismo e meio – causando um desequilíbrio. (DAVIS e OLIVEIRA, 1994, p. 38).
Para que haja o equilíbrio e, por conseguinte o desenvolvimento cognitivo,
Piaget coloca que são necessários dois mecanismos que caminham juntos no
desenvolvimento, são eles: a assimilação, que é o processo de assimilar, comparar
a situação vivida no ambiente com outras situações anteriores e a partir daí construir
o seu conhecimento e a acomodação, que é o processo pelo qual o individuo
adapta-se, ou seja, ele tenta reorganizar o meio ambiente para uma melhor
sobrevivência.
Não satisfeito com as experiências vivenciadas, o teórico acrescenta as
etapas do desenvolvimento cognitivo subdivididas em quatro fases. De acordo com
Jean Piaget:
O desenvolvimento como sendo um processo de equilibrações sucessivas. Entretanto, esse processo, embora contínuo, é caracterizado por diversas fases, ou etapas, ou períodos. Cada etapa define um momento de desenvolvimento ao longo do qual a criança
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constrói certas estruturas cognitivas. Segundo Piaget, o desenvolvimento passa por quatro etapas distintas: a sensoriomotora, a pré-operatória, a operatório-concreta e a operatório-formal. (DAVIS e OLIVEIRA, 1994, p. 39).
A etapa sensório-motora apresenta-se de 0 a 2 anos de idade. É a fase em
que a criança começa a conhecer os objetos e os outros humanos; esse processo
de conhecimento se dá pelo toque como é o caso dos objetos e também pela
sucção no processo de amamentação. Essa denominação de sensório-motora pode
ser entendida por meio do toque e, é por meio do mesmo que a criança passa a
adquirir conhecimentos. Desta forma considera-se, nessa fase, que a criança ainda
não tem capacidade de assimilar, de construir em relação a futuro. Durante essa
fase a criança vive somente o presente porque para ela não há pensamentos
passados ou futuros.
A fase pré-operatória apresenta-se de 2 a 6 anos de idade e é marcada pelo
aparecimento da linguagem oral definida como a etapa de pronúncia das primeiras
palavras. Nessa fase a criança já consegue assimilar ideias, fazer associações de
pensamentos, objetos e pessoas. A criança associa uma ideia pré-existente a
respeito de algo ou alguém; a esse processo dá-se o nome de sistema
representativo ou simbólico. Nesta fase se faz bem evidente o egocentrismo, ou
seja, a criança tem o pensamento centrado somente nela, querendo que todas as
atenções sejam voltadas para si.
A terceira fase denominada de operatório concreta é dos 6 aos 12 anos de
idade. Entende-se que a criança já tem entendimento de operar, ou seja, ela sabe
que se retirar de uma caixa uma determinada quantidade de objetos, o restante que
ficar na caixa poderá ou não ser igual ao que retirou; entretanto tem capacidade
para saber exatamente a quantidade que restar na caixa. Nessa fase, a criança
consegue discorrer corretamente sobre objetos concretos utilizando o toque. Na
questão do abstrato, a criança ainda não tem noção de que algo possa existir sem
haver o toque concretamente.
A fase operatória formal vivida a partir dos 13 anos é a última dentre todas; é
marcada pelo grau mais complexo do desenvolvimento. Nela já não existe mais uma
criança, entretanto uma etapa nova do desenvolvimento, a adolescência. Consegue
assim distinguir o abstrato do concreto, fazer associações a situações vivenciadas
no passado com o presente, bem como fazer a distinção de ambas às situações.
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Nessa fase é que se juntam todas as fases do desenvolvimento para formar o
pensamento cognitivo.
Todas as etapas do desenvolvimento cognitivo têm características próprias
mediante a faixa etária de idade de cada criança. E a cada etapa, dar-se
continuidade à outra. Há uma sequência para que a criança consiga equilibrar o seu
pensamento, e consequentemente aprimorar o seu conhecimento.
Diante das concepções e fases do desenvolvimento cognitivo estudadas é
que podemos compreender como se dá a construção do pensamento de uma
criança a cada etapa da sua vida. No entanto, só conseguiremos compreender os
motivos pelos quais uma criança pratica qualquer ação se soubermos como
acontecem as fases mediante a interação do ambiente com a herança genética e as
relações familiares e sociais onde a criança vive. Ao ter conhecimento sobre tais
concepções é que o professor poderá discorrer suas atividades de forma que possa
mediar o conhecimento, dando ênfase às particularidades de cada criança, como
também deverá ter conhecimento da realidade de cada uma.
Sabemos que a educação infantil é dividida em duas etapas básicas, que
são: as creches (0 a 3 anos) e pré-escolas (4 a 5 anos), que são ofertadas em
espaços educacionais públicos ou privados com o objetivo de promover
desenvolvimento, linguagem, oportunizar a criança a criar, recriar, interagir e o
respeito para com as outras crianças. Pois, de acordo com as Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Infantil, a criança é:
Sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e sociedade, produzindo cultura. (DCNEI, 2010, p. 12).
Toda criança tem direitos e deveres que devem ser respeitados e priorizados
de acordo com as individualidades de cada uma. Contudo, na educação infantil deve
haver essa organização de creches e pré-escolas para que a criança possa se
adaptar a cada grau de desenvolvimento considerado essencial para:
Abranger diversos e múltiplos espaços de elaboração de conhecimentos e de diferentes linguagens, a construção da identidade, os processos de socialização e o desenvolvimento da autonomia das crianças que propiciam, por sua vez, as aprendizagens consideradas essenciais. (RCNEI vol. 1, 1998, p. 45).
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Diante de tais considerações e organizações identificadas como de grande
valor para a criança da educação infantil, compreendemos serem esses processos
fundamentais para o seu desenvolvimento cognitivo; porém, focaremos neste artigo,
a criança de 4 a 5 anos de idade que estará na segunda etapa caracterizada pelas
pré-escolas. Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, os
objetivos que priorizam a criança da pré-escola são:
Ter uma imagem positiva de si, ampliando sua autoconfiança, identificando cada vez mais suas limitações e possibilidades, e agindo de acordo com elas; Identificar e enfrentar situações de conflitos, utilizando seus recursos pessoais, respeitando as outras crianças e adultos e exigindo reciprocidade; Valorizar ações de cooperação e solidariedade, desenvolvendo atitudes de ajuda e colaboração e compartilhando suas vivencias; Brincar; Adotar hábitos de autocuidado, valorizando as atitudes relacionadas com a higiene, alimentação, conforto, segurança, proteção do corpo e cuidados com a aparência; Identificar e compreender a sua pertinência aos diversos grupos dos quais participam, respeitando suas regras básicas de convívio social e a diversidade que a compõe. (RCNEI, vol. 2. 1998, p. 27 a 28).
Tais objetivos argumentam que a criança da pré-escola, a partir da sua
formação pessoal e social, tem capacidade de identificar situações de conflito
vivenciadas tanto na instituição educacional infantil como no ambiente familiar. A
mesma já tem capacidades suficientes de desenvolver alguns cuidados
considerados básicos para sua higiene pessoal, o que possibilita a sua
autoconfiança e promove o respeito para com os sujeitos que as rodeiam.
Literatura infantil na escola e a contação de histórias
O conceito de literatura infantil é decorrente da necessidade da classe social
burguesa que, há anos, definiu o conceito de infância que temos hoje dentro do
espaço familiar e na sociedade, visando proteger a imagem da criança e assegurar o
seu lugar no meio social, dotada de direitos como qualquer outro cidadão. Diante
disso, podemos compreender a importância que tem a leitura dentro do contexto
escolar para o desenvolvimento da criança enquanto um ser em formação.
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Contudo, o conceito de literatura tornou-se uma questão pedagógica por
compor a área da linguagem e da escrita jovem, objetivando conhecimento.
Baumgartner (1978) apud Zilberman (2003) afirma que “a literatura infantil é
primeiramente um problema pedagógico, e não literário”.
Sabemos que para uma boa prática pedagógica usando a leitura como base,
o primeiro passo a ser dado é saber qual tipo deverá ser escolhida, qual o público
alvo, bem como a linguagem que deverá ser utilizada ao se fazer uma leitura oral.
Dentro desse contexto, em que priorizamos a literatura infantilizada, não é possível
falar em literatura infantil sem que antes tenhamos apresentado para as crianças um
conto, sua composição e qual a finalidade dentro do contexto da realidade de cada
uma. É necessário que haja um incentivo, este, o mesmo, deverá partir de um adulto
do âmbito familiar ou não, ou do docente que a partir da realidade das crianças irá
buscar contos infantis que promovam tanto a linguagem da criança como o
desenvolvimento cognitivo.
Partilhar uma leitura com uma criança é essencial e rico, contudo, deve-se
atentar para o fato de que alguns aspectos devem ser levados em consideração,
como nos fala Vera Maria Tieztmann Silva:
O contador é, antes de tudo, um leitor privilegiado, que cumpre um papel ativo: faz leituras prévias, seleciona textos, informa-se sobre o autor, observa a ilustração do livro, memoriza o texto, interpreta suas intenções para transformá-las em modulações de voz e gestos. (SILVA, 2009, p. 35).
Nessa perspectiva, podemos compreender o leitor com diversas formas de
passar essa leitura: uma delas é a contação de histórias, pois é por meio dela que a
criança cria possibilidades de desenvolvimento, seja contando um conto ou
recriando o mesmo de acordo com a sua forma de ver o mundo, mediante os seus
conhecimentos prévios. O leitor deverá promover a interação permitindo que o
ouvinte participe da leitura dando opinião, criticando, expressando sentimentos e
emoções que o conto possibilita.
Por meio da leitura é possível adentrar no mundo da imaginação, conhecer
lugares, coisas, culturas de outros países sem precisar se locomover. Assim sendo,
um bom leitor é aquele que adequa a leitura à linguagem do seu público para que o
mesmo possa compreender a mensagem que a leitura quer transmitir. Assim,
Zilberman (2003, p. 24) complementa a ideia colocando que: ”a escola e a literatura
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podem provar sua utilidade quando se tornarem o espaço para a criança refletir
sobre sua condição pessoal”.
A literatura, além de proporcionar o conhecimento da linguagem e
conhecimento de mundo, torna-se também um espaço de reflexão pessoal por parte
da criança. A partir da leitura refletida, a criança irá trazer para a sua vida pessoal
conceitos presentes no texto que, de uma forma ou de outra, faz relação com a vida
da criança. É por meio da escola que se faz necessário esse intermédio entre a
criança e a literatura. Sua contribuição é de suma importância, pois sabemos que é
na escola que a criança passa parte do seu dia e até mesmo tempo integral, de
acordo com a disponibilidade tanto dos pais como da instituição.
Os contos promovem na criança a capacidade de compreender a realidade ao qual
vivencia. O desenvolvimento de atividades diárias pela criança torna-se objeto de
estudo e aprendizagem levando a um conhecimento de si e de mundo; dessa forma,
ao desenvolver atividades a criança aprenderá. Essas atividades do cotidiano são
ouvidas ou lidas, bem como desenvolvidas pelas crianças com inúmeras
possibilidades de entendimento do real por meio da história sistematizada e a
linguagem por meio do conhecimento enciclopédico media o conhecimento adquirido
no dia a dia.
Peukert apud Zilberman (2003, p. 46) afirma que “O ler relaciona-se com o
desenvolvimento linguístico da criança, com a formação da compreensão do fictício,
com a função específica da fantasia infantil, com a crueldade na história e a
aquisição de saber”. Portanto, a leitura além de proporcionar momentos ricos em
conhecimentos, propicia encanto e imaginação à criança.
O desenvolvimento na educação infantil é um processo que deve acontecer
de forma indissociável, de modo que as crianças possam compreender, interagir,
como também deverá promovê-la a partir de uma metodologia dinâmica. Partindo
desse ponto de vista, podemos compreender a importância que tem a contação de
histórias nesse contexto educacional infantil, se não vejamos:
Há um verdadeiro tesouro de histórias que abre as portas do imaginário, fazendo com que o aprendizado seja um momento rico e prazeroso. Enfim, quando aprendemos por intermédio das histórias, nunca nos esquecemos, pois esse é um aprendizado que dura para sempre. (GARCIA, et.al. 2003, p.10).
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As histórias promovem na criança a imaginação, criação e desenvolvimento,
pois ao fazer o reconto de uma história, o docente deverá utilizar uma metodologia
que proporcione prazer ao ouvir, como também deverá envolver essa criança na
contação. Sabe-se que ao se contar um fato, os métodos que serão usados são de
fundamental importância para que haja o desenvolvimento e, para isso, também se
faz necessário uma metodologia organizacional dinamizada.
Ao contar uma história para a criança estamos possibilitando a ela recriar um
conto, pois a partir do mesmo ela poderá utilizar a imaginação, o universo da
fantasia e, por fim, fazer o reconto por meio dos conhecimentos que conseguiu
adquirir. As histórias infantis são relevantes para o aprendizado; uma vez que a
criança está em processo de crescimento, utiliza-se das histórias para nortear o seu
processo de aprendizagem na construção da sua identidade enquanto ser pensante.
Quando se conta uma história para uma criança devemos frisar no ambiente,
uma vez ter esse grande relevância para a criança. O espaço de contação de
histórias deverá ser caracterizado para que a criança, ao estar em contato com ele,
possa sentir-se parte do ambiente, ou seja, parte do contexto da leitura. Não pode
faltar fantasias, ilusões, personagens; elas adoram criar e sentir-se parte dos contos
e, uma vez que o ambiente está propício ao conto, devemos familiarizar a criança
com os livros, visto que esse contato é importante para despertar na criança o gosto
pela leitura e, nessa faixa etária, as opções serão mais voltadas para os contos de
fada. Assim, de acordo com Daniele Brito:
Os contos de fadas apresentam sempre conflitos universais. A aparição de bruxas más e provações ajudam a criança a interpretar melhor a vida real e identificar seus próprios medos, criam uma base para a formação de sua personalidade. A criança interpreta a simbologia contida nessas histórias de acordo com suas vivências. (BRITO, 2010, p. 27).
A criança da educação infantil do nível 3, por encontrar-se no período pré-
operatório, entende-se esse processo como sistema representativo ou simbólico, ou
seja, a criança tem capacidade de fazer associações de algo pré-existente a outros
objetos de desejo. Isso acontece quando a criança vivencia uma situação
conflituosa. Ela ainda não tem capacidade para entender o que está acontecendo,
mas por meio dos contos irá fazer associações, tais como na história de
Chapeuzinho Vermelho de Charles Perraut. Nisso, a criança poderá compreender,
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por meio da história, que deve obediência aos pais, uma vez que os mesmos
sempre querem o nosso bem.
A interpretação da criança depende da forma como ela ouve a história.
Todos os elementos presentes no texto influenciam na aprendizagem; por isso, é
necessário bastante atenção por parte do leitor, pois a leitura irá contribuir
diretamente na formação da criança dando a ela a capacidade de fazer associações,
identificar problemas e, principalmente, compreender a realidade de forma clara e
simplificada.
Ler para uma criança é criar possibilidades de conhecimentos, contudo é
preciso que essa criança mantenha contato com os livros. O primeiro contato deve
haver com os pais no seio familiar. Antes de dormir toda criança gosta de ouvir
histórias porque a leitura induz ao sono tranquilo e, consequentemente, causa
relaxamento e repõe as suas energias. O segundo contato deve acontecer na
instituição educativa, ou seja, nas creches e pré-escolas.
O contato com o livro propicia não somente a leitura escrita ou oral, mas
também a leitura de imagens, desde os elementos presentes na capa até a última
página e contra capa do livro. Essa será a primeira leitura feita pelas crianças, a
leitura de imagens. Em seguida, é necessário que o professor crie na criança o
hábito da leitura. Como isso deverá acontecer? No ambiente escolar o professor
deverá todos os dias fazer um planejamento organizacional para sua prática
pedagógica, contudo, a organização do ambiente entrará nesse planejamento, bem
como as leituras selecionadas para o seu público que não fugirá do contexto literário
infantil.
Nessa perspectiva, o docente deverá criar em sua rotina um momento de
leitura e, hoje, o mais conhecido é o: cantinho da leitura. Um espaço direcionado
para fins literários, onde a criança tem acesso a vários tipos de contos. Entretanto,
essa leitura precisa ser mediada pelo professor, onde o mesmo irá adequar a
temática a ser desenvolvida em sala de aula ou de forma interdisciplinar.
Experiências de contação de histórias vivenciadas no PIBID – EAD
O PIBID – Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência tem, por
finalidade, proporcionar ao graduando momentos e atividades interativas
desenvolvidas por ele mesmo dentro de uma instituição educativa como meio de
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uma preparação do aluno enquanto futuro pedagogo, inserindo-o no campo escolar.
São desenvolvidas atividades de contação de histórias, sequências didáticas, bem
como brincadeiras realizadas e executadas com materiais pedagógicos
confeccionados pelos graduandos para desenvolver o pensamento cognitivo, lógico,
motor e emocional das crianças.
Este programa procura beneficiar as crianças de uma escola a qual exista a
carência de recursos didáticos pedagógicos para estarem desenvolvendo as
atividades. São elas, as crianças, os personagens principais da atuação do PIBID.
Mas somos nós, enquanto graduandos, que ganhamos com essa atuação em sala
de aula; haja vista, que é uma experiência muito rica tanto para a nossa vida
acadêmica, profissional e pessoal.
Promover atividades diferenciadas e dinamizadas faz parte deste contexto,
uma vez que é através da brincadeira que a criança desperta o interesse e o prazer
pelas atividades que estarão sendo colocadas. Entre essas atividades, existem os
eventos extras que são promovidos pelos “pibidianos”, podendo ser realizados
dentro da escola - campo de ensino, ou em outro espaço cultural existente na cidade
onde a escola esteja localizada. O que realmente importa para o PIBID é que esses
eventos tenham fins educacionais voltados para o desenvolvimento pessoal e social
da criança enquanto ser pensante inserido na sociedade.
O PIBID proporciona, ao docente em formação, momentos de muita
aprendizagem, em eventos patrocinados pela universidade por meio de projetos,
artigos ou outros trabalhos que são desenvolvidos na escola para serem
apresentados em outras cidades como meio de buscar novos conhecimentos e
como evolução para a vida do sujeito e apresentação da escola. Eventos esses que
proporcionam não somente a aprendizagem, como também enriquece nosso acervo
cultural, já que as atividades extraescolares podem e devem ter um fim educativo.
No ano de 2012, mais precisamente no 2º período letivo, adentrei no curso
de Pedagogia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, através da
modalidade de ensino à distância, pela UAB (Universidade Aberta do Brasil) no polo
universitário da cidade de Marcelino Vieira/RN. O curso de Pedagogia me propôs
uma ótima oportunidade para estar conhecendo e desenvolvendo atividades
pedagógicas dentro do contexto educacional, sendo inserida como graduanda em
uma Escola Municipal localizada no Centro da cidade por intermédio do PIBID, pois
vejo que o programa é uma grande motivação para a minha futura profissão de
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docente, visto ser rico em formação e conhecimento para que possa estar atuando
posteriormente na área da educação. Foi uma proposta desafiadora para mim, pois
moro distante da cidade onde o PIBID acontece; mas aceitei, pelo fato de ver que
seria uma espécie de estágio, que viria a favorecer a minha formação pessoal,
profissional e, com isso, adquirir experiência.
O PIBID a princípio teria duração de um ano letivo, entretanto, o
coordenador, juntamente com a coordenação do curso, conseguiu retardar o
programa e, com isso, veio a se prolongar por mais um ano. Hoje, na reta final do
curso de pedagogia, o PIBID terá fim juntamente com a graduação. Ao todo foram
dois anos de experiências com contação de histórias, na promoção do conhecimento
e desenvolvimento da criança da educação infantil. Segundo Zilberman:
A criança entende a história sem esses pressupostos [do adulto]. Sua compreensão da realidade, existência e vida não – ainda não – se baseia em processos linguísticos de comunicação, mas nas relações sociais primárias e nas próprias atividades. As histórias infantis desempenham, pois, uma primeira forma de comunicação sistemática das relações da realidade, que aparecem à criança numa objetividade corrente. Ou, por outra: as histórias infantis são uma espécie de teoria especulativa além da atividade imediata social e individual da criança. (PEUKERT, 1976 apud ZILBERMAN, 2003, p. 45).
Diante das experiências vivenciadas no Programa Institucional de Bolsa de
Iniciação a Docência (PIBID), levando também em consideração a citação de
Zilberman, podemos entender, que a contação de histórias é significativa no
desenvolvimento da criança, uma vez que contar histórias se utiliza do mundo da
fantasia para que a criança possa compreender a sua realidade.
Baseada nos contos, a criança faz comparações e consegue compreender o
mundo à sua volta. Podemos citar um exemplo de relações sociais no conto que foi
utilizado com função pedagógica no nível 3, na sala de aula de educação infantil em
uma escola municipal localizada no Centro da cidade de Marcelino Vieira/RN, onde
foi utilizado o conto “Menina bonita do laço de fita” de Maria Helena Machado. Neste
conto pudemos desenvolver diversas relações sociais trabalhando a conscientização
dos educandos nas mais diversas temáticas, tais como: consciência negra e
relações da família. Por meio do conto de Machado, pudemos compreender que
aprender a conviver com as diferenças étnicas raciais presentes no nosso país são
recorrente das características da mestiçagem desde os antepassados. Existem
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várias formas de aprendizagem, uma delas é quando a mãe explica para o coelho as
origens da cor da pele da menina utilizando-se de uma linguagem simples e
adequada para criança.
Um dos meios para desenvolver a socialização, interação e respeito entre as
crianças foi por meio do conto “Viviana a rainha do pijama” de Stive Webb. O conto
retrata uma história em que as crianças estão em uma festa do pijama e se utilizam
de diferentes tipos de estampas presentes nas roupas para promoverem um evento,
onde iriam selecionar a estampa mais bonita. O processo promove na criança a
interação e socialização, pois ambas as crianças compreendem que podemos ter
diferenças, como a mais bonita entre elas, mas devemos respeitar o outro por ser
diferente e, ao mesmo tempo, compreender que tais diferenças não impedem de
haver boas relações entre as pessoas.
Na sala de aula utilizamos vários contos para trabalhar o desenvolvimento
da criança, a leitura, a linguagem oral e escrita, como no caso do poema “A Flor
Amarela” de Cecília Meireles. Este poema proporciona a cultura de forma
descontraída. Percebemos que as crianças sentiam prazer ao desenvolver as
atividades propostas a partir do poema ao mesmo instante que interagiam.
Tivemos muitos momentos de contação de histórias. Percebemos que foram
relevantes para o desenvolvimento cognitivo das crianças, uma vez que elas
interagiam e, isso nos deu o entendimento de que as crianças sentiam prazer ao
desenvolver as atividades propostas.
“A colcha de retalhos” das autoras Conceil Corrêa da Silva e Nye Ribeiro da
Silva também foi um momento significativo, pois trabalhamos com essa história a
valorização da família e dos bons costumes, como também da escola, haja vista
que, nos dias atuais, estamos cada vez mais perdendo esses laços familiares, tanto
no convívio com os pais, irmãos e em outros vínculos como na escola. Hoje em dia
uma visita dos pais nas escolas tornou-se momento raro, pois é fato que nem
mesmo em reuniões eles costumam ir para acompanhar o desenvolvimento dos
filhos.
Essa história da “Colcha de retalhos” retrata muito bem essa questão da
valorização familiar, uma vez que a família apresenta uma avó já idosa costurando
uma colcha para uma cama, a partir de pequenos pedaços de tecidos, e cada um
deles com uma história diferente relacionada a alguns parentes da senhora. A cada
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retalho costurado a avó contava para o seu neto a origem daquele tecido, sempre
voltada para um momento de lazer entre a família.
A cada história contada as crianças ouviam, questionavam e em seguida
fazíamos a socialização. Nesse momento elas relatavam histórias das avós;
algumas sabiam a origem das suas roupas e partilharam com os demais. Momentos
como este são relevantes para que a criança não perca o elo de amizade que deve
haver entre as famílias. Deve-se valorizar e respeitar aqueles que só nos fazem o
bem, assim também, como os outros indivíduos que convivemos, mesmo sem ter
laços de sangue. Devemos priorizar neste momento o respeito, bons costumes e
harmonia entre as famílias.
Nesse sentido é que, enquanto bolsistas do PIBID, compreendemos a
escola como espaço de uma formação que se dá a partir de uma prática que
cotidianamente precisa e deve ser refletida. Essa reflexão parte do pensamento de
que a prática em sala de aula pode - e deve - ser exercida de forma diferenciada
como acontecia nos momentos de contação de histórias, sendo, pois, uma prática
dinâmica de demonstrar aprendizagens e estimular o desenvolvimento da criança
fazendo-nos refletir sobre essa prática por meio da leitura, como afirma Brito:
A leitura é uma atividade prazerosa e poderosa, pois desenvolve uma enorme capacidade de criar, traz conhecimentos, promovendo uma nova visão do mundo. O leitor estabelece uma relação dinâmica entre a fantasia, encontrada nos universos dos livros e a realidade encontrada em seu meio social. A criatividade, a imaginação o raciocínio se sobrepõem diante deste magnífico cenário, criando um palco de possibilidades. (BRITO, 2010, p. 10).
O processo de contação de histórias leva-nos a crer que o mesmo acontece
por meio da leitura. Criando possibilidades de desenvolvimento cognitivo, a criança
por sua vez cria, recria e imagina-se no mundo da fantasia para compreender a
realidade a qual vivencia. A prática da leitura em sala de aula pode desenvolver
diversas aprendizagens e, cabe ao docente, utilizar-se de artifícios dinâmicos,
atrativos e relevantes para o conhecimento.
É nessa direção que aprendemos e ensinamos, contribuindo e sendo alvo
das contribuições nesse processo de formação inicial e continuada que busca elevar
a qualidade da formação docente, mas de modo muito especial à educação infantil
visando a melhoria da qualidade da educação em nosso país.
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Considerações Finais
Diante de estudos realizados através do material didático pedagógico,
experiências vivenciadas por meio do PIBID dentro do contexto educacional de uma
escola localizada no Centro da cidade de Marcelino Vieira/RN, bem como dos
teóricos utilizados para fundamentação deste artigo, podemos compreender que o
desenvolvimento cognitivo da criança da educação infantil se dá por meio das
concepções inatista, ambientalista e interacionista das fases do desenvolvimento
sensório motor, pré-operatória, operatória concreta e operatória formal. Todas as
concepções e fases compreendem o desenvolvimento da criança como as etapas
que ela vivencia em separado para o desempenho das suas funções cognitivas.
Tendo em vista que é na educação infantil que a criança tende a construir sua
identidade enquanto ser social, havendo desta forma uma geração cultural na
sociedade, podemos entender também, com esse paradigma, que o processo
educacional se faz por meio dos métodos utilizados pelos professores para a
produção do conhecimento, mediando aprendizagens e gerando possibilidades
através do lúdico, em que a criança poderá obter o conhecimento de forma
prazerosa e significativa.
Dentro desse contexto podemos compreender que a leitura é aspecto
fundamental e indispensável na formação do indivíduo. Nesse sentido é que
enfatizamos a leitura na educação infantil como prática diária para o
desenvolvimento cognitivo e as funções de aprendizagens da criança presente
nesse ambiente educacional infantilizado.
Nesse processo de leitura diária é que se faz a intervenção da literatura
infantilizada na educação infantil com o auxílio dos livros literários. Utilizando-se de
uma prática lúdica e dinamizada, a tessitura literária acontecia sempre com contação
de histórias, conciliando a leitura com o teatro, favorecendo a imaginação da
criança. A partir da imaginação é que a criança associa o conto à sua realidade
ressignificando o mundo da fantasia ao seu contexto real.
Diante das colocações, podemos considerar que, ao ler para uma criança,
estamos criando possibilidades diversas de desenvolvimentos, entre eles, o
desenvolvimento cognitivo. É ele quem propõe as funções de pensamento
envolvendo as várias fases do desenvolvimento de uma criança, uma vez que, a
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criança se utiliza do convívio familiar e social para desenvolver-se enquanto ser que
interage e se faz cidadão crítico inserido no contexto social.
Nessa perspectiva, compreendemos que cabe ao professor fazer uso de
uma prática dinâmica e organizacional, viabilizando as individualidades de cada
discente. Esse processo de desenvolvimento, por não se fazer em separado do
convívio familiar e educacional, consolida-se da junção dos dois ambientes, sendo
isto uma proposta de construção, de ampliações e aprendizagens das crianças.
A consciência desta realidade nos faz crê que não há aprendizagem
significativa na educação infantil se a mesma não trabalhar por meio de uma
metodologia lúdica para o desenvolvimento cognitivo da criança, entre outras
funções que ela necessita para desenvolver-se e construir sua identidade no meio
social. Entende-se que deve haver a ludicidade na educação infantilizada, entretanto
precisamos refletir se essa prática está acontecendo de maneira satisfatória, ou se o
uso da metodologia tradicional ainda se faz presente no contexto educacional.
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Secretária de Educação Básica. Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil / Secretaria de Educação Básica. – Brasília: MEC, SEB, 2010. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=976
9-diretrizescurriculares-2012&category_slug=janeiro-2012-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 20 ab. 2016. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil/ Ministério da Educação e do Desporto, Secretária de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1998. vol. 1 e 2. BRITO, Daniele Santos. A importância da leitura na formação social do indivíduo. Revela: Periódico de divulgação cientifica da FALS. Ano IV, Nº VIII, junho 2010. Disponível em: < http://www.fals.com.br/revela12/Artigo4_ed08.pdf>. Acesso em: 22 ab. 2016. DAVIS, Claúdia. Psicologia na educação / Claúdia Davis, Zilma de Moraes Ramos de Oliveira. – São Paulo: Cortez, 1994. – 2. ed. rev. – (Coleção Magistério. Série formação do professor). GARCIA, Walkiria et al. Baú do Professor. Belo Horizonte: Fapi, 2003. SILVA, Vera Maria Tietzmann. Literatura infantil brasileira: um guia para professores e promotores de leitura. Goiânia: Cânone Editorial, 2009. ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na escola. São Paulo: Global, 2003.