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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL TROPICAL
Farinha do mesocarpo de babaçu em substituição ao milho em rações balanceadas para frangos de corte
Flávia Luzia Rodrigues Fonseca
Dissertação apresentada para obtenção do título de Mestre, junto ao Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal Tropical da Universidade Federal do Tocantins. Área de Concentração: Produção Animal Orientador: Prof. Dr. Jefferson Costa de Siqueira
ARAGUAÍNA
2013
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL TROPICAL
Farinha do mesocarpo de babaçu em substituição ao milho em rações balanceadas para frangos de corte
Flávia Luzia Rodrigues Fonseca
Dissertação apresentada para obtenção do título de Mestre, junto ao Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal Tropical da Universidade Federal do Tocantins. Área de Concentração: Produção Animal Orientador: Prof. Dr. Jefferson Costa de Siqueira Comitê de orientação: Profª Drª Roberta Gomes Marçal Vieira Vaz Profª Drª Kênia Ferreira Rodrigues
ARAGUAÍNA
2013
FARINHA DO MESOCARPO DE BABAÇU EM SUBSTITUIÇÃO AO MILHO
EM RAÇÕES BALANCEADAS PARA FRANGOS DE CORTE
FLÁVIA LUZIA RODRIGUES FONSECA
Dissertação aprovada como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre, tendo sido julgado pela Banca Examinadora formada pelos professores:
____________________________________________________________
Orientador: Prof. Dr. Jefferson Costa de Siqueira
Universidade Federal do Maranhão
____________________________________________________________ Co-orientadora: Profª Drª Roberta Gomes Marçal Vieira Vaz
Universidade Federal do Tocantins
____________________________________________________________ Co-orientadora: Profª Drª Kênia Ferreira Rodrigues
Universidade Federal do Tocantins
____________________________________________________________
Prof. Dr. Gerson Fausto da Silva
Universidade Federal do Tocantins
____________________________________________________________ Profª Drª. Ana Cláudia Gomes Rodrigues Neiva
Universidade Federal do Tocantins
Araguaína, 06 de março de 2013.
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Á minha amada, querida, abençoada e iluminada mãezinha:
“Maria dos Reis Rodrigues Fonseca” Mulher de fibra, igual ela são poucas. Meu espelho! Meu orgulho! Meu porto seguro! Meu abraço! Minha alegria!
És tudo em minha vida! Minha paiacinha veia! Te amo muito!
Dedico
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AGRADECIMENTOS
Entrega o teu caminho ao Senhor, confia Nele e Ele tudo fará (Sl 37, 5). O
Senhor é meu pastor e nada me faltará. Ainda que eu atravesse o vale da sombra,
nada temerei, pois estais comigo (Sl 23, 1- 4). Querido Deus, quero dedicar cada
minuto não para pedir qualquer coisa do Senhor. Mas para dizer obrigada por tudo
que tem feito por mim e pela minha família. Obrigada Deus pai, Deus filho e Deus
Espírito Santo por iluminar-me na escrita deste trabalho.
Como não se lembrar das minhas duas mãezinhas, Nossa Senhora do
Perpetuo Socorro e Nossa Senhora Aparecida. Obrigada pela proteção, amparo e
alívio nos momentos de aflições.
A minha mãe Maria dos Reis, mulher forte e guerreira, a quem sou grata por
tudo que sou. Sempre presente, mostrando que a vida deve ser vivida com
dignidade e caráter. Sempre apoiando os meus passos e me guiando na certeza de
que eu serei uma pessoa digna, com caráter e batalhadora como ela. Como diz
Carlos Drummond de Andrade – As dificuldades são aço estrutural que entra na
construção do caráter. Obrigada mãezinha por tudo.
A minha querida e amada “vó” chamada de Lozinha, pela sua coragem,
mulher de fibra, vencedora. Eternas saudades (in memórian).
Aos meus irmãos, Erick, Renata e Ritinha por fazerem parte da minha vida. A
minha afilhada e sobrinha Ana Caroline pelo presente que és em minha vida. Aos
meus sobrinhos Gabriel e Gabriella que preenchem minha vida de tal maneira que
não tem como explicar tamanha felicidade.
Aos meus cachorros, Radar, Bolinha, Emilly, Lilica, Aquiles, Jully (in
memórian) saudades. As princesas Pipoca e Safira (dog) e o príncipe Virgulino
(Cat), meus filhinhos. Minha vida seria vazia sem meus animais, tudo fica mais
divertido com eles, sempre fieis.
A minha turma de mestrado pelos momentos de estudos e de farras. Em
especial Wescley, Nádia, Alinny , Admilson, Fernanda!
As penosas e os penosos que durante os experimentos estiveram presentes:
Luciana, Ariane, Cleide, Nekita, Aline, Joana, Carlinha, Ionaira, o trio parada dura
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(Valquíria, Letícia, Rafaela), Elisson, Iberê. Belíssimas horas foram vividas no galpão
de aves.
A Monica Calixto pelo apoio nos experimentos.
A primeira pessoa com quem fiz amizade na faculdade, Cristiane Mazzinghy
pela sincera e agradabilíssima amizade. Você é um ser brilhante que Deus colocou
em minha vida. Obrigada amiga!
Aos meus Best Friends Suelen (Sukita), Renata (Nordestina), Danilo (Olho de
fusca), Gladson (Mister músculo) e Liziane (Bandida) pela sincera e leal amizade de
tantos anos.
As minhas “eternas calouras” Glaucinha e Carlinha pela paciência, carinho e
atenção demonstrados quando menos esperava e mais precisava. Vocês são mais
que essenciais em minha vida, é luz, amor, risadas, choros, emoção, são vocês no
meu coração.
Ao meu amigo Berêzinho, você é um presentinho de Deus em minha vida, eu
deixo apenas você me chamar daquele nome ... risos.
Ao Rafael Frank que tornou meus dias mais felizes!
A Andreia Alves pela maravilhosa recepção em Brasília. Obrigada pelas
palavras de incentivo.
Ao senhor Sebastião, conhecido como Casa Amarela, o maior incentivador.
Aos meus eternos vizinhos de Tocantinópolis, dona Nizinha, seu Doca e dona
Ana, Alexangela, dona Irene e seu Paraíba.
A todos os funcionários da fênix, pelo apoio, amizade e força, em especial o
nosso Antonio e Valquírio pela paciência e carinho e por tolerar meus abusos;
A Universidade Federal do Tocantins, a todos os funcionários e os
professores Clementino “Kelé”, Rubens, Alencariano, Silvia, Luciano, Elcivan. Um
cantinho especial para meus queridíssimos professores Gerson Fausto e Kênia
Rodrigues por serem sempre acolhedores, amigos e pela agradabilíssima
companhia nos Zootec’s da vida.
A turma dos ruminantes que me ajudaram no laboratório: Railon, Lorena,
Rhaiza,Rosiane, Nágylla e Tatiane.
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Ao professor José Neuman Miranda Neiva pelo apoio nos experimentos, mas
principalmente pela amizade e por acreditar em mim, apesar do bulling contra as
penosas, risos.
Ao prof. Emerson Alexandrino pelo apoio nos experimentos.
A Empresa Asa Norte Alimentos pela parceria com a UFT na doação dos
pintinhos para execução dos experimentos.
A Empresa Tobasa pela parceria com a UFT na doação da farinha do
mesocarpo do babaçu, coproduto avaliado no experimento.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
pela bolsa de estudo durante o mestrado.
A todos os professores por aceitarem participar da minha banca.
A minha orientadora Drª. Roberta Gomes V. M. Vaz pela dedicação, esforço e
companheirismo em todos os momentos! Seu jeito de mãe para comigo será
eternamente lembrado. Sempre doce, até quando vai puxar a orelha da gente.
Obrigada pelo conhecimento transferido e principalmente pela amizade.
Ao meu orientador Dr. Jefferson Siqueira pela paciência em transferir seu
conhecimento e por todo seu empenho e dedicação na execução do inicio até o
término deste trabalho. Lembro-me quando levei minha monografia para ser
assinada na casa da professora Roberta, você foi um dos que me incentivou a fazer
mestrado na área de interesse, porque concorrência sempre existirá, mas não
devemos deixar de tentar. Obrigada pelo incentivo, pela amizade ... por tudo
professor Jefferson!
Entre um erro e outro, algumas pessoas se encontram; entre um erro e outro
se reconhece os verdadeiros amigos; entre um erro e outro ficamos diante de nossa
verdade ou de nossa mentira; assim é o caminho de quem erra, mas pior é o
caminho de quem julga, pois se coloca acima dos erros.
Obrigada a todos, que de uma forma ou de outra, contribuíram para a
realização deste trabalho!
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Tente Outra Vez
(Raul Seixas)
Não diga que a canção está perdida.
Tenha fé em Deus, tenha fé na vida.
Tente outra vez!
Beba! Pois a água viva, ainda tá na fonte.
Você tem dois pés, para cruzar a ponte.
Nada acabou. Tente!
Levante sua mão sedenta, e recomece a andar.
Não pense que a cabeça aguenta, se você parar.
Não! Não! Não!
Há uma voz que canta.
Uma voz que dança. Uma voz que gira (Gira!)
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SUMÁRIO
RESUMO ..................................................................................................................... 11 ABSTRACT ................................................................................................................. 12
LISTA DE TABELAS ................................................................................................... 13 LISTA DE FIGURAS.................................................................................................... 15 CAPÍTULO I
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 17 2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................... 18
2.1 O Babaçu ..............................................................................................................................18
2.2 A farinha do mesocarpo de babaçu ...................................................................................21
2.2.1 Propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e toxicidade da farinha do mesocarpo
de babaçu................................................................................................................................22
2.4 A utilização da torta e da farinha do mesocarpo de babaçu na alimentação de aves...23
3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 25
CAPÍTULO II Substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu em rações balanceadas para frangos de corte de 1 a 21 dias de idade
RESUMO ..................................................................................................................... 32 ABSTRACT ................................................................................................................. 33
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 34 2 MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................... 36
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 42 4 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 51
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 52
CAPÍTULO III Substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu em rações balanceadas para frangos de corte de 22 a 42 dias de idade
RESUMO ..................................................................................................................... 58 ABSTRACT ................................................................................................................. 59
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 60 2 MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................... 62
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 67 4 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 76
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ......................................................................... 77
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Farinha do mesocarpo de babaçu em rações para frangos de corte
RESUMO
Dois experimentos foram conduzidos no setor de Avicultura da Universidade Federal do Tocantins, Araguaína – TO, objetivando avaliar a substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu (FMB) em rações balanceadas para frangos de corte Cobb 500®, nas fases inicial (1 a 21 dias) e final (22 a 42 dias). No experimento 1, foram utilizados 200 pintos machos de um dia de idade, criados até o 21º dia, alimentados com dietas contendo (0%, 10%, 20% e 30% de substituição do milho pela FMB), distribuídos em delineamento inteiramente casualizado, cinco repetições com dez aves cada, avaliando o desempenho (ganho de peso, consumo de ração, conversão alimentar e ingestão de água), biometria dos órgãos (coração, fígado, moela, intestino delgado, baço e bursa), custo da alimentação por kg de frango produzido e a partir do 17º dia ao 20º foram realizadas coletas totais de excretas, visando os cálculos dos coeficientes de metabolização aparente da matéria seca (CMMS), da proteína bruta (CMPB) e da energia bruta (CMEB) das rações experimentais. No experimento 2, foram utilizados 80 frangos de corte, iniciando no 22º dia de vida da ave, distribuídos em delineamento inteiramente casualizado, cinco repetições com 4 aves cada, avaliando os mesmos níveis de substituição do milho pela FMB do experimento 1, sobre as variáveis de desempenho (ganho de peso, consumo de ração e conversão alimentar), rendimento de carcaça, cortes nobres e custo da alimentação por kg de frango produzido. No primeiro experimento, observou-se que os níveis de substituição do milho pela FMB influenciaram negativamente (P<0,05) o ganho de peso, a conversão alimentar e o peso das aves aos 21dias. Os coeficientes de metabolização aparente da matéria seca (CMMS) e da energia bruta (CMEB) das rações foram afetados negativamente (P<0,05) pela substituição do milho pela FMB. O menor custo com ração por kg de GP foi obtido com a dieta contendo 10% de substituição do milho pela FMB, o que resultou na maior margem bruta. No segundo experimento, os níveis de substituição do milho pela FMB também influenciaram negativamente (P<0,05) o ganho de peso, o peso aos 42 dias e a conversão alimentar. Os níveis de substituição do milho pela FMB aumentaram o peso relativo da moela e do intestino delgado e o menor custo por kg de GP foi obtido com a dieta contendo 20% resultando na maior margem bruta. Concluiu-se que a substituição do milho pela FMB em rações para frangos de corte nas fases de um a 21 e 22 a 42 dias de idade, em níveis de 10 e 20%, respectivamente, é técnica e economicamente viável, entretanto, sua utilização prática estará condicionada aos preços dos insumos das rações.
Palavras chave: coeficiente de metabolização, desempenho, margem bruta
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Flour mesocarp babassu in rations for broilers
ABSTRACT
Two experiments were conducted in the Poultry sector in the Federal University of Tocantins, Araguaína - TO, to evaluate the replacement of corn for mesocarp babassu flour (FMB) in balanced rations for broiler chickens of Cobb 500 ® at the initial (1 to 21 day) and growing stage (22-42 days). In the first experiment, we used 200 male one day chickens, created until 21 days, fed diets containing (0%, 10%, 20% and 30% replacement of corn by FMB), distributed in a completely randomized design, with five replicates of ten birds each, to evaluate the performance (weight gain, feed and water intake), the biometrics of organs (heart, liver, gizzard, small intestine, spleen and bursa), the feed cost per kg of chicken meat produced and from the 17th experimental day to the 20th were held samples were collected excreta, for determination to metabolization coefficients of apparent dry matter (CMMS), crude protein (CMPB) and gross energy (MCEC) of the experimental diets. In the second experiment, we used 80 broilers from 22 days old birds, evaluating the same levels of replacement of corn by FMB, distributed in a completely randomized design, with five replicates four broilers chicken each, over the performance variables (weight gain, feed intake and feed conversion), yield carcass, noble cuts and cost per kg of chicken meat produced. In the first experiment, were observed that the replacement of corn by FMB influenced negatively (P<0.05) the weight gain, feed conversion and weight of the chickens 21 days. The apparent metabolizable coefficients of dry matter (CMMS) and gross energy (MCEC) rations were negatively affected (P<0.05) by replacement of corn by FMB. The lower cost of feed per kg GP was obtained with the diet containing 10% corn replacement by FMB, which resulted in higher gross margin. In second experiment, the levels of replacement of corn by FMB influenced negatively (P<0.05) the weight gain, weight at 42 days and feed conversion. The levels of replacement of corn by FMB used increased the relative weight of gizzard and small intestine and the lower cost per kg GP was obtained with the diet containing 20% of FMB, resulting in an increase in gross margin. Was concluded that the replacement of corn by FMB in diets for broilers in two phases from 1 to 21 and 22 to 42 days old, at levels of 10 and 20%, respectively, is technically and economically feasible, however, its practice use will be subject to the prices of feed inputs.
Keywords: metabolization coefficient, performance, gross margin
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LISTA DE TABELAS
CAPITULO II - Substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu em rações balanceadas para frangos de corte de 1 a 21 dias de idade Tabela 1 – Composição dos principais ingredientes utilizados na formulação das rações experimentais (com base na matéria natural) .................................................. 37
Tabela 2 - Composição das rações experimentais contendo níveis crescentes de substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu para frangos de corte de 1 a 21 dias de idade .................................................................................................... 39 Tabela 3 - Valores médios de consumo de ração (CR), ganho de peso (GP), conversão alimentar (CA), ingestão de água (IH2O) e peso aos 21 (P21d) dias de frangos de corte, de acordo com o nível de substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu ................................................................................................. 42 Tabela 4 - Pesos relativos da carcaça, bursa, baço, vísceras comestíveis (coração, moela e fígado) e intestino delgado e comprimento do intestino delgado (cm) de frangos de corte de 1 a 21 dias ................................................................................... 45
Tabela 5 - Valores médios de temperatura de crista (ºC), peito (ºC), perna (ºC) e retal (ºC) de frangos de corte alimentados com níveis crescentes de farinha de mesocarpo de babaçu ................................................................................................. 46 Tabela 6 Coeficientes de metabolização aparente da matéria seca (CMMS), proteína bruta (CMPB) e da energia bruta (CMEB) das rações experimentais ......................... 47
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LISTA DE TABELAS
CAPITULO III - Substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu em rações balanceadas para frangos de corte de 22 a 42 dias de idade
Tabela 1 – Composição dos principais ingredientes utilizados na formulação das rações experimentais (com base na matéria natural) .................................................. 63
Tabela 2 - Composição das rações experimentais contendo níveis crescentes de substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu para frangos de corte de 22 a 42 dias de idade .................................................................................................. 64 Tabela 3 - Valores médios de consumo de ração (CR), ganho de peso (GP), conversão alimentar (CA) e peso aos 42 (P42d) dias de frangos de corte, de acordo com o nível de substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu. ............. 67
Tabelas 4 - Médias dos rendimentos de carcaça (RC), coxa (RCX), sobrecoxa (RSCX) e peito (RP) de frangos de corte aos 42 dias, de acordo com o nível se substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu ...................................... 71 Tabela 5 - Pesos relativos da carcaça, vísceras comestíveis (coração, moela e fígado) e intestino delgado e comprimento do intestino delgado (cm) de frangos de corte de 22 a 42 dias ................................................................................................... 71
Tabela 6 - Valores médios de temperatura de crista (ºC), peito (ºC), perna (ºC) e retal (ºC) de frangos de corte alimentados com níveis de substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu ................................................................................ 73 Tabela 7 – Custo da alimentação (R$/kg), custo da alimentação por kg de ganho de peso (R$/kg), margem bruta (R$/kg) de frangos de corte de 22 a 42 dias .................. 74
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LISTA DE FIGURAS
CAPITULO II - Substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu em rações balanceadas para frangos de corte de 1 a 21 dias de idade Figura 1 – Efeito dos níveis de substituição (NS) do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu (%) sobre o ganho de peso (GP) de frangos de corte de 1 a 21 dias de idade............................................................................................................................ 43
Figura 2 – Efeito dos níveis de substituição (NS) do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu (%) sobre a conversão alimentar (CA) de frangos de corte de 1 a 21 dias de idade....................................................................................................................... 44 Figura 3 – Efeito dos níveis de substituição (NS) do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu (%) sobre o peso final (P21d) de frangos de corte de 1 a 21 dias de idade............................................................................................................................ 44
Figura 4 – Efeito dos níveis de substituição (NS) do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu (%) sobre o coeficiente de metabolização da matéria seca (CMMS) de frangos de corte de 1 a 21 dias de idade. ................................................................... 48 Figura 5 – Efeito dos níveis de substituição (NS) do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu (%) sobre o coeficiente de metabolização da energia bruta (CMEB) de frangos de corte de 1 a 21 dias de idade. ................................................................... 48
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LISTA DE FIGURAS
CAPITULO III - Substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu em rações balanceadas para frangos de corte de 21 a 42 dias de idade Figura 1 – Efeito dos níveis de substituição (NS) do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu (%) sobre o ganho de peso (GP) de frangos de corte de 22 a 42 dias de idade............................................................................................................................ 68 Figura 2 – Efeito dos níveis de substituição (NS) do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu (%) sobre a conversão alimentar (CA) de frangos de corte de 22 a 42 dias de idade....................................................................................................................... 69
Figura 3 – Efeito dos níveis de substituição (NS) do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu (%) sobre o peso final (P42d) de frangos de corte de 22 a 42 dias de idade............................................................................................................................ 69 Figura 4 – Efeito dos níveis de substituição (NS) do milho pela farinha do mesocarpo do babaçu (%) sobre o peso relativo da moela (PMO) de frangos de corte de 22 a 42 dias de idade. .............................................................................................................. 72
Figura 5 – Efeito dos níveis de substituição (NS) do milho pela farinha do mesocarpo do babaçu (%) sobre o peso relativo do intestino delgado (PID) de frangos de corte de 22 a 42 dias de idade. ............................................................................................ 72
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1 INTRODUÇÃO
No final da década de 1950 foi o grande marco da avicultura industrial no
Brasil em substituição a antiga avicultura comercial, vista como uma atividade básica
de subsistência familiar, com poucos recursos para seu desenvolvimento e sem
interesses empresariais iniciada nos anos de 1920 e 1930 (VIEIRA; DIAS, 2005;
BELUSSO; HESPANHOL, 2010).
De acordo com Girroto, Mieli (2004) em 1930 eram necessários 105 dias
para crescimento e engorda de um frango de corte que consumia em torno de 3,5 kg
de ração para produzir 1,5 kg de peso vivo. Atualmente, o tempo necessário para
produzirmos um frango de corte para abate é 42 dias, com uma conversão alimentar
de 1,75 kg e peso médio de 2,645 kg em lotes mistos (BAMPI, 2011).
A produção de frango de corte brasileira atingiu 13,058 milhões de toneladas
em 2011, com crescimento de 6,8% em relação a 2010 que apresentou uma
produção de 12,230 milhões de toneladas, o que posiciona o país como o 3º maior
produtor mundial, abaixo dos Estados Unidos com 16,757 e da China com 13,200
milhões de toneladas (UBABEF, 2012).
No mercado internacional o Brasil atingiu o posto de maior exportador no
ano de 2004, posição na qual se encontra na atualidade, com 3,943 milhões de
toneladas de carne de frango exportadas, seguido dos Estados Unidos com 2,966
milhões de toneladas. O aumento no consumo interno de carne de frango e a
expansão de 3,2% nas exportações foram os atributos para o crescimento da
produção avícola do Brasil em 2011 (UBABEF, 2012).
As rações, cuja formulação depende do milho e farelo de soja, sofrem
alterações sazonais e oscilações nos seus valores comerciais, e com isso eleva os
preços dos produtos avícolas, ocasionando retração no seu consumo, redução dos
plantéis e até mesmo abandono da atividade pelos produtores.
O relatório do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (2011)
indica uma série de fatores que influenciam nos preços e na produção, dentre os
quais se destaca os baixos estoques mundiais de grãos e cereais. Dentre estes,
farelo de soja e o milho adquirem grande importância pelo amplo uso na fabricação
de rações para animais como fontes principais de proteína e energia, em especial
para aves.
18
Assim, é importante que o nutricionista animal identifique fontes alimentícias
substitutivas a estes ingredientes, garantindo produtividade e saúde animal.
Proveniente do fruto do babaçu, a farinha do mesocarpo, é um exemplo de alimento
que pode ser utilizado como fonte alimentar na pecuária brasileira.
O babaçu apresenta importância do ponto de vista ecológico, social e
político. È um recurso extrativista oleifero, sua exploração envolve o trabalho de
milhares de famílias e ocorre no período de entressafra de produtos como milho e
farelo de soja, concorrendo, portanto, para a manutenção dessas famílias, e
contribuindo para conter o êxodo rural, além de exercer um papel fundamental na
manutenção da fertilidade do solo (CARRAZZA; ÁVILA; SILVA, 2012; CARVALHO,
2007).
O mesocarpo do babaçu é a camada marrom clara localizada após o
epicarpo, com alto valor energético, rico em amido e fibras. A partir do mesocarpo
são confeccionados muitos produtos, merecendo destaque a farinha, utilizada na
alimentação humana e animal, por apresentar conteúdo orgânico e mineral,
constituintes essenciais à nutrição humana e animal (SILVA et al., 2007).
Nesse sentido, objetivou-se avaliar os níveis de substituição do milho pela
farinha do mesocarpo de babaçu (0%, 10%, 20% e 30%) na alimentação de frangos
de corte Cobb ® nos período de um a 21 dias e de 22 a 42 dias de idade.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 O Babaçu
O Babaçu (Palmae orbignya martiana) presente em florestas primitivas,
matas e cerrados é uma palmácea brasileira com grande distribuição geográfica
ocupando quase todo território nacional. Nativo das regiões Norte, Nordeste e
Centro Oeste; correspondem entre 13 e 18 milhões de hectares distribuídos nos
estados do Maranhão, Piauí, Tocantins, Goiás, Mato Grosso, Amazonas, Pará,
Rondônia, Ceará, Bahia e Minas Gerais, abrangendo 279 municípios
(EMBRAPA,1984).
Entretanto, nos estados do Maranhão, Piauí e Tocantins concentram-se as
maiores extensões de matas onde predominam os babaçuais. Os estados do
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Maranhão e Tocantins abrigam 10,3 milhões de hectares de floresta de babaçu
(FERREIRA, 2005; TEIXEIRA, 2002).
O fruto do Babaçu, de onde se extrai o óleo, é responsável por quase 30%
da produção brasileira de extrativos vegetais, empregando mais de 2 milhões de
pessoas. As indústrias dos segmentos de higiene, limpeza e cosméticos absorvem
35 mil toneladas anuais de óleo bruto de babaçu (ALBIERO et al., 2007).
Atualmente o principal mercado do óleo do coco de babaçu destina-se à
fabricação de biodiesel. Nascimento et al. (2009) afirmam que o óleo possui
características interessantes para produção do biodiesel por se constituir em grande
parte de ácidos graxos de cadeia curta (ácido láurico), pois estes simplificam a
reação de transferificação.
Segundo DESER (2007) a produção do coco babaçu varia conforme a
região e as condições edafoclimáticas. A safra do coco babaçu se concentra do
período seco ao inicio do chuvoso. O pico de florescimento acontece entre janeiro e
abril e os frutos amadurecem entre julho e dezembro (MAPA, 2010).
O diagnóstico do Ministério do Meio Ambiente (2009) descreve o babaçu
como uma palmeira monocaule de porte grande com tronco cilíndrico e copa em
formato de taça, atingindo até 20 m de altura, requer entre 8 e 10 anos para
frutificar, atingindo atividade plena aos 15 anos, com uma vida média em torno dos
35 anos.
Os frutos surgem em cachos pendulares, com até seis cachos, contendo
entre 150 e 300 cocos, pesando entre 90 e 280g cada um, com formato oval
alongado de coloração marrom, variando de três a oito amêndoas no interior de
cada coco (TEIXEIRA; CARVALHO, 2007).
De acordo com Pavlak et al. (2007), por métodos industriais de
aproveitamento, as partes físicas do fruto (epicarpo, mesocarpo, endocarpo e as
amêndoas) são todas aproveitadas. Segundo Carrazza, Ávila, Silva (2012) o
aproveitamento que vai desde artesanatos à alimentação animal, pode gerar em
torno de 64 produtos.
Do epicarpo, camada externa e bastante rígida, que constitui 12% do peso
do fruto, pode ser produzido o xaxim, estofados, embalagens, escovas, dentre
outros (FRANCO, 2010; SANTOS; PASTORI Jr., 2003)
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O mesocarpo representa 23% do peso do fruto, com 0,5 a 1,0 cm de
espessura, rico em amido e fibras, pode ser usado para produzir farináceas para
alimentação humana e animal (MACHADO et al., 2006 ; TEIXEIRA, 2003a).
O endocarpo, parte interna rija (2 a 3 cm), representando 59% do peso do
fruto, pelo seu alto poder calorífico, produz um excelente carvão ou grafite, além de
ser usado no artesanato (SOLER; VITALI; MUTO, 2007; TEIXEIRA, 2003 b).
As amêndoas correspondem a 6% do peso do fruto com 3 a 13 cm de
comprimento e 1 a 2 cm de largura, peso médio de 3 a 4g. Após extração do óleo,
que corresponde 65% do peso da amêndoa, resta a torta de babaçu, um coproduto
de alto teor proteico. Esse óleo é produto para a fabricação de sabão, glicerina,
margarina, biodiesel e usado na culinária regional (MMA, 2009; SANTOS, 2011).
A casca (93%), conjunto formado pelo epicarpo, mesocarpo e endocarpo, é
normalmente desprezada nos processos de quebra manual, porém na indústria, seu
aproveitamento se dá de forma integral (ALBIERO et al., 2007; PORTO, 2004).
Os frutos do babaçu tem o maior potencial econômico para aproveitamento
tecnológico e industrial, perfazendo uma produção média de 2400 kg/ha, onde 1780
kg (74%) são endocarpo; 480 kg (20%) mesocarpo e 140 kg (6%) às amêndoas que
podem produzir até 91 litros de óleo (FRAZÃO, 2001).
Carvalho (2007) relata que as folhas arqueadas em posição retilínea,
aproximadamente 8 m de comprimento, servem de matéria prima para fabricação de
utensílios artesanais (cestos, abanos, peneiras, esteiras, cercas, janelas, armação e
cobertura de casas e abrigos, dentre outros). Os talos das folhas são usados na
construção de cercados e na estruturação das paredes das casas de barro (PINTO
et al., 2010).
Da palmeira, ainda jovem, se extrai o palmito e coletada uma seiva que, ao
ser fermentado, produz um vinho de sabor bastante apreciado regionalmente. O
estipe do babaçu pode ser usado na fabricação de marcenaria rústica e quando
apodrece, serve de adubo (ALBIERO et al., 2007).
Ao serem extraídas verdes, as amêndoas raladas, misturadas a água e
espremidas em um pano fino produz um leite, muito utilizado na culinária regional. A
fumaça produzida durante a fabricação do carvão é aproveitada como repelente
(SOUZA; BORRERO; SOUZA FILHO, 2011).
21
2.2 A farinha do mesocarpo de babaçu
Santos Neta (2010) relata que o coco babaçu ao chegar à empresa é
armazenado por três meses para obter sua completa maturação e assim um melhor
aproveitamento do produto.
Ao serem processados, os cocos são levados numa esteira para as
máquinas quebradoras onde ocorre a pelagem do coco com a liberação do epicarpo.
Em seguida, numa maquina dotada de peneiras de fricção com furos de diâmetros
variados são colocados os cocos onde ocorre a liberação do mesocarpo.
O mesocarpo ao ser moído gera três tipos de farinha: a farinha orgânica, a
farinha média e a farinha amilácea, as quais diferem entre si quanto à textura e
granulometria, sendo que a orgânica apresenta característica mais grosseira
enquanto a farinha amilácea é mais pulverulenta (SILVA, 2008).
O mesocarpo do babaçu é a camada localizada entre o epicarpo e o
endocarpo, sendo constituído basicamente de água, carboidratos (amido e celulose),
proteínas, lipídios e sais minerais (SANTOS; PASTORI Jr., 2003). A porção amilácea
do coco apresenta de 52 a 71% de amido (CAVALCANTE NETO, 2012; PAVLAK et
al., 2007; PEIXOTO, 1973), com 3689 kcal/kg de energia bruta (CRUZ, 2012), uma
excelente fonte energética para produção de rações para aves, entretanto, possui
alto teor de fibra bruta 37,33% (CRUZ, 2012), nutriente pouco aproveitado pelas
aves.
Apesar de ser vasta a bibliografia a respeito do babaçu como planta
oleaginosa, poucos são os trabalhos dedicados exclusivamente à farinha do
mesocarpo de babaçu (FMB) com aves. Entretanto, estudos nas diversas áreas
estão sendo realizadas com a FMB.
Na alimentação humana (CAVALCANTE NETO, 2012; MELO et al., 2007;
RANGEL et al., 2011); na produção de etanol (PAVALK et al., 2007); diante de suas
propriedades anti-inflamatória e analgésica e ausência de toxicidade está sendo
usada na farmacologia (AMORIM et al., 2006; BALDEZ et al., 2006; BARROQUEIRO
et al., 2011; BATISTA et al., 2006; BRITO FILHO et al., 2006; FERREIRA et al.,
2006; MARTINS et al., 2006; SANTOS et al., 2012) e na nutrição de ruminantes
(CRUZ et al., 2011; MIOTTO et al., 2012a; MIOTTO et al., 2012b; MIOTTO et al.,
2012c; SILVA et al., 2012).
22
2.2.1 Propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e toxicidade da farinha do mesocarpo de babaçu
A farinha do mesocarpo de babaçu tem sido usada em estudos experimentais
procurando verificar sua ação anti-inflamatória. O mesocarpo da fruta é rico em
carboidratos e sais minerais, e possui atividades anti-inflamatórias e analgésicas.
Existem muitas informações na crendice popular acerca do seu uso como
medicamento, entre elas, cita-se o poder de cicatrização, que carece de informação
científica para sua comprovação.
Amorim et al. (2006), analisaram comparativamente através da planimetria,
macroscópica e microscopia, o efeito do extrato aquoso do mesocarpo de babaçu
nas feridas cirúrgicas cutâneas em ratos da linhagem Wistar. O uso tópico do
mesocarpo de babaçu contribuiu positivamente para a cicatrização das feridas
cutâneas em ratos com a dosagem de 25mg/ml.
Baldez et al. (2006), analisaram comparativamente as alterações
tensiométricas e histológicas na cicatrização das anastomoses colônicas quando
submetidas à influência do extrato aquoso do mesocarpo do babaçu em ratos e
encontraram efeito favorável no processo de cicatrização da anastomose colônica,
não havendo efeito na avaliação tensiométrica.
Batista et al. (2006), avaliaram o efeito do extrato aquoso do mesocarpo de
babaçu por via intraperitoneal, na cicatrização do estômago em ratos, através de
uma análise morfológica e tensiométrica, e observaram-se que o extrato aquoso foi
capaz de favorecer completa coaptação de bordas da cicatriz gástrica nos animais
mortos no 7º dia do período pós-operatório.
Brito Filho et al. (2006), analisaram comparativamente as alterações
macroscópicas, histológicas e tensiométricas proporcionadas pela ação do extrato
do mesocarpo de babaçu no processo de cicatrização de laparotomias medianas em
ratos e observaram que apenas para a avaliação tensiométrica, o grupo de sete dias
apresentou efeito no mesmo período de pós-operatório, sugerindo indícios de que o
uso do extrato administrado intraperitonealmente favoreceu o processo de
cicatrização.
Ferreira et al. (2006), analisaram comparativamente as alterações histológicas
proporcionadas pelo uso do extrato aquoso do mesocarpo de babaçu na cicatrização
de lesões cirúrgicas da bexiga de ratos e observou-se efeito favorecedor do extrato
em nível microscópico no processo da cicatrização.
23
Martins et al. (2006), verificaram a ação cicatrizante do mesocarpo de
babaçu nas feridas cirúrgicas da pele de ratos através de análise comparativa das
alterações histológicas e morfológicas e observaram ação estimulante da
cicatrização com o uso do extrato, tanto na avaliação macroscópica como na
microscópica.
Barroqueiro et al. (2011), avaliaram o extrato de etanol liofilizado do
mesocarpo de babaçu na determinação do potencial da toxicidade aguda em ratos e
concluíram que o tratamento agudo com altas doses (1000, 3000 e 5000 mg/kg em
ratos, mistos, 8 - 12 semanas de idade com peso de 25 gramas) do extrato pode
afetar alguns parâmetros bioquímicos com efeito de longa duração, embora
nenhuma alteração foi detectada ao nível do tecido ou do corpo e peso dos órgãos.
Entretanto, Silva et al. (2012), avaliaram os efeitos da administração aguda
oral (1, 2 e 3 g/kg de peso corporal ) do extrato aquoso do pó obtido do mesocarpo
de babaçu sobre parâmetros bioquímicos e hematológicos em camundongos Swiss
machos e concluíram que a administração aguda do extrato avaliado não produz
efeitos tóxicos sobre a maioria dos parâmetros bioquímicos e hematológicos
estudados em camundongos adultos.
2.4 A utilização da torta e da farinha do mesocarpo de babaçu na alimentação de aves
A torta e a farinha do mesocarpo de babaçu são pouca explorada nas dietas
das aves. Algumas pesquisas com aves têm sido realizadas na busca pelo
aproveitamento desses coprodutos industriais (CARNEIRO et al., 2009; CRUZ,
2012; PAZ DA SILVA et al., 2004; SANTOS NETA et al., 2011; SILVA, 2009 ).
Paz da Silva et al. (2004), avaliaram diferentes níveis de inclusão de farelo
de babaçu (0, 2, 4, 6, e 8%) para frango de corte de 22 a 42 dias e verificaram que
não houve diferenças no desempenho, entretanto verificou-se maior deposição de
gordura abdominal à medida que aumentava a inclusão do farelo nas dietas,
podendo ser incluído até 8% em rações de frango de corte de 22 a 42 dias de idade.
Carneiro et al. (2009), avaliaram os diferentes níveis de inclusão (0, 3, 6, 9 e
12%) de farelo de babaçu para frangos de corte Hubbard dos 21 aos 42 dias. De
acordo com os resultados de desempenho, rendimento de carcaça e avaliação
econômica, recomenda-se a utilização de 6% de farelo de babaçu para frangos de
corte dos 21 aos 42 dias de idade, dependendo do custo do milho e farelo de soja.
24
Silva (2009) avaliou diferentes níveis de torta de babaçu (0, 8, 16, 24 e 32%)
na dieta de frangos da linhagem Label Rouge, nas fases de 1 a 28 e de 36 a 84 dias
de idade. E verificou que um nível superior a 8% não é recomendável no período de
1 a 28 dias, pois prejudica o desempenho. Para a fase de 36 a 84 dias de idade,
concluiu-se que é possível uma inclusão de até 32% deste alimento nas dietas sem
afetar o desempenho das aves.
Santos Neta et al. (2011), avaliaram a inclusão da torta de babaçu (0, 4, 8 e
12%) sobre o desempenho (consumo de ração, ganho de peso e conversão
alimentar) de frangos de corte da linhagem Hubbard de um a 21 dias de idade e
concluíram que não houve efeito dos níveis de inclusão sobre nenhuma das
variáveis analisadas, concluindo que este alimento pode ser incluído até 12% na
dieta de frangos de corte na fase inicial, sem comprometer essas características.
Cruz (2012) avaliou a inclusão de farinha do mesocarpo de babaçu (0, 6, 12
e 18%) nas fases de 8 a 21 e 22 a 42 dias nas dietas de frangos de corte Ross. O
autor verificou que a adição de até 12% de farinha do mesocarpo de babaçu não
compromete o desempenho de frangos de corte de 8 a 21 dias de idade. Na
segunda fase, considerando o ganho de peso, a farinha do mesocarpo de babaçu
pode ser incluída até 6%, sem comprometer o desempenho de frangos de corte de
22 a 42 dias.
25
3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CAPÍTULO II
Substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu em rações balanceadas para frangos de corte de 1 a 21 dias de idade
RESUMO
Objetivou-se avaliar o ganho de peso (GP), consumo de ração (CR), conversão alimentar (CA), peso aos 21 dias (P21d), ingestão de água (IH2O), biometria dos órgãos (coração, fígado, moela e intestino delgado), determinar os coeficientes de metabolização da matéria seca (CMMS), da proteína bruta (CMPB) e da energia bruta (CMEB) e o custo da alimentação de dietas contendo farinha do mesocarpo de babaçu (FMB) em substituição ao milho (0%, 10%, 20% e 30%) para frangos de corte Cobb de um a 21 dias de idade. Foram utilizados 200 pintos machos de um dia, distribuídos em delineamento inteiramente casualizado, com quatro tratamentos e cinco repetições composta por dez aves por unidade experimental. Observou-se que a substituição do milho pela FMB influenciou negativamente (P<0,05) o GP, a CA e o P21d. Os CMMS e da CMEB das rações reduziram com o aumento do nível de substituição do milho pela FMB. Apesar do GP, da CA e do P21d terem reduzido linearmente com o a substituição do milho pela FMB, comparando-se as médias pelo teste SKN, observou-se que a ração contendo 10% de substituição proporcionou desempenho semelhante à dieta padrão (sem FMB). Deste modo, utilização de 10% de substituição do milho pela FMB em rações de frangos de corte machos de 1 a 21 dias de idade é técnica e economicamente viável, quando as exigências das aves são satisfeitas. Contudo enfatiza-se que a viabilidade econômica de sua utilização está condicionada aos preços do milho, da farinha do mesocarpo de babaçu, do óleo de soja, e das fontes sintéticas de aminoácidos, L-lisina HCl, DL-metionina e L-treonina, praticados no mercado.
Palavras chave: coeficiente de metabolização, custo, desempenho
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Replacement of corn by babassu mesocarp flour in balanced rations for broilers in the period from 1 to 21 days
ABSTRACT
Aimed to evaluate the weight gain (WG), feed intake (FI), feed conversion (FC), weight at 21 days (P21d), water intake (IH2O), biometrics of the organs (heart, liver, gizzard and small intestine), determine the coefficient of dry matter metabolization (MCDM), crude protein (MCCP) and gross energy (MCGE) and the cost of feeding diets containing babassu mesocarp flour (BMF) replacing corn (0%, 10%, 20% and 30%) to Cobb broilers from one to 21 days of age. Were used 200 male one day chicks, distributed in a completely randomized design with four treatments and five replicates with ten chicks per experimental unit. It was observed that the replacement of corn by FMB negatively influenced (P <0.05) theWG, FC and P21d. The MCDM and MCGE of rations decreased with the increased level of replacement of corn by FMB. Despite the GP, AC and P21d have reduced linearly with the replacement of corn by FMB, comparing the averages by SKN testing, were found that a diet containing 10% substitution provided similar performance to the standard diet (without FMB) . Thus, use of 10% replacement of corn by FMB in diets of broilers males 1-21 days old is technically and economically feasible, when the demands of the birds are satisfied. However its emphasizes that the economic viability of its use is conditioned to the prices of corn, babassu mesocarp flour, soybean oil, and synthetic sources of amino acids, as L-lysine, DL-methionine and L-threonine, prevailing in the market.
Keywords: metabolization coefficient, cost, performance
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1 INTRODUÇÃO
A alimentação constitui o maior custo na produção de frango de corte,
caracterizada pela forte dependência de milho e farelo de soja, principais fontes de
energia e de proteína nas rações avícolas (JUNIOR et al., 2007).
Têm-se observado fortes alterações sazonais na disponibilidade dos grãos
que compõe a ração das aves, com oscilações nos seus valores comerciais,
elevando os preços dos produtos avícolas. Segundo os cálculos da Embrapa em
2012, o Índice de Custo de Produção de Frangos de Corte aumentou 39,48%, no
período de dezembro de 2011 a dezembro de 2012, onde 37,81% dessa
contribuição foram impulsionadas pelo milho e o farelo de soja. Durante o ano, os
preços do milho e farelo de soja sofreram variações de 28,22% e 91,52%,
respectivamente.
O uso de alimentos alternativos advindos de coprodutos industriais, como a
farinha do mesocarpo do babaçu, tem despertado o interesse na nutrição animal.
São alimentos com valor nutritivo, que podem reduzir os custos da ração,
apresentando abundância de oferta no período de entressafra do milho e farelo de
soja, onde seus preços sofrem elevação.
Segundo DESER (2007), os babaçuais brasileiros estão concentrados nas
regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. A produção do coco babaçu varia conforme
a região e as condições edafoclimáticas (TEIXEIRA, 2002). A safra do coco se
concentra do período seco ao início do chuvoso. O pico de florescimento acontece
entre janeiro a abril e os frutos amadurecem entre julho e dezembro (MAPA, 2010;
MMA, 2009).
O babaçu é uma matéria prima explorada de forma extrativista, com
potencialidade, tanto do ponto de vista econômico como social, pois através de sua
exploração, são gerados empregos diretos e indiretos, além de contribuir para a
economia do país (TEIXEIRA; CARVALHO, 2007).
De acordo com Carrazza, Ávila e Silva (2012), o babaçu tem aproveitamento
integral, que vai desde artesanatos à alimentação animal. Podem ser gerados cerca
de 64 produtos a partir do coco babaçu, tais como carvão, etanol, metanol, celulose,
farináceas, dentre outros (ALBIERO et al., 2007; SOUZA; BORRERO; SOUZA
FILHO, 2011). Os coprodutos, farinha do mesocarpo e torta do babaçu, estão sendo
fontes de estudo como alternativa alimentar na produção animal.
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Nesse sentido, algumas pesquisas com aves têm sido realizadas na busca
pelo aproveitamento desses coprodutos industriais (CARNEIRO et al., 2009; CRUZ,
2012; PAZ DA SILVA et al., 2004; SANTOS NETA, 2010; SANTOS NETA et al.,
2011; SILVA, 2009), potenciais ingredientes para ração animal, em especial
alternativas regionais que apresentem baixo custo e disponibilidade favorável.
A farinha do mesocarpo de babaçu é considerada um alimento energético,
contendo 3687 Kcal/kg de energia bruta (ROSTAGNO et al., 2011), de 52 a 71% de
amido (CAVALCANTE NETO, 2012; PAVLAK et al., 2007; PEIXOTO, 1973) e
apresenta propriedades terapêuticas anti-inflamatórias, analgésicas e ausência de
toxicidade (AMORIM et al., 2006; BALDEZ et al., 2006; BARROQUEIRO et al., 2011;
BATISTA et al., 2006; BRITO FILHO et al., 2006; FERREIRA et al., 2006; MARTINS
et al., 2006; SANTOS et al., 2012). Entretanto possui alto teor de fibra bruta,
nutriente pouco aproveitado pelos monogástricos, por interferir na digestibilidade de
outros nutrientes, havendo a necessidade de pesquisas que visam verificar suas
potencialidades sobre o desempenho das aves.
Objetivou-se, com este trabalho, avaliar os níveis de substituição do milho
pela farinha do mesocarpo de babaçu (0%, 10%, 20% e 30%) em rações
balanceadas para frangos de corte no período de um a 21 dias de idade.
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2 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no Setor de Avicultura da Escola de Medicina
Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal do Tocantins, em Araguaína – TO,
no período de 22 de março a 11 de abril de 2012.
Foram utilizados 200 pintos de corte, machos, da linhagem Cobb 500®, de
um dia de idade, com peso inicial médio de 38 g. As aves foram alojadas em galpão
experimental de alvenaria, coberto com palha de babaçu, piso de concreto, contendo
gaiolas de 1,0 x 1,0 x 0,5 m, com comedouros tipo calha e bebedouros tipo copo de
pressão, sendo o abastecimento dos comedouros e a limpeza dos bebedouros
realizada duas vezes por dia, visando garantir o livre acesso à água e as rações
durante todo o período experimental. O trabalho foi realizado seguindo as normas do
Comitê de Ética da Universidade Federal do Tocantins aprovado sob o número
23101. 001308/2013-62.
Até o 14º dia de vida, as aves foram aquecidas artificialmente, utilizando
lâmpadas incandescentes (60 W), instaladas no interior das gaiolas. As condições
ambientais no interior das instalações, durante o período experimental, foram
monitoradas e registradas diariamente utilizando-se termômetros de bulbo seco,
bulbo úmido e de máxima/mínima, colocados a altura intermediária das gaiolas,
possibilitando os cálculos das temperaturas média, máxima, mínima e da umidade
relativa do ar.
As aves foram distribuídas em delineamento experimental inteiramente
casualizado (DIC), com quatro tratamentos (Rações com 0, 10, 20 e 30% de
substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu) e cinco repetições de
dez aves.
As rações experimentais foram calculadas considerando a composição
química dos ingredientes (Tabela 1) e as exigências nutricionais das aves de acordo
com as recomendações de Rostagno et al. (2011) (Tabela 2).
As variáveis analisadas foram consumo de ração (CR), ganho de peso (GP),
conversão alimentar (CA), peso aos 21 dias (P21d), ingestão de água (IH2O),
biometria dos órgãos (coração, fígado, moela, bursa, baço e intestino delgado),
temperaturas de crista, peito, perna e retal.
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Tabela 1 – Composição dos principais ingredientes utilizados na formulação das
rações experimentais (com base na matéria natural)
Nutriente Milho Farelo de Soja
Farinha do Mesocarpo de Babaçu
Energia bruta (kcal/kg) 40691 41331 37771
Energia metabolizável (kcal/kg) 33813 22543 20272 Proteína bruta (%) 7,921 51,571 3,641
Cálcio (%) 0,033 0,243 0,161 Fósforo disponível (%) 0,063 0,223 0,021,4 Lisina digestível (%) 0,203 2,573 ----- Metionina digestível (%) 0,163 0,553 ----- Treonina digestível (%) 0,293 1,573 ----- Sódio (%) 0,023 0,023 ----- Potássio (%) 0,293 1,833 ----- Cloro (%) 0,063 0,053 ----- Fibra bruta (%) 1,8061 6,491 25,91 FDN (%) 11,933 19,141 45,611 FDA (%) 3,383 7,521 29,951
1Análises realizadas no Laboratório de Nutrição Animal da Escola de Medicina Veterinária e
Zootecnia da Universidade Federal do Tocantins. 2Santos Neta (2010).
3Rostagno et al. (2011).
4Valores estimados considerando 33% de disponibilidade (Fósforo total = 0,066%)
Para obtenção do GP, as aves foram pesadas no início e no final do período
experimental. O CR foi calculado considerando a quantidade de ração fornecida e as
sobras nos comedouros, e a CA pela razão entre o CR e o GP das aves.
Para registrar a IH2O, utilizou-se uma proveta graduada com capacidade
para 1L. Diariamente às 08:00 e 16:00 horas, foi registrado o consumo de água de
cada unidade experimental. Antes de ser descartada, a água presente no bebedouro
era recolhida; os resíduos de ração e excretas separados utilizando-se peneira de
0,05 mesh. Um bebedouro adicional foi colocado dentro do galpão para estimar as
perdas de água por evaporação. Ao final da fase, a ingestão de água foi
determinada pela soma dos volumes fornecidos, descontando-se as perdas por
evaporação.
Do 17º ao 20º dia experimental, foram realizadas coletas totais de excretas,
conforme descrito por Sakomura e Rostagno (2007), visando os cálculos dos
coeficientes de metabolizabilidade aparente da matéria seca (CMMS), da proteína
bruta (CMPB) e da energia bruta (CMEB) das rações experimentais.
Bandejas revestidas por lona plástica foram dispostas sob as gaiolas
experimentais, viabilizando as coletas de excretas, que foram realizadas duas vezes
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ao dia, às 08h00min e às 16h00min. Uma vez coletadas, as excretas foram
acondicionadas em sacos plásticos, identificadas por repetição e congeladas. Ao
final do experimento, as excretas de cada unidade experimental foram
descongeladas em temperatura ambiente e homogeneizadas. Do total de excretas
de cada unidade experimental foi retirada uma alíquota de 400g e em seguida
acondicionada em estufa de ventilação forçada a 55º C, por 72 horas, com o objetivo
de promover a pré-secagem e determinar o peso da amostra seca ao ar. Em
seguida, as amostras das rações experimentais e das excretas foram encaminhadas
ao laboratório de Ciência Animal Tropical da Universidade Federal do Tocantins,
para determinação da matéria seca (MS), proteína bruta (PB) e da energia bruta
(EB) de acordo com Silva e Queiroz (2002).
Para os cálculos dos coeficientes de metabolizabilidade aparente (CMA) dos
nutrientes das rações (CMMS, CMPB e CMEB), foi utilizada a equação descrita por
Sakomura e Rostagno (2007):
Em que Nut ing = ingestão de MS, PB ou EB; Nut exc = excreção de MS,
PB ou EB.
Aos 21 dias de idade, duas aves de cada parcela, com peso corporal
próximo ao médio da parcela (± 5%), foram submetidas a jejum alimentar de 12
horas e abatidas por deslocamento cervical. Em seguida, foram submetidas aos
procedimentos de sangria, escaldagem, depenagem e evisceração. As vísceras
comestíveis (moela, coração e fígado), órgãos linfoides (bursa e baço) e o intestino
delgado foram coletados durante a evisceração, limpos, secos em papel toalha e
pesados separadamente em balança de precisão. Da moela, foi removida toda a
gordura aderida, seu conteúdo e a membrana coilina. Além do peso, foi mensurado
o comprimento (cm) do intestino delgado do início do duodeno até a junção
ileocecal.
O peso relativo da carcaça depenada e eviscerada foi calculado em relação
ao peso das aves em jejum. Os pesos relativos das vísceras comestíveis, órgãos
linfoides e intestino delgado foram obtidos em relação à carcaça depenada e
eviscerada.
CMA (%) = (Nut ing – Nut exc) × 100 Nut ing
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Tabela 2 - Composição das rações experimentais contendo níveis crescentes de substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu para frangos de corte de 1 a 21 dias de idade
Ingredientes
Níveis de substituição do milho pela Farinha do Mesocarpo de Babaçu (%)
0 10 20 30
Milho 55,038 49,534 44,030 38,527 Farelo de Soja (45%) 35,582 35,582 35,582 35,582 Farinha mesocarpo babaçu 0,000 5,504 11,008 16,511 Fosfato bicálcico 1,607 1,625 1,642 1,659 Óleo de soja 0,716 2,135 3,554 4,973 Calcário 0,888 0,859 0,830 0,800 Sal comum 0,439 0,443 0,447 0,451 DL-Metionina 0,324 0,342 0,361 0,379 L-Lisina HCl 0,297 0,312 0,326 0,341 L-Treonina 0,109 0,125 0,142 0,159 Suplemento mineral ¹ 0,250 0,250 0,250 0,250 Suplemento vitamínico ¹ 0,250 0,250 0,250 0,250 Amido 4,500 3,040 1,580 0,119
Total 100,000 100,000 100,000 100,000
Composição nutricional calculada
EM (kcal/kg) 2950 2950 2950 2950 Proteína bruta (%) 22,7 22,5 22,2 22,00 Cálcio (%) 0,870 0,870 0,870 0,870 Fósforo Disponível (%) 0,409 0,409 0,409 0,409 Lisina Digestível (%) 1,258 1,258 1,258 1,258 Metionina+cistinaDigestível (%) 0,896 0,896 0,896 0896 Metionina Digestível (%) 0,616 0,625 0,635 0,644 Treonina Digestível (%) 0,825 0,825 0,825 0,825 Sódio (%) 0,215 0,215 0,215 0,215 Potássio (%) 0,819 0,803 0,787 0,770 Fibra bruta (%) 3,303 4,633 5,963 7,293 Fibra em detergente neutro (%) 13,378 15,231 17,085 18,939 Fibra em detergente ácido (%) 4,536 5,998 7,461 8,923
1Composição/tonelada: Ácido Fólico 120,00 mg, Cobalto 179,00 mg, Cobre 2.688,00 mg, Colina
108,00 g, Ferro 11,00 g, Iodo 537,00 mg, Lincomicina 800,00 mg, Manganês 31,00 g, Matéria mineral 350,00 g, Niacina 6.000,00 mg, Pantotenato de Cálcio 1.920,00 mg, Salinomicina 12,00 g, Selênio 54,00 mg, Umidade 80.00 g, Vitamina A 1.500.000,00 UI, Vitamina B1 300,00 mg, Vitamina B12 2.800,00 mg, Vitamina B2 960,00 mg, Vitamina B6 450,00 mg, Vitamina D3 300.000,00 UI, Vitamina E 3.000,00 UI, Vitamina H 20,00 mg, Vitamina K 480,00 mg, Zinco 22,00 g.
As determinações das temperaturas retais e de superfície (crista, peito e
perna) dos animais foram feitas em intervalos de cinco dias, às 09h00min, onde três
animais de cada parcela foram amostrados aleatoriamente. A temperatura retal foi
medida por meio de termômetro clínico Tech Line® e as de superfície por meio de
40
termômetro de infravermelho Rayger ST6®, com mira laser a 15 cm de distância da
superfície do animal.
Os dados das variáveis avaliadas foram submetidos aos testes de
Normalidade (Cramer Von Mises) e Homocedasticidade (Levene). Satisfeitas essas
pressuposições, as variáveis foram submetidas à análise de variância segundo o
modelo estatístico:
Yij = μ + NSi + eij; com i = 1, 2, 3, 4; j = 1, 2, 3, 4, 5.
Em que Yij = valor observado para a variável de interesse nas aves da j-
ésima repetição recebendo o i-ésimo nível de substituição do milho pela farinha do
mesocarpo de babaçu; μ = efeito da média geral; NSi = efeito do i-ésimo nível de
substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu, e ij = erro experimental.
As variáveis cujos efeitos da substituição do milho pela farinha do
mesocarpo de babaçu foram detectados pela análise de variância (P ≤ 0,05), foram
submetidas a análises de regressão utilizando-se modelos polinomiais de primeira
ou segunda ordem, considerando o nível de substituição do milho pela farinha do
mesocarpo de babaçu como variável independente. Para verificar o ajuste das
equações foi considerada a significância do teste “F” para os modelos, a
significância do teste “t” para os parâmetros (β0, β1 e β2) dos modelos e o
coeficientes de determinação (R2 = SQ modelo/ SQ tratamento).
As médias dos tratamentos foram comparadas pelo teste Student Newman
Keuls (SNK) considerando um nível de significância igual ou inferior a 5%. As
análises estatísticas foram realizadas com o auxílio do Software SAS 9.0 (2002).
Para os cálculos dos custos com alimentação, considerou-se que os animais
utilizados durante todo período experimental foram criados sob as mesmas
condições (instalações, mão de obra, equipamentos, entre outros), diferindo apenas
quanto às dietas fornecidas. Desta forma, apenas o valor das despesas com
alimentação dos frangos foi considerado para quantificar a diferença de custos entre
os tratamentos (CASTRO, 2007).
Para comparar a eficiência econômica entre as rações experimentais
determinou-se o custo com alimentação por kg de frango produzido como segue:
CGPi = (QRi x PRi) / GPi; com i = 1, 2, 3, 4.
41
Em que CGPi = custo com alimentação por kg de ganho de peso (R$/kg)
produzido com a utilização do i-ésimo nível de substituição do milho pela farinha do
mesocarpo do babaçu, QRi = quantidade de ração (kg) consumida no i-ésimo nível
de substituição do milho pela farinha do mesocarpo do babaçu, PRi = preço da ração
(R$/kg) contendo o i-ésimo nível de substituição do milho pela farinha do mesocarpo
do babaçu e GPi = ganho de peso (kg) das aves que receberam o i-ésimo nível de
substituição do milho pela farinha do mesocarpo do babaçu.
A margem bruta por kg de frango, para cada nível de substituição do milho
pela farinha do mesocarpo de babaçu nas rações, foi calculada pela expressão:
MBi = PVF – CGPi;
Em que MBi = margem bruta por kg de frango (R$) obtida com a utilização
do i-ésimo nível de substituição do milho pela farinha do mesocarpo do babaçu; PVF
= preço de venda do frango vivo (R$/kg) e CGP = custo com alimentação por kg de
ganho de peso (R$/kg) produzido com a utilização do i-ésimo nível de substituição
do milho pela farinha do mesocarpo do babaçu.
42
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
As temperaturas mínima, média e máxima no interior das instalações
durante o período experimental foram de 20,5 - 25,6 - 31,7; respectivamente, e a
umidade relativa do ar de 55 – 61 %.
As temperaturas registradas durante o período experimental estão de acordo
às recomendações para a linhagem de frango de corte comercial utilizada, as quais
preconizam que a temperatura ambiente deve está, no primeiro dia, em torno de
33ºC, reduzindo gradativamente até atingir 26ºC correspondendo a 3ª semana de
vida das aves. Assim, em pintos de 1 a 7 dias de vida, a zona de conforto está entre
32 a 33°C, caindo para 24 a 26°C na idade de 21 dias, considerando a umidade do
ar entre 50 e 60%. (COBB, 2009; OLIVEIRA et al., 2006).
Observou-se que a substituição do milho pela farinha do mesocarpo de
babaçu (FMB) influenciou negativamente (P<0,05) o ganho de peso (GP), a
conversão alimentar (CA) e o peso das aves aos 21 dias (P21d), não havendo
influência (P>0,05) sobre o consumo de ração (CR) e a ingestão de água (IH2O)
(Tabela 3).
Tabela 3 - Valores médios de consumo de ração (CR), ganho de peso (GP), conversão alimentar (CA), ingestão de água (IH2O) e peso aos 21 (P21d) dias de frangos de corte, de acordo com o nível de substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu
Variáveis
Níveis de substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu (%) CV1 P>F2
0 10 20 30
CR (g) 1073,20 1061,00 1054,48 1041,26 3,39 0,5721
GP (g)4 713,12a 710,44a 653,61b 644,28b 3,96 0,0009
CA (g/g)4 1,507b 1,494b 1,648a 1,617a 4,27 0,0039
IH2O(mL) 1976,00 1967,40 1889,82 1892,30 5,40 0,4181
P21d (g)4 751,32a 748,64a 693,51b 682,48b 3,72 0,0010 1 Coeficiente de variação (%).
2 Significância do Teste “F” da análise de variância.
³ Médias seguidas de letras iguais na mesma linha não diferem pelo Teste “SNK” (P>0,05). 4 Efeito linear.
A energia é um dos fatores limitantes de consumo, e as aves regulam o
consumo de ração primeiramente para atender as suas exigências de energia
(LEESON; CASTON; SUMMERS, 1996; LEESON; SUMMERS, 2001; MENDES et
43
al., 2004). As rações experimentais foram formuladas para serem isoenergéticas
(2950 kcal/kg) com o propósito de atender as exigências de EM (kcal/kg) das aves,
independentemente do nível de substituição do milho pela FMB, o que pode justificar
a ausência de efeitos sobre o CR das aves.
O GP das aves reduziu com o aumento do nível de substituição do milho
pela FMB de acordo com a equação: GP (g) = 719,86 - 2,633 NS (P=0,0002; r2 =
0,87), em que NS = nível de substituição milho pela FMB (%) (Figura 1).
As fibras, principais constituintes da parede celular dos alimentos de origem
vegetal, não podem ser digeridas pelas aves, devido à natureza de suas ligações,
sendo resistentes à hidrólise no trato digestivo. A dificuldade na digestão da fibra,
além de reduzir a energia do alimento, pode prejudicar a utilização de outros
nutrientes (BRITO et al., 2008; TAVERNARI et al., 2008). Com base nisso, o
aumento nos níveis de fibra das rações experimentais, resultante dos níveis
crescentes de substituição do milho pela FMB, pode ter influenciado na piora do GP
das aves.
Figura 1 – Efeito dos níveis de substituição (NS) do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu (%) sobre o ganho de peso (GP) de frangos de corte de 1 a 21 dias de idade
A ausência de efeito sobre o CR, associada à redução no GP, resultou em
piora da CA de acordo com a equação: CA (g/g) = 1,494 + 0,00483 NS (P=0,0051; r2
= 0,65) (Figura 2). Resultados semelhantes foram encontrados por Cruz (2012), que
a
a
b
b
GP (g) = 719,86 -2,6333 NS (r2= 0,87; P=0,0002)
630,00
650,00
670,00
690,00
710,00
730,00
0 10 20 30
Gan
ho
de p
eso
(g
)
Niveis de substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu (%)
44
observou piora no GP e na CA de frangos de corte Cobb 500® de 8 a 21 dias de
idade, alimentados com rações contendo níveis crescentes de FMB.
Figura 2 – Efeito dos níveis de substituição (NS) do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu (%) sobre a conversão alimentar (CA) de frangos de corte de 1 a 21 dias de idade.
Da mesma forma que o GP, o P21d reduziu com o aumento do nível de
substituição do milho pela FMB de acordo com a equação: P21d (g) = 758,35 - 2,616
NS (P=0,0002; r2 = 0,88) (Figura 3).
Figura 3 – Efeito dos níveis de substituição (NS) do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu (%) sobre o peso final (P21d) de frangos de corte de 1 a 21 dias de idade.
b b
a
a
CA (g/g) = 1,49 + 0,005 NS (r2 = 0,65; P= 0,0051)
1,455
1,505
1,555
1,605
1,655
1,705
0 10 20 30
Co
nvers
ão
ali
men
tar
(g/g
)
Niveis de substiuição do milho pela farinha do mesocarpo do babaçu (%)
a
b
b
a
P21d = 758,23 - 2,6163 NS (r2 = 0,88; P =0,0002)
665,00
680,00
695,00
710,00
725,00
740,00
755,00
770,00
0 10 20 30
Peso
fin
al (g
)
Niveis de substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu (%)
45
Os níveis de substituição do milho pela FMB não afetaram (P>0,05) os
pesos relativos da carcaça, bursa, baço, coração, moela e fígado, nem o peso
relativo ou comprimento do intestino delgado (Tabela 4). Resultados divergentes
foram obtidos por Cruz (2012), que observou redução do peso relativo da carcaça de
frangos de corte de 8 a 21 dias de idade, alimentados com rações contendo níveis
crescentes de FMB.
Tabela 4 - Pesos relativos da carcaça, bursa, baço, vísceras comestíveis (coração, moela e fígado) e intestino delgado e comprimento do intestino delgado (cm) de frangos de corte de 1 a 21 dias
Variáveis
Níveis de substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu (%) CV1 P>F2
0 10 20 30
Carcaça (%) 79,20 79,10 78,75 78,02 1,57 0,2171
Bursa (%) 0,32 0,32 0,38 0,35 10,86 0,0666
Baço (%) 0,11 0,09 0,11 0,11 20,53 0,5193
Coração (%) 0,73 0,73 0,70 0,77 7,09 0,2250
Moela (%) 2,42 2,58 2,80 2,82 10,94 0,1421
Fígado (%) 3,10 3,05 3,01 3,24 7,03 0,3850
Intestino delgado (%) 4,72 4,40 5,11 5,45 12,25 0,0687
Intestino Delgado (m) 1,36 1,26 1,32 1,31 5,18 0,1664 1 Coeficiente de variação (%).
2 Significância do Teste “F” da análise de variância.
Há de se considerar que a FMB possui algumas propriedades anti-
inflamatórias, antipiréticas e analgésicas e tem o uso popular nos tratamentos de
ulceras gástricas e duodenais, tumores, leucemia, obesidade, doenças crônicas,
inflamações diversas, dentre outras (SANTOS, 2011; SOUSA, 2008). Existem
relatos que a FMB possui substâncias capazes de induzir respostas autoimunes.
Diversos autores (AMORIM et al., 2006; BALDEZ et al., 2006; BATISTA et al., 2006;
BRITO FILHO et al., 2006; FERREIRA et al., 2006 e MARTINS et al., 2006)
avaliaram os efeitos analgésicos e anti-inflamatórios do extrato aquoso do
mesocarpo do babaçu em ratos e obtiveram resultados comprovando que a FMB
possui essas propriedades.
Os níveis de nutrientes dietéticos ótimos para crescimento, ganho de peso e
conversão alimentar podem não ser suficientes para garantir uma resposta imune
adequada das aves quando submetidas a desafios imunológicos (KIDD, 2004;
LUCHESI, 2012). O manejo incorreto das aves promove a liberação de altas cargas
de corticosterona, podendo ocasionar a involução dos tecidos linfoides (timo, bursa
46
de Fabrícius e baço) e a supressão da imunidade humoral e celular (MACARI,
2002).
Neste estudo foi realizada a pesagem de órgãos linfoides (bursa e baço) a
fim de verificar qualquer alteração que pudesse afetar negativamente o desempenho
produtivo e o metabolismo, desencadeando reações inflamatórias e alterando
órgãos linfoides dessas aves.
Entretanto, verificou-se que não houve efeito (P> 0,05) da substituição do
milho pela FMB nas dietas sobre o peso de bursa e baço, descartando a hipótese
que as aves pudessem ter sofrido algum desafio, que desencadeasse uma resposta
imune, ocasionado pela inclusão da FMB nas rações (Tabela 4).
Diversos autores (GONZÁLEZ-ALVARADO et al., 2007; GONZÁLEZ-
ALVARADO et al., 2008; JIMÉNEZ-MORENO et al., 2009; JIMÉNEZ-MORENO et
al., 2010; SACRANIE et al., 2012) confirmaram em seus estudos que a presença de
altos níveis de fibras nas dietas estimularam os desenvolvimentos dos órgãos
digestivos, resultando no maior peso da moela e alguns segmentos do intestino
delgado.
No presente estudo, as rações experimentais apresentaram níveis de FB,
FDN e FDA variando de 3,3 a 7,3%; 13,4 a 18,9% e 4,5 a 8,9%, respectivamente.
Diante disso, esperava-se que houvesse alterações no peso dos órgãos digestivos.
Entretanto, essa hipótese não foi confirmada tendo em vista a ausência de efeitos
sobre os órgãos digestivos.
Os níveis de substituição do milho pela FMB não afetaram (P>0,05) as
temperaturas de crista, peito, perna e retal (Tabela 5).
Tabela 5 - Valores médios de temperatura de crista (ºC), peito (ºC), perna (ºC) e retal (ºC) de frangos de corte alimentados com níveis crescentes de farinha de mesocarpo de babaçu
Variáveis
Níveis de substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu (%) CV1 P>F2
0 10 20 30
Temperatura de crista (ºC) 35,65 35,59 35,88 35,93 0,96 0,3494
Temperatura de peito (ºC) 37,92 37,91 37,80 37,76 0,84 0,8096
Temperatura de perna (ºC) 31,79 32,27 31,58 31,72 3,14 0,7225
Temperatura retal (ºC) 39,72 39,77 39,79 39,70 0,37 0,7542
1 Coeficiente de variação (%).
2 Significância do Teste “F” da análise de variância.
47
Incremento calórico (IC) é a produção de calor resultante dos processos de
digestão, absorção, fermentação e metabolismo dos nutrientes. O consumo de
determinado alimento pelo animal gera o IC que representa em torno de 15% de
toda energia ingerida. O aumento do consumo de nutrientes gera maior IC e
determinados nutrientes como proteína e fibras, em concentrações elevadas nas
rações, resultam em maiores IC (FIALHO; OST; OLIVEIRA, 2001; STAHLY;
CROMWELL; OVERFIEL, 1981).
Assim, esperava-se que os níveis crescentes de substituição do milho pela
FMB nas rações experimentais pudessem influenciar a produção de calor pelas aves
e consequentemente aumentar as temperaturas de crista, peito, perna e/ou retal.
Contudo, essa resposta não foi confirmada, tendo em vista a ausência de efeito (P>
0,05) dos níveis de substituição do milho pela FMB sobre a temperatura das aves
(Tabela 6).
Os coeficientes de metabolização aparente da matéria seca (CMMS) e da
energia bruta (CMEB) das rações balanceadas foram afetados (P<0,05) pela
substituição do milho pela FMB, não havendo efeito (P>0,05) sobre o coeficiente de
metabolização aparente da proteína bruta (CMPB) (Tabela 6).
Tabela 6 - Coeficientes de metabolização aparente da matéria seca (CMMS), proteína bruta (CMPB) e da energia bruta (CMEB) das rações experimentais
Variáveis Níveis de substituição do milho pela farinha do
mesocarpo de babaçu (%) CV1 P>F2
0 10 20 30 CMMS (%)3 77,09a 74,48b 72,51b 69,86c 2,35 0,0001
CMPB (%) 70,43 71,55 71,67 73,16 2,58 0,1824
CMEB (%)3 78,20a 76,22ab 74,02bc 72,36c 2,47 0,0001 1 Coeficiente de variação (%).
2 Significância do Teste “F” da análise de variância.
3 Efeito linear.
O CMMS (%) das rações reduziu com o aumento do nível de substituição do
milho pela FMB de acordo com a equação: CMMS (%) = 77, 03 – 0,2367 NS (P=
0,0001; r2 = 0,99), em que NS = nível de substituição milho pela FMB (%) (Figura 4).
48
Figura 4 – Efeito dos níveis de substituição (NS) do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu (%) sobre o coeficiente de metabolização da matéria seca (CMMS) de frangos de corte de 1 a 21 dias de idade.
De forma semelhante ao CMMS, o CMEB (%) das rações reduziu com o
aumento do nível de substituição do milho pela FMB de acordo com a equação:
CMEB (%) = 78,16 – 0,1974 NS (P = 0,0001; r2 = 0,99), (Figura 5).
Figura 5 – Efeito dos níveis de substituição (NS) do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu (%) sobre o coeficiente de metabolização da energia bruta (CMEB) de frangos de corte de 1 a 21 dias de idade.
b
b
a
b
CMMS (%) = 77,034 - 0,2367 NS (r2 = 0,99; P < .0001)
68,00
69,00
70,00
71,00
72,00
73,00
74,00
75,00
76,00
77,00
78,00
0 10 20 30
Co
efi
cie
nte
de m
eta
bo
lização
d
a m
ate
ria s
eca (
%)
Niveis de subsituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu (%)
a
ab
ab
c
CMEB (%) = 78,161 - 0,1974 NS ( r2 = 0,99; P<.0001)
71,00
72,00
73,00
74,00
75,00
76,00
77,00
78,00
79,00
80,00
0 10 20 30
Co
efi
cie
nte
de m
eta
bo
lização
d
a e
nerg
ia b
ruta
(%
)
Niveis de substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu
49
Cavalcante Neto (2012) realizou análises laboratoriais detalhadas na fração
fibrosa da FMB, detectando valores de 12,85% de fibra solúvel e de 3,09% de fibra
insolúvel, classificando este ingrediente como uma fonte de fibras, principalmente
solúveis.
Sabe-se que as fibras solúveis, são capazes de se ligarem a grandes
quantidades de água, aumentando dessa forma a viscosidade do conteúdo
gastrointestinal, tornando os nutrientes menos disponíveis para a digestão (IAL,
2008), resultando no menor aproveitamento dos nutrientes.
A redução do CMMS e do CMEB pode ter sido consequência dos níveis
crescentes fibras das rações experimentais (Tabela 2), o que resultou na piora do
GP, CA e P21d das aves, com o aumento do nível de substituição do milho pela
FMB.
De acordo com Sampaio (2010), apesar da natureza quantitativa dos
tratamentos sugerir o estudo de modelos de regressão, este procedimento, por si só,
não substitui a comparação das médias. Apesar do GP, da CA e do P21d terem
reduzido de maneira linear (Figuras 1, 2 e 3) com o aumento dos níveis de
substituição do milho pela FMB, comparando-se as médias pelo teste SNK,
observou-se que a ração contendo 10% de substituição proporcionou desempenho
semelhante à dieta padrão (sem FMB) e superior às rações contendo 20 e 30% de
substituição (Tabela 3).
A utilização de até 10% de substituição do milho pela FMB é tecnicamente
viável em rações balanceadas para frangos de corte de 1 a 21 dias, quando as
exigências nutricionais das aves são satisfeitas.
Considerando os preços dos insumos utilizados nas rações experimentais,
observou-se que a substituição do milho pela FMB nas dietas promoveu redução
linear no custo das rações experimentais. O menor custo com ração por kg de GP foi
obtido com a dieta contendo 10% de substituição do milho pela FMB, o que resultou
na maior margem bruta em relação à alimentação (Tabela 7).
50
Tabela 7 – Custo da alimentação (R$/kg), custo com ração por kg de ganho de peso (R$/kg), margem bruta em relação à alimentação (R$/kg) de frangos de corte de 1 a 21 dias
Variáveis
Níveis de substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu (%)
0 10 20 30
Ganho de Peso (g) 713,12 710,44 653,61 644,28
Custo da alimentação1 (R$/kg) 1,091 1,071 1,051 1,031
Custo com ração por kg de GP (R$/kg) 1,641 1,599 1,695 1,666
Margem bruta2 (R$/kg) 1,209 1,251 1,155 1,184 1
Considerando os seguintes preços utilizados em março de 2012: milho = R$0,59/kg; Farelo de soja = R$ 1,30/kg; Farinha do mesocarpo de babaçu = R$ 0,22/kg; Amido (Maizena) = R$ 2,70 Fosfato bicálcico = R$ 2,77/kg; Óleo de soja = R$ 2,49/kg; Calcário = R$ 0,43/kg; Sal = 0,80/kg; DL-metionina = R$ 11,87/kg; L-lisina HCl = R$ 6,67/kg; L-treonina = R$ 6,76/kg; Suplemento mineral e vitamínico = R$ 9,00/kg. 2 Considerando o preço do frango vivo pago em 03/04/2012 de R$ 2,85/kg pela empresa Asa Norte Alimentos.
De modo geral, os resultados do presente estudo evidenciaram que a
substituição de 10% do milho pela FMB, em dietas de frangos de corte de 1 a 21
dias de idade, é técnica e economicamente viável, pois esta substituição resultou em
desempenho semelhante à dieta padrão (sem FMB), menor custo com ração por kg
de GP e maior margem bruta em relação à alimentação.
Considerando que a FMB apresenta valores nutricionais inferiores aos do
milho, enfatiza-se que a substituição de 10% do milho pela FMB deve ser realizada
com a concomitante suplementação de aminoácidos sintéticos (L-lisina HCl, DL-
metionina e L-treonina) e óleo vegetal, de modo que as exigências nutricionais das
aves sejam satisfeitas. A utilização da FMB em substituição a 10% do milho em
rações de frangos de corte de 1 a 21 dias estará condicionada aos preços destes
insumos.
51
4 CONCLUSÃO
A substituição de 10% do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu
mostrou-se técnica e economicamente viável em rações balanceadas para frangos
de corte machos de 1 a 21 dias de idade.
52
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CAPÍTULO III
Substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu em rações balanceadas para frangos de corte de 22 a 42 dias de idade
RESUMO
Objetivou-se avaliar o ganho de peso (GP), consumo de ração (CR), conversão alimentar (CA), peso aos 42 dias (P42d), rendimento de carcaça (RC) e de cortes nobres (peito, coxa e sobrecoxa), biometria dos órgãos (coração, fígado, moela e intestino delgado) e o custo da alimentação de dietas contendo farinha do mesocarpo de babaçu (FMB) em substituição ao milho (0 %, 10%, 20% e 30%) para frangos de corte Cobb, distribuídos em delineamento experimental inteiramente casualizado, com quatro tratamentos e cinco repetições, composta por quatro aves por unidade experimental. Aos 42 dias de idade, as aves foram pesadas, para obtenção do consumo de ração, ganho peso e conversão alimentar. Duas aves de cada repetição foram abatidas, para obtenção dos rendimentos de carcaça, cortes nobres e biometria dos órgãos. Observou-se que a substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu (FMB) influenciou negativamente (P<0,05) o ganho de peso (GP), a conversão alimentar (CA) e o peso das aves aos 42 dias (P42d). O GP e o P42d reduziram com a substituição do milho pela FMB e a CA teve um comportamento quadrático. Apesar do GP, da CA e do P42d terem reduzido com o aumento da substituição do milho pela FMB, comparando-se as médias pelo teste SKN, observou-se que a ração contendo 20% de substituição proporcionou GP, CA, e P42d semelhantes à dieta padrão (sem FMB), o que justifica sua utilização do ponto de vista técnico. Conclui-se que a substituição de 20% do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu mostrou-se técnica e economicamente viável em rações de frangos de corte machos de 22 a 42 dias de idade. Contudo enfatiza-se que a utilização prática estará condicionada aos preços dos insumos das rações. Palavras chave: cortes nobres, desempenho, rendimento de carcaça
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Replacement of corn by babassu mesocarp flour in balanced rations for broilers in the 22 to 42 days
ABSTRACT
Aimed to evaluate the weight gain (WG), feed intake (FI), feed conversion (FC), weight at 42 days (P42d), carcass yield (RC) and noble cuts (breast, thigh and drumstick), biometrics of the organs ( heart, liver, gizzard and small intestine) and the cost of feeding diets containing babassu mesocarp flour (BMF) replacing corn (0%, 10%, 20% and 30%) in rations for broilers Cobb distributed in a completely randomized design with four treatments and five replicates, consisting of four birds per experimental unit. At 42 days of age, the birds were weighted to obtain the weight gain, feed intake and feed conversion. Two birds per replicate were slaughtered to obtain the yield carcass, noble cuts weight and biometry of organs. It was observed that the replacement of corn by the FMB negatively affected (P <0.05) the WG, FC and P42d. The GP and P42d decreased with the corn substitution by FMB and CA had a quadratic behavior. Despite the WG, FC and P42d reduced with replacement of corn by FMB, comparing the averages by SKN testing, were found that a diet containing 20% replacement gave WG, FC, and P42d similar to standard diet (without FMB), which justifies its use of the technical point of view. It was concluded that the replacement of 20% corn by BMF flour showed technically and economically feasible in broiler males diets of 22 to 42 days old. However, it emphasizes that the practical use will be conditioned to the prices of feed inputs. Keywords: noble cuts, performance, carcass yield
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1 INTRODUÇÃO
A cadeia produtiva de frango de corte tem apresentado um crescimento
significante no Brasil, proporcionada por evoluções técnicas, constantes
adensamentos e diversificação no consumo, adquirindo consumidores externos e
suplantando os fornecedores de carne de frango de outros países (JUNIOR et al.,
2007).
O milho e o farelo de soja, os principais ingredientes que compõem as
rações avícolas, quando utilizada podem ser responsáveis por aproximadamente
65% dos custos de produção. Em épocas de entressafra de grãos, esse valor atinge
cifras entre 70 e 75%. Com a elevação constante nos preços desses ingredientes
para rações de frangos de corte, tem-se observado crescente interesse por
alimentos alternativos (MAPA, 2011).
Entre as espécies de palmeiras utilizadas na indústria extrativista brasileira
está o babaçu, com uma área cultivada de aproximadamente 13 a 18 milhões de
hectares, distribuídos nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil, onde o
estado do Maranhão é responsável por 90% da produção nacional do babaçu,
seguidos do Piauí e Tocantins (MMA, 2009; DESER, 2007).
Nesse contexto, o babaçu pode gerar coprodutos com potencial utilização na
alimentação animal, tal como a farinha do mesocarpo do babaçu. Proveniente do
mesocarpo, porção amilácea do fruto, a farinha possui em media 52% de amido
(PAVLAK et al., 2007), alto valor energético, baixo teor proteico e elevado teor
fibroso, 3,689 kcal/kg de energia bruta, 3,06% e 37,33%, respectivamente (CRUZ,
2012). E ainda possui propriedades terapêuticas anti-inflamatórias, analgésicas e
ausência de toxicidade (AMORIM et al., 2006; BALDEZ et al., 2006;
BARROQUEIRO et al., 2011; BATISTA et. al., 2006; BRITO FILHO et. al., 2006;
FERREIRA et. al., 2006 e MARTINS et. al., 2006; SANTOS et al., 2012).
A farinha do mesocarpo de babaçu apresenta características químicas e
nutricionais particulares, diferindo-se tanto dos alimentos volumosos, pela sua
granulometria fina, quanto de alimentos concentrados como o milho, pelo menor
valor nutricional (MIOTTO, 2011), havendo a necessidade de pesquisas que
confirmem suas potencialidades para o bom desempenho das aves.
O uso do milho, como ingrediente da ração animal, representa
aproximadamente 70% do consumo desse cereal no mundo. A ração de frangos de
61
corte tem como mistura básica, o milho e farelo de soja, numa proporção de três
para um, além de alguns outros componentes. Os preços elevados do milho
encarecem a produção, afetando o valor agregado do produto final (BORDIN,
BERGWEITER, 2012).
A proposta do presente trabalho é desenvolver uma estratégia que diminua a
dependência do uso de milho nas rações das aves e concomitantemente reduzir os
custos com alimentação de frangos de corte.
Objetivou-se avaliar os níveis de substituição do milho pela farinha do
mesocarpo de babaçu (0%, 10%, 20% e 30%) em rações balanceadas para frangos
de corte no período de 22 a 42 dias de idade.
62
2 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no Setor de Avicultura da Escola de Medicina
Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal do Tocantins, localizado em
Araguaína – TO, no período de abril a maio de 2012.
Foram utilizados 80 pintos de corte machos, da linhagem Cobb 500®, que
foram criados em galpão experimental de alvenaria, coberto com palha de babaçu,
piso de concreto, contendo gaiolas de 0,5 x 0,5 x 0,5 m, com comedouros e
bebedouros tipo calha. O abastecimento dos comedouros e a limpeza dos
bebedouros foram realizados duas vezes por dia, visando garantir o livre acesso à
água e as rações durante todo o período experimental. O trabalho foi realizado
seguindo as normas do Comitê de Ética da Universidade Federal do Tocantins
aprovado sob o número 23101. 001308/2013-62.
As condições ambientais no interior das instalações, durante o período
experimental, foram monitoradas e registradas diariamente utilizando-se
termômetros de bulbo seco, bulbo úmido e de máxima/mínima, colocados a altura
intermediária das gaiolas, possibilitando os cálculos das temperaturas média,
máxima, mínima e da umidade relativa do ar.
As aves foram alimentadas com ração formulada para atender as exigências
nutricionais de acordo Rostagno et al. (2011), até o 21º dia de vida. No 22º dia, as
aves com peso médio de 776 g, foram distribuídas em delineamento experimental
inteiramente casualizado (DIC), com quatro tratamentos (0, 10, 20 e 30% de
substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu) e cinco repetições de
quatro aves.
As rações experimentais foram calculadas considerando a composição
química dos ingredientes (Tabela 1) e as exigências nutricionais das aves de acordo
com as recomendações de Rostagno et al. (2011) (Tabela 2).
As variáveis avaliadas foram consumo de ração (CR), ganho de peso (GP),
conversão alimentar (CA), peso final (PF), biometria dos órgãos (coração, fígado,
moela e intestino delgado), rendimento de carcaça (RC), rendimentos de cortes
nobres (coxa, sobrecoxa e peito), temperaturas de crista, peito, perna e retal.
63
Tabela 1 – Composição dos principais ingredientes utilizados na formulação das rações experimentais (com base na matéria natural)
Nutriente Milho Farelo de Soja
Farinha do Mesocarpo de
Babaçu
Energia bruta (kcal/kg) 40691 41331 37771
Energia metabolizável (kcal/kg) 33813 22543 20272 Proteína bruta (%) 7,921 51,571 3,641
Cálcio (%) 0,033 0,243 0,161 Fósforo disponível (%) 0,063 0,223 0,021,4 Lisina digestível (%) 0,203 2,573 ----- Metionina digestível (%) 0,163 0,553 ----- Treonina digestível (%) 0,293 1,573 ----- Sódio (%) 0,023 0,023 ----- Potássio (%) 0,293 1,833 ----- Cloro (%) 0,063 0,053 ----- Fibra bruta (%) 1,8061 6,491 25,91 FDN (%) 11,933 19,141 45,611 FDA (%) 3,383 7,521 29,951
1Análises realizadas no Laboratório de Nutrição Animal da Escola de Medicina Veterinária e
Zootecnia da Universidade Federal do Tocantins. 2Santos Neta (2010).
3Rostagno et al. (2011).
4Valores estimados considerando 33% de disponibilidade (Fósforo total = 0,066%)
As aves foram pesadas no início e no final do período experimental para
determinação do GP. O CR foi calculado considerando a quantidade de ração
fornecida e as sobras nos comedouros. A CA pela razão entre o CR e o GP das
aves.
Aos 42 dias de idade duas aves de cada parcela, com peso corporal próximo
ao da média da parcela (± 5%), foram submetidas a jejum alimentar de 12 horas e
abatidas por deslocamento cervical. Em seguida, foram submetidas aos
procedimentos de sangria, escaldagem, depenagem e evisceração, para avaliação
dos pesos relativos (%) de carcaça (com pés, pescoço e cabeça) e dos cortes
nobres (coxa, sobrecoxa e peito).
As vísceras comestíveis (moela, coração e fígado) e o intestino delgado,
foram coletados durante a evisceração, limpos, secos em papel toalha e pesados
separadamente em balança de precisão. Da moela, foi removida toda a gordura
aderida, seu conteúdo e a membrana coilina. Além do peso, foi mensurado o
comprimento do intestino delgado do início do duodeno até a junção ileocecal. O
peso relativo da carcaça depenada e eviscerada foi calculado em relação ao peso
64
em jejum. Os pesos relativos dos cortes, das vísceras comestíveis e do intestino
delgado foram calculados em relação à carcaça depenada e eviscerada.
Tabela 2 - Composição das rações experimentais contendo níveis crescentes de substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu para frangos de corte de 22 a 42 dias de idade
Ingredientes
Níveis de substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu (%)
0 10 20 30
Milho 61,359 55,223 49,086 42,952 Farelo de Soja (45%) 28,610 28,608 28,608 28,608 Farinha do M. de babaçu 0,000 6,136 12,272 18,408 Fosfato bicálcico 1,171 1,189 1,209 1,228 Óleo de soja 1,650 3,232 4,814 6,396 Calcário 0,741 0,709 0,676 0,644 Sal comum 0,404 0,408 0,412 0,417 DL-Metionina 0,247 0,268 0,288 0,308 L-Lisina HCl 0,253 0,269 0,285 0,301 L-Treonina 0,067 0,086 0,104 0,123 Suplemento mineral¹ 0,250 0,250 0,250 0,250 Suplemento vitamínico ¹ 0,250 0,250 0,250 0,250 Amido 5,000 3,372 1,744 0,115
Total 100,00 100,00 100,00 100,00
Composição nutricional calculada
EM (kcal/kg) 3,100 3,100 3,100 3,100 Proteína bruta (%) 19,6 19,4 19,1 18,8 Cálcio (%) 0,685 0,685 0,685 0,685 Fósforo Disponível (%) 0,320 0,320 0,320 0,320 Lisina Digestível (%) 1,057 1,057 1,057 1,057 Metionina+cistinaDigestível (%) 0,763 0,763 0,763 0,763 Metionina Digestível (%) 0,508 0,519 0,529 0,539 Treonina Digestível (%) 0,693 0,694 0,693 0,694 Sódio (%) 0,198 0,198 0,198 0,198 Fibra bruta (%) 2,965 4,448 5,930 7,413 Fibra em detergente neutro (%) 12,797 14,863 16,930 18,997 Fibra em detergente ácido (%) 4,225 5,855 7,486 9,116
1Composição/tonelada: Ácido Fólico 120,00 mg, Cobalto 179,00 mg, Cobre 2.688,00 mg, Colina
108,00 g, Ferro 11,00 g, Iodo 537,00 mg, Lincomicina 800,00 mg, Manganês 31,00 g, Matéria mineral 350,00 g, Niacina 6.000,00 mg, Pantotenato de Cálcio 1.920,00 mg, Salinomicina 12,00 g, Selênio 54,00 mg, Umidade 80.00 g, Vitamina A 1.500.000,00 UI, Vitamina B1 300,00 mg, Vitamina B12 2.800,00 mg, Vitamina B2 960,00 mg, Vitamina B6 450,00 mg, Vitamina D3 300.000,00 UI, Vitamina E 3.000,00 UI, Vitamina H 20,00 mg, Vitamina K 480,00 mg, Zinco 22,00 g.
As vísceras comestíveis (moela, coração e fígado) e o intestino delgado,
foram coletados durante a evisceração, limpos, secos em papel toalha e pesados
separadamente em balança de precisão. Da moela, foi removida toda a gordura
aderida, seu conteúdo e a membrana coilina. Além do peso, foi mensurado o
65
comprimento do intestino delgado do início do duodeno até a junção íleocecal. O
peso relativo da carcaça depenada e eviscerada foi calculado em relação ao peso
em jejum. Os pesos relativos dos cortes, das vísceras comestíveis e do intestino
delgado foram calculados em relação à carcaça depenada e eviscerada.
As determinações das temperaturas retais e de superfície (crista, peito e
perna) dos animais foram feitas em intervalos de cinco dias, entre 8 e 9 horas, onde
dois animais de cada parcela experimental foram amostrados aleatoriamente. A
temperatura retal foi observada pelo uso de termômetro clínico Tech Line® e as de
superfície com o uso de um termômetro de infravermelho Rayger ST6®, com mira
laser a 15 cm de distância da superfície do animal.
Os dados das variáveis avaliadas foram submetidos aos testes de
Normalidade (Cramer Von Mises) e Homocedasticidade (Levene). Satisfeitas essas
pressuposições, as variáveis foram submetidas à análise de variância segundo o
modelo estatístico:
Yij = μ + NSi + eij; com i = 1, 2, 3, 4; j = 1, 2, 3, 4, 5.
Em que Yij = valor observado para a variável de interesse nas aves da j-
ésima repetição recebendo o i-ésimo nível de substituição do milho pela farinha do
mesocarpo de babaçu; μ = efeito da média geral; NSi = efeito do i-ésimo nível de
substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu, eij = erro experimental.
As variáveis cujos efeitos da substituição do milho pela farinha do
mesocarpo de babaçu foram detectados pela análise de variância (P ≤ 0,05), foram
submetidas a análises de regressão utilizando-se modelos polinomiais de primeira
ou segunda ordem, considerando o nível de substituição do milho pela farinha do
mesocarpo de babaçu como variável independente. Para verificar o ajuste das
equações foi considerada a significância do teste “F” para os modelos, a
significância do teste “t” para os parâmetros (β0, β1 e β2) dos modelos e o
coeficientes de determinação (R2 = SQ modelo/ SQ tratamento).
As médias dos tratamentos foram comparadas pelo teste Student Newman
Keuls (SNK) considerando um nível de significância igual ou inferior a 5%. As
análises estatísticas foram realizadas com o auxílio do Software SAS 9.0 (2002).
Para os cálculos dos custos com alimentação, considerou que os animais
utilizados durante todo período experimental foram criados sob as mesmas
condições (instalações, mão de obra, equipamentos, entre outros), diferindo apenas
66
quanto às dietas fornecidas. Desta forma, apenas o valor das despesas com
alimentação dos frangos foi considerado para quantificar a diferença de custos entre
os tratamentos (CASTRO, 2007).
Para comparar a eficiência econômica das rações experimentais
determinou-se o custo com alimentação por kg de frango produzido como segue:
CGPi = (QRi x PRi) / GPi; com i = 1, 2, 3, 4.
Em que CGPi = custo com alimentação por kg de ganho de peso (R$/kg)
produzido com a utilização do i-ésimo nível de substituição do milho pela farinha do
mesocarpo do babaçu, QRi = quantidade de ração (kg) consumida no i-ésimo nível
de substituição do milho pela farinha do mesocarpo do babaçu, PR i = preço da ração
(R$/kg) contendo o i-ésimo nível de substituição do milho pela farinha do mesocarpo
do babaçu e GPi = ganho de peso (kg) das aves que receberam o i-ésimo nível de
substituição do milho pela farinha do mesocarpo do babaçu.
A margem bruta por kg de frango, para cada nível de substituição do milho
pela farinha do mesocarpo de babaçu nas rações, foi calculada pela expressão:
MBi = PVF – CGPi;
Em que MBi = margem bruta por kg de frango (R$) obtida com a utilização
do i-ésimo nível de substituição do milho pela farinha do mesocarpo do babaçu; PVF
= preço de venda do frango vivo (R$/kg) e CGP = custo com alimentação por kg de
ganho de peso (R$/kg) produzido com a utilização do i-ésimo nível de substituição
do milho pela farinha do mesocarpo do babaçu.
67
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
As temperaturas mínima, média e máxima no interior das instalações
durante o período experimental foram de 20,2 – 25,1 – 31,6; respectivamente, e a
umidade relativa de 54 – 61 %.
A temperatura média de 25,1 ºC caracterizou o ambiente de conforto térmico
para as aves, pois atendeu a recomendação para a marca comercial utilizada, a qual
preconiza que a temperatura ambiente deve está, entre 24 e 26ºC na idade de 21
dias de idade, reduzindo gradativamente até atingir 18ºC na fase final do
experimento, aos 42 dias de idade, isto considerando a umidade do ar entre 50 e
70% (COBB, 2009; OLIVEIRA et al., 2006).
Observou-se que a substituição do milho pela farinha do mesocarpo de
babaçu (FMB) influenciou (P<0,05) o ganho de peso (GP), a conversão alimentar
(CA) e o peso das aves aos 42 dias (P42d), não havendo efeito (P>0,05) sobre o
consumo de ração (CR) (Tabela 3).
Tabela 3 - Valores médios de consumo de ração (CR), ganho de peso (GP), conversão alimentar (CA) e peso aos 42 (P42d) dias de frangos de corte, de acordo com o nível de substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu.
Variáveis Níveis de substituição do milho pela farinha do
mesocarpo de babaçu (%) CV1 P>F2
0 10 20 30 CR (g) 2384,75 2350,00 2275,25 2412,60 4,72 0,2754 GP (g)4 1518,00a 1464,75ab 1451,25ab 1363,75 b 4,42 0,0126 CA (g/g)5 1,572b 1,606b 1,568b 1,770a 3,84 0,0003 P42d (g)4 2309,50a 2257,00ab 2244,25ab 2155,25b 2,90 0,0138 1 Coeficiente de variação (%).
2 Significância do Teste “F” da análise de variância.
³ Médias seguidas de letras iguais na mesma linha não diferem pelo Teste “SNK” (P>0,05). 4 Efeito linear.
5 Efeito quadrático.
De acordo com LEESON, SUMMERS (2001), o consumo de ração pelas aves
é regulado, dentro de certos limites, pela ingestão de energia. A densidade
energética da dieta está diretamente relacionada com o consumo voluntário, pois
quando a concentração de EM (kcal/kg) é baixa, o animal tende a aumentar o
consumo de alimento (MENDES et al., 2004; HAESE, BÜNSEN, 2005). Portanto,
como as rações experimentais foram formuladas para serem isoenergéticas (3100
kcal/kg), logo é de se esperar que a ingestão de alimento pelos frangos de corte não
68
variasse significativamente entre os níveis avaliados, independente do nível de
substituição do milho pela FMB, justificando a ausência de efeitos sobre o CR das
aves.
O GP das aves reduziu com o aumento do nível de substituição do milho
pela FMB de acordo com a equação: GP (g) = 1520,9 - 4,7625NS (P= 0,0013; r2 =
0,92), em que NS = nível de substituição do milho pela FMB (%) (Figura 1).
Resultado semelhante foi encontrado por Cruz (2012), que observou redução linear
no GP de frangos de corte Cobb 500 de 22 a 42 dias de idade, alimentados com
rações contendo níveis crescentes de FMB.
Figura 1 – Efeito dos níveis de substituição (NS) do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu (%) sobre o ganho de peso (GP) de frangos de corte de 22 a 42 dias de idade.
A ausência de efeito sobre o CR, associada à redução no GP, resultou em
piora da CA de acordo com a equação: CA (g/g) = 1,5879 - 0,0072NS + 0,0004NS²
(P= 0,0167; R2 = 0,83) (Figura 2).
a
ab
ab
b
GP (g) = 1521 - 4,762 NS (r² = 0,92; P = 0,0013)
1320,00
1360,00
1400,00
1440,00
1480,00
1520,00
1560,00
0 10 20 30
Gan
ho
de p
eso
(g
)
Níveis de substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu (%)
69
Figura 2 – Efeito dos níveis de substituição (NS) do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu (%) sobre a conversão alimentar (CA) de frangos de corte de 22 a 42 dias de idade.
Da mesma forma que o GP, o P42d reduziu com o aumento do nível de
substituição do milho pela FMB de acordo com a equação: P42d (g) = 2312,8 - 4,775
NS (P= 0,0015; r2 = 0,92) (Figura 3).
Figura 3 – Efeito dos níveis de substituição (NS) do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu (%) sobre o peso final (P42d) de frangos de corte de 22 a 42 dias de idade.
b
b
b
a
CA (g/g) = 1,588 - 0,0072NS + 0,0004NS2 (R² = 0,83; P=0,0167)
1,470
1,520
1,570
1,620
1,670
1,720
1,770
1,820
0 10 20 30
Co
nvers
ão
ali
men
tar
(g/g
)
Níveis de substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babalu (%)
a
ab ab
b
P 42d =2312,85 - 4,75NS (r² = 0,92; P= 0,0015)
2120,00
2160,00
2200,00
2240,00
2280,00
2320,00
2360,00
0 10 20 30
Peso
fin
al (g
)
Níveis de substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu
70
Os polissacarídeos não amiláceos (PNA’s), presentes na parede celular dos
vegetais, são carboidratos estruturais que não podem ser digeridos pelas aves,
devido à natureza de suas ligações, sendo resistente a hidrólise no trato digestivo
(ROSA, UTTPATEL, 2007).
Segundo Brito et al., (2008), os PNA’s são classificadas em solúveis
(pectinas, gomas e principalmente hemicelulose) e insolúveis ( celulose, lignina e
alguma hemicelulose). De acordo com Tavernari et al., (2008), os PNA’s solúveis
restringem o acesso das enzimas devido ao aumento da viscosidade gerado pela
presença destes no trato digestório, interferindo nos processos de digestão e
absorção dos nutrientes, enquanto que os PNA’s insolúveis provocam aumento no
volume da digesta no trato digestório das aves e aumenta a taxa de passagem.
Cavalcante Neto (2012) realizou análises laboratoriais detalhadas na fração
fibrosa da FMB, detectando valores de 12,85% de fibra solúvel e de 3,09% de fibra
insolúvel, classificando este ingrediente como uma fonte de fibras, principalmente
solúveis.
A FMB possui alto teor de fibra bruta e a sua substituição nas rações
experimentais pode alterar as suas densidades. Além disso, o tipo de fibra da FMB
reduz o aproveitamento dos nutrientes, diminuindo a energia metabolizável das
dietas experimentais, com consequente redução na taxa de crescimento (BRITO et
al., 2008; TAVERNARI et al., 2008). Com base nisso, os níveis crescentes de fibra
(Tabela 2) observados nas rações experimentais podem ter sido responsáveis pela
redução do GP e do P42d, e piora da CA das aves.
Braz et al., (2011) avaliaram os efeitos da fibra em rações para poedeiras
em crescimento e postura e evidenciaram que o aumento dos níveis de FB
influenciou o desenvolvimento, resultando em aves mais leves na fase de postura.
Observou-se que os níveis de substituição do milho pela FMB não afetaram
(P>0,05) os pesos relativos da carcaça, coxa, sobrecoxa e peito dos frangos
abatidos aos 42 dias (Tabela 4).
71
Tabelas 4 - Médias dos rendimentos de carcaça (RC), coxa (RCX), sobrecoxa (RSCX) e peito (RP) de frangos de corte aos 42 dias, de acordo com o nível se substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu
Variáveis
Níveis de substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu (%) CV1 P>F2
0 10 20 30
RC (%) 82,83 81,51 82,43 81,77 1,19 0,1720
RCX (%) 12,31 12,70 12,59 12,00 3,78 0,1284
RSCX (%) 14,27 14,24 14,13 14,07 4,02 0,9359
RP (%) 34,17 32,55 33,49 32,36 4,29 0,1955 1 Coeficiente de variação (%).
2 Significância do Teste “F” da análise de variância.
Estes resultados estão de acordo com os encontrados por Cruz (2012), que
não observou efeito (P>0,05) dos níveis crescentes de FMB (0,6,12 e 18%) nas
rações sobre os rendimentos de carcaça, coxa, sobrecoxa e peito de frangos de
corte de 22 a 42 dias de idade.
Os níveis de substituição do milho pela FMB não afetaram (P>0,05) os
pesos relativos do coração e do fígado, nem o comprimento do intestino delgado das
aves. Entretanto, observou-se efeito (P< 0,05) sobre os pesos relativos da moela e
intestino delgado (Tabela 5).
Tabela 5 - Pesos relativos da carcaça, vísceras comestíveis (coração, moela e fígado) e intestino delgado e comprimento do intestino delgado (cm) de frangos de corte de 22 a 42 dias
Variáveis
Níveis de substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu (%) CV1 P>F2
0 10 20 30
Coração (%) 0,44 0,46 0,48 0,48 9,37 0,5120
Moela (%)3 1,41b 1,44b 1,59ab 1,73a 8,77 0,0065
Fígado (%) 1,87 1,91 1,95 1,99 5,07 0,2639
Intestino delgado (%)3 2,04c 2,35b 2.45ab 2,68a 7,55 0,0003
Intestino Delgado (cm) 1,59 1,69 1,75 1,74 5,22 0,0510 1 Coeficiente de variação (%).
2 Significância do Teste “F” da análise de variância.
3 Efeito Linear.
Observou-se efeito linear crescente dos níveis de substituição do milho pela
FMB sobre os pesos relativos da moela (PMO) e intestino delgado (PID) (P<0,05)
segundo as respectivas equações: PMO (%) = 1,3768 + 0,01108NS (P= 0,0005; r2 =
0,94) e PID (%) = 2,0718+ 0,02048NS (P= 0,0001; r2 = 0,97) (Figuras 4 e 5).
72
Figura 4 – Efeito dos níveis de substituição (NS) do milho pela farinha do mesocarpo do babaçu (%) sobre o peso relativo da moela (PMO) de frangos de corte de 22 a 42 dias de idade.
Figura 5 – Efeito dos níveis de substituição (NS) do milho pela farinha do mesocarpo do babaçu (%) sobre o peso relativo do intestino delgado (PID) de frangos de corte de 22 a 42 dias de idade.
A composição da dieta influencia no desenvolvimento do trato
gastrointestinal (TGI) e na utilização dos nutrientes nas aves. Diversas pesquisas
avaliaram os efeitos da inclusão de fibra na dieta sobre o desenvolvimento e
b b
ab
a
Pmoela (%) = 1,377 + 0,011NS (r² = 0,94; P= 0,0005)
1,30
1,40
1,50
1,60
1,70
1,80
1,90
0 10 20 30
Peso
rela
tivo
da m
oela
(%
)
Nível de substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu (%)
c
b
a
ab
P ID (%) = 2,071 + 0,021NS (r² = 0,97; P < .0001)
1,90
2,02
2,14
2,26
2,38
2,50
2,62
2,74
0 10 20 30
Peso
rela
tivo
do
In
testi
no
Delg
ad
o (
%)
Nível de substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu (%)
73
fisiologia do TGI das aves e verificaram que o aumento dos níveis de fibra nas
rações influenciou o peso relativo dos órgãos digestivos (GONZÁLEZ-ALVARADO et
al., 2007; GONZÁLEZ-ALVARADO et al., 2008; JIMENEZ-MORENO et al., 2009;
JIMÉNEZ-MORENO et al., 2010; SACRANIE et al., 2012).
De acordo com González-Alvarado et al. (2007) e González-Alvarado et al.,
(2008), teores elevados de fibra na ração aumenta o tempo de permanência da
digesta no trato digestório das aves, promovendo maior estimulação mecânica da
moela e dilatação física das paredes do intestino, ocasionando aumento no peso e
tamanho desses órgãos. Com base nestes achados, o aumento dos níveis de fibras
das rações experimentais, ocasionado pelo aumento dos níveis de substituição do
milho pela FMB, pode ter sido responsável pelo aumento do peso relativo da moela
e do intestino das aves (Figura 4 e 5).
Os níveis de substituição do milho pela FMB não afetaram (P>0,05) as
temperaturas de crista, peito, perna e retal (%) (Tabela 6).
Tabela 6 - Valores médios de temperatura de crista (ºC), peito (ºC), perna (ºC) e retal (ºC) de frangos de corte alimentados com níveis de substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu
Variáveis
Níveis de substituição do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu (%) CV1 P>F2
0 10 20 30
Temperatura de crista (ºC) 35,12 35,22 35,56 35,05 1,67 0,5444
Temperatura de peito (ºC) 38,08 37,9 37,99 37,81 0,77 0,5167
Temperatura de perna (ºC) 31,83 31,51 31,78 31,37 3,45 0,8961
Temperatura retal (ºC) 40,76 40,77 40,83 40,81 0,39 0,8840 1 Coeficiente de variação (%).
2 Significância do Teste “F” da análise de variância.
Incremento Calórico (IC) atua sobre as células do hipotálamo para produzir
saciedade. O IC é todo calor produzido pelos processos de digestão, absorção e
excreção dos nutrientes, que aumenta com a quantidade de alimento consumido, de
modo que dietas com alto teor de fibra produzem maiores IC (HAESE, BÜNZEN,
2005).
Os altos teores de fibras encontrados nas dietas, em função dos níveis
crescentes de substituição do milho pela FMB, poderiam influenciar na produção de
calor pelas aves e modificar a temperatura de crista, peito, perna e retal. Entretanto,
no presente trabalho, não houve efeito (P >0,05) sobre as temperaturas das aves
(Tabela 6). Assim, acredita-se que os níveis crescentes de fibras das dietas
74
experimentais, não geraram incremento calórico o suficiente para alterar a
temperatura de crista, peito, perna e/ou retal das aves.
De acordo com Sampaio (2010), apesar da natureza quantitativa dos
tratamentos sugerir o estudo de modelos de regressão, este procedimento, por si só,
não substitui a comparação das médias. Apesar do GP, da CA e do P42d terem
reduzido com o aumento dos níveis de substituição do milho pela FMB (Figuras 1, 2
e 3), comparando-se as médias pelo teste SNK, observou-se que a ração contendo
20% de substituição proporcionou GP, CA e P42d semelhantes à dieta padrão (sem
FMB), o que justifica sua utilização do ponto de vista técnico.
Considerando os preços dos insumos utilizados nas rações experimentais,
observou-se que a substituição do milho pela FMB nas dietas promoveu redução
linear no custo das rações experimentais. O menor custo por kg de GP foi obtido
com a dieta contendo 20% de substituição do milho pela FMB, resultando na maior
margem bruta (Tabela 7).
Tabela 7 – Custo da alimentação (R$/kg), custo da alimentação por kg de ganho de peso (R$/kg), margem bruta (R$/kg) de frangos de corte de 22 a 42 dias
Variáveis
Níveis de substituição do milho farinha do mesocarpo de babaçu (%)
0 10 20 30
Ganho de Peso (g) 1518,00 1464,75 1451,25 1363,75
Custo da ração1 (R$/kg) 1,045 1,023 1,000 0,978
Custo com ração por kg de GP (R$/kg) 1,641 1,641 1,568 1,731
Margem Bruta2 (R$/kg) 1,209 1,209 1,282 1,119 1
Considerando os seguintes preços utilizados em abril de 2012: milho = R$0,59/kg; Farelo de soja = R$ 1,30/kg; Farinha do mesocarpo de babaçu = R$ 0,22/kg; Amido (Maizena) = R$ 2,70 ; Fosfato bicálcico = R$ 2,77/kg; Óleo de soja = R$ 2,49/kg; Calcário = R$ 0,43/kg; Sal = 0,80/kg; DL-metionina = R$ 11,87/kg; L-lisina HCl = R$ 6,67/kg; L-treonina = R$ 6,76/kg; Suplemento mineral e vitamínico = R$ 9,00/kg. 2
Considerando o preço do frango vivo pago em 03/04/2012 de R$ 2,85/kg pela empresa Asa Norte Alimentos.
Portanto, o resultado da análise econômica do presente estudo recomenda a
substituição do milho pela FMB, em até 20% na alimentação de frango de corte de
22 a 42 dias de idade, é técnica e economicamente viável, pois observou-se
desempenho semelhante à dieta padrão (sem FMB) e maior margem bruta.
Considerando que a FMB apresenta valores nutricionais inferiores aos do
milho, enfatiza-se que a substituição de 20% do milho pela FMB deve ser realizada
com a concomitante suplementação de aminoácidos sintéticos (L-lisina HCl, DL-
metionina e L-treonina) e óleo vegetal, de modo que as exigências nutricionais das
75
aves sejam satisfeitas. Diante disso, a utilização da FMB em substituição a 20% do
milho em rações de frangos de corte de 22 a 42 dias estará condicionada aos preços
destes insumos.
76
4 CONCLUSÃO
A substituição de 20% do milho pela farinha do mesocarpo de babaçu
mostrou-se técnica e economicamente viável em rações balanceadas para frangos
de corte machos de 22 a 42 dias de idade.
77
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