universidade potiguar prÓ-reitoria acadÊmica …§ão-george... · universidade potiguar ......

102
UNIVERSIDADE POTIGUAR PRÓ-REITORIA ACADÊMICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO GEORGE WANDERMONT ALMEIDA DOS SANTOS CONSUMO E CONTROLE FINANCEIRO EM CONTEXTO DE CRISE ECONÔMICA NATAL 2017

Upload: phamthuy

Post on 07-Nov-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE POTIGUAR PRÓ-REITORIA ACADÊMICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO

GEORGE WANDERMONT ALMEIDA DOS SANTOS

CONSUMO E CONTROLE FINANCEIRO EM CONTEXTO DE CRISE

ECONÔMICA

NATAL 2017

GEORGE WANDERMONT ALMEIDA DOS SANTOS

CONSUMO E CONTROLE FINANCEIRO EM CONTEXTO DE CRISE ECONÔMICA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Administração, da Universidade Potiguar, como requisito para obtenção do título de Mestre em Administração na Área de Concentração Gestão Estratégica de Negócios.

Orientador: Prof. Dr. Rodrigo José Guerra Leone

NATAL 2017

Santos, George Wandermont Almeida dos. Consumo e controle financeiro em contexto de crise econômica / George Wandermont Almeida dos Santos. – Natal, 2017.

98f. Orientador: Prof. Dr. Rodrigo José Guerra Leone

Dissertação (Mestrado em Administração). – Universidade Potiguar. Pró-Reitoria Acadêmica – Núcleo de Pós-Graduação.

Bibliografia: 82 - 94f.

1. Administração – Dissertação. 2. Comportamento do consumidor. 3. Cenário de crise econômica. 4. Gestão de recursos pessoais. 5. Controles sobre o comportamento. 6. Segmentação de consumidores. I. Título.

GEORGE WANDERMONT ALMEIDA DOS SANTOS

CONSUMO E CONTROLE FINANCEIRO EM CONTEXTO DE CRISE

ECONÔMICA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração, da Universidade Potiguar, como requisito para obtenção do título de Mestre em Administração na Área de Concentração Gestão Estratégica de Negócios.

Resultado: Aprovado

Natal, 24 de maio de 2017.

BANCA EXAMINADORA

_____________________________ Prof. Dr. Rodrigo José Guerra Leone

Orientador

Universidade Potiguar – UnP

_____________________________ Prof. Dr. Kleber Cavalcanti Nóbrega

Membro Examinador Interno

Universidade Potiguar – UnP

_______________________________ Prof. Dr. Alandey Severo Leite da Silva

Membro Examinador Interno

Universidade Potiguar – UnP

_______________________________ Prof. Dr. Anderson Luiz Rezende Mól

Membro Examinador Externo

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Dedico este trabalho aos grandes tesouros da minha vida, meu pai e minha mãe, certamente maiores admiradores das minhas conquistas. De igual modo, não menos valiosas, dedico também a minha esposa e minha filha, fontes inesgotáveis de inspiração e encorajamento imprescindíveis para perseverar no enfrentamento de grandes desafios.

AGRADECIMENTOS

Agradecimento especial a Deus pelo Dom da vida, pela manutenção de minha saúde, disciplina e harmonia ao longo dessa trajetória. Aos meus pais, Bastos e Gracilda, pelo amor incondicional de sempre e os ensinamentos retos para que eu pudesse guiar os caminhos mais seguros. Agradecimento especial à minha esposa, Ana Cristina, pelo carinho, companheirismo, paciência, incentivo e fortaleza, atributos essenciais para que eu me sentisse mais preparado para o cumprimento dessa nobre missão. “Meu amor, não tenho palavras para descrever o quanto você é protagonista nessa conquista. Afinal, de forma aguerrida, você conduziu a minha ausência física, na maior parte do tempo, e ainda encontrou tempo para oferecer ajuda necessária em momentos pontuais do curso”. A minha pequenina Aline que, mesmo sem entender, teve que aceitar a minha longa ausência e, com isso, os meus compromissos de pai. Aos familiares e amigos, em especial a minha irmã Gerlanne, pelo apoio de sempre. Ao Prof. Dr. Rodrigo José Guerra Leone, meu orientador, pela paciência, humildade, seriedade e serenidade na condução das ideias, transformando-as em realidade. “Professor Rodrigo, a tua amizade foi um dos grandes achados do curso!” À Professora Lieda Amaral pela atenção de sempre e pelas considerações ao presente trabalho ainda na fase de defesa do projeto.

Ao Prof. Dr. Kleber Nóbrega pelas valiosas contribuições durante a disciplina ministrada bem como na fase da Qualificação. Ao Prof. Dr. Alandey Severo pelas oportunas colocações na fase da Qualificação. Ao Prof. Dr. Anderson Mól pela paciência, atenção e riqueza de apontamentos que trouxe ainda mais consistência na apresentação dos achados da pesquisa.

Aos professores do MPA pelos ensinamentos que vão muito além de lições em sala de aula. À querida Glícia Xavier pela amizade, paciência e prontidão de sempre quanto às inúmeras demandas por mim solicitadas. Ao amigo Jean Gleyson pela troca de ideias, em vários momentos, ao longo dessa reta final de produção.

Aos demais guerreiros da Turma J do nosso curso pelos momentos de alegrias e angústias compartilhadas, em especial: Ana Claudia, Raquel Priscyla, Simonely Vasconcelos, Tatiane Soares, Catiane Rodrigues, Elizomar Nobre, Felipe Cattaneo, Frederico Queiroz, Gabriel Lacerda, Fabiano Faustino e Fernando Varella. À gestão do IFRN, à época capitaneada pelo Magnífico Reitor Belchior de Oliveira Rocha, pela iniciativa de uma parceria de sucesso com a UnP, oportunizando essa conquista. Ao Diretor de Gestão de Pessoas do IFRN, Auridan Dantas, pela atuação perene e voltada a proporcionar oportunidades pessoais e profissionais aos agentes do Instituto. A ex-chefe da AUDGE/IFRN, Zeneide de Oliveira, pela sensibilidade, atenção e apoio de sempre. Aos demais colegas da AUDGE/IFRN, especialmente ao núcleo CNAT: Walkyria Teixeira, Isabel Cristina, Raimundo Bonifacio e Fernando Barbosa pela paciência e apoio de sempre. Ao querido Valdener Correia que sempre receptivo e atencioso ajudou-me, ininterruptamente, pegando em nossa biblioteca institucional os livros que precisava e não podia mais pegar por já ter em posse o número máximo de exemplares permitido regularmente. “Obrigado, amigo! O seu apoio fez a minha mesa de estudo ficar mais farta de literatura e as minhas rotinas mais produtivas!”. Às demais pessoas que de alguma forma contribuíram na concretização deste sonho às quais reitero o meu gigante reconhecimento.

“Todas as vitórias ocultam uma abdicação”.

(Simone de Beauvoir)

RESUMO

Questões relacionadas ao comportamento financeiro dos consumidores são sempre importantes, uma vez que o desempenho deles reflete na economia das organizações e da sociedade. Assim, estudar possíveis ruídos na execução dessas ações, acarretadas por um cenário de crise econômica, podem sanear a formação de distúrbios pessoais e laborais ou a ampliação de suas danosas consequências sociais. Contudo, a literatura carece de trabalhos que abordem as implicações desse cenário para as pessoas, praticamente, limitando essas consequências ao ambiente corporativo – as instituições. Nesse sentido, este trabalho objetivou saber como os consumidores se comportam financeiramente ante as oportunidades de consumo em um cenário de crise econômica. Para isso, foram coletados dados de 301 respondentes sobre variáveis relacionadas a consumo e gasto e a planejamento e controle financeiro. O tratamento dos dados se deu em duas etapas: uma análise fatorial exploratória para agrupar as variáveis em fatores e uma análise de Cluster para agrupar os respondentes em clusters relativos à relação comportamento x controle. O modelo final utilizado registrou 68,549% da variância explicada e resultou em três fatores: propensão ao planejamento e ao controle, propensão ao consumo por impulso e financiamento do estilo de vida. Já os clusters formados sugerem que os agentes, em se tratando de consumo, não são tão racionais e que fatores ligados a experiências profissionais e qualificação nem sempre intervém na tomada de decisão. Por isso, estudos e ações pontuais devem ser implementadas para minimizar os danos sociais, psicológicos e financeiros já apontados pela literatura. Palavras-chave: Comportamento do Consumidor. Cenário de Crise Econômica. Gestão de Recursos Pessoais. Controles sobre o Comportamento. Segmentação de Consumidores.

ABSTRACT

Issues related to consumers financial behavior are always important because their performance reflects in the organizations and society economy. Thus, studying possible noises in the execution of these actions, caused by a economic crisis scenario, can cure the formation of personal and labor disturbances or the magnification of their harmful social consequences. However, the literature lacks work that addresses the implications of this scenario for people, virtually limiting these consequences to the corporate environment - organizations. In this sense, this work aims to know how consumers behave financially in the face of consumer opportunities in a economic crisis scenario. For this, data were collected from 301 respondents on variables related to consumption and expenditure and planning and financial control. The data were processed in two stages: an exploratory factorial analysis to group the variables into factors and a Cluster analysis to group the respondents into clusters related to the relation behavior x control. The final model used registered 68.549% of the explained variance and resulted in three factors: propensity for planning and control, propensity for impulse consumption, and also for lifestyle financing. The clusters formed suggest that agents, when it comes to consumption, are not so rational and that factors linked to professional experience and qualification do not always intervene in decision making. Therefore, studies and punctual actions should be implemented to minimize the social, psychological and financial damages already pointed out in the literature. Key words: Consumer Behavior. Economic Crisis Scenario. Personal Resource Management. Behavior Controls. Consumer Segmentation.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Interação dos controles sobre as ações humanas.................... 27

Figura 2 – Procedimentos Metodológicos da Pesquisa............................. 42

Figura 3 – Perfil dos Clusters x fatores da AF............................................ 71

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Perfil da população por situação funcional e sexo.................... 44

Quadro 2 – Variáveis adaptadas para a pesquisa....................................... 49

Quadro 3 – Análises estatísticas empregadas no estudo............................ 53

Quadro 4 – Dimensões do comportamento financeiro do consumidor por

meio da AF................................................................................

70

Quadro 5 – Configuração do Cluster 1........................................................ 72

Quadro 6 – Configuração do Cluster 2........................................................ 73

Quadro 7 – Configuração do Cluster 3........................................................ 75

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Indicadores de Intenção de Consumo das Famílias................. 19

Tabela 2 – Dados do Peic – maio/2016...................................................... 20

Tabela 3 – Caracterização dos respondentes (amostra)............................ 45

Tabela 4 – Teste KMO e Bartlett para as 24 variáveis............................... 54

Tabela 5 – Relação das correlações anti-imagem entre as 24 variáveis.... 55

Tabela 6 – Comunalidades para as 24 variáveis........................................ 56

Tabela 7 – Teste KMO e Bartlett para as 17 variáveis............................... 57

Tabela 8 – Relação das correlações anti-imagem entre as 17 variáveis.... 58

Tabela 9 – Comunalidades para as 17 variáveis........................................ 58

Tabela 10 – Teste KMO e Bartlett para as 16 variáveis............................... 59

Tabela 11 – Relação das correlações anti-imagem entre as 16 variáveis.... 60

Tabela 12 – Comunalidades para as 16 variáveis........................................ 60

Tabela 13 – Total da Variância Explicada para as 16 variáveis................... 61

Tabela 14 – Matriz dos 16 componentes rotacionados................................ 61

Tabela 15 – Informações geradas para o alfa dos itens do Fator 2.............. 63

Tabela 16 – Informações geradas para o alfa dos itens do Fator 4.............. 64

Tabela 17 – Panorama dos fatores extraídos da AF.................................... 65

Tabela 18 – Relação das correlações anti-imagem entre as 14 variáveis.... 66

Tabela 19 – Matriz dos 14 componentes rotacionados................................ 66

Tabela 20 – Relação das correlações anti-imagem entre as 12 variáveis.... 67

Tabela 21 – Matriz dos 12 componentes rotacionados................................ 68

Tabela 22 – Configuração final dos fatores submetidos ao teste de

confiabilidade............................................................................

69

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AF Análise Fatorial BDTD Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações CEPAL Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe CF Constituição Federal CNC Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo EAGC Escala de Autocontrole dos Gastos dos Consumidores EAM Escala de Atitude Monetária EBC Empresa Brasileira de Comunicação ECCM Escala de Comportamento e Crença Monetária EEM Escala Ética Monetária EUA Estados Unidos da América IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ICF Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias Ipea Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada KMO Kaiser-Meyer-Olkim NA Não se Aplica Peic Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios SPSS Statistical Package for the Social Sciences TAR Teoria da Ação Racional TCP Teoria do Comportamento Planejado TP Teoria do Prospecto TUE Teoria da Utilidade Esperada

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 15

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO .............................................................................................................. 15

1.2 OBJETIVOS .................................................................................................................................. 17

1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................................ 17

1.2.2 Objetivos Específicos ................................................................................................... 18

1.3 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................................... 18

1.3.1 Justificativa Acadêmica ................................................................................................ 18

1.3.2 Justificativa Profissional .............................................................................................. 20

2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................... 22

2.1 COMPORTAMENTO FINANCEIRO DO CONSUMIDOR .................................................... 22

2.2 PLANEJAMENTO FINANCEIRO .............................................................................................. 24

2.3 CONTROLES SOBRE AS AÇÕES COMPORTAMENTAIS ................................................. 25

2.3.1 Controle Social .............................................................................................................. 28

2.3.1.1 Controle Formal ..................................................................................................................... 29

2.3.1.2 Controle Informal ................................................................................................................... 31

2.3.2 Controle Financeiro....................................................................................................... 34

2.4 TOMADA DE DECISÃO.............................................................................................................. 35

2.5 TEORIAS COMPORTAMENTAIS ............................................................................................. 36

2.5.1 A Teoria da Utilidade Esperada e a Teoria do Prospecto ......................................... 37

2.5.2 A Teoria da Ação Racional e a Teoria do Comportamento Planejado .................... 38

2.6 SEGMENTAÇÃO DOS CONSUMIDORES QUANTO AO CONTROLE ............................. 39

2.7 RELAÇÃO CRISE ECONÔMICA, COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR E

CONTROLES. ..................................................................................................................................... 40

3 METODOLOGIA ............................................................................................................... 42

3.1 TIPO DE PESQUISA ................................................................................................................... 43

3.2 UNIVERSO/AMOSTRA DA PESQUISA................................................................................... 43

3.2.1 Caracterização dos Respondentes (amostra)............................................................ 44

3.3 PLANO DE COLETA DE DADOS ............................................................................................. 46

3.3.1 Instrumento de Pesquisa .............................................................................................. 46

3.3.2 Plano de coleta .............................................................................................................. 47

3.3.3 Pré-teste ......................................................................................................................... 48

3.4 VARIÁVEIS ANALÍTICAS DO ESTUDO .................................................................................. 49

3.5 TRATAMENTO DOS DADOS .................................................................................................... 52

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................................................. 54

4.1 ANÁLISE DOS DADOS E DAS VARIÁVEIS ........................................................................... 54

4.2 FATORES EXPLICATIVOS DA RELAÇÃO ENTRE CONSUMO E PROPENSÃO AO

CONTROLE FINANCEIRO ............................................................................................................... 64

4.3 PERFIS DE COMPORTAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO ........................................ 70

4.4 ANÁLISE DOS PERFIS .............................................................................................................. 76

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 78

REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 82

APÊNDICE A – Questionário da pesquisa ........................................................................... 95

15

1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

Nos dias atuais, as nações tem se deparado, de forma cada vez mais

frequente e com maior profundidade, com cenários turbulentos cujos motivos podem

ter como causa fatores ligados a questões políticas, demográficas e econômicas.

Tais fatores de inquietude social e seus desdobramentos não são novidade, uma

vez que, em uma breve busca na história do mundo, observa-se que,

invariavelmente, um deles despontou como estopim de um cenário de crise em dado

território.

Atento a isso, Lane (2013) pesquisou sobre a amplitude das turbulências e

sua propagação para outros países devido ao fenômeno da globalização financeira.

No mesmo sentido, Kunnanatt (2011) visualizou esta ligação em sua pesquisa, no

entanto, racionalmente, apontou como países têm formado grupos estratégicos para

intervirem em outros mercados, ora como exploradores de oportunidades, ora como

fornecedores de oportunidade.

De toda forma, sem a ambição de saber os motivos que geraram as crises

passadas, uma vez que a discussão implicaria fuga do tema e, além disso, em

alguns ocorridos ainda observa-se como uma incógnita tais ocorrências, conforme

relatam Hissa (2012) para a crise da Bolsa de Nova York em 1929 e Amorim (2011)

para a de 2007/2008 dos subprimes – coincidentemente consideradas entre as

maiores e mais intensas da história – torna-se pertinente apenas comentar sobre

esse contexto, uma vez que ele terá destaque para a presente pesquisa e poderá,

inclusive, contribuir para o amadurecimento sobre ações de dispêndio financeiro.

Assim, consoante Prates, Cunha e Lélis (2011), a crise financeira atual

chegou ao Brasil em 2008, inicialmente de forma branda, como consequência de um

boom de crédito dos EUA provocado pela gestão do mercado de hipotecas de alto

risco (subprime). Para os autores, os desdobramentos e o atingimento da crise a

outras nações confirmam a relação de dependência econômica entre os países

emergentes que passam a sofrer desaceleração em seu crescimento devido à

ausência de investimentos externos que, por sua vez, repassa essa contenção em

suas transações internas, tornando escassa a moeda, o emprego e a renda.

16

De tudo, percebe-se que a literatura já vem estudando implicações financeiras

das crises em diversos campos econômicos de algumas nações (NEUHAUSER,

2015). No entanto, verifica-se também que a ênfase está para os desdobramentos

no ambiente corporativo, tal como apresentado por Morri e Artegiani (2015).

Desse modo, logo se percebe que as consequências do cenário para aqueles

que formam a base de toda e qualquer nação – as pessoas – carecem de mais

estudo, uma vez que estas também sofrem com as mazelas do momento posto.

Ademais, paradoxalmente, Prahalad e Hamel (1998), apontam justamente as

pessoas como os elementos formadores do ativo mais precioso das entidades e,

assim, precisam necessariamente ser compreendidas. Reforça essa necessidade,

estudos que sinalizam para a interferência de crises pessoais no desempenho

ocupacional dos cidadãos. É bem verdade que essas crises podem ter causas

orgânicas, no entanto, podem também ser motivadas por causa do chamado efeito

dominó que chegam ao cidadão trabalhador completando um círculo vicioso de

acontecimentos inseridos em seu ambiente laboral.

Desse modo, o presente trabalho, buscou verificar a existência de

consequências no comportamento de consumidores acarretadas em virtude da

sensibilidade do cenário de crise, tal qual alinhado aos trabalhos de Bronner e De

Hoog (2012) e Leone e Guimarães (2013).

A questão ganha relevo quando se percebe como consequência de uma crise

instalada que o País apresenta números alarmantes e que progressivamente vem

sinalizando em desfavor de bons resultados sociais. Tal qual apresentado em

pesquisa PNAD contínua recente do IBGE (2016) que divulgou em meados de maio

de 2016, a maior queda – em média – no nível de emprego desde 2012, chegando

ao patamar de 11,4 milhões de brasileiros desempregados.

Nesse sentido, sem desmerecer a importância dos reflexos das crises nos

ambientes corporativos, o presente trabalho se ateve as implicações desse mal no

comportamento de consumo das pessoas, uma vez que Haws, Bearden e Nenkov

(2012) já apontam para problemas de cunho social, psicológico e financeiro. Outros

estudos, por sua vez, não apresentam apenas o homem como vítima de um caos

social, mas sim, às vezes, como causador do seu próprio mal ao não conseguir se

disciplinar frente à enxurrada de opções que o mercado capitalista disponibiliza.

Sobre esse ponto, Clarembeaux (2008) objetivou ajudar as novas gerações a

17

adquirirem maturidade em suas ações e assim substituírem o consumo compulsivo

por uma gestão inteligente e, assim, reflexiva de seus verdadeiros hábitos.

Assim, dentro deste contexto, este estudo pretende contribuir para a

academia, investigando o comportamento dos consumidores, uma vez que o cenário

de crise inspira atenção de todos quanto às suas ações. E, nesse sentido, a

pesquisa visa responder à seguinte questão: qual a relação entre consumo e

propensão ao controle financeiro em um cenário de crise econômica?

A pesquisa apresenta como limitação sua amostra, que se restringe a uma

instituição de ensino que busca pela eficiência em todas as ações implementadas.

Com os seus servidores não é diferente e, assim, existe uma coordenação

especifica voltada para dar atenção à saúde do servidor, bem como ações voltadas

para o processo de aposentação dos mesmos. Desse modo, percebendo os riscos

que a má gestão dos recursos domésticos pode impactar na qualidade de vida

pessoal e laboral dos trabalhadores esse diagnóstico se faz oportuno, uma vez que

dos seus achados novas ações internas podem surgir no intento de sanear

distorções aparentes em sua comunidade.

Nessa busca o presente estudo esta organizado em cinco tópicos, dos quais

um deles é esta introdução, tópico 1, que apresenta a contextualização, a questão

da pesquisa, os objetivos geral e específicos, a justificativa e a delimitação da

pesquisa. O tópico 2, contendo o referencial teórico para amparar teoricamente o

estudo. O tópico 3 que versa sobre os procedimentos metodológicos para a

realização da pesquisa. Em seguida, o tópico 4 que apresenta as análises e

discussões dos resultados. Encerrando com o tópico 5 que faz as considerações

finais do trabalho.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Analisar a relação entre consumo e propensão ao controle financeiro em um

contexto de crise econômica.

18

1.2.2 Objetivos Específicos

Identificar e selecionar variáveis explicativas para consumo e propensão ao

controle financeiro;

Propor fatores explicativos da relação entre as variáveis explicativas

selecionadas;

Segmentar os respondentes grupos com diferentes perfis para a relação

entre os fatores explicativos;

Analisar os perfis.

1.3 JUSTIFICATIVA

1.3.1 Justificativa Acadêmica

Para Haws, Bearden e Nenkov (2012) a falta de planejamento nas finanças

pessoais pode trazer diversos problemas ligados à esfera social e orgânica das

pessoas, uma vez que questões de vergonha, estresse, tensão e desentendimentos

domésticos podem ter origem na má gestão do consumo.

Tal premissa tende a se agravar caso coincida em um momento de crise

econômica. Por isso, Spengler e Copelli (2014) afirmam que o cenário de crise do

ponto de vista de relação social, independentemente do motivo que o tenha

causado, deve ser analisado, uma vez que esse contexto pode externar mudanças

que atinjam desde suas relações com familiares e colegas de trabalho até toda a

sociedade moderna. Desse modo, é preciso que todos tenham consciência sobre a

possibilidade de serem atingidos por uma crise financeira para saber como

ultrapassá-la com serenidade ao invés de ficar atribuindo que infortúnio do tipo só

acontece com outras pessoas e em outros lugares (REINHART; ROGOFF, 2011).

Um ponto que, consoante Neuhauser (2015), tem sido bastante discutido

após a crise econômica de 2008, devido à notável percepção de sua carência à

época, é a falta de medidas de controle quanto aos eventos financeiros, que para a

recessão citada se observou com destaque para as operações financeiras de

seguros, habitação e empréstimos e para o presente estudo foi investigada quanto

às ações dos consumidores.

19

Assim, verifica-se a importância do tema, uma vez que todos estão sujeitos a

conviverem com infortúnios do tipo – quer seja permanentemente, quer seja de

forma temporária. Amplia-se a importância do estudo, observando-se que nos dias

atuais números desfavoráveis à economia, apresentados na Tabela 1, pesquisados

e lançados pela CNC (2016a) por meio da ICF – abril de 2016 – sinalizam a

necessidade de implantação e/ou manutenção de medidas de autocontrole

financeiro no intento de não ver comprometida a concretização de sonhos ou mesmo

a manutenção de uma vida digna ao seio da família, evitando, de modo extremo, o

colapso dos lares em suas vertentes social, financeira e moral. Bem como, os

desdobramentos dessas informações negativas para dentro das organizações.

Tabela 1 – Indicadores de Intenção de Consumo das Famílias – abril de 2016

Indicador Abr/2016 Variação Mensal

Variação Anual

Emprego Atual 102,8 -2,7% -15,7% Perspectiva Profissional 96,8 -6,0% -15,9% Renda Atual 92,0 -4,4% -24,7% Compra a Prazo 70,4 -3,8% -34,5% Nível de Consumo Atual 49,0 -8,0% -38,3% Perspectiva de Consumo 57,2 -7,1% -39,9% Momento para Duráveis 44,5 -10,1% -43,6%

ICF 73,2 -5,5% -28,8%

Fonte: CNC (2016a).

Esses indicadores apontam para uma involução que denota complexo gargalo

nas fontes de recursos e limitação do poder de endividamento, gerando escassez de

oportunidades de empregos e aumentando os, já aproximados, dez milhões e meio

de brasileiros que vivem em extrema pobreza (EBC, 2014). Esses dados fazem urgir

modos alternativos e simples para que as pessoas administrem os seus gastos

frente ao momento delicado que o país esta passando. Ou, de modo diverso, se

verificará a ampliação também do número de pessoas que vivem em extrema

pobreza no Brasil consoante Ipea (2015) já vem sinalizando.

Ademais, pesquisa efetuada também pelo CNC (2016b) referente à avaliação

do Endividamento e Inadimplência do Consumidor para o mês de maio de 2016

observou, conforme Tabela 2, que o percentual de famílias com dívidas vencidas

tem aumentado no comparado com o mês anterior, bem como quando relacionado

ao ano anterior. A mesma pesquisa ainda revelou idêntica tendência quanto à

impossibilidade de pagar as contas em atraso quanto aos mesmos períodos

analisados.

20

Tabela 2 – Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic)-5/2016

Síntese dos resultados (% em relação ao total das famílias)

Dívidas ou contas em atraso Não terão condições de pagar

Maio de 2015 21,1% 7,4%

Abril de 2016 23,2% 8,2%

Maio de 2016 23,7% 9,0%

Fonte: CNC (2016b).

Reforça-se ainda a necessidade de conhecer a realidade dos consumidores,

tendo em vista que esses, no geral, são membros de organizações maiores e com

essas, segundo Donaldson (2012), apresentam relacionamentos complexos e assim

precisam ser compreendidos para que em sua atuação não venham a propagar

danos também nesse ambiente. Desse modo, percebe-se que os consumidores

apresentam como característica básica estar inserido em um sistema de

necessidades e valores de percepção que precisa estar em harmonia consigo para

poder produzir as respostas mais positivas que as organizações precisam. Por sua

vez, a falta desse equilíbrio possivelmente minará a produtividade do agente e

conduzirá a resultados frustrantes também para a entidade, quer seja aumentando

os custos operacionais e, assim, a diminuição dos resultados, se positivos, quer seja

diminuindo as receitas que, de igual modo, também conduzirá a menores resultados

e evidenciará, da mesma forma, um pobre diagnóstico a entidade.

1.3.2 Justificativa Profissional

Sobre essa perspectiva, visa-se ampliar o conhecimento, uma vez que já

labuta em um ambiente que permanentemente busca melhores resultados

institucionais por meio de ferramentas de controle.

Assim, na verdade, o que muda é o objeto de estudo que deixa de ser a vida

das organizações e passa a ser a vida das pessoas. Ambas com seus campos

distintos e complexos e um universo a ser pesquisado. No entanto, vistas em

convergência no sentido de observar que ambas estão em constante mutação e

para “sobreviverem”, no mundo selvagem de hoje, necessitam de alternativas

similares que caminhem sempre no sentido de minimizar os custos e maximizar as

21

entradas de recursos para assim disponibilizar de situação de conforto financeiro

que as proporcionem implementar os seus objetivos.

Ademais, o presente trabalho faz-se necessário também para contribuir na

divulgação de uma visão alternativa da usual que só enxerga o consumo ante as

entradas de recursos e não tendo como premissa a racionalidade dos gastos. A

temática pode ser justificada ainda, entre outras razões, por tratar-se de assunto que

a todos diz respeito, uma vez que as consequências da ação ou omissão individual

podem impactar direta ou indiretamente, mais cedo ou mais tarde, na vida de

qualquer pessoa.

Dessa forma, pretende-se, com os seus achados, contribuir para academia,

pluralizando e universalizando a disseminação cultural do conhecimento nesta

temática.

22

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 COMPORTAMENTO FINANCEIRO DO CONSUMIDOR

Embora Simintiras et al. (2014) afirmem ser o campo do comportamento do

consumidor assunto que desperte pouco ou nenhum interesse de estudiosos para

algumas áreas, ao que tudo indica, parece ser mais razoável entender o que pregam

Dubey, Sahu e Sharma (2015) ao afirmarem que o comportamento do consumidor

deve ser estudado por todos, uma vez que o mesmo é determinante na decisão de

relações de compra e venda, sucesso ou fracasso para os atores envolvidos em

transações de consumo; ou, de forma mais restrita, ao que diz Lucena et al. (2011)

ao afirmarem que apenas veem a necessidade de estudo a todos que disponibilizam

algum produto ou serviço ao consumidor, ou seja, aqueles que comercializam.

Nesse sentido, Lopes e Silva (2011) apontam que não existe, na área de Marketing,

a falta de pesquisa sobre o comportamento do consumidor, uma vez que o tema é

bem recorrente e tem se propagado cada dia mais. Tal interesse é confirmado por

meio de pesquisas como as de Chiu, Lee e Won (2014), Grimmer, Kilburn e Miles

(2016) e Richard e Habibi (2016).

Quelch e Jocz (2011) que estudaram casos de sucesso e fracasso em épocas

de recessão, no tocante ao comportamento de empresas e consumidores,

perceberam forte influência sobre o desempenho econômico. Motivo esse que

corrobora a necessidade de mais estudos neste campo. Para esses autores, os

atores envolvidos neste cenário devem entender a mudança no hábito de consumo e

adaptar sua estratégia para a nova realidade, uma vez que, assim não agindo,

dificilmente sobreviverão à retração e prosperarão após a passagem do nebuloso

momento.

É razoável perceber que nessa nova estratégia é dado destaque a

importância do planejamento financeiro, o qual consoante Nga e Ken Yien (2013)

crescem a influência e participação, bem como as consequências da falta de zelo

com este para uma segura tomada de decisão financeira exigida pelo cenário

conturbado.

23

Haws, Bearden e Nenkov (2012) corroboram ao apontar a tomada de decisão

relacionada com finanças como de significativa importância. No entanto, ao mesmo

tempo, acrescentam que um dos principais fatores subjacentes à tomada de decisão

financeira envolve o autocontrole dos gastos dos consumidores. O qual Nga e Ken

Yien (2013), no mesmo sentido, sinalizaram como a tomada de decisão financeira

que nem sempre é feita de forma racional.

Na busca de resposta, quanto à utilização de autocontrole nos gastos, Santos

e Barros (2011) pesquisaram sobre a influência da razão e da emoção para saber

qual dessas potencializa mais na determinação da tomada de decisão financeira das

pessoas. Silva, J. et al. (2011), achando pertinente a temática, concluíram que as

pessoas munidas de informações favoráveis tendem a sentirem-se mais confiantes e

incentivadas a incorrer em dispêndios. Lemos et al. (2014), por sua vez, procuraram

identificar se os investidores, do mercado de ações, possuíam interesse em critérios

não financeiros ao tomarem decisões de investimento. Já Costa e Miranda (2013)

estudaram o comportamento humano por meio da investigação para saber se a

educação financeira influência a taxa de poupança escolhida pelos indivíduos.

De tudo, Oliveira e Krauter (2015) chama a atenção ao apontar que as

finanças comportamentais contrariam o modelo cujos mercados são eficientes e os

agentes racionais, uma vez que esses podem ser influenciados por suas crenças e

experiências passadas. Tal constatação reforça a confirmação que estudos hão de

ser feitos e em diferentes campos do conhecimento, uma vez que a subjetividade de

percepção dos consumidores é uma constante e vai depender muito do cenário de

observação. Ainda sobre o ambiente de estudo, Quelch e Jocz (2011) apontaram

que, embora tendo analisado vários cenários turbulentos, uma crise nunca é

exatamente igual a outra e, assim, esse novo ambiente deve ser entendido para que

as adaptações necessárias sejam implementadas e o sucesso seja alcançado.

Nesse propósito, esta pesquisa recorreu, entre outras fontes, ao trabalho de

Yamauchi e Templer (1982) que desenvolveram um instrumento de pesquisa

norteador para ações de personalidade, motivação e comportamento de atitudes

com o dinheiro, o qual foi designado de Escala de Atitude Monetária – EAM. De igual

modo, se balizou também pelas pesquisas de Furnham (1984) que constituiu a

Escala de Comportamento e Crença Monetária – ECCM; e, ainda, a de Tang (1995)

que elaborou a Escala Ética Monetária – EEM, todas alinhadas a construções

teóricas voltadas ao tema.

24

Assim, o resultado da relação comportamento consumidor e sua propensão

ao uso de ferramentas financeiras apontou para um modelo segmentado dos

agentes que foi alvo do campo de busca da pesquisa.

2.2 PLANEJAMENTO FINANCEIRO

O ambiente corporativo que, em regra, faz uso da técnica de planejamento,

percebendo as vantagens da ferramenta (Osinski et al., 2013), caminha no sentido

de otimizá-la. Tal qual apresentado por Corominas, Lusa e Olivella (2012) por meio

do uso em software de novos comandos para torná-lo mais efetivo e eficaz. Assim,

percebe-se que sua aplicação nesse segmento já se encontra bastante consolidada

devido à importância dos resultados que ela tem proporcionado.

E, provavelmente, também por causa desses bons resultados no cotidiano

das organizações, Estrada, Neto e Augustin (2011) observaram que o planejamento

já há algum tempo deixa a exclusividade de ser uma ferramenta de cunho

organizacional e passa a tornar-se uma forte aliada também aos indivíduos que

almejam sucesso e tranquilidade nos seus orçamentos domésticos. Para Martins,

Serralvo e João (2014), o planejamento deve ser condição prévia necessária em

toda ação humana.

Para Leal e Nascimento (2015), o planejamento é uma etapa dentro de um

processo que visa organizar as entradas e saídas de recursos, proporcionando,

assim, auxílio na gestão do caixa. Vahidov e He (2009) corroboram, apontando que

representa, assim, uma fase de reflexão de como e quando os eventos financeiros

hão de ocorrer, norteando o rumo dos atos financeiros dos indivíduos na direção dos

objetivos previamente traçados e que deverão, se necessário for, serem revisados,

uma vez que o planejamento é apenas um guia e não um trilho na busca do

almejado. Percebe-se, assim, que o planejamento denota um pensar antes do agir

que, contudo, está sujeito a mudanças provocadas por novos cenários alheios aos

comandos previamente escolhidas, necessitando, desse modo, de constante

monitoramento e ajustes, se necessário, para a consecução das metas

anteriormente estabelecidas.

25

Ribas (2007) corrobora apontando que, em virtude dessa possível mudança

de cenário, o planejamento poderá também amenizar impactos imprevistos, além de

otimizar a utilização dos limitados recursos.

Com essa preocupação, a distinção entre as necessidades e os desejos de

consumo foi apontada por Santos e Silva (2014) como item que deve ser bem

ponderada no momento prévio de avaliação do planejamento. Esse ponto foi

inclusive apontado na pesquisa de Dittmar e Drury (2000) como um conflito interno

que acompanha as mulheres compradores excessivas no ato da compra.

Contudo, o tema tem despertado o interesse da academia e, nesse sentido,

estudos como os de Ameriks, Caplin e Leahy (2003) e Gräf e Gräf (2013)

demonstram a importância do assunto e registram contribuições nesta seara do

conhecimento.

2.3 CONTROLES SOBRE AS AÇÕES COMPORTAMENTAIS

Conforme Yu, Cai e Li (2011) apresentam, a economia e os sistemas

financeiros são ambientes complicados para trabalhar as implicações do controle,

uma vez que, preocupam-se com pessoas e estas possuem muitos fatores

complexos. Por isso, os autores, percebem maior afinidade do tema com outros

campos do conhecimento como o da física, química ou biologia.

No entanto, o tema também tem sido enfrentado por analistas de ciências

sociais e, assim, estudos como os de Ameriks et al. (2007) e Martins (2013) se

desenvolveram e confirmam essa preocupação da academia.

Do mesmo modo, estudos são realizados no intento de implantar controles e

ainda aplicar rotinas nos processos já existentes ou em fase de implantação que

venham a aprimorá-los, tornando-os mais eficientes e proporcionando melhores

resultados para dada ação. Nesse sentido, a pesquisa de Huh et al. (2010) e Putra e

Aisjah (2012) aparecem como um bom exemplo.

No sentido de verificar a relação entre o controle e o comportamento humano,

bem como os reflexos da tomada de decisão frente a essa ligação, Crispim, Cabral e

Libonati (2011) estudaram a influencia de controles sobre o comportamento humano

em um ambiente corporativo. De igual modo, Rodrigues e Pereira (2007),

reconhecendo a carência de estudos que envolvam essa relação, também

26

contribuíram por meio da pesquisa que procurou amenizar a lacuna entre os

contrutos controle e o que eles denominaram de bem-estar subjetivo.

Gasiorowska (2014), por sua vez, vê na subjetividade individual de julgamento

a dificuldade de mensurar a percepção da riqueza proporcionada. No entanto,

reforça que indivíduos com boa percepção do controle financeiro (capacidade de se

planejar, monitorar e controlar seu dinheiro) funcionam como um moderador para a

relação que apresentou como estar compreendida entre riqueza objetiva e subjetiva.

Sinalizou, ainda, acrescentando que as diferenças individuais nas atitudes voltadas

ao dinheiro podem influenciar na motivação dos trabalhadores.

Para Piccoli e Silva (2015) a aceitação de medidas de controle tem forte

ligação com a educação e, assim, realizaram trabalho objetivando medir o nível de

educação em gestão financeira dos funcionários de uma instituição de ensino. No

mesmo sentido, Gathergood (2012) examinou a relação entre autocontrole e

educação financeira e sobre-endividados nas ações dos consumidores do Reino

Unido.

Corroboram Haws, Bearden e Nenkov (2012) ao identificarem que um dos

principais fatores subjacentes a tomada de decisão financeira envolve o autocontrole

dos gastos dos consumidores. Para esses autores, o uso de estímulos externos

pode alertar os consumidores para bons resultados futuros. Segundo os autores,

esses resultados podem ser alcançados por meio do aprimoramento do autocontrole

e o exercício de foco no futuro para os indivíduos, transcendendo assim tentações

presentes.

No mesmo sentido, Baumeister (2002 apud Wu, 2006) argumenta que a

capacidade de resistir aos impulsos depende da capacidade de autocontrole e,

portanto, é importante compreender possíveis causas de falhas nesta variável.

Do exposto, logo se percebe que a academia observa nos controles boa

influência para demandadas ações. Ademais, percebe-se alinhamento dos controles

informais ao agir das pessoas, enquanto ao controle formal a conexão dessas com

as organizações. Tal qual citado por Crispim, Cabral e Libonati (2011) em seu

trabalho que objetivou estudar a percepção da influência da controladoria no aspecto

comportamental humano. Esse foco sinaliza para um possível maior esforço no

intento de conseguir alinhar essa literatura ao nosso objeto principal de estudo –

comportamento da pessoa como consumidor, uma vez que o controle financeiro,

27

quando abordado, aparece normalmente mais ligado aos processos e compromissos

das organizações.

No entanto, nesse propósito, a pesquisa contou com a ajuda, entre outras, da

Escala de Autocontrole dos Gastos dos Consumidores – EAGC – desenvolvida por

Haws, Bearden e Nenkov (2012), bem como a Escala de autocontrole de Gouveia et

al. (2013).

Tendo em vista melhor esclarecimento das diferentes formas de atuação dos

controles sobre as ações humanas, o assunto foi desmembrado e sua abordagem

ocorreu de forma tipificada. Antes, porém, a Figura 1 ilustra como as mesmas agem

frente ao comportamento humano.

Figura 1 – Interação dos controles sobre as ações humanas Fonte: adaptado de Coleta (1987) e Martins (2013).

Do exposto, percebe-se que as setas representadas pelo número 1,

evidenciam a atuação dos controles formais que agem de fora para dentro da mente

humana e, por sua vez, as setas representadas pelo número 2, as quais conotam os

controles informais e, como pode ser observado, agem no sentido inverso do formal.

É pertinente o registro que esses controles atuam em sentidos opostos e

concomitantemente e a ponderação dessas forças, em regra, vai desaguar na

decisão humana.

28

2.3.1 Controle Social

O Controle Social a que este trabalho vem a discorrer não se alinha apenas

aquele insculpido na Constituição Federal de 1988 (CF/1988) e que fora

apresentado por Lacaz e Flório (2009) como ambíguo por apresentar o Estado ora

com poderes sobre a sociedade, ora a sociedade civil como detentora de poderes

sobre as ações do Estado. Mas, sim, como um atributo inerente a atuação de cada

cidadão no seu dia a dia, o que para Goulart (1993) são representados pela atuação

de atores que exteriorizam opiniões e percepções moldadas por um conjunto de

valores, noções e práticas ligadas e orientadas para uma tomada de decisão.

Doin et al. (2012) corroboram discorrendo que nesse processo a participação

de diversos atores e instancias sociais contribuem para essa construção, resultando

na articulação de mecanismos formais e informais de controle na produção de

informações.

Desse modo, percebe-se que o controle social almejado neste trabalho, se

alinha ao apresentado por Uchino et al. (2015) quanto ao ideal de percepção da

mudança de comportamento frente a inserção de controle sobre determinado ato.

Tal ideia foi apresentada à academia, segundo Coleta (1987), por Rotter em 1966 e

apresentava o conceito do que chamou de Locus de controle, referindo-se a

expectativa que o homem tinha em relação às contingências de suas próprias ações,

uma vez que estas eram observadas de forma bipolar e continham dimensões que,

segundo o estudo seminal, em um extremo ver-se-ia o controle interno ou

internalidade e, na outra, o externo ou externalidade. Este, segundo Schmitt e

Branscombe (2002), reside na percepção de que o evento causador é alguém ou

alguma coisa alheia à vontade do eu e, aquele, guardaria relação com o próprio eu

quando percebido como causador de um evento. Por sua vez, diversamente,

Rodrigues e Pereira (2007) alertam para a desnecessidade do exercício real de

controle sobre os eventos, bastando para isso, quanto às pessoas, a percepção do

controle sobre suas ações.

No entanto, em sentido amplo, os consumidores estão sujeitos a classificação

do controle apresentada por Collier (2005), Jiang, Lambert e Jenkins (2010) e

Lambert et al. (2012) ao denotá-la resumidamente como resultante de um misto

entre o controle formal e o controle informal. Embora, para Collier (2005), o controle

29

social é particularmente evidenciado nas organizações controladas por empresários

e, nesse sentido, transcorreu a sua pesquisa.

2.3.1.1 Controle Formal

O controle formal, como um desdobramento do controle social, aparece

representado por trabalhos que em sua origem tiveram a externalidade evidenciada.

Essa variável foi observada nas pesquisas de Cheng et al. (2013), Collier (2005),

Goebel e Weißenberger (2015), Guenzi, Baldauf, Panagopoulos (2014), Jiang et al.

(2014), Lambert et al. (2012), Loan, Gabriela e Mihai (2014), Long et al. (2015), Paul,

Hennig-Thurau e Groth (2015), Watson (2009) e, segundo a classificação de

Enriquez (1996 apud Martins, 2013), se apresentaram, ora no formato de controle

organizacional, ora no modo de controle por dissuasão, uma vez que se alternaram,

para este, como inibidor dos comportamentos indesejáveis por meio da presença de

forças interventoras que o Estado tem a sua disposição como, por exemplo, a

polícia; e, para aquele, por meio da fixação de comportamentos e atitudes do

trabalhador ante a organização a qual labora. Para Martins (2013), isso é possível

devido às diversas maneiras que o controle tem sido trabalhado diante de um amplo

leque de cenários.

Desse modo, a pesquisa de Kranias (2001) despertou o estudo entre os

controles existentes na gestão de empresas japonesas multinacionais e suas filiais

localizadas na Europa e no Reino Unido. A provocação partiu da percepção que no

campo organizacional os controles formais estavam sempre em segundo plano

quando comparado ao controle cultural.

Long et al. (2015), por sua vez, avaliaram e compararam algumas

configurações sobre o uso dos controles formais e informais no ambiente corporativo

e perceberam que grande parte dos controles formais pode ser melhor utilizado para

dirigir subordinados que desempenham tarefas comuns, enquanto uma gama de

controles informais é mais eficaz para direcionar subordinados que desempenham

atividades mais complexas.

Já Lambert et al. (2012), analisaram a importância dos controles formais e

informais quanto aos crimes nos Estados Unidos e na Índia. Apontaram que esses

ocorridos do ponto de vista de controles formais baseiam-se na lei e nas instituições

30

oficiais do governo para tornar difícil a ocorrência de ações criminosas bem como

para julgar atividades delinquentes; quanto aos controles informais, veem no ciclo

familiar e de amigos as melhores instituições para contribuir na promoção de

comportamentos lícitos.

Assim, percebe-se que os trabalhos apontados partiram da verificação de

influência do controle formal ou a falta deste no comportamento de agentes expostos

em cenários organizacionais que, por sua vez, segundo Martins (2013),

invariavelmente, objetivam manter e aprimorar o sistema dessas corporações,

mantendo, assim, segura as relações de poder no Estado e nas organizações.

Restando, dessa forma, para o indivíduo pouca autonomia sobre suas ações e sobre

sua vida.

No entanto, como a seara do presente trabalho vislumbra também observar o

reflexo do controle formal sobre as ações humanas quanto ao consumo, faz-se uso,

por analogia, da influência desses controles para as organizações. Assim, observa-

se que em essência ambos os cenários existem normas expressas alinhando os

comportamentos “aceitáveis”. Uma vez que, para o ambiente organizacional, em

regra, essas normas são menos flexíveis e devem ser acatadas por todos que a ela

se sujeitam (BALIGA; JAEGER, 1984; MARTINS, 2013). Para as relações de

consumo, por sua vez, as regras ficam mais livres e limitadas apenas por transações

expressamente proibidas quanto à previsibilidade de sua ocorrência em dado campo

de incidência normativa. Assim, percebe-se que a externalidade sobre as ações de

consumo são bem flexíveis e, conforme já citado nesse trabalho, amplamente

exploradas pelas ações de marketing.

Sobre a fusão controle formal e o consumo, a pesquisa de Li et al. (2010), que

trata de investigação nas relações dos controles em relacionamentos compradores e

fornecedores aparece como um bom exemplo. Bem como, o trabalho de Loan,

Gabriela e Mihai (2014) que estudaram as lacunas legais que as relações de

consumo com a globalização fizeram surgir.

Os trabalhos de Jiang et al. (2014), Jiang, Lambert e Jenkins (2010) e

Lambert et al. (2012) também merecem oportuno comentário, uma vez que

apresentam pesquisas que evidenciam os controles formais e informais como

mecanismos de dissuasão das pessoas para o exercício de ações probas ou, assim

não sendo, sujeitando-as as normas impositivas e aos julgamentos procedidos

31

pelas instituições governamentais responsáveis pelo implemento de tais medidas

assecuratórias.

Em síntese, percebe-se que os controles formais atuam de fora para dentro

na tentativa de induzir o comportamento das pessoas. A ação dessas forças atua na

busca de moldar o comportamento humano em todos os campos de atuação

possível. Eis, a razão pela qual os operadores do marketing veem na promoção uma

fonte aliada ao interesse de como influenciar os consumidores a entender a criação

de “necessidades” (AHMAD et al., 2011).

2.3.1.2 Controle Informal

Baliga e Jaeger (1984) apresentam o controle informal como sendo o membro

da família dos controles que se destaca por possuir o maior grau de subjetividade,

uma vez que está ligado a cultura de cada um dos membros de uma organização.

Para os autores, a dificuldade de mudança impositiva consiste, pois a cultura está

ligada a traços internalizados, às vezes, constituídos ao longo de toda a vida.

No entanto, é recorrente a realização de trabalhos com base na teoria do

controle organizacional que, simplesmente, desconsideram essa variável. Contudo,

pesquisa como a de Paul, Hennig-Thurau e Groth (2015) resulta na percepção de

que o controle informal pode representar a imagem da própria cultura organizacional

e que por meio das vantagens alcançadas, e atestadas nos resultados, aponta-se

para um desfecho superior a entidade, motivada pela atuação dos controles

informais quando em comparação com o formal. Tal achado aponta para a

necessidade das organizações entenderem as individualidades dos seus quadros e

estudarem o que pode tirar de melhor desse mix de opções, descobrindo talentos e

oportunizando o que Prahalad e Hammell (2005) chamaram de competências

essências e, foram, até então, desconsideradas pela forma estratégica imposta de

atuação.

Beck e Schott (2012) corroboram e participam que os traços informais de

controle e o aprendizado organizacional influenciam sobre o comportamento formal,

causando inclusive mudanças organizacionais ao longo de tempo. Para os autores,

a harmonização de valores e as práticas relacionadas ao trabalho servem para

minimizar as diferenças culturais.

32

Ainda nesse sentido, estudos como os de Collier (2005), Goebel e

Weißenberger (2015), Guenzi, Baldauf e Panagopoulos (2014), Kranias (2001) e

Paul, Hennig-Thurau e Groth (2015) também evidenciam achados que alinham a

forte ligação dos trabalhos da academia com o controle informal em um ambiente

organizacional.

No entanto, segundo Martins (2013), o controle nesse cenário denota uma

acepção negativa, uma vez que evidencia relações de opressão ou alienação do

trabalhador. O autor sintetiza, dizendo tratar-se de uma representação que objetiva a

função de “adaptação” do homem ao aparelho organizacional, amarrando, no limite,

os seus atos e até pensamentos.

Com tudo, percebe-se que essas pesquisas destacam a importância da

informalidade sobre as ações ante a formalidade do controle e se alinham ao

trabalho que Rodrigues e Pereira (2007) apresentam o controle informal nas ações

particulares como elemento motivador de alto nível e fonte de bem-estar subjetivo

para as pessoas. Para esses autores, a ideia está alinhada a psicologia positiva, a

qual tem em seus pensadores o ideal de que a busca da satisfação nas ações

rotineiras e o controle sobre os fatos da própria vida resultam em tornar a vida mais

agradável.

Collier (2005) corrobora afirmando que, apesar de não aparecer em peças

como organogramas e relatórios de desempenho financeiro e não financeiro das

entidades, são, certamente, importantes elementos de um planejamento de controle

de gastos.

Nesse sentido, considerando o momento econômico atual, parece muito em

voga Martins (2013), ao apresentar o controle como uma ferramenta que tem em

seu papel uma fonte de luta pela sua sobrevivência por meio do processo de

adaptação. Collier (2005), alheio à economia, limita-se a apontar associação entre o

controle e o poder, os quais, Tórtima (2014) relaciona como sendo o exercício de um

por meio do outro para controlar diretamente o comportamento das pessoas que, por

sua vez, também, será feito por meio do marketing nos moldes apresentado por

Rossi, Bortoli e Castilhos (2014).

Com esse propósito estudos como os de Artifon e Piva (2013), Bearden e

Haws (2012), Dittmar e Drury (2000), Garbinsky, Klesse e Aaker (2014),

Gasiorowska (2014), Gathergood (2012), Gathergood e Weber (2014), Haws,

Bearden e Nenkov (2012), Piccoli e Silva (2015), Rodrigues e Pereira (2007), Tam e

33

Dholakia (2013), Zaleskiewicz, Gasiorowska e Kesebir (2013) foram realizados no

intuito de conhecer a atitude dos consumidores em diferentes cenários e, assim,

proporcionar contribuições para a academia.

Dessa forma, a pesquisa de Gathergood e Weber (2014) apontaram na busca

do que chamaram de fontes das condutas desviantes dos consumidores ante as

opções de consumo – a falta de autocontrole (a quem titularam também de

impulsividade). O estudo que teve sua amostra representada por famílias do Reino

Unido focou também a influência da literatura financeira no comportamento das

finanças domésticas e indagou questões de como agregados familiares mantém, ao

mesmo tempo, aplicações em poupança com baixo rendimento e arcam juros altos

de crédito com gastos rotativos. Os resultados da pesquisa mostraram que os erros

de gastos evidenciados não estão associados com a má educação financeira ou

falta de educação, mas sim a falta de autocontrole.

Dittmar e Drury (2000), por sua vez, analisaram, por meio de grupos, o

comportamento de consumidores apresentados como do tido normal, impulsivo e

outro identificado como cliente excessivo, o qual, segundo os autores, é mais

comumente chamado de comprador compulsivo. Abordaram questões relacionadas

a compras não planejadas, compras para promoção de autoimagem e outras

variações de compras impulsivas que sujeitam o adquirente a posterior

arrependimento. Indagaram também preocupação com esses consumidores frente a

um cenário de crédito facilitado e, ainda, alertaram que a falha no autocontrole

pessoal ou o desejo de bem-estar resulta em vício nas compras que, por sua vez,

poderá ocasionar sequelas financeiras aos consumidores.

Compartilhando dessa preocupação Huh et al. (2010) lembram que durante

um boom econômico, as pessoas tendem a aumentar suas despesas e prontamente

reembolsar o saldo da sua dívida de crédito. No entanto, quando a economia piora,

o número de inadimplentes titulares aumenta e em especial aqueles com menor

crédito, levando inquietude a economia e aborrecimento às pessoas. Percebe-se,

assim, a importância do autocontrole como fonte informal das pessoas para

caminhar de forma serena na busca dos seus ideais.

Contudo, estudos como o de Egbe, Tsamenyi e Sa’id (2012) apontam

também bons resultados laborais advindas de um bom controle informal pessoal,

uma vez que características como confiança tem sido destaque em organizações

que veem nesse atributo a capacidade necessária para promover funcionário a

34

liderar equipes, desconsiderando fatores de habilidade ou competências outras

possuídas pelo membro.

2.3.2 Controle Financeiro

Vasconcelos, Antunes e Silva (2014), que investigaram aspectos cognitivos e

emocionais para uma tomada de decisão, observaram que sua amostra evidencia

não se guiar por resultados exclusivamente financeiros. Contudo, percebe-se que

esse resultado não é incomum, uma vez que é composto de jovens e assim a

academia vem sinalizando.

Corroboram Santos e Souza (2014), que também acrescentam perceber uma

insignificante ampliação do controle financeiro para os jovens de classe social mais

elevada, em estudo que comparou essa relação. Esses autores veem no grau de

autocontrole a capacidade necessária de bem gerir as suas fontes financeiras.

Contudo, para Lusardi (2008), desconhecimento de instrumentos financeiros

adequados é o que torna os indivíduos desqualificados para uma decisão de investir.

Vahidov e He (2009), por sua vez, apontam que o controle das finanças pessoais

não pode apenas limitar-se a execução do planejamento e orçamento adequados,

mas também ao controle dos fluxos de caixa e investimentos.

Nesse sentido, Dittmar e Drury (2000) questionam a necessidade de se

diferenciar a compra planejada da compra por impulso, uma vez que elas caminham

geridas de forma claramente distinta e, assim, observa-se para esta a valorização de

aspectos psicológicos e para aquela, diferentemente, atribui-se valor a abordagem

custo-benefício que melhor se alinha ao controle dos fluxos e contribui de forma

mais racional perante ações de consumo.

No entanto, Gathergood e Weber (2014) mostram que, entre uma amostra

considerável de sua pesquisa, a falta de autocontrole e a elevada taxa de gastos por

meio de comportamento impulsivo figuram também como desafio e chamam a

atenção, uma vez que sua amostra era composta de agentes que supostamente

dispunham de melhor educação financeira.

Assim, percebe-se que o autocontrole financeiro será uma consequência de

como os consumidores reagem a externalidade controle formal organizacional ante,

principalmente, as ações de marketing, bem como o nível de controle informal

35

(cultural) internalizado, o qual somado a capacidade financeira individual traçará um

perfil adequado a cada consumidor que deverá balizar-se pela equação básica da

contabilidade, tal qual apontada por KASSAI et al. (2009) para incorrer em decisões

mais seguras.

2.4 TOMADA DE DECISÃO

Ferreira, Cardoso e Mendonça Neto (2013), veem a tomada de decisão como

consequência necessária de um processo de escolha que está presente na maioria

das atividades humanas, desde as mais elementares às mais complicadas. Segundo

os autores, em estudo sobre o processo de tomada de decisão em um cenário

contábil, os dados são coletados e disponibilizados por meio de informações para

que os usuários façam suas escolhas e julgamentos pertinentes que assim resultem

em decisão. Tal pensamento também é compartilhado por Silva, E. et al. (2011) que

estudaram sobre o processo individual de informações na mente humana e o

apresentaram como não sendo de fácil enquadramento.

Para Angeloni (2003), que também almejou harmonizar um paralelo sobre a

participação dos dados, da informação e outras variáveis na tomada de decisão, foi

observado que o grande desafio dos decisores não é o de obter os dados e

transformá-los em informação e esta, por sua vez, em conhecimento, mas sim, a

sensibilidade de perceber que nesse processo de transformação distorções ocorrem

e pode mudar a cada dia o rumo dos julgamentos, o que implica revisões constantes

em idênticas relações. Ainda para a autora, o processo de decisão atualmente tem

sido afetado de forma crescente permanentemente por meio da eclosão volumosa

de informações e dos meios tecnológicos de propagação desses conhecimentos.

Corroboram Amaral e Sousa (2011), participando que esse excesso de

informações e a velocidade das respectivas transmissões, faz com que haja uma

perda na qualidade da informação, bem como na tomada de decisão resultante. No

entanto, os autores percebem na intuição dos agentes a base necessária para

superar essa adversidade, uma vez que nela encontra-se inserida experiências e

conhecimentos acumulados, às vezes, ao longo de toda a vida, ainda que

inconsciente para alguns indivíduos, mas que poderão fazer a diferença no momento

da escolha. Nishitani et al. (2012) reforçam a necessidade do acesso as informações

36

relevantes e a habilidade de tempo no processamento desta como base para a

tomada de decisão nos mais diversos segmentos.

Nesse sentido, Silva, E. et al. (2011) destacam que a codificação das

informações recebidas compreende uma atividade essencialmente individual, a qual

ganhará relevo na proporção em que se aumentar a necessidade de obtenção de

resultados mais importantes. Ademais, para os autores, a tomada de decisão

implica, entre outras coisas, em um comprometimento racional que alinhado a uma

percepção máxima, consiga diminuir ameaças possíveis e proporcione sucesso nas

investidas.

Nesse sentido, percebe-se que a tomada de decisão individual é mais simples

que uma decisão organizacional, uma vez que esta prescinde mais pessoas. No

entanto, a analogia na ponderação dos atributos deve ser buscada para o alcance

do sucesso no processamento das escolhas, pois, assim não sendo, fatores como

compras impulsivas, tal qual citado por Dittmar e Drury (2000) e compras não

planejadas também comentadas por Medeiros, Sampaio e Perin (2010), entre outros

gastos, hão de ocorrer e provocar desconforto e constrangimento nos lares.

Sobre isso, Gathergood e Weber (2014), em estudo com agregados

familiares, perceberam que os gastos de uma amostra representativa da pesquisa

não estavam associados com a má educação financeira ou falta de educação, mas

sim a falta de autocontrole.

2.5 TEORIAS COMPORTAMENTAIS

Como estudar o comportamento humano não é uma tarefa simples. Fusionar

esses conhecimentos em um cenário de crise econômica aparece como bastante

desafiador e talvez isso explique a existência de poucas pesquisas recentes

abordando esse cenário. No entanto, para tentar preencher algumas lacunas nessa

seara, teorias foram lançadas e suas contribuições para a evolução do

conhecimento nortearam estudos que serão utilizados no intento de ampliar a

satisfação dos achados.

37

2.5.1 A Teoria da Utilidade Esperada e a Teoria do Prospecto

A proposta de Kahneman e Tversky (1979) que resultou na Teoria do

Prospecto (TP) veio a preencher lacunas deixadas pela Teoria da Utilidade

Esperada (TUE) de Von Neumann e Morgenstern (1944), a qual parte da premissa

de que as escolhas humanas seguem uma lógica racional e que encontra na teoria

das finanças a existência de mercados eficientes evidenciados por meio de

instrumento de pesquisa que analisa o risco na tomada de decisão.

Jensen e Smith (1984) corroboram, apontando ser a teoria da eficiência do

mercado um dos principais blocos da teoria financeira tradicional. No entanto,

Fernandes, Hamberger e Valle (2015) veem a teoria como um dos pontos

possivelmente mais polêmicos nos embates dos campos econômico-financeiros. Tal

constatação somada a outros achados como os de Soares e Barbedo (2013) e

Yoshinaga e Ramalho (2014), ambos aplicados no Brasil, bem como Haubert, Lima

e Lima (2014) em Portugal, seguem, reforçando a discussão que permeiam a TUE e

exaltam evidências que se alinham a TP.

Nesse sentido, Oliveira e Krauter (2015) estudaram essa teoria para saber

como as finanças pessoais podem explicar a tomada de decisão, uma vez que,

segundo os autores, os indivíduos podem ser influenciados a tomar decisões

baseados em suas crenças e experiências passadas, tornando-os dispostos a

incorrer em comportamentos financeiros que contrariam o modelo da TUE no qual

os mercados são eficientes e os agentes racionais. Tal pesquisa resultou na

confirmação de que os agentes não são tão racionais além do que fatores ligados à

experiência profissional e qualificação não interferiram na tomada de decisão dos

indivíduos. Percebe-se, assim, forte ligação da teoria com atitudes, que, por sua vez,

resultam em exercício dos controles informais dos agentes.

Leone e Guimarães (2013) Corroboram, apontando que achados empíricos

da existência de ilusões cognitivos e vieses de comportamento se alinham a

irracionalidade da ação dos agentes e contribuem no amadurecimento das finanças

comportamentais. Klotzle et al. (2012), que também ver na TP a base das finanças

comportamentais, a apresenta como resultado da Teoria da Utilidade Não-Esperada,

uma vez que o seu surgimento parte de pesquisas cujas escolhas implicam

resultados incertos.

38

Estudos como os de Haubert, Lima e Herling (2012), Leone e Guimarães

(2013) e Oliveira e Krauter (2015) também se alinham as características da pesquisa

seminal de Kahneman e Tversky ao apontar os agentes propensos à aversão ao

risco para ganhos e propensão ao risco para perdas de alta probabilidade.

2.5.2 A Teoria da Ação Racional e a Teoria do Comportamento Planejado

A Teoria da Ação Racional (TAR), segundo Moutinho e Roazzi (2010), foi

idealizada por Martin Fishbein em meados dos anos 60 e ganhou relevo ao ser

revisada e ter obtido a contribuição de outros estudiosos, entre os quais se destaca

Icek Ajzen que junto com o idealizador, apresentaram a TAR como mediadora do

comportamento, assim, condicionada a intenção do comportamento que, por sua

vez, fica a depender das atitudes e normas subjetivas relacionadas à dada

ação(FISHBEIN; AJZEN, 1975). Percebe-se, assim, o destaque da TAR dada às

atitudes e as normas subjetivas ante as ações do agente. Tais pontos foram

perquiridos no trabalho de Aleassa, Pearson e McClurg (2011) que versavam sobre

a influência das atitudes e das normas subjetivas em relação à tomada de decisão

sobre ações de pirataria de software na Jordânia. Corroboram também as pesquisas

de Marot e Ferreira (2008), Ramayah et al. (2009) e Tsai, Chin e Chen (2010) ao

abordarem essa temática.

Esses resultados confirmam o ideal planejado pelos autores da teoria, uma

vez que, a pretensão era lidar com o comportamento como um processo racional de

formação de intenções. É oportuno também registrar que, segundo Martins, Serralvo

e João (2014), o controle volitivo na intenção do agente é necessário para que a

materialização do comportamento seja analisado como variável real de estudo e

possa verificar os devidos desdobramentos. E, nesse sentido, Ajzen (2002)

corrobora apontando que a maioria das intenções de comportamento que estão sob

esse controle pode ser suficiente para predizer as ações de comportamentos dos

agentes.

Contudo, Caro et al. (2011) ressaltam que a evolução das pesquisas fez

surgir gargalos de análise, uma vez que nem todas as intenções são compostas de

um processo racional que consegue levar a um comportamento desejado, pois

barreiras externas e também internas podem interferir na consolidação de

determinado comportamento.

39

Desse modo, incluíram, ao modelo anterior – TAR – mais um construto, o

controle percebido do comportamento, passando a compor o rol de fatores

preditores do comportamento, agindo de forma harmônica, porém independente dos

demais, a saber: atitudes e normas subjetivas. O qual pode atuar no desempenho do

comportamento de forma indireta, por meio da intenção, ou mesmo diretamente. A

inserção dessa mudança ao TAR deu origem ao TCP. (AJZEN, 1991, 2002)

Ademais, consoante Martins, Serralvo e João (2014), incorporaram também a

variável de predição das crenças de controle ao construto controle percebido do

comportamento, uma vez que ela demonstra o nível de dificuldade ou facilidade que

o indivíduo acredita possuir para implementar uma ação desejada.

Com isso, estudos como o de Hunt e Gross (2009) apontam para a

superioridade do TCP sobre o TAR quanto às evidências encontradas. No entanto, a

pesquisa de Burak, Rosenthal e Richardson (2013) faz uma contribuição pertinente

ao mencionar resumidamente que ambas as teorias tem proporcionado achados que

demonstram explicar as intenções e comportamentos em muitos campos do

conhecimento.

2.6 SEGMENTAÇÃO DOS CONSUMIDORES QUANTO AO CONTROLE

Estudos que visam proporcionar respostas à existência de gargalos na gestão

dos recursos ou alavancar seus resultados por meio do agrupamento de pessoas e

o bom uso dessa descoberta têm sido realizados, principalmente, por meio de ações

do marketing.

Assim, Veiga-Neto (2007) aponta que a forma mais usual de agrupar

consumidores tem sido por meio da verificação do nível de renda ou classe

econômica. No entanto, para o autor, essa não parece ser a melhor maneira, uma

vez que as informações demográficas carregam imperfeições quanto à

homogeneidade de preferências quanto aos agentes de um mesmo grupo.

Dessa forma, estudos como os de Andrade e Araújo (2011), Bronner e De

Hoog (2012), Ikeda, Campomar e Pereira (2008), Lopes, Marin e Pizzinatto (2011) e

o próprio Veiga Neto (2007) buscaram por meio de segmentação psicográfica,

independente da nomenclatura utilizada, agrupar consumidores por meio de suas

atitudes, hábitos, estilo de vida e comportamento.

40

Com igual propósito, porém, almejando segmentar o consumidor quanto ao

seu desempenho em relação ao controle pessoal e sua propensão ao uso de

ferramentas financeiras, o presente estudo almejou também contribuir com a

apresentação de uma segmentação baseada em teorias das finanças, sobretudo,

quanto à teoria comportamental voltada para o aspecto financeiro. Assim, o modelo

resultante visa classificar os agentes analisados em uma distribuição recomendada

por meio de tabulações estatísticas que, dessa forma, amenize a subjetividade de

análise da pesquisa quanto aos achados.

Dessa forma, reforça-se Andrade e Araújo (2011) quando discorrem que

conhecer esse processo é extremamente útil do ponto de vista social, uma vez que

poderá proporcionar novas oportunidades de mercado ou o saneamento das formas

utilizadas de gasto.

2.7 RELAÇÃO CRISE ECONÔMICA, COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR E

CONTROLES.

Neuhauser (2015) fez uma junção de vários trabalhos que fizeram alusão a

crise financeira global e destacou possíveis soluções, bem como medidas

regulatórias tomadas para restabelecer o sistema financeiro norte-americano. Tais

ações refletiram claramente a necessidade de implantação de um controle para

estancar lacunas que contribuíram para o cenário turbulento ali analisado. No

entanto, percebe-se que estas ações focaram medidas corporativas, diversamente

do almejado por este trabalho que enfatizou ações de controle comportamental.

Garbinsky, Klesse e Aaker (2014) já sinalizavam essa preocupação e

apontaram que apesar de muitas explicações existirem justificando a necessidade

dos gastos pessoais, algumas são relativamente imutáveis, as quais destacaram:

nível de escolaridade, educação familiar e nível de autocontrole.

No mesmo sentido, Gathergood (2012) examinou a relação entre

autocontrole, educação financeira e sobre-endividamento. Entre os destaques,

desperta a atenção também à afirmação de que as famílias mais impulsivas em seus

gastos tendem, do mesmo modo, a serem impulsivas em outras dimensões do

comportamento (como no mercado de trabalho). Tal achado pode acometer

consequências para as empresas que possuem pessoas com essas características

41

exercendo o seu labor, uma vez que, a depender da função exercida, as ações delas

podem atingir pontos importantes e que repercutam nos resultados da entidade.

Corrobora Gasiorowska (2014) reforçando que indivíduos ao perceberem o

controle financeiro (capacidade de se planejar, monitorar e controlar seu dinheiro)

funcionam como um moderador para a relação que ele chamou de estar entre a

riqueza objetiva e subjetiva. Acrescenta ainda que as diferenças individuais nas

atitudes voltadas ao dinheiro podem influenciar na motivação dos trabalhadores e

recentemente estudos têm sido realizados examinando esses comportamentos ou

as crenças dele sobre o dinheiro.

Percebe-se assim, consoante Haws, Bearden e Nenkov (2012), que a relação

alinhada entre o comportamento do consumidor e o controle em um cenário

econômico proporciona informações importantes não só para os consumidores como

também governos e planejadores financeiros. Nesse sentido, Rodrigues e Pereira

(2007) concluíram que quando o indivíduo acredita controlar a própria vida, tanto a

satisfação de vida quanto o seu bem-estar subjetivo aumentam.

42

3 METODOLOGIA

Este tópico já inicia apresentando na Figura 2 os procedimentos

metodológicos do estudo. Nele se observa, em forma ilustrativa, fases do trabalho

que, no intuito de fornecer informações mais detalhadas de cada subtópico, seguiu

desdobrando-se em pontos ligados ao tipo da pesquisa, ao universo (população) e

amostra pesquisados, ao plano de coleta de dados que se dividiu ainda em

instrumento de pesquisa e plano de coleta, as variáveis do estudo, aos construtos

hipotéticos para fins de escolha dessas variáveis e, por último, aos tratamentos

estatísticos que os dados coletados foram submetidos.

Figura 2 – Procedimentos Metodológicos da Pesquisa Fonte: Elaboração própria (2016).

43

3.1 TIPO DE PESQUISA

A metodologia usada nesse trabalho teve como base: quanto aos objetivos,

uma pesquisa descritiva, uma vez que, segundo Prodanov e De Freitas (2013), o

pesquisador se limita a descrever as características de dada população ou

fenômeno sem manipulação nos mesmos; quanto à abordagem, quantitativa. Utiliza,

para esse fim, o software estatístico Statistical Package for the Social Sciences

(SPSS); quanto à natureza, compreende uma pesquisa aplicada, uma vez que

busca gerar conhecimento em uma realidade prática que vise solucionar questões

particulares; e, quanto aos procedimentos técnicos, um levantamento (survey), uma

vez que, segundo Malhotra (2012), se desenvolve focando principalmente na

descrição de algo que para o caso foram às características de comportamento

financeiro dos consumidores em um cenário de crise econômico. Este autor também

reforça o caráter quantitativo da pesquisa, justificando que compreende um trabalho

no qual se busca quantificar dados por meio do uso de análises estatísticas,

produzindo, assim, importantes informações do corpo analisado.

3.2 UNIVERSO/AMOSTRA DA PESQUISA

A pesquisa inicialmente teve como população um universo amplo, tendo em

vista contemplar pessoas financeiramente ativas para o consumo. No entanto, para

Field (2009) e Prodanov e De Freitas (2013), essa situação é comum em pesquisas

sociais, uma vez que, em geral, existe a impossibilidade de considerar a totalidade

dos elementos de um universo analisado, tornando, assim, oportuna a utilização de

uma amostra – parte da população, o que Field (2009) chama de subconjunto de

uma população e que se espera que seja representativa do universo em análise

para, desse modo, refletir a melhor informação. Dessa forma, a escolha da

população foi delimitada pelo objetivo do trabalho que assim transcorreu, por

acessibilidade, com os servidores de uma instituição pública de ensino que oferta

cursos de nível médio e superior na região nordeste do Brasil.

Nesse sentido, consoante Malhotra (2012) e Prodanov e De Freitas (2013), a

amostra buscou quantificar o maior número possível de respondentes em uma

população-alvo de 2.746 ativos na instituição e pertencentes aos quadros docentes

44

e técnicos administrativos, cujos montantes - registrados em 28 de novembro de

2016 - se apresentaram conforme Quadro 1.

Quadro 1 – Perfil da população por situação funcional e sexo

Situação/Ocupação Sexo

Totais Masculino Feminino

Docentes 1.060 522 1.582

Técnicos Administrativos

675 489 1.164

Totais 1.735 1.011 2.746 Fonte: Relatório de Gestão de Pessoas extraído do Sistema interno - novembro de 2016.

O motivo de escolha desse universo, por acessibilidade, se dá também por

caracterizar um consumidor ativo economicamente que, por sua vez, possui mais

compromissos financeiros, idade bem diversificada e supostamente melhor

maturidade para o consumo.

3.2.1 Caracterização dos Respondentes (amostra)

A amostra contemplou ao término do seu período de coleta um total de 301

respondentes. Esse tamanho supera com certa margem a recomendação de

Malhotra (2012) ao afirmar como necessário, ao menos, uma proporção de quatro a

cinco vezes mais observações do que itens do instrumento. Hair et al. (2009), por

sua vez, recomendam uma razão mínima de 5 e ideal com, ao menos, 10

observações por item. Na mesma ótica Field (2009) destaca os trabalhos de Nunally

(1978), que utilizou proporção de apenas 10 vezes mais participantes do que

variáveis e o de Kass e Tinsley (1979), que recomendou usar entre 5 e 10

respondentes por variável até um total de 300. Após o discorrido, o autor findou sua

reflexão afirmando ser uma amostra de 300 ou mais respondentes fornecedora de

uma solução estável de fatores.

Diante disso, percebe-se que a amostra restou satisfatória, uma vez que os

itens finais do instrumento proposto quantificaram inicialmente apenas 24 variáveis.

No entanto, ainda assim, percebe-se também como dificultosa a generalização dos

achados, tendo em vista que a análise de agrupamentos a torna precária para o

caso da amostra não apresentar representatividade perante a população analisada

(HAIR et al., 2009).

45

Quanto às variáveis sociodemográficas, observou-se que o perfil dos

respondentes apresentou 56,5% de agentes do sexo masculino. A faixa etária dessa

fase da coleta foi diversificada e registrou, assim, como principais destaques: 23,6%

para duas faixas – uma, para aquela com idade até 29 anos; outra, para aqueles

com idades de 40 a 49 anos – e, 43,9% para respondentes contidos na faixa de

idade de 30 a 39 anos. Bem diversificado também ficaram as respostas da variável

grau de instrução, a qual apresentou como destaques os segmentos mestrado com

39,5%, seguido de especialização com 34,2%. Por derradeiro, observou-se que

61,5% dos respondentes foram do grupo técnico administrativo.

Para visualização, com maior detalhamento das características

sociodemográficas da amostra, optou-se por apresentar a Tabela 3.

Tabela 3 – Caracterização dos respondentes (amostra)

Variáveis Demográficas Frequência Absoluta Frequência Relativa

SEXO - - Masculino 170 56,5% Feminino 131 43,5% Total 301 100% FAIXA ETÁRIA - - Até 29 anos 71 23,6% De 30 a 39 anos 132 43,9% De 40 a 49 anos 71 23,6% De 50 a 59 anos 23 7,6% De 60 anos ou mais 4 1,3% GRAU DE INSTRUÇÃO - - Ensino Fundamental 0 0% Ensino Médio 8 2,7% Graduação 45 15% Aperfeiçoamento 2 0,7% Especialização 103 34,2% Mestrado 119 39,5% Doutorado 24 8% CARGO/FUNÇÃO - - Docente 116 38,5% Técnico Administrativo 185 61,5% Total 301 100% Fonte: Dados da pesquisa (2016).

46

3.3 PLANO DE COLETA DE DADOS

3.3.1 Instrumento de Pesquisa

A coleta ocorreu em forma de questionário que foi enviada por meio do

sistema Google Docs, via e-mail, para os servidores de uma instituição de ensino

previamente selecionados. Dessa forma, logo reporta-se a Malhotra (2012) ao

perceber que a busca de dados sobre a população utilizada se comporta como não

probabilística, por acessibilidade, na qual os elementos populacionais foram

selecionados com base na possibilidade de acesso por parte do pesquisador.

O instrumento de pesquisa buscou quantificar o maior número possível de

respondentes em um universo de 2.746 ativos na instituição de ensino objeto do

estudo. Antes do envio definitivo aos destinatários para a devida coleta dos dados,

porém, o questionário formulado foi submetida a pré-testes com 15 avaliadores no

intuito de sanear possíveis equívocos de redação ou entendimento. Tal prática é

recomendada por Malhotra (2012) e Prodanov e De Freitas (2013) para que haja a

correção de possíveis erros de formulação e o saneamento de pontos que possam

comprometer a boa interpretação do instrumento.

Esse instrumento foi elaborado de acordo com variáveis que visavam

aspectos ligados a comportamento financeiro e a possível interferência dos controles

nos gastos evidenciados por meio da literatura. Desse modo, o questionário foi

dividido em três blocos dos quais, um abordou questões gerais e os demais,

questões mais específicas, assim apresentando: a primeira, contemplando apenas

características sociodemográficas da população, composta por 4 questões fechadas

variando entre dicotômicas e de múltipla escolha; a segunda, também com 4

questões, abordou itens baseados e adaptados de tópicos que procuravam verificar

a existência e adequação dos controles; e, a terceira, composta por 24 variáveis

com perguntas escalonadas e de múltipla escolha, que buscou verificar pontos

ligados ao comportamento do consumidor no referido cenário. Essa parte do

questionário foi aplicada com as questões dispostas em uma escala Likert de sete

pontos, as quais ficaram individualmente assim representadas: 1 = discordo

totalmente; 2 = discordo na maior parte; 3 = discordo ligeiramente; 4 = não concordo

nem discordo; 5 = concordo ligeiramente; 6 = concordo na maior parte; e, 7 =

concordo totalmente.

47

A escala nesse formato foi estudada por Wakita, Ueshima e Noguchi (2012)

em trabalho que buscou verificar a possível influência de resposta motivada pela

distância psicológica entre diferentes categorias de opções e descobriu que a

estatística descritiva e os coeficientes de confiabilidade não se mostraram sujeitos a

tal variação e, diversamente, ao que tudo indica, caminham no sentido de ratificar o

achado de Preston e Colman (2000), quando afirmam ser a escala de 7 pontos de

maior confiabilidade devido a este número de opções.

É oportuno registrar que embora o cabeçalho de apresentação do instrumento

de pesquisa aponte evidências para um contexto atual de crise econômica, inclusive

com dados de outras pesquisas, as questões trabalhadas não registram

expressamente que elas deveriam ser assumidas para um momento de crise. Nesse

caso, resta dificultada a percepção dos respondentes quanto à assimilação e

enfrentamento do instrumento como se em um período de crise econômica

estivesse, causando possivelmente ruído para alguns respondentes e, assim,

tornando-se outra possível limitação do presente estudo.

3.3.2 Plano de coleta

O período de coleta da pesquisa esteve compreendido do dia 9 de novembro

ao dia 15 de dezembro de 2016 quando os dados foram coletados, por meio do

Formulário Google - Google Docs, e posteriormente organizados em uma planilha

Excel para serem estatisticamente analisados. A celeridade na coleta, devido ao uso

da internet, confirma vantagens como agilidade, redução de custos e facilidade de

retorno dos respondentes ao envio eletrônico do instrumento (DE LEEUW, 2012).

Em um primeiro momento – dia 9 de novembro de 2016 – o instrumento foi

enviado ao Diretor de Gestão de Pessoas do órgão juntamente com o pedido para

que o setor realizasse a divulgação do questionário para todos os agentes da

instituição. Tal pedido foi acatado e, assim, já no mesmo dia, iniciou-se a coleta dos

resultados. Desse modo, observou-se que nos 8 primeiros dias, a partir da

publicização do instrumento, cerca de 68% do montante final já tinha sido coletado.

No entanto, os dias seguintes ocorreram com números pífios em termos de coleta.

Diante disso, no intento de melhorar os resultados, a partir do dia 9 de

dezembro, o instrumento passou a ser novamente divulgado. Tal envio passou a ser

48

realizado, ora novamente por e-mail, ora lançando o link da pesquisa por meio do

WhatsApp para alguns agentes previamente selecionados. Observou-se que os

resultados dessa nova tentativa foram oportunos, uma vez que contribuiu com

aproximadamente 25% do montante final coletado.

Paralelamente ao envio da pesquisa, para fins de coleta de dados, o estudo

seguiu com o levantamento de dados bibliográficos para o embasamento teórico do

trabalho. Eles foram extraídos em consultas da base de dados Capes, Emerald,

Scopus e da BDTD, bem como de livros e documentos pertinente à área pesquisada

com a finalidade de selecionar literatura que suporte robustez ao tema.

3.3.3 Pré-teste

O comprometimento dos avaliadores do instrumento desta pesquisa na fase

do pré-teste foi excepcional para definir a formatação final do questionário. Tal

avaliação foi feita por 15 agentes dos quadros técnicos administrativos e docentes

pertencentes a outras instituições públicas e privadas de ensino.

No intuito de ter um panorama mais aprimorado da receptividade do

instrumento por parte dos avaliadores a comunicação ocorreu de forma direta com

os respondentes no período de 29 de setembro a 3 de novembro de 2016. No

entanto, algumas vezes, essa feedback ocorreu em forma de chamada telefônica

com as devidas discussões e anotações dos achados.

Com isso, já na contextualização do cabeçalho do instrumento proposto, viu-

se a necessidade de enfatizar que a pesquisa se referia a um contexto de crise

econômica e isso foi feito, inclusive, com a inclusão de citações de pesquisas atuais

que reforçam esse cenário. Na questão número 7, bloco 2, foi incluída uma

explicação para evitar dúvidas quanto a interpretação da palavra “conciliação”, uma

vez que, ao que tudo indica, a expressão é mais familiar para pessoas que laboram

no ambiente de finanças.

As demais sugestões fizeram referência a itens do Bloco 3. Assim, foi

excluída do instrumento de pesquisa, por recomendação do pré-teste, a questão que

visava averiguar a ação de controle e planejamento financeiro dos consumidores.

Tal variável visava avaliar os respondentes por meio da afirmativa “Quando uma

despesa ultrapassa o orçado eu realizo medidas para readequá-la ao planejado”.

49

Essa questão, para os avaliadores, apresentou-se similar a variável G4 quanto ao

seu propósito, uma vez que contempla a afirmativa “Eu busco readequar as minhas

despesas ao orçado quando fatos novos tendem a desviá-las do planejado”.

De igual modo, a questão: “Eu sempre acompanho o meu fluxo de caixa” foi

entendida como semelhante a variável G2, que afirma: “Eu comparo o meu

planejamento/orçamento inicial com as despesas efetivamente realizadas”. No

mesmo sentido, o pré-teste sinalizou para a retirada da questão: “Eu só faço

compras planejadas”, uma vez que encontrou semelhança com a variável G3, a qual

afirma: “Eu utilizo minhas anotações de gastos para priorizar minhas despesas”.

Além disso, optou-se também pela exclusão da questão “Eu não costumo me

planejar para fazer aquisições, seja para consumo ou investimentos, simplesmente

compro”, uma vez que os avaliadores do instrumento identificaram redundância com

a variável G7 ao afirmar “Sempre que eu vou às compras, adquiro muitos itens que

não pensava em comprar antes de chegar à loja”.

Por derradeiro, o pré-teste sinalizou para a necessidade da inclusão de uma

questão que oportunizar-se o direito dos respondentes acompanharem os resultados

da pesquisa. Assim, em virtude disso, fez-se o lançamento de mais uma questão

que suprisse essa lacuna.

3.4 VARIÁVEIS ANALÍTICAS DO ESTUDO

As variáveis foram buscadas da confrontação de aspectos ligados ao

comportamento consumidor quanto ao seu desempenho em relação ao controle

pessoal e sua propensão ao uso de ferramentas financeiras. Nesse propósito o

presente estudo partiu, em um primeiro momento, conforme Prodanov e De Freitas

(2013), em buscar na literatura, por meio de uma pesquisa bibliográfica, opiniões

reinantes sobre o tema e que, desse modo, suportassem as variáveis originais

adaptadas para o trabalho, as quais seguem contidas no Quadro 2.

Quadro 2 – Variáveis adaptadas para a pesquisa (continua)

Variável Afirmativa Referências

G1 Eu faço planejamento/orçamento para efetuar as minhas despesas.

Medeiros, Sampaio e Perin (2010); Tang

(1995); Yamauchi e Templer (1982).

50

Quadro 2 – Variáveis adaptadas para a pesquisa (continuação)

Variável Afirmativa Referências

G2

Eu comparo o meu planejamento/orçamento inicial com as despesas efetivamente realizadas.

Tang (1995); Vahidov e He (2009);

Yamauchi e Templer (1982).

G3

Eu utilizo minhas anotações de gastos para priorizar minhas despesas.

Furnham (1984); Medeiros, Sampaio e

Perin (2010); Vahidov e He (2009);

Yamauchi e Templer (1982).

G4

Eu busco readequar as minhas despesas ao orçado quando fatos novos tendem a desviá-las do planejado.

Medeiros, Sampaio e Perin (2010); Tang

(1995); Vahidov e He (2009); Yamauchi e

Templer (1982).

G5

Eu faço uma lista dos produtos que preciso adquirir antes de ir às compras.

Figueira e Pereira (2014); Medeiros,

Sampaio e Perin (2010); Yamauchi e

Templer (1982).

G6

Já comprei coisas que não precisava mesmo sabendo que estava sem dinheiro.

Dittmar e Drury (2000); Figueira e Pereira

(2014); Furnham (1984); Gathergood e

Weber (2014); Medeiros, Sampaio e Perin

(2010); Yamauchi e Templer (1982).

G7

Sempre que eu vou às compras, adquiro muitos itens que não pensava em comprar antes de chegar à loja.

Dittmar e Drury (2000); Figueira e Pereira

(2014); Gathergood e Weber (2014);

Medeiros, Sampaio e Perin (2010).

G8

Eu faço compras planejadas para não ter surpresas quanto aos meus gastos.

Ameriks et al. (2007); Figueira e Pereira

(2014);Huh et al. (2010); Medeiros,

Sampaio e Perin (2010); Vahidov e He

(2009); Yamauchi e Templer (1982).

G9 Eu abro mão de gastar para investir e alcançar objetivos futuros.

Haws, Bearden e Nenkov (2012);

Yamauchi e Templer (1982).

G10

Normalmente, eu compro mais do que preciso.

Dittmar e Drury (2000); Figueira e Pereira

(2014); Gathergood e Weber (2014);

Medeiros, Sampaio e Perin (2010).

G11

Quando preciso comprar, eu compro produtos similares e com o menor preço.

Brandão, Correia-da-Silva e Pinho (2014);

Figueira e Pereira (2014); Rossi, Bortoli e

Castilhos (2014); Wilson, Anderson e Kim

(2006).

G12 Eu pago minhas contas à vista para não pagar juros.

Furnham (1984); Gathergood e Weber

(2014); Tringham (2011).

G13

Eu sempre peço por descontos em minhas compras.

Azar (2012); Furnham (1984); Selimovic e

Pestec (2014); Yamauchi e Templer

(1982).

51

Quadro 2 – Variáveis adaptadas para a pesquisa (conclusão)

Variável Afirmativa Referências

G14

Atualmente, eu tenho feito o uso de empréstimos pessoais.

Aldlaigan e Buttle (2001); Gathergood

(2012); Gathergood e Weber (2014);

Lusardi e Scheresberg (2013); Lusardi e

Tufano (2015); Neuhauser (2015);

Tringham (2011).

G15 Prefiro pagar parcelado mesmo que no total pague mais caro.

Burd (2010); Gathergood e Weber (2014);

Summers, Williamson e Read (2004).

G16 Comprar é uma forma de relaxar e esquecer os meus problemas.

Furnham (1984); Gathergood e Weber

(2014); Kelly (2011); Medeiros et al. (2015)

G17 Eu sempre faço anotações dos gastos para não me descontrolar nas finanças.

Furnham (1984); Medeiros, Sampaio e

Perin (2010); Vahidov e He (2009).

G18 Eu aproveito as promoções mesmo que não esteja precisando comprar.

Dittmar e Drury (2000); Furnham (1984);

Gathergood e Weber (2014).

G19 Eu não me importo de pagar mais caro por produtos que reduzem o meu trabalho.

Azar (2012); Gathergood e Weber (2014);

Kelly (2011).

G20 Por várias vezes, eu já comprei produtos pensando no que amigos iriam achar.

Dittmar e Drury (2000); Lambert et al.

(2012); Yamauchi e Templer (1982).

G21 Atualmente, eu tenho entrado no cheque especial com frequência.

Aldlaigan e Buttle (2001); Gathergood e

Weber (2014); Graham e Smith (2012).

G22

Atualmente, eu costumo pagar um valor menor do que a fatura total do cartão de crédito.

Figueira e Pereira (2014); Gathergood e

Weber (2014); Klapper, Lusardi e Van

Oudheusden (2015); Lusardi e

Scheresberg (2013); Tringham (2011).

G23

Eu sempre avalio previamente as taxas de juros antes de tomar empréstimos e assumir compromissos financeiros.

Aldlaigan e Buttle (2001); Furnham (1984);

Gathergood e Weber (2014); Klapper,

Lusardi e Van Oudheusden (2015); Lusardi

e Scheresberg (2013); Lusardi e Tufano

(2015); Tringham (2011).

G24

Normalmente o meu salário tem acabado antes do final do mês.

Douglas, Morton e Jack (2012); Furnham

(1984); Gathergood e Weber (2014);

Klapper, Lusardi e Van Oudheusden

(2015); Lusardi e Scheresberg (2013).

Fonte: elaboração do estudo (2016).

No sentido de conhecer melhor a população-alvo a pesquisa também indagou

os respondentes sobre questões ligadas a como eles realizam seus gastos mensais;

que documento(s) eles utilizam para conciliar suas transações financeiras; e, qual a

52

periodicidade desses monitoramentos. Tais questões estão contidas no Bloco II do

instrumento apresentado no Apêndice A.

Esse conjunto de questões norteou a confecção do instrumento da pesquisa

que foi estabelecido como suficiente e necessário para comportar hipoteticamente a

condução dos trabalhos. O questionário pode ser visto na íntegra no Apêndice A da

presente pesquisa que, contudo, condensou e tratou estatisticamente as respostas

por meio do software IBM SPSS.

3.5 TRATAMENTO DOS DADOS

Inicialmente, em posse dos dados coletados, fez-se uso deles em uma

análise fatorial exploratória, análise multivariada com o uso do Software IBM SPSS

que Corrar, Paulo e Dias Filho (2014) visualizam como útil para correlacionar

simultaneamente variáveis na interpretação teórica de dados.

Assim, nesse primeiro momento, a busca objetivou encontrar fatores

agrupados devido a forte correlação entre as variáveis iniciais estabelecidas e, em

virtude disso, percebeu-se que o tipo de análise que atenderia esse anseio seria o

R-mode factor analysis. Além disso, optou-se pela Análise de Componentes

Principais como método de extração dos fatores, uma vez que é o recomendado

quando objetiva-se a obtenção de variáveis latentes que contenham o maior poder

de explicação da variância possível e também quando se pretende usar os dados

extraídos em outras ferramentas estatísticas. (CORRAR; PAULO; DIAS FILHO,

2014).

Para melhor visualização da solução fatorial tabulada foi utilizado o método de

rotação ortogonal Varimax pela vantagem de simplificação e significância. Tal uso

evidenciou melhor a relação das variáveis trabalhadas e os respectivos fatores

gerados na AF.

Em seguida, as variáveis foram submetidas à medida mais clássica,

consoante Hair et al. (2009), para verificar a fidedignidade de um instrumento que é

o alfa de Cronbach. Testando, nesse momento, a confiabilidade das escalas agora

definitivas norteadoras do presente estudo.

Na sequência, os fatores encontrados na fase da análise fatorial (AF)

atestado pelo alfa foram submetidos à análise de cluster (Cl), no intento de verificar

possíveis emparelhamentos supostamente ocorridos advindos da semelhança ou

53

dissemelhança dos elementos nos diversos campos do estudo. (MONNET;

BROUCKE, 2012)

O Quadro 3 sucinta as análises estatísticas utilizadas neste estudo, seus

objetivos e outros desdobramentos dos achados.

Esse levantamento – momento supostamente entendido como de crise pelos

respondentes – apresentou de forma segmentada os consumidores ante suas ações

e respectivas propensões ao uso de ferramentas de controles financeiros.

Quadro 3: Análises estatísticas empregadas no estudo

Fonte: elaborado pelo autor (2017).

Contudo, entende-se como dificultosa a possibilidade de generalização dos

achados tendo em vista a sua complexidade e, consoante Prodanov e De Freitas

(2013), a mutabilidade de comportamentos que será o objeto do presente trabalho.

Análise Nome da Análise Objetivo da

Análise Técnica

empregada

Resultados apresentados

em

Pesquisado

Quem? Quantos?

1 Análise Fatorial

Exploratória

Encontrar fatores agrupados devido a forte correlação entre as variáveis

Análise Multivariada KMO, Teste Sig., correlações anti-imagem, Comunalidades e Total da Variância Explicada

Tabela 4 Tabela 5 Tabela 6 Tabela 7 Tabela 8 Tabela 9 Tabela 10 Tabela 11 Tabela 12 Tabela 13 Tabela 14 Tabela 17 Tabela 18 Tabela 19 Tabela 20 Tabela 21 Quadro 4

Variáveis do Instrumento Proposto

24 itens com 301 respostas cada um.

2 Alfa de Cronbach

Testar a consistência interna dos fatores

Análise de Confiabilidade modelo α

Tabela 15 Tabela 16 Tabela 17 Tabela 22 Quadro 4

Fatores do instrumento de pesquisa gerados na AFE

24 itens com 301 respostas cada um.

3 Análise de Cluster Segmentar o universo analisado

Método Hierárquico e método dois passos

Figura 3 Quadro 5 Quadro 6 Quadro 7

Frequência das respostas da população analisada

301 responden-tes

54

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Os dados coletados foram submetidos a tabulações estatísticas por meio do

software IBM SPSS, tal qual apontado por Lorenzo-Seva e Ferrando (2015) como

um programa que disponibiliza ferramenta de pesquisa robusta para fornecer uma

matriz de entrada apropriada para a análise de fatores.

4.1 ANÁLISE DOS DADOS E DAS VARIÁVEIS

Antes da tabulação dos dados, foi feita a preparação das variáveis que

constavam de forma invertida dentro do instrumento. Assim, foram submetidas a

esse processo as variáveis G6, G7, G10, G14, G16, G18, G19, G20, G21, G22 e

G24 que passaram a chamar-se, respectivamente, G6_R, G7_R, G10_R, G14_R,

G16_R, G18_R, G19-R, G20_R, G21_R, G22_R e G24_R.

Desse modo, feito os devidos ajustes, o SPSS foi alimentado e começaram as

análises do instrumento. Primeiramente, na busca do KMO que se indicasse um

grau de explicação menor do que 0,50 deveria ser ajustado, uma vez que, achados

dessa natureza poderiam denotar fatores encontrados na análise fatorial que não

conseguiriam demonstrar de forma satisfatória as variações dos dados de origem e

indicar baixo poder de explicação para os fatores encontrados. (CORRAR; PAULO;

DIAS FILHO, 2014)

O resultado dessa análise foi satisfatório e pode ser visualizado na Tabela 4

que pontua 0,859 para o KMO, refletindo um poder de explicação muito bom entre

fatores e variáveis do instrumento. Tal pontuação é interpretada por Hair et al.

(2009) como admirável por apresentar-se na faixa de 0,80 ou acima desse valor.

Tabela 4 – Teste KMO e Bartlett para as 24 variáveis

Medida Kaiser-Meyer-Olkin de adequação de amostragem. 0,859

Teste de esfericidade de

Bartlett

Qui-quadrado aprox. 2799,556

df 276

Sig. 0,000

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

55

Ainda nessa tabela verifica-se o resultado de outro teste realizado que foi o de

esfericidade de Bartlett, o qual sinaliza para a existência ou não de uma relação

suficiente que possibilite uma aplicação em AF. Como pode ser observado o teste

de Bartlett apontou 0,000. Esse resultado é bom e também reforça positivamente

para a aplicação de uma AF frente aos dados que alimentaram o sistema.

Corrar, Paulo e Dias Filho (2014) recomendam que o teste de significância

não ultrapasse 0,05, pois, assim sendo, fica provável o estabelecimento de uma

correlação cujos indicadores se comportam de forma muito pequena e concluem

desaconselhando o instrumento para o caso do valor de Sig. chegar a 0,10.

A possibilidade de aumentar o poder de explicação por meio da exclusão de

variáveis também foi perquirida. Para isso, buscou-se na Matriz Anti-imagem

elementos que, fazendo parte da diagonal principal da parte inferior da tabela gerada

Anti-image Correlation, apresentassem valores abaixo de 0,50, uma vez que seriam

considerados muito pequenos para análise e, assim, poderiam sinalizar para a

retirada das variáveis que nessa situação se encontrassem. No entanto, todas as

relações foram altas, conforme pode ser visto na Tabela 5, chegando ao pico com

0,942 para a G8 e apresentando 0,677 para a G11 como menor valor.

Tabela 5 – Relação das correlações anti-imagem entre as 24 variáveis G1 → G1 = 0,861 G2 → G2 = 0,855 G3 → G3 = 0,863 G4 → G4 = 0,896 G5 → G5 = 0,871 G6_R → G6_R = 0,898 G7_R → G7_R = 0,809 G8 → G8 = 0,942 G9 → G9 = 0,922 G10_R → G10_R = 0,843 G11 → G11 = 0,677 G12 → G12 = 0,851 G13 → G13 = 0,843 G14_R → G14_R = 0,830 G15 → G15 = 0,753 G16_R → G16_R = 0,882 G17 → G17 = 0,873 G18_R → G18_R = 0,852 G19_R → G19_R = 0,721 G20_R → G20_R = 0,847 G21_R → G21_R = 0,840 G22_R → G22_R = 0,787 G23 → G23 = 0,901 G24_R → G24_R = 0,847

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

56

Eis que surge a extração das Comunalidades – Tabela 6 – e, quebrando a

normalidade dos achados, apresenta algumas variáveis que isoladamente

pontuaram abaixo de 0,5. Desse modo, a pesquisa seguiu alinhada ao estudo de

MacCallum et al. (1999) em trabalho que buscou analisar a relação entre o tamanho

mínimo da amostra, o número de variáveis e alguns aspectos de experimento que

podem interferir na aceitabilidade ou cabimento de resultados. Esses autores até

discorreram para o cabimento de situações com baixas comunalidades e, assim,

com pontuações abaixo de 0,5, no entanto, veem como provável o uso para amostra

cujo montante registre 300 observações e finalizam expondo que, de fato, o uso

mais recomendável nesses casos deveria ser para amostras acima de 500

observações.

Tabela 6 – Comunalidades para as 24 variáveis Variável Extração

G1 0,774 G2 0,760 G3 0,704 G4 0,617 G5 0,386 G6_R 0,630 G7_R 0,664 G8 0,614 G9 0,592 G10_R 0,722 G11 0,557 G12 0,611 G13 0,420 G14_R 0,572 G15 0,577 G16_R 0,412 G17 0,588 G18_R 0,462 G19_R 0,634 G20_R 0,398 G21_R 0,613 G22_R 0,359 G23 0,355 G24_R 0,556

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Para essa fase da pesquisa, que utilizou o critério de definição de fatores pelo

autovalor, o último teste apresentava poder de explicação de 56,568% de variância

acumulada dos valores originais para um total de 5 componentes gerados com

autovalores maiores do que 1,0.

57

Em face dos achados e em uma perspectiva que Figueiredo Filho e Silva

Júnior (2010) nominaram como mais conservadora, a pesquisa efetuou as exclusões

sugeridas nesta 1ª fase e submeteu as variáveis residuais a novo processamento no

sistema. Desse modo, o trabalho seguiu com a retirada das variáveis G5, G13,

G16_R, G18_R, G20_R, G22_R e G23 que constava no instrumento inicial. O

resultado dessa nova busca gerou, entre outras, a Tabela 7 que evidencia um novo

resultado para o KMO, o qual aparece abaixo do encontrado na 1ª rodada, mas

ainda com muito bom nível de resposta. O teste de Bartlett, por sua vez, não teve

mudança em seu resultado e esse achado permite que a pesquisa avance rumo a

novos desdobramentos.

Sobre essa nova tabulação Wijnen, Kemperman e Janssen (2012) resumem

que para cada análise fatorial, a medida KMO deve ser superior a 0,5 e o teste de

esfericidade de Bartlett deve ser significativamente pequeno, indicando, assim, que

o tamanho da amostra é adequado e as correlações entre as variáveis são

suficientemente grandes para serem executadas.

Tabela 7 – Teste KMO e Bartlett para as 17 variáveis

Medida Kaiser-Meyer-Olkin de adequação de amostragem. 0,844

Teste de esfericidade de

Bartlett

Qui-quadrado aprox. 2213,516

df 136

Sig. 0,000

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

No intuito de certificar-se da consistência da nova tabulação foi verificada a

Matriz Anti-imagem desta 2ª fase que novamente apresentou-se de forma

satisfatória e evidenciou todos os valores acima de 0,50, registrando 0,932 para a

variável G8 que, apesar de ter continuado nessa posição, apresentou uma leve

queda quando comparado ao output da 1ª fase a qual apresentou 0,942, que por ser

ínfima pouco representa em termos de perda do poder de explicação do fator sobre

essa variável. Por sua vez, a variável G19_R surge como aquela de menor

resultado, registrando 0,619. Tais valores e os resultados das demais relações

podem ser vistos na Tabela 8.

58

Tabela 8 – Relação das correlações anti-imagem entre as 17 variáveis G1 → G1 = 0,845 G2 → G2 = 0,837 G3 → G3 = 0,859 G4 → G4 = 0,877 G6_R → G6_R = 0,860 G7_R → G7_R = 0,729 G8 → G8 = 0,932 G9 → G9 = 0,915 G10_R → G10_R = 0,784 G11 → G11 = 0,626 G12 → G12 = 0,843 G14_R → G14_R = 0,818 G15 → G15 = 0,696 G17 → G17 = 0,880 G19_R → G19_R = 0,619 G21_R → G21_R = 0,887 G24_R → G24_R = 0,859

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Os resultados novamente caminhavam para uma AF consistente quando a

Tabela 9, que versa sobre as Comunalidades dessa fase, novamente sinaliza para a

exclusão de mais uma variável, agora a G9, que nesse momento quantificou apenas

0,389. Desse modo, consistente com os requisitos já citados, a pesquisa viu-se

sujeita a novo ajuste.

Tabela 9 – Comunalidades para as 17 variáveis

Variável Extração

G1 0,785 G2 0,770 G3 0,693 G4 0,627 G6_R 0,680 G7_R 0,717 G8 0,600 G9 0,389 G10_R 0,766 G11 0,690 G12 0,527 G14_R 0,560 G15 0,568 G17 0,548 G19_R 0,582 G21_R 0,534 G24_R 0,594

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

De todo modo, ainda nesse período, é oportuno lançar registro que, de forma

surpreendente e positiva, o total da variância explicada se apresentava com

62,534% no acumulado, ou seja, melhorou no comparado com os 56,568%

evidenciado na 1ª rodada. Esse fato ocasionou mudança na composição dos grupos

59

que, agora, registra apenas 4 fatores com autovalores superiores a 1,0 e, assim, a

supressão de um fator passou a figurar como o mais adequado para essa nova fase.

O passo seguinte, coerente com o propósito inicial da pesquisa, foi dado por

meio da retirada da variável G9 que juntamente com as sete exclusões ocorridas ao

final da etapa 1 corresponderiam aos dados residuais que ficariam de fora do novo

processamento no SPSS.

Essa nova busca não apresentou diferenças iniciais substanciais quanto aos

seus resultados, uma vez que, aos moldes dos experimentos antecessores, também

apresentou o KMO acima de 0,80, mais precisamente 0,831. De igual modo, o teste

de significância manteve-se abaixo do montante limite que é de 0,05. Tais achados

podem ser visualizados por meio da Tabela 10 que confirma os bons resultados.

Tabela 10 – Teste KMO e Bartlett para as 16 variáveis

Medida Kaiser-Meyer-Olkin de adequação de amostragem. 0,831

Teste de esfericidade de

Bartlett

Qui-quadrado aprox. 2076,649

df 120

Sig. 0,000

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Seguindo caminho semelhante ao das fases anteriores, a pesquisa buscou na

Matriz Anti-imagem - 3ª fase - dados que pudessem comprometer a consistência do

novo processamento. No entanto, o resultado também se apresentou satisfatório e

novamente todos os valores permaneceram altos e acima de 0,50, marcando 0,933

em sua maior vertente – variável G8 – e 0,651 para a variável G19_R que ficou com

a menor representatividade diagonal para esta rodada.

Percebe-se que a variável G8 em todo momento despontou como a de maior

representatividade nesse contexto, variando em um primeiro momento para menos e

em seguida para mais, no entanto, sempre de forma bastante discreta quando

comparado à evidência em etapa anterior de análise. A posição de menor

representatividade para este quesito, por sua vez, se comportou de forma diferente e

alterou de um primeiro momento a variável G11 para consolidar a G19_R que

diferentemente aumentou sua participação nessa 3ª fase quando comparado ao seu

desempenho na fase anterior. Os valores dos relacionamentos localizados na

60

diagonal principal da parte inferior da Matriz Anti-imagem dessa etapa podem ser

vistos na Tabela 11.

Tabela 11 – Relação das correlações anti-imagem entre as 16 variáveis G1 → G1 = 0,830 G2 → G2 = 0,824 G3 → G3 = 0,856 G4 → G4 = 0,871 G6_R → G6_R = 0,849 G7_R → G7_R = 0,717 G8 → G8 = 0,933 G10_R → G10_R = 0,773 G11 → G11 = 0,662 G12 → G12 = 0,828 G14_R → G14_R = 0,811 G15 → G15 = 0,692 G17 → G17 = 0,874 G19_R → G19_R = 0,651 G21_R → G21_R = 0,880 G24_R → G24_R = 0,846

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Por seu turno, os resultados evidenciados por meio das Comunalidades

nessa 3ª fase mostravam a superação dessa etapa, bem como um desfecho ao se

estabelecer um relacionamento satisfatório entre variáveis e fatores resultantes da

AF. Em vista disso, a Tabela 12 apresenta os números da extração e confirma o

achado apresentando-os todos acima de 0,50.

Tabela 12 – Comunalidades para as 16 variáveis Variável Extração

G1 0,781 G2 0,774 G3 0,713 G4 0,638 G6_R 0,676 G7_R 0,718 G8 0,593 G10_R 0,771 G11 0,694 G12 0,523 G14_R 0,564 G15 0,571 G17 0,561 G19_R 0,580 G21_R 0,540 G24_R 0,592

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

61

A essa altura, os dados da Tabela 13 apontam para a extração de quatro

fatores que juntos explicam um pouco acima de 64% das mutações ocorridas entre

as variáveis inseridas nessa última etapa. É importante mencionar que esse achado

apresentou-se melhor nesse momento do que em suas extrações anteriores que

registraram 56,568% para a 1ª fase e 62,534% para o segundo momento de testes.

Ademais, cabe o registro que, na 1ª fase ou tentativa, o número de

componentes resultantes da tabulação quantificava em cinco, contudo, já a partir do

2º teste e devido às primeiras exclusões de variáveis, o número de quatro fatores

passou a mostrar-se como o mais indicado. Percebe-se que essa supressão de

fatores e o consequente aumento do poder de explicação dos componentes

resultantes fez surgir fatores que individualmente obtivessem maior representação,

no entanto, observa-se que essa distribuição não foi uniforme e teve na variável

latente 1 uma maior proporção quando comparado aos demais gerados que, por sua

vez, tiveram comportamento bastante similar.

Tabela 13 – Total da Variância Explicada para as 16 variáveis

Componente Autovalores

Total % da Variância % Cumulativo

1 5,261 32,882 32,882 2 2,036 12,723 45,605 3 1,834 11,460 57,064 4 1,158 7,237 64,302

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Encontrado o numero de fatores recomendados pelo SPSS para a presente

pesquisa restou o surgimento da necessidade de saber em que grupo cada variável

se enquadraria. Nesse sentido, para evitar dúvidas quanto às tabulações

produzidas, tendo em vista a proximidade observada para alguns valores de

explicação, utilizou-se o critério Varimax para a aplicação de rotação dos fatores e

obteve-se o resultado apresentado na Tabela 14.

Tabela 14 – Matriz dos 16 componentes rotacionados (continua)

Variável Componente

1 2 3 4

G2 0,870 0,083 0,082 0,054 G1 0,862 0,146 0,125 0,010 G3 0,839 0,051 0,063 0,058 G4 0,723 0,249 0,006 0,232 G17 0,720 0,135 0,149 -0,043

62

Tabela 14 – Matriz dos 16 componentes rotacionados

(conclusão)

Variável Componente

1 2 3 4

G8 0,642 0,164 0,388 0,058 G14_R 0,096 0,744 0,030 0,002 G15 0,084 -0,743 -0,009 -0,112 G24_R 0,245 0,708 0,174 -0,035 G12 0,202 0,691 0,044 0,051 G21_R 0,260 0,626 0,245 -0,145 G10_R 0,226 0,054 0,845 0,051 G7_R 0,074 0,050 0,834 0,122 G6_R 0,134 0,242 0,773 -0,044 G11 0,180 0,026 -0,125 0,803 G19_R -0,003 -0,003 0,341 0,681

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Assim, a composição dos fatores ficou definida e, desse modo, observa-se

que a primeira dimensão findou representada pelas variáveis G1, G2, G3, G4, G8 e

G17; a segunda dimensão, por sua vez, ficou composta pelas variáveis G12,

G14_R, G15, G21_R e G24_R; já o terceiro fator ficou representado pelas variáveis

G6_R, G7_R e G10_R; e, por derradeiro, o quarto fator que ficou representado pelas

variáveis G11 e G19_R. A interpretação desses fatores condiciona-se e ocorrerá

posteriormente a certificação do teste de confiabilidade.

Em seguida, no intento de verificar a confiabilidade da consistência interna do

conjunto de variáveis geradas na AF, a pesquisa submeteu os itens à medida que

Hair et al. (2009) apresentam como a mais usada para esse propósito que é a do

Alfa de Cronbach. Assim, o resultado da tabulação para o primeiro Fator (F1)

registrou 0,889. É importante destacar que situações variadas, por meio da exclusão

de itens, foram testadas na intenção de verificar possíveis aumentos do alfa, no

entanto, todas foram desconsideradas, tendo em vista que nelas os achados

permaneceram sempre abaixo dos valores inicialmente encontrados.

Idêntico tratamento foi realizado para o Fator dois (F2) que, por sua vez, se

mostrou bastante destoante do F1. Desse modo, ampliou-se a busca de informações

ao sistema que, conforme Tabela 15, sugeriu a exclusão da variável G15 para,

assim, restabelecer o F2 a nível satisfatório para fins de investigação da medida do

alfa de Cronbach.

63

Tabela 15 – Informações geradas para o alfa dos itens do Fator 2

Fator α de Cronbach Número de itens Itens incluídos

no fator

α de Cronbach se o item

for excluído

F2 0,468 5

G14_R 0,270

G15 0,749

G24_R 0,138

G12 0,333

G21_R 0,187

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Acatada a recomendação do SPSS quanto à exclusão de variável com

posterior nova tabulação dos dados remanescentes percebeu-se que, de fato, o F2

foi empoderado, passando a apresentar carga de 0,749. Após os ajustes verificou-se

que as novas recomendações de exclusão não proporcionariam um alfa maior do

que o apresentado, tornando assim finalizada a busca para essa variável latente.

Percebe-se que se esta pesquisa terminasse apenas com esses dois fatores

ela se apresentaria muito parecida - quanto a consistência interna do instrumento de

pesquisa - com a de Faraci et al. (2013) em trabalho que objetivou avaliar a

dependência de consumidores frente ao uso da internet. Tal pesquisa findou com

dois fatores que apresentou para o primeiro uma medida do alfa de Cronbach igual a

0,88 e para o segundo um alfa de 0,79. Tais resultados são bons e sinalizam para

valores superiores ao limite mínimo previsto que é de 0,60 (HAIR et al. 2009).

A análise de confiabilidade para o terceiro fator (F3) ocorreu sem novidades e

apresentou um bom alfa já em sua primeira tentativa, pontuando 0,808.

Diferentemente da tabulação para o F2, as recomendações dessa fase não

importariam em aumento dessa medida.

Por último, a confiabilidade da consistência interna foi colocada à prova para

o quarto fator (F4) que, diferente de todos os resultados anteriores, apresentou-se

pontuando apenas 0,345 – Tabela 16. Ademais, por tratar-se de um fator que findou

com apenas duas variáveis, devido às eliminações de itens ocorridas ao longo das

análises, o seu saneamento ficou comprometido, uma vez que essa quantidade de

variáveis já compreende o limite mínimo necessário. Dessa forma, o levantamento

da possibilidade de exclusão de item para verificar possível melhora do alfa no

conjunto das variáveis restantes, simplesmente, não pôde sequer ser aplicado.

64

Tabela 16 – Informações geradas para o alfa dos itens do Fator 4

Fator α de Cronbach Número de itens Itens incluídos no fator α de Cronbach se o

item for excluído

F4 0,345 2

G11 NA

G19_R NA

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Sobre esse ponto, Hair et al. (2009) discorrem sobre a positiva relação

existente entre o número de variáveis e a avaliação do alfa de Cronbach que pode,

inclusive, mostrar-se ampliada quanto ao valor de confiabilidade somente pelo fato

de existir mais itens envolvidos.

De toda forma, testes foram feitos e refeitos no intento de resgatar itens já

excluídos para, assim, conduzir o resultado do F4 a nível desejado de confiabilidade,

no entanto, todos sem sucesso. Desse modo, por encontrar um alfa abaixo do

montante mínimo desejado e não conseguir proceder com ajustes que elevassem

este fator, além disso, por manter a coerência já estabelecida no estudo, optou-se

pela respectiva eliminação desta variável latente que apresenta reflexa mudança

também nos resultados finais da AF, os quais, até então, já estavam estabelecidos.

Tais ajustes já se mostravam oportunos devido à exclusão de itens ocorridos com o

F2 para fins de adequação ao teste de consistência interna.

4.2 FATORES EXPLICATIVOS DA RELAÇÃO ENTRE CONSUMO E

PROPENSÃO AO CONTROLE FINANCEIRO

Diante dos resultados obtidos na fase da avaliação da consistência interna, o

trabalho volta-se para a AF, primeiramente para o conjunto de itens que até então

faziam parte do F2 e que o SPSS agora recomendaria pela exclusão de variável,

uma vez que só assim este fator superaria o nível mínimo de confiabilidade e, por

sua vez, manter-se-ia como válido no instrumento.

A Tabela 17 oferece um panorama daquele momento em que o F2 estava

composto pelas variáveis G12, G14_R, G15, G21_R, G24_R e que juntamente com

os outros três fatores gerados pela AF apresentavam KMO igual a 0,831; o teste de

esfericidade de Bartlett, por sua vez, 0,000; os resultados para as comunalidades

65

também eram satisfatórios e se apresentavam todos acima de 0,5; e, o total da

variância acumulada explicada que registrava 64,302%.

Nesse sentido, como a pesquisa acatou a recomendação do SPSS de retirar

a variável G15 do F2, os desdobramentos dessa exclusão dentro da AF, no geral, se

mostraram positivos a ponto de gerar discretos aumentos no KMO que passou a

pontuar 0,838 bem como o total da variância explicada que registrou 65,941%. No

entanto, o resultado das Comunalidades passou a sinalizar para a retirada da

variável G12 que, agora, mostrava-se com 0,497 e, assim, pouco abaixo do limite

mínimo inferior de 0,5.

Tabela 17 – Panorama dos fatores extraídos da AF Fator % da variância explicada α de Cronbach Item

F1 32,882 0,889

G2

G1

G3

G4

G17

G8

F2 12,723 0,468

G14_R

G15

G24_R

G12

G21_R

F3 11,460 0,808

G10_R

G7_R

G6_R

F4 7,237 0,345 G11

G19_R

% total da variância explicada pelos quatro fatores 64,302

Medida de adequabilidade da amostra Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) 0,831

Teste de esfericidade de Bartlett 0,000

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Do exposto, mantendo-se a coerência e uniformidade do trabalho quanto aos

achados, optou-se assim também pela exclusão da variável G12. Essa opção, de

forma idêntica ao tratamento anterior, também proporcionou melhoras discretas

quanto aos resultados da AF. O KMO foi elevado para 0,839, o Sig. manteve-se com

66

0,000, o poder total de explicação passou a registrar 68,113% e as comunalidades

mantiveram-se acima de 0,5. A essa altura a AF ainda evidenciava a existência de

quatro fatores produzidos e a permanência de todos os elementos componentes da

diagonal principal da matriz de correlação anti-imagem com altos valores, conforme

pode ser visto na Tabela 18.

Tabela 18 – Relação das correlações anti-imagem entre as 14 variáveis G1 → G1 = 0,825 G2 → G2 = 0,831 G3 → G3 = 0,858 G4 → G4 = 0,887 G6_R → G6_R = 0,853 G7_R → G7_R = 0,749 G8 → G8 = 0,931 G10_R → G10_R = 0,774 G11 → G11 = 0,693 G14_R → G14_R = 0,806 G17 → G17 = 0,883 G19_R → G19_R = 0,725 G21_R → G21_R = 0,841 G24_R → G24_R = 0,820

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Os ajustes implantados na AF fizeram surgir alterações internas na estrutura

dos fatores, assim, novamente houve a necessidade de descobrir como ficou essa

nova distribuição. Nesse intento, contou-se novamente com o apoio do critério

Varimax de rotação e obteve-se o ordenamento apresentado na Tabela 19.

Tabela 19 – Matriz dos 14 componentes rotacionados

Variável Componente

1 2 3 4

G2 0,861 0,077 0,127 0,063 G1 0,853 0,122 0,175 0,020 G3 0,848 0,073 0,035 0,041 G4 0,749 0,028 0,153 0,197 G17 0,711 0,143 0,177 -0,032 G8 0,640 0,391 0,170 0,058 G7_R 0,093 0,854 -0,009 0,093 G10_R 0,221 0,850 0,064 0,054 G6_R 0,112 0,759 0,303 -0,009 G24_R 0,217 0,131 0,786 0,037 G14_R 0,083 -0,006 0,785 0,054 G21_R 0,221 0,193 0,758 -0,062 G11 0,189 -0,126 -0,028 0,797 G19_R -0,021 0,305 0,061 0,725

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

67

Dessa maneira, a composição dos fatores ficou reformulada e, logo, observa-

se que a primeira dimensão restou representada pelas variáveis G2, G1, G3, G4,

G17 e G8; a segunda dimensão, por sua vez, ficou composta pelas variáveis G7_R,

G10_R e G6_R; já o terceiro fator ficou representado pelos itens G24_R, G14_R e

G21_R; e, por último, o quarto fator que ficou representado pelas variáveis G11 e

G19_R. É importante mencionar que essas apresentações sequenciadas das

variáveis dentro de cada fator, bem como a sequência das variáveis latentes

propriamente ditas levam em consideração o poder de explicação individual para

aquele e a força intergrupo para este.

Efetuado os ajustes comentados no F2 da AF imposto pelos desdobramentos

da avaliação de confiabilidade do instrumento, o trabalho seguiu, nos mesmos

moldes, verificando em um segundo momento a exclusão de todo o F4 e as

implicações dos seus resultados para essa condição. O motivo de tal exclusão,

conforme já citado, justifica-se pela baixa pontuação do alfa de Cronbach

evidenciado na Tabela 17 e a impossibilidade da exclusão de algum dos seus itens

que viesse a tornar o índice aceitável em nível de análise para fins de confiabilidade.

Essa busca ainda proporcionou melhoras quanto aos resultados finais da AF

já existente, uma vez que o poder total de explicação passou a registrar quase 70%,

mais precisamente 68,549%; o KMO que veio a elevar-se para 0,843; O Sig., por

sua vez, manteve-se com 0,000 e as comunalidades mantiveram-se acima de 0,5.

Com as mudanças a AF passou a apresentar três fatores e a permanência de todos

os elementos componentes da diagonal principal da matriz de correlação anti-

imagem com altos valores, conforme pode ser visto na Tabela 20.

Tabela 20 – Relação das correlações anti-imagem entre as 12 variáveis G1 → G1 = 0,829 G2 → G2 = 0,829 G3 → G3 = 0,855 G4 → G4 = 0,886 G8 → G8 = 0,929 G17 → G17 = 0,883 G6_R → G6_R = 0,852 G7_R → G7_R = 0,741 G10_R → G10_R = 0,777 G14_R → G14_R = 0,805 G24_R → G24_R = 0,822 G21_R → G21_R = 0,846

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

68

Conforme retrocitado a variância explicada findou com 68,549%,

ultrapassando, assim, percentual que Hair et al. (2009) definem como suficiente –

60% - para ser atendido em um estudo. A percentagem encontrada supera os 65%

de variância explicada de Sjöberg e Engelberg (2005) em trabalho que buscou

analisar o estilo de vida dentro do comportamento do consumidor.

Os ajustes implantados na AF por recomendação do sistema fizeram surgir

alterações internas na estrutura dos fatores, assim, novamente houve a necessidade

de descobrir como ficou essa nova distribuição. Nesse sentido, mais uma vez,

contou-se com o apoio do critério Varimax de rotação e obteve-se o ordenamento

apresentado na Tabela 21.

Tabela 21 – Matriz dos 12 componentes rotacionados

Variável Componente

1 2 3

G2 0,863 0,085 0,132 G3 0,850 0,074 0,041 G1 0,847 0,134 0,182 G4 0,766 0,044 0,150 G17 0,704 0,140 0,186 G8 0,637 0,402 0,173 G7_R 0,081 0,875 -0,008 G10_R 0,214 0,851 0,066 G6_R 0,095 0,766 0,306 G24_R 0,209 0,141 0,788 G14_R 0,085 -0,004 0,783 G21_R 0,208 0,190 0,763

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Nesse momento, a pesquisa entende ter chegado à etapa importante do

trabalho, uma vez que alcançou objetivamente importante nível de relacionamento e

explicação dos itens que se apresentaram consolidados e refletindo informações

úteis e visadas estatisticamente para fins de análises posteriores quanto ao

comportamento financeiro dos consumidores. Assim, após última reformulação, o

instrumento findou composto por três fatores, cujas variáveis G2, G3, G1, G4, G17 e

G8 preenchem o primeiro; a segunda dimensão, por sua vez, ficou composta pelas

variáveis G7_R, G10_R e G6_R; já o terceiro e último fator ficou representado pelos

itens G24_R, G14_R e G21_R. A Tabela 22 oferece um panorama com

69

características finais do instrumento e as medidas do alfa de Cronbach que

avaliaram a confiabilidade dos fatores.

Tabela 22 – Configuração final dos fatores submetidos ao teste de confiabilidade

Fator % da variância

explicada

α de

Cronbach Variável

F1 31,901 0,889

G2 – Comparação concomitante dos gastos

G3 – Anotações que priorizam despesas

G1 – Equilibrando receitas e despesas

G4 – Readequando as contas

G17 – Registro como controle

G8 – Planejando para evitar “surpresas”

F2 19,548 0,808

G7_R – Aquisição inopinada

G10_R – Compra por impulso

G6_R – Perdendo as rédeas

F3 17,100 0,726

G24_R – Rentabilidade salarial

G14_R – Uso de empréstimos

G21_R – Uso do cheque especial

% total da variância explicada pelos três fatores 68,549

Medida de adequabilidade da amostra Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) 0,843

Teste de esfericidade de Bartlett 0,000

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

É importante esclarecer que o alfa de Cronbach do novo F3 apresentou-se na

versão final com o valor de 0,726 pelo fato de ter sido efetuado a exclusão da

variável G12 que, por sua vez, passou a aparecer nas Comunalidades com apenas

0,497 na AF que sucedeu a retirada do item G15, pontuando assim pouco abaixo do

limite mínimo inferior que é de 0,5.

Nesse formato de estrutura estatística final, a pesquisa se assemelha a de

Romaniuk e Khawaja (2013) que utilizaram na análise um modelo com 3 fatores

correlacionados para dados aceitáveis e validados. De igual modo, a pesquisa

apreciou a consistência interna dos fatores por meio do alfa de Cronbach que

também se apresentou, segundo entendimento desses autores, de forma boa e com

altos valores.

O KMO, por sua vez, apresentou-se acima dos valores encontrados por

Shinnar, Giacomin e Janssen (2012) em pesquisa que buscou examinar como a

cultura e o gênero moldam as percepções e intenções dentro de uma estrutura

70

social. Tal pesquisa foi realizada em três nações e apresentou para a China um

KMO de 0,832; para os Estados Unidos um KMO de 0,838; e, 0,798 para a Bélgica.

Para efeito de interpretação desses grupos, o Quadro 4 apresenta um resumo

com características de cada achado e o nome ofertado para cada dimensão.

Quadro 4 – Dimensões do comportamento financeiro do consumidor por meio da AF

DIMENSÃO CARACTERÍSTICA

F1 – Propensão ao

planejamento e ao

controle

Os itens desse fator abordaram questões ligadas ao acompanhamento

concomitante dos gastos, ao planejamento financeiro, ao equilíbrio entre

receitas e despesas, a readequação das contas ante a superveniência de

gastos que tendessem a desviá-lo do planejado.

F2 – Propensão ao

consumo por

impulso

Trata-se de questões comportamentais financeiras não desejáveis ou não

saudáveis e que sua ocorrência inspira atenção quanto à possibilidade de

endividamento.

F3 – Financiamento

do estilo de vida

Atinge questões relacionadas a salários que não duram todo o mês, a tomar

empréstimos pessoais, ao pagamento de juros e ao uso do cheque especial.

Fonte: elaboração própria (2017).

Por último, é oportuno registrar que testes foram realizados na busca de

resgatar variáveis excluídas em etapas anteriores e que viessem a melhorar os

resultados tanto da AF quanto do coeficiente alfa, no entanto, estes apenas serviram

para reforçar que a retirada estatística foi realmente a melhor opção, uma vez que,

acatando a recomendação do SPSS, os índices se apresentaram mais robustos.

4.3 PERFIS DE COMPORTAMENTO E CONTROLE FINANCEIRO

O trabalho na fase da análise dos Conglomerados iniciou com a escolha do

método hierárquico e fez uso dos dados agrupando-os pelo método aglomerativo

average linkage (between groups), uma vez que neste a similaridade dos

agrupamentos formados leva em consideração a similaridade média de todos os

elementos na formação de cada grupo, sujeitando-se, contudo, a menos

observações atípicas e também a menor formação de segmentos tendenciosos para

o mesmo tamanho (HAIR et al., 2009; CORRAR; PAULO; DIAS FILHO, 2014). Essa

etapa teve o propósito de descobrir para estabelecer a etapa seguinte o número

apropriado de soluções que ofertasse riqueza de detalhes aos grupos constituídos.

71

Tal constatação foi obtida por meio da aplicação da regra de parada no

dendrograma e suas alterações nos níveis de similaridade para as sucessivas

fusões.

Desse modo, a etapa anterior a súbita elevação dos níveis sinalizou para um

número de 3 ou 4 alternativas como sendo o ideal. No entanto, nessa composição,

percebeu-se a existência de um agregado unitário que devido ao tamanho não

representativo foi eliminado, permanecendo assim 3 Clusters a serem trabalhados.

A pesquisa sucedeu utilizando o método de agrupamento em duas etapas

para buscar características inerentes a cada um dos conglomerados trabalhados,

chegando assim ao perfil dos segmentos em relação aos fatores estabelecidos na

etapa final da AF. A constatação gráfica, Figura 3, apresenta o comportamento dos

conglomerados a partir da média dos escores das variáveis latentes dentro de cada

grupo. Nesse momento, fica o registro de 10 observações com missing values

encontradas na tabulação dos resultados.

Figura 3 – Perfil dos Clusters x fatores da AF Fonte: Dados da pesquisa (2017).

72

Cluster 1

Assim, o Quadro 5 apresenta detalhadamente a distribuição sociodemográfica

do Cluster 1 que ficou representado por 49 respondentes, os quais correspondem a

16,84% do total da amostra, sendo, dessa maneira, o menor agrupamento

constituído da pesquisa. Esse valor apresentou equilibrada distribuição para as

variáveis demográficas Sexo e Cargo Principal, as quais tiveram na participação de

Mulheres e Docentes pequena superação dentro dos grupos, a saber: 28 e 27,

respectivamente. Quanto a variável Faixa Etária, a distribuição desta composição

também se apresentou bem distribuída e os destaques ficaram para os intervalos de

30 aos 39 anos e dos 40 aos 49 anos que pontuaram respectivamente 21 e 15

vezes. Por sua vez, a variável Grau de Instrução a qual, diferentemente do

comportamento nos demais grupos, apresentou, quando apareceu, distribuição

tímida para as faixas diferentes de Mestrado e Especialização que marcaram 26 e

12 registros, respectivamente.

Quadro 5 – Configuração do Cluster 1

Distribuição

(Freq.) Sexo Cargo principal Faixa etária Grau de instrução

Abs. Rel.

49 16,84% M: 28

F: 21

Docente: 27

Téc. Adm.: 22

[1, 29]: 11

[30, 39]: 21

[40, 49]: 15

[50, 59]: 2

[60+): 0

Ensino Médio: 1

Graduação: 6

Aperfeiçoamento: 0

Especialização: 12

Mestrado: 26

Doutorado: 4

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Contudo, esse agrupamento apresentou respostas de comportamento

financeiro que sinalizam para elevada imprudência sobre ações de planejamento e

controle prévios o que, por si só, é delicado. No entanto, diversamente, também se

percebe virtudes no que tange a possibilidade para compras inopinadas e por

impulso, uma vez que sua apresentação findou-se tímida. De igual modo, não se

percebe predisposição ao endividamento por meio do financiamento do estilo de

vida, uma vez que seu comportamento se apresentou graficamente baixo, refletindo

73

assim, ao que tudo indica, adequação com o uso de empréstimos pessoais, cheque

especial e/ou gastos do gênero.

As indagações da pesquisa sobre a possibilidade do uso de ferramentas

financeiras reforçam alguns achados já mencionados, uma vez que mais da metade

do universo do Cluster – 26 respondentes, mais precisamente – responderam não

acompanhar os gastos mensais. Além disso, em outra alternativa, 29 deles

manifestaram não fazer conciliação em suas transações financeiras.

Os achados evidenciam que neste Cluster os componentes estão sendo

guiados pela vida, apresentando pouco gerenciamento sobre as ações de consumo

e modestas incursões em novas situações que possam levá-los ao endividamento.

Cluster 2

O Cluster 2, por sua vez, findou representado em números absolutos por 106

respondentes. Esse valor corresponde a 36,43% de toda a amostra e teve uma

distribuição bem diferente da registrada para o Cluster 1, uma vez que se

apresentou de forma concentrada em pontos específicos das faixas analisadas,

conforme pode ser visto no Quadro 6.

Quadro 6 – Configuração do Cluster 2

Distribuição

(Freq.) Sexo Cargo principal Faixa etária Grau de instrução

Abs. Rel.

106 36,43% M: 81

F: 25

Docente: 5

Téc. Adm.: 101

[1, 29]: 43

[30, 39]: 41

[40, 49]: 20

[50, 59]: 2

[60+): 0

Ensino Médio: 7

Graduação: 34

Aperfeiçoamento: 0

Especialização: 54

Mestrado: 11

Doutorado: 0

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Desse modo, percebe-se para a variável Sexo que o gênero Masculino foi

contemplado com 81 do total de ocorrências. De igual modo, a variável Cargo

Principal apresentou mais de 95% dos respondentes contemplando o grupo dos

Técnicos Administrativos, a saber: 101 vezes. Ainda no mesmo sentido, a variável

Faixa Etária concentrou suas maiores participações nos dois primeiros intervalos os

74

quais compreendem as faixas de até 29 anos e aquela de 30 a 39 anos de idade.

Tais intervalos pontuaram, respectivamente, 43 e 41 participações. É oportuno

registrar ainda que este Cluster findou com destaque para a população mais jovem

da pesquisa. Quanto ao Grau de Instrução, os destaques do Cluster 2 ficaram para a

especialização com 54 participações e para a Graduação que registrou 34

respostas.

Apesar de findar com um destaque para a população mais jovial da pesquisa,

os resultados, do ponto de vista do comportamento financeiro, apontam para o mais

elevado nível de propensão ao controle e ao planejamento de todos os grupos

formados. No entanto, observa-se também uma alta propensão ao consumo para

gastos por impulso. Contudo, percebe-se que essa última propensão não implica

endividamento por meio do uso de empréstimos pessoais, cheque especial ou mau

uso do salário, uma vez que o financiamento do estilo de vida do Cluster se

apresenta graficamente estável.

Do ponto de vista do uso de ferramentas financeiras, o destaque fica para os

54 registros dos respondentes que afirmaram acompanhar os gastos mensais por

meio da utilização de registros em uma planilha Excel, outros 21, por sua vez,

afirmaram usar aplicativo específico no próprio celular. Outras formas de

acompanhamento também foram citadas e sinalizam para a confirmação dos

achados iniciais para este Cluster. No mesmo sentido, a indagação sobre a

periodicidade do monitoramento desses gastos mensais também demonstrou

participação relevante e com acompanhamentos em sua maioria semanais e diários

- 55 e 33 respondentes, respectivamente. De igual modo, 58 respondentes

afirmaram realizar conciliações semanais em seus estratos bancários e fatura do

cartão de crédito. Para essa tarefa, outros 21 respondentes afirmaram realizá-la

diariamente e apenas 8 afirmaram não fazer conciliação. Os demais apontaram

conciliações mensais ou em maiores períodos.

As evidências abrem margem para perigosa reflexão, uma vez que, embora o

controle financeiro tenha sido apresentado como elevado, as evidências apontam

também para alta propensão ao consumo por impulso. Dessa forma, as respostas

podem sinalizar para um falso controle (achismo) e, na verdade, estar escondendo

uma bolha financeira prestes a estourar devido à alta evidência de impulsividade

para esses gastos. Tal comportamento de consumo, que deveria ser incomum para

75

o cenário turbulento, assemelha-se com achados da pesquisa de Rick, Cryder e

Loewenstein (2008) que, mesmo não levando em consideração o fator momento

econômico, mas, de forma alinhada, observou que os consumidores muitas vezes se

comportam de modo diferente do que eles realmente se idealizam.

Cluster 3

Por derradeiro, o Cluster 3 que contemplou 136 respondentes, os quais

representam 46,73% do total da amostra e, desse modo, findou como o de maior

participação. Este Cluster, assim como o Cl1, apresentou equilibrada distribuição

para as variáveis demográficas Sexo e Cargo Principal. Já as variáveis Faixa etária

e Grau de instrução apresentaram distribuição para quase todos os elementos

compostos, consoante apresentado detalhadamente no Quadro 7.

Quadro 7 – Configuração do Cluster 3

Distribuição

(Freq.) Sexo Cargo principal Faixa etária Grau de instrução

Abs. Rel.

136 46,73% M: 55

F: 81

Docente: 79

Téc. Adm.: 57

[1, 29]: 15

[30, 39]: 67

[40, 49]: 33

[50, 59]: 17

[60+): 4

Ensino Médio: 0

Graduação: 5

Aperfeiçoamento: 1

Especialização: 35

Mestrado: 76

Doutorado: 19

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Assim, a variável Grau de Instrução distribuiu-se com relevo para os grupos

mestrado e especialização que pontuaram 76 e 35 vezes, respectivamente. Quanto

a variável Faixa Etária, novamente o Cl3 alinhou-se ao Cl1 no sentido de evidenciar

a faixa dos 30 aos 39 anos como a mais representativa e, assim, findou

contemplada por 67 aparições do todo.

Ademais, do ponto de vista de comportamento para o consumo, este Cluster

se alinha ao Cl2 ao demonstrar alta propensão ao planejamento e ao controle sobre

os gastos que somado ao indicativo de baixa ou inexistente propensão ao consumo

por impulso o habilita para a existência de uma boa situação financeira.

76

No entanto, outro termômetro de verificação do endividamento que seria o

financiamento do estilo de vida por meio do uso de empréstimos pessoais, cartões

de crédito e salário sinaliza para uma situação de desconforto que pode ser

justificada pela possibilidade desse comprometimento destinar-se a investimentos no

mercado imobiliário, tendo em vista oportunidade gerada exclusivamente pela

retração dos preços que o cenário de crise financeira impõe (ABECIP, 2010;

FREITAS; CINTRA, 2008; MOREIRA; SOARES, 2010; SCHWARTZ MARANHO;

FONSECA; ROBERTO FREGA, 2016).

Do ponto de vista do uso de ferramentas financeiras, o destaque fica para os

64 registros do grupo que afirmaram acompanhar os gastos mensais por meio de

anotações em local específico para essa finalidade, tipo: livro ou agenda. No mesmo

sentido, outros 49 afirmaram usar planilha Excel. Diversamente, apenas 5

respondentes afirmaram não acompanhar os gastos mensais. Os demais apontaram

ainda outras formas de acompanhamento. Quanto à periodicidade desses

acompanhamentos o destaque ficou para o monitoramento semanal que registrou 61

ocorrências. Em segundo lugar, destacou-se a confrontação mensal com 52

registros e, por último, a observação diária que pontuou 23 vezes. De igual modo, 77

respondentes afirmaram realizar conciliações mensais e deram destaque para isso

com o uso de estratos bancários e fatura do cartão de crédito. Ainda para essa

tarefa, outros 48 responderam realizá-la semanalmente.

4.4 ANÁLISE DOS PERFIS

Analisando os agrupamentos percebe-se que os Clusters 2 e 3 alinham-se ao

estudo de Piccoli e Silva (2015) ao demonstrar possuírem elevados controle e

planejamento sobre os fatos financeiros. Já o Cluster 1, por sua vez, divergiu e

alinhou-se ao trabalho de Claudino, Nunes e Silva (2009) que observaram

fragilidade no planejamento e controle financeiro pessoal como um dos achados na

pesquisa que ocorreu com servidores públicos de uma instituição.

No mesmo sentido, a relação escolaridade e endividamento, também

apontada por Claudino, Nunes e Silva (2009) como sendo as melhores relacionadas

quando comparado, por exemplo, á idade e á renda para explicar a situação da

amostra foi em parte observada, uma vez que os Clusters 1 e 2 alinharam-se a essa

77

ideia e apresentaram aceitáveis níveis de financiamento do estilo de vida. No

entanto, o Cluster 3 não seguiu essa tendência. Esse último achado ganha relevo no

sentido de discordância quando se observa que justamente o Cluster 3 concentra a

maior quantidade das melhores titulações da pesquisa, a saber: mestrado e

doutorado e, ainda assim, apresenta elevado nível de comprometimento por meio do

financiamento do estilo de vida. A resposta para isso pode estar alinhado à pesquisa

de Vieira, Bataglia e Sereia (2011) que apontam a família como uma das principais

fontes de ensinamento para questões financeiras. Desse modo, descartando a

hipótese de oportunidade de investimentos no mercado imobiliário imposta pelo

contexto de tormenta financeira, observa-se que os controles informais podem

melhor explicar as “exposições” a que os elementos deste Cluster estão sujeitos.

A pesquisa também confirmou achado de outros trabalhos sobre o tema no

tocante a relação compra por impulso e idade. Assim, observa-se no Cluster 2 alta

propensão ao consumo por impulso. Tal situação se alinha aos trabalhos de Jalees

(2009) e Lins e Pereira (2011) quando apontaram tendências de manifestações

impulsivas para o consumo em grupos analisados e compostos prioritariamente de

elementos mais jovens. Para Gathergood (2012) essa atitude implica riscos

consideráveis, uma vez que a manutenção desse comportamento apresenta relação

direta com a possível não condição de pagamento futuro para com os credores, o

que os torna possivelmente mais propensos a entrar na condição de endividamento.

Em resumo, no geral, os achados assemelham-se a pesquisa de Gathergood

e Weber (2014) quando mostram que, entre uma amostra considerável de sua

pesquisa, a falta de autocontrole e a elevada taxa de gastos por meio de

comportamento impulsivo figuram também como desafio e chamam a atenção, uma

vez que sua amostra era composta de agentes que supostamente dispunham de

melhor educação financeira.

78

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A provocação inicial do presente trabalho partiu no intento de resposta que

explicasse como a crise econômica poderia estar influenciando o consumo e a

propensão ao controle financeiro.

Nessa busca estabeleceu-se como objetivo geral analisar a relação entre

consumo e propensão ao controle financeiro em um contexto de crise econômica.

Assim, para organizar as ações e facilitar a explicação dos achados fixou-se alguns

objetivos específicos que foram a seguir desenvolvidos com os seus principais

desdobramentos.

O primeiro deles pretendia identificar e selecionar variáveis explicativas para

consumo e propensão ao controle financeiro. Esse achado foi obtido com sucesso,

uma vez que a literatura estabeleceu inicialmente 28 itens que foram usados ao

longo do trabalho e, inclusive, deram suporte para os resultados finais da pesquisa.

O segundo objetivo era propor fatores explicativos da relação entre as

variáveis explicativas selecionadas. Tal objetivo também foi obtido com sucesso e,

para isso, fez-se uso do software SPSS que encontrou 3 fatores, os quais juntos

obtiveram 68,549% do poder de explicação da variância analisada. A utilização da

análise fatorial foi aprovada com um KMO de 0,843 ao mesmo tempo em que o Sig.

evidenciava 0,0000. Verificou ainda a consistência interna dos conjuntos

estabelecidos estatisticamente e, assim, foi feito por meio do alfa de Cronbach que

apresentou todos os seus testes finais pontuando acima de 0,7, mais precisamente

0,889 para o F1, 0,808 para o F2 e 0,726 para o F3.

O terceiro objetivo, por sua vez, almejava segmentar os respondentes grupos

com diferentes perfis para a relação entre os fatores explicativos e, assim, foi

atingido ao estabelecer três agrupamentos que apresentaram oscilações intergrupo

com características pertinentes, ora a propensão ao planejamento e ao controle, ora

a propensão ao consumo por impulso e, ainda, ao financiamento do estilo de vida.

O quarto e último objetivo era analisar o perfil dos agrupamentos encontrados.

Tal objetivo foi atingido e apontou para um Cluster 1 de elementos com

características de serem guiados pela vida, uma vez que, apesar de apresentarem

baixa propensão ao consumo por impulso e modesto financiamento do estilo de

vida, apresentam também baixíssima propensão ao planejamento e ao controle

79

financeiros, denotando, assim, que trabalham para pagar contas e que

invariavelmente não incorrem em incursões para gastos eventuais.

Já os achados do Cluster 2 abrem espaço para perigosa reflexão, uma vez

que as respostas podem estar contaminadas pelo “achismo”. Pois, apesar do

agrupamento demonstrar ter elevada propensão ao controle, da mesma forma,

aparenta também ter alta propensão ao consumo por impulso ou eventual.

O Cluster 3 findou abrindo espaço para novas pesquisas, uma vez que as

variáveis do instrumento não foram suficientes para responder se o desconforto

financeiro do estilo de vida apresentado - incoerente com os outros achados desse

agrupamento – pode ser explicado por possíveis oportunidades que o contexto

exclusivamente de crise econômica possa ofertar aos consumidores, tipo:

investimentos no mercado imobiliário. A confirmação de tal hipótese possivelmente

elevaria este Cluster a melhor situação financeira frente aos demais deste estudo.

Ainda que tal pesquisa apresente limitações da ordem de coleta dos dados,

uma vez que foi realizada por acessibilidade, e também por tratar-se de uma

amostra compreendida em única instituição - o que dificulta a generalização dos

achados para a população – é certo que a pesquisa colabora para a academia no

sentido de diminuir a escassez de trabalhos que abordem uma análise do

comportamento financeiro do consumidor em um cenário de crise econômica. Assim,

achados como a elevada falta de controle financeiro, a alta propensão ao consumo

por impulso e o elevado financiamento do estilo de vida em um contexto de crise

soam estranho e ganham mais relevo quando se imagina que dentro do grupo

analisado existem células com elevado grau de formação acadêmica, alguns

inclusive detentores e dissipadores da educação financeira. Essas ocorrências,

certamente, reforçam o poder dos controles informais sobre as ações de consumo

dos consumidores.

No entanto, achados como a elevada propensão ao controle financeiro, a

baixa propensão ao consumo por impulso e o não endividamento pela ausência de

financiamento do estilo de vida relativizam as descobertas e apresentam uma outra

visão para o cenário posto. Com tudo, percebe-se que o trabalho alinhou-se a

pesquisa de Oliveira e Krauter (2015) quando registraram que, em se tratando de

consumo, os agentes nem sempre são tão racionais e que fatores ligados a

experiências profissionais e qualificação nem sempre intervém na tomada de

80

decisão dos indivíduos. De igual modo, alinha-se também ao trabalho de Bronner e

De Hood (2012) ao se verificar que intenções de economizar e comportamento

econômico nem sempre se coincidem.

Um fator que pode ter influenciado as respostas e, com isso, ser entendido

como outra limitação da pesquisa é a existência apenas no cabeçalho do

instrumento de evidências que apontem para um contexto atual de crise econômica,

isso foi feito inclusive com dados de outras pesquisas. No entanto, o corpo das

questões trabalhadas não registra expressamente que elas deveriam ser assumidas

para um momento de crise, o que possivelmente poderia estar dificultando a

percepção dos respondentes quanto à assimilação e enfrentamento do instrumento

como se em um contexto econômica turbulento estivesse.

A Impossibilidade de análise do questionário em outro contexto econômico

também se apresentou como uma limitação do trabalho, uma vez que o comparativo

nessas condições poderia demonstrar ou não atitudes financeiras mais sensíveis

advindas da conjuntura econômica. Tal premissa, no entanto, não foi confirmada na

pesquisa de Leone e Guimarães (2013) que, embora analisando os dois cenários,

culminou na ausência geral de diferenças significativas.

De igual modo, o surgimento de Gap durante a fase das análises também

passou a ser uma limitação da pesquisa. Tal lacuna ganhou destaque para os

achados do Cluster 3.

Assim, no intuito de sanear alguns problemas que serviram de limitação do

trabalho, sugere-se a aplicação concomitante em populações diversas comparando

os seus resultados. Alternativamente, sugere-se também a aplicação do estudo em

momento de não crise para verificar possíveis mudanças de comportamento

acarretadas pela suposta mudança de cenário econômico.

Ainda para pesquisas futuras, no intuito de obter mais informações, sugere-se

a inclusão de novas variáveis financeiras e culturais que enriqueçam o trabalho e

possam aumentar o poder de explicação dos fatores tabulados. Sugere-se também

estudos com maior profundidade para responder hipóteses revelados por este

trabalho, tipo: o que estaria realmente acarretando um alto financiamento do estilo

de vida do Cluster 3.

Com isso, cresce a possibilidade da obtenção de um diagnóstico mais robusto

e, assim, a chance da implementação de medidas mais pontuais que minimizem os

81

riscos da gestão dos recursos particulares e os infortúnios de cunho social,

psicológico e financeiro já apontados pela literatura. Essa recomendação agrava-se

ao observar, no presente estudo, a existência de variados perfis quanto ao trato do

consumo e comportamento financeiros.

82

REFERÊNCIAS

ABECIP. Associação Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança. Estudos sobre a existência ou não de “bolha” no mercado imobiliário brasileiro – julho de 2010.

AHMAD, M. et al. Evaluación ética del mercado farmacéutico en Pakistán. Acta bioethica, v. 17, n. 2, p. 215-224, 2011.

AJZEN, I. The theory of planned behavior. Organizational behavior and human decision processes, v. 50, n. 2, p. 179-211, 1991.

______. Residual effects of past on later behavior: Habituation and reasoned action perspectives. Personality and social psychology review, v. 6, n. 2, p. 107-122, 2002.

ALDLAIGAN, A. H.; BUTTLE, F. A. Consumer involvement in financial services: an empirical test of two measures. International Journal of Bank Marketing, v. 19, n. 6, p. 232-245, 2001.

ALEASSA, H.; PEARSON, J. M.; MCCLURG, S. Investigating software piracy in Jordan: An extension of the theory of reasoned action. Journal of Business Ethics, v. 98, n. 4, p. 663-676, 2011.

AMARAL, S. A.; SOUSA, A. J. F. P. Qualidade da informação e intuição na tomada de decisão organizacional. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 16, n.1, p. 133-146, jan./mar. 2011.

AMERIKS, J.; CAPLIN, A.; LEAHY, J. Wealth accumulation and the propensity to plan. The Quarterly Journal of Economics, v. 118, n. 3, p. 1007-1047, 2003.

AMERIKS, J. et al. Measuring self-control problems. The American Economic Review, v. 97, n. 3, p. 966-972, 2007.

AMORIM, T. N. M. Contingência de crises financeiras: um estudo sobre a evolução da regulação dos mercados e o risco das instituições financeiras no Brasil. 2011. 123f. Dissertação (Mestrado em Administração) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.

ANDRADE, P. R.; ARAUJO, H. C. R. Analysis of the profile of a student of a higher education institution (HEI): marketing as a tool for higher education institutions. Brazilian Business Review, v. 8, n. 1, p. 60-72, 2011.

ANGELONI, M. T. Elementos intervenientes na tomada de decisão omada de decisão. Ci. Inf, v. 32, n. 1, p. 17-22, 2003.

ARTIFON, S.; PIVA, M. ENDIVIDAMENTO NOS DIAS ATUAIS: FATORES PSICOLÓGICOS IMPLICADOS NESTE PROCESSO. O portal dos psicólogos, p. 1 – 41, 2014.

83

AZAR, O. H. What affects customer success when bargaining for a new car? Some empirical evidence. The Journal of Socio-Economics, v. 41, n. 1, p. 26-30, 2012.

BALIGA, B. R.; JAEGER, A. M. Multinational corporations: Control systems and delegation issues. Journal of International Business Studies, v. 15, n. 2, p. 25-40, 1984.

BEARDEN, W. O.; HAWS, K. L. How low spending control harms consumers. Journal of the Academy of Marketing Science, v. 40, n. 1, p. 181-193, 2012.

BECK, R.; SCHOTT, K. The interplay of project control and interorganizational learning: mitigating effects on cultural differences in global, multisource ISD outsourcing projects. Business & Information Systems Engineering, v. 4, n. 4, p. 183-192, 2012.

BRANDÃO, A.; CORREIA-DA-SILVA, J.; PINHO, J. Spatial competition between shopping centers. Journal of Mathematical Economics, v. 50, p. 234-250, 2014.

BRONNER, F.; DE HOOG, R. Economizing strategies during an economic crisis. Annals of tourism research, v. 39, n. 2, p. 1048-1069, 2012.

BURAK, L. J.; ROSENTHAL, M.; RICHARDSON, K. Examining attitudes, beliefs, and intentions regarding the use of exercise as punishment in physical education and sport: an application of the theory of reasoned action. Journal of Applied Social Psychology, v. 43, n. 7, p. 1436-1445, 2013.

BURD, M. Hunting, gathering, investing, globalizing: The biological roots of economic behaviour. Systems Research and Behavioral Science, v. 27, n. 5, p. 510-522, 2010.

CARO, A. et al. Innovation, involvement, attitude and experience in buying online. Revista de Administração de Empresas, v. 51, n. 6, p. 568-584, 2011.

CHENG, L. et al. Understanding the violation of IS security policy in organizations: An integrated model based on social control and deterrence theory. Computers & Security, v. 39, p. 447-459, 2013.

CHIU, W.; LEE, K. Y.; WON, D. Consumer behavior toward counterfeit sporting goods. Social Behavior and Personality: an international journal, v. 42, n. 4, p. 615-624, 2014.

CLAREMBEAUX, M. La educación crítica de los jóvenes en TV en el centro de Europa. Comunicar: Revista científica iberoamericana de comunicación y educación, n. 31, XVI, p. 91-98, 2008.

CLAUDINO, L. P.; NUNES, M. B.; SILVA, F. C. Finanças pessoais: um estudo de caso com servidores públicos. Anais do SEMEAD-Seminários em Administração, São Paulo, SP, Brasil, v. 12, 2009.

CNC. Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias – Abril de 2016a. Disponível em:<

84

http://www.cnc.org.br/central-do-conhecimento/pesquisas/economia/pesquisa-de-intencao-de-consumo-das-familias-icf-abril--0>. Acesso em: 14 jun. 2016.

CNC. Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias – Maio de 2016b. Disponível em:< http://www.cnc.org.br/central-do-conhecimento/pesquisas/economia/pesquisa-nacional-de-endividamento-e-inadimplencia-do--18>. Acesso em: 14 jun. 2016.

COLETA, M. F. D. Escala multidimensional de locus de controle de Levenson. Arquivos Brasileiros de Psicologia, v. 39, n. 2, p. 79-97, 1987.

COLLIER, P. M. Entrepreneurial control and the construction of a relevant accounting. Management Accounting Research, v. 16, n. 3, p. 321-339, 2005.

COROMINAS, A.; LUSA, A.; OLIVELLA, J. A detailed workforce planning model including non-linear dependence of capacity on the size of the staff and cash management. European Journal of Operational Research, v. 216, n. 2, p. 445-458, 2012.

CORRAR, L. J.; PAULO, E.; DIAS FILHO, J. M. (Coord.). Análise multivariada: para os cursos de administração, ciências contábeis e economia. 1. ed. – 7.reimpr. – São Paulo: Atlas, 2014.

COSTA, C. M.; MIRANDA, C. J. Educação Financeira e taxa de poupança no Brasil. Revista de Gestão, Finanças e Contabilidade, v. 3, n. 3, p. 57, 2013.

CRISPIM, G.; CABRAL, L. M. M. A. C.; LIBONATI, J. Aspectos comportamentais: a controladoria como fator de influência no comportamento humano. Advances in Scientific and Applied Accounting, v. 4, n. 3, p. 379-405, 2011.

DE LEEUW, E. D. Counting and measuring online: the quality of internet surveys. Bulletin of Sociological Methodology/Bulletin de Méthodologie Sociologique, v. 114, n. 1, p. 68-78, 2012.

DITTMAR, H.; DRURY, J. Self-image–is it in the bag? A qualitative comparison between “ordinary” and “excessive” consumers. Journal of Economic Psychology, v. 21, n. 2, p. 109-142, 2000.

DOIN, G. A. et al. Mobilização social e coprodução do controle: o que sinalizam os processos de construção da Lei da Ficha Limpa e da Rede Observatório Social do Brasil de Controle Social. Pensamento & Realidade. Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em Administração-FEA. ISSN 2237-4418, v. 27, n. 2, p. 56-79, 2012.

DONALDSON, L. Teoria da Contingência Estrutural. In: CLEGG, S. R.; HARDY, C.; NORD, W. R. (Orgs.). Handbook de Estudos Organizacionais: Modelos de Análise e Novas Questões em Estudos Organizacionais. – Volume 1 – São Paulo: Atlas, 2012. (Cap. 3).

DOUGLAS, G.; MORTON, H.; JACK, M. Remote Channel Customer Contact Strategies for Complaint Update Messages. International Journal of Technology and Human Interaction (IJTHI), v. 8, n. 2, p. 43-55, 2012.

85

DUBEY, P.; SAHU, S. K.; SHARMA, S.K. Consumer buying behavior regarding chinese consumer products in bilaspur city. Indian Streams Research Journal, v. 5, n. 4, p. 1-16, 2015.

EBC. Empresa Brasileira de Comunicação. Número de brasileiros na extrema pobreza aumenta pela primeira vez em dez anos. 2014. Disponível em: <http://www.ebc.com.br/noticias/economia/2014/11/numero-de-brasileiros-na-extrema-pobreza-aumenta-pela-primeira-vez-em-dez>. Acesso em: 8 jul. 2016.

EGBE, I; TSAMENYI, M.; SA’ID, H. A Study of the Operations of Formal and Informal Controls in a Multinational Subsidiary in Nigeria.Accounting in Africa, v. 12, p. 1, 2012.

ESTRADA, R. J. S.; NETO, L. M.; AUGUSTIN, E. S. Planejamento estratégico pessoal. Revista de Ciências da Administração, v. 13, n. 30, p. 118-145, 2011.

FARACI, P. et al. Internet Addiction Test (IAT): which is the best factorial solution?. Journal of medical Internet research, v. 15, n. 10, p. e225, 2013.

FERNANDES, M. S.; HAMBERGER, P. A. V.; VALLE, A. C. M. Análise Técnica e Eficiência dos Mercados Financeiros: Uma Avaliação do Poder de Previsão dos Padrões de Candlestick. Revista Evidenciação Contábil & Finanças, v. 3, n. 3, p. 35-54, 2015.

FERREIRA, S.; CARDOSO, R. L.; MENDONÇA NETO, O. R. Processo de tomada de decisão e seus desdobramentos na pesquisa contábil internacional. Revista Contemporânea de Contabilidade, v. 10, n. 19, p. 141-156, 2013.

FIELD, A. Descobrindo a estatística usando o SPSS. 2.ed. Porto Alegre: Bookman Editora, 2009.

FIGUEIRA, R. F.; PEREIRA, R. C. F. Devo, Não Nego, Pago Quando Puder: uma Análise dos Antecedentes do Endividamento do Consumidor. REMark, v. 13, n. 5, p. 124, 2014.

FIGUEIREDO FILHO, D. B.; SILVA JÚNIOR, J. A. Visão além do alcance: uma introdução à análise fatorial. Opinião Pública, v. 16, n. 1, p. 160-185, 2010.

FISHBEIN, M.; AJZEN, I. Belief, attitude, intention and behavior: an introduction to theory and research. Reading, MA: Addison-Wesley, 1975. Disponível em: <http://www.people.umass.edu/aizen/>. Acesso em: 10 jul. 2016.

FREITAS, M. C. P.; CINTRA, M. A. M. Inflação e deflação de ativos a partir do mercado imobiliário americano. Revista de Economia Política, 2008.

FURNHAM, A. Many sides of the coin: The psychology of money usage. Personality and individual Differences, v. 5, n. 5, p. 501-509, 1984.

GARBINSKY, E. N.; KLESSE, A. K.; AAKER, J. Money in the bank: Feeling powerful increases saving. Journal of Consumer Research, v. 41, n. 3, p. 610-623, 2014.

86

GASIOROWSKA, A. The relationship between objective and subjective wealth is moderated by financial control and mediated by money anxiety. Journal of Economic Psychology, v. 43, p. 64-74, 2014.

GATHERGOOD, J. Self-control, financial literacy and consumer over-indebtedness. Journal of Economic Psychology, v. 33, n. 3, p. 590-602, 2012.

GATHERGOOD, J.; WEBER, J. Self-control, financial literacy & the co-holding puzzle. Journal of Economic Behavior & Organization, v. 107, p. 455-469, 2014.

GOEBEL, S.; WEIßENBERGER, B. E. The Relationship Between Informal Controls, Ethical Work Climates, and Organizational Performance. Journal of Business Ethics, p. 1-24, 2015.

GOULART, F. A. A. Representações sociais, ação política e cidadania. Cadernos de Saúde Pública, v. 9, n. 4, p. 477-486, 1993.

GOUVEIA, V. V. et al. Escala de Autocontrole: adaptação brasileira e evidências de validade de construto. Avaliação Psicológica, v. 12, n. 3, p. 379-386, 2013.

GRÄF, C. O.; GRÄF, M. Planejamento financeiro: Fugindo das dívidas. Revista da Universidade Vale do Rio Verde, v. 11, n. 2, p. 183-191, 2013.

GRAHAM, J.; SMITH, C. A brief history of monetary policy objectives and independence in New Zealand1. Reserve Bank of New Zealand Bulletin, v. 75, p. 28-37, 2012.

GRIMMER, M.; KILBURN, A. P.; MILES, M. P. The effect of purchase situation on realized pro-environmental consumer behavior. Journal of Business Research, v. 69, n. 5, p. 1582-1586, 2016.

GUENZI, P.; BALDAUF, A.; PANAGOPOULOS, N. G. The influence of formal and informal sales controls on customer-directed selling behaviors and sales unit effectiveness. Industrial Marketing Management, v. 43, n. 5, p. 786-800, 2014.

HAIR, J. F. et al. Análise multivariada de dados. 6.ed. – Porto Alegre: Bookman Editora, 2009.

HAUBERT, F. L. C.; LIMA, M. V. A.; HERLING, L. H. D. Behavioral Finance: a study based on the theory of the prospectus and investor profile of students of courses stricto sensu the big florianopolis/Financas. Revista Eletronica de Estrategia e Negocios, v. 5, n. 2, p. 171-200, 2012.

______; LIMA, C. R. M.; LIMA, M. V. A. Finanças Comportamentais: uma investigação com base na teoria do prospecto e no perfil do investidor de estudantes de cursos stricto sensu portugueses. Revista de Ciências da Administração, v. 16, n. 38, p. 183, 2014.

HAWS, K. L.; BEARDEN, W. O.; NENKOV, G. Y. Consumer spending self-control effectiveness and outcome elaboration prompts.Journal of the Academy of Marketing Science, v. 40, n. 5, p. 695-710, 2012.

87

HISSA, C. S. Crise econômica e acesso ao crédito. 2012. 125f. Dissertação (Mestrado em Direito Constitucional) – Universidade de Fortaleza, Fortaleza, 2012.

HUH, J. et al. Samsung card lending model. European Journal of Operational Research, v. 207, n. 1, p. 492-498, 2010.

HUNT, H. R.; GROSS, A. M. Prediction of exercise in patients across various stages of bariatric surgery: a comparison of the merits of the theory of reasoned action versus the theory of planned behavior. Behavior Modification, v. 33, n. 6, p. 795-817, 2009.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Trimestral. Abril de 2016. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/trabalhoerendimento/pnad_continua/>. Acesso em: 02 jun. 2016.

IKEDA, A. A.; CAMPOMAR, M. C.; PEREIRA, B. C. S. O uso de coortes em segmentação de marketing. Organizações & Sociedade, v. 15, n. 44, p. 25-43, 2008.

IPEA. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Boletim de Políticas Sociais: acompanhamento e análise – 23º edição (2015). Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/politicas_sociais/bps_23_14072015.pdf>. Acesso em: 01 jun. 2016.

IOAN, P.; GABRIELA, B. M.; MIHAI, P. D. Globalization And Import Risks. THE ANNALS OF THE UNIVERSITY OF ORADEA, p. 185, 2014.

JALEES, T. An empirical analysis of impulsive buying behavior in Pakistan. Market Forces, v. 5, n. 3, 2009.

JENSEN, M. C.; SMITH, C. W. The Theory of Corporate Finance: A Historical Overview. New York: McGraw-Hill Inc., p. 2-20, 1984.

JIANG, S.; LAMBERT, E.; JENKINS, M. East meets West: Chinese and US college students’ views on formal and informal crime control.International journal of offender therapy and comparative criminology, v. 54, n. 2, p. 264-284, 2010.

JIANG, S. et al. Formal and informal control views in China, Japan, and the US. Journal of Criminal Justice, v. 42, n. 1, p. 36-44, 2014.

KAHNEMAN, D.; TVERSKY, A. Prospect theory: An analysis of decision under risk. Econometrica: Journal of the econometric society, p. 263-291, 1979.

KELLY, L. T. S. Atividades Física, Educativa e de Dança: Um Estudo dos Valores Pessoais dos Consumidores Idosos. REMark, v. 10, n. 3, p. 24, 2011.

KLAPPER, L. F.; LUSARDI, A.; VAN OUDHEUSDEN, P. Financial Literacy Around

the World: Insights from the Standard & Poor's Ratings Services Global Financial

Literacy Survey, 2015. Disponível em: < http://gflec.org/wp-

content/uploads/2015/11/3313-Finlit_Report_FINAL-5.11.16.pdf?x28148>. Acesso

em: 08 nov. 2016.

88

KLOTZLE, M. C. et al. Desenvolvimento de uma medida de desempenho comportamental. Revista Brasileira de Finanças, Rio de Janeiro, v. 10, n. 3, p. 395-416, 2012.

KRANIAS, D. S. Formal control of the Japanese multinational companies to their subsidiaries in the UK. Managerial Auditing Journal, v. 16, n. 5, p. 297-306, 2001.

KASSAI, J. R. et al. Os Monster-Countries e o cenário de mudanças climáticas globais: uma análise a partir de seus balanços contábeis. ResearchGate 2009.

KUNNANATT, J. T. Global business chain and twin advantage. Competitiveness Review: An International Business Journal, Vol. 21 Iss 4 p. 352 – 368, 2011.

LACAZ, F. A. C.; FLÓRIO, S. M. R. Controle social, mundo do trabalho e as Conferências Nacionais de Saúde da virada do século XX. Ciência & Saúde Coletiva, v. 14, n. 6, p. 2123-2134, 2009.

LAMBERT, E. G. et al. Comparing and contrasting the formal and informal crime control views of Indian and US college students: A preliminary study.International journal of offender therapy and comparative criminology, v. 56, n. 8, p. 1239-1257, 2012.

LANE, P. R. Financial globalisation and the crisis. Open Economies Review, v. 24, n. 3, p. 555-580, 2013.

LEAL, C. P.; NASCIMENTO, J. A. R. Planejamento financeiro pessoal. Revista de Ciências Gerenciais, v. 15, n. 22, p. 163-186, 2015.

LEMOS, L. V. et al. Mercado de ações: Um estudo sobre o interesse do investidor em critérios não financeiros considerados na tomada de decisão.Revista Contabilidade e Controladoria, v. 6, n. 1, p. 43-58, 2014.

LEONE, R. J. G.; GUIMARÃES, T. C. O COMPORTAMENTO FINANCEIRO DURANTE E APÓS A CRISE FINANCEIRA DE 2008 SOB A ÓTICA DA TEORIA DOS PROSPECTOS. Revista de Contabilidade do Mestrado em Ciências Contábeis da UERJ, v. 17, n. 3, p. 119-140, 2013.

LI, Y. et al. Formal control and social control in domestic and international buyer–supplier relationships. Journal of Operations Management, v. 28, n. 4, p. 333-344, 2010.

LINS, S. L. B.; FARIA PEREIRA, R. C. Comprou sem Querer? Entenda o Porquê!/Bought by Chance? Understand Why!/¿ Compró sin Querer?¿ Entienda el Proqué!. Revista Brasileira de Gestão de Negócios, v. 13, n. 41, p. 376, 2011.

LONG, C. P. et al. How controls influence organizational information processing: insights from a computational modeling investigation.Computational and Mathematical Organization Theory, v. 21, n. 4, p. 406-436, 2015.

LOPES, E. L.; MARIN, E. R.; PIZZINATTO, N. K. Segmentação psicográfica de consumidores paulistas de produtos de marca própria. Revista de Administração FACES Journal, v. 10, n. 3, 2011.

89

LOPES, E. L.; SILVA, D. Modelos integrativos do comportamento do consumidor: uma revisão teórica. REMark, v. 10, n. 3, p. 3-23, 2011.

LORENZO-SEVA, U.; FERRANDO, P. J. POLYMAT-C: a comprehensive SPSS program for computing the polychoric correlation matrix. Behavior research methods, v. 47, n. 3, p. 884-889, 2015.

LUCENA, W. G. L. et al. Finanças Comportamentais: fatores que influenciam os consumidores na hora da compra. Estudos do CEPE, n. 33, p. 93-126, 2011.

LUSARDI, A. Financial literacy: an essential tool for informed consumer choice?. National Bureau of Economic Research, n. 14084, p. 1-29, 2008.

______; SCHERESBERG, C. B. Financial literacy and high-cost borrowing in the

United States. National Bureau of Economic Research, 2013.

______; TUFANO, P. Debt literacy, financial experiences, and

overindebtedness. Journal of Pension Economics and Finance, v. 14, n. 04, p.

332-368, 2015.

MACCALLUM, R. C. et al. Sample size in factor analysis. Psychological methods, v. 4, n. 1, p. 84, 1999.

MALHOTRA, N.K. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 6.ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.

MAROT, R S. V.; FERREIRA, M. C. Atitudes sobre a aprovação da psicoterapia online na perspectiva da teoria da ação racional.Interamerican Journal of Psychology, v. 42, n. 2, p. 317-324, 2008.

MARTINS, E. C. B.; SERRALVO, F. A.; DO NASCIMENTO JOÃO, B. Teoria do Comportamento Planejado: Uma aplicação no mercado educacional superior. Gestão & Regionalidade (Online), v. 30, n. 88, 2014.

MARTINS, F. R. Controle: perspectivas de análise na teoria das organizações. Cadernos EBAPE. BR, v. 11, n. 3, p. 475-490, 2013.

MEDEIROS, F. G. et al. Influence of Stress, Materialism and Self-Esteem in Adolescent Compulsive Buying. Revista de Administração Contemporânea, v. 19, n. SPE2, p. 137-156, 2015.

MEDEIROS, J. F.; SAMPAIO, C. H.; PERIN, M. G. Fatores emocionais no processo de tomada de decisão de compra. Psico, v. 41, n. 4, p. 439-446, 2010.

MONNET, J.; BROUCKE, M. The use of a cluster analysis in a Ménard pressuremeter survey. Proceedings of the Institution of Civil Engineers-Geotechnical Engineering, v. 165, n. 6, p. 367-377, 2012.

MOREIRA, T. B. S.; SOARES, F. A. R. Política Fiscal e a Crise Econômica Internacional. Finanças Públicas – XV Prêmio Tesouro Nacional, 2010.

90

MORRI, G.; ARTEGIANI, A. The effects of the global financial crisis on the capital structure of EPRA/NAREIT Europe index companies. Journal of European Real Estate Research, v. 8, n. 1, p. 3-23, 2015.

MOUTINHO, K.; ROAZZI, A. THEORY OF REASONED ACTION AND THEORY OF PLANNED ACTION: RELATIONS BETWEEN INTENTION AND BEHAVIOR. Aval. psicol., Porto Alegre , v. 9, n. 2, p. 279-287, ago. 2010 . Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-04712010000200012&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 11 ago. 2016.

NEUHAUSER, K. L. The Global Financial Crisis: what have we learned so far?. International Journal of Managerial Finance, v. 11, n. 2, p. 134-161, 2015.

NGA, J. K.; KEN YIEN, L. The influence of personality trait and demographics on financial decision making among Generation Y. Young Consumers, v. 14, n. 3, p. 230-243, 2013.

NISHITANI, P. K. et al. Contribuições arquivisticas à tomada de decisão nas instituições contemporâneas. Semina: Ciências Sociais e Humanas, v. 32, n. 2, p. 117-126, 2012.

OLIVEIRA, R. L.; KRAUTER, E. TEORIA DO PROSPECTO: COMO AS FINANÇAS COMPORTAMENTAIS PODEM EXPLICAR A TOMADA DE DECISÃO. Revista Pretexto, v. 16, n. 3, p. 106-121, 2015.

OSINSKI, M. et al. Planejamento Estratégico Pessoal: a caminho de um referencial. Revista de Ciências da Administração, v. 1, n. 1, p. 121-135, 2013.

PAUL, M.; HENNIG-THURAU, T.; GROTH, M. Tightening or loosening the “iron cage”? The impact of formal and informal display controls on service customers. Journal of Business Research, v. 68, n. 5, p. 1062-1073, 2015.

PICCOLI, M. R.; SILVA, T. P. ANÁLISE DO NÍVEL DE EDUCAÇÃO EM GESTÃO FINANCEIRA DOS FUNCIONÁRIOS DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR. Revista Economia & Gestão, v. 15, n. 41, p. 112-134, 2015.

PRAHALAD, C. K.; HAMEL, G. A competência Essencial da Corporação. In: MONTGOMERY, C. A.; PORTER, M. E. (Orgs.). Estratégia: a busca da vantagem competitiva. - Rio de Janeiro: Elsevier, 1998. cap. 3.

______. Competindo pelo futuro: estratégias inovadoras para obter o controle do seu setor e criar os mercados de amanhã. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.

PRATES, D. M.; CUNHA, A. M.; LÉLIS, M. T. C. O Brasil e a crise financeira global: avaliando os canais de transmissão nas contas externas. Revista de Economia Contemporânea, v. 15, n. 1, p. 62-91, 2011.

PRESTON, C. C.; COLMAN, A. M. Optimal number of response categories in rating scales: reliability, validity, discriminating power, and respondent preferences. Acta psychologica, v. 104, n. 1, p. 1-15, 2000.

91

PRODANOV, C. C.; DE FREITAS, E. C. Metodologia do Trabalho Científico: Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico-2ª Edição. Editora Feevale, 2013.

PUTRA, I. M. P.; AISJAH, A. S. Effect of Wind to the Maneuvering Ship Control in the Avoidence Collision. IPTEK The Journal for Technology and Science, v. 23, n. 4, p. 126-131, 2012.

QUELCH, J. A.; JOCZ, K. E. O marketing na crise. Harvard Business Review Brasil, 2011. Disponível em: <http://hbrbr.com.br/o-marketing-na-crise/>. Acesso em: 25 mai. 2016.

RAMAYAH, T. et al. A decomposed theory of reasoned action to explain intention to use Internet stock trading among Malaysian investors.Computers in Human Behavior, v. 25, n. 6, p. 1222-1230, 2009.

REINHART, C. M.; ROGOFF, K. S. From financial crash to debt crisis. The American Economic Review, v. 101, n. 5, p. 1676-1706, 2011.

RIBAS, J. R. Uma proposta para a construção de cenários alternativos combinando informações subjetivas e bases de dados secundários. In: ENCONTRO DE ADMINISTRAÇÃO DA INFORMAÇÃO, 1., 2007, Florianópolis. Anais... Florianópolis: EnADI, 2007.

RICHARD, M. O.; HABIBI, M. R. Advanced modeling of online consumer behavior: The moderating roles of hedonism and culture.Journal of Business Research, v. 69, n. 3, p. 1103-1119, 2016.

RIGBY, D.; BILODEAU, B. Management tools & trends 2015. London, Bain & Company, 2015. Disponível em: <http://crearesultados.com/wp-content/uploads/2015/11/BAIN_BRIEF_Management_Tools_2015.pdf>. Acesso em: 14 jul. 2016.

RICK, S. I.; CRYDER, C. E.; LOEWENSTEIN, G. Tightwads and spendthrifts. Journal of Consumer Research, v. 34, n. 6, p. 767-782, 2008.

RODRIGUES, D. M.; PEREIRA, C. A. A. A percepção de controle como fonte de bem-estar. Estudos e Pesquisas em Psicologia, v. 7, n. 3, p. 541-556, 2007.

ROMANIUK, M.; KHAWAJA, N. G. University student depression inventory (USDI): Confirmatory factor analysis and review of psychometric properties. Journal of affective disorders, v. 150, n. 3, p. 766-775, 2013.

ROSSI, C. A. V.; BORTOLI, L. V.; CASTILHOS, R. B. Análise bibliométrica da contribuição de marketing para outras ciências. Revista de Ciências da Administração, p. 29-44, 2014.

SANTOS, A. C.; SILVA, M. IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO FINACEIRO NO PROCESSO DE CONTROLE DO ENDIVIDAMENTO FAMILIAR: UM ESTUDO DE CASO NAS REGIÕES METROPOLITANAS DA BAHIA E SERGIPE. Revista Formadores, v. 7, n. 1, p. 05-17, 2014.

92

SANTOS, J. O.; BARROS, C. A. S. O que Determina a Tomada de Decisão Financeira: razão ou emoção?. Revista Brasileira de Gestão de Negócios, v. 13, n. 38, p. 7-20, 2011.

SANTOS, T.; SOUZA, M. J. B. FATORES QUE INFLUENCIAM O ENDIVIDAMENTO DE CONSUMIDORES JOVENS. Revista Alcance (Online), v. 21, n. 1, p. 152, 2014.

SCHMITT, M. T.; BRANSCOMBE, N. R. The internal and external causal loci of attributions to prejudice. Personality and Social Psychology Bulletin, v. 28, n. 5, p. 620-628, 2002.

SCHWARTZ MARANHO, F.; FONSECA, M. W.; ROBERTO FREGA, J. GOVERNANÇA CORPORATIVA E DESEMPENHO DAS EMPRESAS DIANTE DA CRISE ECONÔMICA GLOBAL DE 2008: UMA ANÁLISE DE DADOS EM PAINEL. Brazilian Journal of Management/Revista de Administração da UFSM, v. 9, n. 2, 2016.

SELIMOVIC, L.; PESTEK, A. Analyzing consumer behavior in online group buying in Bosnia and Herzegovina. UTMS Journal of Economics, v. 5, n. 1, p. 41-52, 2014.

SHINNAR, R. S.; GIACOMIN, O.; JANSSEN, F. Entrepreneurial perceptions and intentions: The role of gender and culture. Entrepreneurship Theory and Practice, v. 36, n. 3, p. 465-493, 2012.

SILVA, E. R. G. et al. Processamento cognitivo da informação para tomada de decisão. Perspectivas em Gestão & Conhecimento, v. 1, n. 1, p. 25-39, 2011.

SILVA, J. T. M. et al. Comportamentos relacionados à decisão de compra de papéis Bovespa: a influência do message framing no pequeno investidor mineiro. Revista Eletrônica de Estratégia & Negócios, v. 3, n. 2, p. 118-139, 2011.

SIMINTIRAS, A. C. et al. Redefining confidence for consumer behavior research. Psychology & Marketing, v. 31, n. 6, p. 426-439, 2014.

SJÖBERG, L.; ENGELBERG, E. Lifestyles, and risk perception consumer behavior. International review of sociology, v. 15, n. 2, p. 327-362, 2005.

SOARES, H. F. G.; DA SILVEIRA BARBEDO, C. H. Desempenho Acadêmico e a Teoria do Prospecto: Estudo Empírico sobre o Comportamento Decisório. Revista de Administração Contemporânea, v. 17, n. 1, p. 64-82, 2013.

SPENGLER, F. M.; COPELLI, G. M. A Complexa Sociedade Líquida e as Alternativas ao Sistema Judiciário Frente à Ausência do Leviatã. Seqüência: Estudos Jurídicos e Políticos, v. 35, n. 69, p. 235-254, 2014.

SUMMERS, B.; WILLIAMSON, T.; READ, D. Does method of acquisition affect the

quality of expert judgment? A comparison of education with on‐the‐job learning. Journal of Occupational and Organizational Psychology, v. 77, n. 2, p. 237-258, 2004.

93

TAM, L.; DHOLAKIA, U. M. The consequences and correction of inflation in personal savings estimates in specific future time frames.Journal of Behavioral Decision Making, v. 26, n. 2, p. 139-151, 2013.

TANG, T. L. P. The development of a short money ethic scale: Attitudes toward money and pay satisfaction revisited. Personality and individual differences, v. 19, n. 6, p. 809-816, 1995.

TÓRTIMA, P. Campo teórico e alguns aspectos do controle social penal.Passagens, v. 6, n. 2, p. 354-375, 2014.

TRINGHAM, M. Firing Line: Lord Hunt. Financial Adviser. Academic OneFile, 5 May 2011.

TSAI, M. T.; CHIN, C. W.; CHEN, C. C. The effect of trust belief and salesperson's expertise on consumer's intention to purchase nutraceuticals: Applying the theory of reasoned action. Social Behavior and Personality: an international journal, v. 38, n. 2, p. 273-287, 2010.

UCHINO, B. N. et al. A cross-sectional analysis of the association between perceived network social control and telomere length. Health Psychology, v. 34, n. 5, p. 531-538, 2015.

VAHIDOV, R.; HE, X. Situated DSS for personal finance management: Design and evaluation. Information & management, v. 46, n. 8, p. 453-462, 2009.

VASCONCELOS, A. F.; ANTUNES, G. A.; SILVA, C. A. T. Avaliação de Perdas e Ganhos nas Decisões Financeiras: Uma Investigação à Luz da Prospect Theory. Revista Evidenciação Contábil & Finanças, v. 2, n. 1, p. 22-38, 2014.

VEIGA-NETO, A. R. Um estudo comparativo de formas de segmentação de mercado: uma comparação entre VALS-2 e segmentação por variáveis demográficas com estudantes universitários. Revista de Administração Contemporânea, v. 11, n. 1, p. 139-161, 2007.

VIEIRA, S. F. A.; BATAGLIA, R. T. M.; SEREIA, V. J. Educação financeira e decisões de consumo, investimento e poupança: uma análise dos alunos de uma universidade pública do norte do Paraná. DOI: 10.15600/1679-5350/rau. v9n3p61-86. Revista de Administração da Unimep-Unimep Business Journal-B2, v. 9, n. 3, p. 61-86, 2011.

VON NEUMANN, J.; MORGENSTERN, O. Theory of games and economic behavior. Bull. Amer. Math. Soc, v. 51, n. 7, p. 498-504, 1945.

WAKITA, T.; UESHIMA, N.; NOGUCHI, H. Psychological distance between categories in the Likert scale: Comparing different numbers of options. Educational and Psychological Measurement, v. 72, n. 4, p. 533-546, 2012.

WATSON, S. Credit card misuse, money attitudes, and compulsive buying behaviors: A comparison of internal and external locus of control (LOC) consumers. College Student Journal, v. 43, n. 2, p. 268, 2009.

94

WIJNEN, G. J.; KEMPERMAN, A. D. A. M.; JANSSEN, I. I. A Cross-Cultural Comparison of Expatriates' Shopping Behaviour. Journal of Business Strategies, v. 29, n. 2, p. 125, 2012.

WILSON, J. G.; ANDERSON, C. K.; KIM, Sang-Won. Optimal booking limits in the presence of strategic consumer behavior. International transactions in operational research, v. 13, n. 2, p. 99-110, 2006.

WU, L. Excessive buying: the construct and a causal model. 2006. 127f. Tese de Doutorado em Filosófia na Faculdade de Administração. Georgia Institute of Technology, 2006.

YAMAUCHI, K. T.; TEMPLER, D. J. The development of a money attitude scale. journal of Personality Assessment, v. 46, n. 5, p. 522-528, 1982.

YOSHINAGA, C. E.; RAMALHO, T. B. Behavioral Finance in Brazil: applying the prospect theory to potential investors. Revista Brasileira de Gestão de Negócios, v. 16, n. 53, p. 594-615, 2014.

YU, H.; CAI, G.; LI, Y. Dynamic analysis and control of a new hyperchaotic finance system. Nonlinear Dynamics, v. 67, n. 3, p. 2171-2182, 2012.

ZALESKIEWICZ, T.; GASIOROWSKA, A.; KESEBIR, P. Saving can save from death anxiety: Mortality salience and financial decision-making. PloS one, v. 8, n. 11, p. e79407, 2013.

95

APÊNDICE A – Questionário da pesquisa

PESQUISA PARA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO

Prezado(a),

Você está sendo convidado(a) a participar, como voluntário(a), de uma pesquisa integrante do projeto de Dissertação para fins de conclusão do Mestrado Profissional em Administração na Universidade Potiguar do aluno George Wandermont Almeida dos Santos, sob a orientação do Professor Dr. Rodrigo José Guerra Leone.

A pesquisa intitulada “Consumo e controle financeiro em contexto de crise econômica” tem como objetivo analisar a reação dos consumidores sob a influência posta por um cenário de crise econômica ante suas ações de consumo bem como a respectiva propensão ao uso de controles financeiros. Tal cenário econômico é apontado pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe – CEPAL (organização regional da ONU) como de contração, no geral, para a região em 2016. Para o Brasil, no mesmo período, o relatório CEPAL, cuja publicação fora datado em 26 de julho de 2016, prevê uma retração de 3,5% em seu Produto Interno Bruto – PIB. Ademais, reforçando o achado, a pesquisa PNAD contínua do IBGE (2016) divulgou, em meados de maio pretérito, a maior queda – em média – até então, no nível de emprego desde 2012.

É oportuno esclarecer que não haverá qualquer característica que identifique as questões aos respondentes nem tão pouco esses a respectiva instituição, uma vez que será preservado o caráter confidencial das respostas individualizadas. Assim, os resultados se destinarão exclusivamente a publicações científicas que se limitarão a apresentar o universo analisado como uma instituição de ensino.

Possíveis dúvidas quanto á pesquisa poderão ser sanadas pelo pesquisador responsável, via e-mail ([email protected]).

Na certeza de contar com a sua valiosa colaboração, agradeço antecipadamente pela cordialidade.

BLOCO I – QUESTÕES SOCIODEMOGRÁFICAS

Responda as questões a seguir conforme melhor o(a) caracterize

Indique o seu sexo:*

( ) Feminino

( ) Masculino

96

Indique a sua faixa etária:*

( ) Até 29 anos

( ) De 30 a 39 anos

( ) De 40 a 49 anos

( ) De 50 a 59 anos

( ) De 60 anos ou mais

Indique o seu grau de instrução:*

( ) Ensino Fundamental

( ) Ensino Médio

( ) Graduação

( ) Aperfeiçoamento

( ) Especialização

( ) Mestrado

( ) Doutorado

Em sua atividade laboral principal exerço cargo:*

( ) Docente

( ) Técnico Administrativo

BLOCO II – QUESTÕES SOBRE PROPENSÃO AO USO DE FERRAMENTAS DE CONTROLE FINANCEIRO

Como você acompanha os seus gastos mensais?*

( ) Eu faço anotações em livro ou agenda (local específico)

( ) Eu registro em uma planilha Excel

( ) Eu uso aplicativo específico em celular

( ) Eu uso programa específico no computador

( ) Eu não acompanho

( ) Outro: .............................................

97

Com que frequência você monitora a ocorrência dos seus gastos mensais?*

( ) Diariamente

( ) Semanalmente

( ) Mensalmente

( ) Eu não acompanho os meus gastos mensais

( ) Outro: .........................................

Que documento(s) você utiliza para conciliar suas transações financeiras?

( ) Extrato bancário

( ) Fatura do cartão de crédito

( ) Outro: ........................................

Com que frequência você faz conciliação nas suas transações financeiras?*

( ) Diariamente

( ) Semanalmente

( ) Mensalmente

( ) Eu não faço conciliação

( ) Outro: .........................................

BLOCO III – QUESTÕES SOBRE O TRAÇO PSICOGRÁFICO DO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR EM UM CENÁRIO DE CRISE ECONÔMICA

Para as próximas questões, indique um número de 1 a 7 - levando em consideração que quanto mais próximo do número 1 você se posicionar, maior será o grau de discordância com a afirmativa, por sua vez, quanto mais próximo do número 7 você se posicionar, maior será o grau de concordância. Caso suas impressões sejam menos fortes, assinale números intermediários, levando em consideração que o número 4 (não concordo nem discordo) – opção central – representa um comportamento indiferente aos extremos das afirmativas.

98

Vari

ável

Afirmativa

Dis

cord

o T

ota

lmen

te

Dis

cord

o n

a m

aio

r part

e

Dis

cord

o lig

eira

men

te

Não c

oncord

o n

em

dis

cord

o

Concord

o lig

eiram

ente

Concord

o n

a m

aio

r p

art

e

Concord

o T

ota

lmente

1 2 3 4 5 6 7

G1 Eu faço planejamento/orçamento para efetuar as minhas despesas.

G2

Eu comparo o meu planejamento/orçamento inicial com as despesas efetivamente realizadas.

G3 Eu utilizo minhas anotações de gastos para priorizar minhas despesas.

G4 Eu busco readequar as minhas despesas ao orçado quando fatos novos tendem a desviá-las do planejado.

G5 Eu faço uma lista dos produtos que preciso adquirir antes de ir as compras.

G6 Já comprei coisas que não precisava mesmo sabendo que estava sem dinheiro.

G7 Sempre que eu vou as compras, adquiro muitos itens que não pensava em comprar antes de chegar à loja.

G8 Eu faço compras planejadas para não ter surpresas quanto aos meus gastos.

G9 Eu abro mão de gastar para investir e alcançar objetivos futuros.

G10 Normalmente, eu compro mais do que preciso.

99

G11 Quando preciso comprar, eu compro produtos similares e com o menor preço.

G12 Eu pago minhas contas à vista para não pagar juros.

G13 Eu sempre peço por descontos em minhas compras.

G14 Atualmente, eu tenho feito o uso de empréstimos pessoais.

G15 Prefiro pagar parcelado mesmo que no total pague mais caro.

G16 Comprar é uma forma de relaxar e esquecer os meus problemas.

G17 Eu sempre faço anotações dos gastos para não me descontrolar nas finanças.

G18 Eu aproveito as promoções mesmo que não esteja precisando comprar.

G19 Eu não me importo de pagar mais caro por produtos que reduzem o meu trabalho.

G20 Por várias vezes, eu já comprei produtos pensando no que amigos iriam achar.

G21 Atualmente, eu tenho entrado no cheque especial com frequência.

G22 Atualmente, eu costumo pagar um valor menor do que a fatura total do cartão de crédito.

G23 Eu sempre avalio previamente as taxas de juros antes de tomar empréstimos e assumir compromissos financeiros.

G24 Normalmente o meu salário tem acabado antes do final do mês.

100