universidade tuiuti do parana cleverson...

49
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Cleverson Bassetto CARACTERisTICAS CLiNICAS E RADIOGRAFICAS - GRANULOMAS E CISTOS PERIAPICAIS CLJRITIBA 2010

Upload: hoangtuyen

Post on 06-Nov-2018

220 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA

Cleverson Bassetto

CARACTERisTICAS CLiNICAS E RADIOGRAFICAS -

GRANULOMAS E CISTOS PERIAPICAIS

CLJRITIBA

2010

CARACTERISTICAS CLiNICAS E RADIOGRAFICAS -

GRANULOMAS E CISTOS PERIAPICAIS

CURITIBA

2010

Cleverson Bassetto

CARACTERisTICAS CLiNICAS E RADIOGRAFICAS -

GRANULOMAS E CISTOS PERIAPICAIS

Monografia apresentada ao curso de

Especializac;~oem Radiologia Odontol6gica

e Imaginologia, da Faculdade de Ci~ncias

Biol6gicas e de Saude, da Universidade

Tuiuti do Parana, como requisito parcial para

a obtenc;~o do titulo de Especialista em

Radiologia Odontol6gica e Imaginologia.

Orientadora: Prof'. MSc. Ligia Aracema

Borsato.

CURITIBA

2010

TERMO DE APROVACAO

Cleverson Bassetto

CARACTERISTICAS CLINICAS E RADIOGRAFICAS -

GRANULOMAS E CISTOS PERIAPICAIS

Esta managrafia fai julgada e aprovada para a obtenc;:'o do titulo de Especialista em Radiologia

e Imaginologia, no curs~ de especializac;:'o em Radiologia Odontologica e Imaginologia, da

Faculdade de Ciencias Biologicas e de Saude, da Universidade Tuiuti do Parana.

Curitiba, 31 de Maio de 2010.

Espeeializa<;:iio Radiologia Odontol6giea e Imaginologia

Universidade Tuiuti do Parana

Orientadora:

Universidade Tuiuti do Parana

Prof'. MSe. Ligia Araeema Borsato

Coordenadora do Curso de Espeeializa<;:iio emRadiologia Odontol6gica e Imaginologia

Banea Examinadora:

Prof'. MSe. Ana Claudia Galviio de Aguiar Koubik

Coordenadora do Curso de Espeeializa<;:iio emRadiologia Odontol6giea e Imaginologia

Prof'. MSe. Tatiana Maria Folador Mattioli

EPiGRAFE

"Ainda que falasse a lingua dos homens ainda que falasse a lingua dos alljos sem al110r

eUllada seria ... "(l. Coriintios)

RESUMO

o prop' sito deste estudo e de analisar a literatura d. granuloma e CiSlO

periapical apresentando uma revisii detalhada em relal',10 a etiologia. caracteristica

radiografica. histopat 16gica. form as de tratamento e progn6stico. E resume de forma

did;itica a diferencia\ao radiogr{,fica como forma de diagnosticar difercncialmente

granulomas de cistos periapicais em c mparayao com 0 histopatol6gico. Conclui-se que

s6 atraves do eX3mc radi gratlc na se pocle estabelecer um dia,!;nostico diferencial

entre granulomas e cistos periapicai-.

Palavras chaves: Exame radiografico. granul ma periapical e istoperiapi~al

ABSTRACT

The purpose of this stud. is to analyze literature 11Gral1ul mas and Cysts.demonstrating a derailed review in relation t etiology. radiographic analyses.histopathology. treatment and prognosis. One concludes that by the radiographicexam alone a differential diagnosis between periapical cysts and granulomas cannot

be established.

UNITERMS: Radiograph exam. Periapical Cysts. Periapical Granulomas

SUMARIO

RESUMO

ABSTRACT

I INTRODU<;:AO

20BJETIVOS

3 REVISAO DE L1TERATURA

II

2

3.1 ANATOMIA PERIAPICAL 3

3.2 GRANULOMA PERIAPICAL

3.3 CARACTERisTICAS CLiNICAS E RADIOGRAFICAS

3.4 CARACTERisTICAS HISTOPATOLOGICAS

3.5 TRATAMENTO E PROGNOSTICO

.j

4

7

9

3.6 CISTO PERIAPICAL

3.7 CARACTERisTICAS CLiNICAS E RADIOGR;\FICA

3.8 CARACTERisTICAS HISTOPATOLOGICAS

3.9 TRATAMENTO E PROGNOSTICO

4 DISCUSSAO

5 CONCLUSAO

6 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

14

14

19

24

31

32

33

.INTRODUC;i\O

A radiografia desempenha lll11 papel preponderante na investiga,ao das regioes

do periapice dcntario e todo tecido osseo que 0 circunda. detectando as lesoes que ali

possam se localizar, principalmente quando estas estao isentas de sintomatologia

clinica. E, ponanto um meio de diagn6stico imprescindivel. pois. atraves dela, alem de

visualizar as lesoes existentes, podem-se detenninar suas rela,oes, tamanho e possiveis

origens. As les('ies inflamat6rias que envolvem os apices dos elementos dentarios tem a

capacidade de promover lise ou destrui<;i\o do tecido 6sseo na regiao. Esta diminui,ao

da densidade 6ssea ou esta perda de substancia 6ssea favorece e facilita a penetra,ao do

feixe de raios X, originando a forma,ao de imagens radiolllcidas.(SHAFER 1987).

De acordo com a intensidade do proeesso inflamat6rio. tempo de dura,ao do

mesmo e capacidade organ iea de defesa. fOrJnam-se varios aspectos ou caracteristicas

radiogn\ficas.(LALONDE 1970).

Assim e que. nas lesiles que se caracterizam por forma rem imagens radiogn\ficas

radioillcidas, deve-se ter 0 cuidado de pesquisar inicialmente a forma. contorno ou

perileria e estrutura interna da lesao. Na analise da forma. deve-se levar em conta 0

nlllnero de lojas provocadas pela lesao. Quanto ao contorno e peri feria. deve-se anal isar

ou verificar se a mesma possui limites difusos ou definidos, lisos reston ados ou

irregulares e. ainda. eonstatar a presen,a ou nao de osteogenese reacional.(ALVARES

1998).

Na analise da estrutura interna da lesilo, deve-se procurar observar a prcscn<;a ou

mio de trabeculado 6sseo no interior da mesma, forma,ao de pontos de mineraliza<;ao.

zonas de mineraliza,ao. tecido 6sseo desorganizado e presen,a de traves 6sseas.O

estudo radiogn\fico dos processos inflamat6rios deve ser analisado sob dois POlltOS de

vista: primeiro os processos intlamat6rios associados ao apice do elcl11cllto dentario

(abscesso, granuloma e cisto) e segundo os proccssos intbmat6rios que envolvcl11 0

periapice do elemento dentario e podel11 aretar todo 0 osso (osteol11ielites).

(DOMINGUES 1986).

2

No prill1ciro caso, a faixa et{lria. sexo. cor. lonnH e localiza~ao nao tem

import5ncia para 0 diagnosti o. No segundo. estes elementos devem ser

considerados.(SOUZA 1985).

'2.0B.lETIVOS

Realizar uma revisao de literatura sobre as ks6es periapicais: cisto periapical e

granuloma periapical.

Avaliar os aspectos radiogr:Hic.os. com'ncia destas alterac,:lks e fazer uma

compara~ao entre elas.

Relatar os diferentes tipos de tratamento para cada lesao.

REVISAO LlTERATURA

3.1 Anatomia periapical

Segundo Lindhre (1985) as celulas do ligamenta periodontal sao principalmente

fibroblastos, os quais sao respons3veis pela forma,ao, manuten,ao e remodela,ao dos

feixes de fibras colagenas e sua respectiva substancia fundamental associada. Estao

tambem incluidos na popula,ao celular do ligamento periodontal as celulas associadas

ao os so que revestem a parede do alveolo. as associadas ao cemento e os restos de

celulas epiteliais de Malassez.

Glickman (1983) demonstrou que em seres hum<1nos os restos de celulas

epiteliais sao visiveis no ligamento periodontal maduro e que possuem caracteristicas

histoquimicas e ultra-estruturais de celulas em repouso. Mostrou-se in vitro e in vivo

que elas retem sua capacidade de dividir-se e migrar sob condi,oes ambientais alteradas

e formar 0 revestimento epitelial dos cistos denl1irios. Outros elementos celulares no

ligamento periodontal estao associados a elementos neurais e vasculares.

Ram fjord (1984) relata que 0 ultimo grupo de celulas silo sobras fragmentadas

da bainha epitelial radicular de Hertwig que persistem, com uma forma de rede epitelial,

mais pr6ximas da superficie radicular do que da superficie 6ssea do alveolo.

3.6 Gral1ltiollla periapical

3.7 Caractcrisricas clinicas e radiognificas

Segundo Mello e Silva (2003) 0 granul ma periapi al rem evolu ao lenta. Nao edoloros . 0 dente portador da lesilo nao responde ao pulpoteste. nem as Illuc\anyas

r~rlllicas. po is a palpa est<i necrosada. Geralmcntc. evidencia alterm;a de cor da coroa.

o denle nao aprcsenta extrusa ncm sensibilidade a percussa . nelll aumcnto de

mobilidadc. mas pode revelar uma cavidade de drie. restallra<;ao COI11rccidiva de c,iric.

resraura<;iio extensa ou pr6tese-fixa. A mucosa periapical. cOlllumcntc. esra normal em

cor. ontinuidade e volume. Todavia .p de 3prcsentar lima fistula. Em sintese.o

granuloma periapical Ii quase sempre assintOlmitico.

o granuloma denttirio e 11111 processo patol6gico que se origina de lima mudan<;,a

dos tecidos periapicais em tccida de granuIOl;ao. frcnte a processos inflamat6rios

cr6ni as. COlllumenre este tecid de granuia9ao e circundndo pOI' uma c,ipsula de tecida

tibroso. adcrida ;\ raiz do dente. Histologicamente esse reciclo cle granula9iio econstituido linf6citos. plasm6 'ilos e m3cr6iag s. E enc nrrada ainda uma quanridade

variada de fibrilas colagenas e reti ·ulares. Quanta il sua ~iJlsula. esta c nstituida de

fibras calligenas e reticulares aprl!scntando-sc com lllll proiongalllento cia membrana

periodontal. No granuloma periapical h;\ equilil rio entre 0 fatar etiol6gic e 0

organisl1lo. Esse equilibria pocle scr desestabilizado p r altera9iio de Ulll dos fatores

surgir lima agudizattao. Nessas c.ondi~·,6es estarao presciltes sintomas cia fuse aguda cia

inflama9ao. como dol'. extrllsiio dental. eleva9ao da l110bilidade do dente. scnsibilidacle a

percussao e altera,ao da mucosa periapical. A intensidade d s sintomHs depende do

grau de agudizHyao .(DOMINGUES e ROSA 1986).

Radiograficamente. a granuloma periapical m stra lima radiolucidez periapical.

que pode scr circunscrita pOI' oste genese reacional. que se presente. e descontin1l8. A

radioluscencia e peqllcna. de forma circular ou ov6ide. om l11aisou menQS 5 111mno

maior eixo. Essa radioluc,iclez pocie ser pouco limitada. A cortical alveolar estn destruida

na regiao apical. A circunscriS:iio clo granuloma periapical Ii destruida em parte u

totalmente. quanclo a Iesao sotre agucliza~,ao. Essa altera\,3 n limite da le,,,o eobservacla nus radiografias.(ALVARES: TAV NO 1998).

No cisto periodontal apical esta area radiolll ida tende a ser bem cklimitada e

circunscrita pOI' uma linha racliopaca definida e nonnalmcnte c ntinua. No abscesso

dentoalveolar cr6nico a area radioilicida e- mal dcfinida e difusa em seus lilllites com 0

0550 vizinho. Do granuloma periapical deriva 0 cisto periodontal apical a partir da

prolifera,50 dos restos epiteliais de Malassez nonnalmente encontrados no ligamento

periodontal. Entre esras lesaes periapicais cronicas est" 0 granuloma periapical. 0 cisl'o

periodontal apical e abscesso dentoalveolar cr6nico. 0 abscesso dentoalveolar cronico

apresenta-se necessariamente com fistula intra au ~xtmbucal.

o granuloma periapical apresenra-se c III les" radioillcida delil11itada. lllas nao

cQlllpieta e uniformemente eircuns .rita: I'ararnente atinge dimensoes maiores que I em

de cliumetro.(LAS LA 1983)

De acordo com Aralljo (1994. Lindhe (t 999). Freitas 2000) quando 0

granuloma periapical SC'inicia n iigatnento periodontal apicaL acaba ellvolvend e

induzindo as rest S epiteliais a proliferarem podend Icv~i-Ios a f 1'111'1(;.<10de cavicbde

cistica. A maiOl'ia dos granulomas periapi ais n,10 e olui para CiSlOperiodontal apical.

mas quando ocon'e a lesfio periapical cr'nica caracleriza-se pOI' apresentar um

crescime.nto llluilO lenlo e continu . Nus lesaes periapicais cronicas com mais de Icm

de diamelro a probabilidade de se tratar de um cist peri dontal api al ~ l11uito maior do

que de llll1 granul ma periapical. 0 crescimento d cisl'O periodontal apical ~ 1'50 lenlo

que raramcnte pressiona as lccidos period ntais dos dentes vizinhos a ponto de

comprimir as asos e matar os ccmentoblastos que revestem ~ PI' legem as mizes. Uma

das caracleristicas do cisto periodontal apical. a medicla que

al.lmenta sell tam3nho. implica no deslocame.nto 1I afastamento das raizes dos dentes

vizinhos envolvidos. sem indllzir reabson;oes radiculares radiograficamcnte detectaveis.

Isto ajucla a diferencia-Io de olltras lesaes como. pOI' exemplo. 0 ameloblastoma.

6

A superficie radicular apical envolvida pelo granuloma periapical pode estar

reeoberta por eementoblastos entre os quais se inserem fibras colagenas ou de Sharpey.

Em algumas regioes os produtos baeterianos e 0 em bate inllamat6rio e imunol6gieo

geram situayoes em que os eementoblastos morrem e exp6em a superfieie mineralizada.

Nestes locais, a probabilidade de acontecer fix3I;:ao de clastos e organizayao de unidades

osteoremodeladoras e muito grande e freqlientemente observada com lacunas bem

detinidas caracterizando reabsoryao cementaria e dentimiria. Muitas vezes os tllbulos

dentimirios envolvidos estao preenchidos por bacterias e seus produtos. Pode-se atinnar

que quase sempre os teryos apicais envolvidos pelos granulomas periapicais apresentam

certo grau de reabsor,ao radicular, observavel ou nao nos exames radiograficos

periapicais (CONSOLARO; RIBEIRO, 1998).

Para Regezi e Sciubba (2000) 0 granuloma periapical e fonnado pela

degenera,ao de produtos necr6ticos do tecido pulpar.

Sciubba (2000) e Tommasi (2002) relataram que os produtos da inflama,ao da

polpa dentaria infectada estimulam os restos epiteliais de Malassez presentes no

ligamento periodontal.

Segundo Lasala (1983) e Shear (1999) no granuloma observa-se uma soluyao de

continuidade na lamina dura e uma area radioilicida de contorno bem delimitado e com

a forma aproximadamente circular e a mais freqliente das lesoes periapicais

radioilicidas.

Os restos epiteliais de Malassez p:'oliferam a tim de separar 0 estimulo

inllamat6rio (polpa necr6tica) do osso circundante formando uma cavidade cistica a

qual cresce em fun,ao do aCl"nulo de liquido no interior da mesma (L1NDI-IE 1999;

REGEZI e SCIUBBA 2000).

Segundo Melo e Silva (2003) 0 granuloma apical e uma massa de rea,ao de

granula,ao (tecido conjuntivo neoformado com inflama,ao cronica), localizada ao redor

7

clo {lpice radicular. 0 granuloma surge em resposra a esri1l1ulo nociv de baixH

intensidade. proveniente do canal radicular. Ele tambem pode originar-se ap6s a

estabiliza,ao de liln abscesso periapical. ou clesenvolver-se como uma lesa periapical

inicial. Estas les6es nao sao estMicas e podem se transf rIllar em ist s periapicais au

desenvolver exacerbac;oes agudas c m:1 f rm::lC;HOde absc~ssos. 0 granuloma cOl1stitui-

se morfologicamente de fibroblast s. macr6t:~gos. capilares. t1bras col:igenas

substancia fundamental. 0 granuloma possui excelente capacidade de regenera,iio e

rapid3Il1enle se COllverte em tecido periapical normal. quando 0 irritante e rel11ovido. ou

se.ia. 0 canal radicular e tratado. Os granulomas apresent31ll-Se em maior incidEnci:.1 d

que os cistos. 0 granuloma apical e qll1:Le sempre as~intolll~itico. mas pode desenvolver

clor ou sensibi Iidade se ocorrer uma exacerbac;ao aguda. Caracteristicamcnte 0 dente

envolvido nao aprescnta mobiliclad~ Oll sensibilidacle signific.ativ3 ,\ percussao.

o dente afetad nao responde aDs testes de vitalidade rennie)s ou eletricos. a

menos que a nec.rose pulpar esteja relacionucla a llin lillie canal de llIll dente

multirradicular. Radiograticall1ente a granuloma ~ uma rarefac;ao apical circunscrira

com forma oval ou circular e 0 dente afetado mostra perda cia lamina dura apical. incla

n;io tbi possi el realizar cliagn6stico radiogratlco diferencial entre cisto e granuloma.

sendo somente 0 eXHme histopatol6gieo capaz de dar llin diagn6stico com seguran,a. As

lesoes apieais resulrall1 da presen,3 de bacterias Oll de sells produtos t6xicos no canal

radicular. nos recidos apicais ou em ambos. 0 sucesso do rratamcnto centraliza-se na

redll,ao e elill1ina,ao dos microrganismos agressores, senclo traramento endod6ntico

indicado quando 0 dente pode scr manti do e a extra,lio dos elementos stm

possibilidades reslHlIradoras.(SHEAR 1999).

3.8 Caracteristicas histopatol6gicas

Nair et al. (199 afirmam que na all sene in de c rtes seriados Oll semi-seriados

do especime. lllll nlllller significativo de lesOes periapicais epitelializadas pode scr

8

illapropriadamente categorizado como lll11 cisto radicular. Nesse estudo, os autores

realizaram 0 diagn6stico histol6gico a partir de cortes seriados de lesoes e encontraram

256 lesoes periapicais, sendo 35% de abscessos, 50% de granulomas e 15% de cistos

periapicais. Do total, 52% continham alguma quantidade de epitelio, sendo apenas 15%

cistos e 0 diagn6stico histol6gico s6 pode ser possivel ap6s a remoyao total das lesoes e

a realizayao de cortes seriados. As lesoes que apresentavam inflamayao cronica

constituida por tecido granulomatoso predominantemente infiltrado por linf6citos,

plasm6citos e macr6fagos, contendo ou nao remanescentes epiteliais, eram os

granulomas periapicais. Nessa patologia, os polimorfonucleares neutr6filos

encontravam-se de modo esparso, sem formal' microcavidades de abscesso ou illfiltrado.

Ao redor desse tecido, observava-se uma capsula constituida por tibras colagenas.

Granuloma e uma lesao inflamat6ria crollica (sem cavidade) podendo ser

epitelializada ou nao (BHASKAR 1966; SIMON 1980; NOBUHARA & DEL RIO

1993; NAIR et al. 1996).

Segundo Alvares (1972) para 0 diagn6stico histol6gico das lesoes periapicais enecessaria avaliayao de cortes seriados.

Stockdale & Chandler (1988) defillem 0 granuloma como lesao inllamat6ria

organizada em uma estrutura nodular, POl'em nao apresentando tecido epitelial.

Simon (1980) realizou um estudo utilizando cortes seriados em 35 lesoes

periapicais que estavam completamente aderidas a dentes extraidos, que nao havia sido

submetido a tratamento endodontico. Como resultado, 60% das lesoes nao

apresentavam epitelio, sendo diagnosticadas como abscessos periapicais agudos (5,7%)

e abscessos periapicais cronicos (54,3%). 0 autor classificou os cistos em duas

categorias: cisto baia - uma lesiio inllamat6ria apical com epitelio delimitando uma

cavidade interrompida pelo apice dentario, que se encontra protruido no interior da

cavidade; cisto verdadeiro - uma lesao inllamat6ria apical com epitelio recobrindo

completamente uma cavidade sem abeltura ou conexao com 0 forame apical e canal

radicular. Sendo assim, dentre os 40% das lesoes epitelializadas, 22,9% foram

diagnosticados como granuloma epitelial, 8,6% como cisto baia e 8,6% como cisto

9

verdadeiro. Com reia,ao i\ discrepaneia ~xistente na literatura sobre a pre alencia de

cistos. 0 autar esclarec.e que se 1Ill'l granuloma epiteiial for cliretado. nao sendo

removido em Slia integridade. e examinado mi r sc picam~nte. 0 esp~cill1e p derj dar

lima falsa apar~ncia de cisto.

Walton & Garnick (1986) cilarall1 que 11111problema com 0 u. 0 da bi6psia para

classitica,aa das lesacs periapicais paderia se.r a perda de randomiza,~a. isla e. certas

regi5es da lesiio inflamat6ria. assilll c 1110 certas c ndi,5cs clinicas paderiam ser

tavorecidas. unln vez que. freqlientemente. a cirur~ia e realizada de ido a 1lI11fracasso

d tralamenta endod6ntico Oll porquc 0 lratamenta C nvencional nao e possivel. AI<'m

disso. a biopsia poderia ser considerada um vies de am . tragem com rela<;,10 a Ics6es

grandes. lima vez qlle 0 lratamento cirilrgico e sele ionado para estes casos. ao passo

que Iesocs pequenas sao resolvidas p r tratamento endodontic con encional. nfto sendo

selecionadas para bi6psia. Os autores ainda comentaram que 0 exame histol6gica de

Iesoes periapicais que abra,am 0 apic~ radicular quando cia extrayiio do dente tambem

poderia representar uma amostra selecionada: uma vez que somente aquelas les6es que

se agarrall1 ao apice radicular poderimn ser examinndas. Os autores comentaram qu~

metod de elei,50. principalmente para estudos descriti as cia parologia endodontica

periapical. deveria ser a estudo de bi6psias de todo teciclo mole e duro removidos em

blocos de regi6es periapicais. POl·em. a viabiliclade destes estudos. principalmcnte em

humanos. torna-se prnticamente remota. devid ao cumprimento cle principios <'ticas.

Porem. quando objetivo e simplesmente a tiassifica,ilo histopatol6~ica da lesao

periapical. costum3-se utilizar apenas tccida mole adjacente ao apice radicular.

3.9 Tratamento e prognostico

Domingues et al.(1986) afirma que 0 principia terapeulico de qualquer doenc;a

inflamal6ria geralmente caracteriza-se pela identificH9ao e eliminaS'ao da causa. No caSD

dos granulomas periapicais com tratamento end dOlltico adequado caracterizado pelo

10

preenchimcnto do canal radicular e. se po ·sivel. dos canais acess6rios. haven\ a

elimina,ao do agente agressor rcpresentado pela microbiota do canal radicular

infectado. As bact~rias e seus produtos que p r entUrH permane,am em pequena

qlluntidade. frcnte ftO paten ial agressivo inicial. tendem a ser nelltralizado. pelos

produtos el11pregados na terapeutica cndodontica. fundal11cntada na a<;ao antimicrobiana

cle anti-septicos, antibi ·ticos e especial mente do hidr6xido de calcio.

Em 60 a 70% d s casos de lratamenro endoduntico de denres com necrosc pulpar

e lesao periapical cronit.:a 0 sucess caracteriza-se pela regressao da lesao ao longo de

alguns meses do ponto de vista radiogr:\fico. Por~m. 0 process de ossifica,ao e

reorganiza~ao tecidual pe.riodontal apical inicia-se assim que terminado 0 trat31l1ellto

endodOntico adequudo. 0 exsudato intlamat6ri em alguns dias Ser1\ reabsorvido pelas

celulus inllamat6rias juntumente com restos tecicluais. celulares e lIlicr bianos. As

ceJulas inOamat' rias clarfio lugar em alguns elias e sem~lIlas ils celulas jovens e

proliferantes advindas dos teticlos izinhos com 0 ligament periodontal e 0 endosteo.

Espera-se que ao I ngo de 3 a .j semunus 0 tecido estejn em fi·an·o processo de

reorganizayiio estrutural e 0 c mponellle intlamatori reduzido a pequenos f cos com a

linalidade de limpeza destas regiOes.(SOUZA et al. 1989 .

II

FIGURA I

GRANULOMA PERIAPICAL

FONTE: CONSOLARO: RIBEIRO 1998.

Grossman (1963) afirmava que a regressao de uma lesao cistica atr'aves de

tratamento conservador (a base de trocas sucessivas de curativos a base de Ca(01-l)2.

pocleria ocorrer devido {j deposiyao de colageno gerada pelo processo de cicatriza,ao.

Tal dep6sito Faria compressao nos capilares envolvidos na nutri,1I0 da linha epitelial

cistica. que se degeneraria sendo Fagocitada pelos macr6fagos.

Assim, lima vez removido 0 rator causa, 0 granuloma in't regredir

espontancamente (LALONDE 1968).

Na literatura, encontramos varios autores que acreditam na regressao, de lesoes

com aspeclO sugestivo de CiSIOS.atraves do tratamento endodontico conservador (nao-

cirllrgico) e preconizam a utilizayao de mcdica,ao intracanal a base de Ca(OI-lh

12

associado au nao a outra medicar;ao (SIMON 1980: STAPAFORE d 31. 1990:

NOB RARA 1993).

o granuloma periapical e tratado da meS111a maneira que 0 cisto periapical.

Quando as caracteristi ·as clinicns e radiognificas aponta111 para uma lesao inflamatoria

periapical. a extra,:10 ou tratament cndod6nrico conservador mio-cirllrgico leve ser

executado. Se ocorrer regressii da lesao. a cura foi obtida. caso contl·ario. realiza-se

cirurgia apical para a rem 1',10 do cisto (de DEUS 1986 .

Linenberg. aldron & Delaune (196-1 valermn-se ta111bem do criterio da le5,10

vir ou nao associada ao apice radicular aros sua exodontia para classiticar;il.o clinica Ins

lesoes cisticas. POI·em. quando as mesmas pennalleciam no alveolo. cram

posteriorll1cnk curetadas. Para os autores. quando uma lesao era bem detinida

radiogral"icall1ente e era removida juntall1ellte c.om dente au facilmente curetada c1

alve 10. a mesma era diagnosticada como cisto. independente. do seu tamanho. Quand

a patol gia nao era removida tao f:lcilmentc como 11111ci. t . a le5110 era c.linic3mente

designada como granuloma. Quando lima {lrea radiohkida difusa aparecia na radiografil

e lima cOllsideravel curetagem era necessaria para rem ver tec.id apical. a lesao era

diagnosticada como abs esso. A validacle dest" criteria deveria ser questionada. uma

vez que e praticamente impossivel mensumr ou padrollizar a facilidade ou diiiculdade

de uma curdagem do alveol

Winstock (1980) relatou que em termos da pr,itica clillica endod6ntka. 0

conhecimento da preval0ncia de 11111tipo de patologia periapical sabre a outra reside no

fato da cren,a de que muitos cistos e granulomas periapicais nao curall! apas a

rcaliza9,io da terapia endodontica convencional.

No entanto. estudos tbn indicado que a tratamento endod-ntico convencional

permite a desaparecimento raciiogr5fico de lesoes periapicais em 85 - 90% dos casos.

ou peJo menos. LIma diminuis:ao no sell tamanho. Com base nestas observac;oes clinic-as

e em alguns estudos histopatol6gic.os tem sido assull1ido que a maiOl·in c1as lesoes

cisticas cura apes 0 tratamento endodontico. Estes autores reiacionalll ao tipo de cisto a

13

sua capacidaJe de reparar-se ap6s a endo I ntia (I\.EREKES: TRONSTAD 1979:

BARB. KOW 1981).

Segundo Shah (1988) 0 tratamento endodolllico nao cirllrgic pode scr

exe utado com exito em uma elevuda porcentagem de casos de granulomas e cistos

radiculares e que 0 sucesso d mesmo nao depende da natureza da lesao. mas aparenta

eSlar intluenciado por varia~oes individuais da resposta imunol6gica do hospedeiro.

Para tcntar explicar os menores indices de sucesso dos tratall1entos endodoillicos de

dentes pOl·tadores de leslio periapical quando .omparados com dentes sem Ie ao

periapical. estudos histopatologicos. radiogrMicos. microbiol6gicos. epidcmiol6gicos.in

foram realizados.

Nair et 31. (1987) defendem que 0 C Illata direto do Ca(OHb com 0 teciclo

periapical era benefico para sseoindu~ao. 5ugere ainda que 0 Ca(OHlc. l1a regia do

:Ipice radicular. tem atividade 3ntiinilamat6ria. neutraliza produtos :kidos. ativa a

fosl~ilase alcalina e tem a"lio antibactcriana.

Para Vernieks & Mes er 1Q781 0 indice de sucesso conseguido com 0

tr3tall1ento conservador 3ssociado!i m"dica~iio inlracanal il base de Ca(OH12 fbi de 58 a

95%. Outro estudo mostroll reparo em 88..l% dos casos. sendo que. em 72.5%. esse

reparo ocorreu em 12 meses e, em packntes jo en em period os de lUll a tres meses.

1.+

3.2. CiSlO periapical

3.3 Caracterfsticas clinicas e radi gr~Hicas

Racliografil:amente, 0 cisto perial ical revela lima area radioilicida. arredondada

u ovalada. associada ao periapice do dente e circuns rita par osteogenese reacional.

represcnrada por uma linha final escler6tica radiopaca. continua e bcm nitida. A cortical

alveolar esta destruida na regiao apical. Quando 0 cisto periapical s fre agudizaqflo.

parte da final linha escler6tica periterica e parte do osso circlinjacente slio destrllidos e

podem ser observados ao exame radi grMic . (NEVILLE. 200'+).

'ollza et al. (200_) al'innam qlle 0 cisto periapical cresce lentamente. Nao callsa

dar. Os aspectos linicos dependem do tamanho do cisto. 0 cisto periapical pequeno

(em torno de 10 mm de diametr ) ~ assintomatieo. ist e. nao causa expansao 6ssea.

nem deslocal1'lento de dentes e a mucosa da regia tel11 a5pecto normal. Se cist

periapical for medio (em torna de 20 111111de diflll1Ctro) pade causal' expansao 6s ea e

deslocamento de dentes adjacentes. Tcll'l consist~ncia . 55ea il palpayao. contu 10. se a

camada de sso. que separa 0 cisto for suticientemente delgada, p de tel' consistencia

papir.icea. Oll seja: ceder :1 pressao digital e oltar il posic;ao original. 1 go apos a

supressiio cia press,ia. originando Illn ruido caracteristico. chamad de crepitayiio

papirileea. A muc sa da regi,io re da apar~ncia normal. Quando 0 cisto periapical ~

grande em t rno de 30 mill de diiimetro . geralmcnte. e submucosa. quer dizer. j,i

provacou expansao ossen. destrui,aa de osso vestibular e eSl3 sob a mucosa. Tem

consisteneia flutuante. ista e cede facilmente a palpa ao pelo deslocal11cnt do liquid

cantido em sell interior. A mucosa nesse c:st[lgio apresenta colorat;ao nlternda. cinza Oll

cinza-azulado. Os dentes adjacentes estao descolados. mas a 1l10bilidade continua

normal.

15

o dente po.1ador do .isto periapical nao apresenta sensibilidade ill ercussilo. nao

esta e"trusionado. nem com mobilidade alterada. Os testes sao de vitalidade pulpar pel

frio. calor e c1etricidade sao negativos. isto e. revdam necr se pulpar. Quando 0 cisto

periapical sofre agudizayiio. surgem sintom3s dn fase aguda da intlama,ao. como dar.

3umento de mobilidade e e"trusao d dente. sensibilidade dental a percussao. supuray30e tistula,ao. A ll1anifestayiio dessa sintomatologia ~ diretamente prop 'Tional no grau de

agudiznc;50. 0 cisto periapical eWi consrituido par uma membrana conjuntivo-epitelial.

que contorna uma ell idade 6ssea. 0 epitelio do cist periapical e do tipo pa ill1ent so

estratificado cu.in espessura ~ variavel. podendo ocorrer proje -es para 0 conjuntivo. 0

revestimento epitelial p de estar rOll1pido e deslruido. em areas de intlamac;ao int~nsa.

o tecido con.iuntivo da parede do cist periapical e comp st por cillHS camada,. uma

slIbepitelial e outra externa. Na camada subepitelial e observado lIIll conjuntivo frou"o

com infiltrado inflamat'rio cronico. representado par lin!ocitos. plHsm6citos e

mac.rofagos .. 19uns polimorfonllcieares neutrofilos. tambem. estao presellles neste

conjuntivo. A amada ""tern a da parede cistica ~ farmada por feixes paralelos de libras

col,jgenas. isto e. um tecido conjuntivo denso. que estn contigllo ao osso. A cavidade

cistica. freqlientell1ente. e preenchida por Jiquido de cor 3marelo citTino ou substancia

pastosa. Essa substiincia pastosa consiste em quantidade variavel de colesterol. 0

liquido cistico esta compost por agua. essencialme.nte. e por celulas epiteliais

descHll1adas. leuc6citos e colesterol LASALA. 1983).

16

QUADRO 01- Quadro de tamanho Ie granulomas e cistos p~riapicais. segundo

Morse e eals. Quanta menor 0 diiunell'O da lesao periapical mais provavel a

possibilidade de granuloma.

DIA~IETRO PERCENTlI.·\I,TA~IANHO DE LES\lES PERIAPICAIS

331!o

N- DECASOS LESAO

17Granulom:1

CiSlO

Gmnulomu17

Cisto

6Grallulolll:t

Ci~t()

2 --Irnl1'l

IU- 19m!1l

MORSE. DR. et al. Oral Surg .. p. 35(2): 2-19 1973.

Bhaskar 1966): Lalonde 1970) e <;,aliskan (200-1 (omparnram imagens

ntdiogrMicas e an,\lise histol6gicas de cist s e granulomas buscando lun pa Irao

radiografico que pudesse identitica-Ios e difercncia-Ios. De acordo com estes 3ulores.

nao lui passivel estabelecer esta rcla,ao. Entretanto. sugere-sc que em lesoes muito

e~tensas (com _00 mm' ou mais a probabilidadc' de consistir ~11lcistos radicularcs e de

92 a 100%.

Radiograticamente. 0 diagn6stico diferencial do cisto radicular deve incluir 0

granuloma periapical.(SHAFER et al. 1987: LEONARDO 199_: REGEZI e SCIUBBA

2000).

No diagnostico realizudo atraves da radiografia e de gral1d~ imporHincia a

bserva930 0 ta1l1anho da ,irea oClIpada pela lesao. medida que aumenta ) l<1manho da

area. a probabilidade de ser lIIll C.iSIOradicular taml em aumenta. Mas ape sal' cia maioria

das lesoes menores se traduzirem micros opic>t1l1ente.em granulomas apicais. isto nao

Qcorre invariaveI1l1entc.(SHAFER et a1.1987: LEONARDO 1998).

o cisto radicular origina-se a partir de um granlll ma periapical com epitelio

pree~istente. 0 qual constitui um foco de tecido de granula~Ao. cronica1l1cnte inilamado.

17

intra-osseo. no apiee de um dente sem vitalidade (SHAfER et a1.1987: LEONARDO

1998: LlNDHE 1999: FREITAS 2000: REGEZI e SCIUBB _000.

A radiolucidez associada a um cist radicular apresenta-se circular ou 0 aide.

com margem radiopaea estreita e continua com a lamina dura d dente envoi ido.

Quando 0 cisto se ene ntra ligeiramenre aumentado. 0 componcnte radiol aco pode nno

ser aparente. 0 ""ame radiogniti '0 nil pocle ser considerado patognomonico da lesao.

pois outros quadros patol6gicos p dem apresentar imagens semelhantes. 0 diagnostico

radiogrMico do cisto radicular nao pode ser rom ado como definitivo. pais sempre

havenl a possibilidade de ourras patologias. mais agressivas localizadas no peri<ipice.

simularem periapicopatias verdadeiras (INGLE 200 IJ.

Segundo Amiljo (199.+) e Freitas (2000). os cist de longa el'olu~(lo clinica

poclem ser observados a reabsor~iio radicular do dente envolvido e. usualmente. 0

alastamento e a reabsoryao das mizes dos dentes vizinh S.

Em relar;ao ,i dimensoes apresentadas pelas Ie es cisticas. os autores relataram

que 0 difimetro dos cisros pode variar de poucos milill1crros a alguns centimetros

(ARAUJO 199.+: LlNDHE 1(98).

De acordo com Graziani (1995). podell1 Ser inietadas substnncias radiopacas na

bolsa cistica com a finalidade de faeilitar 0 radio-diagn6stico. pais os limites e as

relayDeS do processo cistico tornam-se mais nitidos.

Leonardo (1998) afinl'la que ll1uitas leseies podcm simular. clinica e

radiograficamente. 0 CiSlO radicular, inc.luindo-se 0 ceratoeisto odontogenico. 0

ameloblastoma e lesoes malignas como 0 carcin m8 de c.!lulas clams.

Bereine e Azall1buja (1998 relataram 'aso linieo de e"tensa Icsao radiolu ida

compativel com 0 diagnostico de cisto radicular. Ap6s retratamcnto endodontico e

procedimentos cirilrgicos de cUectomia com apicetomia. a qual foi complementada

com obturac;ao retrograda de anullgama de prata . foi realizado exame histopatologico.

que teve como resultado cislo radicular abcedad .0 tratamenlo proposto dem "nstTou

18

resultados satisfat6rios. po is. com ito meses de proser a~~o. foram observados

mlilismo clinico ~ neofonna"j 6s ea com cicatriz apical.

Radi gra!1camente. ciSlO periapical re ela Ulna ,in~a radioillcida. arredondada

au ovalada . associada ao pcri'\pice e circunscrita par osleogenese reaciolla!.

represelltada par uma tilla linha escler 'tica (NEVILLE et al.1998).

o CiSlO radicular apresenla uma imagcm radioillcida de densidade homogenea.

unilocular. circlII1scrita. arredondada ou ovalada. ass ciada a LIm api ~eradicular inlacto.

de 11111denle des italizado. com 0 rompimcnto da 1:1mina dura ao nivel do ,ipice. A lesao

~ delimitada pOl' uma linha de esc lerose . ssea. marcadamcnte radiopaca. que nao deve

ser con fund ida com a membrana cistica 1ibrosa. engl bada na ,irea radioillcida. Os

cistos radiculares usuulmcnte apresentum diallletro superior a 10 mill.. lem disso. pode-

se diferen~i{l-Io do granuloma I' r apresenlar uma margem radi Illcida de limites

precisos e ser contornacJo I' r linha radiopacu de osteogenese reacional . Quando 0 CiSI

periapical sorre agudiza,a . parte cia final linha escler6tica periferica e parte do ('lSSO

circunjaccnte sao cJestruidos e podelll ser obser acl( s aos raios. (FREITAS 2000).

Segundo Regezi e Sciubba 2000) radi graticalllcnte nao e possivel diferenciar 0 cisto

radicular do granuloma periapical. . reas previamcnle lratadas de allera\,oes patol6gi 'as

periapicais podem simular radiograticamente LlIllcislo radicular. .Ulll defeito cirllrgic

u cicatriz periapi al talllbc!1ll deve ser considerad . Na regiao mandibular anterior. uma

radiotranspanlncia periapical de e scr distinguida de uma fase precoce de displasia

cementaria periapical e na regia posterior. radiotranspan~ncins periapic.ais devem ser

distinguidas de llln cisto 6sseo traumatico. Tumores ad lIltogenicos. lesoes de ec!lulas

gigantes. doen<;as ll1etaslclticas e os tlllllores esse s priJl1~lri s. podcm imilar cisto

radicular na imagclll radiogrMica. scnclo que em qualquer clestas condi~Oes 0 dente

relaci nado possui vitalidade.

19

Sauaia et al. 2000) realizaram trabalh de revisao de literalura sobre 0 ci to

radicular procurando elu idar 0 diagn6stico diterencial CillO granuloma. Baseando- se

nesta revis:1 . clinica e radiogr{lf"i a as autores concluirnlll que diagn6stico diferencial

com 0 granuloma !laO e passive!. em virlude dns caracted tic.as serem J11uito

semelhantes cntre si. Em funl'iio dislo. 0 tratamcnto inicial proposto ~ 0 endodontic .

Na tempia endodontica. 0 granuloma devera ser reparado. ja 0 'isto verdadeiro enecessaria a remo\,ao cirilrgica, reparo somente com a terapia endodontica e raro.

De acordo COm Tommasi (_002). quan 10 0 cislo radicular apresentar-se como

uma lesfio de pequcnas dimensoes seu diagn6stico diferen 'ial em rela,ao ao grnnuloma

periapical pode ser bastante dineil.

Philipsen, Srisuwan e Reichart (_002) relataram um caso clinico de um raro

tUlllor odontogenico adenomat6ide extrafolicular que simuiava. racliograficamente. 11m

cisto radicular. radiografia periapical clem" 11.trava lima ~'trea radiohkida bem

delill1itada e margcm radiopaca.

A imagem radiogn1nca cl<issica de 1II11cisto periapical corresponde a lima

rardill;iio 6ssea bem deiinida. delimitada por IIl11alinha radiopaca continlla, indicativa

de esclerose 6ssea CONSOLARO: RIBEIRO. 1998: AL ARES: TAVANO. IQ98).

3.-1 Caracteristic.as hislOpalO16gicas

o revestimelllo epitelial do cist rn licular ~ do lipo pavimentoso estratil'icado

mio-ceratinizaclo. de espessllra varia vel. Estc revestimento sc origina dos restos

epiteliais de ~ alassez prescntes no ligamento periodontal \SHAFER et 31. 1987:

LEONARDO 1998: REGEZI e SCIUBBA 000: TOMM SI2002).

20

Shafer et al. (1987: rMljo 1994): Lindhe (1999 descr~vem que a espessura do

epitelio de revestimento varia c.onfonne 0 caso. Pode apresentar a espessura de apenas

algumas celulas ou scr extrelllamente espesso, com prolilera,ao intensa para 0 lado do

tecido conjuntivo adjacente. podendo ocon'er proje90es epiteliais. Nas areas de

intlam<l,30 intensa 0 r~vestimento epitelial pode apresentar-se interr mpi 10. 0

revestilllento. total u parcial. de praticamente rodc's os cistos radiculares e de erit~lio

estratiticado pavimentoso. que pocle 111 strar-se dcsc ntfnuo em algumas areas e sua

espessura pode variar de I a 50 camadas celulares. porem. a maioria dos revesrimcntos

apresenra espessllra entre 6 a 20 camadas de celulas. 0 revestimento epitelial pode ser

proliferanle com forma,-es tipo areas. encontrando-se associado a lIIn processo

innamat6rio intensQ, au entao. permanecer quiescente com aspect' regular e c~rto grew

de diferencial'ao. Neste re estiment .0 infiltrado de celulas intlamat6rias e constituido.

em sua maioria. par leuc6citos polimorklilucieares. p rem. nH cfipslIJa fibrosa adjacente.

o infiltrado e predominantemente de celulas intlamat6rias cr'ni as.

o epitelio do {lpice de um dente necrosad presumivcJmente pode ser estimulado

par lima intlama<;Jo para r. nnar l1l11CislO verdadeiramente revestido por epiteli . Eo llll1

cisto dentigero que. de acordo c Il'l sua localizayao. pode scr classificado em: apical,

lateral e inter-radicular. Os cistos periapicais sao caracterizados par uma capsula de

tecido conjuntivo fibrosa revestido par epitelio om 0 Illlllen contcncJo liquido e restos

cellilares. sua maneira exata de forlllal'ao e ainda desconhecida. 0 CiSI periapical se

origina ap6s a mortifica,ao pulpar e peln estil11l1la,50 d 5 remanescentes de c~lulas

epiteliais. localizadas no periapice. c.ol11ul11ente 5 restos epiteliais de Malassez.A

rea,ao inicial tipica de fOrIlHl,aO do cisto periapical e a prolifera,iio do epitelio canticlo

no granuloma apical. Caracteristicamente. os pacientes c 111cistos periapicais nao

apresentam silltolllas~ a menos que exista lima exaL'erbac;a innamat6ria aguda. Ah~111

disso. se 0 CiSlO atingir urn t'fll11anho grande. podem ser obser adas t'umefayuo e

scnsibilidade leve. 0 dente de origem nao resp nde ao teste pulpar eletrico e termico.

Radiografic3mente apresenta-se identico ao granuloma periapical. Os cistos po Icm

desenvolver-se meslllO como radi transparencia periapicais pequen3S. e 0 tamanho

radiogratic.o da lesao n,10 pode scr lltilizado para diagn6stico definitivo (de DEUS

1986).

21

Shafer et al. 1987) relatou que em rams ocasioes. 0 ist pode apresentar-se

rev"stido por epitelio cilindrico ciliado pseud -estratificado ou do tip respirat6rio. all

ainda. epitelio simples constituido par celulas cub idais associadas as celulas mucosas

tipo calicili rilles pr'prias do trato digestivo. 0 tecido conjuntivo que forma a parede do

cisto radicular e fonnado por fei"es de nhras colilgenas. fibr blastos e pequenos vasos

sangliineos em nlllnero vari,ivel. Um aspect caracteristico e a presenc;a de infiltrado

infiamat6rio no teciclo conjuntivo imediatamente adjacente ao epitelio. sendo

constituido por linf6citos e plasm6cit s. '0111 alguns Icuc6citos polil11orfonucleares.

dependend da intellsidade cia infec,a . Podem ser enconlradas nas paredes de algumas

lesoes, colec;oes de colesterol associad s ,is celulas gigantcs multinucleadas. Esta massa

de colester I. t'·eqiientemente. rompe 0 re estimento epileiial e faz e"trus,io na luz 10

cisto.

De. acordo com Shear (1989) e Leonardo IQ98). eventualmente pode-se

01 servar paracerarose, e mais raramente rtoceratiniz39a A ceratinizac;:~io nao mostra

llI11 padriio unifarme. principalmcnle peln degradac;a e c1escamac;ao intensa sofrida

pelas camadas superficiais.

QUADRO 02- Quadro de tamanho de granul mas e cistos periapicais. segundo

Mortensen e cols. A medid lue Q di:11l1elr da lesao aumenta. maior a possibilidade de

ser c.islo periapical.

PERC'ENTUAL

TA~IANHO DE lES6ES PERIAPICAIS

N" DE CASOS LESAO

GrJnlllol1l~)j -9111111 .> 1 I

CiSlO

Granuloll1:t61lU - l-!.tllll1

Cist(l

GrnnulomH+15mm

CiSlO

MORTENSEN. H. et al- SC3nd. J. Res .. p, 78:2-1 I, 1970.

Na parede tibrosa dos cistos de form:ll',10 recente. podem scr encontradas areas

tipicas de granuloma apical antecedente e SU<lSvari{l\'eis morfol6gi as. J<i nos cist s

22

maiores e mais persistentes. a parede cistica encontra-se fibrosa. densa e colageinizada

com gratis ari{lveis de infiltray<1o leucocitilria. predorninnntcinenle mononuclear. incb

na parede cistica. p de estar presentes ilhotas de epit~lio odontogenico. calcific3yoes

distr6ficas e foe as eventuais de exsudato purulento associados com locos de infiltrado

Ilelilrofilico {SHEAR 1963

Todas as pe,as cirllrgicas devcl11 scr encHminhadas a exame histopat 16gic para

defini,ao do diagn6stico definitivo. 0 lume cistico e cOllstituido por material amodo

eosinofilico com alto teor prot~ico. grande nlllllero de cristais de colesterol. celulas

epiteliais descamudas e. casualmentc. I,\minas de ceratina. (LEONARDO 1998).

Os cistos periapicais. segundo a maiQl'ia d s alltor~s. lem sua origem nos

granulomas epiteliados preexistentes. Sao assintomaticos e apresentam crescimento

lento. porem progressivo. NUIll corte hist 16gico Cilcontra-se epitelio de

revestimcnto interno. uma c{lpsula de tecic1 c njuntivo fibroso e internamcnte lllll

contelldo liquido ou semiliquido. constituicio por restos de celulas epiteliais

descamadas. cristais de coksterol e celulas-intlamat6rias. quando contaminado ap6s

tratamento endod6ntico.O ista periapical est<1 constituido par uma membrana

coniuntivo-epitelial. que contorna uma cavic1ade 6. sea. 0 epitelio do cislO periapical edo tipo pavimenlOso estralilicado cuja espessura e vari,ivel. podendo ocorrer proje,oes

para 0 conjuntivo. 0 revestimento epitelial p de estar rompido e destruido. em ,ireas de

intlamalc<io intcnsa. LlNENBERG 196-1 .

23

FIGURA 02

('I'T PERIAPICAL

FONTE: DO~IINGUES 1')86

cavidade cistica. ti'cqiientemente, ~ preenchida p I' liquicio de cor amurdo

citrillo ou substancia pastosa. Essa substancia pastosa consiste em qllHntidade variavel

de colesterol. 0 liqllido cistico est" composto pOI' itgua. esscllcialmcnte. e pOl' celulas

epiteliais descamadas. IClIc6citos e colesterol (LEON RDO 1998: REGESI e

SCIUBBA 2000).

Cisto t' lima lesao inflamat6ria contendo lima cavidade delimitada pOI' epitt'lio

estralificacio pavimcntoso (BH SK R 1966: SIMON 1980: STOCKDALE &

CHANDLER 1988: NOBUHARA & DEL RIO 1993: NAIR et al. 1996: PHILIPPI ct

31. 2003).

2.+

3.5 Tratamcllto e pr gn Stico

o tratamento de um dente c m um CiSlO radicular p cle incluir extra,ao. tempia

endodontica e cirurgia apical. 0 tratamento de um cisto radicular grande usual mente

envolve remo,ao cirllrgica au marsupializHyi!O. 0 aspecto radiografico da regiao

periapical de um dente tratad end clonticall1cnte deve ser acompanhado

periodicamente para assegurar que a cicatriza,ii n rmal est~ia ocorrendo. De forma

caracteristica. 0 osso rec~m formado cresce cia peri feria para 0 interior do defeit . por

vezes resultando em padrao radiado scmelhante a "roclas de leme·· .. A recorr~ncia de 11111

CiSlO radicular e improy,ivel se este liver sicl rCll1ovido p r completo. Se 0 dente

cnvolvido com 0 cisto periapical n'lo apresentar condi,.oes de ser manti do. 0 tmtamellto

recomelllhivel e a exodontia com a curetagem do cisto.(DOMINGUES 1986).

Lindhe (1999): Petterson (2000): Delbem et al 2003) veriticarnm que a

marsupializa~'lo proporcionou uma eieatrizal'ao nipida. Na enueleayao com curetagem.

utiliza-se uma braea ou cureta para remover de I a 2 mm de sso ao redor de t da a

cavidade c.islicn. Este procedimento serve para remoyilo de c01ulas epiteliais

rem{llle$ ,entes que possam existir na peril"eria cia parede cistic:l eu cavidadc ossea. A

prolifera,iio destas celulas pocic oea ionar a re .idiva do cisto. A presente teeniea ~

ulilizada em duns situa,oes: caso 0 elinicQ esteja rcmovendo lllll eeratocist

ad ntog~nic . cujo eomportamento e agressivo e exibe uma alta taxa de recorreneia.

exigindo llma abordagem 1113is agressi '3 Oll caso tenha ocorriclo a recidi a de qualqllcr

cislo.

Petterson (2000): Silva. Baroni e Cabral (2002 realizaram uma pesquisa com 0

objetivo de auxiliar 0 profissional da OdonlOlogia a escolher 0 tralamcnto cirllrgico

adequado para os diferentes tipos de cistos. De acordo com a pesquisa. 0 trammento dos

CiSIOS dos maxilares Ii de natureza exelusivamente cirllrgiea. podendo scr subdividido

em Ires ll10dalidade terap~lItica : enucleu9,10. marsllpializ,w5 e descompressiio.

Segundo os autores. cada lccniea cirilrgica p ssui a sua con·eta indicay3o. cabendo ao

especialisla avaliar corretamente 0 lipo de .isto. sua I caliz3yao. seu grau de

envolvimento com as estruturas adja entes.

condi90es gerais do paciente. Para os autores.

u seja. 0 tamanho da leslio e ainda as

sucesso do caso dependeni de 11111 plano

de tratamelllO. aiem dos onhecimentos da tecnic:.a ~irllrgica e da 8n3tOlnia orof~lcial.

De aCOl·do om Petterson (2000) os cist s dos maxi lares podem scr tratados

cirurgic<llllente atraves de um3 das seguint"es tt:,:cnicas basicas: enl.lclea~a.

marsupializayao. combinayiio em etapas dos dois procedimcntos u enuclea,iio com

curerageill. A cl1ucleac;ao onsistt.~ na remoc;ao total da les~10 dstica. sem ruptura. Esta

tecnica deve ser realizada com cuidad . pois 11 rem09ao da pe,a par inteiro reduz as

chances de recidi 3. Sua principal v3ntagem e permitir 0 eX:ime histopatol6gico integral

da lesao. Outra vantagem e que a hiol sia excisional initial tall'lbcm proporciona 0

tratamcnto adequado cia les,10

Na l11arsupializa~~ao e criada lima jallela cirilrgica na parede do isto. esv3zinll 10

o ontelldo cistico e mantendo a continuidade entre 0 cisto e a cavidacle bucal. seio

maxilar ou cavidade nasal. Este pr cedimento reduz a press,i intracistica proillovenci a

diminui~ao do cislo e resultando elll preenchimento asse . Sua principal vantagem e a

facilidade do pI' cedimento. A maior desvantagem desta t~cnica e que 0 tecido

patologico e deixado ··in situ··. scm SCI'subll'leticio a lllll ex:nne histopatol6gico c mpleto

e ainda existe 0 inconveniente d pacicnte precisar manter 0 local devidarnente

higie.nizaclo. a 11mde evilar infec<;ilo secunda ria. FREITAS 2000: PETTERSON 2000:

TOMMASI 2002).

Bercine e Azambuja (1998) afirmam que 0 tratall'lcnr pI' posto demonstroll

resultados satisfat6rios. pois. com aita mcses de proscrvac;ilo. foram observados

J11ul"ismo eUnico e neoformac;ao OS sen ,0111 cicatriz apical.

A t~cnica de l11arsupializa,~o freqiientemcnte c\ seguida de cnuclea ·ao em um

momenta posterior. Ap6s a marsupializa,iio. ocorre uma r,ipida cicatriza ao inicial c.

llsualmente. h'l IIllla reduc;ao 3preciavel do tam3nho da cavidade cistica pennitindo.

26

assil11. 0 procedim~nto de enuclea ~ secun laria. scm a ocorrencia de injllria ,is

estruturas adjacentes. Este acesso c mbinaclo reduz a morbidade ~ acelera a cicatriza"io

completa PETTERSON _000).

Segundo Graziani (1995) a tcrapeutica clllpregada nas lesaes localizadas no

~ipice radicular ~ praticada de duas maneiras: par exodontia au p r curelagem p riapic.al.

A exodontia pode ser realizada com u sem curelagem alveolar posterior. A curelagem

periapical. que consistc no tratamento mais conservndor. pode ser realizada scm

ressec,ao apical au seguida de ressec,iio apical. 0 tratamenta do cisto radicular ~

semelhante ao do granuloma periapical. E indicada a exodontia do dente env Ivido e a

curetagem cuidadosa do tecido periapical. Ern aigulls casos. pode-se in licar 0

tratamento endod'ntica do dente afelado seguido de api etomia e enuciea,ao da leslio

efstiea.

Conformc Shafer ct al. (1987). aso 0 cislO radicu",r 11<'0 seja submctido a

tralamento. a Ie ao aumentar" lentamente de tamanho. as eus!a. de sso circunjac.enle.

o ossa safre reabson;ao. porbn. raral11enle oeon'c uma c"pansao compensadora das

tabuas corticais. como se observa no caso do cisto dcntigero. 0 correto diagnostico das

lesoes inflal11at6rias periapicais e imp rtanle. p is sua pre en,a e !lin falor que eSla

diretamcnte relacionado ao sucesso da lerapia endodontica.

Winstock (1980). por !lin longo periodo. afirl11ou- e na lileratura que as lesaes

cisticas n,;o regrediam ap6s a terapia end clontica.

Para Nair et al. (1996 e Simon (1980) a nao regressiia de alguns CiSl S

radiculares apos 0 lratamento endod6ntico pode estar relacionada c m a localiz,wao da

cavidade cistica n que diz respeitQ II sua intima rela,iio com 0 forame apical. Para esses

3utores. quando 0 CiSlO em baia au em balsa for submetido ao tratamcnto endod6nrico

elc ~ capaz de reparar-se durante a endodontia .. 1I111avez que slio rel11ovidos os fatores

irritanles do interior do canal. prolllovcnd uma alleray50 na ca idade cislica c. assil11

no epiteli . Por olltr lado. qllando 0 cisto e verdadeiro. e55a lesao parece a1l10-

'27

suste.ntada. independente da tome (ic irritac;ao do canal radicular c. portanto a tcrapia

endod'mica pode 11<10ter efeito sobre os mcsm s. principal mente sobre os maiores.

Contrariamente. Maalouf & Gutmann (199-11 afinnam que 0 tratamento

cndod6ntico conduz. de alguma forma. ~idestrui9:10 local u generalizada d limitante

epitelio dos cistos verdadeiros. culminancio no reparo. Un! dos mecanismos pelos quais

isso ocorreria seria atraves de quebra da integridade do limitante epitelial ocasionada

pela sobre-instrumenta<;8o. que cstabeleceria a drenagem e redu<;ao cia pressC.o

intraluminal' cistica. Concomitantemente. ocorreria fibr pia 'ia com deposil'oo de

col:igeno. compressao da rede vascular que nutre as cc\lulas epiteliais e conseqUente

degenerayao das mesm3S e sua rem c;a pelos macr6fag s.

Figueiredo et al. (1999). Neville et al.(200-l) afinn:1m que presenya do epiklio.

nas les-es inflamat6rias periapi ais, c' originada dos restos epitelbis de Malassez.

presentes no ligamento periodontal que passalll a proliferar em decorrencia de estimulos

inflamat6rios nessa regia Esse- estfmulos sao produzid s pelas bacterias e seus

produtos presentes no interior d canal radicular. de um dente portador de necrose

pulpar. que acionam s mecanism s de defesa do hospedeiro. Embora 0 sistema ill'lune

disponha de Il'lecanislllos para eliminar as celulas epiteliais em pI' lifera<;ao nos cistos

radiculares. se 0 fator etiol6gico IH10for rell'lovido elns continuanlo a se Illultiplicar.

Ull'la ez que. e removido a fator eti 16gico. atraves da endodontia ou exodontia.

a proliterat;iio epitelial tende a cessar. a sistema imune promove a destruiC;,io e rell'lo,ao

das celulas epilcliais proliferadas e a lesao resolve gradualmente. (TORABIN. JAD

1985: SIQ EIRA JR. 1999.

Ruiz et al. (2003) realizaram um estud para avaliar a expressao das celulas cle

Langerhans. linf6citos T auxiliares e linf cit s B em cistos radiculares de dentes que

haviall'l recebido ou na tratamento endod6ntico. Os aulOres conduiram que a terapia

~ndod' ntica exerce efeito sabre a populayiio de celulas de Langerhans. uma vez que a

endodontia propicia diminui,ao da atividade antig~nica com consequente rcdu~·jo da

apresenta<;ao de anlig~nos fis celulas illlunes. Porc\m 0 meSIllO miD correu com as

28

linfocitos BeT auxiliares. que segundo s autores. seria explicado devido .i

participayiio dessas celulas no mecanismo imunologico de remo,1io das c~lulas epikliais

proliferadas nos cistos radiculares.

Sjogren et al. (1991) afinn3111 que a indi e de sUCeS'O d s tratamcntos

endodcinticos de dentes sem les.io periapical e de 96% e dos tratamentos en lodonticos

de dentes portadores de lesao perial ical e de 86%.

Segundo Shah (1988) 0 tratament endodontico nao cirllrgico pode scr

e\:ecutado com exito em lima elevada porcentagell1 de casos de cist s radiculares e que

sucesso do mesmo nao depende da natureza da lesao. mas aparenta cstar infiuenciado

par varia,Des individuais da resposta imunol6gica do hospedeiro.

Block ct al. (1976: Lin et al. 1991): Kuc et al. _000): Luisi et al. (2003):

Figueiredo (1999) para tentar explicar as menores indices d~ suc~sso dos tratamentos

endodontico de dentes portaclores de lesao periapical quando comparados am dentes

selll lesiio periapical. estudos histopatol' gicos. radi gnificos. microbiol6gicos.

epidellliol6gicosja foram realizados.

o (ratalllento de IJI11dente com um j, to radicular pode incluir extra«tio. terapia

endodontic a e cirurgia apical. 0 tratamento de lun cisto radicular grande usuall11ente

envolve remo~ao cirllrgica ou marsupiaiiz<lc;ao. 0 aspedo radiognHico da regiffo

periapical de um dente tratado end donticHlllcme cleve scr acompanhado

periodicamente para assegurar que a cicatrizayao normal esteja oeorrendo. De forma

caracteristica. a osso recelll-formado cresce cia peri feria para 0 interi r do defeito. par

vezes resultando em um padrao ra lindo semelhante a "roda .. de leme". no entanto. em

poucos casos 0 defeito pode nao ser preenchido par ss normal. especialmente se

houver infec~ao secundMia au destrui,ao de quanti dade eonsidcn\vel de ossO.

recorrencia de um cisto radicular e improv{lVel se este tiver sid rel1'lovido por c mpletCl

(STUART: MILLER: BROWN: NEWTON 1991).

Domingues (1986) preconiza que 0 tratamenta alual do cisto periapical consiste

em tempia endodontica e cQntrale radiogrMico peri' eli ·a. scm intervenr;:io cirllrgica

imedialH. As radiografias de c ntr Ie devem ser efetuadas a cada quatro meses. ntc a

repara9~10 total das tecidos. Caso nao Qc()rrer a regrcssao da leSHOou se a mesma

aumentar de tamanho. durante 0 perioelo de proservac;ao. enta . est{\ indicada a remor;,io

cirllrgica. Tem sido ol sen'ada a rep'lrac;'; de cistos periapicais com tratamento

endodontico.

Morse et al. (1973) diagn sticaram 19 cistos periapic.ais por eletroforese do

liquido citrino colhido da lesa c trataram essas Icslies com terapia endodontica. scm

cirurgia periapical. Em catorze casas correu repara,'ao da !esao: dois casas

HUlllcntJram de tamanho: lim caso regrediu. parc.iaimente. e dais paeicllles nao

regrc-ssar3111 para controlC'. Os tr25 casas Sclll repara ,3 fj ram removi los e submetidos a

exames histapatol6gicas, conlirmad diagn6stica de CiSlO eriapical.

Em tennos da pnitica clinica cndodontica. a canhecimento da prevaJ.!ncia ele 11111

tipo de patalogin periapical sobre a outm resid~ no fata da cren<;-,nde que Il1l1itos cistas

periapicais nao curmn ap6s a realiz39i10 cia tcrapia endod6ntica canvenciaml. N

ent8nto. estlldos tem indicado que a tratamento end d6ntico convencional permite a

desaparecimcnto radiogratico de, lesoes I eriapicais em 85 - 90% das casas. ou pela

menos. uma diminuir;ao no seu [amanho. (TRONST D 1981: SJOGREN et al. 19(1).

Cam base nestas observavlies clinicas e em alguns estudas histopatol6gieos tem

sido asslIlllido que a maioria das leso~s cisticas cura ap6s 0 tratamento endodontico.

Alguns llutores reiaciollam ao tipo de cisto a sua c3pacidade de reparar-se apes a

endodontia (WINSTOCK 1<)80: PRIEBE et aI.195-1: BHASI(AR 1966: LALONDE

1968).

Para Simon 1980) a cist em baia sararia c m mai r probabilicbde da lue 11m

cist verdadeiro. que passui lima cliniimica tecidllal <lllta-sustentavei. all seja. a iesaa

indcpcnde da presen<;a au ausencia de irritantes no interior do canal radicular. Assim. os

cistos verdadeiros. principal mente os maiores. seriam menos pravaveis de se resal 'erem

30

depois dn terapia endod6ntic3. Isto tem side J1lostrado rccentemcnte em lll11 estudo

longitudinal de proserva9,io de les6es cisticas iraladas endod nlic3menlc.

31

-I. DISCUssl,O

o trabalho realizado par III rtellsell et al. 1970) apud Shear (1999) analisando

396 lesiles periapicais encontraram uma ii'cqiiencia de 58.5% de granulomas e -ll % de

cistos .. hi Alvares et al. (1998) Rllulisando -18 casas cncontraram 83.8% de granulomas

e 16% de 'istos. Pereira cncontrou 76% de granulQlnas e 2-1% de c.istos 1ll1ll1total de 75

lesiles. Momes et al. (1997) rcalizando '"11 estudo de 180 cas s clinicos observaram a

oc. rrencia de 39.4%de granul mas. 32.2% de cistos e 28%.-l de abscessos . .ii, Souza e(

al. (1985) analisando 302 lesiles periapicais encontraram 60,2% de cistos e 39,8% dc

granulomas. Para cada lima dessas pat"ologias. 0 perc~ntllal ele at.:e-rto roi maior t~llto

para granul m3 quanto para 0 cisto periapical. 0 que na foi encontrado por M rtensen

et al.( 1970) apud Shear( 1999), em que maior indice de acerto foi de 81 % para

granulomas e para os cistos periapicais fbi Ie -18%. Quando comparados, 0 exame

nldiognilico e 0 histopatol6gico. roi d' 83,)% n trabalho realizado flor Alvares et

al.(1998). Moral'S et al. 1997 chcgaram a lim diagnostico correto por meio do examc

radiagrMico ern 66.6% dos casas pesqllisados. Os resultados en 'ontrados por Bozzo:

Boscolo (197-l): Pereira (1985): . 'ouza et al.( 19851: C Ilsolaro: Ribeiro( 1998) e Regesi:

Sciubba (2000) deterll1inar rn urna baixa especificidade e sensibilida e do exarne

radiografico. levanclo a ntirmarem !laO ser p ssfvel cliferenciar estas lesoesradiograt-icarnente. Estes resultados d achado vfm de encontro com as cnnclusoes

apresentadas pelo tmbalho aqui desellvolvido. N enranto, na pe,quisa realizada flOr

Mornes et al. (19971. os autores afirmarn que ~ p ssivel chegar a urn diagn' stico correto

atrav~s da radiogralia periapical. A rnai correncia dos cistos periapicais e dos

granulomas periapicais 113 rna:-;ila. (S uza et 31. 1985: Tavano. 1998).

Mortensen et 31. 1970) apud Shear ( 1999): Dorn ingues et HI. 1986) e .' Ivares: Tavano

() 998) alinnararn que as istos apreselltarn lima maior dimellsao em rela lio aos

granulomas, entretflnto, foram encolltrados granulomas c m ate IDmm e cisl'OS com

dirncnsocs de apenas 3mrn, indo dc encontro com a alirrnayao de Regesi: S iubba

(2000). de que nao sc pode can liar no tamanha cia lesiio visfvel radiograficarnente para

se estabelecer urn diagnostico definitivo.

5. CONCLUSAO

Pelo exposto pode-se Goncluir que 0 diagn6stico diferencial de lesoes

periapicais nao pode ser feito com base na apatincia radiognifica. pois. os aspectos

radiognificos pesquisados apresentam freqliencia similar para granulomas e cistos

periapicais, sendo 0 exame histopatol6gico indispensavel para 0 diagn6slico final.

Idade, sexo e ra<;a nilo interferem no aparecimento de CiSIOS e granulomas

periapicais.

Os granulomas sao encontrados mais freqlientemente que os cistos periapicais.

o aparecimento de granulomas e cistos periapicais sao mais comuns na maxila

do que na mandibula.

o IralamenlO endod6ntico e 0 tratamenlO de e1ei<;iio para os cistos e granulomas

periapicais.

33

6. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

AL VARES, LC: MARZOLA. C; FREITAS. JAS. Cistos ou Granulomas apicais:

apanlncia radiognifica versus histopatol6gico. RGO. 1972;20(04): p.317-322.

ALVARES. L.e.. TA VANO O. Curso de Radiologia em Odolltologia. 4 ed. Sao Paulo:

Santos, 1998. 2481'.

ARAUJO, N.S de ; ARAUJO V.C de.Patologia Bucal. led. Sao Paulo: Artes Medicas,

1994. p99-1 06.

ALVES, J. A., ZINET, M. P. A.; GON<;:ALVES, E. N. Novos avan\Oos na microbiologia

endod6ntica: uma breve revisao. Revisla Palilisla de OdOillologia. Sao Paulo, v. 15. n.

I, p. 22-32, 1994.

ANDERSON. L. M. el al. Evaluating IL-2 levels in human pulp tissue. v. 28. n. 9. p.

651-5,2002.

BARBAKOW, FH: CLEATON-JONES, PE; FRIEDMAN. D. Endodontic treatment of

teeth with periapical radiolucent areas in general dental practice. Oral Slirg Oral Med

Oral PalllOl 1981. 51: 552-559.

BAUMANN, L., ROSSMAN. S. R. Clinical roentgenologic and histopathologic

findings in teeths with apical radiolucent areas. Oral Slirg. Oral Med Oral Palhol. 9:

1330-1336, 1956

BENDER lB. SELTZER S. SOL TANOFF W. Endodontic sucess. A reappraisol of

criteria. I. Oral Surg Oral Med Oral Pathol .1966:22:780-9.

BERClNI, F.; AZAMBUJA, T.W.F. et al. Abcesso cr6nico associado a fistula extraoral:

Ver. Literatura e apresenrac;ilo de caso clfnico cirllrgico. R. Fac. Odontol.,Porlo Alegre,

v.39, n.l, p. 9-13. Jul. 1998.

BHASKAR SN. Nonsurgical resolution of radicular cysts. Oral Surg Oral Med Oral

Pathol;21 :657-71,1972.

34

BHASKAR SN. Periapical lesion: types. incidence and clinical features. Oral Surg Oral

MedOral Pathol;21 :657-71, 1966.

BLOCK. R. M.; BUSHELL. A.; RODRIGUES, H.: LANGELAND. K. A

histopathologic. histobacteriologic, and radiographic study of periapical endodontic

surgical specimens. Oral Surg Oral Med Oral PatllOl 1976,42: 658-678.

BOZZO. L; BOSCOLO. FN. Evolu,ao e involll<;ao das lesoes periapicais: correla,ao

entre aspectos radiol6gicos e histopalO16gicos. Bol. Fac. Odontol. Piracicaba .1974: 5:

36-43.

t;:ALlSKAN MK. SEN BH. Endodontic treatment of teeth with apical periodontitis

using calcium hydroxide: a long-term study. Endod Dent Traumatol 1996: 12:215-221.

t;:ALlSKAN MK. Prognosis of large cyst-like periapical lesions following nonsurgical

root canal treatment: a clinical review. Int Endod.l 2004;37:408-16

CONSOLARO, A.; RIBEIRO, F. C. Periapicopatias: Etiologia e Inter-rela,oes dos

aspectos Clinicos. Radiognificos e Microsc6picos e suns Implica,1ies Terapeuticas. In:

LEONARDO, M. L.; LEAL, J. M. Endodolllia: tratamento de canais radiculares. 3. ed.

Sao Paulo: Panamcricana, 1998. cap. 5, p. 77-102.

DE DEUS, Q. D.: SILVA, E. C. Endodontia. 4. cd. Rio de .Janeiro Editora Medica e

cientifica.1986.

DE DEUS. Q. D. Altera,oes da polpa dental. In:

Janeiro: MEDSI, 1992. cap. 5 e 6, p. 108-188.

Endodontia. 5. ed. Rio de

DELBEM. ACB. et al. Coservative treatment ofa radicular cyst in a 5-year-old child: a

case report. International Journal os Paediatric Dentistry, v.13. n.6. p.447-50. november.

2003.

DOMINGUES, AM: ROSA. JE. Lesoes cronicas dento-alveolares Florian6polis.Ed. da

UFSC.1986, p. 43-70.

35

FIGUEIREDO. CV; SANTOS, IN: ALBUQUERQUE. JR. Mecanismos

imunopatol6gicos de form3<;ilo e expansiio cia cisto radicular: uma abordagem atual.

Rev. P6s Grad. v. 6. n. 2, p. 180-187. abr./jun. 1999.

FREITAS A et al. Radiologia OdontoI6gica.5.ed.Sao Paulo:Artes Meclicas.2000.p386-

91 ;431-33:468-9.

GI-IOSE LJ. BAGDADY VS. HIKMAT BYM. Apexification of immature apices of

pulpless permanent anterior teeth with calcium hiclroxide. J Endod 1987; 13:285-90.

GLICKMAN, I.: CARRANZA, F. A. Periodolllia clillica de Glickmall . prevell('oo,

dioglloslico e IralwlICIIIO cia doelll;a periodolllailla pralica da odolllologia geml. 5. ed.

Rio de Janeiro: Interamericana. 1983.

GROSSMAN, L. I.; ETHER, S. S. Estudo Comparativo Clinico e Histol6gico

Patol6gico de Rea<;oes Periapicais Cr6nicas - I' parte. Rev Bras Odolll 1963,23: 226-

237.

GROSSMAN, L. I., ROSSMAN. S. R. Correlation of Clinical Diagnosis and

Histopathologic Findings in 101 Pulpless Teeth With Areas fo Rarefaction. J Delli Res

1955, 34: 692 .

INGLE, JI. Endodontia: tecnicas e fundall1entos. Porto Alegre: Artmed. 200 I.

KEREKES, K; TRONSTAD, L. Long-term results of endodontic treatment performed

with standardized techniques. J Elldod 1979, 5: 83-90.

KONTAKIOTIS EG, TSATSOULIS IN, PAPA AKOU SI. TZANETAKIS GN. Eflect

of 2% chlorhexidine gel mixed with calcium hydroxide as an intracanal medication on

sealing ability of permanent root canal filling: a 6-moth follow-up. J Enclod

2008:34:866-70.

KUC, I; PETERS, E; PAN, J. Comparison of clinical and histologic diagnosis in

periapical lesions. Oral Surg. Oral Med. Oral Pathol . 2000: 89: 333-337.

36

LALONDE,ER. A new rationale for the management of periapical granulomas and

cysts: an evaluation of histopathological and radiographic findings. J Alii Delli Assoc

1970. 80: 1056-1059.

LALONDE,ER.; LUEBKE. R. G. The frequency and distribution of periapical cysts

and granulomas. Oral SlIrg Oral Med Oral Palho!. 1968,25: 861-868.

LANGELAND, K.; BLOCK, R. M.; GROSSMAN. L. I. A histopathologic and

histobacteriologic study 01'35 periapical endodontic surgical specimens. J Elldod 1977.

3: 8-23.

LASALA. A. Endodontia. 3 cd. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1983.484 p.

LEONARDO MR, LlA RCC. Semiologia e diagn6stico clinico; radiognifico das

altera,5es periapicais de origem intlamat6ria. In: Leonardo MR. Endodontia: tratamento

de canais radiculares: principios tecnicos e biol6gicos. Sao Paulo: Artes Medicas:

2005:67-98.

LEONARDO, MR; LEAL, JM. Endodontia.TratamcnlO de Canais Radiculares.3ed. Sao

Paulo:Editorial Medica Panamericana. 1998. p 94-100.

LIN, L. M.; PASCON. E. A.; SKRIBNER. J.: GANGLER, P.: LANGELAND. K.

Clinical, radiographic and histologic study of endodontic treatment failures. Oral SlIrg

Oral Med Oral Pal hal 1991, 71: 603-61 I.

LlNDHE, J. Tratado de periodontia clinica e Implantodontia oral. 3ed. Rio de Janeiro:

Guanabara Koogan,1999.p263-66.

LlNENBERG, W. B., WALDRON. C. A .. DELAUNE Jr, G. F. A clinical.

roentgenographic, and histopathologic evaluation of periapical lesions. Oral SlIrg Oral

Med Oral Pal hal 1964, 17: 467-472.

37

MAALOUF, EM; GUTMANN, JL. Biological perspectives on the non-surgical

endodontic management of periapical pathosis. Int. Endod. J. 1994: 27: 154-162.

MELO. F. C. c.; SILVA. L. Y. Ca.: COSTA. A. L. L.: GALVAO. H. C. - Granuloma

periapical: analise de 150 casos - Rev. bras. palo/. oral: 2003.

MENEZES. J. F.: SILVA, A. L.; BARROS. R. M. G.: FERNADEZ. V. - Patologia

periapical: correla9ao clinico patol6gica - Rev. cielll. cull; 1987.

MORAES, M; SANNOMIY A. EK. Compara9ao de diagn6stico entre exame

radiogrCtfico e histopatol6gico. Rev. Odontol. UNICID 1997:9( I ):35-41.

MORSE DR. WOLFSON E. SSHACTERLIE GR. Nonsurgical repair of

electrophoreticaliy diagnosed radicular cysts . .I Endod 1975: I: 158-63.

MORSE, D. R.; PATNIK. J. W.; SCHACTERLE. G. R. Electrophoretic differentiation

of radicular cysts and granulomas. Oral Surg Orallll/ed Oml PalllOl 1973, 35: 249-264.

MORTENSEN, H.: WINTHER, J. E.; BIRN, H. Periapical Granulomas and Cysts: An

Investigation of 1600 Cases. ScalldJ Delli Res 1970,78: 241-250.

MR, LEAL JM. Endodontia: Tratamento de canais radiculares. Sao Paulo:

Panamericana: 1998:77-1 02.

NAIR, R. Light and Electron Microscopic Studies of Root Canal Flora and Periapical

Lesions. J Elldod 1987.13: 29-39.

NAIR. P. N. R.; PAJAROLA. G.; SCHROEDER, H. E. Types and incidence of human

periapical lesions obtained with extracted teeth. Oral Surg Oral Med Oral Palhoi 1996,

81: 93-102.

NAIR PNR. Review, new perspectives on radicular cysts: do they heal? Int Endod J

1998;31: 155-60.

38

NATKIN, E.; OSWALD, R. J.; CARNES, L. The relationship of lesion size to

diagnosis. incidence, and treatment of periapical cysts and granulomas. Oral Surg Oral

Med Oral PetlllOl1984. 57: 82-94.

NEELAKANTAN P, SANJEEV K. SUBBARAO CV. Duration-dependent

susceptibility of endodontic pathogens to calcium hydroxide and chlorhexidine gel used

as intracanal medicament: anin vitro evaluation. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral

Radiol Endod 2007: I04: 138-41.

NEVILLE. B. W. et al. Patologia Oral e Maxilo Facial. Rio de .Ianeiro: Guanabara

Koogan, 1998, p. 287-296.

NEVILLE, B. W.: DAMM, D. D.: ALLEN. C. M.: BOUQOUT . .I. E. - Palalagia Oral

Maxila Facial. 2. ed. Guanabara Koogan. 2004.

NOBUHARA, W. K.; DEL RIO. C. E. Incidence of Periradicular Pathoses in

Endodontic Treatment Failures . .J Elldad 1993. 19: 315-318

OEHLERS FAC. Periapical lesions and residual dental cysts. Brit Oral Surg

1970:8: 103-13.

OlTAN MD. Endodontic treatment of teeth associated with a large periapical lesion. Int

Endod J 2002:35:73-8.

PATTERSON, S. S.; SHAFER, W. G.: HEALEY. H. J. Periapical Lesions . .J Alii Delli

Assac 1964, 68: 191-194.

PETfERSON. LJ. et al. Cirurgia Oral e Maxilolofacial Contemponinea. 3ed. Rio de

Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. p.524-34.

PI-IIL1PSEN. HI'; SRISUWAN. T; REICHART. PA. Adenomatoid odontogenic tumor

mimicking a periapical cyst: a case report. Oral Sugery Oral Medicine Oral Patolog),.

v.94, n.2, p.246-48. august. 2002.

39

PRIEBE, W. A., LAZANSKY, J. P.,WUEHRMANN. A. H. The Value of the

Roentgenographic Film in the Differential Diagnosis of Periapical Lesions. Oral SlIrg

Oral Med Oral Pell/101 1954. 7: 979-983.

REES, JS. Conservative management ora large maxillary cyst.lnl Endod J 1997:30:64.

REGESI ,JA; SCIUBBA ,JJ; Patologia Bucal:Correlac;oes ciinicopatoI6gicas.3ed.Rio de

.Janeiro:Guanabara Koogan, 2000.p260-2.

SAUAIA, TS; PINHEIRO, ET; IMURA, N; ZAIA, AA.Cistos Peri-radiculares.Uma

proposta de tratamento.RGO, v.48,n.3,p.130-4, jul-ago-set.2000.

SHAFER, W.G. Tratado de patologia bucal- pg 450. Rio de Janeiro. 3°ed

Interamericana, I 979.

SHAFER, W.G. et al. Tratado de patologia bucal. 4ed. Rio de .Janeiro: Interamericana;

1987, p.239-47; 455-60.

SHAFER WG. A text book of Oral Pathology. 3a ed. Philadelphia. Ed. Saunders. 1974.

SHAFER, S.; HINE, M.K.; LEVY, B.M. Diseases of the Pulp and Periapical Tissues.

111:_A textbook of oral pathology. Philadelphia: W.B. Saunders.

SHAI-I, N. Nonsurgical management of periapical lesions: A prospective study. Oral

SlIrg Oral ivIed Oral Pathol 1988,66: 365-371.

SHEAR, M. Cholesterol in dental cysts. Oral Sugery Oral Medicine Oral Pathology,

v.16, n 12, p. 1465-73, dezember. 1963.

SHEAR M. Cistos cia regiao bucomaxilofacial-Diagn6stico e Tratamento. 2 ed. Sao

Paulo: Santos, 1989. p.146-78.

SHEAR, M. Cistos da regiao bucomaxilofacial: Diagn6stico e tratamento. ed. Sao

Paulo: Santos, 1999. p.276.

40

SILVA. I'M; BARONI, EJ; CABRAL, RJB. Abordagclll do Trataillento de Lcsi'ies

Cisticas. Ver. Odontol. De Ara9atuba. v.23, n.1. p.33-7,jan-jul. 2002.

SILVA. TA et al. Paradental cystillimicking a radicular cyst on the adjacent tootil: case

report and review of terminology. Journal of Endodontics. v.29, n.l. p. 73-6. jan. 2003.

SIMON. J. H. S. Incidence of periapical cysts in relation to the root canal. J Elldod

1980. 6: 845-848.

SJ6GREN U, FIGDOR S, SPANGBERG L, SUNGVIST G. The antimicrobial effect of

calcium hydroxide as a short-term intracanal dressing. Int Endod J. 1991 ;24: 119-25.

SOARES J, SANTOS S, SILVEIRA F, NUNES E. Nonsurgical treatment of extensive

cyst-like periapical lesion of endodontic origin. Int Endod J 2006;39:566-75.

SOARES JA, LEONARDO MR, TANOMARU FILHO M, SILVA LA. ITO. IY.

Residual antibacterial activity of chlorhexidinc digluconate and camphorated p-

monochlorophenol in calcium hydroxide-based root canal dressing. Braz Dent J

2007:18:8-15.

SOMMER. A. A. - Tratamento das periapicopatias com curetagem periapical e

endodontia concomitante - Momento & perspectiv. sUllde; 1989.

SOUZA V, BERNABE PFE, HOLLAND R. NERY MJ. MELLO W. OTOBONI

FILHO .IA. Tratamento nao cirllrgico de dentes com lesiles periapicais. Rev Bras

Odontol 1989:46:39--16.

SOUZA-FILHO FJ. SOARES ADE J, VIANNA ME, ZAIA AA.FERRAZ Cc.

GOMES BP. Antimicrobial effect and pH of chlorhexidine gel and calcium hydroxide

alone and associated with other materials. Braz Dent .I 2008; 19:28-33.

SOUZA,LB: PINTO, LP; FREITAS. RA. CiSIOS e granulomas periodontais apicais:

umilise de casos. Estomatol. Cult. 1985: 15(2): 47-52.

41

SPATAFORE, C. M.: GRIFFIN .11',.1.A.: KEYES, G.G.; WEARDEN. S.: SKIDMORE.

A. E. Periapical Biopsy Report: An Analysis over a 10-year period . .J Endad 1990. 16:

239-242.

STAFNE. EC. Diagn6stico radiognifico bucal. .fed. Rio de laneiro:Ed

Interamericana; 1982. p.71.

STOCKDALE, C. R.; CHANDLER, N. P. The nature of periapical lesion - a review of

1108 cases . .J Denl Res 1988. 16: 123-129.

STUART. W: PHAROAH, M: Radiologia Oral.fundal1lentos e interpretac;ao, 5°ed .pag

379-38/.2007.

STUART KG, MILLER CH, BROWN CE Jr. NEWTON CWo The comparative

antimicrobial effect of calcium hydroxide. Oral Surg Oral Med Oral Pathol.

1991;72:101-4.

TOMMASI. AF. Diagn6stico em Patologia Bucal. 3ed. Sao Paulo: Pancasl. 2002.

p.285-91.

TORABINEJAD. M. The role of imunological reactions in apical cyst formation and

fate of epitelial cells after root canalterapy: a theory. Int J Oral Surg. v. 2.n.l.p.14-22.

1983.

TRONSTAD L, ANDREASEN 10. HASSEALGREN G, KRISTERSON L. RIIS I. Ph

changes in dental tissues after root canal fliling with calcium hydroxide . .I Endod

1981;7:17-21.

VERN lEKS AA, MESSER LB. Calciul11 hydroxide induced healing of periapical

lesions: a study of 78 non-vital teeth . .I Br Endod Soc 1978;2:61-9.

WAIS. F. T. Signiflcance of Findings Following Biopsy and Histolologic Study of 100

Periapical Lesions. Oral S/(/'g Oral ivied Oral Palhal 1958, II: 650-653.

42

WALTON, RE; GARNICK, JJ. The histology of Pariapical Inflammatory Lesions in

Permanent Molars in Monkeys. J Endod 1986,12: 49-53.

WHITE, S. c.; SAPP, P.; SETO, B. G.; MAN KOVICH, N. J. Absense of radiometric

differentiation between periapical cysts and granulomas. Oral Surg Oral ivIed Oral

Palhol 1994, 78: 650-654.

WINSTOCK, D. Apical diseae: an analysis of diagnosis and management with special

reference to root lesion resection and pathology. Ann R Coli Surg Engl 1980, 62: I 171-

1179.