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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde Curso de Medicina Veterinária Hellen Braga TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES EM BOVINOS CURITIBA 2017

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde

Curso de Medicina Veterinária

Hellen Braga

TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES EM BOVINOS

CURITIBA

2017

Hellen Braga

TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÃO EM BOVINOS

Relatório de Estágio Curricular apresentado ao Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do título de Médica Veterinária.

Professor Orientador: Prof. MSc. João Filipi Scheffer Pereira

Orientador Profissional: M.V. MSc. Marcelo Z Costa

CURITIBA

2017

2

Reitor

Prof. Luiz Guilherme Rangel Santos

Pró-Reitora Promoção Humana

Prof. Ana Margarida de Leão Taborda

Pró-Reitora

Srª. Camille Rangel

Pró-Reitor Acadêmico

Prof. João Henrique Faryniuk

Pró-Reitor de Planejamento

Sr. Afonso Celso Rangel dos Santos

Diretor de Graduação

Prof. João Henrique Faryniuk

Secretário Geral

Sr. Bruno Carneiro da Cunha Diniz

Coordenador do Curso de Medicina Veterinária

Prof. Welington Hartmann

Supervisora de Estágio Curricular

Prof. Jesséa de Fátima França Biz

Campus Barigui

Rua Sydnei A Rangel Santos, 238

CEP: 82010-330 – Curitiba – PR

Fone: (41) 3331-7958

3

TERMO DE APROVAÇÃO

Hellen Braga

TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÃO EM BOVINOS

Este trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para obtenção do título de Médica Veterinária no Curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do

Paraná.

Curitiba, ____ de _______ de 2017.

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________

Prof. Msc. João Filipi Scheffer Pereira

Presidente

__________________________________________

Prof.Dr. Odilei Rogério Prado

__________________________________________

Profa. M.V. Liédge Camila Simioni Felício

4

AGRADECIMENTOS

Agradeço meus pais que sempre me apoiaram, incentivaram e fizeram com

que esse sonho pudesse se tornar realidade. Principalmente ao meu pai, Randall,

por despertar em mim esse amor pela Veterinária. Agradeço à Deus, pois tudo

aconteceu conforme os planos dEle.

Agradeço a minha família, irmão, tios, primos e amigos por toda força ao

longo desses anos de caminhada e principalmente nessa reta final. Por aguentarem

minhas reclamações por estar longe de casa nos últimos meses e por falar sempre

que tudo deveria passar o mais rápido possível. E passou.

Agradeço especialmente aos amigos que a Veterinária colocou em meu

caminho, sem eles a faculdade não ficaria mais leve, e os momentos de desespero

pré prova não seriam o mesmo.

Ao Dr. Marcelo Costa, orientador profissional, pela oportunidade incrível de

aprendizado durante os meses de estágio, puxões de orelha e apoio para que esse

trabalho saísse conforme o planejado.

Ao Profº João Filipi Pereira pela ajuda à distância ou nas idas a faculdade

para uma conversa rápida, que acabava sendo demorada. Por toda ajuda, não só

nesse semestre, mas ao longo de vários períodos. A vontade e o amor por poder

seguir a área da Reprodução de Bovinos cresceu e irá crescer a cada dia por ter

dois bons profissionais sempre incentivando.

Enfim, agradeço a todas as pessoas que de uma forma ou de outra fizeram

parte dessa jornada. Seria impossível chegar até aqui sem a ajuda de vocês.

5

APRESENTAÇÃO

Este trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Curso de Medicina

Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, da Universidade Tuiuti

do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do título de Médica Veterinária, é

composto pelo Relatório de Estágio, onde são descritas as atividades realizadas

durante o período de 13 de fevereiro a 13 de maio de 2017, na empresa AgriContato

Treinamentos e Consultoria LTDA, localizada no município de Presidente Prudente-

SP, local do Estágio Curricular, e uma revisão bibliográfica voltada ao tema de

Transferência de Embriões em Bovinos, com atividades práticas desenvolvidas nas

região de Umuarama- PR.

6

RESUMO

Em 2015, o rebanho bovino brasileiro somou 215.20 milhões de animais.

Com isso, o Brasil tornou-se um dos principais produtores e exportadores de

carne bovina do mundo. Para melhorar a produção, as fazendas passaram a

investir em biotecnologias da reprodução para melhorar geneticamente os

animais. A transferência de embrião é um dos métodos adotados, sendo

considerado econômico e prático. Além disso, apresenta boas taxas de

prenhez, mesmo quando utilizado embriões congelados.

Para a realização da técnica, protocolos hormonais são utilizados e as

receptoras aptas e capazes de levar a gestação a termo, recebem o embrião

proveniente da superovulação das doadoras. Com classificação morfológica e

qualidade embrionária, determinada pela IETS, apenas Mórula e Blastocisto

Inicial são utilizados.

Com o surgimento da criopreservação, os produtos gerados podem ser

exportados, disseminando assim o material genético. Além disso, pode-se

realizar o armazenamento de embriões por longos anos.

O embrião é responsável por sinalizar ao endométrio sua presença.

Sendo assim, os mecanismos de luteólise são bloqueados, e a presença do

corpo lúteo faz secreção de Progesterona, levando a gestação até o fim.

A taxa de prenhez é dependente da sobrevivência embrionária e a

transferência com embriões frescos ou congelados influenciam nos resultados.

O maior índice de prenhez é encontrado em transferência a fresco.

7

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Protocolo de sincronização da ovulação em receptoras

bovinas para inovulação de embrião.........................................

26

Figura 2: Porcentagem de atividades realizadas durante o estágio......... 34

Figura 3: Seleção de vacas e novilhas, formando o lote das receptoras

da próxima EM...........................................................................

35

Figura 4: Receptoras separadas para entrar em protocolo para TE......... 36

Figura 5: Animais selecionados e avaliados para compra........................ 37

Figura 6: Palpação retal em receptoras.................................................... 38

Figura 7: Palpação para diagnóstico de gestação.................................... 39

Figura 8: Fêmeas observadas em cio para IA.......................................... 40

Figura 9: Aplicação de hormônio.............................................................. 41

Figura 10: Protocolo utilizado em fêmeas doadoras de embrião da raça

Brangus......................................................................................

42

Figura 11: Doadoras de embriões da raça Brangus................................... 42

Figura 12: Embriões recuperados. Seta preta indicando um Blastocisto,

e três Mórulas abaixo................................................................

43

Figura 13: Receptoras de embrião mestiças.............................................. 44

Figura 14: Protocolo utilizado nas receptoras de embrião.......................... 44

Figura 15: Diagnóstico gestacional realizado com ultrassom..................... 45

Figura 16: Imagem ultrassonográfica de prenhez....................................... 46

Figura 17: Confecção e conferência de planilhas....................................... 46

Figura 18: Cura de umbigo em bezerro mestiço Brangus.......................... 47

Figura 19: Pesagem de bezerro mestiço Holandês x Brangus................... 48

Figura 20: Membro posterior direito com aumento de volume.................... 49

Figura 21: Membro posterior fraturado....................................................... 50

Figura 22: Fragmento ósseo retirado da fratura de membro posterior

direito.........................................................................................

50

Figura 23: Marcação a ferro quente após vacinação para Brucelose em

fêmeas com até 8 meses...........................................................

51

Figura 24: Vacinação contra Febre Aftosa.................................................. 52

Figura 25: Sistema de ordenha canalizada para retirada de leite............... 53

Figura 26: Esgota de leite em vaca holandesa........................................... 54

8

Figura 27: Observação de animais e pastagens......................................... 55

Figura 28: Inseminação Artificial em fêmea Nelore.................................... 56

9

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Índice de prenhez em receptoras bovinas utilizando embriões de

diferentes raças transferidos a fresco, congelado ou produzido in vitro............28

10

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

TE-Transferência de Embrião

PIVE: Produção in vitro de Embrião

IA- Inseminação artificial

PGF2ɑ- Prostaglandina 2ɑ

P4- Progesterona

LH- Hormônio luteinizante

CL- Corpo lúteo

E2- Estrógeno

eCG- Gonadotrofina coriônica equina

BE- Benzoato de Estradiol

GnRH- Hormônio liberador de gonadotrofinas

FSH- Hormônio folículo estimulante

eCP – Cipionato de Estradiol

EM – Estação de Monta

mL- Milílitros

mm - Milímetros

11

SUMÁRIO

CAPÍTULO I: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................... 13

1. INTRODUÇÃO..................................................................................... 14

2. FISIOLOGIA DO CICLO ESTRAL....................................................... 15

3. PROTOCOLOS.................................................................................... 15

3.1 ESTRÓGENO E PROGESTERONA......................................... 16

3.2 PROGESTERONA..................................................................... 17

3.3 BENZOATO DE ESTRADIOL.................................................... 17

3.4 PROSTAGLANDINA ................................................................. 18

3.5 GONADOTROFINA CORIÔNICA EQUINA............................... 18

3.6 CIPIONATO DE ESTRADIOL.................................................... 18

4. RAÇAS................................................................................................. 19

5. TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÃO....................................................... 19

5.1 HISTÓRIA.................................................................................. 19

5.2 OBJETIVO................................................................................. 19

5.3 INFLUÊNCIAS........................................................................... 20

5.4 RECEPTORAS.......................................................................... 21

5.5 CLASSIFICAÇÃO EMBRIONÁRIA............................................ 22

5.6 QUALIDADE EMBRIONÁRIA.................................................... 22

5.7 CRIOPRESERVAÇÃO............................................................... 23

6. RECONHECIMENTO DA GESTAÇÃO................................................ 24

7. METODOLOGIA................................................................................... 25

8. OBJETIVO........................................................................................... 26

9. RESULTADOS..................................................................................... 28

10. DISCUSSÃO........................................................................................ 29

11. CONCLUSÃO...................................................................................... 32

CAPÍTULO II: RELATÓRIO DE ESTÁGIO.................................................... 33

1. LOCAL DE ESTÁGIO.......................................................................... 34

2. ATIVIDADES REALIZADAS................................................................ 35

2.1 SELEÇÃO DE VACAS............................................................... 35

2.2 SELEÇÃO DE RECETORAS..................................................... 36

2.3 COMPRA E VENDA DE ANIMAIS............................................. 36

12

2.4 PALPAÇÃO RETAL.................................................................... 37

2.5 OBSERVAÇÃO DE CIO............................................................. 39

2.6 IA E IATF.................................................................................... 40

2.7 COLHEITA E TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÃO....................... 41

2.8 DIAGNÓSTICO DE GESTAÇÃO............................................... 44

2.9 CONFERÊNCIA E CONFECÇÃO DE PLANILHA..................... 46

2.10 MANEJO DE BEZERROS RECÉM NASCIDOS....................... 47

2.11 PESAGEM DE BEZERROS...................................................... 48

2.12 FRATURA EM MEMBRO POSTERIOR DE ÉGUA.................... 48

2.13 VACINAÇÃO.............................................................................. 51

2.14 ORDENHA................................................................................. 52

2.15 MANEJO GERAL DE FAZENDA............................................... 54

2.16 CURSO DE INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL.................................. 55

3. CONCLUSÃO...................................................................................... 58

4. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA......................................................... 59

13

CAPITULO I: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

14

1.INTRODUÇÃO

Em 2015, o rebanho bovino brasileiro somou 215.20 milhões de animais

(IBGE, 2016). Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos

(USDA, 2017), em 2016 o Brasil foi o 2º maior produtor mundial. O abate de

bovinos também deixou o Brasil em segundo lugar.

A primeira Transferência de Embrião (TE) realizada com sucesso

ocorreu no ano de 1951 na Universidade de Cornell (EUA) (PRADO, 2005). No

Brasil teve início na década de 70, quando foi registrado o primeiro nascimento

de produto gerado por transferência de embrião congelado importado. Algum

tempo depois houve o nascimento do primeiro embrião coletado e transferido

no país (VIANA e CAMARGO, 2007).

Considerada uma técnica difundida mundialmente, é importante para a

produção animal. Sendo possível que uma fêmea produza um número superior

de embriões. Fazendo com que a multiplicação da progênie aconteça de forma

acelerada. Os embriões viáveis são transferidos para as fêmeas receptoras

(PASA, 2008).

A TE é um dos métodos mais econômicos e práticos para aumentar

taxas reprodutivas de uma propriedade que possui fêmeas com alto valor

genético. Além disso, apresenta maior segurança do ponto de vista

epidemiológico para transmissão de enfermidades quando comparada ao

trânsito livre de matrizes e reprodutores vivos (NEVEZ, 2010).

Segundo a Viana e Figueiredo (2016), no ano de 2015 foram produzidos

375.894 embriões, desse total, 22.355 corresponderam a TE (in vivo),

enquanto que 353.539 foram produzidos por Produção in vitro de Embriões

(PIVE). Isso mostra o crescimento das biotecnologias dentro dos rebanhos

bovinos brasileiros.

15

2. FISIOLOGIA DO CICLO ESTRAL

Em bovinos o ciclo estral apresenta duração média de 17 a 25 dias.

Controlado por interações e antagonismos endocrinológicos de hormônios

secretados pelo hipotálamo, hipófise, gônadas e útero (PANSANI e BELTRAN,

2009).

Sendo separado em fases distintas, onde a fase folicular/ estrogênica

compreende do proestro (com duração de dois a três dias) ao estro, resultando

na ovulação. Enquanto a fase luteínica/ progesterônica, o metaestro (com

duração de dois a três dias) e o diestro, terminando na luteólise (BARROS e

ERENO, 2004; REIS, 2004).

A primeira fase é o período após a luteólise, causada pela PGF2α, em

que ocorre o crescimento folicular sob baixas concentrações plasmáticas de P4

e alta pulsatilidade de LH, culminando na ovulação, que ocorre geralmente de

12 a 16 horas após o término do cio (REIS, 2004).

Enquanto que na fase luteínica tem o crescimento folicular sob maiores

concentrações de P4 secretada pelo CL. Ocorrendo crescimento e atresia dos

folículos devido à diminuição da pulsatilidade e ausência do pico de LH (REIS,

2004).

A dinâmica folicular dos bovinos é caracterizada pela presença de duas

ou três ondas de crescimento folicular, raramente, uma ou quatro ondas por

ciclo estral. Cada onda de crescimento folicular consiste na emergência

simultânea de um grupo de folículos com diâmetro variando entre 2 e 3 mm

(SÁ FILHO e VASCONCELOS, 2008).

A quantidade de ondas em um ciclo deve ser considerado nos

programas de reprodução assistida, como é o caso da TE (SÁ FILHO e

VASCONCELOS, 2008). Entre as espécies, pode haver diferença no padrão de

ondas foliculares. Sendo de 2 a 3 ondas por ciclo em Bos taurus, e maior

prevalência de 3 ondas em Bos indicus (MIYAUCHI, 2011).

3. PROTOCOLOS

Visando o aumento de receptoras de sincronizadas e adequadas para

receber embrião no momento da transferência há o uso de protocolos de

16

sincronização da ovulação, eliminando a necessidade de detecção de cio (BÓ

et al., 2012).

Os protocolos de sincronização que necessitam de vários manejos

geram dificuldades em termos de deslocamento dos animais dentro da fazenda

e do manejo rotineiro dos currais, podendo comprometer sua aplicação em

larga escala além de estressar os animais (BARUSELLI et al., 2010).

Os tratamentos tradicionais de superovulação consistem na detecção de

cio das doadoras, seja natural ou induzido através do uso de Prostaglandina

(PGF2α). A sincronização de cio é realizado tanto em doadoras quanto em

receptoras. Isso faz com que o embrião se implante na receptora no mesmo

período em que foi retirado da doadora. É possível haver tolerância de mais ou

menos um dia de sincronia entre as duas (PASA, 2008).

A sincronização da ovulação coordena o momento da inseminação e

ovulação na doadora e o momento da inovulação na receptora, com isso os

nascimentos são sincronizados, facilitando o manejo da propriedade (BERBER

et al., 2002).

O cio das receptoras acontece através da aplicação de hormônios que

fazem com que haja o surgimento de novas ondas foliculares, bem como

atresia de folículos existentes. Ocorrendo um aumento do número de

receptoras disponíveis para a realização da Transferência de Embrião em

Tempo Fixo (TETF), ou seja, a transferência sem detecção de estro (BÓ et al.,

2012).

3.1 ESTRÓGENO E PROGESTERONA

Na América do Sul, protocolos que associam E2 e P4 são os mais

utilizados para transferência de embrião em tempo fixo em bovinos (TETF)

(BARUSELLI et al., 2010).

O Estrógeno (E2) na presença de progesterona (P4) endógena

(produzida pelo corpo lúteo) ou exógena (liberada pelos implantes de P4),

fazem a diminuição dos níveis circulantes de FSH e LH (BARUSELLI et al.,

2010).

Segundo Mansano et al. (2013), E2 e P4, fazem atresia de todos os

folículos que possam estar presentes nos ovários. Na retirada do implante, as

17

fêmeas apresentam apenas um folículo dominante com grande diâmetro. É o

folículo preparado para responder à indução ovulatória e receber o embrião

(AYRES, 2011).

Isso acontece por que o estrógeno é capaz de estimular a síntese do

GnRH na hipófise, deixando- a sensível para o hormônio. Consequentemente

aumenta a frequência e a amplitude dos pulsos de GnRH, e a síntese de

gonadotrofinas é estimulada, tendo pico de LH, determinando que o folículo

dominante seja ovulado (AYRES, 2011; MANSANO et al., 2013).

3.2 PROGESTERONA

Os progestágenos são utilizados para estimular o desenvolvimento e a

maturação dos folículos dominantes em vacas em anestro. Fazendo o aumento

da secreção do hormônio luteinizante (LH), estimulando o desenvolvimento de

receptores de LH e a síntese de estradiol (FERREIRA et al., 2012).

O estabelecimento e a manutenção da gestação, bem como o

crescimento embrionário estão relacionados à habilidade do Corpo Lúteo em

secretar P4. É essa secreção que mantem a gestação (HASS et al., 2007).

Durante o desenvolvimento do folículo dominante, baixas concentrações

de P4 podem causar aumento da incidência de ciclos curtos no ciclo estral

subsequente. Além de maturação precoce de oócito devido ao aumento dos

pulsos de LH, e também duplas ovulações. Vacas com baixas concentrações

de P4 em um ciclo possuem maiores taxas de luteólise no próximo ciclo,

resultante da liberação prematura de PGF2α pelo endométrio

(ALBUQUERQUE, 2015).

3.3 BENZOATO DE ESTRADIOL

O BE possui meia vida curta, recrutando com maior eficiência uma nova

onda de crescimento folicular (tanto para Bos taurus quanto para Bos indicus

entre 3 e 4 dias após o tratamento) (BARUSELLI et al., 2010).

18

3.4 PROSTAGLANDINA

A PGF2α é produzida pelo endométrio durante todo o ciclo estral,

variando o padrão de produção. Apresentando funções importantes, como

reconhecimento materno- gestacional e ovulação (TREVISOL, 2013). Em

protocolos é administrada no momento da retirada dos dispositivos de P4.

Sendo utilizada como um agente luteolítico para diminuir os níveis endógenos

de P4. Evitando assim que os níveis desse hormônio permaneçam elevados e

bloqueiem a ovulação (BARUSELLI et al., 2010; BARUSELLI et al., 2006).

3.5 GONADOTROFINA CORIÔNICA EQUINA

A eCG possui meia vida longa (até 3 dias) e é produzido pelos cálices

endometriais da égua prenhe durante toda a gestação, porém apresenta pico

entre 40 e 130 dias de gestação. Além disso, é a única gonadotrofina que se

liga aos receptores de FSH e LH dos folículos e aos receptores de LH do corpo

lúteo (BARUSELLI et al., 2008).

Aumenta a taxa de ovulação e de aproveitamento das receptoras, além

de induzir a formação de um corpo lúteo que produz mais P4 no dia da

inovulação dos embriões. Além disso, apresenta efeito positivo em rebanhos

com baixa taxa de ciclicidade e em animais recém paridos. Fêmeas com

condição corporal comprometida (menor ou igual a 2,5, em escala de 1 a 5)

também apresentam efeito positivo (BARUSELLI et al., 2008).

3.6 CIPIONATO DE ESTRADIOL

O eCP, na presença de P4, faz regressão dos folículos antrais presentes

no ovário. Com meia vida longa, promove o atraso e dispersão no dia da

emergência da onda de crescimento folicular. Por este motivo é administrado

no momento da retirada da P4. Induzindo o pico de LH entre 45 a 49 horas e a

ovulação entre 67 a 70 horas após o tratamento (BARUSELLI et al., 2010). A

utilização deste hormônio diminui a quantidade de vezes em que os animais

são manejados (BARUSELLI et al., 2006).

19

4. RAÇAS

Na criação de bovinos há a predominância do gado zebu. Isso acontece

devido a maior adaptabilidade às condições climáticas (altas temperaturas e

umidade) e a disponibilidade de alimentos (sazonalidade da produção de

forrageiras) encontrados no Brasil. Porém, é possível observar

comprometimento nos índices reprodutivos, principalmente no prolongamento

do período de anestro pós parto (BARUSELLI et al., 2008). O maior costume

aos ambientes, normalmente faz com que o desempenho reprodutivo dos

taurinos seja melhor (MIYAUCHI, 2011).

Geralmente em programas de TE, são utilizadas fêmeas mestiças (zebu

x taurino), jovens, com boa conversão alimentar, alta fertilidade e boa

habilidade materna. Essas são consideradas as melhores receptoras para um

rebanho bovino que utilizará a técnica (PENITENTE FILHO et al., 2014).

5. TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÃO

5.1 HISTÓRIA

A primeira Transferência de Embrião (TE) realizada com sucesso

ocorreu no ano de 1951 na Universidade de Cornell (EUA) (PRADO, 2005). No

Brasil, a TE teve início na década de 70, quando foi registrado o nascimento do

primeiro produto gerado por transferência de embrião congelado importado.

Pouco tempo depois houve o nascimento do primeiro embrião coletado e

transferido no país (VIANA et al., 2007).

Com o passar do tempo, o Brasil passou de importador desta tecnologia,

para país referência na transferência de embrião bovino (VIANA et al., 2007).

5.2 OBJETIVO

Considerada uma técnica difundida mundialmente, é importante para a

produção animal. Possibilita que uma fêmea produza um número superior de

embriões, o que não aconteceria em sua fisiologia normal durante a vida

reprodutiva (PASA, 2008).

20

Tendo como princípio a multiplicação de forma acelerada da progênie de

fêmeas consideradas superiores. Os embriões viáveis são transferidos

(transferência a fresco ou congelado) para as fêmeas receptoras (PASA, 2008).

Uma mesma doadora pode ser coletada várias vezes, isso permite a

produção de muitos bezerros anualmente (PASA, 2008). As receptoras devem

estar prontas para receberem o embrião no dia da inovulação, sendo capazes

de levar a gestação a termo (COSTA FILHO, 2013).

É importante para o melhoramento zootécnico, pois acelera e confere

maior precisão no processo de seleção animal. Podendo ser utilizada para

obter descendentes de animais com distúrbios reprodutivos adquiridos sem

caracterização genética, impedindo, em alguns casos, o descarte precoce de

fêmeas geneticamente superiores (PASA, 2008; MILAZZOTTO, 2008).

A TE é um dos métodos mais econômicos e práticos para aumentar

taxas reprodutivas de uma propriedade que possui fêmeas com alto valor

genético. Além de melhorar a rentabilidade das fazendas (BÓ et al., 2012).

Apresenta maior segurança do ponto de vista epidemiológico para

transmissão de enfermidades quando comparada ao trânsito livre de matrizes e

reprodutores vivos (NEVEZ, 2010).

5.3 INFLUÊNCIAS

O sucesso dos programas de TE podem ser influenciados por inúmeros

fatores. Entre eles destacam-se: variabilidade de resposta das doadoras e

detecção de estro (MARQUES et al, 2008). O estado nutricional é o que mais

afeta a performance reprodutiva das fêmeas, sendo a energia o nutriente que

mais impacta. O escore de condição corporal (ECC) altera a regulação do

desenvolvimento folicular ovariano e a esteroidogênese, refletindo na qualidade

e quantidade dos embriões produzidos (SARTORI et al., 2007).

A taxa de ovulação das doadoras e as condições e idade dos embriões

transferidos podem alterar os resultados da TE. Altas temperaturas, umidade e

radiação podem diminuir a eficiência do animal em perder calor,

comprometendo a reprodução. As novilhas que passam por esse estresse

antes e durante o processo de inovulação tendem a apresentar queda na taxa

de prenhez (COSTA FILHO, 2013).

21

5.4 RECEPTORAS

As vacas utilizadas para receptoras de embrião necessitam conceber e

levar a gestação a termo. Por este motivo o estado de saúde é importante.

Fêmeas que já foram receptoras em algum momento podem ser novamente,

desde que apresentem boas condições corporais e no mínimo com 50 a 60

dias pós parto. Se o puerpério ocorreu normalmente e elas estão livres de

doenças e anomalias no trato reprodutivo são selecionadas. Além disso, é

necessário que essas fêmeas apresentem um ECC entre 3 e 4 (PASA, 2008).

O escore de condição corporal dos animais (ECC) é baseado em escala

variando de 1 a 5. Onde 1 corresponde aos animais caquéticos, com

visibilidade das costelas e ossos ilíacos e isquiáticos expostos; 2 o animal

magro, com ossos salientes e costelas com pouca cobertura; 3 para animal

médio ou ideal, com grupos de músculos visíveis, processos transversos pouco

evidentes; 4 é o animal gordo, com boa cobertura muscular, e deposição de

gordura na inserção da cauda. O 5 corresponde ao animal obeso, com ângulos

do corpo cobertos, bem como as partes salientes onde aparecem camadas de

gordura (MACHADO et al., 2008).

De acordo com Scarpelli (2003) é ideal utilizar fêmeas da mesma

propriedade, pois se conhece o histórico reprodutivo. Quando oriundas de

outros rebanhos devem passar por quarentena. Esse método evita a introdução

de doenças no rebanho.

Após a quarentena ou animais do rebanho da fazenda mesmo

necessitam de cuidados rigorosos. É necessário que haja um bom calendário

sanitário dentro das fazendas. Sendo este composto por vacinação de

Brucelose, Tuberculose, Rinotraqueíte Infecciosa Bovina (IBR), Diarreia Viral

Bovina (BVD) e Leptospirose. A três últimas doenças possuem distribuição

endêmica nos rebanhos, provocando mortalidade embrionária e mumificação

fetal, além de nascimento de bezerros fracos (SILVA, 2010).

O controle sanitário compõe-se de exames e controles de ecto e

endoparasitas, reduzindo riscos de perdas embrionárias (SILVA, 2010).

As receptoras que retornarem ao estro após a primeira TE podem ser

utilizadas novamente. Porém, aquelas que não conceberem depois de três

tentativas consecutivas são descartadas (GONÇALVES et al., 2008).

22

5.5 CLASSIFICAÇÃO EMBRIONÁRIA

A Sociedade Internacional de Transferência de Embriões (IETS)

normatizou critérios para a classificação morfológica de embriões produzidos in

vivo. Sendo o estádio 1: Mórula: é o embrião ideal, aglomerado celular em cuja

superfície blastômeros individuais podem ser distinguidos; estádio 2: Mórula

compacta: blastômeros individuais não podem ser distinguidos na superfície do

embrião (VIANA, 2009).

O estádio 3: Blastocisto Inicial: uma pequena cavidade, a blastocele,

está visível e a massa celular intensa começa a se formar; estádio 4:

Blastocisto: o embrião ocupa a maior parte dentro da zona pelúcida, a massa

celular intensa começa a tornar-se mais distinta dentro mas o diâmetro global

do embrião, incluindo a zona pelúcida, permanece inalterado; estádio 5:

Blastocisto Expandido: o diâmetro embrionário está aumentado e a espessura

da zona pelúcida pode ser reduzida para 1/3 da espessura original (VIANA,

2009; FONSECA et al., 2001).

5.6 QUALIDADE EMBRIONÁRIA

Segundo Gonçalves et al. (2008), a qualidade do embrião tem forte

influência nos resultados de prenhez da TE. Sendo assim, são classificados de

acordo com a IETS em quatro graus. Grau I: excelente: estádio de

desenvolvimento com zona pelúcida intacta e esférica, massa celular

homogênea com células de tamanho uniforme, nenhum ou poucos fragmentos

celulares no espaço perivitelino, sendo menos de 15% de células extrusadas,

coloração ideal e uniforme.

Grau II: Bom: alterações mínimas na forma e coloração, imperfeições

sem importância, alguns fragmentos ou debris celulares no espaço perivitelino

e/ou pequenas formações vesiculares nos blastômeros, e mais de 15% de

células extrusadas; grau III: Regular: apresenta alterações na forma e cor de

alguns blastômeros, presença de células extrusadas normais e blastocele com

vesículas, sendo apenas 25% de células viáveis; grau IV: Ruim: muitos

fragmentos ou debris celulares no espaço perivitelino, vesículas maiores e em

23

maior número e claras mudanças degenerativas nos blastômeros, com menos

da metade da massa celular intacta (VIANA, 2009).

O embrião grau IV é inviável ou degenerado, pois não tem forma

definida. Além disso, ainda podem haver embriões não fertilizados, pois os

zigotos não sofreram divisão, ou os óvulos não foram fecundados (VIANA,

2009).

Somente embriões classificados de 1 a 3 podem ser utilizados para

inovulação (GONÇALVES et al., 2008).

5.7 CRIOPRESERVAÇÃO

Segundo Pyles (2003), quando a transferência comercial de embriões

teve início a sincronização de estros já era utilizada, porém nem sempre havia

um número suficiente de receptoras para realizar as transferências. Em

consequência, os embriões excedentes eram descartados ou cultivados em

temperatura ambiente por no máximo 24 horas.

Para sanar o problema relacionado ao armazenamento de embriões

produzidos in vivo não transferidos, surgiu a criopreservação. Com o objetivo

de formar bancos de embriões, promovendo a oportunidade de se preservar

material genético fundamental para o melhoramento genético dos rebanhos,

podendo ser efetuado com maior rapidez e eficiência. Além de ter a

possibilidade de disseminação de material genético de animais

zootecnicamente superior (PYLES, 2003; NICACIO et al., 2006).

Sendo assim, a criopreservação de embriões acabou se tornando uma

parte integrante da reprodução assistida de animais, principalmente os bovinos

(PYLES, 2003).

É extremamente importante para facilitar a disseminação do material

genético superior dos animais em larga escala. Além disso, favorece o

armazenamento dos embriões por vários anos com reduzida perda da

capacidade de desenvolvimento (NICACIO et al., 2006).

A evolução da criopreservação em bovinos proporcionou inúmeros

benefícios. Entre eles: formação de bancos de germoplasma, com a

preservação de raças em extinção; facilidade de exportação e importação, pois

os custos são mais baixos e sem longos períodos de quarentena e risco de

24

transporte. Segurança quanto ao aspecto sanitário; planejamento do período

de nascimento dos bezerros de acordo com o interesse de manejo das

propriedades, entre outros (PYLES, 2003).

Atualmente, a congelação de embriões produzidos in vivo segue um

protocolo que permite a obtenção de taxas de prenhez próximas àquelas

obtidas com TE a fresco (SANTIN et al., 2009).

6. RECONHECIMENTO DA GESTAÇÃO

A mortalidade embrionária em bovinos ocorre entre 8 e 17 dias de

gestação. Este é o período crítico para a manutenção da gestação (GIASSETTI

et al., 2008). Por este motivo, o concepto sinaliza sua presença para o

endométrio da mãe (ANTONIAZI et al., 2011; GIASSETTI et al., 2008).

O reconhecimento do embrião pelo organismo materno é influenciado

pelo Interferon- tau (INF- ԏ). Este inibe os fatores de luteólise, mantendo assim

a gestação (ARAUJO et al., 2005). A maior secreção de INF- ԏ ocorre entre os

dias 15 e 16 da gestação (ROBERTS et al., 2008; CHEN et al., 2006).

A prematura morte embrionária pode estar relacionada com o atraso ou

quantidades insuficientes de secreção de INF- ԏ, pois as concentrações

fisiológicas podem ter sofrido falhas (ARAUJO et al., 2005; RILEY e MOLEY,

2006).

A maior secreção de INF- ԏ ocorre quando há o alongamento do

blastocisto. Isso está relacionado com o desenvolvimento embrionário. A

secreção de INF- ԏ é realizada pelo aumento no número e no tamanho das

células trofoblásticas (ARAUJO et al., 2005).

Além disso, há a formação do CL a partir da ovulação de um folículo e, a

P4 é a sua principal secreção. Este hormônio é necessário para a ciclicidade

ovariana e também para a manutenção da gestação (DAVIS e RUEDA 2002).

25

7. METODOLOGIA

Foram utilizados as informações de 7179 embriões transferidos pela

empresa AgriContato, localizada na região de Presidente Prudente- SP. As

propriedades encontram-se localizadas no Mato Grosso do Sul, São Paulo,

Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e também na Bolívia.

Os dados apresentados possuem finalidade comercial, e incluem coletas

de doadoras das raças: Aberdeen Angus, Brangus, Brahman e Nelore. As

receptoras utilizadas eram de propriedade das mesmas fazendas, sendo

fêmeas mestiças e puras, com idade variando entre 2 anos e meio e 8 anos,

com peso corporal igual ou superior a 320 kg, e ECC entre 3 e 4.

Foram transferidos para as receptoras um total de 554 embriões da raça

Aberdeen Angus, 3494 Brangus, 1744 Nelore e 1387 Brahman. Estes embriões

estavam divididos em três categorias: fresco, congelado e produzido in vitro.

Em novilhas, deve-se avaliar o desenvolvimento uterino para que elas

possam ser utilizadas como receptoras de embrião. Já as vacas, é preciso

observar involução uterina pós parto. Não há necessidade de ter essas fêmeas

ciclando, pois o protocolo estimula isso.

Após a colheita dos embriões, os mesmos são colocados em solução de

manutenção e cultura, contendo 0,4% de BSA (Albumina Sérica Bovina) e, logo

após, classificados conforme o estágio de desenvolvimento e qualidade de

acordo com os padrões da Sociedade Internacional de Transferência de

Embriões (IETS).

Os embriões classificados como Mórula, Blastocisto Inicial, Blastocisto e

até Blastocisto expandido são envasados na palhetas de 0,25 mL. Porém, para

o presente trabalho, foram utilizados apenas Mórula e Blastocisto Inicial.

Os animais passaram por tratamentos hormonais para que pudessem

receber os embriões viáveis. Em estágio aleatório do ciclo estral, no

denominado D0, as fêmeas escolhidas como receptoras, receberam, no

período da manhã, um implante intravaginal de P4 (CIDR®, Zoetis) associado a

2 mL de Benzoato de Estradiol (Estrogin®, Biofarm) por via intramuscular.

No final da tarde do D7, os dispositivos intravaginais de P4 foram

retirados e administrados 2 mL de PGF 2α (Lutalyse ®, Zoetis), 2 mL de eCG

(Novormon®, Zoetis) e 0,5 mL de eCP (E.C.P ®, Zoetis). Desse modo, na

26

manhã do D9, ocorreu o cio das fêmeas. Uma semana após o cio das

receptoras, ocorreu a TE no período da manhã.

Independente da raça das receptoras, mestiças (Bos taurus x Bos

indicus) ou puras, o protocolo é sempre o mesmo, não há mudança hormonal

quando se fala em raça.

Figura 1: Protocolo de sincronização da ovulação em receptoras bovinas para

inovulação de embrião.

Após a coleta e classificação dos embriões, e preparação das receptoras

para inovulação, o procedimento é realizado de maneira rápida, evitando o

máximo de contato com a luz. Os embriões transferidos foram produtos de

PIVE, embriões congelados de outras coletas e frescos de coletas realizadas

no mesmo dia da TE.

Anteriormente a cada inovulação, quando os animais se encontravam no

corredor ou já no tronco, foi administrado de 0,5 a 2 mL de Acepromazina

(Acepran®, Vetnil) para efeito sedativo e realizado por meio de palpação retal,

a identificação do qual lado do corno uterino havia a presença de CL no ovário,

indicando se ela entrou em cio ou não.

As fêmeas que não apresentaram a estrutura foram descartadas e

formaram um novo lote para entrar no protocolo da próxima transferência. Os

dados do animal, útero e ovário foram anotados na ficha de coleta para

controle.

27

As vacas com presença de CL, aptas para receber o embrião, passaram

pela a limpeza do reto e posteriormente do traseiro, com o auxílio de água,

sempre lavando bem para que não sobrassem resquícios de fezes, evitando

assim, a contaminação do trato reprodutivo interno do animal. Após a lavagem,

houve a secagem da área, pois a água se torna espermicida quando entra em

contrato com sêmen e embrião.

A anestesia epidural foi realizada em todas as fêmeas com o objetivo de

diminuir o peristaltismo e desconforto dos animais durante o procedimento.

Para isto, foi utilizado 6 mL de Lidocaína (Lidovet ®,Bravet).

O embrião congelado deve ser descongelado em temperatura de 35 a

37ºC por 20 segundos. Enquanto que o embrião fresco é envasado em

laboratório e utilizado na sequência no curral.

O aplicador com o embrião em seu interior é levado até a receptora e a

inovulação acontece. Em ângulo de 45º em direção ao teto a vagina, o

aplicador é colocado e passado pelos anéis cervicais, sendo depositado no

ovário que apresentou ovulação. Após, as vacas são liberadas e retornam ao

pasto.

A confirmação da prenhez acontece com o auxílio do aparelho de

ultrassom com 30 dias de gestação, enquanto que por palpação retal, o

diagnóstico só é realizado 60 dias após TE.

8. OBJETIVO

O objetivo deste trabalho é avaliar a influência da raça e tipo de embrião

na taxa de prenhez de receptoras bovinas. Foi aplicada análise descritiva dos

dados para determinar os índices de prenhez.

28

9. RESULTADOS

Na tabela 1, são apresentados os índices de prenhez nas diferentes

raças utilizando embriões transferidos a fresco, congelado ou produzido in vitro

(PIV).

É possível observar que os maiores índices de prenhez foram obtidos na

transferência de embriões a fresco para as raças Brahman, Brangus e Nelore

respectivamente.

Tabela 1 – Índice de prenhez em receptoras bovinas utilizando embriões de diferentes raças transferidos a fresco, congelado ou produzido in vitro.

Tipo de embrião

Raça Fresco in vivo Congelado in vivo PIV

Angus (n/%) 54/42,59 500/47,4 NA

Brangus (n/%) 211/56,87 1596/43,67 1687/38,71

Brahman (n/%) 318/59,12 704/45,03 365/48,77

Nelore (n/%) 459/52,07 1282/38,22 3/66,67

Total (n/%) 1042/54,7 4082/42,65 2055/40,54

*NA – Não avaliado na raça.

Dos embriões congelados, os melhores índices de prenhez foram

obtidos na raça Angus, indicando uma maior criotolerância destes embriões.

Entre os embriões PIV a raça Brahman ganha destaque por um índice

próximo de 50% de prenhez.

29

10. DISCUSSÃO

Segundo Nicacio et al. (2006), as taxas de prenhez com embriões

produzidos in vivo e descongelados giravam em torno de 60 a 70%. Já

Galimberti et al. (2001), teve valores entre 45 e 55% para transferência de

embriões congelados e 62,5% para embriões transferidos a fresco. As taxas

obtidas nestes dados foram pouco abaixo do mencionado pelos autores.

O incremento das taxas de aproveitamento e de concepção das

receptoras é fundamental para maximizar a taxa de prenhez e, com isso, elevar

o retorno zootécnico e econômico da TE (BARUSELLI et al., 2008). Sendo

assim, há um maior número de bezerros nascidos e redução dos gastos com

fêmeas não gestantes no rebanho (MARQUES et al., 2008; BARUSELLI et al.,

2010).

Assim como observado nos dados apresentados a taxa de prenhez é

influenciada pela transferência com embriões frescos ou congelados.

Receptoras que recebem embriões frescos apresentam resultados melhores do

que aquelas que receberam embriões congelados (PERES, 2014).

Observa-se que as taxas de prenhez com embriões produzidos in vivo,

resultantes da superovulação de doadoras, são menores que daqueles

concebidos naturalmente (HASS et al., 2007). Isso acontece pois a taxa de

sobrevivência embrionária após a TE compreende complexas interrelações

entre embrião, ambiente uterino e CL, além de variáveis relacionadas ao

processo de inovulação do embrião (SPELL et al., 2001).

As menores taxas de prenhez, quando se utiliza TE, podem estar

associadas ao subdesenvolvimento de alguns embriões, à assincronia útero-

embrionária e à má qualidade do CL das receptoras. Isso resulta em falhas no

mecanismo de reconhecimento materno da gestação (HASS et al., 2007;

LOIOLA, 2014).

Os diferentes graus de dificuldades no procedimento de inovulação

podem diminuir a taxa de prenhez de receptoras (CUTINI et al., 2000). Por isto,

a qualidade dessas fêmeas são de suma importância em programas de TE

(HASS et al., 2007).

O início e a manutenção da gestação, bem como o crescimento

embrionário em bovinos, estão relacionados à habilidade do CL em secretar

30

P4. A secreção acontece devido à produção de citocinas trofoblásticas pelo

embrião, sendo fundamentais para o período de reconhecimento materno da

gestação. Fazendo o bloqueio dos mecanismos luteolíticos e, com a secreção

contínua de P4, promovendo a manutenção da gestação (HASS et al., 2007).

Devido a alta sensibilidade do embrião ao estresse térmico nas primeiras

clivagens, ocorrendo até os 7 dias de desenvolvimento embrionário, as vacas

sob estresse calórico que recebem embriões in vivo com 7 dias, provenientes

de animais que não passaram por situações de estresse, apresentam maiores

taxas gestacionais (ALVES, 2008).

Há relatos indicando que a taxa de prenhez resultante da transferência

de embriões produzidos in vivo é maior quando são utilizados estádios de

desenvolvimento inicial, como Mórula e Blastocisto Inicial. Porém, sabe-se que

estádios muito precoces ou muito tardios contribuem para baixas taxas de

prenhez (VELOSO NETO et al., 2014).

A taxa de prenhez, está associada a taxa de sobrevivência embrionária

após a TE, que pode ser influenciada por diversos fatores, como

anormalidades cromossômicas, efeito da doadora, idade e qualidade dos

embriões transferidos, método e local de transferência, sincronia entre doadora

e receptora, estado nutricional e níveis séricos de P4 na receptora e estresse

calórico (SARTORI e DODE, 2008; GALIMBERTI et al., 2001).

Além desses, é possível observar problemas de fecundação ou

abortamentos causados por doenças infecciosas, infecções localizadas e

restritas a órgãos específicos, como útero e glândula mamária. As causas não

infecciosas contribuem para a maioria das perdas, entre elas: estresse,

produtos tóxicos, teratogênicos ou abortivos, nutrição, desbalanço hormonal e

idade da mãe, lactação (SARTORI e DODE, 2008).

A mortalidade embrionária no início da gestação contribui para a

diminuição da taxa de gestação de bovinos (GALIMBERTI et al., 2001). As

perdas embrionárias/ fetais podem causar efeitos devastadores sobre a

eficiência da propriedade, pois essa depende da eficiência reprodutiva de seus

animais (REIS, 2004).

As perdas que ocorrem em estágios mais tardios da gestação, entre 42

e 280 dias, são menores do que as perdas do período inicial, ainda assim, são

31

mais altas do que as observadas para embriões in vivo, variando de 7 a 13%

(SARTORI e DODE, 2008).

32

11. CONCLUSÃO

A realização de transferência de embriões em bovinos vem

apresentando aumento nos últimos anos, por melhorar geneticamente

rebanhos bovinos, não só brasileiros, mas de todo o mundo. Quando realizada

de maneira correta, é possível obter bons resultados e taxas de prenhez

elevadas com a inovulação de embriões in vivo e in vitro.

A utilização de protocolo para controlar o desenvolvimento folicular e

ovulação contribuem para facilitar a realização da biotécnica, pois não tem

necessidade de observação de cio, por este motivo, é conhecida como

Transferência de Embrião em Tempo Fixo (TETF).

Concluímos que as maiores taxas de prenhez são observadas quando

utilizados embriões a fresco produzidos in vivo em relação aos embriões in

vitro. Quanto a influência das raças os melhores índices são observados em

animais Bos indicus ou cruzamento Bos indicus X Bos taurus. Embriões in vivo

de Bos taurus congelados apresentam maior taxa de prenhez possivelmente

devido ao seu maior acúmulo lipídico e criotolerância.

33

CAPÍTULO II: RELATÓRIO DE ESTÁGIO

34

1. LOCAL DE ESTÁGIO

O estágio curricular foi realizado com o Dr. Marcelo Zoccolaro Costa,

proprietário da empresa AgriContato Treinamentos e Consultoria LTDA,

localizada na Rua Francisco Scardazzi, nº 331, Bairro: Parque São Judas

Tadeu, Presidente Prudente- SP. A empresa é responsável pela prestação de

serviços veterinários na área de reprodução bovina e consultorias em

fazendas.

Durante o estágio foram visitadas 3 propriedades no Noroeste do estado

do Paraná, sendo duas com criação de bovinos de corte e uma de produção

leiteira. Dentre as atividades realizadas, vacinação contra febre aftosa,

carbúnculo e brucelose, pesagem de bezerros, transferência de embrião,

ultrassonografia como diagnóstico de gestação, palpação, manejo de bezerros

recém nascidos, égua com fratura, observação de cio e seleção de vacas para

engorda, seleção de vacas para receptoras de embrião, IATF e IA,

vermifugação do rebanho, manejo geral de fazenda, ordenha em vacas

Holandesa, Jersey e Jersolanda, compra e venda de vacas e novilhas para

leite e engorda, plantação de sorgo, acompanhamento de rebanho e pastagem,

tratamento de hipocalcemia em vaca, reparo de cerca. Na Figura 2, é possível

observar a porcentagem das atividades realizadas.

Figura 2: Porcentagem de atividades realizadas durante o estágio.

35

O período de estágio foi de 13/02/2017 ao dia 13/05/2017, iniciando as

atividades às 07 horas e 30 minutos e terminando as 16 horas e 30 minutos.

Sendo assim, foram totalizadas 420 horas, com carga horária semanal de 40

horas. A supervisão foi do médico veterinário Marcelo Zoccolaro Costa e o

professor orientador João Filipi Scheffer Pereira.

2. ATIVIDADES REALIZADAS

2.1 SELEÇÃO DE VACAS

A seleção das fêmeas foi realizada para formar dois lotes de animais

que possuíam o peso semelhante, evitando fazer sobrecarga de pasto e

disputa por comida. Essas fêmeas passarão por nova avaliação na próxima

estação de monta, identificando assim se serão receptoras ou animais de

engorda. Porém, o lote com animais menores, como apresentado na figura 3,

provavelmente será encaminhado para engorda.

Figura 3: Seleção de Vacas e Novilhas, formando o lote das receptoras

da próxima EM e o lote de engorda.

Todos os animais da propriedade passaram por vacinações e

vermifugações. Além disso, àquelas com ECC mais baixo passaram a receber

alimentação no cocho com silagem.

36

2.2 SELEÇÃO DE RECEPTORAS

A separação de receptoras (Figura 4) foi realizada com o objetivo

selecionar as melhores fêmeas da fazenda. Preferencialmente cruzadas Bos

taurus x Bos indicus, com peso mínimo de 320 kg, com boa habilidade

materna, e trato reprodutivo desenvolvido, capazes de levar uma gestação a

termo.

Para isto, os animais com boa condição corporal e nutrição foram

escolhidos, pois após o nascimento o bezerro depende exclusivamente dela

para se desenvolver.

Essa seleção antes do início da estação de monta facilita o trabalho das

propriedades, pois as fêmeas que não apresentam boas condições podem

receber tratamento especial. Àquelas que não completam a gestação por duas

ou três vezes seguidas, são descartadas.

Figura 4: Receptoras separadas para entrar em protocolo para TE.

2.3 COMPRA E VENDA DE ANIMAIS

As fêmeas não utilizadas como receptoras de embrião por não

manterem a gestação a terno ou por não aceitarem o embrião eram

encaminhadas para o lote de descarte. Esses animais foram destinados para

frigoríficos ou ainda, vendida para outros produtores, caso das vacas leiteiras

37

da fazenda que passou da produção de leite para produção de animais de

engorda.

Com a venda de animais, novos foram comprados (Figura 5) para

incorporar o rebanho, fazendo com que algumas fêmeas fossem selecionadas

para receptoras de embrião, ou destinadas ao lote de engorda.

Figura 5: Animais selecionados para compra.

Através de ajuda veterinária, as vacas da raça Nelore e Brahman foram

separadas em lotes com pesos semelhantes, como já citado. As fêmeas com

melhores condições corporais entram para o protocolo de TE de setembro,

enquanto que as fêmeas menores para engorda.

As fêmeas recém adquiridas passavam por marcação à ferro quente

com a marca da propriedade, e recebiam brinco para identificação em planilhas

de controle. Àquelas com idade entre 3 e 8 meses foram vacinadas para

Brucelose e receberam marcação a ferro quente na ganacha, com o V de

vacinado e o ano.

2.4 PALPAÇÃO RETAL

Ao longo do estágio inúmeras fêmeas foram palpadas para identificação

de prenhez e avaliação ginecológica das fêmeas .

38

Através desse método é possível identificar estruturas internas e

texturas do órgão reprodutivo das fêmeas, bem como consistência e volume.

Com a palpação retal, após a realização de biotecnologias da

reprodução tornou-se mais fácil separar as fêmeas em lotes com idades

gestacionais e vazias. As fêmeas que se apresentaram vazias ou com alguma

alteração ginecológica foram descartadas ao final da estação de monta.

Figura 6: Palpação retal em receptoras.

39

Figura 7: Palpação para diagnóstico de gestação.

2.5 OBSERVAÇÃO DE CIO

Para a realização das transferências de embriões, as doadoras

passavam por inseminações determinadas no protocolo hormonal, chamada de

IATF.

No dia determinado para a inseminação, foi observado os animais duas

vezes ao dia, no início da manhã e final da tarde, para ver sinais cio, e assim

insemina-las no horário.

40

Figura 8: Fêmeas observadas em cio para IA.

2.6 IA E IATF

Entre as atividades reprodutivas realizadas, encontrava-se IA e IATF,

para posterior TE ou apenas para emprenhar as fêmeas restantes dos

rebanhos que não receberam embriões.

A Inseminação Artificial necessita de observação de cio, o que dificulta o

manejo em propriedades grandes, pois muitas vezes existem vários lotes de

animais ou as vacas acabam dando cio noturno. Por este motivo, as fazendas

adotaram como manejo a IATF. O uso de hormônios (Figura 9) faz com que as

fêmeas apresentem cio a inseminação ocorra no momento determinado pelo

inseminador.

41

Figura 9: Aplicação hormonal.

As fazendas que adotam IATF para realizar a TE, necessitam de

pessoas com prática para a realização. Muitas vezes as vacas apresentam

anéis cervicais tortos, dificultando a passagem do aplicador pela estrutura.

Para a prática, os lotes de fêmeas eram separados conforme

necessidade e então recebiam as aplicações de hormônios determinadas pelo

veterinário, e no dia de apresentar o cio foram inseminadas. As doadoras eram

inseminadas duas vezes, enquanto que fêmeas sem finalidade de TE eram

inseminadas apenas uma vez.

2.7 COLHEITA E TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÃO

Com foco em reprodução bovina, 78 transferências de embriões a fresco

foram realizadas ao longo dos três meses de estágio em animais da raça

Brangus. Em duas propriedades foram coletadas 27 animais, totalizando 280

embriões recuperados, contando embriões viáveis, congelados, não fertilizados

e degenerados.

42

Em todas as doadoras o protocolo adotado para superovulação foi o

mesmo, sendo composto por FSH, LH e GnRH (Figura 10). A dosagem de FSH

foi variável, pois leva em conta o peso da doadora (Figura 11) e a resposta em

outros protocolos.

Figura 10: Protocolo utilizado em fêmeas doadoras de embrião da raça

Brangus.

Figura 11: Doadoras de embriões da raça Brangus.

Os cruzamentos foram realizados pelos proprietários dos animais,

visando registro junto a Associação de Criadores de Brangus. Quando os

produtos nascidos dessas TE’s são fêmeas, o criador tem a opção de

selecionar as melhores e deixar em seu rebanho, ou encaminhar para engorda.

43

Quando ocorre nascimento de machos, esses são separados e recebem

alimentação especial para auxiliar no desenvolvimento, e chegar aos 2 anos

com bom ECC e ser destinado para venda.

As doadoras foram inseminadas com sete touros diferentes, de boa

linhagem e reconhecidos no mercado. O reprodutor mais utilizado nessa

estação de monta foi W. Lead Gun com 8 doadoras, seguido por Hombre e

Hulk, ambos com 6 cruzamentos. Ainda houve utilização do Coliseu por quatro

vezes, Ranger duas, e Lanin e F529 apenas uma vez. Com isso a linhagem

das propriedades foi variada, e animais de alta qualidade foram produzidos.

Totalizando 280 embriões coletados, 78 foram transferidos a fresco,

enquanto que 97 embriões passaram pelo processo de congelação, sendo

estocados para serem utilizados na próxima estação de monta. Dos embriões

coletados, 73 não fertilizaram e 29 foram encontrados degenerados, sendo

descartados. Os estágios de Mórula, Blastocisto e Blastocisto Inicial (Figura 12)

foram utilizados para transferência.

Figura 12: Embriões recuperados. Seta preta indicando um

Blastocisto, e três mórulas mais abaixo.

As receptoras utilizadas nos protocolos são mestiças (Figura 13) ou

fêmeas puras da raça Brangus que não foram consideradas de boa qualidade

para coleta. O protocolo de sincronização de cio realizado nelas foi o mesmo, à

base de P4+ BE (Figura 14).

44

Figura 13: Receptoras de embrião mestiças.

Figura 14: Protocolo utilizado nas receptoras de embrião.

2.8 DIAGNÓSTICO DE GESTAÇÃO

O diagnóstico gestacional foi realizado em três propriedades de gado de

corte e leite nas cidades de Umuarama, Tuneiras do Oeste, Tapejara- PR. A

prática tem como objetivo a confirmação da prenhez ou a indicação de fêmea

vazia, sendo realizado através de ultrassonografia transretal a partir do 30° dia

de gestação (Figura 15).

45

Figura 15: Diagnóstico gestacional realizado com

ultrassom.

As fêmeas que não se encontraram prenhes no diagnóstico (Figura 16),

foram separadas e formaram um novo lote, passando assim por

ressincronização, para entrar no próximo protocolo de TE. Ao final da estação

de monta, após o segundo diagnóstico de prenhez, as fêmeas vazias foram

soltas com o touro para possibilitar que todas emprenhessem.

46

Figura 16: Imagem ultrassonográfica de prenhez.

2.9 CONFERÊNCIA E CONFECÇÃO DE PLANILHAS

Para controle interno das fazendas e também para auxiliar o veterinário,

planilhas foram preenchidas com as informações mais importantes dos animais

(Figura 17). A atividade era realizada nas propriedades e, posteriormente,

encaminhadas para o sistema da empresa AgriContato.

Figura 17: Confecção e conferência de planilhas.

47

Entre as principais informações estavam: inventário (número de animais

disponíveis nas propriedades), número de mortes e nascimentos. Compra e

venda de animais, número de fêmeas prenhes, porcentagem de embriões por

coleta também foram anotados.

Esses dados eram preenchidos pelos proprietários e pelo veterinário na

fazenda todos os meses, gerando um relatório mensal do desempenho da

propriedade, auxiliando assim na gestão da fazenda.

2.10 MANEJO DE BEZERROS RECÉM NASCIDOS

Na época do nascimento as fazendas voltam a atenção para o chamado

piquete maternidade. Nas proximidades do parto, quando estão mojando, as

vacas são identificadas e colocadas no piquete próximo a sede.

A partir do nascimento dos bezerros, foi realizada a cura de umbigo

(Figura 18) e a colocação de brinco para controle e identificação na fazenda.

As vacas e os bezerros ficaram em piquete separado do lote, recebendo

alimentação no cocho. Os nascimentos foram identificados em fichas da

propriedade, com anotação do número da vaca, data de nascimento, sexo e

raça.

Figura 18: Cura de umbigo em bezerro mestiço Brangus.

48

2.11 PESAGEM DE BEZERROS

A pesagem foi realizada em dois bezerros nascidos no mês de março.

Para isso, foi recortado um saco de ração para fazer um ‘macacão’ para os

animais (Figura 19), facilitando a pesagem, visto que na propriedade a balança

é antiga e não há no tronco de contenção com balança.

Os dois animais nasceram do cruzamento de vaca Holandesa em touro

Brangus e vaca Jersolando e touro Brangus, e foram pesados para controle da

propriedade, visto que esses foram os primeiros nascimentos dessa cruza.

Figura 19: Pesagem de bezerro mestiço Holandês x Brangus.

2.12 FRATURA EM MEMBRO POSTERIOR DE ÉGUA

Em uma manhã, uma égua mestiça, com 15 anos de idade e potro ao pé

de 4 meses foi encontrada caída. Ao identificar o animal e tentar levantá-lo, foi

percebido um aumento de volume no membro posterior direito (Figura 20).

49

Figura 20: Membro posterior direito com aumento de

volume.

Após inúmeras tentativas e fármacos administrados, o animal precisou

ser levantado no braço com auxílio de trator, e mesmo assim tornou a cair. Ao

final do dia, foi encontrada deitada novamente, já que não tinha mais força para

se manter em pé sem ajuda.

Mais duas tentativas foram realizadas, sem sucesso, e o animal acabou

fraturando o membro posterior esquerdo quando tentou fazer força. Por este

motivo foi decidido pela eutanásia. De início houve suspeita de fratura por

causa de hipocalcemia, por isto foi realizado uma necrópsia, e identificado

fragmentos ósseos no membro pélvico direito, conforme mostra as figuras 21 e

22. Contudo, a confirmação só poderia ser realizada com a realização de

exames, o que não ocorreu.

50

Figura 21: Membro posterior fraturado.

Figura 22: Fragmento ósseo retirado da fratura de

membro posterior direito.

51

2.13 VACINAÇÃO

A vacinação foi umas das atividades desenvolvidas durante o período de

estágio, sendo para: Brucelose, Carbúnculo e Febre Aftosa.

As vacinas foram mantidas refrigeradas e no momento da aplicação

foram colocadas em caixa de isopor com gelo, para manter a temperatura entre

2º a 8ºC na mangueira.

A vacina para Brucelose acontece apenas em fêmeas com idade entre 3

e 8 meses. Devendo ser realizada por profissional autorizado pela defesa

sanitária. Após, os animais receberam marcação a ferro quente na ganacha,

com V de vacinado e o ano (Figura 23)

Figura 23: Marcação a ferro quente após vacinação

para Brucelose em fêmeas com até 8 meses.

Na propriedade foram vacinadas 19 fêmeas para Brucelose, 124 animais

para Carbúnculo e 65 animais entre 0 e 24 meses para Febre Aftosa, sempre

utilizando pistola automática previamente limpa e desinfetada.

52

Na colocação da vacina de febre aftosa na seringa é importante que o

frasco seja agitado, pois a vacina é bastante oleosa. A aplicação era realizada

na escápula do animal, por via subcutânea, onde a pele é mais flexível, com a

seringa em ângulo de 45º e a agulha apontada para baixo, como mostra a

figura 24. A dose utilizada era de 5 ml para cada animal, em caso da aftosa, 3

mL para Carbúnculo e 2 mL para Brucelose.

Figura 24: Vacinação contra Febre Aftosa.

A vermifugação foi realizada no mesmo dia da vacinação. Os animais

foram para a mangueira separados por lotes, de maneira que facilitou a

aplicação do produto. A mesma situação aconteceu com a aplicação do pour-

on, sendo carrapaticida e inseticida. Foi utilizada uma mistura de Topline® com

Colosso® em todos os animais.

2.14 ORDENHA

Das propriedades acompanhadas, apenas uma era leiteira. A rotina de

ordenha começava as 05h. Os animais eram reunidos no pasto e

encaminhados para o barracão onde esperavam o momento de entrar para a

53

área de ordenha. As vacas em lactação eram das raças: Holandesa, Jersey,

Jersolando.

Com sistema de ordenha canalizada, como mostra na figura 25, o leite

era retirado e encaminhado direto para o resfriador. O caminhão do laticínio

passava para pegar a cada 3 dias. Após a retirada, o resfriador passava por

processo de lavagem e só então o leite da próxima ordenha poderia ser

armazenado.

Figura 25: Sistema de Ordenha canalizada para retirada de leite.

Após o pós dipping, as vacas saíam da ordenha e eram encaminhadas

ao barracão onde recebiam silagem no cocho e depois eram soltas aos

piquetes. O retorno a ordenha acontecia somente no outro dia, pois não havia

retirada leite a tarde.

Uma vez por mês era realizado a medição do leite por animal, sendo que

foram 27 vacas em lactação no período. Os dados mais importantes como o

volume de leite/ animal, presença de problemas podais, mastite, e leite de

descarte eram anotados em fichas produzidas para controle da propriedade e

do veterinário.

Com a venda do animais leiteiros a fazenda passou a investir em gado

de corte, sendo assim, as duas vacas leiteiras que ficaram e possuíam bezerro

ao pé foram ordenhadas manualmente (Figura 26), pois os mesmos não davam

54

conta de mamar tudo no início. Com o passar dos dias, não se fez mais

necessário a esgota e os bezerros e as vacas foram soltas em outro piquete

onde devem permanecer até o momento da desmama.

Figura 26: Esgota de leite em vaca holandesa.

2.15 MANEJO GERAL DE FAZENDA

Para o desenvolvimento das fazendas é importante que o manejo dos

animais esteja bem adequado, bem como o manejo de pastagens. Por este

motivo, o Médico Veterinário responsável pela propriedade fez avaliações

periódicas para indicar as melhores decisões.

Foi preconizado que os donos tivessem noção do que estava se

passando em suas fazendas, para que pudessem corrigir os erros. Durante

todo o período de estágio, foi acompanhado manejo de geral em fazenda que

realizou a troca dos animais leiteiros para animais de corte.

A propriedade passou por adaptações para que a troca fosse realizada,

incluindo o plantio de sorgo para a produção de silo e divisão para novos

55

piquetes. Essa nova divisão facilitou o manejo dos animais em rotação, pois o

pasto passou a ter altura de entrada e de saída em cada área, respeitando o

crescimento e o desenvolvimento da planta.

Todos as manhãs, foram realizadas observações dos animais e da

pastagem, como mostra a figura 27. Isso se tornou importante pois tivemos

controle dos lotes, sabendo se todos os animais estão ali ou se houve

dispersão. Serviu ainda para fazer um repasse e ver se apresentam algum

problema.

Ao longo das observações matinais, os animais encontrados mais

debilitados eram encaminhados a piquetes próximos a sede da propriedade e

recebiam o tratamento necessário.

Uma fêmea Jersolanda com bezerro ao pé precisou ser levada para um

desses piquetes e passou a receber medicação para hipocalcemia, pois a

mesma encontrava-se com baixo ECC por amamentar. Após todas as

tentativas, o animal veio a óbito.

Figura 27: Observação de animais e pastagem.

2.16 CURSO DE INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL

Para o encerramento do estágio, foi indicado pelo Médico Veterinário a

realização de um curso de Inseminação Artificial na CRV Lagoa. Com sede em

Sertãozinho- SP, o curso teve duração de 5 dias.

56

Foram dois dias de aula teórica pela manhã, revendo e aprendendo

sobre reprodução de bovinos. Na parte da tarde, e dois dias o dia todo, as

aulas práticas aconteciam. A palpação de diversas fêmeas durante o estágio

facilitou no momento de identificação de cérvix.

Primeiramente foi passado a pipeta nas peças de frigorífico, e só no

segundo dia houve a palpação nas fêmeas Nelore. Os animais eram separados

em lotes com 24 fêmeas, e colocados nos troncos, sempre alternando entre

vacas e novilhas.

Para identificação, era passado uma pipeta pela cérvix, e só depois de

conferido pelo Profº Luiz, ou por um dos instrutores, era permitido a retirada e a

passagem do aplicador, como mostra a figura 28.

Figura 28: Inseminação Artificial em fêmea Nelore.

Todos os dias os procedimento realizados eram os mesmos. Com

lavagem do exterior da fêmea e seguida pelo descongelamento de sêmen e

montagem de aplicador.

Em todos os momentos houve supervisão pelo seu Luiz ou um dos

ajudantes, em caso de erro deveria repetir todo o processo novamente.

57

Com o fim das práticas, houve uma avaliação teórica no último dia para

a emissão dos certificados. Posteriormente realizou-se uma visita na central de

coleta de Sêmen da CRV Lagoa.

Após a realização do curso o estágio chegou ao fim, trazendo uma

bagagem profissional imensa. Chegando a conclusão de que um bom trabalho

dentro de uma fazenda envolve vários fatores. E a inseminação artificial é a

chave para a obtenção de bons produtos e bons embriões para serem

coletados.

58

3. CONCLUSÃO

Ao longo de três meses de estágio curricular muitas atividades foram

desenvolvidas, seja na parte reprodutiva ou na área de gestão e administração

de fazendas.

A realização do estágio traz, não somente aprendizado profissional, mas

também pessoal. Conhecer novas pessoas e novos costumes faz com que a

visão de determinadas situações acabe mudando. Mais do que isso, é uma

amostra de como é a vida de um Médico Veterinário da área de reprodução de

grandes animais, estando sempre em um lugar diferente, com pessoas

diferentes.

A oportunidade de estagiar com um grande profissional da reprodução

de bovinos deixa a certeza da área de atuação desejada. Existem

ensinamentos que não aprendemos na faculdade e que só a prática é capaz de

ensinar.

A área da reprodução é de grande relevância nas propriedade, pois a

partir dela é possível gerar lucro, visto que as propriedades leiteiras precisam

de fêmeas prenhes ou com bezerros para ter lactação, enquanto que fazendas

de corte necessitam de animais para engorda ou de matrizes capaz de gestar e

produzir novos animais.

Além disso, torna-se importante em fazendas que aplicam a TE, a

presença de fêmeas capazes de produzir bons embriões e em grandes

quantidades, além de receptoras com boas condições para gerar os embriões

frutos de reprodutores conhecidos, que serão utilizados para venda no decorrer

dos anos.

A área clínica está associada a reprodução em grande parte das vezes,

por isto é preciso ter sempre cuidados especiais com os animais do rebanho,

evitando que os mesmos adquiram doenças e acabem impossibilitados de

participar de protocolos ou até mesmo de gestar. Sendo assim, os proprietários

saem no prejuízo, o que muitas vezes acaba fazendo com que o mesmo

desista de investir no ramo e na biotecnologia bastante utilizada no momento.

Por estes motivos, torna-se indispensável a presença de um Médico

Veterinário dentro das fazendas, levando ensinamentos e gerando lucros.

59

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