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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde
Educação Física
A INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO DE FUTSAL NO RENDIMENTO ESCOLAR EM
ATLETAS DE 7ª E 8ª SÉRIE
CURITIBA,
2010
A INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO DE FUTSAL NO RENDIMENTO ESCOLAR EM
ATLETAS DE 7ª E 8ª SÉRIE
CURITIBA,
2010
Guilherme Choinski Carriel
A INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO DE FUTSAL NO RENDIMENTO ESCOLAR EM
ATLETAS DE 7ª E 8ª SÉRIE
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao curso de Educação Física
da Faculdade de Ciências Biológicas e da
saúde da Universidade Tuiuti do Paraná,
como requisito parcial para obtenção do
grau de Licenciado em Educação Física.
Orientadora: Mariana Fogliato Fontoura
Curitiba
2010
TERMO DE APROVAÇÃO
Guilherme Choinski Carriel
A INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO DE FUTSAL NO RENDIMENTO ESCOLAR
DE CRIANÇAS DA 7ª E 8ª SÉRIE
Esta monografia foi julgada e aprovada para obtenção do título de Licenciado
em Educação Física pela Universidade Tuiuti do Paraná.
Curitiba, de junho de 2010.
_______________________________________________________
Professora Beatriz Dorigo
Coordenadora do Curso de Educação Física
_______________________________________________________
Orientadora Professora Mariana Fogliato Fontoura
Universidade Tuiuti do Paraná
_______________________________________________________
Professor.............................................................................................
Professor da cadeira do trabalho de conclusão de concurso
DEDICATÓRIA
Dedico este estudo aos meus pais que me deram além de todas as condições
necessárias para a realização deste meu sonho, amor e carinho em toda a minha
vida.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por me dar forças, coragem e determinação para a
realização e conclusão desta pesquisa. Em especial aos meus pais, que me
proporcionaram as condições necessárias para que eu pudesse realizar este sonho.
Aos meus irmãos que sempre me apoiaram. A minha professora e orientadora
Mariana que me fez acreditar que não importa o tempo que você tenha para realizar
algo, mas basta a vontade de querer concluir o seu objetivo. Aos colegas e amigos
de classe que de um jeito ou de outro, contribuíram para a realização do mesmo. A
todas as pessoas que de eu jeito ou de outro também contribuíram para a realização
deste sonho. E a todos os professores que me qualificaram na vida profissional e
pessoal.
EPÍGRAFE
“A alegria está na luta, na tentativa,
no sofrimento envolvido. Não na vitória
propriamente dita” (Mahatma Gandhi).
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - Boletim – Notas dos alunos atletas praticantes de futsal...................p.22
TABELA 2 - Boletim – Notas dos alunos que não praticam nenhum esporte........p.23
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................... 1.1. Justificativa....................................................................................................... 1.2. Problema.......................................................................................................... 1.3. Objetivos.......................................................................................................... 1.3.1. Objetivo Geral............................................................................................... 1.3.2. Objetivos Específicos.................................................................................... 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................................... 2.1. A iniciação esportiva........................................................................................ 2.2. Aspectos físicos da iniciação ao futsal............................................................. 2.3. O esporte moderno de alto rendimento............................................................ 2.4. A especialização precoce................................................................................. 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS........................................................... 3.1. Tipo de pesquisa.............................................................................................. 3.2. População e amostra....................................................................................... 3.3. Instrumentos e procedimentos......................................................................... 3.3.1. Desenho experimental.................................................................................. 3.4. Coleta de dados............................................................................................... 3.5. Limitações........................................................................................................ 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES........................................................................ 4.1. Treinamento..................................................................................................... 4.2. Acompanhamento de notas............................................................................. 4.3. Comparação das notas....................................................................................
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................... REFERÊNCIAS.......................................................................................................
09 09 10 10 10 10 12 12 13 14 16 19 19 19 19 19 20 20 21 21 22 24 25 26
RESUMO
O presente estudo tem como objetivo, avaliar a influência do futsal no rendimento escolar de crianças da 7ª e 8ª série. Foi analisado se essa influência está a favor ou contra a expectativa de crescimento do aluno na escola. Também foi realizada uma comparação do planejamento dos treinos com alguns autores, sendo lembrado da importância da iniciação esportiva e da não especialização precoce. Algumas equipes de treinamento tanto em escolas como categorias de base mantém um controle do rendimento escolar dos seus atletas. Devido a este controle, podem-se haver diferenças nas notas com a de outros alunos. O estudo foi realizado com uma amostra de 20 alunos sendo 10 deles da equipe de treinamento de futsal de uma escola de Curitiba e os outros 10 alunos não praticantes de nenhuma atividade física. O procedimento metodológico para a realização do estudo caracteriza-se como Causal Comparativa com análise documental, haja vista que a coleta dos dados será baseada na análise dos boletins escolares de alunos praticantes e não praticantes de Futsal. Por fim, concluiu-se que a iniciação esportiva foi fundamental para os alunos. Além de apresentarem uma melhora constante no rendimento escolar, o futuro dessas crianças não passa a estar comprometido, respeitando as etapas e limites a serem desenvolvidos. Palavras chave: Futsal; Iniciação Esportiva; Especialização Precoce; Controle de notas.
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A INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO DE FUTSAL NO RENDIMENTO ESCOLAR
EM ATLETAS DE 7ª E 8ª SÉRIE
1. INTRODUÇÃO
1.1. Justificativa
O fato da cobertura em grande escala que a mídia nos dá em relação ao
futebol, pode-se considerar que este é conhecido como um dos esportes mais
populares do mundo. Ao longo dos anos, o desporto em um contexto geral, vem
sendo considerado um fenômeno, ao qual relaciona uma visão sócio-cultural.
Os adolescentes, que muitas vezes brincam de futebol nas ruas e em suas
casas, idolatram jogadores profissionais, vistos com freqüência na mídia, formando
um interesse futuro na prática deste esporte como profissão.
O sucesso financeiro desses atletas e o bem-estar social conquistados são
fatores que por si só, refletem também na escolha destes jovens. Em algumas
situações, não por prazer próprio e sim pela vontade e incentivo dos responsáveis.
Na maioria das categorias de base das instituições futebolísticas,
treinamentos específicos e de alto rendimento já são implantados no trabalho a ser
realizado por esses jovens. Segundo Weineck (1999, p.26), “O treinamento para
crianças e jovens consiste de um processo sistemático e a longo prazo; objetivos,
programas, e procedimentos diferem daqueles adotados em um treinamento de
adultos”. Um programa de treinamentos formalizado erradamente, segundo Marques
e Oliveira (2001), pode vir a causar uma séria diminuição das capacidades motoras
em crianças e adolescentes. Portanto, é de extrema importância lembrar que os
treinamentos prescritos a crianças e jovens devem ser avaliados e reavaliados
quantas vezes forem necessárias.
O futebol é visto como um amplo campo de trabalho. Por outro lado, sabemos
que o homem, neste caso, pode ser comparado a uma máquina, útil enquanto
produz e quando “estraga”, é deixado de lado. É também a dura realidade deste
meio, caracterizado pelas habilidades e suas funções dentro de campo e não pelo
seu desempenho escolar.
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Algumas escolinhas de futebol abordam como incentivo ao estudo, um
método de permanência na equipe através do boletim escolar. De acordo com suas
notas e o bom comportamento em geral na sociedade, o aluno da ou não seqüência
nos trabalhos promovidos pelo professor. Scaglia (1996) relata que autores como
Freire, Sérgio, Paes, acreditam na materialização das escolinhas através de um
trabalho de uma prática pedagógica, dando-se o devido respeito às fases que a
criança tem de passar. O desenvolvimento e a evolução das capacidades da criança
através do esporte são visivelmente vistas e aceita por todos os autores dentro de
seus limites. Portanto, tem-se uma visão da importância do esporte no
desenvolvimento da criança e do adolescente, sempre se lembrando das limitações
a serem respeitadas e nunca se esquecendo do compromisso escolar.
Buscarei através do presente estudo, avaliar se o treinamento esportivo
influência no rendimento escolar de atletas da 7ª e 8ª série.
1.2. Problema
A prática do Futebol em crianças de 7ª e 8ª série pode influenciar o
rendimento escolar?
1.3 Objetivos
1.3.1. Objetivo Geral
Avaliar a influência da prática do futebol no rendimento escolar de crianças de
7ª e 8ª série.
1.3.2. Objetivos Específicos
• Avaliar características dos treinamentos tais como tempo de duração e
quantidade de treinos por semana;
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• Avaliar o rendimento escolar dos atletas e não-atletas através do
acompanhamento de suas notas;
• Comparar o rendimento escolar dos atletas e não-atletas.
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. A INICIAÇÃO ESPORTIVA
O aumento da participação das crianças em atividades esportivas, sem
dúvida alguma, se prolifera ao decorrer dos anos. Isto é visto com freqüência em
vários canais de mídias, sendo essa pratica através de esporte alto rendimento,
escolar ou por projetos sociais.
Para uma criança aprender qualquer esporte, ela deve ter oportunidades em
diversas situações, conseqüentemente abrindo um grande numero de
possibilidades.
A participação das crianças nos esportes seja ele mais comum em alto
rendimento, com certeza esta além do seu próprio interesse.
Segundo Vargas (1999), a participação das crianças no esporte esta além do
interesse da própria criança, pois há o envolvimento de pessoas com diferentes
interesses e os mais variados conhecimentos.
Uma criança com experiências motoras e de iniciação esportiva positiva, terá
com grande probabilidade uma vida esportiva prolongada. Sabemos que as
instituições de ensino pregam muito o lúdico na fase inicial de jogos coletivos. Fator
este importantíssimo para o desenvolvimento sócio-afetivo da criança.
“Muitas atividades empregadas com crianças envolvem ações básicas as quais elas ainda não tiveram oportunidade de aprender. Assim, as crianças estariam a ser “empurradas” para as ações esportivas, mesmo antes de terem alcançado um nível de padrão motor próximo da forma madura e necessária para a habilidade subjacente”. (SAAD, 2006, p.1)
O papel do professor nas escolas tem como um tanto a criatividade.
Criatividade esta que deveria permitir a livre expressão das crianças, por meio de
jogos e ou brincadeiras.
Para ensinarmos um esporte coletivo às crianças, é necessário um cuidado
especial. Saad (2006, p. 2) considera que “a aprendizagem de qualquer modalidade
esportiva deve ser feita com cuidadosa e adequada metodologia”. Muitos
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profissionais de Educação Física esquecem os passos a serem executados na fase
de crescimento da criança. Ao contrário do que deveriam fazer, impor jogos
cooperativos e ou brincadeiras, preocupam-se com fundamentos, elementos básicos
para a exploração da técnica individual de uma pessoa. Como podemos ver em
diversas aulas, a normal formação de fileiras, colunas, formação dois a dois, regras
e diversas outras maneiras, tornando restrita a aprendizagem da criança.
“Capacidade motora e a capacidade cognitiva devem ser trabalhadas em conjunto, para que o aluno desenvolva a “Capacidade de Jogo”. As ações técnicas dependerão da capacidade motora (ritmo, coordenação e equilíbrio) do aprendiz, e as ações táticas da capacidade cognitiva (percepção, antecipação e tomada de decisão)”. (SAAD, 2006, p. 3).
Nos dias atuais, observamos consideráveis discussões e debates sobre o
método de ensino-aprendizagem a ser utilizado pelo professor. Sugere-se a partir
daí, que a iniciação esportiva deve ser realizada por meio do desenvolvimento da
“Capacidade de Jogo”. Gallahue e Osmum (1995, p.) pregam uma abordagem
desenvolvimentista, e dizem que ao ensinar habilidades motoras, o professor deverá
apenas propor o conteúdo a ser estudado e aplicá-lo, dispensando a correção dos
gestos motores do aluno.
2.2. ASPECTOS FÍSICOS DA INICIAÇÃO AO FUTSAL
Como já mencionado em assuntos anteriores, a iniciação do futebol deve ser
tratada respeitando a individualidade de cada criança, independente das intenções
de terceiros. O princípio a ser considerado é o do desenvolvimento físico desta
criança. Nem sempre o que se põe em prática está de acordo com o que se diz
respeito a esse desenvolvimento. A idade biológica, o nível de coordenação motora
e o grau de inteligência, segundo Filgueira (2006), são fatores importantíssimos a
considerar na iniciação esportiva.
Em caso de alto rendimento em idade precoce, Negrão (1980) alerta danos
físicos que podem ser causados por uma especialização antecipada.
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Um trabalho muscular intenso e de carga excessiva, ligado a uma forte
sobrecarga emocional, segundo Filgueira (2006, p. 2), “[...] pode ocasionar
perturbações no desenvolvimento normal da criança, principalmente no ritmo do
crescimento em altura e no desenvolvimento somático, funcional e intelectual”. É de
extrema importância que crianças tenham uma formação básica, desenvolvendo
habilidades físico-mentais, consciência corporal entre outras.
“Quando a intensidade e a freqüência das atividades competitivas são grandes e extrapola o ambiente escolar e grupal, exigindo da criança um grau de especialização incomum para a idade em que se encontra, passam a existir duvidas consideráveis sobre se os benefícios para um desenvolvimento ótimo são importantes bastante para se desprezarem os perigos de lesões e traumas psicológicos(as vezes irreparáveis)”. (NAHAS, 1980, p. 2-5)
2.3. O ESPORTE MODERNO DE ALTO RENDIMENTO
O esporte como potencializador das performances humanas, é considerado
um dos maiores fenômenos sociais já vistos. Justo (2007, p.1) sustenta a afirmação
dizendo que de maneira direta ou indireta, este fenômeno age nos segmentos
sociais, sendo na economia, na educação, na ciência entre outros.
É comum ser visto nas manchetes de jornais televisivos, programas
esportivos, revistas entre outros meios de comunicação, um jogador de futebol
famoso, ou um atleta olímpico de modalidade com mais foco na mídia sofrer uma
lesão grave. Especializações precoces são fatores que podem vir a influenciar no
rendimento de um atleta no futuro. Um exemplo claro e verdadeiro é o do jogador
“Ronaldo Fenômeno”. Quantas vezes não ouvimos de médicos e especialistas por
estes canais de mídia citados que a especialização precoce, causado pelo equívoco
da carga ou intensidade do treinamento físico imposta a este jogador, foi um fator
fatal para a seqüência negativa em sua carreira. Carregando consigo sérias
contusões e voltas aos gramados, o então polêmico jogador caracterizado pelas
noitadas e farras, superou e deu a volta por cima.
Muitos atletas de elite relatam que “não existe atleta sem dor”, deixando claro
que os treinamentos prescritos estão sempre no seu limite fisiológico. O visível
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sofrimento destes atletas é compensado na maioria das vezes com resultados
positivos dentro de seu clube. Resultados estes que pode trazer propostas melhores
de diferentes países, como é o caso do futebol. Porém, até que ponto este esforço é
benéfico? O montante de dinheiro recebido por esses atletas de futebol por todo o
mundo compra carrões, mansões, mulheres e uma série de outros bens, mas com
certeza, o resgate de um corpo cem por cento natural não há dinheiro que compre.
“Como conseqüência desta nova ideologia esportiva, temos um treinamento adaptado a esta realidade de alta performance, que acaba por submeter o corpo do atleta a um processo de sacrifícios, resultando em corpos moídos e sofridos, no qual, em algum momento de vida do atleta será reclamado por ele”. (JUSTO, 2007, p. 2)
Pode-se dizer então que pelas conclusões lógicas, este esporte de
rendimento está a derrubar a idéia de que a busca da superação é saúde. Para Vaz
(2001, p. 37), a transformação do contexto do homem em máquina, esquece que
este é um ser humano e “muitas vezes inconsciente de todo o processo
transformador de seu estado fisiológico, que pensando em realizar feitos “heróicos6”
apenas acelera sua degeneração física treinando o corpo, acelerando a morte”.
2.4. A ESPECIALIZAÇÃO PRECOCE NO FUTSAL
A preocupação está no fato de que o fato de conhecer o futsal e o futebol
transforma a cabeça de pessoas não capacitadas o suficiente. A criação de uma
imagem fictícia pessoal de um instrutor e ou um bom professor é comum por todo o
lugar.
“A otimização do treinamento infantil e de jovens requer um conhecimento básico das condições vigentes em cada faixa etária. Somente este conhecimento possibilita estabelecer um treinamento adequado às necessidades das crianças e jovens” (WEINECK, 1999, apud Francke p. 2).
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Os clubes profissionais hoje devem, portanto, conhecer como é o
desenvolvimento motor de seus atletas. A repetição de trabalhos físicos realizados
em adultos ocorre com freqüência no dia-dia de um atleta quando criança ou jovem.
Este tipo de trabalho ou especialização gera um déficit técnico comum nos
atletas, ocasionado pelo estimulo precoce de capacidades impossibilitadas de suprir
tamanha sobrecarga.
Segundo Francke (2009, p. 2):
“o resultado é a deficiência técnica encontrada nos jogadores
na fase adulta, porque trabalham capacidades que não
estavam preparados física e mentalmente para suportar e as
que realmente deveriam trabalhar não foram estimuladas no
momento correto”.
A execução de movimentos naturais em diferentes jogos ou brincadeiras
possibilita além de uma aprendizagem de diferentes gestos, um domínio maior do
corpo.
Golomazov (1996, p. 28) afirma que “Por várias razões, muitos técnicos
vêem-se obrigados a acelerar a preparação dos jovens atletas. Se a especialização
precoce é positiva ou negativa, depende dos objetos colocados”. O autor coloca
ainda que “Se a idéia é criar um futebolista talentoso, o treino intensivo e precoce é
nocivo”.
Portanto, a função de um profissional desta área é de fundamental
importância no processo de formação do indivíduo. Será ele o responsável por
apresentar o esporte à criança, conseqüentemente direcionando-a nos passos
iniciais.
Em razão de a especialização precoce permitir resultados em curto prazo,
automaticamente o problema agrava-se devido ao número elevado de inserção de
indivíduos no meio esportivo. Isto resulta na procura do alto rendimento (curto prazo)
esquecendo da importância da iniciação esportiva comprometida com a construção
do conhecimento relativo às particularidades do esporte, a promoção, os valores e
as idéias indispensáveis ao desenvolvimento humano, valorizando a criança
enquanto um ser criativo, espontâneo, em formação. (SANTANA, 2001)
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Para Marques (1991), a especialização precoce permite uma rápida obtenção
de resultados e ao contrário do que se imagina quando se diz respeito ao
desenvolvimento da formação multilateral que tem reflexos a longo prazo no
rendimento. Além disso, SANTANA (2001) afirma que para o desenvolvimento da
criança, é necessário o aprendizado de várias outras coisas, não se limitando a um
conhecimento e ao interesse alheio.
Freire (1989, p.59) refere-se àqueles que criam os mecanismos de
competição entre as crianças na escola como formadoras de campeões,
selecionadoras de raça, disseminadoras de sentimentos preconceituosos,
reprodutoras da forma mais abominável de competição que orienta as relações entre
as pessoas de nossa sociedade, e que encontra sua expressão ritual mais
importante nos jogos olímpicos modernos. Vencer a qualquer custo é o lema que
orienta a competição, nas relações sociais e nos jogos desportivos. Isto serve para
as atividades elaboradas também fora da escola. Para De Rose Jr, (2002), a
verdadeira competição deixa de ser algo prazeroso criando vencedores e sim,
formando perdedores. Os valores primordiais para o desenvolvimento de uma
criança acabam sendo esquecidos, contribuindo para um alto índice de insucessos
na carreira do atleta.
Singer (1977, p.19) afirma a existência de períodos maturacionais ideais onde
o indivíduo estará mais preparado, permitindo com que as vivências tragam maiores
e melhores benefícios. A partir disso, surge a noção de “prontidão esportiva”. Esta
noção nada mais é que o “equilíbrio entre o nível decrescimento, de
desenvolvimento e de maturação e o nível da demanda competitiva”. (MALINA,
1988, apud LEITE, 2007). O individuo não estará pronto para competir quando esta
demanda for maior que suas características individuais.
A prontidão competitiva inclui componentes físicos, fisiológicos, psicológicos
(emocionais e cognitivos) e sociais De Rose Jr, (2002).
Quando relacionamos a prática esportiva competitiva com os estágios do
desenvolvimento motor da criança percebemos que há uma prática esportiva
específica muito antes de se cumprir etapas importantes na solidificação do
desporto. É comum que crianças e jovens sejam colocados diante de situações
complexas que não estão de acordo com sua fase maturacional adequada (DE
ROSE JR, 2002).
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Silva (1995) ressalta que uma tentativa de antecipação do processo de
crescimento e desenvolvimento motor da criança trará danos de ordem neuro-
fisiológicas, anatômica, psicológica e pedagógica.
Algumas características do esporte de rendimento reproduzidas em
categorias de base de clubes profissionais e até não profissionais são notáveis.
Fatos como técnicos maltratando seus “atletas”, pais xingando árbitros, frases
absurdas ditas pela torcida são acontecimentos vistos com freqüência (KORSAKAS,
2002).
Técnicos de clubes são cobrados em relação à conquista de títulos pelos
dirigentes. O esporte para a criança é visto então como um trabalho e a infância
como um tempo de investimento. (SANTANA, 2004).
Santana (2004) afirma ainda que, o esporte para a criança deveria ser algo de
um clima propício a desenvolvimento e descontração, diferente da imagem que nos
transmite de suscetíveis confrontos e rivalidade.
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3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
3.1. Tipo de pesquisa
A pesquisa caracteriza-se como Causal Comparativa com análise
documental, haja vista que a coleta dos dados será baseada na análise dos boletins
escolares de alunos praticantes e não praticantes de Futsal.
3.2. População e amostra
A população escolhida a fazer parte da pesquisa será formada por alunos que
não praticam nenhum esporte ou atividade física com freqüência e, atletas jogadores
de futsal da equipe de treinamento do Colégio Vicentino São José, do bairro
Abranches, da cidade de Curitiba, da 7ª e 8ª série, sendo constituída a amostra por
20 alunos, nascidos nos anos de 1996 e ou 1997.
Para participar do estudo, o aluno atleta terá que estar regularmente
matriculado na instituição de ensino formal, além de estar integrado na equipe de
treinamento de futsal por um período mínimo de três meses. Para a amostra de
alunos não atletas, exigi-se a regularidade da matricula na instituição além de não
praticar nenhum esporte ou atividade física qualquer com freqüência.
3.3 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS
3.3.1. Desenho experimental
• Solicitar ao professor, a periodização completa dos treinamentos,
comparando-a com referências e ou fontes seguras.
• Será avaliado o rendimento escolar dos alunos dos dois grupos, atletas
e não atletas. O material a ser coletado, será solicitado à instituição de ensino.
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• Comentar o resultado das análises feitas.
3.4. COLETA DOS DADOS
Utilizou-se de uma amostra composta por 20 alunos todos eles regularmente
matriculados na mesma escola, nascidos entre 1996 e 1997, sendo 10 deles
praticantes e integrantes da equipe de futsal da escola e os outros 10 não
praticantes de nenhum esporte. Também, utilizou-se das declarações da
Coordenadora Disciplinar da escola responsável por estes alunos.
3.5. LIMITAÇÕES
• O cumprimento da periodização na base formadora dos atletas;
• Histórico de vida dos alunos;
• Prática de outras atividades físicas envolvendo os dois grupos.
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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para obtenção dos resultados, deu-se a importância no acompanhamento dos
treinos realizados e do planejamento das aulas do professor, este, confrontado com
autores que relatam suas especificidades na área do desenvolvimento da criança e
do adolescente; nas notas dos alunos que praticam o futsal comparando-as com os
alunos que não praticam nenhuma modalidade esportiva; nas declarações da
Coordenadora Disciplinar responsável. Por fim, a análise do desempenho de alunos
que praticam o futsal na escola e dos que não praticam nenhum esporte.
4.1. Treinamento
Foi avaliado o treinamento prescrito e realizado pelo professor. O
planejamento dos treinos é realizado pelo próprio professor responsável pela equipe.
É composto por atividades como: treinos de fundamentos, treinos táticos, treinos
técnicos, de finalização, marcação e o jogo propriamente dito. A equipe treina duas
vezes por semana, nas terças e quintas-feiras das 13h00min às 14h00min. Quando
perguntado ao professor responsável sobre a carga de treino, o mesmo respondeu
que devido ao fato de ser uma escola e ter propósitos além da formação de um
atleta, os treinos não são de alta intensidade. Para De Rose Jr. (2002, p.99), a
prática regular do treinamento físico desportivo, “provoca modificações no
desenvolvimento das funções orgânicas antes e durante a puberdade, podendo
favorecer ou prejudicar esse desenvolvimento.” No entanto, sabemos a importância
que um profissional de Educação Física tem, sendo ele o responsável por parte do
desenvolvimento da criança. Já referente ao trabalho físico se realizado ou não, o
mesmo respondeu que os treinos físicos são realizados uma vez a cada duas
semanas sendo de intensidade moderada. O professor ressalta ainda que estes
trabalhos físicos geralmente são adaptados à atividades de maior descontração para
não gerar saturação e ou desmotivação no treino.
Partimos, então, do princípio da adequação à idade, caracterizada segundo
Weineck (1999, p.36) pelo maior desempenho nas crianças e adolescentes. Para
ele, a criança ou o adolescente deve ser treinado dentro de suas possibilidades,
respeitando os seus limites. A criança passa por um período chamado sensitivo e se
este não respeitado, mais tarde ao contrário do momento bom em que se encontra,
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terá dificuldade em alcançar um alto patamar de treino, tendo que realizar muito
mais esforço do que o normal.
Certamente para alguns autores, a idéia de treinamento desportivo na escola
deve ser tratada de maneira diferente daquela rotina de treinamentos. Kunz (2000,
p.160) ressalta que esta aula extracurricular deveria ser um lugar onde as crianças
“teriam independência e autonomia para opinar e interferir na elaboração dos
treinos, mas sabe-se que isso não ocorre, pois muitas vezes eles visam competições
e os alunos são tratados como mini-atletas”.
4.2. Acompanhamento de notas
TABELA 1 – BOLETIM – NOTAS DOS ALUNOS ATLETAS PRATICANTES DE FUTSAL.
Art. Ciên. Ed.F. Geo. Hist. Port. Mat. E.R. Filo. Ing. O.P.T.
X1 81 72 100 68 61 70 61 80 78 60 73
X2 90 68 93 69 60 61 60 76 86 57 77
X3 100 82 97 83 93 85 85 79 90 70 86
X4 90 73 91 55 61 52 54 65 95 66 73
X5 93 61 64 65 66 69 80 66 86 78 68
X6 80 75 93 80 62 77 89 70 78 68 66
X7 60 66 93 55 68 68 61 72 81 65 43
X8 100 63 98 65 70 74 66 89 76 60 62
X9 60 71 86 78 68 71 66 83 79 60 61
X10 100 66 93 60 62 68 71 80 83 54 81
FONTE: Coordenação Disciplinar de 7ª e 8ª série da escola onde o estudo foi realizado.
Na tabela 1, pode observar-se o rendimento dos alunos da equipe de futsal ao
término do 1º bimestre. Sendo 6,0 pontos a média da escola, os dados mostram que
a maioria dos alunos obtém um bom desempenho escolar. As notas são cobradas
pelo professor para controle do compromisso firmado com a instituição. Dos dez
alunos integrantes da equipe de futsal na escola, quatro deles apresentaram notas
abaixo da média. Ao questionar a Coordenadora Disciplinar responsável, a mesma
constatou que as notas abaixo da média alcançadas por estes alunos não vêm de
uma má conduta e sim, pelo déficit de aprendizagem exclusivo em cada matéria.
Firmou ainda que esses alunos obtém dentro da instituição um bom comportamento,
não sendo um fator que possa a vir comprometer seus estudos. Quando também
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questionada devido ao fato da permanência desses alunos na equipe de futsal em
relação às notas baixas, a mesma concluiu que estes alunos têm um
acompanhamento pedagógico dando suporte necessário para uma melhora no
rendimento.
TABELA 2 - BOLETIM – NOTAS DOS ALUNOS QUE NÃO PRATICAM NENHUM ESPORTE.
Art. Ciên. Ed.F. Geo. Hist. Port. Mat. E.R. Filo. Ing. O.P.T.
Y1 40 62 52 61 55 64 28 79 82 56 74
Y2 45 57 83 64 54 42 63 69 71 50 58
Y3 55 56 90 71 60 47 57 66 66 54 64
Y4 100 66 98 66 67 57 59 80 75 53 66
Y5 100 56 81 55 55 55 52 82 83 61 42
Y6 66 58 95 64 57 64 52 72 80 50 64
Y7 100 57 65 55 62 51 58 62 76 54 60
Y8 83 61 93 60 54 55 61 58 75 63 52
Y9 83 40 92 73 42 57 50 53 43 41 65
Y10 90 54 76 55 69 60 57 75 75 57 52
FONTE: Coordenação Disciplinar de 7ª e 8ª série da escola onde o estudo foi realizado.
Na tabela 2, foi observado também o rendimento no 1º bimestre dos alunos
que não praticam nenhum esporte. Os dados mostram um desempenho muito
abaixo do esperado. Todos completam o boletim escolar com três ou mais notas
abaixo da média. Ao questionar a Coordenadora Disciplinar responsável, a mesma
relata que há um acompanhamento pedagógico mais complexo e extenso sendo
realizado. Ressalta ainda que a provável explicação para o mal desempenho destes
alunos é extraclasse, ou seja, um mau acompanhamento dos pais na vida escolar do
aluno. Fator este de extrema importância para o desenvolvimento da criança e do
adolescente. Quando comentado a hipótese destes alunos fazerem parte da equipe
de treinamento, a mesma concluiu que para isto acontecer, teria de haver
primeiramente o consentimento e a avaliação do professor responsável e em
seguida um interesse por parte do aluno. A proposta seria feita, mas desde então o
aluno teria que partir de um compromisso com esperança de resultado em longo
prazo.
24
4.3. Comparação das notas
Comparando as notas dos dois grupos de alunos, pode observar-se que há
uma diferença no rendimento escolar desses dois grupos. Os alunos que praticam o
futsal na escola e integrantes da equipe de treinamento mantiveram uma média boa
de notas, tendo exceções em relação aos alunos com déficit específico na
aprendizagem da matéria em questão. Isto pode ser explicado também devido ao
fato do controle e acompanhamento das notas desses alunos atletas pelo professor
responsável pela equipe. Já para os alunos do grupo que não praticam nenhum
esporte, observou-se um péssimo rendimento e desempenho de notas. Fator este
que pode também ser explicado pelo mal acompanhamento dos pais no rendimento
escolar de seus filhos.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para o presente estudo, através de pesquisas realizadas, conclui-se que o
esporte é fundamental no desenvolvimento da criança e do adolescente. No entanto,
devemos tomar cuidado para que não estejamos cometendo erros grotescos no
nosso dia-dia. Devemos estar atentos e não confundir a iniciação esportiva com o
trabalho de especialização precoce, trabalho este que pode vir a causar futuramente
sérios danos no individuo. Devemos com toda certeza trabalhar a iniciação esportiva
não se limitando a aprendizagem de jogos e ou técnicas de modalidades mais sim,
lembrando sempre dos valores de um individuo na sociedade.
Comparando o rendimento escolar dos alunos estudados, conclui-se que os alunos
integrantes da equipe de futsal apresentaram um melhor desempenho em relação a
aqueles alunos que não praticam nenhuma modalidade esportiva ou esporte em
geral. Fator este que pode ser explicado devido à rigorosidade da disciplina aplicada
a esses alunos perante as suas notas e seu comportamento tanto dentro como fora
da escola. Vale lembrar a importância do acompanhamento familiar no dia-dia
escolar da criança.
Por fim, conclui-se que devemos incentivar a iniciação esportiva a todas as
crianças e adolescentes, respeitando seus limites e suas fases de desenvolvimento,
motivando-os e fazendo com que os mesmos tomem gosto pelo estudo, podendo
assim, se esperar um bom resultado na formação de um verdadeiro cidadão.
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