universidade vale do paraÍba instituto de … · mestre em bioengenharia, do programa de...

41
UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOENGENHARIA EMANUELLE PAIVA DE VASCONCELOS DANTAS AVALIAÇÃO IN VITRO DA ATIVIDADE LEISHMANICIDA DO ÓLEO ESSENCIAL DO CARYOCAR BRASILIENSE São José Dos Campos, SP 2015

Upload: truongkhanh

Post on 30-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

  

  

UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOENGENHARIA

EMANUELLE PAIVA DE VASCONCELOS DANTAS

AVALIAÇÃO IN VITRO DA ATIVIDADE LEISHMANICIDA DO ÓLEO ESSENCIAL DO CARYOCAR BRASILIENSE

São José Dos Campos, SP 2015

Page 2: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

  

  

EMANUELLE PAIVA DE VASCONCELOS DANTAS

AVALIAÇÃO IN VITRO DA ATIVIDADE LEISHMANICIDA DO ÓLEO ESSENCIAL DO CARYOCAR BRASILIENSE

Dissertação a ser apresentada ao programa de mestrado de Bioengenharia como complementação dos créditos necessários para obtenção do título de mestre em Engenharia Biomédica. Profª. Drª. Andreza Ribeiro Simioni Profª. Drª. Josane Mittmann

São José Dos Campos, SP 2015

Page 3: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

  

  

Autorizo exclusivamente para finsacadêmicos e científicos, a reprodução total ou

parcial desta dissertação, porprocessos fotocopiadores ou transmissão eletrônica,

desde que citada a fonte.

São José dos Campos, 26 de junho de 2015.

_______________________________________

Autor (a) da Obra

Data: 26/ 06/ 2015.

Page 4: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

  

  

EMANUELLE PAIVA DE VASCONCELOS DANTAS

AVALIAÇÃO IN VITRO DA ATIVIDADE LEISHMANICIDA DO ÓLEO ESSENCIAL

DO CARYOCAR BRASILIENSE

Dissertação de Mestrado aprovada como requisito parcial à obtenção do grau de

Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do

Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade do Vale do Paraíba, São

José dos Campos, SP, pela seguinte banca examinadora:

Profª. Drª. Andrea Santos Liu (IFSP) ______________________________

Profª. Drª. Fernanda Pupio Silva Lima (UNIVAP) ____________________

Profª. Drª. Andreza Ribeiro Simioni (UNIVAP) ______________________

.Drª.Josane Mittmann _________________________________________

Data da aprovação: 26 de junho de 2015.

Page 5: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

  

  

DEDICATÓRIA

.

As minhas filhas Letícia e Mayana que sempre estiveram ao meu lado. As professoras Josane Mittmann e Fernanda Puppio pela acolhida sincera, apoio e incentivo para a conclusão deste trabalho.

Page 6: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

  

  

AGRADECIMENTOS

A todos da minha família que me apoiaram nesta jornada em especial à

minha mãe Ester,a minha irmã Érika, tia Fátima e vovó Lourdinha.Obrigada pelo

apoio e incentivo.

Page 7: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

  

  

EPÍGRAFE

"Uma língua perfeita, em que cada ideia teria sua representação por um

termo próprio, evitaria muitas discussões, com uma palavra para cada coisa, todo o

mundo se entenderia."

Autor: Allan Kardec

Livro: Livro dos Espíritos (Introdução, p. 12).

Page 8: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

  

  

RESUMO A leishmaniose visceral é uma doença endêmica, causada no Brasil pela Leishmania chagasi. Seus tratamentos convencionais são extremamente tóxicos, com muitos efeitos colaterais e contraindicações. Com base nessa alta toxicidade, estudos de novas substâncias no tratamento da leishmaniose sãoimportantes. Os pesquisadores demonstraram que os extratos de água e etanol de folhas e mesocarpo de pequi (Caryocar brasiliense) têm atividade leishmanicida, eo óleo essencial possui propriedades que podem ser interessantes para o tratamento e cura da leishmaniose. O objetivo deste estudo foi o de verificar a ação do óleo essencial de Caryocar brasiliense (Pequi) na proliferação Leishimaniose Tegumentar. Para ostestes, 1x106 promastigotas de L. chagasi MHOM / BR / 1974 / PP75, foram incubadas durante 72 horas em Meio LIT contendo concentrações de 1000, 500, 250, 125, 62,5 e 31,25 ug / ml do óleo essencial de pequi. Os efeitos do óleo essencial sobre os promastigotas em diferentes concentrações foram analisados por microscopia óptica e microscopia eletrônica de varredura, onde foi possível observaralterações na membrana, alterações nucleares e o tamanho e a morfologia do parasita tiveram redução crescente. Estes resultados sugerem que o óleo essencial pequi é eficaz contra Leishmania chagasi. Palavras-Chave: Leishmaniose, leishmania, promastigotes, óleo, pequi.

Page 9: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

  

  

ABSTRACT

Visceral leishmaniasis is an endemic disease caused by Leishmania in Brazil chagasi. Yours conventional treatments are extremely toxic, with many side effects and contraindications. Based on this high toxicity of new substances studies in the treatment of leishmaniasis are important. The researchers demonstrated that the water and ethanol extracts of leaves and mesocarppequi (Caryocar Brasilia) have leishmanicidal activity, and the essential oil has properties that may be of interest for the treatment and cure of leishmaniose. The aim of this study was to verify the action of the essential oil Caryocar Brasilia (Pequi) Cutaneous leishmaniasis in the proliferation. For the test, 1x106 promastigotes of L. chagasi MHOM / BR / 1974 / PP75, were incubated for 72 hours in LIT containing concentrations of 1000, 500, 250, 125, 62.5 and 31.25 ug / ml essential oil of pequi. The effects of essential oil on the promastigotes in different was analyzing concentrations by light microscopy and scanning electron microscopy, it was possible to see modifications membrane, nuclear changes and the size and morphology of the parasite had reduction forward. These results suggest that the essential oil Pequi is effective against Leishmaniachagasi.

Keywords: Leishmaniasis, leishmania, promastigotes, oil, pequi.

Page 10: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

  

  

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Formas de desenvolvimento de Leishmania A: promastigota, B: amastigota

- Corpos multivesiculares (MVBs) e Retículo endoplasmático (RE) .......................... 12

Figura 2: Ciclo biológico da Leishimania SP ............................................................. 13

Figura 3: Indivíduos com leishmaniose visceral ...................................................... 14

Figura 4: Imagens de lesões cutâneas ..................................................................... 15

Figura 5: Mapa representativo do número absoluto de casos de leishmaniose

cutânea no Brasil em 2007 ........................................................................................ 18

Figura6: Distribuição dos casos e óbitos de leishmaniose visceral americana por

município de residência, Brasil, 2006 ........................................................................ 19

Figura 7: Sobrevivência de promastigotas em cultivo, incubados com diferentes

concentrações de óleo de pequi. ............................................................................... 25

Figura8: Análise cronológica das alterações sofridas por promastigotas de L.

chagasi incubadas com concentrações crescentes do óleo essencial de pequi. ......

.................................................................................................................................. 26

Figura9:Fotomicrografias de microscopia eletrônica de varredura L. chagasino

primeiro e quarto dia de incubação nas diversas concentrações de óleo essencial de

pequi ......................................................................................................................... 26

Figura 10: Análise das alterações sofridas,granulações,ao longo da membrana do

parasita L. chagasi incubadas com concentrações do óleo essencial de pequi. .......

.................................................................................................................................. 27

Page 11: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

  

  

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................... 12

2 OBJETIVOS ........................................................................... 28

2.1. Objetivo Geral ....................................................................... 28

2.2. Objetivos Específicos ............................................................ 28

3 METODOLOGIA .................................................................... 29

3.1. Método da Pesquisa ............................................................. 29

3.2. Extração do Óleo .................................................................. 29

3.3. Atividade leishmanicida in vitro ............................................. 29

3.4. Análise estatística in vitro ..................................................... 30

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................. 31

5 DISCUSSÃO .......................................................................... 33

6 CONCLUSÃO ........................................................................ 35

7 REFERÊNCIAS ..................................................................... 36

Page 12: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

12  

  

1 INTRODUÇÃO

As leishmanioses são doenças zoonóticas de transmissão vetorial, a

Organização Mundial de Saúde (OMS) as considera como um importante problema

de saúde pública mundial. Elas representam um complexo de doenças com

importante espectro clínico e diversidade epidemiológica. Estima se que 350 milhões

de pessoas estejam expostas ao risco com registro aproximado de dois milhões de

novos casos das diferentes formas clínicas. Atualmente, a doença afeta 88 países

estimando-se uma prevalência de 14 milhões casos e 59 mil óbitos, número este

que, no caso de doenças parasitárias, só é superado pelas mortes causadas por

malária.

C. brasiliensis Camb. é um membro da família Caryocaraceae que ocorre na

América do Sul e Central. No Brasil essa espécie é nativa do Cerrado e é

encontrada nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins,

Minas Gerais e Bahia (SEPTÍMIO, 1994). Essa planta produz um fruto conhecido

pelo nome indígeno: piqui ou pequi, que significa coberto por espinhos (ARAÚJO F.,

1995). C. brasiliensis floresce em período chuvoso (agosto a novembro),

predominando em setembro, e sua frutificação ocorre normalmente de novembro a

fevereiro (ALMEIDA et al., 1998). Além do grande uso na culinária regional esta

planta é amplamente empregada na medicina popular.

1.1 Leishimaniose

As leishimanioses são doenças infecciosas causadas por protozoários do

gênero Leishmania, pertencente à família do Trypanosomatidaesendo transmitida

pela picada da fêmea do mosquito da subfamília Phlebotominae durante o repasto

sanguíneo. Esse parasita apresenta duas formas principais: uma flagelada outra

promastigota encontrada no tubo digestivo do inseto vetor e em alguns meios de

cultura artificiais e outra aflagelada ou amastigota como é vista nos tecidos dos

hospedeiros vertebrados (homem e outros animais superiores) (BRASIL, 2007). As

formas amastigotas da Leishimania são encontradas parasitando células do sistema

mononuclear fagocitário do hospedeiro vertebrado, principalmente, macrófagos.

Apesar da atividadelítica dos vacúolos formados, elas sobrevivem e se multiplicam

Page 13: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

13  

  

nessa célula, que é especializada na destruição de agentes estranhos (NEVES,

2005).

Figura 1: Formas de desenvolvimento de Leishmania. A: promastigota B: amastigota – Corposmultivesiculares (MVBs) e Retículo endoplasmático (RE).

 

Page 14: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

14  

  

Figura 2: Ciclo biológico da Leishimaniaspp.

Fonte: Adaptado de Centers for Disease Control and Prevention (2015).

Em 1998, a Organização Mundial de saúde, estimava que a prevalência das

Leishimanioses no mundo, era da ordem de 12 milhões de casos com incidência

anual de 2 milhões (1,5 milhões de forma cutânea e 500 mil casos de calazar)

(BRASIL, 2007).

Tendo com critério a espécie do parasito causador da infecção, a

manifestação clínica é diferente. Sendo assim, podem ser separadas em quatro

grupos:

- leishimaníase cutânea: produz exclusivamente lesões cutâneas, ulcerosas

ou não, porém limitadas;

- leishimaníase muco cutânea ou cutâneo mucosa: formas que se complicam

frequentemente com o aparecimento de lesões destrutivas nas mucosas do nariz,

boca e faringe;

-leishimaníase cutânea difusa: formas disseminadas cutâneas que se

apresentam em indivíduos alérgicos ou, tardiamente, em pacientes que haviam sido

tratados de calazar;

Page 15: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

15  

  

- leishimaníase visceral ou calazar: os parasitos apresentam acentuados

tropismos pelo baço, fígado, medula óssea e dos tecidos linfoides.

A leishimaníase cutânea é uma manifestação relativamente benigna enquanto

a mucocutânea chega a causar lesões mutilantes na face. Já o tipo visceral, é uma

doença de alta mortalidade quando não tratada adequadamente (REY, 2008).

Figura 3: Indivíduos com leishmaniose visceral.

Page 16: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

16  

  

Segundo a organização mundial de saúde, a leishmaniose visceral está entre

as seis doenças mais importantes do mundo (ALVAR, 2012) por causar alta

morbidade, além de ser uma doença endêmica capaz de produzir surtos epidêmicos

graves.As Leishimanias são doenças zoonóticas que afetam animais domésticos e

selvagens assim como ao homem (REY, 2002).

Alguns dos hospedeiros naturais que servem de reservatórios para o gênero

Leishimania estão os ratos selvagens, bicho preguiça, tamanduá, tatu, raposas,

marsupiais (gambás), cães e equinos (SUCEN, 2009). No Brasil, cães e raposas são

considerados os reservatórios mais importantes, pois apresentam um intenso

parasitismo cutâneo, permitindo assim, uma fácil infecção pelo inseto e desta

maneira, também são considerados os mais importantes elos na manutenção no

ciclo de transmissão da doença (SUCEN, 2009).

A Leishimaniose ocorre de forma endêmica em 88 países do velho mundo

(África Europa e Ásia) como no novo mundo (Américas), afetando cerca de dois

milhões de pessoas ao ano (FIOCRUZ, 2009). Estima-se que 350 milhões de

pessoas estejam expostas ao risco com registro aproximado de dois milhões de

novos casos das diferentes formas clinicas ao ano. Ela manifesta-se clinicamente

com febre irregular,esplenomegalia,anemia e, em sua fase terminal, quando não

tratada,caquexia (perca de peso e massa corpórea e enfraquecimento) e elevada

taxa de mortalidade (PAULAN, 2013; REY,2008).

As diferentes espécies de Leishimania produzem diferentes tipos de lesões

nos seres humanos, produzindo manifestações cutâneas nas mucosas e vísceras

(ROBBINS et.al., 2000) variando de lesões auto resolutivas às lesões desfigurantes

(ROCHA et al., 2002).

Figura 4: Imagens de lesões cutâneas.

Page 17: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

17  

  

A leishimaniose vísceral, também conhecida por “calazar” refere-se a uma

doença crônica grave e de alta letalidade. Os principais sintomas que caracterizam

essa doença são: hepatoesplenomegalia, anemia e manifestações hemorrágicas

(NEVES, 2005).

Ela era, primariamente, uma zoonose caracterizada como doença de caráter

eminentemente rural. Mais recentemente, vem se expandindo para áreas urbanas

de médioe grande portes e se tornou crescente problema de saúde pública no país e

em outras áreas do continente americano, sendo uma endemia em franca expansão

geográfica (BRASIL MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).

No Brasil, duas espécies, até o momento, estão relacionadas com a

transmissão da doença,Lutzomyialongipalpise Lutzomyiacruzi. A primeira é

considerada a principal espécie transmissora da Leishmania (Leishmania chagasi),

mas a L. cruzitambém foi incriminada como vetora em uma área específica do

estado do Mato Grosso do Sul (BRASIL MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).

Trata-se de uma doença endêmica. Distribui-se em 17 dentre 27 estados

brasileiros, com maior incidência na região nordeste registrando 92% dos casos,

seguido pela região sudeste com 4%, norte 3% e finalmente centro oeste com 1%

dos casos. Tem-se registrado uma taxa de letalidade de 10% em alguns locais

(ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DE SÁUDE, 2009).

Page 18: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

18  

  

Figura 5: Mapa representativo do número absoluto de casos de leishmaniose cutânea no Brasil em 2007.

Fonte: Alvar (2012).

Page 19: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

19  

  

Figura 6: Distribuição dos casos e óbitos de leishmaniose visceral americana por município de residência, Brasil, 2006.

Fonte: Alves (2009).

A ocorrência da doença em uma área específica depende basicamente do

vetor susceptível e de um hospedeiro/reservatório,igualmente suscetíveis

(CONTIJO; MELO, 2004) sendo que a virulência do parasita pode variar entre

protozoários de uma mesma espécie levando a geração de processos clínicos de

mesmo hospedeiros ou hospedeiros distintos (GRIMMALDI JUNIOR, 1993).

O agente etiológico da leishmaniose visceral no Brasil é a Leishmania chagasi

um parasita protozoário pertencente à família Trypanosomatidae, encontrado em

países do continente Americano (SILVEIRA; CORBETT, 2010).

Page 20: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

20  

  

Os protozoários do gênero leishimania tem – se mostrado oportunistas em

pessoas imunossuprimidas como, por exemplo, pacientes com o vírus HIV. Esse tipo

de infecção (HIV/LEISHIMANIA) tem sido cada vez mais frequente, acentuando a

importância clínica e epidemiológica da Leishimaniose (SILVA et al, 2002).

A leishmaniose tegumentar tem ampla distribuição mundial e no Continente

Americano, existem registros de casos desde o extremo sul dos Estados Unidos até

o norte da Argentina,com exceção do Chile e Uruguai. O período de incubação da

doença no ser humano é, em média, de dois a três meses, podendo variar de duas

semanas a dois anos.

A leishmaniose cutânea (LC) representa a manifestação clínica mais

frequente. Inicia-se com um único nódulo cutâneo que continua a se expandir até

que o corpo todo é coberto por lesões nodulares (ROBBINS, et al., 2000). Nela, as

lesões são exclusivamente cutâneas e tendem a cicatrização. Mais frequentemente,

são únicas ou em pequeno número. Em casos mais raros, as lesões podem ser

numerosas, caracterizando a forma denominada leishmaniose cutânea disseminada.

As lesões apresentam aspectos variados e a infecção secundaria bacteriana altera

este aspecto tornando-as mais inflamadas, dolorosas e purulentas (BRASIL, 2007).

A leishimaniose mucocutânea é uma das formas de LTA, também recebe os

nomes de “espúndia”, “úlcera de Bauru” e “ferida brava”, onde é caracterizada pelas

lesões cutâneas de vários tipos e lesões destrutivas nas regiões nasais e

bucofaríngea (REY, 2002).

A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é uma doença causada por

protozoários do gênero Leishmania, transmitida ao homem pela picada de mosquitos

flebotomíneos (Ordem Diptera; Família Psychodidae; Sub-Família Phlebotominae).

No Brasil existem atualmente 6 espécies de Leishmania responsáveis pela doença

humana, e mais de 200 espécies de flebotomíneos implicados em sua transmissão.

Trata-se de uma doença que acompanha o homem desde tempos remotos e que

tem apresentado, nos últimos 20 anos, um aumento do número de casos e

ampliação de sua ocorrência geográfica, sendo encontrada atualmente em todos os

estados brasileiros, sob diferentesperfis epidemiológicos. É considerada um

problema de saúde pública em 88 países (distribuídos das Américas, África, Europa

e Ásia). No Brasil é considerada uma das afecções dermatológicas que merece mais

atenção devido ao alto risco de decorrência de deformidades e impacto social e

Page 21: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

21  

  

econômico que acompanham o desenvolvimento da doença. Afeta em 90% dos

casos crianças maiores de 10 anos e indivíduos do sexo masculino representam

60% dos casos (BRASIL, 2007).

Na década de 50 houve uma diminuição geral da ocorrência de casos de LTA,

porém, nos últimos anos, vem apresentando franco crescimento, observando-se

surtos epidêmicos por todo país relacionadas principalmente ao processo predatório

de colonização. Na década de 80, foi assinalada em 20 estados, no entanto foi

observada sua expansão geográfica, quando em 2003 foi confirmada a presença em

todos os estados brasileiros. No período de 1985 a 1999 foram registrados no país

388.155 casos. A região sudeste apresentou uma queda gradativa no período de

1994/97, entretanto em 1998 houve um acréscimo de 27% em relação ao ano

anterior (SÃO PAULO, 2006).

Essa expansão de casos de LTA se deve principalmente às modificações

feitas pelo homem nos ecossistemas, pela urbanização não planejada,resultando na

invasão do habitat natural dos insetos vetores da Leishimaniose (NUNES et. al.,

2006).

Em estados brasileiros, a natureza leishmaniótica das lesões cutâneas e

nasofaríngeas só foi confirmada, pela primeira vez, em 1909, por Lindenberg, que

encontrou formas de Leishmania idênticas à Leishmania tropica como as descritas

por WRIGHT em 1903, da leishmaniose do Velho Mundo, em lesões cutâneas de

indivíduos que trabalhavam nas matas do interior do Estado de São Paulo

(CAMARGO; BARCINSKI, 2003).

A LTA é uma doença não contagiosa, de evolução crônica, que acomete as

estruturas da pele e cartilaginosas da nasofaringe, de forma localizada ou difusa,

causada por várias espécies de protozoários digenéticos da ordem

Kinetoplastida.Causam primariamente infecções de caráter zoonótico, acometendo o

homem e seus animais domesticados de maneira secundária(CAMARGO;

BARCINSKI, 2003).

Page 22: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

22  

  

O tratamento pode ser realizado com antimoniato de meglumina,

estibogluconato de sódio, pentamidina, anfotericina B e alopurinol (REY, 2002),

porém estes tratamentos convencionais são extremamente tóxicos, com vários

efeitos colaterais, dentre eles artralgia, mialgia, inapetência, vômito, plenitude

gástrica, febre alta, fraqueza, cefaleia, tontura, palpitação, insônia insuficiência renal

aguda, além de ser contraindicado no caso de gestantes, portadores de cardiopatias

e nefropatias (SECRETRIA MUNICIPAL DE SÁUDE DE BELO HORIZONTE, 2012).

As espécies vegetais têm contribuído ao longo da História para o tratamento

das mais diversas enfermidades humanas, através de extratos e óleos fixos e

essenciais (NASCIMENTO et al., 2007). Os medicamentos tradicionais que tem

porbase produtos vegetais integrais ou extratos,vêm ganhando importância

mundialmente, tornando-se produtos comerciais de grande valor tanto em países

desenvolvidos como em desenvolvimento. Eles contemplam o emprego das mais

variadas partes do vegetal entre elas raízes, rizomas, frutas, sementes, flores,

folhas, caule, casca ou até mesmo a planta inteira (AVULA et al., 2010).

1.2 Pequi

As observações populares sobre o uso e a eficácia de plantas medicinais

contribuem de forma relevante para a divulgação das virtudes terapêuticas dos

vegetais, prescritos com frequência, pelos efeitos medicinais que produzem, apesar

de não terem seus constituintes químicos conhecidos. Dessa forma, usuários de

todo o mundo, mantém em voga a prática do consumo de fitoterápicos, tornando

válidas informações terapêuticas que foram sendo acumuladas durante séculos

(MACIEL et al., 2002).

Óleos essenciais são produtos metabólicos voláteis presentes em diversos

órgãos vegetais onde estes estão associados a várias funções necessárias à

sobrevivência do mesmo, exercendo papel fundamental na defesa contra

microrganismos e na atração de polinizadores (LIMA et al., 2006). Ainda, tem sido

estabelecido cientificamente que cerca de 60% dos óleos essenciais possuem

propriedades antifúngicas e 35% exibem propriedades antibacterianas e muitos

possuem atividade anti-inflamatória (LIMA et al., 2006; OLIVEIRA et al., 2009).

Page 23: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

23  

  

Estudos de novas substâncias para tratar a leishmaniose são importantes

devido aos fatores de toxicidade já citados. Dentre as novas substâncias várias

pesquisas têm sido realizadas com óleos essenciais. Esses óleos são extraídos de

diversas espécies vegetais, a partir das suas folhas, frutos, caule, raízes, e possuem

intensa propriedade de reproduzir o odor e o sabor da fonte vegetal utilizada

(BELTRAME et al., 2010).Os óleos essenciais constituem, de uma maneira geral,

uma mistura muito complexa de hidrocarbonetos, alcoóis e aromáticos, encontrados

em todo tecido vivo de plantas, em geral estão concentrados na casca, nas flores,

nas folhas, nos rizomas e nas sementes (ARAÚJO J., 1995).Entre tais óleos

estudados destaca-se o óleo essencial de pequi (Caryocar brasiliense).

Na composição do óleo de pequi verifica-se a presença da vitamina A e de

diversos ácidos graxos como o palmítico, oléico,mirístico, palmitoléico, esteárico,

linoléico e linolênico(CRODA DO BRASIL, 2002; FACIOLI, GONÇALVES, 1998). A

presença destes ácidos graxos na pele é fundamental para manutenção da

hidratação cutânea,da barreira cutânea e do manto hidrolipídico (RIEGER, 1987).

O pequi é muito utilizado na alimentação regional pelo seu alto teor de

vitaminas, e seu óleo extraído é aplicado na indústria de cosméticos e também para

fins terapêuticos contra doenças pulmonares, apresenta atividade contra o

Biomphalariaglabrata,atividade antifúngica e seu álcool extraído apresentaram

resultados significativos em experimentos com Trypanossoma cruzi (HERZOG-

SOARES, 2010).Trabalhos como o de Batista et al. (2010) temmostrado que o óleo

essencial do pequi possui atividade cicatrizante, podendo possuir outras

propriedades que podem ser interessantes para o tratamento da leishmaniose.

O piquizeiro é uma árvore pertencente a família Caryocaraceae,que possui

dois gêneros: Caryocarcamb eAnthodiscus g. mey.O gêneroCaryocarpossui

dezenove espécies,das quais oito são encontradas no Brasil,são elas: C.

nuciferum,C. glabrumPres,C.glabrumvar. edule, C. brasiliense Cambess,C. villosum

var. planifolium,C. barbinerve,C. cuneatum e C. crenatum (SANO; ALMEIDA, 1999).

Diversas espécies do gênero Caryocar são conhecidas popularmente pelos

nomes de pequi e outros derivados como, piqui, piquiá e piquivinagreiro, diversidade

explicada pelo fato de o Brasil ser o centro de dispersão desse gênero. Por esse

Page 24: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

24  

  

motivo, ocorrem espécies em todas as regiões do País (PEIXOTO, 1973;

GIACOMETTI, 1993; ALMEIDA et al., 1998), do Amazonas a São Paulo, incluindo

Pará, Maranhão, Piauí, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Ceará,

Minas Gerais, Rio de Janeiro e Tocantins (PEIXOTO, 1973; ALMEIDA; SILVA,

1994).

Por essa razão, tem sido considerada, por alguns, como árvore símbolo do

Cerrado (HERINGER, 1962; MACEDO, 2005). Algumas espécies, também, são

encontradas nas savanas (tipo de vegetação semelhante ao Cerrado brasileiro, da

Costa Rica ao Paraguai (FRANCO; UMMUS; LUZ, 2004).

O pequizeiro é uma planta perene, que pode ser classificada como frutífera ou

oleaginosa em razão das suas características e formas de utilização. A principal

utilização do fruto é no consumo direto do caroço em forma de pequizada, em

cozidos de carne de gado e de frango, no feijão, no arroz, e no conhecido baião de

dois (feijão com arroz). É um produto indispensável na alimentação das populações

que vivem ao redor das áreas de ocorrência das espécies, que fornece parte dos

aportes energéticos e nutricionais necessários, principalmente para as famílias

carentes, no período da safra. Como oleaginosa, da polpa do fruto é extraído um

óleo que, além de utilizado na culinária, é empregado na indústria cosmética, na

produção de sabão, e como produto medicinal, no combate à bronquite, gripes e

resfriados, dentre outros. Como fármaco, o suporte de informações é empírico,

porém é certo que a polpa do fruto tem alto teor de provitamina A, com média em

torno de 200.000 UI (PEIXOTO, 1973). Sua madeira, de cor castanho-amarelada,

também tem sido empregada para usos diversos, tais como berço de moendas,

calços de bate-estacas e aplicações semelhantes, moirões, construções civis e

navais, em virtude de ser resistente, com densidade em torno de 0,803 g/cm3

(OLIVEIRA et al.,2008).

As espécies conhecidas como pequizeiro, e nomes derivados, pertencem à

família Caryocaraceae, da ordem Theales (Rizobolácea),composta de 25 espécies

reunidas em dois gêneros,Caryocare Anthodiscus.O gênero Caryocar, segundo

Franco et al.(2004 ) possui 16 espécies,das quais, 12 são encontradas no território

brasileiro. Essa informação difere da obtida por Oliveira (1988) que relata que são 19

espécies,das quais apenas oito de ocorrência no Brasil. Giacometti (1993), sem

determinar o número, localizou as espécies de Caryocarem sete dos dez centros de

Page 25: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

25  

  

origem das frutíferas brasileiras,a seguir: Centro Alto Noroeste/Rio Negro, com

algumas espécies de piquiá (Caryocarspp); Centro Roraima/Manaus (quatro

espécies de Caryocar); Centro Sudoeste Acre/Rondônia,com o C. villosum; Centro

Nordeste/Caatinga com C. coriaceum; Centro Brasil Central/Cerrado com pequi

Caryocarspp; Centro Mata Atlântica, setor B; com piqui-vinagreiro (C. edulis); e

Centro Brasil/Paraguai, com C. brasiliense (OLIVEIRA et al.,2008).

A busca por fitoterápicos como alternativa aos quimioterápicos para

tratamento de diversas enfermidades, tem levado à identificação de diversas

espécies nativas com potencial de produção de substâncias de interesse

farmacológico. Entre essas, C. brasiliense tem apresentado propriedades

terapêuticas no tratamento de diversas enfermidades, como micoses, em virtude dos

efeitos colaterais dos antifúngicos convencionais, e redução dos efeitos adversos da

quimioterapia (PASSOS et al., 2002).

À planta e aos seus frutos são atribuídas diversas propriedades

medicinais,como a atividade antifúngica encontrada na folha,no óleo essencial da

semente, além da ação dos óleos fixos da amêndoa e da semente de C. brasiliense

sobre diversos microrganismos (Cryptococcus eofarmansvar.neoformans e

Cryptococcus neoformans var.gatti) (PASSOS et al., 2002).

Caryocar brasiliensis possui alto conteúdo de fenóis totais e atividade de

varredura contra radicais estáveis, (ROESLER et al.,2008). O óleo extraído da polpa

e da amêndoa do pequi é utilizado na medicina popular como anti-inflamatório, no

tratamento de gripes, bronquites e infecções bronco-pulmonares. Refere-se também

ao emprego externo do óleo em curativos de pequenos ferimentos e, na forma de

compressas e massagens, nos casos de dores musculares e reumáticas,contusões

e em massagens fitoterápicas (SILVA; MEDEIROS FILHO, 2006).

O valor terapêutico atribuído ao pequizeiro vem sendo pesquisado em ampla

variedade de experimentos científicos atestando sua real eficácia. Extrato da cera

epicular extraído das folhas do pequizeiro demonstraram atividade antifúngica, por

inibir o crescimento de Cryptococcus neoformans (PASSOS et al., 2002), além de

apresentarem atividade mulicida por combater o hospedeiro intermediário causador

da esquistossomose (ROMANCINI; AQUINO, 2007), efeito leishmanicida na inibição

à proliferação da forma promastigota da Leishmania amazonensise atividade

antimicrobiana por inibir o crescimento de enterobactérias (PAULA-JÚNIOR et al.,

Page 26: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

26  

  

2006). O extrato da casca do pequizeiro demonstrou interferência sobre a curva de

parasitemiado Trypanosomacruzi, reduzindo o número de parasitos no sangue

(HERZOG-SOARES et al., 2002). No óleo extraído da polpa foram encontrados

antioxidantes naturais que diminuíram o estresse oxidativo e, consequentemente,

promoveu proteção contra danos ao DNA (MIRANDA-VILELA; RESCK; GRISOLIA,

2008).

Levando em consideração as características das lesões cutâneas

apresentadas em indivíduos acometidos por leishimania, e considerando os efeitos

biológicos dos óleos essenciais, o presente trabalho propõe um estudo do efeito do

óleo essencial do Pequi sobre a proliferação de Leishmania braziliensisum dos

agentes etiológicos da Leishmaniose tegumentar em modelo in vitro.

Page 27: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

27  

  

2 OBJETIVOS

 

2.1 Objetivo Geral

 

Verificar a ação do óleo essencial de Caryocar brasiliense (Pequi) na

proliferação Leishimaniose Tegumentar. Um estudo in vitro.

2.2 Objetivo Específico

 

Avaliar o efeito do óleo essencial de Caryocar brasiliense (Pequi) da fração

insaponificável e da fração saponificável sobre a proliferação de promastigotas de L.

braziliensis.

Page 28: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

28  

  

3 METODOLOGIA

3.1 Método da Pesquisa

A espécie utilizada no estudo foi a Leishmaniachagasi MHOM/BR/1974/PP75,

cultivada com o meio de cultura LIT (LiverInfusionTriptose) complementado com soro

fetal bovino (Cultilab) a 10%, 1% de Penicilina/Streptomicina (Cultilab) e 2,5 µM/ml

de hemina. As amostras foram mantidas em estufas de crescimento a 28°C e

repicadas a cada sete dias para manutenção de cultura.

3.2 Extração do Óleo

O óleo essencial de pequi foi obtido através do processo de hidrodestilação e

foi utilizada a fração hexano nos experimentos.

3.3 Atividade Leishimanicida in vitro

Para os ensaios, 1x106 de promastigotas foram incubados em

duplicatas em placa de Petri de 24 poços contendo meio LIT com 31.25, 62.5, 125,

250, 500 e 1000µg/ml de óleo essencial de pequi e duplicatas de controle de

parasitas sem tratamento e controle de parasitas tratados com Anfotericina B na

concentração de 100µM/mL. As culturas foram mantidas por cinco dias. Foram

realizados três ensaios independentes. Para avaliar as alterações morfológicas do

parasita ao longo dos dias de cultivo, foram coletados 10 µL da amostra diariamente

para realização de esfregaço em lâmina de vidro para a microscopia óptica. Após a

secagem, as lâminas foram coradas com coloração de May-Grünwald por quatro

minutos seguindo de corante Giemsa por vinte minutos. Após a secagem as lâminas

foram observadas em microscópio óptico Leica 2500 e fotografada em objetiva de

100x.

Para a análise por microscopia eletrônica de varredura as células obtidas a

partir do mesmo processo de incubação com óleo essencial de pequi foram aderidas

em lamínulas circulares tratadas previamente com poli-L-lisina e colocadas em placa

de Elisa de 24 poços. Após aderidas, foram fixadas em solução de cacodilato de

Page 29: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

29  

  

sódio 0,1M, 2,5% de glutaraldeido, 4% de paraformaldeido e cloreto de cálcio 2mM.

Depois de fixadas, as amostras foram lavadas com tampão cacodilato de sódio 0,1M

pH 7,4 por 3x com duração de 15 minutos e em seguida pósfixadas em solução

aquosa de tetróxido de ósmio a 1% por 60 minutos. Após a fixação lavou-se

novamente com tampão cacodilato de sódio 0,1M pH 7,4 foram desidratados por

concentrações crescentes de etanol (70%-100%), duas com etanol 100% absoluto e

a uma com etanol 100% super seco, todas com duração de 15 minutos cada. As

amostras foram secas com HMDS (hexametildisilazane) a 60 °C. As lamínulas foram

montadas em suportes e metalizadas com filme de 20nm de ouro (K550X,Emi-Tech)

e analisadas ao microscópio eletrônico de varredura (EVO MA10, Zeiss).

3.4 Análise Estatística in vitro

Para as análises estatísticas foi utilizado análise de variância (ANOVA)

utilizando o programa GraphPadPrism™

Page 30: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

30  

  

4 RESULTADOS

Os promastigotas cultivados em diferentes concentrações do óleo de pequi

cresceram menos ao longo do tempo quando comparados ao controle que não

recebeu nenhum tipo de tratamento. Não foram observadas diferenças nas primeiras

24 horas de cultivo (dia 1), estas diferenças estatisticamente significativas aparecem

apenas a partir do quarto dia de cultivo. Não foram observadas diferenças no

crescimento dos promastigotas entre as diferentes concentrações testadas.

Figura 7: Sobrevivência de promastigotas em cultivo, incubados com diferentes concentrações de óleo de pequi. Asteriscos representam diferenças significativas entre os tratamentos e o controle. *** p< 0,001 e * p<0,05.

 

A partir dos dados analisados por microscopia óptica, podem-se observar

nitidamente as alterações na forma do parasita que normalmente apresenta um

formato fusiforme e após o tratamento com o óleo essencial de pequi, apresentou

um formato mais arredondado ou oval.

Também são observadas granulações ao longo da membrana do parasita, o

que não é característico do gênero Leishmania. O núcleo apresenta deformações e

em algumas figuras como o terceiro e o quarto dia da concentração de 250µg/mL

Page 31: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

31  

  

são sugestivas de rompimento da membrana celular e nuclear, como mostra a figura

1, dias 2, 3 e 4. Observam-se também grânulos no interior do citoplasma, que

podem ser aumento dos grânulos de reserva ou indicar fragmentação do citoplasma

e do núcleo.

Figura 8: Análise cronológica das alterações sofridas por promastigotas de L. chagasi incubadas com concentrações crescentes do óleo essencial de pequi.

Não foram observadas alterações grosseiras na análise por microscopia

eletrônica de varredura, no que se refere a forma do parasita ou estrutura de

membrana, porém foi possível observar interferências na divisão celular, como é

possível observar no quarto dia da concentração de 1000µg/mL, além de algumas

formas promastigotas apresentarem rugosidades na membrana plasmática como no

primeiro dia da concentração de 250µg/mL observadas na figura 3.

Figura 9: Fotomicrografias de microscopia eletrônica de varredura L. chagasi noprimeiro e quarto dia de incubação nas diversas concentrações de óleo essencial depequi.

Page 32: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

32  

  

 

Análise das alterações sofridas, granulações, ao longo da membrana do

parasita L. chagasi incubadas com concentrações do óleo essencial de pequi.

Figura 10. Análise das alterações sofridas, granulações, ao longo damembrana do parasita L. chagasi incubadas com concentrações do óleoessencial de pequi.

Page 33: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

33  

  

5 DISCUSSÃO

Na medicina popular, os óleos de polpa de frutos e sementes de

Caryocarcoriaceumtêm sido utilizados como a cicatrização de feridas, anti-

inflamatória,para o tratamento de doenças do tracto respiratório, incluindotosse,

afecções brônquicas, asma (MATOS, 2007) e lesões gástricas induzidas

experimentalmente (LEITE et al, 2009; DA SILVA QUIRINO et al., 2009).Em 2007,

Matos também relata o uso do óleo em sua forma mais espessa usado me maneira

tópica sobre feridas expostas na pele onde observa-se a cura e sob forma de

massagens e compressas em doenças reumáticas e dores musculares.

Os óleos essenciais vêm sendo amplamente estudados pelas suas

propriedades terapêuticas podendo ser uma alternativa promissora no tratamento de

diversas doenças. Diversos óleos já tiveram bons resultados como o óleo essencial

de eucalipto sobre o protozoário tripanossomatídeo Herptomonas, que inibiu

significativamente o seu desenvolvimento e ainda mostrou ser efetivo contra o bacilo

Mycobacterium tuberculosis causador da tuberculose, e contra o vírus causador do

herpes (CASTRO, 2006).

Também foram constatadas alterações morfológicas em Leishmania

amazonensis quando submetidas ao tratamento utilizando óleo essencial de

Ocimumgratissimum, apresentando interferências na divisão celular, parasitas com

dois flagelos e alterações mitocondriais (GIL et al. 2008). Alterações morfológicas

observadas neste trabalho, tais como alterações nucleares, alterações no tamanho e

na forma do parasita sugerindo alterações em seus microtúbulos subpeliculares.

Paula-Júnior (2004) em experimentos com o extrato das folhas do pequizeiro

observou redução na viabilidade e alterações morfológicas em formas promastigotas

de Leishmania amazonensis Oliveira et al. (2009) demonstraram que o óleo

essencial de Cymbopogoncitratus, Lippiasidoides e Ocimumgratissimum afetaram o

crescimento e a ultra estrutura de promastigotas de L. chagasi, de forma semelhante

ao observado com o óleo de pequi, tais como aumento do volume da célula e

vacuolização, com acúmulo de gotas de lipídio no citoplasma. Neste

trabalhoporém,ao contrário do trabalho de Oliveira et al.(2009) a inibição do

crescimento não foi dose dependente, houve redução do crescimento em todas as

concentrações testadas.

Page 34: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

34  

  

Algumas espécies do gênero Caryocar foram submetidas a estudos

fitoquímicos e apresentaram, em sua composição, as seguintes classes de

metabólitos secundários: triterpenos, ácidos graxos, taninos, carotenoides,

saponinastriterpênicas, cumarinas, glicosídeos fenólicos, entre outros (ASCARI;

AKAHASHI; BOAVENTURA, 2013) sendo que Carvalho e Ferreira (2001) citam que

terpenóides e saponinas têm ação sobre formas promastigotasde L. amazonenses,

portanto é possível que substâncias pertencentes a estas classes sejam as

responsáveis pelos efeitos observados sobre as formas promastigotas de L chagasi

apresentadas neste estudo. Novos ensaios são necessários a fim de determinar a

citotoxicidade, dose letal, bem como experimentos para esclarecer ainda mais quais

são as alterações celulares e moleculares induzidas pelo óleo de pequi, como

ensaios com microscopia eletrônica de transmissão e de marcadores celulares de

morte celular programada.

Page 35: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

35  

  

6 CONCLUSÃO

Neste estudo foi demonstrado que o óleo essencial de pequi foi capaz de

reduzir o crescimento das formas promastigotas de L. chagasi, comprovando assim

o seu efeito sobre a redução na viabilidade do parasita.

As alterações observadas na microscopia óptica foram muito significativas

sendo sugestivas de ação sobre o núcleo do parasita e sua membrana plasmática e

citoesqueleto.

Com relação a análise por microscopia eletrônica de varredura não foi

possível observar alterações morfológicas significativas entre as concentrações

utilizadas neste estudo quando comparadas ao controle e apenas leves alterações

foram observadas e com isso torna-se necessários novos experimentos com

microscopia eletrônica de transmissão para estudar possíveis alterações com o

intuito de conhecer mais sobre a ação do óleo essencial sobre os parasitas.

Page 36: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

36  

  

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, S. P. et al. Cerrado: espécies vegetais úteis. Planaltina: EMBRAPA-CPAC, 1998. ALMEIDA, S. P.; SILVA, J. A. Piqui e buriti: importância alimentar para a população dos Cerrados. Planaltina: EMBRAPA-CPAC, 1994. 38 p. ALVAR, J. et al. Leishmaniasis Worldwide and Global Estimates of Its Incidence. PLoS ONE, v. 7, n.5, p. e35671. doi:10.1371/journal.pone.0035671. ALVES, Waneska Alexandra. Leishmaniose visceral americana: situação atual no Brasil. BEPA, v.6, n.71, nov. 2009. Disponível em: http://www.cve.saude.sp.gov.br/agencia/bepa71_lva.htm. Acesso em: Jan. 2015. ARAUJO, F. D. A review of caryocar brasiliense (caryocaraceae): an economically valuable species of the central brazilian cerrados. Economy Botany, v. 49, p. 40-48, 1995. ARAÚJO, J. M. A. Química de Alimentos: Teoria e Prática - Óleos Essenciais. Viçosa, MG: ed. UFV. 1995. AVULA, B. et al. Quantitative Determination of Multiple Elements in Botanicals and Dietary Supplements Using ICP-MS. J. Agric. Food Chem., v. 58, n. 16, p 8887–8894, 2010. BATISTA, J. S. et al. Avaliação da atividade cicatrizante do óleo de pequi (caryocarcoriaceumwittm) em feridas cutâneas produzidas experimentalmente em ratos. Arq. Inst. Biol., São Paulo, v.77, n.3, p.441-447, jul./set., 2010. Disponível em: <http://www.biologico.sp.gov.br/docs/arq/v77_3/batista.pdf>. Acesso em: jan. 2015. BELTRAME, J. M. et al. Estudo de obtenção de óleos essenciais e fatores de influência em sua composição. In: ENCONTRO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA (ENDICT), 2., 2010, Curitiba. Anais... Curitiba: UTFPR. 2010. BRASIL MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2006. (Série A. Normas e Manuais Técnicos). BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância. Epidemiológica. Manual de Vigilância da Leishmaniose Tegumentar Americana. 2. ed. Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2007. 182 p. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos). CAMARGO, Luis Marcelo Aranha; BARCINSKI, Marcello André. Leishmanioses, feridas bravas e kalazar. Cienc. Cult., São Paulo, v. 55, n. 1, Jan. 2003. Disponível em:

Page 37: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

37  

  

<http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252003000100023&lng=en&nrm=iso>.Acesso em: 7 dez. 2015. CARVALHO, P. B.; FERREIRA, E. I. Leishmaniasis phytotherapy. Nature's leadership against an ancient disease. Fitoterapia, v.72, n.6, p. 599-618, 2001. CASTRO, N.E.A. Caracterização fitoquimica de óleos essenciais de eucalipto e seu efeito sobre o protozoário tripanosomatídeo Herpetomonas samuelpessoai. 2006. Tese (doutorado em Agronomia) Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2006. CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. (CDC). Laboratory Identification of Parasitic Diseases of Public Health Concern. Leishmaniasis, 2015. Disponível em: <http://www.cdc.gov/dpdx/leishmaniasis/index.html>. Acesso em: Jan. 2015. CRODA DO BRASIL. Crodamazon Pequi. Campinas: Croda, 2002. 2p. [Catálogo] DA SILVA QUIRINO, G. et al. Healing potential of pequi (Caryocar coriaceum Wittm.) fruit pulp oil. Phytochemistry Letters, v.2, p.179-183, 2009. FACIOLI, N.L.; GONÇALVES, L.A.G. Modificação por via enzimática da composição triglicerídica do óleo de pequi (Caryocar brasiliense Camb). Quím. Nova, v.21, n.1, p.16-19, 1998. FIOCRUZ – PORTAL FIOCRUZ. Disponível em: http://www.fiocruz.com.br. Último acesso em: 20 mar 2009. FRANCO, L. M. L.; UMMUS, M. E.; LUZ, R. A. A distribuição do pequi (Caryocar brasiliense) na estação ecológica de Itirapina, SP. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEÓGRAFOS, 6, 2004, Goiânia. Caderno de resumos... Goiânia: AGB, 2004. p. 253. GIACOMETTI, D. C. Recursos genéticos de fruteiras nativas do Brasil. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE RECURSOS GENÉTICOS DE FRUTEIRAS NATIVAS, 1992, Cruz das Almas. Anais... Cruz das Almas: EMBRAPA-CNPMF, 1993. p.13-27. GIL, E.S. et al. Produtos naturais com potencial leishmanicida. Rev. Ciênc. Farm. Básica Apl., v. 29, n.3, p. 223-230, 2008. GONTIJO, C.M.F.; MELO, M. N. Leishimaia Visceral no Brasil. Rev. bras. epidemiol., São Paulo, v. 7, n. 3, p. 338-349, set. 2004. GRIMMALDI JÚNIOR, G.; THESH, R. B. Leishimaniasis of the new word: Currente concepts and implications for future researche. Clinical Microbiological Reviews, v.6, n.3, p 230-250, Jul. 1993. HERINGER, E. P. Pequizeiro (Caryocar brasiliense Cambess). In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BOTÂNICA DO BRASIL, 11., 1960, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: Instituto Agronômico de Minas Gerais, 1962. p. 113-118.

Page 38: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

38  

  

HERZOG-SOARES, Joanna D'Arc et al . Atividade tripanocida in vivo de Stryphnodendron adstringens (barbatimão verdadeiro) e Caryocar brasiliensis (pequi). Rev. bras. farmacogn., Maringá, v. 12, supl. 1, p. 1-2, 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-695X2002000300001&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 08 dez. 2015. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-695X2002000300001 LEITE, R. S. et al. PCR diagnosis of visceral leishmaniasis in assymptomatic dogs using conjunctival samples. Veterinary Parasitology, v.170, n.3, p.201-206, 2009. LIMA, I. O. et al. Atividade antifúngica de óleos essenciais sobre espécies de Candida. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 16, n. 2, p. 197-201, abr./jun. 2006. MACEDO, J. F. Pequi: do plantio à mesa. Belo Horizonte: EPAMIG, 2005. 44 p. (Boletim Técnico, 76). MACIEL et al. Plantas medicinais: a necessidade de estudos multidisciplinares. Quim. Nova, v.. 25, n. 3, p. 429-438, 2002. MATOS, F. J. A. Plantas medicinais: guia de seleção e emprego de plantas usadas em fitoterapia no Nordeste do Brasil. Fortaleza: Imprensa Universitária, v. 3, 2007. 394 p. MIRANDA-VILELA, Ana L.; RESCK, Inês S.; GRISOLIA, Cesar K. Antigenotoxic activity and antioxidant properties of organic and aqueous extracts of pequi fruit (Caryocar brasiliense Camb.) pulp. Genet. Mol. Biol., São Paulo, v. 31, n. 4, p. 956-963, dez. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-47572008000500025&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 8 dez. 2015. http://dx.doi.org/10.1590/S1415-47572008000500025. NASCIMENTO P. F. C. et al. Atividade antimicrobiana dos óleos essenciais: uma abordagem multifatorial dos métodos. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 17, n.1, p. 108-113, jan./mar. 2007. NEVES, D.P. Parasitologia humana. 11 ed. São Paulo: Atheneu , 2005. 494. p NUNES, A. G. T. et al. Aspectos epidemiológicos da leishimania tegumentar em Varzelândia, Minas Gerais, Brasil. Cad. Saúde Pública, v.22, n.6, p.1343-1347, 2006. OLIVEIRA, M.E.B. et al. Aspectos agronômicos e de qualidade do pequi– Fortaleza: Embrapa Agroindústria Tropical, 2008. 32 p. (Embrapa Agroindústria Tropical. Documentos, 113). ISSN 1677-1915. OLIVEIRA, S. de. Pequi. Globo Rural, São Paulo, v. 4, n.38, p. 80-83, nov./dez. 1988.

Page 39: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

39  

  

OLIVEIRA, V.C.S. et al. Effects of essential oils from Cymbopogon citratus (DC) Stapf., Lippia sidoides Cham., and Ocimum gratissimum L. on growth and ultrastructure of Leishmania chagasi promastigotes. Parasitol Res, vol. 104, n. 5, p.1053–1059, 2009. ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DE SÁUDE (OPAS), 2009. Disponível em: http://www.opas.org.br. Acesso 20 mar. 2009. PASSOS, Xisto Sena et al . Atividade antifúngica de Caryocar brasiliensis (Caryocaraceae) sobre Cryptococcus neoformans. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., Uberaba, v. 35, n. 6, p. 623-627, dez. 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0037-86822002000600013&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 8 dez. 2015. http://dx.doi.org/10.1590/S0037-86822002000600013. PAULA-JÚNIOR, W. Atividades biológicas in vitro de extratos hidroetanólicos de folhas e do mesocarpo interno de Caryocar brasiliense Cambess. 2004. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Paraná,Curitiba, 2004. PAULA-JUNIOR, W. et al. Atividades leishmanicida, bactericida e antioxidante do extrato hidroetanólico das folhas de Caryocar brasiliense Cambess. Revista Brasileira de farmacognosia, João Pessoa, vol.16, 2006. PAULAN, Silvana de Cássia et al. Soroprevalência de anticorpos contra Leishmania infantum e outras espécies de protozoários e rickettsia em cães. Rev. Bras. Parasitol. Vet., Jaboticabal , v. 22, n. 1, p. 162-166, Mar. 2013 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-29612013000100162&lng=en&nrm=iso>. access on 07 Dec. 2015. http://dx.doi.org/10.1590/S1984-29612013000100031. PEIXOTO, A. R. O pequi e a lavoura no Cerrado. In: PEIXOTO, A. R (Ed.). Plantas oleaginosas arbóreas. São Paulo: Nobel, 1973. p. 197-226. REY, L. Parasitologia. 4ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. REY, L. Parasitologia. 4ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. RIEGER, M.M. Skin lipids and their importance to cosmetic science, Cosmet. Toiletr., v.102, n.7, p.45-49, 1987. ROBBINS, S.L et al. Robbins patologia funcional e estrutural. 6. ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2000, 1251 p. ROCHA, R. D. R. et al. Anticorpos antipromastigotas vivas de Leishimania (Viannia) brasiliensesdetectadas pela citometria de fluxos para identificação da infecção ativa na leishimaniose tegumentar americana. Revista Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v.35, p551-562, 2002.

Page 40: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

40  

  

ROESLER, R.et al. Antioxidant activity of Caryocar brasiliense (pequi) and characterization of components by electrospray ionization mass spectrometry. Food Chemistry. Londres, v. 110, p. 711–717, 2008. ROMANCINI, R.M.; AQUINO, F.G. Aspectos da biologia reprodutiva do pequizeiro-anão (Caryocar brasiliense ssp. IntermediumCamb., Caryocaraceae) em plantio experimental. In: ENCONTRO DE JOVENSTALENTOSDA EMBRAPA CERRADOS, 3., 2007, Planaltina, DF. Resumo. Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, 2007. p.49. ROSS R. Further Notes on Leishmania’s bodies. British Medical Journal11:1401, 1903. SANO, S. M.; ALMEIDA, S.P. Cerrado: ambiente e flora. Planaltina: EMBRAPA-CPAC, 1998. 556p. SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Estado da Saúde, Superintendência de Controle de Endemias (SUCEN). II Informe técnico Leishimaniose Visceral Americana, São Paulo. S A Secretaria, 2003. SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Estado da Saúde, Superintendência de Controle de Endemias (SUCEN); Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD). Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral Americana do Estado de São Paulo. São Paulo: A Secretaria, 2006. SCARI, J.; TAKAHASHI, J.A.; BOAVENTURA, M.A.D.. The phytochemistry and biological aspects of Caryocaraceae family. Rev. bras. plantas med., Botucatu, v. 15, n. 2, p. 293-308, 2013. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-05722013000200019&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 08 dez. 2015. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-05722013000200019. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE BELO HORIZONTE, 10 perguntas e respostas sobre leishmaniose visceral, 2012. Disponível em: http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/comunidade.do?evento=portlet&pIdPlc=ecpTaxonomiaMenuPortal&app=saude&lang=pt_BR&pg=5571&tax=12768. Acesso em: 26 jun. 2014. SEPTÍMIO, L. R. A Fitoterapia baseada em ervas medicinais do cerrado. São Paulo:SIPE, 1994. p.49. SILVA, D. B. et al. Frutas do Cerrado. Planaltina: Embrapa Cerrados, 178p. 2002. SILVA, M.A.P. da; MEDEIROS FILHO, S. Morfologia de fruto, semente e plântula de pequi (Caryocar coriaceumWittm.). Revista Ciência Agronômica, Fortaleza, v.37, n.3, p.320-325, 2006. SILVEIRA, Fernando Tobias; CORBETT, Carlos Eduardo Pereira. Leishmania chagasi Cunha & Chagas, 1937: nativa ou introduzida? Uma breve revisão. Rev Pan-Amaz Saude, Ananindeua, v. 1, n. 2, jun. 2010 . Disponível em <http://scielo.iec.pa.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2176-

Page 41: UNIVERSIDADE VALE DO PARAÍBA INSTITUTO DE … · Mestre em Bioengenharia, do Programa de Pós-graduação em Bioengenharia, do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade

41  

  

62232010000200018&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 16 jun. 2011. http://dx.doi.org/10.5123/S2176-62232010000200018. SUCEN. Superintendência de Controle de Endemias. Manejo ambiental para controle da Leshimniose visceral americana (LVA), 2009 Disponível em: <http:// www.Ssucen.sp.gov.br/> .