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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS CURSO DE PSICOLOGIA Antônio Carlos Vieira de Souza Filho CONHECENDO OS ESTUDOS SOBRE A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO NO BRASIL: uma revisão da literatura no banco de dados da Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), Saúde Pública. Governador Valadares/MG 2010

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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE

FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

CURSO DE PSICOLOGIA

Antônio Carlos Vieira de Souza Filho

CONHECENDO OS ESTUDOS SOBRE A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

NO BRASIL: uma revisão da literatura no banco de dados da Scientific Eletronic

Library Online (SCIELO), Saúde Pública.

Governador Valadares/MG

2010

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ANTÔNIO CARLOS VIEIRA DE SOUZA FILHO

CONHECENDO OS ESTUDOS SOBRE A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

NO BRASIL: uma revisão da literatura no banco de dados da Scientific Eletronic

Library Online (SCIELO), Saúde Pública.

Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de habilitação em Psicologia pela Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Vale do Rio Doce

Orientador: Prof. Ms. João Carlos Muniz Martinelli

Governador Valadares

2010

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ANTÔNIO CARLOS VIEIRA DE SOUZA FILHO

CONHECENDO OS ESTUDOS DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO NO

BRASIL: uma revisão da literatura no banco de dados da Scientific Eletronic Library

Online (SCIELO), Saúde Pública.

Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de habilitação em Psicologia pela Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Vale do Rio Doce

Governador Valadares, 25 de novembro de 2010.

Banca Examinadora:

_______________________________________________

Prof. Ms. João Carlos Muniz Martinelli - Orientador

Universidade Vale do Rio Doce

__________________________________________

Profª. Drª. Rita Cristina de Souza Santos

Universidade Vale do Rio Doce

________________________________________

Prof. Omar de Azevedo Ferreira

Universidade Vale do Rio Doce

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Dedico ao meu porto seguro, meu pai, minha

fortaleza e minha mãe, minha pérola, pela

força em todas as etapas desta monografia e

de toda a minha vida, e a Deus, minha grande

referência e força na caminhada.

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AGRADECIMENTOS

Este trabalho é o resultado de todas as pessoas que, nesse período de

formação psicológica (os melhores e mais intensos anos de minha vida), mexeram

com minhas estruturas, transformando minha forma de olhar para o mundo e para

mim mesmo. Inquieta-me a impossibilidade de ir ao encontro e agradecer a todos.

Inquietação maior seria não agradecer aos pilares de toda essa realização.

Primeiramente e sempre, a Deus, força na minha caminhada, o único capaz

de conhecer a essência de toda existência.

A meus pais, Sr. Antônio Carlos e Sra. Elba, minha fortaleza, minhas

referências. Sempre foram meus melhores e maiores mestres, exemplos de

conhecimentos que a universidade não oferece. Ao pensar neles, o AMOR parece

tão pequeno em forma de palavras que desejo apenas senti-lo, mas sem hesitar em

dizer que os AMO.

Aos meus irmãos pelos quais sou apaixonado, Euler, Emerson e Elisângela.

Ao encontrar-me, perco-me na subjetividade de cada um. A minha irmã, o

agradecimento especial por todo cuidado, disponibilidade e paciência na correção

deste trabalho e de todos os outros que necessitaram.

Aos meus sobrinhos, minha alegria e leveza, e cunhado (as), companheiros

fiéis.

Ao João Carlos, por ensinar o lado humano da Psicologia, que vai além de

métodos e técnicas. A esse capítulo da minha vida acadêmica, eu chamo de

sabedoria que não se encontra em livros. Por todo carinho e conhecimento prestado,

pelas palavras que transformaram vidas e pelos gestos que soaram muito mais alto.

Todos esses elementos foram fundamentais em minha vida, tornando-me uma

pessoa melhor para mim mesmo e para os outros. O meu muito obrigado ao

professor, mestre e amigo “Juanito”.

Ao Wallace Paulinelli, amigo e irmão no sentido estrito da palavra, a gratidão

pelos momentos em que a amizade se personificou em companheirismo.

À Jú, minha pupila, por ter me ensinado a brincar de ser feliz, de pintar o meu

nariz.

À Vânia, por ter sido força numa das maiores experiências da minha vida.

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À Emilliane, meu “chazim de maracujá”, meu coração se alegra na sua

presença.

À Adelice, por ser além de mestre, educadora e uma simpatia andante.

Ao Mário, pelo conhecimento doado, um guerreiro na busca do

aprimoramento da formação psicológica.

À Kelly, por se fazer disponível, por descobrir-me pelo olhar e consolar-me

com um sorriso do tamanho do mundo.

À Maria Luiza pela simpatia e por transmitir ensinamentos que mergulham o

inconsciente e ao Adilson, por ser um líder nato e utilizar desse dom para empurrar-

me adiante.

À Iolanda, por ter creditado responsabilidade e confiado no meu trabalho e

assim eu fui sendo.

Ao Omar, que, em meio a desafios, propôs soluções tornando assim, uma

unanimidade da Psicologia.

Agradeço também aos meus colegas da turma Psicologia 2010 (1º semestre)

por acolher-me e ensinar-me a ser feliz e a amar tantas pessoas num espaço de

tempo muito curto. Guardo o melhor de cada um num lugar onde o tempo não

apaga. Posso não me lembrar do que fizeram ou disseram, mas jamais me

esquecerei do que me proporcionaram sentir.

E a todos que passaram por minha vida mostrando o quanto sou humano por

perceber o quão frágil fui e sou e quão longe pude e posso chegar. Obrigado, muito

obrigado.

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“Sem trabalho, toda vida apodrece. Mas, sob um

trabalho sem alma a vida sufoca e morre.”

Albert Camus

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RESUMO

A qualidade de vida no trabalho (QVT) tem sido objeto de interesse de profissionais de diferentes áreas e muitas vezes é avaliada como sendo a satisfação e o bem estar do trabalhador durante a execução de sua tarefa. A presente pesquisa teve como objetivo analisar como tem sido estudada a qualidade de vida no trabalho na literatura brasileira a partir da base de dados “Scientific Eletronic Library Online - Scielo”. Para a seleção dos artigos foi realizada uma pesquisa bibliográfica entre 1992 a 2009. Foram encontrados 320 estudos em português com a palavra-chave qualidade de vida no trabalho, 29 referências atenderam aos critérios de inclusão estabelecidos e foram analisadas. Os estudos selecionados foram analisados considerando conceitos empregados e domínios avaliados, instrumentos utilizados e população investigada, área do conhecimento e tema principal da pesquisa. O termo qualidade de vida no trabalho foi conceituado em treze publicações científicas, encontrou-se também a expressão qualidade de vida (QV) situada em nove publicações. O conceito de QVT esteve mais relacionado à satisfação profissional, e o conceito de QV mais relacionado à percepção subjetiva do indivíduo. Ao todo, 18 estudos (62,6%) apontaram os domínios analisados, e o mais abordado em ambos os conceitos foi o estado físico. Foram identificados 16 instrumentos para avaliação da QVT, sendo o instrumento baseado nas categorias de Walton e o questionário protocolo de qualidade de vida e voz (QVV) os mais usados. As quatro áreas do conhecimento que mais se sobressaíram na produção científica do tema foram: Enfermagem, Psicologia, Administração e Medicina. Os resultados demonstraram que o tema vem sendo abordado com mais frequência na área de Ciências da Saúde. De modo geral, não existiu consenso entre os autores quanto ao conceito e domínios de QVT nas referências analisadas. Este estudo oferece direções para pesquisas futuras e indica uma necessidade de continuar o aprofundamento dos estudos na área de QVT que busque conhecer a variabilidade das pesquisas realizadas no país possibilitando assim, o contínuo desenvolvimento dos métodos de pesquisa na área. Palavras-chave: Qualidade de vida no trabalho. Qualidade de vida. Psicologia.

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ABSTRACT

The quality of work life (QWL) has been object of interest of professionals of different areas and many times is evaluated as being the satisfaction and welfare of the worker during the execution of his/her task. The present research has as objective to analyze how the quality of work life has been studied in the Brazilian literature based on the data base Scientific Electronic Library Online - Scielo. For the selection of articles was carried out one bibliographical research from 1992 to 2009. And 320 studies were found in Portuguese with the key-word quality of work life, 29 references answered the criteria of inclusion established and were analyzed. The selected studies were analyzed considering used concepts and evaluated domains, used instruments and investigated populations, area of knowledge and main research theme. The term quality of life work was conceited in thirteen scientific publications, it was also found the expression quality of life (QL) found in nine publications. The concept of QWL was more related to the professional satisfaction, and the concept of QL more related to the subjective perception of the subject. In total, 18 (62,6%) studies pointed out the analyzed domains and the most approached in both concepts was the physical state. So, 16 instruments were identified for the evaluation of QWL, being the instrument based on the categories of Walton and the Voice-Related Quality of Life (VRQL) questionnaire, the most used. The four areas of the knowledge that most stuck out in the scientific production of the theme were: Nursery, Psychology, Administration and Medicine. The results showed that the theme has been approached more frequently in the area of Health Science. In general, there wasn’t consensus among the authors concerning to the concepts and domains of QWL in the analyzed references. This study offers directions for future researches and shows the necessity of continuing the deepening of the studies in the area of QWL that searches for knowing the variability of the researches carried out in the country making possible the continuous development of methods of research in the area.

Key-word: Quality of work life. Quality of life. Psychology.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1. Evolução do conceito de QVT segundo Nadler e Lawer (1996) ..... 23

Quadro 2. Concepção evolutiva da QVT segundo Silva (2001) ....................... 24

Quadro 3. Modelo de análise de QVT segundo Bartoski & Stefano (2007) ... 28

Quadro 4. Distribuição das variáveis em estudo, conforme subconjunto ......... 35 GRÁFICO 1. Distribuição da frequência de publicações sobre QVT ................ 41

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Distribuição da quantidade de autores por estudo .............................

37

Tabela 2: Distribuição da participação dos autores por estudo .......................... 38

Tabela 3: Distribuição geográfica das regiões brasileiras onde foram realizados os estudos .........................................................................................

38

Tabela 4: Instituição onde a pesquisa foi realizada ............................................ 40

Tabela 5: Revista de publicação do estudo ........................................................ 40

Tabela 6: Distribuição da quantidade de locais de coleta de dados por estudo . 42

Tabela 7: Distribuição da quantidade de ocupações por estudo ........................ 43

Tabela 8: Distribuição da quantidade de ocupações por estudo ........................ 43

Tabela 9: Distribuição das grandes áreas do conhecimento .............................. 44

Tabela 10: Distribuição das áreas do conhecimentos ........................................ 44

Tabela 11: Distribuição relativa dos temas principais por categorização ............ 45

Tabela 12: Distribuição dos objetivos por estudo ............................................... 46

Tabela 13: Distribuição dos conceitos de QV e QVT por estudo ....................... 47

Tabela 14: Distribuição dos instrumentos utilizados ........................................... 48

Tabela 15 : Distribuição das variáveis de resultados nos estudos ...................... 52

Tabela 16: Caracterização das conclusões dos estudos analisados .................. 54

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LISTA DE ABREVIATURAS

Adm. – Administrativo

Atend. – Atendente

Aux. – Auxiliar

Ed. – Editor

Ex. – Exemplo

Org. – Organizador

Orgs. – Organizadores

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LISTA DE SIGLAS

ERI – Effort-Reward Imbalance

F – Frequência

IFSJ – Inventário de Fontes de Stress de Juízes

IQVTE – Instrumento de Qualidade de Vida de Enfermagem

ISP – Índice de Satisfação Profissional

ISS – Inventário de Sintomas de Stress

JCQ – Job Contente Questionnaire

MDI – Modelos de Distribuição de Itens

N – Número

OMS – Organização Mundial de Saúde

P - Percentual

PSQI – Pittsburgh Quality of Sleep Index

QV – Qualidade de Vida

QVT – Qualidade de Vida no Trabalho

QVV – Qualidade de Vida e Voz

SF-36 – Short Form 36

SRQ-20 – Self Reporting Questionnaire

VM – Variáveis de Método

VP – Variáveis de Publicação

VR – Variáveis de Resultado

WHO – World Health Organization

WHOQOL – World Health Organization Quality of Life

WHOQOL-bref – World Health Organization Quality of Life-bref

WLQ – Work Limitation Questionnaire

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 15

2 QUALIDADE DE VIDA: REVISÃO DE LITERATURA....................................... 17

2.1 QUALIDADE DE VIDA: CONCEITOS E MEDIDAS......................................... 17

3 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO DA ORIGEM E EVOLUÇÃO DOS ESTUDOS............................................................. 20

3.1 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: UMA TENTATIVA DE CONCEITUAÇÃO................................................................................................... 25

3.2 BREVE CARACTERIZAÇÃO DOS MÉTODOS INSTRUMENTAIS DE MENSURAÇÃO DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO................................ 29

4 OBJETIVOS........................................................................................................ 33

4.1 GERAL............................................................................................................. 33

4.2 ESPECÍFICOS................................................................................................. 33

5 MÉTODO............................................................................................................. 34

5.1 FONTE DOS ARTIGOS................................................................................... 34

5.2 PROCEDIMENTOS.......................................................................................... 35

6 RESULTADOS.................................................................................................... 37

6.1 VARIÁVEIS DE PUBLICAÇÃO........................................................................ 37

6.2 VARIÁVEIS DO MÉTODO............................................................................... 41

6.2.1 Análise dos conceitos de QV e QVT adotado nos estudos..................... 46

6.2.2 Análise dos instrumentos........................................................................... 47

6.2.3 Estudo de revisão de literatura e pesquisa bibliográfica........................ 50

6.3 VARIÁVEIS DO RESULTADO......................................................................... 51

7 DISCUSSÃO....................................................................................................... 55

8 CONCLUSÃO..................................................................................................... 64

REFERÊNCIAS...................................................................................................... 66

ANEXOS................................................................................................................ 75

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1 INTRODUÇÃO

O trabalho é inerente à vida do ser humano desde os primeiros escritos do

homem sobre a Terra, seja como fonte de sua própria subsistência, do seu grupo

social ou como realização pessoal. Através do trabalho, o homem produz o meio em

que vive, bem como a si mesmo. Desse modo, no contexto da vida e da qualidade

de vida das pessoas, o período do trabalho é tão importante, que precisa ser

valorizado e compreendido. (MAGRI & KLUTHCOVSKY, 2007)

Através do modo de produção capitalista, o homem tem sido

progressivamente alienado do seu trabalho e perdido no mesmo ritmo o sentido de

sua ação (RIGOTTO, 1993). Diante dessa realidade, o trabalhador tem colhido

consequências negativas em sua vida por ocasião do trabalho, seja pelos aspectos

de saúde e bem- estar, seja pelo não reconhecimento das suas habilidades, por fim,

são possibilidades infindáveis quando se trata do sentir humano.

As mudanças decorrentes por ocasião das inovações tecnológicas nos

séculos XX e XXI têm proporcionado importantes transformações no contexto

laboral. Esse cenário que se apresenta traz consigo novas necessidades para o

homem no trabalho, instigando-o para o limite de suas capacidades feito máquina,

porém, furtando-se em muitas ocasiões a voltar o olhar para o trabalhador como um

ser humano, numa visão holística, com suas inseguranças, fraquezas e limites.

Esse contexto reflete sobre a qualidade de vida no trabalho e pode

comprometer diretamente na vida social e no relacionamento familiar do trabalhador.

Diante dessas possibilidades, nos últimos anos, a qualidade de vida no trabalho vem

despertando o interesse de estudiosos e dirigentes como suporte para o binômio

satisfação da pessoa e produtividade, uma vez que a essência dos novos modelos

de gestão tem prezado pela satisfação do consumir produtos e serviços a partir da

satisfação do trabalhador. (ANDRADE & DÉCIA, 2004)

Consciente da importância da Psicologia no desenvolvimento de práticas que

possam proporcionar satisfações no ambiente de trabalho, levando em consideração

todas as variáveis culturais e subjetividades de indivíduos na autopercepção da

qualidade de vida, esta pesquisa se propõe a responder: quais os recursos

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metodológicos que estão sendo empregados para se conhecer a qualidade de vida

no trabalho no Brasil.

Para responder a esse questionamento, percebe-se a necessidade de se

conhecer dentro da revisão de literatura alguns aspectos que são considerados

relevantes para o delineamento dessa questão. Esses assuntos giraram em torno:

do que é qualidade de vida no trabalho e quais os recursos metodológicos utilizados

para avaliar a qualidade de vida no trabalho e o conhecimento do desenrolar

histórico de qualidade de vida e qualidade de vida no trabalho.

A seguir, o estudo compreende os objetivos, a metodologia desta pesquisa,

bem como os resultados do trabalho, discussão e conclusão.

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2 QUALIDADE DE VIDA: REVISÃO DE LITERATURA

2.1 QUALIDADE DE VIDA: CONCEITOS E MEDIDAS

O interesse pelo estudo da qualidade de vida tem sido crescente em várias

áreas da atividade humana (PINTO-NETO & CONDE, 2008). Meeberg (1993), por

exemplo, ressalta a utilidade do estudo de QVT para a sociedade em geral, na

literatura científica, e especial, no campo da saúde.

Minayo; Hartz e Buss (2000, p. 8) aplicam o termo dentro de um aspecto

generalista, assim:

Qualidade de Vida é uma noção eminentemente humana, que tem sido aproximada ao grau de satisfação encontrado na vida familiar, amorosa, social e ambiental e à própria estética existencial. Pressupõe a capacidade de efetuar uma síntese cultural de todos os elementos que determinada sociedade considera seu padrão de conforto e bem-estar. O termo abrange muitos significados, que refletem conhecimentos, experiências e valores de indivíduos e coletividades que a eles se reportam em variadas épocas, espaços e histórias diferentes, sendo, portanto, uma construção social com a marca da relatividade cultural.

De acordo com Goulart e Sampaio (2004), o termo “qualidade” se refere a

determinados atributos ou características considerados como indicadores de

superioridade em relação a determinado assunto, e o termo “vida”, entendido numa

perspectiva contextualizada, é definido como um conjunto de atributos que inclui

saúde, relações familiares satisfatórias, condições financeiras estáveis entre outras

coisas.

A expressão qualidade de vida foi utilizada pela primeira vez em 1964 por

Lyndon Johnson, presidente dos Estados Unidos, ao declarar que “os objetivos não

podem ser medidos através do balanço dos bancos. Eles só podem ser medidos

através da qualidade de vida que proporcionam às pessoas” (GRUPO WHOQOL,

1998, grifo nosso). Desde então, houve um acentuado crescimento de estudos

voltados para o amadurecimento conceitual e metodológico do termo na literatura

científica (SEIDL & ZANNON, 2004)

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Fleck et al. (1999) destacam que a busca de um conceito de qualidade de

vida foi inicialmente partilhada entre cientistas sociais, filósofos e políticos.

O interesse dessas áreas do ponto de vista social, segundo Goulart e

Sampaio (2004), seria as preocupações com a riqueza e bem estar da sociedade,

medidos através de indicadores sociais pela quantidade de crimes, suicídio,

violência urbana, desintegração familiar e renda per capita. Na visão da medicina, a

qualidade de vida seria o mesmo que qualidade da saúde medida pelos índices de

natalidade, morbidade, mortalidade, idade média e outros. Os autores afirmam

ainda, que a Psicologia, em decorrência das preocupações com o estresse e com as

formas de evitá-lo, tem apresentado outros indicadores ao conceito como a busca da

satisfação com o trabalho, a importância da saúde mental e de sua garantia no

ambiente de trabalho.

Ao analisar o contexto do trabalho envolto à revolução tecnológica, Fleck et al

(1999) afirmam que o crescente desenvolvimento tecnológico das ciências da saúde

trouxe como consequência negativa uma progressiva desumanização. Tal fato

despertou uma maior preocupação com a abordagem do conceito de QV dentro das

ciências humanas e biológicas direcionada para um movimento que voltasse a

atenção a parâmetros mais amplos que o controle de sintomas, diminuição da

mortalidade ou o aumento da expectativa de vida.

Na ausência de um consenso sobre a definição de qualidade de vida, a OMS

(Organização Mundial de Saúde/World Health Organization) reuniu especialistas de

várias partes do mundo no intuito de construir um conceito (FLECK, 2000). Desse

modo, qualidade de vida foi definida como “a percepção do indivíduo de sua posição

na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação

aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações” (GRUPO WHOQOL,

1998).

Qualidade de vida é um tema complexo e de difícil conceituação (ROCHA &

FELLI, 2004) por ocasião das múltiplas variáveis que a determina. Assim, o termo

qualidade de vida tem sido tratado principalmente pelo aspecto subjetivo e

multidimensional.

Ainda não se chegou a um consenso sobre sua definição embora a maioria

dos autores concorde que em sua avaliação devem ser contemplados os domínios

físico, social, psicológico e espiritual (PINTO-NETO & CONDE, 2008) e também, os

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aspectos de subjetividade e multidimensionalidade (KLUTHCOVSKY &

TAKANAGUI, 2007), buscando-se captar a experiência pessoal de cada indivíduo.

Diante dos estudos apresentados até o momento, “Pode-se dizer atualmente

que Qualidade de Vida tem se apresentado como um conceito que representa

mudanças sociais, políticas e ideológicas.” (GOULART & SAMPAIO, 2004, p. 30).

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3 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO DA

ORIGEM E EVOLUÇÃO DOS ESTUDOS

A modernização e a implantação de novas tecnologias de produção industrial

trouxeram transformações no desenvolvimento e nas condições de trabalho, em

decorrência, foram realizadas mudanças no plano social e no comportamento

individual do trabalhador. Progressivamente foi-se esboçando e reconhecendo uma

relação de influência da atividade ocupacional sobre o bem estar do profissional

(GUIMARÃES et al., 2003).

A busca da satisfação no trabalho tem sido um tema almejado em estudos de

várias áreas do conhecimento, Fernandes (1996, p. 35) nos garante que:

A ciência comportamental, tratando especificamente de aspectos ligados ao bem-estar das pessoas em situação de trabalho, orienta-se por uma linha de pesquisa – já consideravelmente desenvolvida por pesquisadores [...] conhecida como “Qualidade de Vida no Trabalho” – QVT.

Qualidade de vida no trabalho não é um assunto recente. De acordo com

Rodrigues (2002), tem sido uma preocupação do homem desde a sua existência,

ora com outros títulos e em contextos diferentes, mas permanentemente com o

objetivo de facilitar ou trazer satisfação e bem estar ao trabalhador no exercício de

sua tarefa. O autor lembra a “Lei das Alavancas”, de Arquimedes, que, em 287 a.C,

surgiu como uma alternativa para diminuir os esforços físicos dos trabalhadores,

entretanto, afirma que foi a partir da sistematização dos métodos de produção, nos

séculos XVIII e XIX, que as preocupações com as condições de trabalho e influência

dessas na produção e moral do trabalhador vieram a ser estudadas de forma

científica. Os primeiros estudos foram realizados pelos economistas liberais, depois

pelos teóricos da administração científica e, posteriormente, pela Escola de

Relações Humanas. (GOULART & SAMPAIO, 2004)

O termo “qualidade de vida no trabalho” foi utilizado pela primeira vez por Eric

Trist e pesquisadores do “Tavistock Institute” de Londres, em 1950, período que

marca o início dos estudos de QVT (FERNANDES, 1996; RODRIGUES, 2002;

GOULART & SAMPAIO, 2004). Eric Trist e colaboradores desenvolveram estudos

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que deram origem a uma abordagem socio-técnica da organização do trabalho,

envolvendo indivíduo/trabalho/organização, com base na análise e na reestruturação

da tarefa, visando melhorar a satisfação do trabalhador no trabalho e em relação a

ele (RODRIGUES, 2002).

Foi na década de 1960, segundo Huse & Cummings (1985) apud Goulart &

Sampaio (2004) que o movimento de melhoria de qualidade de vida dos

trabalhadores ganhou maior impulso, devido, principalmente, à maior

conscientização dos trabalhadores e ao aumento das responsabilidades sociais

exercido sobre os cientistas e dirigentes das organizações, o que os levaram a

pesquisar sobre o assunto.

Na década posterior, a partir de 1970, segundo Niero (2004), surgem os

primeiros movimentos de aplicações estruturadas e sistematizadas no interior das

organizações utilizando a QVT.

Nadler e Lawler (1983) e Huse e Cummings (1985) apud Rodrigues (2002)

estabelecem o ano de 1974 como o marco no desenvolvimento da QVT,

principalmente devido à criação de centros de pesquisa1 nos Estados Unidos

preocupados em investigar sobre a produtividade e qualidade de vida no trabalho.

Após 1974, impelidos pela crise energética mundial, houve uma paralisação dos

estudos do tema, ressurgindo novamente em 1979, induzidos pelo fascínio do estilo

japonês de administração.

Na década de 80, consolida-se uma tendência que baseia a QVT na maior

participação do trabalhador na empresa, na perspectiva de tornar o trabalho mais

humanizado (LACAZ, 2000). De acordo com Zavattaro (1999) citado por Lacaz

(2000), o tema adquiriu uma importância globalizante, na busca de enfrentar as

questões ligadas à produtividade e à qualidade total. Os trabalhadores, segundo o

autor passaram a ser vistos como sujeitos, estando sua realização calcada no

desenvolvimento e aprofundamento de suas potencialidades.

Qualidade de vida no trabalho é, ainda hoje, uma terminologia que tem sido

largamente difundida com acentuado desenvolvimento em vários países, incluindo o

Brasil. (RODRIGUES, 2002).

1 Nota-se a criação dos seguintes centrros de pesquisa: “National Comission on Productivity”,

“National Center for Productivity and Quality of Working Life”, “Quality of Working life program” da

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Ferreira, Alves e Tostes (2009, p. 320) afirmam que, no Brasil, sobretudo nos

anos 90, apresenta-se um crescimento na produção científica sobre a abordagem,

com destaque nas áreas de Administração e Psicologia. Segundo esses autores,

As publicações em QVT têm enfatizado diferentes aspectos: conciliação dos interesses das organizações e dos indivíduos (Fernandes, 1996); saúde, estilo de vida e ambientes de trabalho (Silva & Marchi, 1997); segurança e higiene no trabalho (Signorini, 1999); conflitos decorrentes das relações interpessoais (Bom Sucesso, 2002); escolas de pensamento, indicadores empresariais (biológicos, psicológicos, sociais e organizacionais) e os fatores críticos de gestão (Limongi-França, 2004); saúde mental, condições, organização e relações de trabalho (Sampaio, 2004).

Partindo de uma revisão histórica da forma como a QVT fora percebida ao

longo dos anos, Nadler e Lawer (1983) apud Fernandes (1996), Rodrigues (2002),

Vasconcelos (2001) e Pilatti (2008) nos oferecem um interessante resumo das

transformações e principais características da QVT delimitadas por períodos

conforme se observa no quadro 1.

Na análise de Nadler e Lawer (1983), a QVT passa por consideráveis

transformações, vindo a ser considerada um elemento principal para a resolução de

todos os desafios de uma organização. Contudo, desde o seu surgimento, a

melhoria das condições laborais para o indivíduo e sua satisfação no ambiente de

trabalho, tem sido a busca essencial da QVT.

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Quadro 1 – Evolução do conceito de QVT segundo Nadler e Lawer (1983)

CONCEPÇÕES EVOLUTIVAS DA QVT CARACTERÍSTICAS OU VISÃO

1. QVT como uma variável (1959 a 1972) Reação do indivíduo ao trabalho. Investiga-se como melhorar a

qualidade de vida no trabalho para o indivíduo.

2. QVT como uma abordagem (1969 a 1974)

O foco era o indivíduo antes do resultado organizacional; mas, ao

mesmo tempo, buscava-se trazer melhorias tanto ao empregado

como à direção.

3. QVT como um método (1972 a 1975)

Um conjunto de abordagens, métodos ou técnicas para melhorar o

ambiente de trabalho mais produtivo e mais satisfatório. QVT era

vista como sinônimo de grupos autônomos de trabalho,

enriquecimento de cargo ou desenho de novas plantas com

integração social e técnica.

4. QVT como um movimento (1975 a 1980)

Declaração ideológica sobre a natureza do trabalho e as relações

dos trabalhadores com a organização. Os termos “administração

participativa” e “democracia industrial” eram frequentemente ditos

como ideais do movimento de QVT.

5. QVT como tudo (1979 e 1982)

Como panacéia contra a competição estrangeira, problemas de

qualidade, baixas taxas de produtividade, problemas de queixas e

outros problemas organizacionais.

6. QVT como nada (futuro) No caso de alguns projetos de QVT fracassarem no futuro, não

passará de “modismo” passageiro.

Fonte: Nadler e Lawer (1983) apud Fernandes (1996, p. 42).

Na visão de Silva (2001) o quadro acima se encontra desatualizado em

relação ao desenvolvimento do tema após o ano de 1982. Silva (2001) propõe uma

alteração ao quadro de Nadler e Lawer (1983) no campo 6, “QVT como nada

(futuro)”. Para a autora o campo 6 não se aplica ao contexto existente onde se

discute a responsabilidade social do estado, das empresas, dos trabalhadores e dos

sindicatos e, portanto, sugere seu preenchimento conforme se apresenta no quadro

a seguir.

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Quadro 2- Concepção evolutiva da QVT segundo Silva (2001)

6. QVT como responsabilidade do Estado, da

Empresa, do Trabalhador e do Sindicato (hoje e

no futuro)

É responsabilidade dos atores sociais-Estado, Empresa,

Trabalhadores e Sindicato – através da preocupação conjunta e o

compromisso com o ambiente e a sociedade em geral, dentro de

um contexto flexibilizado em decorrências das constantes

mudanças.

Fonte: Silva (2001, p. 24)

Já Pilatti (2008, p. 54) oferece uma nova proposta ao campo que concebia a

possibilidade de QVT apresentar-se como nada no futuro, e essa, de certa forma

semelhante a Silva (2001), volta-se para a noção de QVT como direito:

O teste da história refutou a concepção de “QVT como nada”, que se tornou algo muito além de um modismo passageiro. Fazendo um retoque nos escritos de Nadler e Lawler [1983], pode-se conceber, hoje, a “QVT como um direito”, que, ao que tudo indica, é irreversível.

A ideia acima já vinha sendo endossada, como se atesta pelas considerações

de Fleury & Fleury (1997) que apontam a qualidade de vida no trabalho está

ganhando espaço dentro das organizações a partir da atual reestruturação do

trabalho e da necessidade do trabalho em equipe e identificação com a organização.

A valorização da individualidade e bem estar do trabalhador tem sido percebida na

literatura atual como uma necessidade intrínseca em relação à produção com

excelência.

Conforme descreve Cardoso (2003), o homem nas organizações deixa de ser

objeto e passa a ser sujeito e protagonista da investigação. O capital humano passa

a ser reconhecido como a peça-chave das organizações vencedoras e diante desse

contexto, a noção de qualidade de vida no trabalho vem se tornando parte da cultura

organizacional (LIMONGI-FRANÇA, 2008). Pode-se dizer que esse entendimento

parece resumir a tendência contemporânea na abordagem da relação homem-

trabalho.

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3.1 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: UMA TENTATIVA DE CONCEITUAÇÃO

A qualidade de vida no trabalho é uma expressão que tem passado por várias

conceituações, estando intimamente relacionada ao campo do conhecimento que

busca defini-la. Paiva e Couto (2008) ao pesquisarem sobre a definição do assunto

perceberam que a qualidade de vida no trabalho, tem evoluído por meio de

pesquisas e intervenções em empresas, que buscavam medir de maneira pessoal a

satisfação do indivíduo em relação ao seu trabalho e saúde mental.

Pillati (2008, p. 52), por sua vez, apresenta uma visão generalista da relação

trabalho x qualidade de vida no trabalho. Segundo o autor:

QVT é um conceito polissêmico que, em sentido estrito, está arraigado a um conceito mais amplo, o conceito de qualidade de vida (QV). Considerando que o indivíduo destina parcela significativa de sua vida às atividades laborais, que têm conotação de "sofrimento”, pode-se inferir que a QVT é preponderante na percepção da QV que os mesmos possuem. Não existem limites claros, muito menos a possibilidade de dissociação.

“Alguns autores têm tentado estabelecer uma distinção entre o que se

denomina qualidade de vida dentro e fora do trabalho” afirma Goulart e Sampaio

(2004, p. 31). A partir dessa consideração, QV seria entendida como uma análise

mais abrangente dos aspectos gerais da vida do trabalhador, envolvendo todos os

âmbitos de sua vida, e QVT seria a percepção da qualidade e desenvolvimento no

exercício da função.

Rodrigues (2002) não vê a possibilidade de satisfação no trabalho dissociada

da vida do indivíduo como um todo. Essa ideia é também compartilhada por

Vrendenburgh e Sheridan (1979) apud Cardoso (2003, p. 81), ao dizer que “a

satisfação com o trabalho está intimamente relacionada com a satisfação com a vida

em geral”.

Oliveira; Branco e Hilgemberg (2008, p. 160) descrevem a visão de um

homem integral envolvido por todos os aspectos sociais que o cercam:

Qualidade de vida está relacionada diretamente com a qualidade de vida no trabalho, pois, não tem como dividir uma pessoa e suas emoções, reações, vivências e experiências em um ser que trabalha e um ser que vive, não levando em consideração as interações do trabalho na vida social e também vice-versa.

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Assim, verifica-se que não há uma contraposição de ideias entre os autores

supracitados, a qualidade de vida no trabalho se reafirma como um elemento que

interfere e é interferido na vida como um todo.

Walton (1975), primeiro autor norte americano a explicitar os critérios de QVT

sobre a ótica organizacional (LIMONGI-FRANÇA, 2008), restringia a QVT à relação

do homem no trabalho, desse modo, segundo a sua percepção,

A qualidade de vida no trabalho tem o objetivo de estudar a satisfação do indivíduo em ambiente de trabalho e as suas motivações, muitas vezes negligenciadas pelas organizações em nome da produtividade e do crescimento econômico. A idéia de qualidade de vida no trabalho é calcada na humanização do trabalho e responsabilidade social da empresa, envolvendo o atendimento de necessidade e aspirações do indivíduo, através da reestruturação do desenho dos cargos e novas formas de organizar o trabalho, aliado a formação de equipes com um maior poder de autonomia e a uma melhoria do meio ambiente organizacional. (WALTON, 1973 apud RODRIGUES; FREITAS & SCHMORANTZ, 2002, p. 2)

Ciborra e Lanzara (1985) apud Lacaz (2000) mencionam que o conceito

passa por várias definições, ora associado a questões intrínsecas das tecnologias e

seu impacto, ora a elementos econômicos, a fatores de saúde física e mental, de

segurança e em geral de bem estar dos trabalhadores.

Confirmando a citação anterior, Bom Sucesso (2002) argumenta que mesmo

entre os teóricos da área não há consenso sobre o que vem a ser QVT do ponto de

vista conceitual.

Limongi-França (2008, p. 24), a partir de uma análise prévia dos conceitos já

apresentados sobre QVT, faz a seguinte afirmativa:

O tema Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) tem sido tratado como um leque amplo e, geralmente, confuso. As definições de QVT vão desde cuidados médicos estabelecidos pela legislação de saúde e segurança até atividades voluntárias dos empregados e empregadores nas áreas de lazer, motivação, entre inúmeras outras.

Pode-se especular sobre as diversas razões que têm levado a produção de

diferentes conceitos e definições a respeito da QVT, exemplos seriam: que a

dificuldade de conceituação tem relação com a diversidade de áreas que tratam o

assunto e os meios utilizados para defini-la, sugerindo abordagens distintas em

função de como cada área lida com seu objeto na aplicação ao mundo do trabalho;

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que autores procuram uma melhor definição que represente a realidade que buscam

descrever levando a uma diversidade conceitual; a própria natureza do fenômeno

que procuram descrever, que fica sujeito a uma diversidade de compreensão devido

à imprecisão do que seria essa qualidade de vida.

Tal como se observa em relação aos conceitos e definições, há uma gama de

métodos desenvolvidos por estudiosos referentes aos aspectos presentes nas

instituições, abordados em trabalhos relacionados à QVT.

Bartoski e Stefano (2007) utilizando dos principais autores de QVT

apresentam uma construção histórica quanto às diferentes categorias conceituais

dos critérios empregados em análise, conforme Quadro 3.

Nota-se, através do quadro 3, conforme abordado anteriormente, que há uma

grande variedade de critérios utilizados para a análise do tema. Chama a atenção, a

citação dos estados psicológicos e fatores econômicos como os mais citados no

decorrer das décadas, indicando uma tênue padronização nas visões dos analistas

de elementos indissociáveis da vida do homem no trabalho.

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Quadro 3 – Modelo de análise de QVT segundo Bartoski & Stefano (2007)

PRINCIPAIS AUTORES PRESSUPOSTOS E FATORES DOS MODELOS PARA ANÁLISE DE

QVT

Walton (1973) Compensação justa, uso das capacidades, possibilidade de crescimento

e segurança, integração social, constitucionalismo, trabalho e espaço total de vida, importância do trabalho na vida social.

Belanger (1973)

Para analisar a QVT, é preciso considerar o trabalho em si, o crescimento pessoal e profissional, as tarefas com significado e a abertura das

funções e estrutura.

Hackman e Oldham (1975)

Estados psicológicos: significância percebida, responsabilidade percebida quanto a resultados alcançados e conhecimento dos resultados do

trabalho.

Lippitt (1978) Fatores individuais, função, produção de trabalho e estrutura

organizacional.

Westley (1979) Fatores econômicos, político, psicológico e sociológico.

Thériault (1980) Variáveis econômica, sociológica, psicológica e política/ética.

Denis (1980) Variáveis do ambiente físico de trabalho e dimensões básicas da tarefa.

Werther e Davis (1983) Variáveis: supervisão, condições de execução do trabalho, pagamento,

benefícios e projetos de cargos.

Nadler e Lawler (1983)

Aborda quatro aspectos: participação dos funcionários nas decisões, reestruturação do trabalho através do enriquecimento de tarefas,

inovação no sistema de recompensa e melhoria no ambiente de trabalho.

Huse e Cummings (1985) Fatores: participação de trabalhadores, projeto de cargo, inovação no

sistema de recompensas e melhoria no ambiente organizacional.

Eda Fernandes (1996)

Fatores que tornam cargos satisfatórios: condições de limpeza, saúde, moral, compensação, participação, comunicação, imagem da empresa,

relação chefe-subordinado e organização do trabalho.

Gonçalves (1998) Caracteriza a QVT em dois grandes grupos: condições ambientais e

organizacionais de trabalho

Bom Sucesso (1998 e 2002) Fatores: Salário, horário e condições, vida emocional, Orgulho pelo trabalho, perspectiva de carreira, Respeito aos direitos e relações

interpessoais no trabalho.

Limongi- França (1996, 2004 e 2005) Fatores interdependentes: biológicos, psicológicos, sociais e

organizacionais.

FONTE: Adaptado de Bartoski & Stefano (2007, p. 5-6)

É preciso ressaltar que em nenhum caso os autores aqui citados

apresentaram seus métodos como uma panaceia capaz de resolver todos os

problemas de quaisquer instituições, mas como propostas dentro de uma visão

situacional, considerando as variáveis características de cada ambiente.

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A partir da necessidade de trabalhar cada ambiente como um caso isolado,

Cardoso (2003) lembra que a melhoria da QV não é algo que se resolva de um só

golpe, mas é um processo infindável.

Os métodos/modelos descritos acima expõem a variabilidade da concepção

de QVT, abrindo margem para a amplitude do conceito. Em função da diversidade

conceitual, Fernandes (1996) chama a atenção para a necessidade de aprofundar a

revisão da literatura especializada sobre o tema, declarando não haver possibilidade

de trabalhar com algo que não se sabe exatamente o que é.

3.2 BREVE CARACTERIZAÇÃO DOS MÉTODOS INSTRUMENTAIS DE

MENSURAÇÃO DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

Medir QVT tem se mostrado uma tarefa bastante complexa pelo fato de não

se encontrar uma definição consensual sobre o seu significado e as variáveis de

avaliação envolvidas. Desse modo, é disponibilizada na literatura uma gama de

instrumentos e medidas.

Segundo Fayers (2000) citado por Dantas, Sawada e Malerbo (2003, p. 553):

Atualmente existem duas formas de mensurar QV, através de instrumentos genéricos e instrumentos específicos. Como os dois instrumentos fornecem informações diferentes, eles podem ser empregados concomitantemente. Os genéricos abordam o perfil de saúde ou não, procuram englobar todos os aspectos importantes relacionados à saúde e refletem o impacto de uma doença sobre o indivíduo. Podem ser usados para estudar indivíduos da população geral ou de grupos específicos.

O instrumento genérico tem uma característica mais globalizante, abrange

diferentes indivíduos e em contextos socioculturais distintos. Sua desvantagem

consiste em não medir aspectos particulares específicos da QV como no caso de

uma profissão e seus efeitos particulares sobre o profissional, assim, na

necessidade de um aprofundamento sobre características particulares, os

instrumentos específicos são os mais apropriados.

Nessa tentativa de mensuração, Fayers (2000) apud Dantas, Sawada e

Malerbo (2003, p. 533) aponta que:

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Os instrumentos específicos têm como vantagem a capacidade de detectar particularidades da QV em determinadas situações. Eles avaliam de maneira individual e especificam determinados aspectos de QV como as funções física, sexual, o sono, a fadiga, etc. Têm como desvantagem a dificuldade de compreensão do fenômeno e dificuldade de validar as características psicométricas do instrumento (reduzido número de itens e amostras insuficientes).

Guimarães et al. (2003) acrescentam à discussão a questão da saúde mental.

Para os autores, é consenso entre os pesquisadores da área que as próprias

demandas físicas do trabalho são mais fáceis de definir e medir do que a demanda

mental. Nesse contexto, os autores afirmam que “tem sido crescente a atenção

voltada aos transtornos mentais e a consequente incapacitação ao trabalho, e é

também grande a necessidade de pesquisas e de propostas interventivas nessa

área.” (GUIMARÃES et al., 2003, p. 53).

Conscientes da importância dos aspectos psicológicos do trabalhador, os

autores argumentam a necessidade de expandir a discussão no campo da saúde

mental e fazem a seguinte consideração: “Os transtornos mentais ligados ao

trabalho são uma área que tanto o poder público, as empresas privadas, os

empregadores e a sociedade como um todo, precisam conhecer ainda mais e agir

mais eficazmente”. (GUIMARÃES et al., 2003, p. 53)

Sem pretender prolongar a análise exclusiva da saúde mental no trabalho que

foge agora aos objetivos do presente do estudo, porém, partindo de uma visão de

homem integral, é preciso acrescentar que o bem estar psicológico é indissociável

da qualidade de vida no aspecto global e, portanto, sua inclusão em pesquisas na

área é de grande importância como atestam alguns domínios ligados à avaliação da

qualidade de vida da WHOQOL (GRUPO WHOQOL,1998).

Fleck (2000) argumenta que desenvolver instrumentos para avaliar qualidade

de vida psicometricamente é um grande desafio pela dificuldade em definir

constructos subjetivos influenciados por características temporais (de época) e

culturais. Ressalta ainda que grande parte dos instrumentos, específicos e

genéricos, foi desenvolvida nos Estados Unidos e Europa, tornando o uso em outros

contextos culturais no mínimo questionável. Isso justifica a tentativa de tradução e

validação de instrumentos encontrados na literatura brasileira e percebida na análise

que se segue pelo artigo “Tradução para português brasileiro e validação de um

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questionário de avaliação de produtividade”, que busca superar limitações nesse

sentido.2

A partir disso, visando minimizar a dificuldade referente à padronização, Fleck

(2000) destaca a atuação da Organização Mundial de Saúde (OMS) na tentativa de

elaborar um instrumento de caráter multicultural.

Na ausência de um instrumento que avaliasse qualidade de vida per se, com uma perspectiva internacional, fez com que a OMS constituísse um Grupo de Qualidade de Vida (Grupo WHOQOL) com a finalidade de desenvolver instrumentos capazes de fazê-lo dentro de uma perspectiva transcultural. (FLECK, 2000, p. 34).

Os instrumentos da Organização Mundial de Saúde, desenvolvidos para

avaliar QV, são considerados instrumentos genéricos estruturados e podem ser

encontrados em suas formas completa (WHOQOL-100) e abreviada (WHOQOL-

bref).3

O instrumento WHOQOL- 100 consiste em cem perguntas divididas em seis

domínios: físico, psicológico, nível de independência, relações sociais, meio

ambiente e espiritualidade/religiosidade/crenças pessoais. Segundo Fleck (2000,

v.5, p. 34), “vários centros com culturas diversas participaram da operacionalização

dos domínios de avaliação de qualidade de vida, da redação e seleção de questões,

da derivação da escala de respostas e do teste de campo nos países envolvidos

nesta etapa.” O método WHOQOL aplicado à versão brasileira do instrumento foi

descrito detalhadamente por Fleck et al., 19994.

Fleck (2000) acrescenta que o modelo WHOQOL bref surge da demanda de

um instrumento mais curto que exigisse pouco tempo para seu preenchimento e que

preservasse as características psicométricas satisfatórias. O WHOQOL bref conta

2 Fonte: SOAREZ, Patrícia Coelho et al. Tradução para português brasileiro e validação de um

questionário de avaliação de produtividade. Revista Panamericana de Salud Pública, Washington, v. 22, n. 1, jul. 2007.

3 Para conhecer mais sobre o WHOQOL-100 e WHOQOL-bref consultar o seguinte artigo: FLECK,

Marcelo Pio de Almeida. O instrumento de avaliação de qualidade de vida da Organização Mundial da Saúde (WHOQOL-100): características e perspectivas. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 5, n. 1, p. 33-38, 2000.

4 FLECK, Marcelo Pio de Almeida. et al . Desenvolvimento da versão em português do

instrumento de avaliação de qualidade de vida da OMS (WHOQOL-100). Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo, v. 21, n. 1, p. 19-28, mar. 1999.

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com 26 perguntas e quatro domínios: físico, psicológico, relações sociais e meio

ambiente. Chama a atenção, entretanto, que a forma reduzida não consiste apenas

em uma abreviação do WHOQOL- 100, pois acaba por suprimir alguns dos domínios

analisados na versão completa (e.g., nível de independência e

espiritualidade/religiosidade/crenças pessoais).

No que tange aos instrumentos específicos, as categorizações de QVT

criadas por Walton têm sido enormemente utilizadas na literatura científica. Segundo

Rodrigues (2002), Walton contribuiu com importantes questionamentos que serviram

de diretrizes para a determinação dos seus oito critérios para QVT largamente

citados pela literatura. Por não possuir perguntas estruturadas, mas disponibilizar

critérios de avaliação que podem ser mensurados em vários âmbitos do trabalho, os

instrumentos construídos com base nas categorias de Walton são consideradas

avaliações específicas semiestruturadas. As oito categorias de Walton segundo

Fernandes (1996, p. 48) são: “compensação justa e adequada, condições de

trabalho, uso e desenvolvimento de capacidades, oportunidade de crescimento e

segurança, integração social na organização, constitucionalismo, o trabalho e o

espaço total de vida e relevância social do trabalho na vida”.

Outros instrumentos têm sido usados na mensuração de QV e QVT. Alguns

possuem um padrão definido entre domínios e itens, outros, adaptam-se conforme o

contexto encontrado usando de entrevistas e questionários estruturados ou

semiestruturados, portanto, criados pelos pesquisadores, não necessariamente

baseados em estudos de validade.

Segundo Schimidt, Dantes e Marziale (2008), um domínio ou componente de

um instrumento de avaliação é o que identifica o foco particular de atenção do

estudo, podendo compreender um único item ou vários itens relacionados. O campo

de pesquisa na área tem demonstrado uma gama enorme de testes que poderão ser

vistos no desenvolvimento desta revisão.

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4 OBJETIVOS

4.1 GERAL

●Identificar os recursos metodológicos utilizados nas pesquisas sobre qualidade de

vida no trabalho, a partir de publicações disponíveis na base de dados Scielo.

4.2 ESPECÍFICOS

●Caracterizar dados referentes às variáveis de publicação: título, autor, revista, ano

de publicação e instituição de origem do estudo.

●Levantar dados quanto às variáveis de método empregadas na realização do

estudo: sujeito, objetivo, instrumento, local de coleta, número de itens, número de

domínios, área do conhecimento embasamento em dados, conceito de qualidade de

vida e qualidade de vida no trabalho, tema principal da pesquisa e principais

resultados e conclusões na realização do estudo.

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5 MÉTODO

5.1 FONTE DOS ARTIGOS

Os dados para a pesquisa foram coletados através de artigos científicos

disponíveis na revista “Scientific Eletronic Library Online - Scielo”, para o período de

1992 a 2009. Para a busca de artigos, foi utilizada a palavra-chave: qualidade de

vida no trabalho.

Para identificar os estudos que fariam parte desta pesquisa foram estipulados

os seguintes critérios de inclusão: estudos que avaliaram a qualidade de vida ou

qualidade de vida do trabalho dos campos profissionais específicos, por meio de

instrumentos específicos e genéricos, por meio de questões abertas e fechadas,

estudos metodológicos sobre a elaboração do instrumento de qualidade de vida e

estudos bibliográficos que faziam referência à história e ao desenvolvimento do

termo na literatura científica.

Quanto aos artigos que abordam a QV do trabalhador, através de

questionários genéricos de QV, esses foram incluídos por considerar a avaliação da

QV do trabalhador num contexto de investigação dos aspectos voltados à relação do

indivíduo com o trabalho.

Foram analisados apenas os estudos da produção científica brasileira sobre o

tema QVT, sendo 28 publicados no Brasil e uma no exterior. Foram encontrados

dois estudos conduzidos em outros países na identificação dos artigos pela palavra

chave qualidade de vida no trabalho, totalizando um artigo em inglês e um em

espanhol. As produções estrangeiras foram excluídas da análise. Foram ainda

excluídos os artigos não relacionados ao tema e os que avaliavam a qualidade de

vida fora do contexto do trabalho.

As informações foram agrupadas conforme as variáveis em estudo,

resultando em três subconjuntos de dados: variáveis de publicação (VP) e de

método (VM) e de resultados (VR) (Ver quadro1).

Quanto aos dados dos artigos, as variáveis de publicação investigadas são:

título, autor, nome da revista, universidade, cidade, estado, departamento de origem

e ano de publicação do estudo. No que se refere aos dados do método, as variáveis

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coletadas foram: sujeitos, objetivos do estudo, embasamento em dados ou não

embasamento em dados, local de coleta, fonte de dados, instrumento, número de

itens, número de domínios, área do conhecimento, conceito de qualidade de vida,

conceito de qualidade de vida no trabalho e tema principal da pesquisa. Quanto aos

dados do resultado, as variáveis foram: resultados e conclusão.

Quadro 4. Distribuição das variáveis em estudo, conforme subconjunto

Subconjunto Sigla Variáveis investigadas

Variáveis de publicação VP

Título Autores

Nome da revista Ano de publicação

Instituição de origem dos autores Estado e Cidade de origem do autor principal

Variáveis de método VM

Sujeito Objetivo

Instrumento Local de coleta Fonte de dados Número de itens

Número de domínios Área do conhecimento

Embasamento em dados Conceito de Qualidade de Vida

Conceito de Qualidade de Vida no Trabalho Tema principal da pesquisa

Variáveis de resultado VR Resultados Conclusão

5.2 PROCEDIMENTOS

Para a realização da pesquisa, foi necessário dividi-la em cinco etapas:

1º Etapa:

A primeira etapa consistiu na procura dos artigos. A palavra-chave qualidade

de vida no trabalho foi utilizada para identificar artigos sobre o tema.

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2º Etapa:

A segunda etapa foi conhecer esses artigos que se encontravam disponíveis

no banco de dados Scielo.

3º Etapa:

Após a seleção dos artigos, foi montado um banco de dados no Excel,

preliminar, onde as variáveis destacadas nos objetivos foram extraídas das

pesquisas de acordo com a conceituação original dada pelos autores.

4º Etapa:

A quarta etapa consistiu da avaliação das variáveis, e verificação do que era

comum entre elas, para a realização de uma categorização dos dados.

5º Etapa:

A última etapa consistiu da análise dos dados finais, discussão considerando

a produção sobre o tema e outros estudos e conclusão.

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6 RESULTADOS

Dos 320 artigos em português encontrados no banco de dados da Scielo com

a palavra chave qualidade de vida no trabalho, 41 eram uma segunda cópia dos

artigos disponíveis, 250 não abordavam diretamente o tema ou não preenchiam os

critérios estabelecidos. Do total de referências encontradas, obteve-se 29 estudos

brasileiros sobre qualidade de vida no trabalho que serão analisados no presente

trabalho.

Para fins da análise dos resultados, esses foram divididos em variáveis de

publicação, método e resultado conforme quadro 4.

6.1 VARIÁVEIS DE PUBLICAÇÃO

No que se refere aos autores dos artigos, foi observado que quanto à

distribuição do número por estudo, encontraram-se nas pesquisas até cinco

pesquisadores envolvidos. Entretanto, as frequências maiores foram de dois autores

por estudo (51,7%) seguidas por um e três (17,2%) (Ver tabela 1).

Tabela 1: Distribuição da quantidade de autores por estudo

Número de autores F P%

1 5 17,2%

2 15 51,7%

3 5 17,2%

4 3 10,3%

5 1 3,4%

Total 29 100%

Nos estudos analisados foram encontrados 63 diferentes autores, sendo que

alguns se destacaram pelo número de trabalhos em que participaram, como é o

caso das pesquisadoras: Regina Zanella Penteado, Denise Rodrigues Costa

Schmidt e Rosana Aparecida Spadoti Dantas (Ver tabela 2).

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Tabela 2: Distribuição da participação dos autores por estudo

Pesquisadores Pesquisas que participaram

Regina Zanella Penteado 3

Denise Rodrigues Costa Schmidt 2

Rosana Aparecida Spadoti Dantas 2

Demais autores 1

Quanto às regiões onde esses estudos foram realizados, pode-se constatar o

predomínio da Região Sudeste 62,1% (n=18), seguida pela Região Sul 13,8% (n=4)

e pela Região Nordeste e Centro-Oeste 3% com apenas um estudo cada. Houve

ainda um estudo em parceria entre as Regiões Nordeste, Sudeste e Sul (3%). (Ver

tabela 3)

Tabela 3: Distribuição geográfica das regiões brasileiras onde foram realizados os estudos

Regiões brasileiras F P % Estados F P% Municípios F P%

Sudeste

18 62,1% SP 13 44,8%

São Paulo 8 27,6% Ribeirão Preto 2 6,9%

Campinas 1 3,4% Rio Claro 1 3,4% Santos 1 3,4%

RJ 3 10,3% Rio de Janeiro 3 10,3%

MG 2 6,9% Belo Horizonte 2 6,9%

Sul

4 13,8% PR 1 3,4%

RS 1 3,4% Porto Alegre 1 3,4%

1 3,4% SC 2 6,9% Florianópolis 1 3,4%

Centro- Oeste 1 3,4% DF 1 3,4% Brasília 1 3,4%

Nordeste BA 1 3,4% Jequié 1 3,4%

Sudeste, Sul, Nordeste

MG

1 3,4%

1 3,4% PR

BA

Não consta (NC) 2 6,9% NC 2 6,9% NC 2 6,9%

Não se aplica(NA) 2 6,9% NA 2 6,9% NA 2 6,9%

Total 29 100% 29 100%

No que se refere aos estados, o que apresentou maior número de estudos foi

São Paulo 44,8% (n=13), seguido respectivamente por Rio de Janeiro 10,3% (n=3),

Minas Gerais e Santa Catarina 6,9% (n=2) cada (Ver tabela 3).

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Dos 29 artigos analisados, nem todos especificam o estado em que o estudo

foi realizado: em dois artigos, trata-se de revisão bibliográfica e em outros dois

artigos não são especificados os estados em que foi realizado o estudo. Houve caso

ainda de um estudo que aborda três diferentes estados, apontando a realização de

pesquisa interestado.

As cidades que tiveram mais estudos realizados foram respectivamente: São

Paulo (n=8), Rio de Janeiro (n=3), Belo Horizonte e Ribeirão Preto (n=2) cada. (Ver

tabela 3).

Ainda em relação às cidades onde os estudos foram realizados, um artigo não

especifica a cidade em estudo, dois artigos descrevem pesquisas realizadas em

diferentes estados e não especificam a cidade de origem e um artigo aborda dados

de 13 municípios sem identificá-los.

No que diz respeito às instituições nas quais os pesquisadores estão

vinculados, foram identificados 20, sendo que 18 são Instituições de Ensino

Superior. Um estudo foi realizado em parceira entre instituições. As que representam

maior número de estudos são: Universidade de São Paulo (n=7), seguida pela

Universidade Federal de São Paulo (n=3), e pela Pontífica Universidade Católica de

Campinas (n=2) (Ver tabela 4).

Quanto ao local e ano de publicação, as revistas em que houve maior número

de publicações foram: Revista de Administração Contemporânea (n=3), Revista

Latino Americana de Enfermagem (n=3), seguidas pelo Caderno de Saúde Pública,

Psicologia em Estudo, Revista Ciência e Saúde Coletiva e Saúde e Sociedade (n=2)

(Ver tabelas 4 e 5).

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Tabela 4: Instituição onde a pesquisa foi realizada

Instituição F

Complexo Hospitalar de Heliópolis 1

Faculdade de Medicina de Lisboa 1

Fundação Getúlio Vargas 1

Faculdade Novos Horizontes 1

Fundação Oswaldo Cruz 1

Pontífica Universidade Católica de Campinas 2

Pontífica Universidade Católica do Rio de Janeiro 1

Universidade de Brasília 1

Universidade de São Paulo 7

Universidade do Oeste de Santa Catarina 1

Universidade Federal de Minas Gerais 1

Universidade Federal do Rio de Janeiro 1

Universidade Federal do Rio Grande do Sul 1

Universidade Federal de Santa Catarina 1

Universidade Federal de São Paulo 3

Universidade Federal de São João del-Rei 1

Universidade Metodista de Piracicaba 1 Universidade Metodista de Piracicaba e Universidade de Ribeirão Preto 1

Pesquisa documental - Não possui 1

Total 29

Tabela 5: Revista de publicação do estudo

Fonte de Publicação F

Caderno de Saúde Pública - Rio de Janeiro 2 Escola Anna Nery Revista de Enfermagem 1 Jornal Brasileiro de Psiquiatria 1 Psicologia em Estudo 2 Psicologia: Teoria e Pesquisa 1 Pró- Fono Revista de Atualização Científica 1 Revista Acta Paulista de Enfermagem 1 Revista Brasileira de Terapia Intensiva 1 Revista da Escola de Enfermagem da USP 1 Revista de Administração Contemporânea - RAC 3 Revista de Administração de Empresas - RAE 1 Revista de Administração Pública - RAP 1 Revista Cefac 1 Revista Ciência e saúde Coletiva 2 Revista Paidéia - Ribeirão Preto 1 Revista Panamericana de Salud Pública 1 Revista Psicologia, Reflexão e Crítica 1 Revista Latino Americana de Enfermagem 3 Revista Saúde Pública 1 Revista Sociologias 1 Saúde e Sociedade - São Paulo 2 Total 29

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Quanto ao ano de publicação, havia no banco de dados da Scielo publicações

a partir do ano de 1992, contudo, de acordo com os critérios de seleção, todas as

publicações encontraram-se no intervalo de 2000-2009 (Ver gráfico 1), portanto,

publicações feitas em um período de 10 anos.

Nota-se uma estabilidade dos anos de 2000 a 2002, obtendo uma crescente

de publicações a partir de 2004 com uma queda de publicação em 2006 e

novamente um aumento das pesquisas em 2007 estabilizada até o ano de 2009.

6.2 VARIÁVEIS DO MÉTODO

Dos 29 artigos em análise, 93% (n=27) dos estudos realizados são baseados

em dados, ou seja, utilizaram de dados quantitativos/qualitativos em pesquisa de

campo na construção do estudo e 7% (n=2) não são baseados em dados,

consistindo, portanto, em revisão de literatura.

No que se refere à utilização de outras fontes de dados inseridas nos estudos,

pôde-se constatar que 28% (n=8) utilizaram dados de pesquisas publicadas para

Ano 1992 -1999

Ano 2000

Ano 2001

Ano 2002

Ano 2004

Ano 2005

Ano 2006

Ano 2007

Ano 2008

Ano 2009

Série1 0 2 1 1 3 4 2 5 6 5

0

1

2

3

4

5

6

7

Fre

qu

ênci

a

Gráfico 1. Distribuição da frequência de publicações sobre QVT

Ano

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confirmar algum dado ou contextualizar o estudo apresentado e 72% (n=21) não

utilizaram de quaisquer fontes de dados externas.

Os dados foram coletados em 13 locais diferentes, sendo: hospital, centro

municipal de saúde, empresa pública federal, empresa pública estadual, empresa

privada, instituição de ensino superior, escola de rede pública, posto de gasolina,

restaurante, agência bancária, associação de magistrados da justiça do trabalho,

órgãos públicos federais, polícia civil e outros. Os locais utilizados com maior

frequência para coleta de dados foram os hospitais (n=6), seguido pelas escolas de

rede pública (n=4) (Ver anexos A e B).

No que tange o número de locais utilizados por estudo para a coleta de

dados, pode-se constatar que a maioria coletou em único local (n=15). Dois estudos

fizeram o uso de quatro locais de coleta, dez estudos pareceram sugerir que as

coletas foram realizadas em vários lugares, porém, não citaram a quantidade e os

locais exatos e dois estudos não se aplicam por tratar de revisão e pesquisa

bibliográfica (Ver tabela 6).

Tabela 6: Distribuição da quantidade de locais de coleta de dados por estudo

Quantidade de locais de coleta F P%

01 15 51,7%

04 2 6,9%

Não consta 10 34,5%

Não se aplica 2 6,9%

Total 29 100%

Quanto aos sujeitos de pesquisa, foram citadas diretamente 14 ocupações

profissionais diferentes, sendo estas: enfermeiro, auxiliar de enfermagem, técnico de

enfermagem, atendente de enfermagem, médico, assistente administrativo,

engenheiro, técnico em eletrônica, professor, caminhoneiro, gestor, bancário,

magistrado da justiça do trabalho e policial.

A ocupação investigada com maior frequência nos estudos foi gestor (n=7),

seguida do professor e do enfermeiro com seis estudos cada (Ver tabela 7). Em

relação à frequência dos artigos que citam as ocupações, predominam os que fazem

referência a uma única ocupação (55,2% / n=16), seguidos dos que fazem menção a

duas ocupações (13,8% / n=4) (Ver tabela 8). Dois estudos apontam a análise de

várias ocupações em um mesmo local de coleta dos dados (mesma instituição), sem

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especificar as ocupações dos sujeitos; um estudo não especifica quem são os

sujeitos e dois não incluem por tratarem de dados bibliográficos. As variáveis dos

sujeitos inclusas no ANEXO A apresentam a ocupação gênero e faixa etária. Outras

variáveis dos sujeitos foram levantadas e a relevância delas será abordada no

desenvolvimento da discussão.

Tabela 7: Distribuição da quantidade de ocupações por estudo

Ocupações F em estudos

Gestores 7

Enfermeiros 6

Professores 6

Aux. Enfermagem 3

Téc. Enfermagem 2

Assistentes administrativos 2

Caminhoneiros 2

Atendente de enfermagem 1

Médico 1

Engenheiros 1

Téc. Eletrônica 1

Bancários 1

Magistrados da justiça do trabalho 1

Policiais 1

Total 35

Tabela 8: Distribuição da quantidade de ocupações por estudo

N de ocupações F P%

1 16 55,2% 2 4 13,8% 3 2 6,9% 4 1 3,4% 6 1 3,4% Não aplica 2 6,9%

Não inclui 1 3,4%

Várias ocupações 2 6,9%

Total 29 100%

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Quanto às áreas de conhecimentos em que os estudos estavam vinculados,

de acordo com a tabela de áreas do Conhecimento do CNPq5, três grandes áreas

participam dos estudos em análise, predominando a produção no campo da

Ciências da Saúde, com 62,1% (n= 18), acompanhada das Ciências Humanas com

20,7% (n=6), e das Ciências Sociais Aplicadas com 17,2% (n=5) (Ver tabela 9).

Tabela 9: Distribuição das grandes áreas do conhecimento

Grandes áreas F P%

Ciências Humanas 6 20,7%

Ciências da Saúde 18 62,1%

Ciências Sociais Aplicadas 5 17,2%

Total 29 100%

Em relação às áreas do conhecimento, como área específica, há o

predomínio da Enfermagem, com 24,1% (n=7) das publicações, seguida da

Psicologia, com 20,7% (n=6), Administração e Medicina, com 17,2% (n=5) cada. As

publicações da Medicina encontram-se subdivididas em: Medicina Preventiva (n=3),

Psiquiatria (n=1), Pediatria e Psiquiatria (n=1). A Fonoaudiologia possui área

específica na Tabela do CNPq, contribuindo com 13,8% (n=4) das publicações (Ver

tabela 10).

Tabela 10: Distribuição das áreas do conhecimentos

Áreas F P%

Administração 5 17,2% Enfermagem 7 24,1% Fisioterapia 1 3,4% Fonoaudiologia 4 13,8% Medicina 5 17,2% Odontologia 1 3,4% Psicologia 6 20,7%

Total 29 100%

No que se refere ao tema principal da pesquisa, a maior frequência dos

estudos (n=13) tem por objetivo a caracterização da qualidade de vida no trabalho

44,8%, seguido pelo estudo da qualidade de vida 37,9% (n=11), sendo que nas

subcategorizações de QV constaram os seguintes subtemas: QV e voz (13,8%), QV

5 A tabela da área do conhecimento do CNPq pode ser encontrada em:

http://www.capes.gov.br/avaliacao/tabela-de-areas-de-conhecimento.

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no contexto do trabalho (13,8%), QV e stress (6,9%) e QV e sono (3,4%). Outros

estudos respectivamente se enquadram com outros temas principais: aspectos de

saúde e trabalho e impactos negativos na QV, sintomatologia músculo-esquelético

no trabalho e relação com a QV, processo saúde-doença do trabalhador e

estratégias de QVT, condições de trabalho do deficiente físico e aspectos da QVT e

QVT como item de avaliação do processo de trabalho, todos com 3,4% (n=1). (Ver

tabela 11).

Tabela 11: Distribuição relativa dos temas principais por categorização

Temas principais

Subcategorização F

P% parcial P% total

Qualidade de Vida

QV e voz 4 13,8%

37,9% QV e stress 2 13,8%

QV e sono 1 6,9%

QV no contexto do trabalho

4 3,4%

Qualidade de Vida no Trabalho 13 44,8% 44,8%

Aspectos de saúde e trabalho e impactos negativos na QV 1 3,4% 3,4%

Condições de trabalho do deficiente físico e aspectos da QVT 1 3,4% 3,4%

Sintomatologia músculo-esquelética no trabalho e relação com a QV 1 3,4% 3,4%

Processo saúde-doença do trabalhador e estratégias de QVT 1 3,4% 3,4%

Processo saúde-doença do trabalhador e estratégias de QVT 1 3,4% 3,4%

Total 29 100% 100%

Quanto aos objetivos apresentados pelos estudos, houve o predomínio dos

que se referem a: investigar, caracterizar e avaliar o processo saúde-doença e

estratégias de QVT (n=5), seguido dos seguintes estudos: investigar o impacto da

voz e qualidade de vida do profissional (n=4), avaliar o significado do trabalho e a

percepção da QV no contexto do trabalho (n=3), analisar as condições de trabalho e

aspectos relevantes de QVT sob satisfação do trabalhador (n=2), e identificar e

avaliar as condições de trabalho e práticas de QVT no contexto (n=2). (Ver tabela

12)

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Tabela 12: Distribuição dos objetivos por estudo

Objetivos F P%

Analisar as variáveis de QVT e estresse ocupacional do trabalhador 1 3,4%

Analisar as condições de trabalho e aspectos relevantes de QVT sob satisfação do trabalhador 2 6,8%

Analisar como QVT e satisfação no trabalho tem sido estudado no Brasil 1 3,4%

Avaliar a sintomatologia músculo-esquelética no trabalho e relação com a QV 1 3,4%

Avaliar as medidas de confiabilidade do questionário sobre limitação no trabalho 1 3,4%

Avaliar o estresse ocupacional e nível de QV 1 3,4%

Avaliar os hábitos de QV e sono do trabalhador 1 3,4%

Avaliar o significado do trabalho e a percepção da QV no contexto do trabalho 3 10,3%

Avaliar QVT a partir do programa de Qualidade Total 1 3,4%

Avaliar resultados de pesquisas elaboradas sobre as condições de trabalho 1 3,4%

Caracterizar o profissional e avaliar proposta de QVT a partir da visão do trabalhador 1 3,4%

Desenvolver um instrumento reduzido de QVT e analisar sua confiabilidade 1 3,4%

Discutir a noção e prática de QVT 1 3,4%

Identificar e avaliar as condições de trabalho e práticas de QVT no contexto 2 6,8%

Investigar, caracterizar e avaliar o processo saúde-doença e estratégias de QVT 5 17,2%

Investigar a organização do trabalho para melhoria de QVT 1 3,4%

Investigar o impacto da voz e qualidade de vida do profissional 4 13,7%

Percepção do administrador sobre a possibilidade de avaliar QVT 1 3,4%

Total 29 100%

6.2.1 Análise dos conceito de QV e QVT adotado nos estudos

No que diz respeito ao conceito de QVT, constatou-se que 13 dos estudos

apresentaram a definição de QVT que estaria sendo empregada, dos quais sete

apresentaram uma definição sugerida pelo próprio autor e seis utilizaram conceitos

adotados por outros autores, como por exemplo, o conceito da OMS.

O conceito de QVT empregado esteve associado à satisfação, bem-estar,

condições ambientais, fatores físicos e tecnológicos, organização no trabalho,

relações sociais, políticas de trabalho, desenvolvimento humano, autonomia, status

profissional, remuneração, incentivos, abonos, saúde física e psicológica, autonomia

e autoestima. É possível observar alguns consensos entre os pesquisadores no que

se refere ao conceito, aos domínios e aos itens de QVT, porém, o termo satisfação

no trabalho foi o mais utilizado, sendo abordado em quatro conceitos.

Quanto ao conceito de QV, nove estudos em análise apresentaram a

definição que estaria sendo empregada, dos quais duas definições foram

construídas pelo próprio autor e as outras sete apresentaram definições adotadas

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por outros autores, predominando o conceito do GRUPO WHOQOL em quatro

estudos.

O conceito de QV empregado esteve associado ao bem estar físico, mental,

social e profissional, ao ambiente democrático, a percepção do indivíduo em relação

a condições adequadas de vida pessoal, familiar e profissional, objetivos,

expectativas, padrões e preocupações no contexto da cultura e sistema de valores.

O item percepção subjetiva do indivíduo foi predominante, aparecendo em

sete trabalhos na construção do conceito de QV.

Em apenas um dos artigos encontra-se simultaneamente a definição de QV e

QVT. Uma parcela das pesquisas (27,6%/n=8) não apresentou a definição de QV ou

QVT que estaria sendo utilizada como referência. (Ver tabela 13)

Tabela 13: Distribuição dos Conceitos de QV e QVT por estudo

Conceitos de QV e QVT F P%

QV 8 27,6%

QVT 12 41,4%

QVT e QV 1 3,4%

Não consta 8 27,6%

Total 29 100%

6.2.2 Análise dos instrumentos

No que se refere aos instrumentos de avaliação, 16 instrumentos distintos

foram encontrados, dos quais o instrumento baseado nas categorias de Walton e o

questionário protocolo de Qualidade de Vida e Voz (QVV) foram utilizados em quatro

estudos, o questionário abreviado de qualidade de vida da Organização Mundial de

Saúde (WHOQOL- BREF) e o questionário de qualidade de vida short-form 36 (SF-

36) foram utilizados em três estudos cada, seguidos do questionário longo de

qualidade de vida da Organização Mundial de Saúde (WHOQOL-100), Self-

Reporting Questionnaire 20 (SRQ-20), e o Inventário de Qualidade de Vida (IQV),

com dois estudos cada. Os demais instrumentos foram empregados uma vez. Em

alguns estudos (n=8) os autores citam a aplicação de questionário, porém, não

especificam o instrumento, uma obra não especifica o tipo de instrumento utilizado e

dois estudos não aplicaram instrumentos. Alguns autores utilizaram dois ou mais

instrumentos de avaliação, variando de um a três instrumentos por estudo, sendo:

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três instrumentos por estudo (n=4), dois instrumentos (n=2), dois instrumentos mais

entrevista semiestruturada (n=2) e um instrumento mais questionário não

especificado (Ver tabela 14 e anexos C e D).

Tabela 14: Distribuição dos instrumentos utilizados

Instrumentos F

Instrumento de QVT (categorias de Walton) 4

Questionário protocolo de Qualidade de Vida e Voz (QVV) 4

Questionários WHOQOL/bref 3

Questionário de qualidade de vida Short Form (SF-36) 3

Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20) 2

Inventário de Qualidade de Vida (IQV) 2

Questionário WHOQOL-100 2

Effort-Reward Imbalance (ERI) 1

Escala de Atitude do Índice de Satisfação Profissional (ISP) 1

Escala de Sonolência de Epworth 1

Instrumento de Qualidade de Vida no Trabalho de Enfermeiros (IQVTE) 1

Instrumentos Job Content Questionnarie (JCQ) 1

Inventário de Fontes de Stress de Juízes (IFSJ) 1

Inventário de Sintomas de Stress (ISS) 1

Questionário de hábitos de sono Pittsburgh Quality of Sleep Index (PSQI) 1

Work Limitation Questionnaire (WLQ) 1

Questionário não especificado 9

Entrevista semi- estruturada 3

Não aplica 2 Total 43

Foram constatados 18 estudos que apontam os domínios dos instrumentos de

pesquisa. Ao todo, foram encontradas 67 variáveis de domínios. O número de

domínios por instrumento variou de 3 a 13, dos quais os mais abordados foram:

estado físico (n=13), meio ambiente (condições de trabalho) (n=11), aspecto

socioemocional (n=8), relações sociais (n=8), psicológico (n=6), constitucionalismo

(n=5), integração social na empresa (n=5), aspecto global (n=5), compensação justa

e adequada (n=5) e estado geral de saúde (n=5). As demais variáveis de domínio

encontradas foram: uso e desenvolvimento de capacidades (n=4), oportunidade de

crescimento e segurança (n=4), o trabalho e o espaço total da vida (n=4), relevância

social da vida no trabalho (status) (n=4), capacidade funcional (n=3), dor (n=3),

vitalidade (n=3), espiritualidade (n=3), saúde mental (n=3), autonomia e

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independência (n=3), segurança (n=2), normas organizacionais (n=2), requisitos do

trabalho (n=1), cumprimento dos estatutos sociais (n=1), objetivos sociais (n=1),

constituição dos fundos (n=1), observância aos princípios e valores da empresa

(n=1), autogestão (n=1), adesão voluntária e livre (n=1), gestão democrática (n=1),

educação formal e informal (n=1), intercooperação (n=1), interesse pela comunidade

(n=1), convênios (n=1), flexibilização (n=1), gerência de tempo (n=1), demanda

mentalinterpessoal (n=1), demanda da produção (n=1), humor depressivo/ansioso

(n=1), sintomas somáticos (n=1), decréscimo de energia vital (n=1), pensamentos

depressivos (n=1), socioeconômicas (n=1), distúrbios psicóticos (n=1), qualidade

subjetiva do sono (n=1), latência do sono (n=1), duração do sono (n=1), eficiência

habitual do sono (n=1), distúrbios do sono (n=1), uso de medicação para dormir

(n=1), sonolência diurna e distúrbios durante o dia (n=1), valorização e

reconhecimento institucional (n=1), identidade e imagem profissional (n=1),

integração com a equipe (n=1), sensibilização (n=1), adaptações (n=1), práticas de

RH (n=1), controle sobre o trabalho (n=1), demandas psicológicas do trabalho (n=1),

esforço físico (n=1), carga isométrica física (n=1), demandas físicas do trabalho

(n=1), insegurança no emprego (n=1), suporte social proveniente do supervisor

(n=1), suporte social proveniente dos colegas de trabalho (n=1), e super

comprometimento (n=1). (Ver anexo E)

O quadro do anexo E contém apenas os domínios que foram citados duas ou

mais vezes pelas ocupações dos sujeitos avaliados, e também exclui os estudos que

não identificam as ocupações específicas, de forma a facilitar a visualização dos

dados. O anexo E apresenta a frequência dos domínios por ocupação e os escores

acima são o resultado dos domínios por instrumento. Assim, há variações entre os

escores dos domínios citados acima com os inseridos no anexo. Algumas

referências utilizaram análises de mais de uma profissão em um mesmo estudo e

com um mesmo instrumento, por esse motivo, as variações referidas no anexo E

com os resultados dos domínios acima novamente se justificam.

Em relação aos itens analisados, esses foram apontados em 20 estudos. O

número de itens nos instrumentos variou de 10 a 100, havendo o predomínio de

instrumentos com 24 itens (n=6), seguido de 10 itens (n=4), 15 itens e 100 itens (n=2

cada um). Esses resultados vão ao encontro dos instrumentos padronizados para

medição e QV e QVT incluídos nos estudos em análise. Alguns estudos

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apresentaram instrumentos que utilizavam de dois ou três Modelos de Distribuição

de Itens (MDI), sendo: três MDI (15%/n=3), dois MDI (20%/n=4) e um MDI por

estudo (65%/n=13).

6.2.3 Estudo de revisão de literatura e pesquisa bibliográfica

Dois estudos compreendidos na revisão: “Qualidade de vida no trabalho e

saúde/doença” (LACAZ, 2000), e, “As Melhores empresas para trabalhar no Brasil e

a qualidade de vida no trabalho: disjunções entre a teoria e a prática” (TOLFO &

PICCININI, 2001), tratam especificamente de dados bibliográficos. O primeiro é um

estudo de revisão de literatura e o segundo, uma pesquisa bibliográfica. Deste

modo, são classificados em algumas tabelas com o título “Não se aplica”.

O fato de tratar de pesquisas bibliográficas, não diminui sua importância em

relação às outras 27 referências. Tolfo e Piccinini (2001), nos trás informações

importantes quando utiliza do modelo proposto pelas categorias de Walton para

analisar as práticas das melhores empresas para se trabalhar no Brasil. Os dados

trazidos por Tolfo e Piccinini (2001), oferece uma oportunidade de análise que

permite estabelecer disjunções entre a teoria e a prática no contexto social e político

brasileiro.

Seguindo o mesmo grau de importância, Lacaz (2000) faz uma abordagem

ampla do contexto histórico e conceitual de QVT, proporcionando informações

importantes a respeito da evolução do tema segundo os autores citados por seu

artigo. O autor acrescenta também, a partir de um aspecto geral da pesquisa, as

áreas em a QVT têm dedicado maior atenção, constituindo em: satisfação do

trabalhador; saúde e segurança no trabalho; discussões recentes sobre novas

formas de organização do trabalho e o uso de novas tecnologias.

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6.3 VARIÁVEIS DO RESULTADO

No que se refere aos resultados dos estudos conduzidos pelos

pesquisadores, são categorizados quanto aos níveis satisfatórios e insatisfatórios

das variáveis citadas em cada artigo. Esse modelo permite compreender de modo

geral os critérios de avaliação que têm recebido satisfatoriamente maior ênfase,

assim como os que apresentam maiores queixas e necessidades de avaliação em

diferentes contextos.

Um primeiro tratamento dado às informações trazidas pelos principais

resultados foi o de verificar quais eram as variáveis de resultados mais citados nos

artigos. No total foram 48 variáveis de resultados descritas, das quais verificou-se o

predomínio de estudos em que os autores descreviam os resultados das condições

ambientais do trabalho (n=8), remuneração (compensação justa e adequada) (n=8),

jornada de trabalho (n=8), condições da saúde física (n=8), seguidos pelos estudos

que destacaram o relacionamento interpessoal (integração social no trabalho) (n=7),

indicadores de autonomia (nível de independência) (n=6), segurança no emprego

(n=6), relevância social da vida no trabalho (n=5), saúde mental (n=5) e componente

socioemocional (n=5).

Após essa primeira análise, destacaram-se os níveis de satisfação e

insatisfação das variáveis de resultado, quando se observaram que os níveis

insatisfatórios dos resultados foram mais presentes nas análises (Ver tabela 15),

sugerindo que os estudos alertam para condições inadequadas de trabalho, tendo

em vista o conceito de qualidade de vida no trabalho adotado.

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Tabela 15 : Distribuição das variáveis de resultados nos estudos

Variáveis de resultados F Nível de satisfação Nível de insatisfação

Condições ambientais do trabalho 8 3 5

Remuneração (compensação justa e adequada) 8 - 8

Saúde física 8 5 3

Relacionamento interpessoal (integração social no trabalho) 7 5 2

Indicadores de autonomia (nível de independência) 6 4 2

Segurança no emprego 6 4 2

Relevância social da vida no trabalho 5 2 3

Saúde mental 5 - 5

Componente sócio emocional 5 - 5

Possibilidade de carreira (Crescimento profissional) 4 3 1

Responsabilidade social da empresa em relação aos empregados 4 - 4

Aparecimento de sintomas psicopatológicos 4 - 4

Condições físicas funcionário 4 2 2

Constitucionalismo 4 4 -

Liberdade de expressão 3 3 -

Oportunidade de uso e desenvolvimento das habilidades múltiplas 3 2 1

Incidência de stress 3 - 3

Distúrbios do sono 3 - 3

Ação social 2 - 2

Investimento em capacitação 2 1 1

Identificação com a empresa 2 2 -

Imagem da empresa 2 2 -

Identidade de tarefa 2 2 -

Qualidade da voz 2 1 1

Trabalho e espaço total da vida 2 2 -

Participar nas decisões (processos de trabalho) 2 2 -

Retroinformação 2 2 -

Significado da tarefa 2 2 -

Vitalidade 2 - 2

Privacidade pessoal 2 1 1

Autorealização 1 1 -

Motivação 1 1 -

Eqüidade interna 1 - 1

Área profissional 1 - 1

Ação cívica 1 - 1

Cansaço para falar 1 - 1

Distribuição de tarefas 1 - 1

Cansaço para falar 1 - 1

Apoio do supervisor 1 - 1

Melhoria de qualidade dos serviços aos clientes internos e externos 1 1 -

Melhoria de QVT a partir de PQT 1 1 -

Preocupação com o lado humano 1 1 -

Maior liberdade 1 1 -

Reconhecimento 1 1 -

Senso comunitário 1 1 -

Número de profissionais suficientes 1 - 1

Recursos humanos e materiais na unidade 1 - 1

Total 131 62 69

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No que se refere às conclusões apresentadas pelos estudos, pode-se verificar

que os estudos especificaram 12 tipos diferentes de conclusões, sendo estas:

caracterização da percepção de QVT; orientação para mudanças nas condições de

trabalho; caracterização de critérios mais importantes para avaliação de QVT; QV

como dimensão importante para análise das condições de trabalho; caracterização

de confiabilidade do instrumento utilizado para análise; possibilidade de mensurar os

resultados de QV; necessidade de um modelo de avaliação e mensuração dos

resultados de QVT; caracterização geral do estado dos trabalhadores;

caracterização do principal problema que interfere na QV; necessidade de novos

estudos que esclareçam aspectos que não foram suficientemente explorados; QVT

interfere diretamente na produtividade das empresas e orientação quanto a uma

maior divulgação dos programas de QVT.

Das conclusões analisadas, as que tiveram uma frequência maior nos

estudos foram as que traziam os seguintes aspectos: caracterização geral do estado

dos trabalhadores (n=8), seguidas das orientações para mudanças das condições de

trabalho (n=7), caracterização do principal problema que interfere na QV (n=5),

construção e implementação de estratégias para melhoria de QVT (n=4),

caracterização de confiabilidade do instrumento utilizado para análise (n=3),

caracterização de critérios mais importantes para avaliação de QVT (n=2),

necessidade de novos estudos que esclareçam aspectos que não foram

suficientemente explorados (n=2), orientação quanto a uma maior divulgação dos

programas de QVT (n=2), QVT interfere diretamente na produtividade das empresas

(n=1), QV como dimensão importante para análise das condições de trabalho (n=1),

possibilidade de mensurar os resultados de QV (n=1), necessidade de um modelo

de avaliação e mensuração dos resultados de QVT (n=1) (Ver tabela 16).

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Tabela 16: Caracterização das conclusões dos estudos analisados

Conclusões dos estudos

Caracterização geral do estado dos trabalhadores

Sub-classes F parcial F total

Níveis de satisfação dos trabalhadores

3 8

Níveis de insatisfação dos trabalhadores

5

Orientações para mudanças das condições de trabalho

Intervenção no trabalho com foco na gestão

participativa 2

7

Intervenção nas condições de trabalho

voltado a prevenção do stress

1

Construção e implementação de

estratégias de melhoria de QVT

4

Caracterização do problema que interfere na QV 5

Construção e implementação de estratégias para melhoria de QVT 4

Caracterização de confiabilidade do instrumento utilizado para análise 3

Caracterização de critérios mais importantes para avaliação de QVT 2

Necessidade de novos estudos 2

Orientação quanto uma maior divulgação dos programas de QVT 2

QVT interfere diretamente na produtividade das empresas 1

QV como dimensão importante para análise das condições de trabalho 1

Possibilidade de mensurar os resultados de QV 1

Necessidade de um modelo de avaliação e mensuração dos resultados de QVT 1

Total 37

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7 DISCUSSÃO

Os dados referentes aos artigos e à origem dos estudos demonstram uma

grande variabilidade de autores, porém, nota-se que as regiões com mais produções

na área, assim como as instituições nas quais as pesquisas foram realizadas, estão

diretamente vinculadas ao trabalho de uns autores específicos que se destacam na

abordagem da QVT.

As três autoras com maior número de produções encontradas nessa pesquisa

comprovam a afirmação feita acima. Regina Zanella Penteado está vinculada à

Universidade Metodista de Piracicaba e Denise Rodrigues Costa Schmidt que vem

realizando pesquisas junto a Rosana Aparecida Spadoti Dantas estão vinculadas à

Universidade de São Paulo. Essa constatação configura a realidade que aponta a

região Sudeste, com destaque ao estado de São Paulo, como maior produtor de

pesquisas no campo da qualidade de vida no trabalho, o que poderia sugerir que

isso se dá devido à grande concentração de indústrias nesse estado, entretanto, o

foco dos estudos analisados, como se verá abaixo, não variou nesse sentido,

sugerindo uma concentração devido a interesse do pesquisador em abordar o tema

tendo em vista profissões e instituições específicas, possivelmente pela facilidade de

acesso às instituições referidas.

Os resultados dos estudos demonstraram que o tema vem sendo abordado

com mais frequência na área de Ciências da Saúde, levando-nos a crer que a atual

forma de abordar a qualidade de vida no trabalho está diretamente relacionada aos

aspectos voltados à saúde geral do trabalhador, possivelmente em consonância ao

conceito de saúde adotado pela Organização Mundial de Saúde, que diretamente se

relaciona ao conceito de qualidade de vida adotado por essa instituição, para a qual

saúde é definida6 como: "um estado dinâmico de completo bem-estar físico, mental,

espiritual e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade"7.

6 Preâmbulo da Constituição da Organização Mundial da Saúde tal como adorado pela Conferência

Internacional de Saúde, Nova Iorque, 19-22 junho de 1946, assinado em 22 de julho de 1946 pelos representantes de 61 Estados (Registros Oficiais da Organização Mundial de Saúde, nº 2, p.100) e entrou em vigor em 7 de abril de 1948. Disponível em:

<http://www.who.int/about/definition/en/print.html.> Acesso em: 20 nov. 2010. 7

“Desde a Assembléia Mundial de Saúde de 1983, a inclusão de uma dimensão "não material" ou "espiritual" de saúde vem sendo discutida extensamente, a ponto de haver uma proposta para

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Os escores obtidos nos estudos reforçam essa conclusão, quando são

apresentados os componentes socioemocional, as condições físicas e saúde física e

mental como as variáveis que mais se destacaram nos resultados dos estudos. Foi

observado também que na distribuição dos objetivos por estudo destacaram-se os

seguintes: investigar, caracterizar e avaliar o processo saúde-doença e estratégias

de QVT e investigar o impacto da voz e qualidade de vida do profissional.

Observem, porém, que, Lacaz (2000) e Tamaki (2000) chamam a atenção

para não associarem a qualidade de vida na saúde do trabalhador a hábitos de vida,

por se situarem numa perspectiva individualizada, voltada às condições de saúde do

trabalhador. Assim, corre-se o risco de desconsiderar a organização do processo de

trabalho e minimizar a problemática que é analisada em sua dimensão coletiva.

Ainda que essa posição metodológica de Lacaz (2000) e Tamaki (2000)

possa ser importante para definir uma dimensão de análise, ela, entretanto, merece

considerações. Uma delas é que ela não se confirma na prática investigativa, como

atestam os estudos analisados, uma posição que tenha a hegemonia de uma

análise em sua dimensão coletiva.

Parece-nos que a organização do processo de trabalho é uma das análises

possíveis na área de QVT, e tem sua importância, e de fato parece constituir-se em

um dos determinantes em termos de relações causais na QVT. Contudo, ela poderá

ou não estar integrada naquilo que se avalia e analisa.

Observem que, dos instrumentos propostos nos estudos analisados, todos

medem comportamentos individuais de alguma forma, mesmo que os estudos se

voltem para análises de grupo. Questões de natureza organizacional foram apenas

descritas nas revisões e discussões dos dados, não sendo incluídas

necessariamente medidas diretas de dados das organizações nos estudos, o que

pode apontar para necessidades de investigações que incluam variáveis para esse

fim.

Observem ainda que alguns instrumentos deixam explicitas as medidas do

comportamento individual, inclusive de hábitos. Medidas do comportamento

individual foram na verdade as únicas mencionadas como parâmetros da QV e QVT,

modificar o conceito clássico de "saúde" da Organização Mundial de Saúde para "um estado dinâmico de completo bem-estar físico, mental, espiritual e social e não meramente a ausência de doença"(WHO/MAS/MHP/98.)”. Disponível em: <http://www.almamix.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=118:oms-saude-2010&catid=21:saude&Itemid=97.> Acesso em: 20 nov. 2010.

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conforme pode ser atestado nas tabelas 14 e 15. Igualmente, a dimensão individual

sugere não apenas um dos fins últimos pretendidos nos estudos sobre a qualidade

de vida do trabalhador, que é a própria vida do trabalhador em associação com o

seu trabalho, medida em seus aspectos objetivos e subjetivos. É o bem estar de

cada um dos funcionários que é perseguido, em sua integralidade. E como afirma

Skinner (1953/19948, p. 286): “(...) o comportamento do indivíduo explica o

fenômeno do grupo (...)”, ainda que medidas de ações de grupo e instituições

possam ser analisadas em si próprias, em suas próprias dimensões ou de forma

integrada a outras propostas, como de fato é pretendido em uma análise última.

A inclusão das abordagens sociológicas, econômicas, antropológicas,

psicológicas e biológicas às investigações, por exemplo, sugere que há no estudo da

qualidade de vida do trabalhador interesses diversos. Alguns dos interesses

consideram desde a saúde mental a questões ergonômicas, de questões de

natureza da política da empresa e seu modo de funcionamento até efeitos de

políticas macrossociais, e as próprias formas de organização dos trabalhadores. Daí

decorre destinos diversos em termos de implicações individuais, coletivas e

institucionais dos estudos da área, como o são os objetos de análise observados na

presente investigação. De qualquer forma, em uma área de pesquisa em

construção, entende-se que nenhuma perspectiva de análise deve ser descartada

até que se mostre desnecessária. Observe como discussões abaixo atestam para

essa conclusão.

As quatro áreas que mais se sobressaíram na produção científica do tema

foram: Enfermagem, Psicologia, Administração e Medicina, confirmando estudos

anteriores de Ferreira, Alves e Tostes (2009) que enfatizam o crescimento da

produção científica do assunto no campo da Psicologia e Administração, sobretudo,

a partir dos anos 90. Os resultados analisados sugerem que a Enfermagem é a área

do conhecimento que mais publicou pesquisas de QVT. Segundo Guerreiro e

Monteiro (2008), as pesquisas sobre a avaliação de QVT do trabalhador de

enfermagem ainda estão em fase inicial, mas apresentam-se com tendência ao

crescimento, visto o aumento do número de pesquisas publicadas nos últimos cinco

anos.

8 SKINNER, Burrhus Frederic Ciência e comportamento humano. São Paulo: Martins fontes, 1994 (publicado

originalmente em 1953).

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Quanto às instituições onde as pesquisas foram realizadas, os estudos

demonstram que as instituições federais têm tido maiores publicações no campo de

QVT. Essa realidade pode estar apontando um maior interesse para publicação nas

pesquisas construídas em estudos de pós-graduação

Em relação às variáveis dos sujeitos, dos treze artigos que abordam a

questão do gênero, nove estudos apresentam o feminino como predominante, sendo

que dois dos treze abordam exclusivamente o gênero feminino. As ocupações onde

o sexo feminino se fez maioria nos estudos são: empreendedorismo, gestão de

órgãos públicos, docência e enfermagem (área técnica, auxiliar e de atendimento). O

gênero masculino prevalece em maior quantidade em dois estudos, nas seguintes

ocupações: gerência e magistrado da justiça do trabalho. A ocupação do mercado

de trabalho por mulheres nas últimas décadas, em especial no Brasil, parece sugerir

uma preocupação a mais com o gênero feminino em estudos sobre saúde

ocupacional e qualidade de vida, o que parece bem representado na análise feita

aqui.

Essa suposição é reforçada pela análise de Madalozzo, Martins e Shiratori

(2010), ao apontar, segundo os dados do IBGE, que 50% das mulheres brasileiras

participavam do mercado de trabalho no ano de 2002, um crescimento considerável

em comparação a 1970, quando a participação da mulher no mercado era em torno

de 18%.

Outras variáveis dos sujeitos de pesquisas além das citadas na revisão foram

encontradas em uma menor parcela dos artigos, tais como: estado civil, quantidade

de filhos, tempo de serviço, salário e escolaridade. Em quatro artigos, as variáveis

dos sujeitos citadas acima interferem de forma direta na percepção do indivíduo em

relação ao trabalho. No artigo “Stress e qualidade de vida em magistrados da justiça

do trabalho: diferenças entre homens e mulheres”, Lipp e Tanganelli (2002) apontam

que os estressores mais frequentes aos juízes foram a sobrecarga de trabalho e a

interferência dessa na vida familiar.

No artigo “Qualificação profissional e representações sobre trabalho e

qualidade de vida”, Souza e Figueiredo (2004) apresentam diferenças quanto às

formas de enfrentamento e à busca do equilíbrio psicoafetivo, indicando, nos mais

qualificados, uma dissociação entre o universo do trabalho e necessidades básicas

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para qualidade de vida, enquanto que, para os menos qualificados, o trabalho

representou parte indissociável da sobrevivência.

No artigo “Mulheres empreendedoras: medos, conquistas e qualidade de

vida”, Jonathan (2005) demonstra, de um modo geral, que as empreendedoras

estavam bastante satisfeitas com as diferentes dimensões de seu espaço vital, o

que envolve trabalho, relações com os filhos e respeito próprio.

Por fim, no artigo “Impacto da voz na qualidade de vida de professore(a)s do

ensino”, Grillo e Penteado argumentam que conforme aumenta o tempo de

magistério mais o professor tem problema com falta de ar.

Nesses exemplos, as constatações apoiam as afirmações de Rodrigues

(2002) e Oliveira; Branco e Hilgemberg (2008) de que a qualidade de vida no

trabalho é indissociável das questões sociais.

No que diz respeito aos instrumentos, é importante notar sua variabilidade,

assim como os respectivos domínios e itens. Essa diversidade instrumental deixa

clara a indefinição quanto aos critérios sólidos que definem o que é qualidade de

vida no trabalho, a avaliação e aplicação da QVT. A ausência de um padrão de

avaliação parece estar relacionada à falta de um instrumento que possa medir

eficazmente a QVT em todas as realidades laborais, visto que sua aplicação é

discutida como dependente das características variáveis dos ambientes, ocupações

e/ou sujeitos. Os instrumentos que apresentaram maior frequência nos estudos

foram os que basearam nos critérios de QVT de Walton e no questionário de

qualidade de vida e voz. (Ver anexo D).

No que se refere aos domínios, apesar do destaque aos domínios físico,

socioemocional, relações sociais, psicológico, meio ambiente, constitucionalismo,

remuneração e saúde, não houve um consenso nos componentes de avaliação,

apresentando uma grande variabilidade. Observou-se que os domínios em destaque

estão associados aos instrumentos mais utilizados. Da mesma forma, a quantidade

de itens por instrumento predominou naqueles mais aplicados. Uma questão ainda

em aberto é: quais são os critérios de escolha do número de itens ou quais têm sido

as variáveis relacionadas.

É importante destacar os domínios por ocupações conforme se verifica no

anexo E, por apresentar as tendências das avaliações em profissões específicas,

permitindo criar conjecturas dos domínios utilizados pelos instrumentos em relação

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às profissões. A exemplo, observa-se que todas as vezes que o instrumento QVV foi

utilizado, analisava especificamente os professores, conforme se observa na obras

dos seguintes autores: Grill e Penteado (2005); Jardim, Barreto e Assunção (2007),

Penteado e Pereira (2007); e Servilha e Roccon (2009). Isso chama a atenção por

tratar de um instrumento que avalia os aspectos físico, socioemocional e global e

incluir também os aspectos da qualidade da voz, o que poderá estar indicando uma

preocupação corrente dos estudiosos a respeito dessa profissão, conforme se pode

notar pela maior representação do estado físico (n=7), e o aspecto socioemocional

(n=6).

Quanto à categorização dos temas principais, os que abordaram diretamente

a QVT utilizaram na sua maioria dos instrumentos específicos, tais como: ISP,

IQVTE, JCQ, categorias de Walton, questionários e entrevistas semiestruturadas.

Nota-se que uma parcela considerável abordou a QV e posteriormente a

subcategorizou em QV e voz, QV e stress, QV e sono e QV no contexto do trabalho.

Nesses estudos predominam os instrumentos de escala geral que utilizam de

questionários estruturados, como: QVV, WHOQOL-100, WHOQOL-Bref, IQV, SF-36

e SRQ-20. Esses resultados da revisão levam à percepção de que, na ausência de

instrumentos padronizados para avaliação de profissões específicas, a utilização de

instrumentos de escala ou medida geral tem sido uma alternativa na busca de

resultados que possam medir o nível de qualidade de vida no trabalho.

Fernandes (1996) argumenta que, em decorrência dos diferentes tipos de

análise de QVT, há necessidade de ter uma visão situacional sobre o assunto

partindo do contexto social, econômico e político local, por isso, segundo a autora,

QVT é um tema amplo, flexível e contingencial. Em geral, a análise aponta que os

instrumentos que faziam uso de domínios e itens levavam em consideração as

características individuais dos trabalhadores com referência ao ambiente de

trabalho. Portanto, em vista aos resultados, há necessidade de mais estudos que

busquem compreender melhor os critérios de inclusões dos domínios e itens.

Em relação ao conceito de qualidade de vida no trabalho, esse foi ao encontro

da abordagem presente na revisão de literatura, uma vez que denota uma

imprecisão conceitual em decorrência da abertura à variabilidade de definições que

estão associadas aos contextos em que foram elaborados. Houve também uma

ausência de definição observada por uma parcela dos estudos (n=8). Alguns autores

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apontaram o desconhecimento conceitual de uma quantia considerável dos sujeitos

de pesquisa do que vem a ser QVT e qual a sua funcionalidade. Monaco e

Guimarães (2000) e Piccinini (2004) associam o desconhecimento do que vem a ser

QVT e de sua metodologia aos baixos índices de comprometimento por parte dos

funcionários e demais itens de avaliação, ressaltando a necessidade de programas

de divulgação. Huse e Cummings (1985) apud Rodrigues (2002) observam que, já

na década de 60, a maior conscientização dos trabalhadores associada ao aumento

das responsabilidades sociais da empresa foi um dos elementos fundamentais para

as pesquisas que objetivavam melhores formas de realizar o trabalho. Rodrigues

(2002) ressalta ainda que na atualidade a maior conscientização dos trabalhadores

tem levado a constantes reivindicações no sentido de um trabalho mais humanizado

e compensador. Trata-se de uma reflexão importante uma vez que a

conscientização (conhecimento sobre) parece refletir o grau de interesse do

empregado em relação ao trabalho.

Conforme Aquino (1980), citado por Fernandes (1996), quando o trabalhador

não se sente integrado ou aceito no seu ambiente de trabalho, tende em primeiro

lugar a cuidar de seus interesses, e quando lhe sobra tempo, dos interesses da

empresa. Comportamento esse que não é desejado, uma vez que a QVT implantada

nas empresas parece estar intimamente associada à necessidade de maior

produtividade, ou seja, parece voltar-se a medidas de interesse primário nas

empresas. Apesar dessa relação produtividade x qualidade de vida no trabalho estar

aparentemente associada, ela foi citada apenas uma vez nas análises das

conclusões encontradas nos estudos de Limongi-França e Oliveira (2005).

As pesquisas de QVT na área organizacional, onde haveria uma possibilidade

de encontrar com mais frequência a relação produtividade x QVT, não parecem de

fato, ser estimuladas no campo acadêmico, conforme pode-se observar no Anexo G,

onde o campo da saúde foi ganhando destaque nas publicações ao longo dos anos.

É possível que a área de QVT seja muito mais ampla do que têm apresentado os

estudos. Se levarmos em consideração que algumas instituições empresariais

trabalham com o assunto a muito mais tempo, e o interesse das organizações é

voltado muito mais para os resultados práticos, do que necessariamente à

publicação dos resultados, a hipótese anterior pode estar correta.

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No que diz respeito às variáveis dos resultados, a soma total entre variáveis

satisfatórias e insatisfatórias apresentaram um valor equiparado. Contudo, uma

variável em especial, a remuneração (compensação justa e adequada), chama a

atenção pelo resultado insatisfatório em todas as ocasiões em que fora avaliada.

Esse aspecto demonstra em geral uma insatisfação do trabalhador quanto ao

benefício econômico, também pode ser um indício da ausência da valorização do

trabalho por parte dos empregadores. Resultado esse significativo, uma vez que a

questão financeira faz-se mister no aspecto de sobrevivência do trabalhador.

Fernandes (1996) nos lembra da dificuldade de buscar qualidade dos produtos se a

qualidade dos que os produzem é baixa, fazendo-se impossível a associação entre

produtividade e qualidade com funcionários insatisfeitos.

Quanto à análise das conclusões, os dois itens mais abordados,

caracterização geral do estado dos trabalhadores e orientações para mudanças das

condições de trabalho que inclui a intervenção no trabalho com foco na gestão

participativa, corroboram a análise conceitual feita por Fernandes (1996) em seu

livro Qualidade de vida no trabalho: como medir para melhorar. Fernandes (1996)

expõe que, para a maioria dos autores, a qualidade de vida no trabalho como uma

linha de pesquisa tem orientado para uma direção de melhorias na eficácia

organizacional, tendo como pré-requisito a satisfação do indivíduo através da

participação das decisões e condições favoráveis em seu trabalho. Isso significa que

os resultados da revisão confirmam uma tendência da implantação da QVT já

encontrada na literatura desde 1996.

Possivelmente há outros artigos disponíveis no banco de dados da Scielo que

fazem referência à QVT, porém, considerando os critérios de seleção dos artigos a

partir da palavra-chave qualidade de vida no trabalho, foram selecionadas 29

referências. Deve-se levar em consideração o volume restrito de estudos da Scielo.

Os artigos que descrevem sobre o assunto não representam uma generalização dos

outros estudos feito no país. A interpretação dos escores deve ser entendida como

reflexo minoritário da realidade da literatura científica brasileira e esses indicadores

não podem ser tomados como uma expressão da mesma. Os artigos da Scielo nos

permitem analisar uma tendência de publicações por áreas de estudo, regiões,

revistas e pesquisadores.

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A revisão de literatura contribuiu para uma análise mais detalhada e

abrangente do que vem a ser QVT, como tem sido percebida e aplicada. Torna-se

uma importante ferramenta de trabalho quando apresenta os instrumentos dos

estudos utilizados aos públicos específicos e seus respectivos resultados. Os

estudos de revisão são confirmados em sua importância por Fernandes (1996), ao

afirmar que o primeiro passo para a implantação de um programa de QVT é

conhecer do que se trata, através de uma revisão de literatura especializada sobre o

tema, uma vez que não se pode trabalhar com algo que não se sabe exatamente o

que é e do que se trata.

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8 CONCLUSÃO

Medir qualidade de vida no trabalho é uma prática relativamente recente, que

vem crescendo ao longo dos anos, e demonstra ser uma tarefa cercada de

complexidades, cuja interpretação depende de constante revisão conceitual e

metodológica.

Conceitualmente, as questões de qualidade de vida no trabalho têm avançado

em níveis consideráveis, sob o enfoque dos determinantes sociais de condição de

vida em relação às influências do trabalho e vice-versa. Entretanto, os aspectos

analíticos de mensuração apresentam-se ainda como o grande desafio a ser

superado, especificamente, quando se usam diferentes ferramentas de avaliação, as

quais trazem consigo vieses metodológicos inerentes e obstáculos típicos desse

processo. Apesar dos objetivos dos estudos encontrados na análise demonstrarem

uma coesão em relação a outras pesquisas na literatura, os meios instrumentais e

metodológicos para alcançar os resultados satisfatórios em QVT ainda estão

distantes de uma padronização. Percebe-se que na ausência de um instrumento

específico, vários autores têm utilizado de instrumentos genéricos para avaliar o

nível de satisfação no trabalho.

Os estudos têm avançado pela contribuição das diversas áreas do

conhecimento desde o seu surgimento, com destaque para a Psicologia, a

Administração, a Medicina e, mais recentemente, a Enfermagem. A abordagem por

parte de várias profissões possibilita uma variabilidade de percepções específicas

conforme a linha de pensamento. Essa noção fora destacada anteriormente por

Seidl e Zannon (2004) ao afirmarem que a qualidade de vida enquanto um

constructo interdisciplinar pode ser valiosa e mesmo indispensável. A Psicologia

aparece nos estudos de QVT associada ao trabalho de valorização da subjetividade

do indivíduo, buscando conhecer sua percepção em relação ao ambiente sócio

laboral, e também aos fatores de emoção e motivação no desenvolvimento do

trabalho e alcance de metas de produção.

Através da revisão, verificou-se que QVT não possui uma definição unívoca,

seu conceito é multifatorial e vai desde a condição física e psíquica do trabalhador

até as condições ambientais do trabalho.

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Os resultados dos estudos apontam necessidades múltiplas dentro e fora do

trabalho como critérios de uma qualidade de vida satisfatória na percepção do

trabalhador. Assim, a utilização de métodos que partam do princípio de uma

avaliação biopsicossocial poderá ser a alternativa mais eficiente na compreensão

das variáveis que interferem na subjetividade do indivíduo sobre o vem a ser

qualidade de vida no trabalho.

Estudos como este permitem aos interessados no assunto visualizar, dentro

de um período maior de tempo, as diversas contingências envolvidas na sua

constituição, bem como os resultados que vêm sendo produzidos pela utilização dos

métodos. Assim, pode-se constatar a evolução das áreas de interesse pelo tema, as

tendências metodológicas ao longo do tempo, bem como observar as relações no

tempo dos aspectos investigados que buscam representar de alguma forma a

medida do homem em sua totalidade, uma visão do homem integral, além da

percepção do trabalhador sobre si mesmo na atividade laboral, como atestam as

medidas empregadas e aplicadas a esses trabalhadores.

Desse modo, visando o crescimento e aprofundamento no campo das

pesquisas em qualidade de vida no trabalho, mais estudos sistemáticos são

necessários nessa área.

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REFERÊNCIAS

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ANEXOS

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ANEXO A – DISTRIBUIÇÃO DAS LOCALIDADES ONDE OS DADOS FORAM COLETADOS E VARIÁVEIS DOS SUJEITOS

Classificação

Localidades de coleta dos dados Variáveis do sujeito

Localidades Ocupações Gênero

H-Homem/ M-mulher

Faixa etária

A-anos Resultado Geral

Hospital

Hospital Heliópolis - SP 54 enfermeiras 54 M N.I

Satisfatórios: integração, relevância social, oportunidade de uso e desenvolvimento das capacidades. Insatisfatórios: ausência de reconhecimento pelo trabalho, ausência de plano de carreira, comunicação deficiente e remuneração incompatível com a função.

4 hospitais de Londrina - PR 12 enfermeiros; 1 técnico; 73 auxiliares;18 atendentes de

enfermagem 18 H.;87M N.I

Insatisfação dos profissionais de enfermagem atuantes no bloco cirúrgico em relação à QVT.

Hospital Psiquiátrico de São Paulo - SP 1 enfermeira; 5 auxiliares de

enfermagem N.I N.I

Os trabalhadores encontram-se expostos a todas as cargas de forma intensa e específica, gerando um processo de desgaste físico e mental muito intenso. Um desgaste mental que se aproxima do sofrimento psíquico, pela potencialização da exposição à carga psíquica e não pelo convívio como objeto de trabalho.

Hospital São Paulo da escola paulista de Medicina (UNIFESP) - SP.

150 empregados de ocupações diversas

N.I N.I Grau de satisfação com o trabalho: Muito satisfeito: (n=27); Satisfeito: (n=91); Nem satisfeito nem insatisfeito: (n=23); Insatisfeito: (n=9); Muito insatisfeito: nenhum.

2 hospitais públicos e 2 hospitais privados de São Paulo - SP

348 enfermeiros 18 H.;330 M 35,7 A

As condições de trabalho, segurança e remuneração na sua totalidade apresentaram médias superiores nos hospitais privados em relação aos hospitais públicos. As dimensões valorização e reconhecimento institucional, identidade e imagem profissional, integração com a equipe não mostraram diferenças significativas, embora, nos hospitais privados, as médias dos postos tenham sido superiores às encontradas nos hospitais públicos.

UTI Pediátrica e Neonatal da escola paulista de Medicina (UNIFESP) - SP

37 médicos. ;20 enfermeiros N.I

Médica= 34,7A.;

Enfermeiro 31,55A

A qualidade de vida dos médicos e enfermeiros intensivistas pediátricos e neonatais mostra-se comprometida. Tanto médicos como enfermeiros apresentaram altos esforços, demandas psicológicas, físicas e insegurança no trabalho que repercutiram na qualidade de vida no trabalho.

CMS Centro Municipal de Saúde (CMS) no Rio de

Janeiro - RJ

7 enfermeiros, 3 téc. enfermagem e 24 aux.enfermagem

2 H.;32 M N.I Apresentam altos índices de estresse, o que tem tornado o trabalho difícil emocionalmente, ocasionando uma sobrecarga psíquica. Houve altos índices de insatisfação em relação a remuneração, condições do trabalho e ambiente,

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ausência de privacidade, recursos humanos e materiais na unidade, distribuição de tarefas, planejamento prévio das ações de saúde, ausência de treinamento formal, tempo no trabalho para aperfeiçoamento, ausência de ginástica laboral e confraternização periódica.

Empresa pública federal

ECT- Empresa de Correios e Telegrafos - SC 15 funcionários administrativos;

1 gerente. N. I N.I

Satisfatório: indicadores de ambiente físico de trabalho, significado e identidade de tarefa, crescimento profissional, relacionamento interpessoal, senso comunitário, respeito às leis e direitos trabalhistas, normas e rotinas, liberdade de expressão, imagem da empresa e responsabilidade da empresa por produtos e serviços, indicadores de autonomia, retroinformação, possibilidade de carreira. Insatisfatório: remuneração, eqüidade interna, jornada de trabalho, uso de habilidades múltiplas, segurança no emprego, igualdade na distribuição de oportunidades, privacidade pessoal, papel balanceado da vida no trabalho e responsabilidade social da empresa em relação aos empregados.

Empresa pública estadual

COPASA-MG - Companhia de Saneamento de Minas Gerais - MG

96 gerentes 88 H.; 8 M 36 a 46 A 93% possuem um elevado grau de satisfação com o seu trabalho, enquanto 6% possuem um médio grau e 1% baixo

Empresa privada

13 cooperativas de Porto Alegre- RS

3 Cooperativas. Grande (C), médio(B) e pequeno porte(a). Grande(C): 25 engenheiros e

técnicos em eletrônica; Médio(b): diretor e o diretor-secretário, 8 associados em função administrativa e 11 trabalhadores em serviços

gerais.; Pequeno(a): o presidente da cooperativa e 9

cooperados.

N.I N.I

A cooperativa (C) oferece boas condições de trabalho e as cooperativas (A) e (B), são instáveis em relação a primeira. A autogestão, de modo geral, não é praticada pelas cooperativas de trabalho, mas os cooperados apontaram que há uma gestão democrática.

Empresas privadas no Rio de Janeiro - RJ 49 empreendedoras cariocas 49 M 46,5 A As empreendedoras estavam bastante satisfeitas com as diferentes dimensões de seu espaço vital.

Grande instituição de serviços e intermediação financeira- 3 regionais: Minas, Bahia e Paraná

80 gestores; 128 func. vários cargos

N.I

As pessoas com deficiência estão satisfeitas. A percepção dos benefícios da contratação de pessoas com deficiência está associada com as ações de sensibilização, o que implica também que aumentando as ações de sensibilização, aumenta esse tipo de percepção entre as pessoas.

Empresas privadas do Brasil (Análise de 100 empresas)

N.I N.I N.I

As organizações cujas práticas foram avaliadas de forma mais positiva pelos seus empregados nos anos de 1997 e 1999 enfatizam, em primeiro lugar, o orgulho do trabalho e da empresa. No ano de 2000 o principal aspecto valorizado foi a oportunidade de carreira e treinamento.

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Instituição de ensino superior

Unisantos - Curso de Enfermagem - SP 15 professores do curso de

Enfermagem 2 H; 13 M

(n=8)33 a 40 A;

(n=5) 41 a 45 A;

(n=2) 54a 61 A

A QVT do docente de enfermagem é expressa por diversos problemas de saúde que permitem evidenciar que os fatores desgastantes se sobrepõem aos fatores potencializadores.

Usp - Campos de Ribeirão Preto - SP 16 profissionais de várias

especialidades 8 H.;8M.

H=40 a 50 A; M=30 a

40 A

Nos mais qualificados há uma dissociação entre o universo do trabalho e necessidades básicas para qualidade de vida, enquanto que para os menos qualificados o trabalho representou parte indissociável da sobrevivência.

Escola de Rede Pública

Escolas Municipais de Belo Horizonte - MG 2133 professores N.I 42A

O uso de medicamento para depressão ou ansiedade e para alterações do sono foi um indicativo freqüente. A prevalência de transtorno mental mensurada pelo GHQ-12 foi de 50%. Há associações importantes referentes à pior qualidade de vida relacionada à voz, principalmente no domínio físico.

Escola estadual e municipais de ensino fundamental - Ribeirão Preto - SP

120 professores 7H; 113M 23 a 65 O(a)s professore(a)s encontram-se satisfeitos com a qualidade vocal que apresentam.

4 escolas estaduais de Rio Claro - SP 128 professores N.I N.I

A maioria avaliou a voz como boa, e a QV teve boa avaliação nos domínios de relações sociais. O número de períodos lecionados apresentou correlação positiva e significativa com a auto-avaliação vocal. Não houve diferença significativa entre os gêneros. Houve sim no domínio físico, quando comparados aos resultados das diferentes escolas e 54,7% dos professores consideraram o local de trabalho nada ou pouco saudável.

Escolas municipais de Jequié - BA 91 professores 4 H.;87 M. N.I A qualidade de vida encontra-se prejudicada com destaque para a vitalidade e a dor.

Posto de gasolina,

Restaurante

4 postos de gasolina e restaurantes na estrada 206 caminhoneiros portugueses e 200

caminhoneiros N.I N.I

É alta a prevalência de distúrbios do sono nos caminhoneiros dos dois países, com repercussões negativas sobre a vigilidade diurna e qualidade do sono. Em Portugal a QV foi melhor na saúde mental e dores. No Brasil no desempenho físico, vitalidade e função social.

Postos de abastecimento de combustível e estacionamentos de carga e descarga da

Rodovia SP-330 (Especialmente na região de Americana e Piracicaba) - SP

400 caminhoneiros N.I 42,2 A Diversos aspectos das condições de trabalho, hábitos e comportamentos de motoristas de caminhão exercem impactos negativos sobre sua saúde, com prejuízos para a comunicação e a qualidade de vida.

Agência bancária

29 agências dos 13 municípios que compõem a região do Meio Oeste Catarinense - SC

263 bancários N.I N.I Prevalência de sintomas músculo-esqueléticos entre os bancários da região foi alta, correlacionando-se negativamente à sua qualidade de vida.

AMATRA XV

Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 15a. CAMPINAS - SP

75 magistrados da justiça do trabalho

38 H; 37 M 30 a 39 A 71% dos juízes apresentavam sintomas de stress com maior índice entre as mulheres. A qualidade de vida mostrou-se comprometida nas áreas social, afetiva, profissional e da saúde. Os estressores mais freqüentes foram

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sobrecarga de trabalho e interferência com a vida familiar.

Órgãos públicos federais

10 órgãos públicos federais (legislativo(n=2),judiciário(n=3),executivo(n=5))

Brasília - DF 13 gestores 2 H;11 M 42 A

Constatou-se a ausência predominante de uma política institucional claramente definida para conduzir as atividades de QVT nos órgãos. Outros aspectos prejudiciais a QVT foram apontados: falta de tempo para participar das atividades oferecidas; carência de pessoal para desenvolver atividades; burocracia para realização de atividades, desconhecimento dos servidores sobre QVT; aceitação e/ou adesão dos coordenadores e chefes ao programa. Em geral há uma ausência da definição de QVT.

Polícia Setor administrativo, técnico e operacional da

polícia civil do Rio de Janeiro - RJ 51 policiais N.I 36 a 45 A

Os resultados não indicam diferença de sofrimento psíquico entre os gêneros, mas apontam para a existência de diferenças significativas em alguns itens da escala. As policiais, sobretudo as técnicas, apresentam maiores proporções em relação aos homens. Tempo de trabalho: observou-se sofrimento psíquico em 13,2% dos que estão há dez anos na corporação, 24% dos que estão de 11 a 20 anos e 16,2% dos que têm mais de vinte anos na polícia, sugerindo um efeito de sobrevivência.

Outros

Federação nacional dos estudantes de administração, contato telefônico e internet

215 (Executivos, administradores e alunos de

adm.) N.I 31 a 50 A

96,3% dos participantes afirmaram acreditar que toda empresa deve ter um programa de QVT. Um grupo de 68% dos participantes também afirmou que os empregadores consideram necessários as ações e programas de QVT.

Durante um curso sobre voz na docência – Campinas (local não informado) - SP

21 professores universitários H 5;16M 48 A

O impacto da voz sobre a qualidade de vida foi baixo. Houve coerência entre os resultados do QVV e a avaliação fonoaudiológica, indicando percepção apropriada dos docentes em relação à própria voz. O QVV mostrou ter valor preditivo na relação voz e qualidade de vida

Não se aplica Não se aplica N.A N.A N.A N.A

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ANEXO B – DISTRIBUIÇÃO DAS LOCALIDADES ONDE OS DADOS FORAM COLETADOS

Classificação Localidades Frequência

Hospital

Hospital Heliópolis - SP 1

4 hospitais de Londrina - PR 1

Hospital Psiquiátrico de São Paulo - SP 1

Hospital São Paulo da escola paulista de Medicina (UNIFESP) - SP. 1

2 hospitais públicos e 2 hospitais privados de São Paulo - SP 1

UTI Pediátrica e Neonatal da escola paulista de Medicina (UNIFESP) - SP 1

CMS Centro Municipal de Saúde (CMS) no Rio de Janeiro - RJ 1

Empresa pública federal ECT- Empresa de Correios e Telégrafos - (DR/SC) 1

Empresa pública estadual COPASA-MG - Companhia de Saneamento de Minas Gerais 1

Empresa privada

13 cooperativas de Porto Alegre- RS 1

Empresas privadas no Rio de Janeiro - RJ 1

Grande instituição de serviços e intermediação financeira- 3 regionais: Minas, Bahia e Paraná

1

Empresas privadas do Brasil (Análise de 100 empresas) 1

Instituição de ensino superior Unisantos - Curso de Enfermagem - SP 1

Usp - Campos de Ribeirão Preto - SP 1

Escola de Rede Pública

Escolas Municipais de Belo Horizonte - MG 1

Escola Estadual e Municipais de Ensino Fundamental - Ribeirão Preto - SP 1

4 escolas estaduais de Rio Claro - SP 1

Escolas municipais de Jequié - BA 1

Posto de gasolina, Restaurante

4 postos de gasolina e restaurantes na estrada 1

Postos de abastecimento de combustível e estacionamentos de carga e descarga da Rodovia SP-330 (Especialmente na região de Americana e Piracicaba) - SP

1

Agência bancária 29 agências dos 13 municípios que compõem a região do Meio Oeste Catarinense - SC 1

AMATRA XV Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 15a. CAMPINAS - SP

1

Órgãos públicos federais 10 órgãos públicos federais (legislativo(n=2),judiciário(n=3),executivo(n=5)) Brasília - DF 1

Polícia Setor Administrativo, técnico e operacional da Polícia civil do Rio de Janeiro - RJ 1

Outros Federação Nacional dos Estudantes de Administração, contato telefônico e internet 1

Durante um curso sobre voz na docência - Campinas - SP 1

Não se aplica Não se aplica 2

Total 29

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ANEXO C – DISTRIBUIÇÃO GERAL DAS VARIÁVEIS DOS ESTUDOS

Autores/ ano de Publicação Instrumento utilizado Nº de itens Nº de domínios

Conceito de QVT

Conceito de QV

Monaco; Guimarães (2000) Instrumento de QVT (categorias

de Walton) 24 8 Sim Não consta

Lacaz (2000) Não se aplica Não se aplica Não se aplica Sim Não consta

Tolfo; Piccinini (2001) Instrumento de QVT (categorias

de Walton) 24

8

Sim Não consta

Lipp; Tanganelli (2002)

a - Inventário de Sintomas de Stress (ISS); b - Inventário de Qualidade de Vida (IQV); c -

Inventário de Fontes de Stress de Juízes (IFSJ)

a - 15 (1º e 2º quadro); 23 (3º quadro); b - Não consta; c - 14

Não consta Não consta Sim

Piccinini (2004) Questionário com perguntas

fechadas e abertas 19 7 SIM Sim

Rocha; Felli (2004) Questionário com perguntas

estruturadas Não consta Não consta Não consta Sim

Souza; Figueiredo (2004) a - Questionário WHOQOL-100; b

- entrevista semi- estruturada e aberta.

a - 100 b - 15

6 Não consta Sim

Jonathan (2005) Entrevista semi-estruturada e

aberta; Inventário de Qualidade de Vida (IQV)

Não consta Não consta Não consta Sim

Pizzoli (2005) Instrumento de QVT (categorias

de Walton) 24 8 Não consta Não consta

Grillo; Penteado (2005) Questionário protocolo de

Qualidade de Vida e Voz (QVV) 10 3 Não consta Sim

Oliveira; Limongi- França (2005) Não especifica o instrumento Não consta Não consta Sim Não consta

Schmidt; Dantas (2006) Escala de Atitude do Índice de Satisfação Profissional (ISP)

44 6 Sim Não consta

Carvalho; Felli (2006) Questionário com perguntas

fechadas; entrevista qualitativa. Não consta Não consta Não consta Não consta

Jardim; Barreto; Assunção (2007) a - Questionário WHOQOL/bref; b

- Questionário protocolo de Qualidade de Vida e Voz (QVV)

a - 26; b - 10 a - 4; b - 3

Não consta Não consta

Farias; Zeitoune (2007) Questionário semi-estruturado e

formulário (não especificado) Não consta Não consta Sim Não consta

Soarez; Kowalski; Ferraz; Ciconelli (2007)

a - Work Limitation Questionnaire -WLQ ; b - Short Form - SF-36; c -

Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20)

a - 25; b - 36; c -24 a - 4; b - 8; c - 4.

Não consta Não consta

Souza; Franco; Meireles; Ferreira; Santos (2007)

a – Questionário com perguntas fechadas e específica; b - Escala

a - 76; b - 24 4 Não consta Não consta

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Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20)

Penteado; Pereira (2007) a - Questionário WHOQOL/bref; b

- Questionário protocolo de Qualidade de Vida e Voz (QVV)

a - 26; b - 10 a - 4; b - 3

Não consta Não consta

Schmidt; Dantas; Marziale (2008) Não se aplica Não se aplica Não se aplica Sim Não consta

Paiva; Couto (2008) Questionário de QVT com

perguntas fechadas e específica Não consta Não consta Sim Não consta

Penteado; Gonçalves; Costa; Marques (2008)

Questionário com perguntas fechadas específicas

11 Não consta Não consta Não consta

Rocha; Fernandes (2008) Questionário de qualidade de vida

Short Form (SF) 36 36 8 Não consta Sim

Mergener; Kehrig ; Traebert (2008)

Questionário WHOQOL-Bref 26 4 Não consta Sim

Souza; Paiva; Reimão (2008)

a - Escala de Sonolência de Epworth; b - Questionário de

hábitos de sono Pittsburgh Quality of Sleep Index (PSQI); c - Short-

form - SF-36

a - Não consta; b - Não consta; c - 36

a - Não consta;b - 7; c - 8

Não consta Não consta

Kimura; Carandina (2009) Instrumento de Qualidade de Vida

no Trabalho de Enfermeiros (IQVTE)

71- (1ª e 2ª parte) 13 Sim Não consta

Carvalho-Freitas (2009)

a - Inventários de Concepção de Deficiência e Ações de

Adequação das Condições e Práticas de Trabalho; b -

Instrumento de QVT (categorias de Walton); c - Entrevista semi-

estruturada.

a - Não consta; b - 24; c – Não se aplica

a - Não consta; b -8

Sim Não consta

Ferreira; Alves; Tostes (2009) Entrevista semi-estruturada Não se aplica Não se aplica Sim Não consta

Fogaça; Carvalho; Nogueira; Martins (2009)

a - Instrumento Job Content Questionnarie (JCQ); b - Effort-

Reward Imbalance(ERI); c - Questionário WHOQOL-100.

a - 49; b - 46; c -100 a - Não consta;

b - Não consta; c -100 Não consta Sim

Servilha; Roccon (2009) Questionário protocolo de

Qualidade de Vida e Voz (QVV) 10 3 Sim Não consta

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ANEXO D – DISTRIBUIÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE QV E QVT POR AUTORES

Autor / ano

Não

se

aplic

a

QV

T (

cate

goria

s

de W

alto

n)

ISS

IQV

IFS

J

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nário

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o

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ER

I

Ent

revi

sta

MONACO; GUIMARÃES (2000) +

LACAZ (2000) +

TOLFO; PICCININI (2001) +

LIPP; TANGANELLI (2002) + + +

PICCININI (2004) +

ROCHA; FELLI (2004) +

SOUZA; FIGUEIREDO (2004) + +

JONATHAN (2005) + +

PIZZOLI (2005) +

GRILLO; PENTEADO (2005) +

OLIVEIRA; LIMONGI- FRANÇA (2005) +

SCHMIDT; DANTAS (2006) +

CARVALHO; FELLI (2006) + +

JARDIM; BARRETO; ASSUNÇÃO (2007) + +

FARIAS; ZEITOUNE (2007) +

SOAREZ; KOWALSKI; FERRAZ; CICONELLI (2007) + + +

SOUZA; FRANCO; MEIRELES; FERREIRA; SANTOS (2007) + +

PENTEADO; PEREIRA (2007) + +

SCHMIDT; DANTAS; MARZIALE (2008) +

PAIVA; COUTO (2008) +

PENTEADO; GONÇALVES; COSTA; MARQUES (2008) +

ROCHA; FERNANDES (2008) +

MERGENER; KEHRIG ; TRAEBERT (2008) +

SOUZA; PAIVA; REIMÃO (2008) + + +

KIMURA; CARANDINA (2009) +

CARVALHO-FREITAS (2009) + + +

FERREIRA; ALVES; TOSTES (2009) +

FOGAÇA; CARVALHO; NOGUEIRA; MARTINS (2009) + + +

SERVILHA; ROCCON (2009) +

Total 02 04 01 02 01 09 02 04 01 01 03 01 03 02 01 01 01 01 01 01 03

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ANEXO E – DISTRIBUIÇÃO QUANTITATIVA DE DOMÍNIOS POR OCUPAÇÃO

Domínios dos instrumentos Ocupações

Pro

fess

or

Ges

tor

Enf

erm

eiro

Aux

.

Enf

erm

agem

Ate

nd.

enfe

rmag

em

Téc

.

Enf

erm

agem

Ass

ist.

adm

.

Cam

inho

neiro

Méd

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Eng

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iro

Téc

. Ele

trôn

ica

Ban

cário

Mag

istr

ado

Pol

icia

l F Total dos domínios por

ocupação

Aspecto global + + + + + 5

Aspecto sócio-emocional + + + + + + + + 9

Autonomia e independência + + + + + + 6

Capacidade funcional + + 2

Compensação justa e adequada (salário) + + + + + + + + + + 10

Constitucionalismo + + + + + 5

Dor + + 2

Espiritualidade + + + 3

Estado físico + + + + + + + + + + + + + 11

Estado geral de saúde + + + + + + + + 8

Integração social na empresa + + + + + + + 7

Meio ambiente (condições de trabalho) + + + + + + + + + + + 11

Normas organizacionais + + + + + + + 7

O trabalho e espaço total da vida + + + 3

Oportunidade de crescimento e segurança + + 2

Psicológico + + + + + + 6

Relações sociais + + + + + + + + + 9

Relevância social da vida no trabalho + + + + + + 6

Requisitos do trabalho + + + + 4

Saúde mental + + + 3

Segurança + + 2

Uso e desenvolvimento de capacidades + + 2

Vitalidade + + + 3

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ANEXO F – DISTRIBUIÇÃO DOS AUTORES / ANO DE PUBLICAÇÃO E TÍTULOS DOS ARTIGOS

Autores / ano de publicação Títulos

Monaco; Guimarães (2000) Gestão da qualidade total e qualidade de vida no trabalho: o caso da gerência de administração dos Correios

Lacaz (2000) Qualidade de vida no trabalho e saúde / doença

Tolfo; Piccinini (2001) As melhores empresas para trabalhar no Brasil e a Qualidade de Vida no Trabalho: disjunções entre a teoria e a prática

lipp; Tanganelli (2002) Stress e qualidade de vida em magistrados da justiça do trabalho: diferenças entre homens e mulheres

Piccinini (2004) Cooperativas de trabalho de Porto Alegre e flexibilização do trabalho

Rocha; Felli (2004) Qualidade de vida no trabalho em enfermagem

Souza; Figueiredo (2004) Qualificação profissional e representações sobre o trabalho e qualidade de vida

Jonathan (2005) Mulheres empreendedoras: medos, conquistas e qualidade de vida

Pizzoli (2005) Qualidade de vida no trabalho: um estudo de caso das enfermeiras do hospital Heliópolis

Grillo; Penteado (2005) Impacto da voz na qualidade de vida de professore(a)s do ensino fundamental

Oliveira; Limongi- França (2005) Avaliação da gestão de programas de qualidade de vida no trabalho

Schmidt; Dantas (2006) Qualidade de vida no trabalho e profissionais de enfermagem, atuantes em unidades do bloco cirúrgico, sob a ótica da satisfação

Carvalho; Felli (2006) O trabalho de enfermagem psiquiátrica e os problemas de saúde dos trabalhadores

Jardim; Barreto; Assunção (2007) Condições de trabalho, qualidade de vida e disfonia entre docentes

Farias; Zeitoune (2007) Qualidade de vida e saúde vocal de professores

Soarez; Kowalski; Ferraz; Ciconelli (2007)

A qualidade de vida no trabalho de enfermagem

Souza; Franco; Meireles; Ferreira; Santos (2007)

Tradução para português brasileiro e validação de um questionário de avaliação de produtividade

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Penteado; Pereira (2007) Sofrimento psíquico entre policiais civis: uma análise sob a ótica de gênero

Schmidt; Dantas; Marziale (2008) Qualidade de vida no trabalho: avaliação da produção científica na enfermagem brasileira

Paiva; Couto (2008) Qualidade de vida e estresse gerencial “pós-choque de gestão”: o caso da Copasa-MG

Penteado; Gonçalves; Costa; Marques (2008)

Sono, qualidade de vida e acidentes em caminhoneiros brasileiros e portugueses

Rocha; Fernandes (2008) Trabalho e saúde em motoristas de caminhão no interior de São Paulo

Mergener; Kehrig ; Traebert (2008) Qualidade de vida de professores do ensino fundamental: uma perspectiva para a promoção da saúde do trabalhador

Souza; Paiva; Reimão (2008) Sintomatologia músculo-esquelética relacionada ao trabalho e sua relação com qualidade de vida em bancários do meio oeste catarinense

Kimura; Carandina (2009) Desenvolvimento e validação de uma versão reduzida do instrumento para avaliação da qualidade de vida no trabalho de enfermeiros em hospitais

Carvalho-Freitas (2009) Inserção e gestão do trabalho de pessoas com deficiência: um estudo de caso

Ferreira; Alves; Tostes (2009) Gestão de qualidade de vida no trabalho (QVT) no serviço público federal: o descompasso entre problemas e práticas gerenciais

Fogaça; Carvalho; Nogueira; Martins (2009) Estresse ocupacional e suas repercussões na qualidade de vida de médicos e enfermeiros intensivistas pediátricos e neonatais

Servilha; Roccon (2009) Relação entre voz e qualidade de vida em professores universitários

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ANEXO G – DISTRIBUIÇÃO DA FREQUÊNCIA DE PUBLICAÇÃO POR ÁREA DO CONHECIMENTO

ADMINISTRAÇÃO

ENFERMAGEM

FISIOTERAPIA

MEDICINA

FONOAUDIOLOGIA

ODONTOLOGIA

PSICOLOGIA

0

1

2

Ano 2000

Ano 2001

Ano 2002

Ano 2004

Ano 2005

Ano 2006

Ano 2007

Ano 2008

Ano 2009

1 1

00

1

1

1

1

1

1

1

1

01

2

1 1

1

01

1

2

1

1

0

1 1 11

2

Ano 2000 Ano 2001 Ano 2002 Ano 2004 Ano 2005 Ano 2006 Ano 2007 Ano 2008 Ano 2009

ADMINISTRAÇÃO 1 1 0 1 1 0 0 1 0

ENFERMAGEM 0 0 0 1 1 2 1 1 1

FISIOTERAPIA 0 0 0 0 0 0 0 1 0

MEDICINA 1 0 0 0 0 0 2 1 1

FONOAUDIOLOGIA 0 0 0 0 1 0 1 1 1

ODONTOLOGIA 0 0 0 0 0 0 0 1 0

PSICOLOGIA 0 0 1 1 1 0 1 0 2

Área do conhecimento

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